Professor –Luiz Rogério de Mendonça Baptista INTRODUÇÃ0 Projetar é fácil quando se sabe o que fazer. O método projetual não é mais do que uma série de operações necessárias, dispostas por ordem lógica, ditada pela experiência. O seu objetivo é o de se atingir o melhor resultado com o menor esforço.No campo do design não se deve projetar sem um método, pensar de forma artística procurando logo a solução, sem se ter feito uma pesquisa para se documentar acerca do que já foi feito de semelhante ao que se quer projetar; sem saber que materiais utilizar para a construção, sem ter precisado bem a sua exata função. A criatividade não significa improvisação sem método .O método projetual para o designer não é nada de absoluto nem definitivo; é algo que se pode modificar- se. E isso liga-se à criatividade do projetista que, ao aplicar o método, pode descobrir algo para melhorá-lo. Portanto, as regras do método não bloqueiam a personalidade do projetista mas, pelo contrário, estimulam-no a descobrir coisas que, eventualmente, poderão ser úteis aos outros.É preciso saber se um problema tem solução ou não. O problema não se resolve por si só. Entretanto, ele já contém a maior parte dos elementos para a sua solução. É necessário, portanto, conhecê-los e utilizá-los no projeto de solução. Para o desenvolvimento de produtos, há uma vasta quantidade de métodos e técnicas que visam resolver os problemas e questões que envolvem o entorno material dos produtos existentes e em desenvolvimento, mas não se pode dizer que há um método ou técnica únicos que atendam a todas as situações possíveis. Cada designer se identifica com um método e/ou técnica específica e cada desenvolvimento projetual requer uma situação diferente.Cada produto de design é resultado de um processo de desenvolvimento determinado por condições e decisões. Desse modo, a metodologia projetual não tem o objetivo de estabelecer um único método de design e nem tão pouco deve ser confundida com receita de bolo, que quando seguida, proporciona um resultado previamente estabelecido. Antes de mais nada é importante fixar na memória a diferença entre metodologia, método de desenvolvimento de projeto e técnica de desenvolvimento de projeto. • Metodologia é o estudo dos métodos, técnicas e ferramentas e de suas aplicações à definição, organização e solução de problemas teóricos e práticos (BOMFIM, 1995). • Método Projetual é o processo o qual o designer faz uso para chegar a uma solução, considerando todas as características e processos pelos quais um produto deverá passar para atender satisfatoriamente às funções pré determinadas. Técnicas de desenvolvimento projetual são itens utilizados segundo a necessidade e/ou conveniência do designer para auxiliar no processo de desenvolvimento do projeto. Antes de apresentar alguns métodos e técnicas, é importante expor mais algumas considerações sobre métodos: Métodos servem para auxiliar no desenvolvimento de produtos, aumentando as chances de obter êxito.Não é possível utilizar um método padronizado de planejamento de produto para todos os casos. Métodos podem ser mesclados e até reinventados (com muito critério) de acordo com a necessidade do projeto e/ou equipe de desenvolvimento.Quanto mais dispendioso o desenvolvimento do produto, mais detalhado deve ser seu planejamento, para justificar o investimento. Empresas podem investir desde centenas até bilhões em projetos, e de acordo com o investimento, deve ser seu planejamento.A partir de agora, serão apresentados três de vários métodos utilizados pelos principais autores da área do design e principais técnicas que compõem esse processo. De modo geral, dando mais ênfase a uma etapa ou outra, ou ainda alterando-se a ordem e nomenclatura, os métodos apresentam uma estrutura similar: Problema: identificação e definição de uma necessidade/oportunidade de projeto. Levantamento de dados: coleta de informações teóricas e de mercado e subsequente análise. Geração de alternativas: definição de conceitos (em geral, muitos). Seleção de alternativas: análise, seleção e teste da melhor alternativa. Desenvolvimento do produto: produção. Método de Löbach Análise do problema: Análise da necessidade Análise da relação social homem-produto Análise da relação produto-ambiente Desenvolvimento histórico Análise do mercado Análise da função Análise estrutural Análise da configuração (funções estéticas) Análise de materiais e processos de fabricação Patentes, legislação e normas Análise de sistema de produtos Distribuição, montagem, serviço a clientes, manutenção Descrição das características do novo produto Exigências para com o novo produto Método de Löbach Definição do problema e dos objetos Alternativas de design: Conceitos do design Alternativas de solução Esboços de idéias, modelos Avaliação das alternativas de design: Escolha da melhor solução Incorporação das características ao novo produto Solução de design: Projeto mecânico Projeto estrutural Configuração dos detalhes (raios, elementos de manejo, etc.) Desenvolvimento de modelos Desenhos técnicos, desenhos de representação Documentação do projeto, relatórios. Método de Bruno Munari DP - DEFINIÇÃO DO PROBLEMA: Nessa definição, encontram-se os objetivos do material. Se é material textual, a definição de público alvo delimita o aprofundamento teórico metodológico do mesmo, bem como a seleção de autores para leituras de apoio.Em geral, ao chegar a esta parte, depois das definições do problema, tem-se a "idéia". E pode mesmo parecer que o problema está resolvido... Mas a "idéia" não pode ser considerada como solução. Uma idéia pode surgir e ser depois substituída por outra, e outra e mais outra ao longo do desenvolvimento do projeto. É certo que as idéias ajudam ao desenvolvimento, mas sozinhas não resolvem a questão. CP - COMPONENTES DO PROBLEMA: Qualquer que seja o problema a identificação dos componentes do problema simplifica a resolução deles. Separar em "áreas" específicas cada um dos itens pode ser uma boa forma de agir. Conteúdo, público alvo, objetivo, metodologia, atividades, avaliação, aspectos ergonômicos de utilização como adequação de linguagem, repertório interpretativo e comunicação visual - adequação de cores, tipologia, etc., são alguns dos aspectos que devem ser levados em consideração nessa etapa do desenvolvimento do projeto. Método de Bruno Munari Dividir em categorias específicas ajuda a orientar uma ação mais efetiva a cada ponto, no cumprimento dos objetivo. CD - COLETA DE DADOS: Depois de identificarmos os componentes do nosso problema e os subdividirmos em sub problemas, iniciamos a fase de coleta de dados.Colher dados significa procurar conhecer cada parte do todo de um projeto, separadamente. Por exemplo, pode-se fazer uma pesquisa de materiais já desenvolvidos para em outros suportes, quais as características deles. Conhecer os materiais não significa tomar como exemplos, mas sim, saber o que já foi feito e daí, procurar conhecer o que efetivamente dá ou não resultados. Com isso, corre-se menos risco de errar. Pode-se procurar conhecer a maioria dos recursos do suporte que estamos trabalhando, como linguagens, tecnologias, etc. AD - ANÁLISE DE DADOS: Depois de se colherem os dados devem-se analisá-los. Então, a análise mostra o que se deve ou não fazer, usar, aproveitar, enfim, é a análise dos dados que permite estabelecer o passo seguinte: Criatividade. Método de Bruno Munari C – CRIATIVIDADE: Como se pode observar no diagrama, a IDEIA dá agora lugar a um novo conceito: a criatividade.É o conceito de criatividade, ao contrário do de idéia que ocupa, assim, a seqüência de passos no desenvolvimento de materiais para .Enquanto IDEIA somente está relacionada ao "fantástico" a fantasia, o sonho, a criatividade processa-se de acordo com um método definido e mantém-se nos limites impostos pela análise dos dados colhidos. Criatividade, bem aplicada, e dentro do programa de objetivos traçados e definidos pelos passos anteriores do processo de desenvolvimento pode agregar valores diferenciais a um projeto. MT - MATERIAIS E TECNOLOGIAS: A fase chamada de Materiais e Tecnologias pode, a princípio, parecer uma repetição da fase de coleta de dados, o que não é verdade. A coleta de dados pode até mostrar possibilidades, é uma fase de conhecimento das opções inclusive de materiais e tecnologias, mas é somente depois da aplicação da criatividade que se efetivam escolhas definitivas tanto em materiais como em relação as tecnologias mais adequadas aos objetivos projetos. Escolher tecnologias e recursos só porque "estão na moda", pode ser um erro grave. Método de Bruno Munari E – EXPERIMENTAÇÃO: É nesta fase que começamos a "testar" o material. É na experimentação que se conseguem solucionar problemas que antes pareciam insolúveis.Na experimentação pode-se aplicar um conceito de uma área pouco explorada, como forma de otimizar resultados. A área artística se utiliza mais de experimentações que a maioria das outras áreas, porém, se respeitados limites de "bom senso", a experimentação pode trazer grandes progressos. A fase de experimentação vem, claramente, antes do modelo final de projeto, no sentido de permitir testagem de materiais, tecnologias e métodos para melhor atingir objetivos.Não visa substituir o que já foi feito, nem tem a pretensão de inovar sempre, mas sim de certificar que as escolhas tenham sido feitas levando-se em conta todas as possibilidades e tenha-se optado pelos mais adequados. Não é uma fase imprescindível ao projeto, mas é bastante interessante se fazer experimentações criativas. Pode-se obter resultados além dos esperados com a utilização dita "normal" dos meios e ferramentas. M – MODELO: Chega-se, enfim, ao modelo.Depois de todas as fases anteriores tem-se agora, um modelo pronto.Um modelo é algo que sintetiza as idéias em relação a um objetivo. Método de Bruno Munari Até esta fase, não fez nada que se assemelhe a uma "solução" efetiva, mas temos dados suficientes para afirmar que as hipóteses de erros estão bem mais reduzidas.Podemos, agora, estabelecer as relações entre os dados recolhidos, agrupar os subproblemas e efetivar a construção dos esboços para a elaboração do modelo que pretendemos aplicar como solução efetiva ao nosso problema inicial. Ao procedermos a redação, montagem do modelo, temos a segurança de estarmos trabalhando com dados testados, de resultados comprovados ou, no mínimo, objetivos efetivamente atingidos. Os modelos demonstram as possibilidades reais de uso de materiais, técnicas e metodologias. São, portanto, o resultado de um trabalho consistente de elaboração. Passaremos a seguir, para as fases finais: verificação, retificação, correções e, por fim, a SOLUÇÃO, que é a elaboração adequada do material para os objetivos esperados. Método de Bruno Munari V – VERIFICAÇÃO: A fase de verificação de um projeto se torna necessária pela a necessidade de comprovação de eficiência de um material desenvolvido antes da efetiva aplicação. É na verificação que se observam as falhas, caso existam, e se corrigem as mesmas. Pode também, haver possibilidade de existência de dois ou mais modelos e é na verificação que se decide por este ou aquele, depois de testados os funcionamentos. Apresenta-se o modelo a certo número de possíveis usuários, e pede-se que dêem seu parecer sobre o ou os modelos apresentados. É neste momento também que se "fecham" questões quanto a conteúdos controversos ou a permanência ou não de determinada tecnologia. Desenho Final O desenho final é, então, uma síntese de dados levantados ao longo de todo um processo que envolve fases distintas.Portanto é a obra resultante de diversas áreas agregadas em torno do objetivo principal. Método de Baxter Planejamento do produto Nas empresas, deve-se considerar o momento da empresa e definir qual produto será desenvolvido para atingir a meta da empresa. É importante descrever a especificação da oportunidade, com questionamentos básicos sobre o projeto, como por exemplo como o mesmo se destacará no mercado, ou o que fará com que as pessoas comprem o produto e assim por diante. Define-se ainda as restrições do projeto e do processo produtivo. Ainda nesta etapa, são realizados a coleta de dados teóricos e de mercado, incluindo abordagem com potenciais usuários/consumidores, e planejamento criterioso do estilo. Projeto conceitual Após um criterioso e bem elaborado planejamento e a especificação da oportunidade, inicia-se o projeto conceitual para geração de muitos conceitos. Alguns conceitos são pré-selecionados e analisados segundo alguns critérios, mas não são verificados aqui restrições práticas. Feito isso, faz-se um novo planejamento para próximas etapas, atribuindo tarefas a cada membro da equipe de desenvolvimento e cronograma. Método de Baxter Projeto de configuração Inicia-se a geração de mais idéias sobre conceitos escolhidos, explorando as formas possíveis de fabricar o produto, considerando aqui todos os elementos e restrições projetuais existentes. Nessa etapa é comum detectar alternativas do projeto não consideradas anteriormente ou promover alguma alteração técnica envolvendo materiais e processos de fabricação. Isso pode levar ao retrocesso no processo, para se verificar as implicações das alterações com relação ao planejamento inicial. Geralmente o tempo gasto nas revisões de projeto é inferior ao desenvolvimento inicial, uma vez que o caminho já é conhecido. Chegando novamente à configuração do produto, é selecionada a melhor alternativa, podendo ser selecionada por técnicas avançadas de seleção, como a Matriz de Seleção. É realizada uma análise de possíveis falhas ou defeitos, deve ser construído um protótipo e realizam-se testes. Método de Baxter Funil de Decisão, proposto por Baxter Objetivos da Empresa Estratégia da Empresa Objetivos do desenvolvimento do produto Estratégia do desenvolvimento de produto Estratégia do desenvolvimento de produto Pesquisa das oportunidades de produto Oportunidades de Produto Método de Baxter Projeto detalhado Sendo aprovado, passa-se para o detalhamento, através de desenhos do produto e seus componentes, e a construção de um protótipo experimental. Nessa etapa é definido o detalhamento final dos componentes, montagem do produto, e é possível efetuar testes físicos ou de funcionamento do produto junto aos seus potenciais usuários/consumidores (teste qualitativo). Projeto para fabricação Uma vez acertados os detalhes, é confeccionado, em alguns casos, um protótipo de produção onde serão definidos os parâmetros para o processo de produção na indústria. A aprovação desse modelo ou protótipo final encerra o processo de desenvolvimento do produto em questão. A partir desse ponto, começa-se a produção e o lançamento do produto no mercado. IMPORTANCIA DO GESTALT NO ESTILO DE PRODUTOS A psicologia da Gestalt é um movimento que atua na área da teoria da forma. O design utiliza as leis da Gestalt o tempo todo, muitas vezes até de forma inconsciente. Ele ajuda as pessoas a assimilarem informações e entenderem as mensagens que são passadas. Este aula visa explicar de forma detalhada o que é a Gestalt e como ela é aplicada no mundo do design e web design. O QUE SIGNIFICA A PALAVRA GESTALT Muita gente acha que é o sobrenome de algum psicólogo que teria fundado o movimento. Na verdade, é uma palavra de origem germânica que significa “forma” ou “figura”. Outros nomes pra psicologia da Gestalt são Gestaltismo, psicologia da forma ou simplesmente Gestalt.Embora esse movimento tenha sido fundado por Max Wertheimer, o conceito de Gestalt foi primeiro introduzido na filosofia e psicologia contemporânea por Christian von Ehrenfels. Outros nomes importantes da Gestalt são Kurt Koffka e Wolfgang Kohler. A Psicologia da forma, Psicologia da Gestalt, Gestaltismo ou simplesmente Gestalt é uma teoria da psicologia iniciada no final do século XIX na Áustria e Alemanha que possibilitou o estudo da percepção. Segundo a Gestalt, o cérebro é um sistema dinâmico no qual se produz uma interação entre os elementos, em determinado momento, através de princípios de organização perceptual como: proximidade, continuidade, semelhança, segregação, preenchimento, unidade, simplicidade e figura/fundo. Sendo assim o cérebro tem princípios operacionais próprios, com tendências autoorganizacionais dos estímulos recebidos pelos sentidos. Surge como uma reação às teorias contemporâneas estabelecidas que se fundamentavam apenas na experiência individual e sensorial. Parte do princípio de que o objeto sensível não é apenas um pacote de sensações para o ser humano, pois a percepção está além dos elementos fornecidos pelos órgãos sensoriais. Fundamentam-se nas afirmações de Kant de que os elementos por nós percebidos são organizados de forma a fazerem sentido e não apenas através de associações com o que conhecemos anteriormente. Max Wertheimer(1880-1943) publica o primeiro trabalho considerado iniciador dos estudos da Gestalt em 1912, num estudo sobre a percepção visual, com seus colegas Wolfgang Kohler(1887-1967) e kurt koffka(18861940). Os três são considerados iniciadores do movimento da Gestalt.Estes consideram os fenômenos psicológicos como um conjunto autônomo, indivisível e articulado na sua configuração, organização e lei interna, que independem da percepção individual e que formulam leis próprias da percepção humana. O filósofo norte-americano William James, foi um dos que influenciaram esta escola, ao considerar que as pessoas não vêem os objetos como pacotes formados por sensações, mas como uma unidade. A percepção do todo é maior que a soma das partes percebidas. Uma outra influência fundamental foi a fenomenologia de Edmund Husserl. A fenomenologia afirma que toda consciência é consciência de alguma coisa. Assim sendo, a consciência não é uma substância, mas uma atividade constituída por atos (percepção, imaginação, especulação, volição, paixão, etc.), com os quais visa algo. O filósofo norte-americano William James, foi um dos que influenciaram esta escola, ao considerar que as pessoas não vêem os objetos como pacotes formados por sensações, mas como uma unidade. A percepção do todo é maior que a soma das partes percebidas. Uma outra influência fundamental foi a fenomenologia de Edmund Husserl. A fenomenologia afirma que toda consciência é consciência de alguma coisa. Assim sendo, a consciência não é uma substância, mas uma atividade constituída por atos (percepção, imaginação, especulação, volição, paixão, etc.), com os quais visa algo. GESTALT ORIGEM Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Kohler(18871967) e Kurt Koffka (1886-1940), depois de 1910, na Universidade de Frankfurt, criticaram fortemente as idéias de Wilhelm Wundt(1832-1920), considerado o fundador da psicologia moderna e responsável pelo primeiro laboratório de psicologia experimental.Wertheimer pôde provar experimentalmente que diferentes formas de organização perceptiva são percebidas de forma organizada e com significado distinto por cada pessoa. O todo é maior do que a soma das partes que o constituem. Por exemplo: uma cadeira é mais do que quatro pernas, um assento e um encosto. Uma cadeira é tudo isso, mas é mais que isso: está presente na nossa mente como um símbolo de algo distinto de seus elementos particulares.Em uma série de testes Wertheimer demonstrou que pode ser realizada uma ilusão visual de movimento de um determinado objeto estacionário se este for mostrado em uma sucessão rápida de imagens. Assim se consegue uma impressão de continuidade e chamou este movimento percebido em seqüência mais rápida de "fenômeno phi" (o cinema é baseado nessa ilusão de movimento, a imagem percebida em movimento na realidade são conjuntos de 24 imagens fixas projetadas na tela durante 1 segundo). A ESCOLA DUALISTA DE GRAZ A tentativa de visualização do movimento marca o início de outra escola da psicologia da Gestalt: a Escola de Graz ou “corrente dualista”, (Áustria). Esta identificou dois processos distintos na percepção sensorial: um, a sensação, a percepção física pura dos elementos de uma configuração (o formato de uma imagem ou as notas de uma música), próprio ao objeto percebido; e o outro, a representação, que seria um processo “extra-sensorial” através do qual os elementos, agrupados, excitam a percepção e adquirem sentido (a forma visual ou a melodia da música), que já é particular do trabalho mental do homem. A outra concepção, divergente do “dualismo”, era a chamada “corrente monista” (de mono, único), defendida pelos alemães. Pelo ponto de vista monista, tanto sensação como representação se dariam simultaneamente, e não em separado. A forma, ou seja, a compreensão que os dualistas chamaram de “extra-sensorial”, não pode ser dissociada da sensação do objeto material. Por ocorrerem ao mesmo tempo, percepção sensorial e representativa vão se completando até finalizarem o processo de percepção visual. Só quando uma é concluída que a outra pode ser concluída também. LABORATÓRIO DE 1913 Em 1913, a Academia Prussiana de Ciência instalou, na ilha de Tenerife, nas Canárias, uma estação para estudo do comportamento do macaco. Wolfgang Köhler foi nomeado, então, diretor da estação - ainda muito jovem e com quase nenhuma experiência em biologia e psicologia de animais. Suas pesquisas pioneiras com antropóides enfatizaram que não só a percepção humana, mas também nossas formas de pensar e agir funcionam, com freqüência, de acordo com os pressupostos da Gestalt da reorganização perceptiva.Observou-se que ato cognitivo corresponde a uma reestruturação do conhecimento anterior (informações disponíveis na memória) tal como posteriormente estudada pelos construtivistas a exemplo de Piaget. Medidas da estimulação elétrica cortical em gatos e os seus clássicos experimentos com chimpanzes(empilhando caixotes para alcançar alimentos) comprovaram que estes têm condições de resolver problemas relativamente mais complexos do que os experimentos de contornar um obstáculo e abrir fechaduras para fuga, aproximando-se da inteligência humana. FUNDAMENTOS TEÓRICOS Segundo a Gestalt, existem quatro princípios a ter em conta para a percepção de objetos e formas: A tendência à estruturação, a segregação figura-fundo, a pregnância ou boa forma e a constância perceptiva.Outros conceitos dessa teoria são supersoma e a transponibilidade.Supersoma refere-se a idéia de que não se pode ter conhecimento de um todo por meio de suas partes, pois o todo é maior que a soma de suas partes: "(…) "A+B" não é simplesmente "(A+B)", mas sim um terceiro elemento "C", que possui características próprias.já segundo o conceito da transponibilidade, independentemente dos elementos que compõem determinado objeto, a forma se sobressai. (…) uma cadeira é uma cadeira, seja ela feita de plástico, metal, madeira ou qualquer outra matéria-prima. Em termos mais gerais, é o conjunto de entidades físicas, biológicas, fisiológicas ou simbólicas que juntas formam um conceito, padrão ou configuração unificado que é maior que a soma de suas partes. Ou seja, o princípio básico da teoria gestaltista é que o inteiro é interpretado de maneira diferente que a soma de suas partes. Vemos uma mesa como um objeto diferente do que apenas a soma de suas partes SETE FUNDAMENTOS BÁSICOS Você já notou como uma série de luzes piscantes parecem se mover de vez em quando, como sinais de neon e luzes natalinas? De acordo com a Gestalt, esse movimento aparente acontece por que nossas mentes preenchem a informação que falta. A crença é de que o inteiro é maior do que a soma de suas partes individuais levou ao descobrimento de diferentes fenômenos que ocorrem durante a percepção. As leis básicas da Gestalt são usadas com uma freqüência altíssima hoje em dia no design, assim como em outras áreas do conhecimento humanos (como arquitetura, artes, moda, etc.). Os cinco fundamentos básicos da Gestalt - muito usado hoje em dia em profissões como design,arquitetura, etc. – são elas: Continuidade Semelhança Proximidade Pregnância Fechamento Unidade segregação Lei da Continuidade Essa lei dita que pontos que estão conectados por uma linha reta ou curva, são vistos de uma maneira a seguirem um caminho mais suave. Em vez de ver linhas e ângulos separados, linhas são vistas como uma só. Lei da Semelhança A lei da semelhança dita que eventos que são similares se agruparão entre si. Lei da Proximidade Elementos são agrupados de acordo com a distância a que se encontram uns dos outros. Elementos que estão mais perto de outros numa região tendem a ser percebidos como um grupo. Lei da Pregnância É chamado também de lei da simplicidade. Ela dita que objetos em um ambiente são vistos da forma mais simples possíveis. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada Lei do Fechamento Elementos são agrupados se eles parecem se completar. Ou seja, nossa mente ver um objeto completo mesmo quando não há um. Lei da Unidade Uma unidade pode ser consubstanciada num único elemento, que se encerra em si mesmo, ou como parte de um todo. Ainda, numa conceituação mais ampla, pode ser entendida como o conjunto de mais de um elemento, configurando o "todo" propriamente dito, ou seja, o próprio objeto. As unidades formais, que configuram um todo, são percebidas, geralmente, através de relações entre os elementos (ou subunidades) que as constituem. Uma ou mais unidades formais podem ser segregadas ou percebidas dentro de um todo por meio de diversos elementos como: pontos, linhas, planos, volumes, cores, sombras, brilhos, texturas e outros, isolados ou combinados entre si. Lei da Segregação Segregação significa a capacidade perceptiva de separar, identificar, evidenciar ou destacar unidades formais em um todo compositivo ou em partes deste todo.Naturalmente, pode-se segregar uma ou mais unidades, dependendo da desigualdade dos estímulos produzidos pelo campo visual (em função das forças de um ou mais tipos de contrastes). A segregação pode se feita por diversos meios tais como: pelos elementos de pontos, linhas, planos, volumes, cores, sombras, brilhos, texturas e outros.Para efeito de leitura visual pode-se, também, estabelecer níveis de segregação. Por exemplo, identificando-se apenas as unidades principais de um todo mais complexo, desde que seja suficiente para o objetivo desejado de análise e/ou interpretação da forma do objeto. APLICAÇÕES NA ARTE A tendência à estruturação por exemplo explica a tendência dos diferentes povos a distinguir grupos de estrelas e reconhecer constelações no céu; a boa forma ou configuração ideal mais conhecida é a proporção áurea dos arquitetos e geômetras gregos que explica muitas das formas que são agradáveis aos olhos humanos. As empresas de publicidade e criadores de signos visuais (marcas) parece que são os maiores usuários da descoberta dos símbolos que possuem alto poder de atração (pregnância). Vários artistas se utilizaram das ilusão de ótica muitas delas explicadas pela lei da segregação da figura e fundo a exemplo de Escher e Salvador Dalí ou os discos ópticos de Marcel Duchamp. A ilusão de perspectiva e proposição cubista de criação de uma cena com (sob) múltiplos pontos de vista também são explicados pela teoria da Gestalt. Através dos estudos realizados e das teorias elaboradas na escola Gestalt, no início do século XX, referentes a teoria da psicologia das imagens, foi possível criar condições favoráveis para a racionalização na construção de projetos gráficos.Reforça-se a idéia que o todo, é mais que a soma das suas partes, existindo envolvimento psicológico.Compreender a construção de imagens é imprescindível para a elaboração e desenvolvimento de mensagens visuais, viabilizando a ampliação do acervo de soluções gráficas autoras de sentidos qualificados. GESTALT TERAPIA A partir da teoria da Gestalt e da psicanálise, o médico alemão Fritz Perls (1893-1970) desenvolveu uma forma de psicoterapia de orientação gestáltica. A gestaltoterapia ou terapia Gestalt orienta-se segundo o conceito que o desenvolvimento psicológico e biológico de um organismo se processa de acordo com as tendências inatas desse organismo, que tentam adaptá-lo harmoniosamente ao ambiente. A prática psicoterapêutica é, normalmente, realizada em grupo e ao longo das suas sessões destaca-se a realização de um conjunto de exercício sensóriomotores (que trabalham as áreas sensoriais e motoras do nosso corpo) e meditativos (de relaxamento). Estes exercícios pretendem, principalmente, que os indivíduos descubram novas forças existentes em si, para poderem ultrapassar as suas dificuldades. Quando a Gestalt deve ser aplicada? Sempre que possível. Usando teorias gestaltista no design, você pode gerar soluções alternativas para problemas comuns.