II Congreso Internacional
sobre profesorado
principiante e inserción
profesional a la docencia
El acompañamiento a los docentes noveles:
prácticas y concepciones
Buenos Aires, del 24 al 26 de febrero de 2010
II Congreso Internacional sobre profesorado principiante e inserción profesional a la docencia
Eje temático 4: Investigaciones y experiencias de iniciación a la docencia.
Particularidades de los diferentes ámbitos de inserción.
REPORTE DE INVESTIGACIÓN
CONCEPÇÕES SOBRE A PRÁTICA EDUCATIVA DE DOCENTES EM
EXERCÍCIO E EM FORMAÇÃO: SUBSÍDIOS PARA REPENSAR AS
NECESSIDADES FORMATIVAS PARA O SÉCULO XXI
Saraiva, Karla Beatriz Gomes
[email protected]
EACH- Universidade de São Paulo
Resumen
Neste projeto pesquisaram-se as idéias e a compreensão que professores têm
sobre o seu papel profissional e sobre qual é a função que possui a escola, também se
analisou a relação destes professores com a comunidade escolar e com a sociedade em
geral. As narrativas dos professores acerca das suas experiências e memórias escolares
e docentes foram utilizadas para identificar crenças e conhecimentos pessoais que
constituem elementos importantes para a sua prática educativa. Posteriormente, os
dados obtidos a partir das respostas de professores em exercício foram comparados com
os obtidos, através da entrevista-questionário adaptada, de estudantes de Licenciatura
em Ciências da Natureza (LCN), único curso que formará professores de ciências na
Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), da Universidade de São Paulo, Brasil.
Foram utilizadas idéias de Maurice Tardif, Paulo Freire e Edgar Morin como referencial
teórico para analisar as concepções dos professores e para obter subsídios que
permitissem levantar algumas das necessidades formativas dos docentes no terceiro
milênio. Para isto foram analisadas as entrevistas de 25 professores de ciências em
exercício com as respostas dadas por 10 professores de ciências em formação inicial. As
questões tratavam sobre experiências e memórias escolares e docentes. Depois de
comparar os dados obtidos dos dois grupos conclui-se que uma das grandes
necessidades dos cursos de formação de professores, tanto para professores em
formação inicial quanto para os professores em exercício, neste início de século XXI é
despertar no aluno a conscientização da importância da profissão docente.
Saraiva, Karla
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CONCEPÇÕES SOBRE A PRÁTICA EDUCATIVA DE DOCENTES EM
EXERCÍCIO E EM FORMAÇÃO: SUBSÍDIOS PARA REPENSAR AS
NECESSIDADES FORMATIVAS PARA O SÉCULO XXI
Desde os debates sobre educação que ocorreram nos anos 60, em que os
professores foram acusados de ajudarem a manter uma ordem social injusta e
contribuírem para a reprodução das desigualdades sociais, a profissão docente passa por
uma crise de identidade, que perdura até a atualidade. Para que se encontre uma saída
para essa crise, é necessário repensar as relações entre o professor, a escola, a
comunidade e a sociedade (NÓVOA, 1999).
Um dos paradoxos da formação de professores é que poucas vezes os
professores em exercício têm espaços de reflexão para se perguntar: quem é o
professor? Ou o que é ensinar? E o que se deve ensinar? Este projeto pretende ser um
estudo exploratório que recolha, analise e interprete as opiniões, reflexões, comentários e
idéias de professores com experiência na sala de aula.
Para inferir as necessidades formativas que dos professores na atualidade, a
partir dos relatos de professores em exercício, utilizaremos algumas idéias de autores
como Maurice Tardif, Paulo Freire e Edgar Morin.
De acordo com TARDIF “... o professor não trabalha apenas um objeto, ele
trabalha com sujeitos e em função de um projeto: transformar os alunos, educá-los e
instruí-los” (TARDIF, 2002, p.2), portanto torna-se imprescindível o estudo da formação e
prática docente para a melhor compreensão de todas essas atribuições docentes.
A qualidade do ensino está intimamente ligada com o processo de formação de
um bom profissional docente. O professor só irá introduzir mudanças na sua maneira de
trabalhar e agir ao se sentir livre e se tiver total respaldo e segurança para que isso
aconteça. Assim a formação teórica e prática do professor devem proporcionar o apoio e
a convicção necessária aos educadores, possibilitando a melhoria nas condições de
trabalho e conseqüentemente na qualidade do ensino. Conforme diz MORIN “A educação
deve favorecer a aptidão natural da mente em formular e resolver problemas essenciais
e, de forma correlata, estimular o uso total da inteligência geral” (MORIN, 2000, p.39).
Os educadores, em alguns casos, não pensam na profissão de uma maneira mais
profunda e mais responsável sobre a importância do seu papel profissional, sendo
simples aplicadores de disciplinas e não verdadeiros educadores. Conforme FREIRE “...
ensinar não é transmitir conhecimentos, mas criar as possibilidades para sua própria
produção ou sua construção” (FREIRE, 1996, p.25).
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Apenas conhecimentos das técnicas e das práticas didáticas não são suficientes
para formar um bom professor. “Uma educação só pode ser viável se for uma educação
integral do ser humano. Uma educação que se dirige à totalidade aberta do ser humano e
não apenas a um de seus componentes” (FREIRE, 1996, p.11).
A formação docente precisa acentuar a reflexão no processo político, pois o
professor deve ensinar os alunos a pensar, refletir e não somente se integrar, mas
também questionar a sociedade, levando-os a desenvolver a consciência crítica
necessária para compreender e intervir em assuntos sobre a demanda social, econômica
e política que dizem respeito ao seu cotidiano. É preciso “situar o saber do professor na
interface entre o individual e o social, entre o ator e o sistema, a fim de captar a sua
natureza social e individual como um todo” (TARDIF, 2002, p.16).
Torna-se importante e indispensável incorporar na formação dos educadores o
estudo de características humanas, para que os docentes sintam-se capacitados a
promover nos alunos um saber apropriado para solucionar os problemas, estimulando
intelectualmente futuros cidadãos com conhecimentos que os tornem preparados a
opinar e resolver questões impostas pela realidade social, pois “... o ser humano é ao
mesmo tempo biológico, psíquico, social, afetivo e racional (...) e o conhecimento
pertinente deve reconhecer esse caráter multidimensional e nele inserir estes dados”
(MORIN, 2000, p.38).
É preciso que o professor seja capaz de refletir sobre sua prática e
direcioná-la segundo a realidade em que atua, de acordo com os interesses e
necessidades dos alunos. De acordo com FREIRE “É pensando criticamente a prática de
hoje ou de ontem é que se pode melhorar a próxima prática” (FREIRE, 1996, p.43). O
estudo da prática docente passada possibilita uma maior compreensão da formação
docente atual e futura. Quanto melhor for a formação do professor, mais profunda,
abrangente e de melhor qualidade será sua prática educativa.
Diante de todas essas colocações, observa-se que os profissionais docentes não
estão sendo preparados para compreender e se adaptar à realidade complexa das novas
necessidades educacionais, pois existe um grande descompasso entre a formação do
profissional e as exigências do mundo moderno. Torna-se fundamental um aprendizado
que possibilite a segurança das ações dos professores, fazendo-os examinar
cuidadosamente os seus conceitos sobre a aptidão resultante de tal processo
profissional. Isso permitirá o aprimoramento das práticas pedagógicas desse docente.
TARDIF (2002).
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Nesta pesquisa obtivemos as concepções de professores, tanto em exercício
quanto em formação inicial, sobre a docência e o papel dos educadores na escola e na
sociedade, a fim de se verificar algumas necessidades formativas docentes deste inicio
de século XXI.
Os resultados obtidos a partir da pesquisa proposta servirão como material para
discutir sobre o ser professor, seu papel na escola e principalmente na sociedade. Além
de fornecer subsídios a alunos e profissionais da área da educação, possibilitando a
percepção e reflexão sobre os assuntos que foram desenvolvidos com este trabalho.
Metodologia da pesquisa
A pesquisa foi qualitativa e de caráter descritivo, foram utilizados questionários
com perguntas abertas para analisar a realidade docente contextualizada. (BOGDAN &
BIKLEN, 2006). Foram analisadas 25 entrevistas-questionário respondidas por
professores de ciências da rede pública de ensino da cidade de São Paulo, Brasil. As
perguntas do questionário pretendiam em parte conhecer a auto-estima do professor, a
inserção dele na escola, e o grau de consciência sobre seu papel como profissional
docente.
Os professores que participaram desta pesquisa responderam o questionário
dentro do projeto Laboratório Didático Virtual (Labvirt), projeto da Escola do Futuro,
núcleo de pesquisa da Universidade de São Paulo – USP, cuja principal atividade é a
investigação das novas tecnologias de comunicação aplicadas à educação. O Labvirt
tinha como principal objetivo construir uma infra-estrutura pedagógica e tecnológica para
facilitar a criação de simulações nas áreas de física e química pelos alunos das escolas
incentivando-os a pensarem criticamente, ao uso do método científico, ao gosto pela
ciência e principalmente à reflexão e compreensão do mundo que os cerca. Além de
gerar uma rede de conhecimento dinâmica o suficiente para mudar e adequar o ensino
de ciências às necessidades atuais (www.labvirt.futuro.usp.br).
O questionário respondido pelos professores foi adaptado e respondido por 10
alunos do último ano do curso de LCN da EACH-USP, único curso que forma professores
dessa unidade, para que fossem feitas algumas comparações.
Algumas idéias de Edgar Morin, Maurice Tardif e Paulo Freire, foram utilizadas
como referencial teórico para analisar as concepções dos professores em exercício
contrastadas com as de professores em formação, para obter subsídios que permitissem
levantar algumas das necessidades formativas dos docentes neste novo milênio.
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De todas as perguntas do questionário geral do projeto LabVirt, foram
selecionadas e analisadas 5 questões para esta pesquisa respondidas pelos professores
(Quadro 1), que verificaram: o conhecimento do professor sobre teorias importantes na
educação (pergunta 1), a importância da interdisciplinaridade na educação (pergunta 2),
a interferência dos responsáveis pela organização escolar no trabalho docente (pergunta
3), a liberdade do docente para realizar a sua prática educativa (pergunta 4) e o que os
professores fazem em benefício da educação, além de dar suas aulas (pergunta 5).
Quadro 1: Questões respondidas pelos professores participantes da pesquisa.
Questões
1. Você se considera um professor conservador ou não-conservador?
2. Você faz trabalho com outros professores?
3. Você considera que a estrutura da escola, com as hierarquias de direção,
coordenação, com as divisões de disciplinas, tempos de aula, ajudam ou
atrapalham?
4. Você tem espaço para fazer as coisas do seu jeito?
5. Você já colocou em prática um projeto que beneficiasse os alunos ou a
escola?
Das perguntas feitas aos alunos de LCN foram escolhidas e analisadas 3
questões (Quadro 2) que mais diziam respeito à prática educativa, tema mais relevante
desse trabalho, para fazer parte as análise desta pesquisa e verificaram: a convicção
sobre a vida docente (pergunta 1), os conhecimentos sobre as teorias importantes na
educação (perguntas 2), a opinião particular sobre interdisciplinaridade (perguntas 3).
Quadro 2: Questões analisadas sobre os alunos participantes da pesquisa.
Questões:
1. Você pretende dar aula ao final do curso?
2. O que para você é ser um professor conservador ou não-conservador?
3. Você considera importante que os professores façam trabalhos com
professores de outras disciplinas?
Análise dos Resultados
As questões analisadas são mostradas graficamente, primeiramente as dos
professores e posteriormente as dos alunos. Cada gráfico mostra os resultados para uma
única questão conforme o título. Os números indicam a quantidade absoluta e a
porcentagem de entrevistados que responderam cada uma das questões.
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Respostas dadas pelos professores em exercício
Questão 1: Professores:
Você se considera um professor conservador ou não
conservador?
20
80%
5
20%
CONSERVADOR
NÃO-CONSERVADOR
Os professores não sabiam ou não compreendiam o conceito de professor
conservador ou não-conservador. A maioria deles se considerava não-conservadores,
pois são muito liberais, amigos dos alunos, comunicativos e aceitam sem problema algum
a opinião dos outros.
Questão 2:
Você faz trabalho com outros professores?
17
68%
8
32%
sim
não
Pôde-se inferir de acordo com essa questão, que os professores não
compreendem muito bem o conceito de interdisciplinaridade, tema que envolve duas ou
mais disciplinas ou ramos do conhecimento. Os professores afirmam que preferem fazer
os trabalhos sozinhos para não se exporem perante os outros professores.
Saraiva, Karla
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Questão 3:
Você considera que a estrutura da escola, com as hierarquias
de direção, coordenação, com as divisões de disciplinas,
tempos de aula, ajudam ou atrapalham?
13
52%
12
48%
ajudam
indecisos
Os professores asseguram que a hierarquia escolar não atrapalha, ao contrário,
geralmente ajuda, principalmente a direção que dá apoio e não se intromete no trabalho
deles, o que facilita. O que chamou a atenção nesta questão foi que a maioria dos
professores não soube responder objetivamente a questão, mostrando-se bastante
indecisos, não sendo claros na resposta. Apenas dizem que a direção não ajuda e nem
atrapalha, mas que o horário pequeno de suas aulas atrapalha bastante. A relação de
heteronomia, isto é a dependência e o medo da autoridade pode ter sido a causa da
indecisão dos professores.
Questão 4:
Você tem espaço para fazer as coisas do seu jeito?
22
88%
3
12%
sim
não
Os professores dizem que tem total apoio e liberdade para fazerem as coisas do
jeito que acharem melhor. A única coisa que é pedida a eles é o cumprimento do
planejamento que é feito no início do ano. Eles disseram que não tem ninguém que
fiscalize se eles estão realmente seguindo ou não o planejamento escolar. Dos três
professores que disseram não ter apóio, chama a atenção o discurso de um deles:
“...eles não me dão apoio, mas finjo dar aula e passa por isso mesmo.”
Saraiva, Karla
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Questão 5:
Você já colocou em prática um projeto que
beneficiasse os alunos ou a escola?
21
84%
4
16%
sim
não
Os professores justificam não fazer projetos devido à falta de tempo. Alegam que
como ganham pouco, precisam trabalhar em muitas escolas. Os professores que fazem
algum tipo de projeto participam de alguns que já estavam em prática quando entraram
na escola, ajudando para o melhor funcionamento do mesmo.
Respostas dadas pelos professores em formação inicial (alunos do curso de LCN)
Questão 1:
Dos alunos que dizem querer seguir a profissão docente, um deles diz que como
os pais são professores no decorrer do curso ele resolveu seguir essa profissão também.
O outro afirma que gostou do curso e teve certeza que queria ser professor durante o seu
estágio supervisionado.
Saraiva, Karla
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Questão 2:
Todos eles compreendiam o conceito de professor conservador e não
conservador. Inclusive alguns citaram Freire como base do seu pensamento.
Questão 3:
A maioria dos alunos não percebe a importância da interdisciplinaridade para a
educação. Os alunos dizem que embora a teoria fale da necessidade de trabalhos
interdisciplinares, na prática funciona de outra forma, pois o professor precisa trabalhar
em diferentes escolas, não possuindo muito tempo para conversar com outros
professores para colocar projetos em prática. Mesmo entre os dois que responderam
considerar importante o trabalho em grupo, apenas um compreende o significado do
tema. Isso foi comprovado quando ele afirmou que: é fundamental trabalhar com outros
professores, pois os conteúdos não são fragmentados, eles dependem uns dos outros.
Sendo trabalhados juntos será mais fácil para que os alunos compreendam. Enquanto o
outro desenvolveu idéias vagas, sem conteúdo significativo a respeito do assunto.
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Discussão sobre os resultados
De acordo com as análises das entrevistas dos professores e dos alunos, pôde-se
perceber que ambos os grupos de entrevistados não tinham uma clara percepção ou
noção da importância da carreira docente e do significado da palavra educador. A maioria
dos entrevistados acredita que ser professor é apenas transmitir conteúdos aos alunos e
não têm consciência da importância da sua prática profissional para a formação dos seus
alunos e nem que “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao
aprender” (FREIRE, 1996, p. 25), pois os docentes em exercício geralmente não levam
em consideração o conhecimento prévio dos alunos e a troca de experiências e
aprendizado que acontece durante o processo de ensino-aprendizagem e entre os atores
e protagonistas essenciais da educação (professores e alunos).
As entrevistas mostraram que os alunos (professores em formação inicial)
conhecem bem algumas teorias educacionais importantes, enquanto os professores, que
participaram dessa pesquisa, pareciam ter se esquecido de alguns conceitos. Segundo
os estudiosos da educação como Freire, professor conservador é aquele que utiliza uma
proposta de ensino que privilegia o conteúdo; é centrada na figura do professor,
encarregado de transmitir os conhecimentos. O aluno é um elemento passivo, que recebe
e assimila o que é transmitido. Para os professores entrevistados, ser conservador é ser
rígido e autoritário e ser não-conservador é ser brincalhão, mais aberto aos alunos. Um
dos professores que se autodenominou conservador, disse ser mais rígido e até um
pouco carrancudo, justificando sua atitude ao dizer que os jovens confundem a liberdade
com libertinagem quando os professores são mais brincalhões. A maioria dos alunos
participantes citou Freire como base para o seu conhecimento sobre esse conceito,
demonstrando uma boa compreensão dos conteúdos do curso.
Pôde-se inferir que nem os professores em exercício e nem os professores em
formação dão importância à questão da interdisciplinaridade. Os professores em
exercício não compreendem muito bem o conceito interdisciplinaridade, tema que
envolve duas ou mais disciplinas ou ramos do conhecimento, assunto que é muito
apreciado por pensadores como MORIN que diz: "é necessário que os educadores se
auto-eduquem, e se eduquem prestando atenção às gritantes necessidades do século, as
quais são encarnadas também pelos estudantes” (MORIN, 2000, p. 17). Segundo ele é
muito importante que não haja separação entre as disciplinas, que elas não sejam
tratadas como assuntos individualizados. Isso facilitará a melhor compreensão dos
conteúdos por parte dos alunos e a formação de cidadãos conscientes, o que é uma
grande necessidade do século XXI.
Saraiva, Karla
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Os professores afirmam que preferem fazer os trabalhos sozinhos para não se
exporem perante os outros professores. Além disso, dizem que a maioria dos professores
atua como donos da disciplina e não permitem que ninguém opine na sua matéria. Os
professores que fazem trabalhos com outros professores, procuram docentes da mesma
disciplina que as suas. Eles não consideram importante fazer trabalhos com professores
de outras disciplinas. Na realidade, os professores não aceitam que “O conhecimento das
informações ou dos dados isolados é insuficiente. É preciso situar as informações e os
dados em seu contexto para que adquiram sentido” (MORIN, 2000, p. 36). Mas na
verdade, foi constatado que os professores mantém conversas que ajudam na
formulação e na realização dos seus trabalhos.
Os
professores
em
formação,
embora
conheçam
bem
o
conceito
interdisciplinaridade, afirmam em sua maioria que na prática a interdisciplinaridade não é
tão importante como na teoria, pois os professores por não conseguirem colocá-la em
prática, se saem muito bem sem ela, conforme o que observaram durante o estágio.
Considerações finais
Através da análise das questões selecionadas a partir das entrevistas, pôde-se
observar que as respostas dadas pelos professores revelam informações importantes
sobre o perfil dos participantes da pesquisa, como o que acham e quais suas atitudes a
respeito de algumas questões.
Contudo, parece que alguns dos professores em exercício não têm consciência
da importância da sua prática profissional para a formação dos seus alunos. Consideramse apenas transmissores dos conhecimentos que possuem, não se valorizando como
formadores e educadores.
Por outro lado, este trabalho indicou que os professores entrevistados, tanto em
exercício quanto em processo de formação inicial, não valorizam as práticas
colaborativas em sala de aula nem as abordagens interdisciplinares, por falta de
conhecimento ou por não ter vivenciado a experiência nos seus cursos de formação.
A partir desses dados conclui-se que uma das grandes necessidades dos cursos
de formação de professores, tanto para professores em formação inicial quanto para os
professores em exercício, neste século XXI é despertar no aluno a conscientização da
importância da profissão docente.
Os professores podem ser uma alavanca para o desenvolvimento da sociedade,
uma parte importante na formação de cidadãos capazes de falar e opinar em questões
sociais essenciais para todos e para o desenvolvimento humano.
Saraiva, Karla
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Bibliografía:
•
Freire, P. (1996) Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra (34ª edição).
•
LABVIRT. Disponível em < www.labvirt.futuro.usp.br > acessado em: 20 de janeiro
de 2009.
•
Morin, E. (2002) Os sete saberes necessários à educação do futuro. Tradução de
Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya; revisão técnica de Edgard de
Assis Carvalho. – 2. ed. – São Paulo : Cortez ; Brasília, DF : UNESCO.
•
Nóvoa, A. Os professores na virada do milênio: do excesso dos discursos à
pobreza das práticas. Educação e Pesquisa, Jun 1999, vol.25, no.1, p.11-20.
•
Perrenoud, P. (2002) As Competências Para Ensinar no Século XXI: A Formação
dos Professores e o Desafio da Avaliação. Porto Alegre: Artmed Editora.
•
Rampazzo, L. (1998) Metodologia científica para alunos de graduação e pós
graduação. Ed. Stiliano, Lorena-SP.
•
Tardif, M. (2002) Saberes Docentes e Formação Profissional. Petrópolis-RJ :
Vozes.
Saraiva, Karla
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