Osteoporose na DPOC- diagnóstico e tratamento Marise Lazaretti Castro Endocrinologia- UNIFESP Declaração de Conflitos de Interesse Médica consultora da Sanofi Aventis, Roche, Eli Lilly e Novartis. Investigadora em estudos de pesquisa clinica da Merck Sharp & Dhome, Novartis, e Eli Lilly e Pfizer. Osteoporose e DPOC Uma das mais prevalentes complicações Fraturas vertebrais temidas Associada a perda de performance pulmonar por defeito ventilatório restritivo (agudo) Cada fratura vertebral em mulher com osteoporose= redução em 9% da CVF (forced vital capacity) (Schlaich e col, Osteoporosis Int 1998) Fraturas vertebrais em pacientes com DPOC- EOLO Study 3030 pacientes > 50 anos – – 1778 homens 1262 mulheres Radiografias coluna Ultrasonografia quantitativa de Calcaneo Nuti e col, Osteoporosis Int 2008 Fraturas vertebrais em pacientes com DPOC- EOLO Study 41,7% dos homens e 41,2% das mulheres apresentaram deformidades vertebrais Vértebras mais acometidas: T7 e T8 Fatores de risco encontrados: – – – Gravidade da doença Uso de glicocorticóides Índice de resistência óssea reduzido (Ultrasonografia quantitativa de calcâneo) Nuti e col, Osteoporosis Int 2008 Fraturas vertebrais em pacientes com DPOC- EOLO Study Distribuição das fraturas segundo sexo e gravidade da doença Nuti e col, Osteoporosis Int 2008 Redução da função pulmonar esta associada a aumento dos marcadores sistêmicos da inflamação. Fibrinogênio, citoquinas (TNFα) e leucócitos Isto deve ter repercussões fisopatológicas e terapêuticas para esta doença Cytokines, PTH, and vitamin D stimulate osteoblasts and stromal cells to release RANK-L and osteoprotegerin Gluck O., Colice G. Chest 2004;125:1859-1876 Remodelação óssea: acoplamento 2 a 3 semanas 3 a 6 meses Raisz L, JCI 2005 Fatores associados a maior risco de Fraturas na DPOC Uso de Glicocorticóides Baixo IMC Sarcopenia Tabagismo Reduzida Densidade mineral óssea Hipercapnia Deficiência de Vitamina D Atividade física reduzida Wouters e col, Resp Med: COPD up date 2007 Associação entre Massa magra e Densidade Mineral Óssea na DPOC Normal IMC baixo IMM baixo IMC + IMM baixos Normal IMC baixo IMM baixo IMC + IMM baixos Bolton e col, Am J Repir Crit Care Med 2004 23 pacientes com DPOC desnutridos (IMC<20 kg/m2) Anabolizante (stanazol 12 mg VO) por 6 meses Resultados: Houve aumento no IMC e massa magra, sem melhora na capacidade cardiorespitarória. Chest 1998 Use of Oral Corticosteroids and Risk of Fratures (Van Staa et al. JBMR 2000) 244.235 pacientes >18 anos >2,5 mg prednisolona/dia Local RR ajustado 95% interv confidência Não vertebrais 1,33 1,29-1,38 Antebraço 1,09 1,01-1,17 Fêmur 1,61 1,47-1,76 Vertebral 2,60 2,31-2,92 Incidência de fraturas em mulheres em corticoterapia crônica 9 8 7 6 5 4 >7,5 mg/d 2,5-7,5 mg/d 3 <2,5 mg/d 2 Controle 1 0 18-34 35-44 45-54 55-64 65-74 75-84 >84 anos Van Staa e col, JBMR 2000 Incidência de fraturas em homens em corticoterapia crônica 3 2,5 2 >7,5 mg/d 1,5 2,5-7,5 mg/d 1 <2,5 mg/d 0,5 Controle 18 -3 4 35 -4 4 45 -5 4 55 -6 4 65 -7 4 75 >8 84 4 an os 0 Van Staa e col, JBMR 2000 Use of Oral Corticosteroids and Risk of Fratures (Van Staa et al. JBMR 2000) Conclusões: O risco de fraturas foi maior para vértebras e colo de fêmur do que para antebraço A magnitude do risco relaciona-se à dose diária População de maior risco: mulheres na pós-menopausa O risco de fratura eleva-se rapidamente após o início do tratamento e retorna a linha de base rapidamente após a suspensão do GC. Osteoporose Induzida por Corticosteróides redução absorção intestinal de Ca aumento da excreção urinária de Ca reabsorção óssea elevada formação óssea diminuída 30 a 50% apresentam fraturas vertebrais perda maior nos primeiros 6 meses dose e tempo dependente agravada pelo hipogonadismo 2ario Paciente MLO, 35 anos, LES DMO L2-L4=1,023 g/cm2 1995 Paciente MLO, 36 anos, LES 1996 DMO L2-L4=1,041 g/cm2 Osteócitos: controla atividade dos osteoblastos e define a micro-estrutura óssea Glicocorticóides induz apoptose dos osteócitos, levando a microestrutura ao colapso Incidência de Fraturas e DMO com GC ● sem GC Van Staa, TP et al – Arthritis Rheum (2003) 11: 3224-29 Incidência de Fraturas e DMO com GC ● sem GC Van Staa, TP et al – Arthritis Rheum (2003) 11: 3224-29 Osteoporose Induzida por glicocorticóideMedidas gerais: Reduzir da dose de GC para a mínima necessária Reduzir tabaco/álcool Estimular exercícos (com carga) Reduzir ingestão de sódio Associar Tiazídicos S/N (hipercalciúria) Recomendações para ingestão adequada de cálcio dietético nos EUA Idade 0-6 meses 7-12 meses 1 a 3 anos 4 – 8 anos 9 – 18 anos 19 – 50 anos 50 – >70 anos Calcio (mg/dia) 210 270 500 800 1300 1000 1200 Greer et al, American Academy of Pediatrics, 2007 Osteoporose Induzida por glicocorticóiderecomendações Adequar do Cálcio oral Repor Vitamina D- 1000 ou 2000 UI/dia ou suficiente para manter concentrações de 25 OH vitamina D>30 ng/mL Tratar hipogonadismo se presente e se não houver contra-indicações. Osteoporose Induzida por glicocorticóiderecomendações Bisfosfonatos devem ser prescritos se: Houver perda significativa na DMO nos primeiros 6 meses de tratamento Z- score < -1,0 ou -1,5 (conforme diretriz) Presença de fraturas por fragilidade, incluindo vertebrais (radiografias). Cautela: mulheres em idade fértil! Osteoporose Induzida por glicocorticóiderecomendações Bisfosfonatos com eficácia comprovada na prevenção de fraturas: Alendronato 70 mg/semana Risedronato 35 mg/semana Durante o tratamento com GC. Após suspensão, o risco de fratura rapidamente retorna aos valores do controle. Osteoporose no DPOC: um longo caminho pela frente Qual a real prevalência das fraturas vertebrais e apendiculares? Quais os fatores de risco associados e repercussao na morbimortalidade? Qual a fisiopatologia? Qual o melhor tratamento? OBRIGADA PELA ATENÇÃO!! [email protected]