Título: CONCEPÇÕES DE SEXUALIDADE ENTRE ADOLESCENTES COM E SEM HISTÓRICO DE VIOLÊNCIA SEXUAL Autor: Juliana L. Rodrigues Orientador: Lúcia C. A. Williams Resumo: A literatura evidencia conseqüências físicas, emocionais e psicológicas que o abuso sexual imp rime em suas vítimas. A sexualidade pode ser afetada quando se trata de violência sexual, sendo que um dos problemas posteriores nos casos de abuso sexual é a falta de prazer no sexo, promiscuidade e distúrbios na sexualidade. Vítimas de abuso sexual enfrentam problemas relacionados ao sentimento de culpa, de auto-desvalorização e depressão. Os objetivos deste estudo consistiram em: a) verificar a concepção de sexualidade de adolescentes que passaram por violência sexual comparando aos que não passaram; b) avaliar se os dois grupos de adolescentes (vítimas e não vítimas de abuso sexual) diferem significativamente quanto aos escores no Inventário de Depressão. A pesquisa foi realizada com 16 adolescentes, divididos em dois grupos. O primeiro, constituído por 08 jovens vítimas de violência sexual, e o segundo grupo por 08 jovens que jamais passaram por experiência de abuso sexual. As entrevistas foram realizadas na residência dos participantes ou no LAPREV. Utilizou-se como instrumentos: formulário sócio-econômico, roteiro de entrevista para concepções de sexualidade, roteiro de entrevista para caracterização do abuso sexual ocorrido, Inventário de Depressão e uma Escala de Auto-estima. A idade média das participantes encontrada foi de 15,5 anos em ambos grupos (vítimas de abuso e não vítimas). A idade média do início do abuso foi de 10,5 anos. Em 83,3% dos casos analisados o agressor era próximo da vítima e houve a consumação do ato sexual vaginal. A duração média do abuso foi de 2,33 anos e o grupo de vitimizadas apresentou um escore na Escala de Auto-estima ligeiramente menor. Três participantes vítimas de abuso sexual não apresentaram depressão. Uma delas obteve o diagnóstico de Depressão Moderada. Duas adolescentes não vítimas apresentaram Depressão Leve. Verificou-se que as adolescentes que passaram por violência sexual demonstravam medo marcante quanto a se envolver com indivíduo do sexo oposto ou quanto ao ato sexual. Esse medo era decorrente de ser abandonada ou rejeitada. Elas evitavam pensar sobre relações sexuais, por ser um assunto que não lhes despertava interesse. O sexo foi tratado de forma vaga como se estivesse distante de suas vidas. Quanto a se sentir à vontade diante de um indivíduo do sexo oposto, todas as vítimas de abuso sexual declararam que não se sentiam. Na questão se as participantes acreditavam que o abuso lhes trouxeram mudanças em suas idéias de sexualidade, todas respostas foram afirmativas. Palavras-chave: sexualidade, violência sexual, adolescente.