Rating e Modelo
Econômico - Análise
das Seguradoras
Brasileiras
Francisco Galiza, Consultor
www.ratingdeseguros.com.br
Novembro/2004
Sindicato das Seguradoras - SP
Conceito Principal Avaliação
Objetivos destes Estudos nas
Áreas de Seguros
Agentes
Objetivos
Setor Público –
Fiscalização



Setor Privado –
Classificação

Zela pelo cumprimento dos contratos
Estabelece regras para um nível de solvência ótimo
No caso do Brasil, toma a iniciativa de desenvolver
mecanismos que estimulem o mercado (novos
produtos, etc)
Analisa as características das seguradoras (qualidade
de gestão e níveis de risco), colocando-as em
patamares distintos.
Rating das Seguradoras
Características Principais
• Objetivo: Avalia o nível de risco e a
qualidade de gestão das empresas,
utilizando como fonte os dados públicos e
internos
das
mesmas,
ambos
já
previamente auditados e fiscalizados.
• Fonte: São usados dados numéricos e
qualitativos, dados públicos e internos.
• Produto Final: É gerado um texto de,
aproximadamente, 20 páginas, com as
conclusões principais.
Características Principais
• Existe, de parte a parte, sigilo no estudo.
• Ao contrário de um trabalho de auditoria externa,
onde apenas uma empresa por vez é contratada,
não há aqui impedimento legal para que mais de
uma classificadora de riscos seja utilizada.
• Por questões legais e éticas, as conclusões sempre
ressaltam que, embora todo o esforço tenha sido
feito na análise, não existem garantias de
solvência ou de que esta avaliação seja indicativo
de compra ou de venda de algum contrato futuro.
• Atualmente, 15% das seguradoras brasileiras
utilizam este mecanismo.
Análise Numérica
• Grau de Capitalização
• Rentabilidade (total, da carteira,
financeira, do repasse de riscos, etc)
• Despesas Administrativas
• Liquidez
• Indicadores calculados em termos de
média e de dispersão
• Indicadores calculados em relação ao
padrão médio do setor
Análise Interna
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Planejamento da companhia
Projeções orçamentárias
Ligações com terceiros (em termos jurídicos e econômicos)
Qualificação técnica e moral dos profissionais
Estrutura organizacional
Imagem no Setor
Rede de Relacionamentos
Eficiência de seus controles internos
Experiência na estratégia empreendida
Características de seus produtos
Qualidade das auditorias (e dos pareceres)
Critérios de classificação contábil
Possíveis pendências jurídicas
Em seguros, há fatores específicos, como a qualidade do
resseguro ou dos ativos financeiros
Empresas Atuantes no Brasil
- 2003
RS
SP
Notas
Qualificação
Notas
Qualificação
Azul
Muito Boa
AAA, AA
Verde*
De Boa para Muito Boa
A
Extremamente e
Muito Forte
Forte
Verde
Boa
BBB
Boa
Amarela*
De Regular para Boa
BB
Regular
Amarela
Regular
B
Fraca
Vermelha*
De Baixa para Regular
CCC
Muito Fraca
Vermelha
Baixa
CC
Extremamente
Fraca
AA
SR
Notas
Qualificação
Notas
Qualificação
AAA, AA
Excepcional e Excelente
AAA, AA
Máximo e Ótimo
A
Boa
A
Muito Boa
BBB
Adequada
BBB
Boa
BB, B
Regular
BB
Média
CCC, CC
Baixa
B
Baixo
C
Péssima
Estudos Realizados no Brasil
- 2003
Empresas
ACE Seguradora
Bradesco Seguros
Excelsior de Seguros
Itaú Seguros
J. Malucelli Seguradora
Marítima Seguros
Nationwide Marítima
QBE Brasil Seguros
Royal e Sun Alliance
Santos Seguros
Seguradora Roma
Sulina Seguradora
IRB Brasil-Re
Avaliação Completa
AZUL
AA, AA+
AMARELA*
AA
A
AZUL
AZUL
BBB+
AZUL
AAZUL
AMARELA*
AA+
Fonte
RS
SP, SR
RS
SP
AA
RS
RS
AA
RS
AA
RS
RS
SR
Perspectivas Favoráveis
• Seguradoras brasileiras mais familiarizadas com o
projeto (em termos técnicos e éticos).
• Maior demanda dos outros agentes econômicos do
setor. Por exemplo, corretores de seguros,
segurados, etc.
• O poder público tem estimulado este estudo de duas
formas: discurso favorável e desenvolvimento de
mecanismos que irão facilitar a própria análise das
companhias no futuro (controles internos e gestão
de riscos).
• Ao final, o trabalho pode se tornar em um
importante instrumento de divulgação institucional.
Modelo Econômico
Modelo Econômico - Análise por
Dados Públicos
• O objetivo é fazer uma estimativa teórica da
probabilidade de o Patrimônio Líquido de cada
instituição ser menor do que o valor necessário
para que esta companhia opere sem problemas,
tomando como base os dados públicos do setor.
• Esta estimativa é baseada em um modelo
econômico, conforme demonstrado a seguir.
• O resultado encontrado é um indicador importante,
mas não pode ser considerado como um substituto
de uma análise completa de uma
seguradora
(conforme relatado anteriormente).
Continuação
•
•
•
•
•
•
•
•
Primeiro, para cada seguradora analisada, temos:
PLo : Patrimônio Líquido inicial
~
L : Variável aleatória representando o Lucro Líquido
durante um determinado período futuro t
~ ~
L = r x PLo
(1)
onde r é a taxa de rentabilidade sobre o Patrimônio
Líquido inicial, também uma variável aleatória.
Esta é uma característica única de cada companhia.
Continuação
• Por hipótese, em cada empresa, teremos as
características estatísticas (média e desviopadrão) da variável r, expressas pelas equações
(2) e (3).
•
~
• E (r) = r
•
~
(2)
• DP (r) = r
(3)
Continuação
• A partir das equações anteriores, define-se o
Patrimônio Líquido final (PL) em cada exercício
como sendo o da equação (4).
• ~
~
• PL = PLo + L
(4)
• Neste caso, a hipótese é que todo o Lucro Líquido
é integralizado, havendo também a manutenção
destas taxas estatísticas para o próximo exercício.
Continuação
• É comum sobretudo seguradoras estrangeiras
trabalharem com um nível de PL menor do que o
padrão do setor, devido à facilidade em obter
aporte de capital, caso necessário.
• Logo, neste modelo, contempla-se este aspecto,
através da inserção de uma variável denominada
PLext (Ajuste Externo do Patrimônio Líquido),
estimada como sendo função das caraterísticas de
cada companhia, conforme indicado a seguir.
Continuação
•
•
•
•
•
•
•
Desenvolvendo:
~
~
PLa = PLext + PL
(5)
Onde:
PLa = Patrimônio Líquido Ajustado
PLext = A x PLo
O fator A foi determinado pela experiência
observada no mercado brasileiro, onde as
seguradoras ligados a grupos estrangeiros já
chegaram a fazer um aporte equivalente ao seu
Patrimônio Líquido.
Continuação
•
•
•
•
•
•
•
•
•
A partir daí, desenvolvemos:
~
PLa = E (PLa) =
~
~
= E (PLa) = PLext + E (PL) =
~
= A x PLo + PLo + E(L) =
~
= A x PLo + PLo + PLo x E (r) =
• = PLa = (1 + A + r) x PLo
(6)
Continuação
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Do mesmo modo, temos:
~
PLa = DP (PLa) =
~
~
~
= DP (PLa) = DP (PLext + PL) = DP (PL) =
~
~
= DP (PLo + L) = DP (L) =
~
~
= DP (PLo x r) = PLo x DP (r) =
= PLa = r x PLo
(7)
Continuação
• Logo,
podemos
definir,
para
cada
seguradora, a variável Q (Indicador de
Qualidade)
• Esta
variável
corresponderá,
pelas
hipóteses usadas, à quantidade necessária
de Desvios-Padrão para que o Patrimônio
Líquido esperado seja menor do que o
Patrimônio Líquido mínimo.
• O PL mínimo será determinado sobretudo
pelo volume de operações de cada
companhia.
Continuação
• Teoricamente, quanto maior o valor de Q,
melhor para a empresa, pois menos risco
ela corre.
• Ou seja,
•
•
•
PLa – PL mínimo
Q = _________________
PLa
(9)
Representação da Situação
(%)
Distribuição de Probabilidade - PLa
Patrimônio Líquido Ajustado
Variáveis a serem Usadas
• r : Calculado, em termos médios
anuais, dos últimos 1 ano e meio. Ou
seja, 2003 e 1º semestre de 2004.
• r: Calculado, em termos anuais,dos
últimos 3 anos e meio. Ou seja, 2001,
2002, 2003 e 1º semestre de 2004.
Variáveis a serem Usadas
• PL mínimo = 20% x Prêmios Retidos (Total
– Vida Individual) + (1% do saldo das
provisões na fase de Contribuição + 4% do
saldo das provisões na fase de benefício),
calculado em Previdência e em Vida
Individual, no saldo do 1o. Semestre de
2004
• PLo = Saldo do Patrimônio Líquido - 50% x
Participação coligadas e controladas - Ativo
Diferido, em relação ao saldo do 1o.
Semestre de 2004
Variáveis a serem Usadas
Condições
Ajuste (A)
Empresas com menores ligações relevantes com terceiros
Empresas com ligações com outras companhias,
nacionais ou internacionais, muitas vezes do tamanho da
sua atuação em seguros
Empresas com ligações com outras companhias
internacionais, muitas vezes do tamanho do próprio
mercado segurador brasileiro
0
50%
100%
Faixas de Avaliação
Q
Significado
Q<2
Vermelha p
2<Q<3
Amarela p
5>Q>3
Verde p
Q>5
Azul p
p: Estudo por Dados Públicos
Ajustes do Modelo
• Quando a quantidade de dados foi insuficiente, o
modelo foi ajustado para o período correspondente.
• O modelo não será aplicado nas seguintes
situações:
– O faturamento ainda é baixo.
– A empresa é muito nova no setor.
– Houve indicações na mídia de relevantes
alterações estrutural ou comercial que tenham
prejudicado a qualidade de seus números.
– O seguro obrigatório DPVAT tem uma presença
bastante importante no perfil da sua carteira.
Comentários Finais
• Este modelo tem duas vantagens:
– Primeiro, a sua objetividade, ao avaliar
diretamente as características das empresas
como um todo através de um indicador único.
Por exemplo, um indicador Q=3 indica uma
probabilidade de, aproximadamente, 0,1% de
ter algum problema no próximo ano.
– Segundo, a análise da companhia é feita tanta
em termos de risco, como de retorno, e não
apenas de retorno (como é o mais usual).
• O objetivo é que as conclusões deste estudo
passem a ser divulgadas ao final deste ano.
• Mais detalhes dos estudos realizados:
• www.ratingdeseguros.com.br
• www.sincorsp.org.br
Comentários,
Sugestões???
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Análise de Seguradoras