O SORRISO DE DEUS
Hoje eu havia acordado um pouco em burrado, m eio sem vontade pra nada , coisas de quem tem 13
anos, por m im nem teria aberto m eus olhos.
Desci as escadas com o um a " lesssm aaaa", praticam ente
rastejando e desejando que o m undo acabasse.
Pude perceber que m inha m ãe já estava acordada pelo cheirinho de café e pão fresco que exalava por
toda a casa , m as nem assim m e senti feliz, para m im a fom e não era um estado conhecido, com ia quando
e o que estava com vontade.
A m ãezinha m e saudou alegre com um beijo estalado e recebeu um m uxoxo de desagrado de m inha
parte. Ela m e olhou e perguntou num só soco:
- Oh, Paulinho, você não tem m otivos pra sorrir não ?
- Não - Respondi num grunhido e sem pensar m uito.
Ela sem entender nada do m eu aborrecim ento e eu m enos ainda, apenas estava sem ânim o pra nada .
- Você já pensou quantos tem m il e um m otivos pra se sentir triste e nem por isso estão por aí
m orrendo com o você ? - disse novam ente a m ãezinha.
Dei de om bros , levantei e sai . Ainda pude ouví-la gritar .
-Se quiser m elhorar procure DEUS ...
Sem pre ouvia ela falar em Deus , m as sinceram ente nunca achei que precisava Dele, eu era autosuficente, radical m esm o, super, hiper e m e bastava. Esse tal DEUS não m e dizia nada, eu queria curtir.
Chutei um a lata que atravessou na m inha frente, e descarreguei nela um pouco da m inha aborrecência,
m as não sei porque naquele dia a palavra DEUS m artelava na m inha cabeça.
Sentei na pracinha com as m ãos sobre os joelhos e olhava pro horizonte sem enxergar nada quando
senti um a presença ao m eu lado , era um garoto com o eu, porém seu rosto estava m ais alegre e parecia
ilum inado. Tentou puxar papo em bora eu m e m antivesse de cara am arrada.
- Olá você vem sem pre aqui ? - perguntou-m e com sim patia .
- As vezes ...- respondi secam ente
- Então você conhece bem o lugar ? - perguntou novam ente
- Muito - era pra entender que eu não estava afim de levar o papo adiante.
- Então você sabe quantas espécies de flores e plantas tem aqui, quantos cheiros e quantas cores !
Até cham ou-m e a atenção, sem pre estivera alí e nunca havia reparado em quantas qualidades de
plantas havia no lugar , nem o tal cheiro...Algum a coisa despertou-m e e resolvi respirar fundo e
realm ente o perfum e era m aravilhoso , as cores eram lindas, não sei porque naquela hora lem brei de
m inha m ãezinha e de sua recom endação final . - PROCURE DEUS ...então algo dentro de m im disse . Este é o perfum e de Deus ...
Com ecei a olhar m ais e m elhor para as coisas que estavam alí ao m eu redor , e m eu estado de espírito
já com eçava a m elhorar. Então o tal garoto perguntou novam ente .
- E o sol hein! Com o brilha e que calor gostoso ! , os raios parecem nos abraçar .
Realm ente sentí-m e abraçado naquela hora, um calor intenso e um a em oção m uito forte dizia - Este é o
abraço de Deus para você!
Me sentia estranho, porém m elhor, m uito m elhor, a ponto de tirar o m eu lanche e resolver com ê-lo, pois
até então naquela m anhã não havia com ido nada, em bora m inha m ãe tivesse insistido, e para não
desagradá-la pus o sanduiche no bolso. Nisso sem que eu percebesse um a m enina m uito pequena , de
cara suja e descalço se aproxim ara e com sua voz fraquinha falou:
- Hei garoto, estou sem com er desde ontem de m anhã, m e dá um pedaço...
Aquela frase foi um soco em m eu estôm ago e um a explosão dentro de m eu peito...com o choro na
garganta entreguei o sanduiche a ela. Seu rostinho se ilum inou num sorriso satisfeito e m e agradeceu
entre um a m ordida e outra . Senti naquele m om ento com o havia sido injusto em estar triste sem m otivos,
nunca havia sentido fom e, podia ver e sentir coisas m aravilhosas, e estava lá daquele jeito. Então lem brei
do garoto que estava ao m eu lado e que certam ente poderia ser um ótim o am igo pois conseguira m e
despertar em pequenas observações para Aquele a quem eu nunca dera valor . Estava entendendo
agora o que m inha m ãe quisera dizer quando sugeriu que eu fosse buscar a DEUS. Olhei para o lado e vi
apenas o rostinho da pequena devorando o alim ento e m e sorrindo satisfeita e lindam ente. Mas ainda
pude ouví-lo em bora já não m ais o visse.
- ESTE É O SORRISO DE DEUS PARA VOCÊ!
Voltei para casa feliz , beijei fortem ente m inha m ãe que não entendeu m inha m udança e lhe falei:
-Eu o encontrei e Ele sorriu para m im !
(Autora - Patricia Karina Saches Bolonha - divulgação com autorização expressa da autora - se for
repassar respeite a autoria)
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[#0339] O sorriso de Deus