No próximo Vox
Nº 24
AGOSTO/2006
Não perca na edição 25 do Vox um especial sobre o projeto de lei que
concede passe escolar a estudantes de cursinho. A iniciativa, bandeira histórica
do Cursinho da Poli, pode se tornar realidade por meio da aprovação de um
projeto de lei do vereador paulistano Paulo Teixeira.
Sucesso:
em números, em
histórias, em pessoas
Os dados de aprovações dos alunos do Cursinho
impressionam não apenas pela quantidade,
mas principalmente pela qualidade
EDITORIAL
Conquistas para
comemorar
Permitir o acesso à universidade. Esta
tem sido a missão do Cursinho da Poli
em seus quase vinte anos de história. E
os dados dos vestibulares mais recentes
impressionam. O Cursinho nunca se
pautou pela apologia aos números dos
aprovados, mas não podemos deixar
de registrar que estamos muito
orgulhosos de nossos estudantes nos
últimos anos. Não porque cravaram
números espetaculares de aprovação,
mas, principalmente, pela qualidade.
Ex-alunos se fazem presentes hoje em
grande número na USP, Unicamp,
Unesp, UEL, PUC, Mackenzie e
tantas outras de alto nível.
Qualidade e acessibilidade têm
caracterizado o CP que situa-se hoje
entre as melhores instituições de ensino
no país no ramo pré-vestibular. Aqui,
nos intitulamos pré-universitários, pois
procuramos ir além da preparação para
o vestibular. As atividades culturais,
complementações pedagógicas,
assistência psicológica, debates políticos
e tantas outras opções, permitem um
ambiente agradável e sintonizado com
o mundo universitário. Entre tantas
histórias de sucesso, relembramos o ano
de 2003, quando 6 das 10 vagas do
curso de Artes Cênicas da ECA-USP
foram preenchidas pelos alunos do CP.
Outras histórias poderiam ser relatadas,
mas o espaço seria pequeno.
O material didático diferenciado e os
professores são outros pontos a se
destacar. Mas é o aluno quem faz a
diferença, que não se intimida com o
fato de não ter estudado nas
chamadas “escolas de ponta”. Tiram a
defasagem em um ano de muito
esforço e chegam lá.
Nosso 2º semestre preparará a
arrancada final para que outras
histórias como as contadas nesta edição
se repitam. Avante!
N
essa época do ano,
é comum vermos
propagandas das
mais variadas de
cursinhos falando
sobre suas aprovações nas faculdades. Os números, em muitos
casos, impressionam; “90% dos
alunos passam nos vestibulares”,
“70% dos primeiros lugares são
do nosso cursinho”, e por aí vai.
Mas os números podem enganar. Não importa que um cursinho tenha 90% de seus alunos
aprovados, se eles foram para
universidades de qualidade duvidosa. E, além disso, é importante mostrar o rosto dessas pessoas, contar suas histórias e dizer como sua vida pode ter sido
transformada pelas aulas recebidas no cursinho.
E é isso que o Cursinho da Poli
faz. Os números são convincentes (veja quadro), e não são obtidos com uma simples observação,
e sim por meio de um levantamento científico que cruza dados
dos principais vestibulares do país
com a relação de alunos e ex-alunos do CP. Resultados como esse
comprovam: o Cursinho da Poli é
campeão em aprovações. Não só
em números, mas, principalmente, em qualidade.
Mostrando a cara
Michel Rejane Miyazaki, de
18 anos, estudou no Cursinho no
primeiro semestre do ano passado e conseguiu a vaga na PoliUSP. Sua meta é estudar Engenharia Mecânica na maior universidade do país.
Michel é só elogios à estrutura do Cursinho. Ele fez curso técnico e chegou para a época do
vestibular com uma deficiência na
área de biológicas e, principalmente, humanas – e considera
que o CP foi fundamental para
compensar esse atraso. “Os professores da área de humanas,
principalmente os de História,
eram ótimos”, diz Michel. Ele
também faz referência ao material didático e emenda: “é o
melhor lugar que já estudei”.
Outro aluno que passou na
USP é Diego Leandro Pereira de
Sousa. Ele tem 18 anos e estudou, no ano passado, na unidade Itaquera do Cursinho da Poli.
E hoje é aluno de Matemática
na USP – passou na Fuvest no
começo do ano.
Diego fez todo o seu ensino
em escola pública. Entrou no Cursinho através de um convênio com
a comunidade do Jardim Pantanal, na Zona Leste, onde mora. Por
ter sido aluno de escola pública,
sentiu a defasagem de conteúdo,
e elogia a estrutura que viu no Cursinho da Poli. “A qualidade dos
professores é sensacional. Eles são
ótimos”, afirma.
Ele faz parte de um grupo
de estudantes que começa o ano
achando “impossível” a aprovação em um grande vestibular e
acaba ingressando em uma universidade. “Com toda a base que
recebi, cheguei para fazer o ves-
tibular bem preparado”, aponta o estudante. Além dos casos
relatados, nos últimos anos, o CP
aprovou muitos alunos nos principais institutos da USP, como FEA,
Poli, Esalq e Medicina.
OPORTUNIDADE
Trajetória difícil, sucesso compensador
Em um país desigual como o Brasil,
onde poucos têm de fato oportunidade e
acesso ao ensino, alguns segmentos sociais
sofrem mais do que o restante da população. Por isso, o Cursinho da Poli também se
preocupa em oferecer educação de qualidade para grupos historicamente discriminados da nossa sociedade e os resultados
aparecem a cada ano, com a grande
quantidade de alunos aprovados nos
principais vestibulares.
Um desses aprovados é Jorge Paulo
Bispo Santos, de 23 anos. Ele é descendente
de índios da etnia pankakaru, estudou na
unidade Lapa do Cursinho no ano passado e
conseguiu a aprovação no vestibular da
PUC. Hoje é estudante de Letras.
O caminho de Jorge para a universida-
de não foi nada fácil. Ele trabalha como
jornaleiro e por isso levanta todos os dias às
4h30. Com pouco tempo para estudar,
assistia às aulas nos finais de semana,
chegando até a ficar dias inteiros na
unidade se preparando para o vestibular.
“Eu tinha o grande objetivo de chegar à
universidade, mas tinha pouco tempo”,
explica. Jorge elogia a estrutura que o
Cursinho oferece aos estudantes. “Todos
encontram um grande suporte para
aprender, tirar dúvidas”.
Jorge, que escolheu seu curso por
sempre ter gostado de literatura, ainda
não definiu seu futuro profissional. “Posso
ser professor, fazer um mestrado, ou
outras coisas. Mas as oportunidades que
aparecerem, vou correr atrás”, garante.
Jornada de Trajetórias e Profissões
No dia 20 de agosto ocorre a 8ª JTP do Cursinho da Poli (Jornada de Trajetórias e
Profissões). É um evento que conta com profissionais de várias áreas que vêm ao
Cursinho explicar aos alunos como é sua profissão, curso, as melhores faculdades etc.
Participe. Inscrições no Vestibulógico ou pelo telefone 2145-7650.
AGENDA CULTURAL
ENTREVISTA
Apenas o primeiro passo
nho da Poli quebrou um pouco o
“medo” da USP que eu teria.
Ex-aluno e ex-plantonista
do Cursinho, Alan Maciel
ressalta que entrar na
faculdade é importante,
mas é somente o ponto
de partida para
conquistas maiores
VOX – Como você avalia a importância do Cursinho da Poli nesse
processo?
Alan Maciel - O Cursinho da Poli
tem uma grande diferença em relação aos outros porque não é voltado unicamente para a aprovação
no vestibular, existe um foco importante na cultura, na cidadania, e isso
é muito importante. Quando fui aluno, participei de atividades culturais
e me envolvi em causas sociais. Isso
acabou despertando a consciência
minha e de outros colegas, o que
guardo até hoje.
P
VOX – Conte um pouco de sua trajetória até chegar à USP.
Alan Maciel - Sempre estudei
em escola pública. No terceiro colegial, não pensei em fazer vestibular, mas uma professora me recomendou que eu fizesse cursinho.
Então, no ano seguinte, procurei o
Cursinho da Poli e me inscrevi na
turma dos finais de semana. Não
tinha certeza do que iria prestar,
fui descobrindo aos poucos e, no
I
O BALB
THIAG
assar no vestibular é
bom, claro. Se for um vestibular de uma universidade conceituada, melhor ainda. Mas as conquistas de
um jovem que chega à faculdade não podem parar por aí, o
ideal é que sejam encaradas
como um ponto de partida para
vitórias ainda maiores.
É assim a trajetória de Alan
Maciel, de 25 anos. Hoje, ele é estudante de doutorado em Física
na USP e já contabiliza no currículo experiências como os dois anos
que passou na França concluindo
sua graduação. Antes de se formar na maior universidade do
país, Alan foi aluno – e plantonista – do Cursinho da Poli. Ele lembra da importância do Cursinho na
sua trajetória e ressalta que ainda tem muito a conquistar.
final do ano, consegui passar na
Fuvest em Física na USP.
VOX – Você tinha “medo” do vestibular?
Alan Maciel - Não, até porque
eu nem sabia como era direito, se
era difícil, fácil... Só fiquei com um
pouco de medo quando comecei a
estudar e conhecer melhor como
funcionava a prova. Então redobrei minha atenção nos estudos.
VOX – Pelo fato de ter feito escola pública, você teve dificuldades
para acompanhar o ritmo da USP?
Alan Maciel - Na verdade não.
Acho que o fato de ter feito Cursi-
VOX – Dá para dizer que a fase do
Cursinho representa uma das melhores da sua vida?
Alan Maciel - Sem dúvida.
Depois que entrei na faculdade ainda trabalhei lá, até o final de 2001. Eu quase que não
conseguia sair do Cursinho, mas
entendo que é uma fase que
tem que passar. Sempre que
lembro daquela época, lembro
com carinho.
VOX – Que dicas você dá para um
aluno novo, principalmente os
que, como você, sempre estudaram em escola pública?
Alan Maciel - O mais importante é não ter medo do vestibular. A parte psicológica pesa muito na hora da prova. Por isso, ter
equilíbrio é fundamental. O aluno precisa estudar bastante, ter
muita dedicação e não pode se
desesperar. Também não precisa
ficar pensando se a prova é difícil
ou fácil. Tem que estudar e tentar passar.
A Central de Cultura está
passando por uma restauração e,
em breve, novas atividades
estarão à disposição dos alunos
Ciclo de palestras do Museu
de Zoologia da USP
26/08 – Ritmos da Vida, com
Mirian David Marques
16/09 – As moscas e o homem,
com Carlos José Einicker Lamas
As palestras são gratuitas, mas
há necessidade de inscrição
prévia. O Museu fica na Avenida
Nazaré, 481, Ipiranga, São Paulo.
Mais informações pelo telefone
(11) 6165-8140.
Onde mora a cultura?
A cultura mora nas páginas
do dicionário?
Cultura: cultivo, conjunto de
crenças, costumes,
conhecimento, atividades de
um grupo cultural,instrução,
civilização. (Fonte:
mini-dicionário Houaiss)
Então perguntamos à civilização,
onde mora a cultura?
E para responder esta questão,
certamente precisamos abrir
as portas da cultura.
Abrir e cultivar, deixar que os
anseios dos grupos sejam
ouvidos, expostos.
O Cursinho da Poli abre as portas
de um novo espaço: o centro de
vivência cultural. Uma iniciativa
conjunta, para ouvir os diversos
grupos. As diversas
manifestações.
O que é cultura?
Cultura é como a infância que se
renova a cada geração?
É um instrumento de
conscientização e diversidade?
É o direito de expressão?
É o pulsar das necessidades
artísticas?
É dividir conhecimento entre as
civilizações?
O que é cultura? E onde ela mora?
VESTIBULAR
A todos aqueles que ouvem,
respiram, o pulsar desta questão,
convidamos: vamos reconstruir a
morada da cultura.
"Eu sou nós"
(provérbio africano)
Tente outra vez
A sensação de ver a lista
dos aprovados no vestibular e
conferir que seu nome não
está lá não é das mais agradáveis. Inúmeros jovens passam
por essa situação todo ano e
sentem o impacto ao perceber
que o esforço de um ano
inteiro não foi recompensado
com uma aprovação. Porém, o
mais errado é deixar que isso
leve ao desespero. Muitos
exemplos mostram que o
melhor é levantar a cabeça e
continuar atrás do objetivo.
Cleiton Pita dos Santos é
estudante do primeiro ano de
Odontologia na Unicamp. Mas,
antes disso, ele tentou passar
no vestibular – e não conseguiu
– por cinco vezes. “Cada vez
que eu não passava, o que me
vinha à mente era que não
podia desistir”, conta Cleiton.
Sua saga nos vestibulares
começou em 2001, sempre
tentando entrar na USP. Em
2002, foi aprovado na Universidade Federal de Alfenas, em
Minas Gerais, mas desistiu da
vaga por conta da distância.
Continuou buscando a vaga na
USP e Unicamp e, no começo de
2006, conquistou finalmente a
aprovação.
Para Cleiton, o Cursinho da
Poli foi essencial em sua formação. “Sempre estudei em escola
pública e o Cursinho me ensinou,
primeiramente, tudo o que
deveria ter aprendido no ensino
médio, além de ter me preparado bastante para os vestibulares”. Ele conta que, na maior
parte do tempo em que tentou
ser aprovado teve que trabalhar, o que dificultou sua
concentração nos estudos.
Outro problema lembrado
por Cleiton é que é muito fácil,
nessa época, que um aluno
perca o foco e a concentração
necessária para passar. “Tem
que ter disciplina, seguir
horários e estudar bastante”,
adverte, ressaltando a maior
dica que ele pode dar àqueles
que não conseguem aprovação nos vestibulares: “ter
muita persistência”.
Um pedaço de mim caminha
pelas ruas, sonhando e
procurando ternura.
Somos parte de um todo... Um
universo fragmentado em cada
um de nós
Edward Cunha
coordenador da
Central de Cultura.
Não perca
Dia 29 de agosto, Leandro
Tessler, coordenador executivo
do vestibular da Unicamp no
Cursinho da Poli. E, em setembro,
Roberto Costa, coordenador
geral da Fuvest.
Av. Ermano Marchetti, 576 (Lapa), R. Sabbado D´Angelo, 2.040 (Itaquera), R. Vicentina Gomes, 99 (Santo Amaro) – São Paulo (SP) – Telefone: (11) 2145-7654
VOX – Produção Editorial: Publisher Brasil e-mail: [email protected] – Editor responsável: Renato Rovai – Redação:Olavo Soares – Diagramação: Carolina
Fernandes – Projeto gráfico: Vander Fornazieri – e-mail: [email protected] – site: www.cursinhodapoli.org.br
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