AU TO RA L UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O PE LA LE I DE DI R EI TO GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA ID A IMPORTÂNCIA DA AUTO-ESTIMA NA VIDA DA CRIANÇA E APRENDIZADO DO CU M EN TO PR OT EG DO ADOLESCENTE PARA O DESENVOLVIMENTO DE SEU Por: Adriana Martins de Freitas Orientadora Profª Ms. Andressa Maria Freire da Rocha Macaé 2009 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA A IMPORTÂNCIA DA AUTO-ESTIMA NA VIDA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE PARA O DESENVOLVIMENTO DE SEU APRENDIZADO Adriana Martins de Freitas Apresentação de monografia Universidade Cândido à Mendes, IAVM- Instituto A Vez do Mestre, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Pedagogia. Orientadora: Profª Ms. Andressa Maria Freire da Rocha Macaé 2009 AGRADECIMENTOS A Deus, pelo presente da vida. Ao meu pai, Pedro in memorian, pelo exemplo de vida. A minha amada mãe, Albaniza, que sempre me incentivou aos estudos e lutou para que eu chegasse a ser uma Pedagoga. Á minha orientadora Profª Ms.Andressa Maria Freire da Rocha pelo carinho, incentivo, contribuição e ensinamentos socializados em todos os momentos tranqüilos e até os mais angustiantes neste processo educativo. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a Deus e a minha mãe, que tanto contribuíram para esta realização. RESUMO Estamos vivendo em um mundo em que muitas mudanças estão acontecendo de uma forma tão rápida e deturpadora, que acabam afetando a perfeição nas relações sociais. Essas transformações tornam-se destrutivas na vida de criança e adolescentes em idade escolar. Por isso, este trabalho quer nos mostrar que a auto-estima é muito importante na vida de cada ser. E que pode ser bem trabalhada, e deve ser, principalmente pelos educadores, pois a escola é o lugar onde se inicia a construção de um verdadeiro cidadão em contínua colaboração com a família. METODOLOGIA Esta monografia parte de um estudo bibliográfico, tendo como fonte livros de diversos autores significativos para este estudo, e observação em sala de aula. Tendo como referências os estudos bibliográficos, foi possível dar continuidade a escrita desta pesquisa acadêmica, aperfeiçoando-o passo a passo trilhando em direção a conclusão do trabalho. Durante minha vida sempre me questionei sobre este assunto, autoestima. Este tema foi um fator propulsor que me motivou a dedicar-me mais a este assunto, o relacionado à questão social, que tanto afeta nosso desenvolvimento no ambiente escolar. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................. 9 CAPÍTULO I A AUTO ESTIMA DESENVOLVENDO O APRENDIZADO NA VIDA DO EDUCANDO .................................................................................................... 11 1.1 A auto-estima na sociedade em que vivemos ........................................... 11 1.2 O que é a auto-estima?.............................................................................. 12 1.3 O resgate da auto-estima .......................................................................... 15 CAPÍTULO II A ESCOLA E FAMÍLIA NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DA AUTOESTIMA............................................................................................................ 20 2.1 A auto-estima na escola ........................................................................... 20 2.2 A auto-estima na família .......................................................................... 26 CAPÍTULO III A AUTO-ESTIMA X AVALIAÇÃO ................................................................ 29 3.1 A auto-estima no processo avaliativo ....................................................... 29 3.2 Avaliar para o sucesso .............................................................................. 31 CONCLUSÃO ................................................................................................. 36 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA ................................................................... 38 9 INTRODUÇÃO Nos dias atuais muito se tem refletido sobre a importância da autoestima na vida da criança e do adolescente para o desenvolvimento de seu aprendizado. O educando estimulado, consegue realizar seus objetivos. Um dos fatores mais importantes do comportamento é o conceito que a pessoa tem de si mesmo. Quando uma pessoa se sente confiante e capaz, trás modificações no seu comportamento. A valorização de si mesmo é um grande passo para uma boa auto-estima, representando um dos fatores de maior influência na sua formação psicológica. O interesse maior desse trabalho gira em torno da auto-estima do aluno e sua relação com a educação e como processo avaliativo, e também como o professor deve avaliar para o sucesso, avaliar além do cognitivo, na plenitude do aluno, dando oportunidade para se viver um crescimento pessoal. Este tema: a importância da auto-estima na vida da criança e do adolescente para o desenvolvimento de seu aprendizado, é muito refletido no dia-a-dia de cada ser humano. Pois a auto-estima é uma capacidade, uma confiança, que transforma a vivência do aluno. É a mola mestra, é ela que fortalece, dá energia e motivação. A alegria de viver está na resposta da autoestima, no grau de como ela se encontra no educando. Pois quando ela está elevada tudo fica perfeito, completo. Quer sempre o melhor para os outros e para si também. Tudo fica refletido de forma transparente. No primeiro capítulo nos diz o significado de auto-estima, como ela é importante para cada educando e como essa auto-estima pode ser transformação na vida de cada ser. No segundo capítulo, falamos como a auto-estima é trabalhada na escola, como os professores estimulam esse tema como reação positiva e negativa na vida de um aluno. E, a comunicação que a família possui para elevar a auto-estima de uma criança ou um adolescente. A importância da família nessa formação. 10 E o terceiro a avaliação da auto-estima e como o aluno é estimulado para o sucesso. 11 CAPITULO I A AUTO-ESTIMA DESENVOLVENDO O APRENDIZADO NA VIDA DO EDUCANDO. 1.1 A auto-estima na sociedade em que vivemos A sociedade em que estamos vivendo, existem muitos contrastes sociais, o desafio é educar para os valores, para a cidadania e para a construção da própria pessoa. O educador tem que estar sempre atento para os acontecimentos que esteja passando na vida de seu aluno, seja ele criança ou adolescente. Porque em apenas alguns minutos, o educador pode acabar, derrotar um sonho de um educando, por simplesmente não ter prestado atenção no seu problema. E desestimular por total o aprendizado desse menor ou jovem, dificultando assim o seu desempenho escolar. A pessoa com baixa auto-estima se sente fraca para enfrentar os desafios que o mundo lhe oferece. Ela se acha perdedora, e quando se encontra nessa situação, não quer mais tentar alcançar o objetivo almejado. Ela desiste antes mesmo de começar. As pessoas que não tiveram abertura de diálogo na infância com seus pais apresentam dificuldades de relacionamento quando adultos. Tornam-se irônicos, costumam expressar-se de forma ambígua, deixa confusos os ouvintes. Existem muitas pessoas inseridas no estresse social, agoniadas em ter e poder, mas esquecendo de ser. Ás vezes, deixamos de fazer o que gostamos para fazer a vontade do outro. Infelizmente trazemos uma carga muito grande desde nossa criação, e temos muita dificuldade de juntar as molas mestras da auto-estima, que são o amor próprio e a autoconfiança. Por isso, existem muito sofrimentos. E, por não saber trabalhar esses sentimentos juntos, podemos gerar diferentes graus de auto-estima, que dependem do momento em que 12 estamos vivendo, ou seja, o estado de ânimo frente a situações de adversidades da vida. Quando a auto-estima encontra-se elevada, tem a capacidade de curar doenças e restabelecer a saúde do corpo e da mente, curando a depressão e aliviando o estresse adquirido pela vida conturbada nas grandes cidades. Hoje muitas crianças e adolescentes, deixam de viver sua própria vida, para viver uma vida que às vezes não pertencem a elas. Querem imitar, em alguns momentos, a vida de outro coleguinha, deixando com isso sua autoestima abalada. É o momento da imitação. Com isso acabam sendo afetados no próprio desenvolvimento escolar. 1.2 O que é a auto-estima A auto-estima é uma realidade lingüística ( Dr.Lair Ribeiro). De acordo com Ribeiro: Foi programada em nosso cérebro, desde a infância mais remota. E do mesmo jeito que foi codificada linguisticamente, pode ser também recodificada linguisticamente. (RIBEIRO, 2002, p. 32). Com isso ele quer dizer, que você pode entrar em contato com a criança que existe dentro de você, e que nunca é mais velha do que sete anos. Essa criança íntima que existe é a parte mais espontânea de sua individualidade. “ Nela está à criatividade e a alegria de viver” (Id. 2002,p. 32). Essa auto-estima é a união da autoconfiança, com o auto-respeito. A auto-eficiência quer dizer: ter confiança no funcionamento da mente, na forma de pensar, nos processos por meio dos quais se reflete, escolhe-se e decide. 13 Já o auto-respeito, significa ter a certeza de nossos valores, é o que capacita uma atitude afirmativa diante de nosso direito de viver e ser feliz. Existem duas dimensões importantes da auto-estima. O sentimento de ser amado e o sentimento de ser capaz (Humphreys). A criança ou o adolescente quando começam na escola, eles se fecham, ficam tímidos, reservados, tentam chamar a atenção, ou de outra forma ficam agressivos ou briguentos. Conforme afirma Humphreys: A criança que demonstra supercontrole de comportamento frequentemente corre mais perigo, mais isso pode passar despercebido pelos pais e outras pessoas, pois seus sintomas não perturbam a vida dos alunos.” (HUMPHREYS, 2001,p.17). Essa realidade acontece com muitas de nossas crianças e adolescentes. Muitos pais ocupados com seu dia a dia, não prestam atenção devida aos seus filhos. Modificando assim sua auto-estima. Algumas crianças e jovens tem dificuldade de aprendizagem, e essa contínua perturbação emocional acaba criando deficiências nas aptidões intelectuais e mutilando a capacidade de aprender. É de um grande valor, não tem dinheiro que compre, ela passa a ser a estima que tenho por mim mesmo, ou seja o quanto me valorizo. O quanto me quero bem e me aceito. Para a Psicologia, significa o jeito como fazemos as nossas auto-avaliações a respeito de nós próprios, podendo ser positivas ou negativas. Ela constitui-se a partir de crenças e emoções assimiladas por nossa personalidade ao decorrer de sua formação, segundo Ribeiro: Auto-estima é o sentimento de importância que cada um tem em relação a si mesmo; é o valor que nos atribuímos relativamente à nossa capacidade de viver produtivamente os diversos aspectos de nossas vidas, individual e socialmente; e é, ainda, o conjunto de parâmetros pessoais de que dispomos para julgar o desempenho que temos ou julgamos ter quanto a esses mesmos aspectos. (RIBEIRO, 2002, p.12). 14 A auto-estima saudável é o fundamento da capacidade de reagir, ativa e positivamente, às oportunidades da vida na escola. Ela é a capacidade que uma pessoa tem de confiar em si própria, de sentir-se capaz de poder enfrentar os desafios da vida, é saber expressar de forma adequada para si e para os outros as próprias necessidades e desejos, é ter amor próprio. A opinião que o educando tem de si mesmo está intimamente relacionada com sua capacidade para a aprendizagem e com seu rendimento. O autoconceito se desenvolve desde muito cedo na relação da criança com o outro. O juízo que ele faz de si mesmo surge a partir do juízo dos outros. Quanto mais o educando gostar de sua auto-imagem, maior sua auto-estima. Para que a criança construa essa auto-estima positiva, é fundamental a relação que ela possa ter com os pais, colegas e professores. A criança e o adolescente dependem dessa relação afetiva, para que a construção da autoestima possa ocorrer. Se os pais sempre estão julgando a partir de uma perspectiva negativa das crianças ou do jovem, ou os colegas estão sempre usando de zombarias ou ironias e professores taxando-os de inúteis e incapazes irá se formando neles uma imagem “pequena de seu valor”. Teremos então, um educando com auto-estima baixa, o que com certeza repercutirá em sua auto-avaliação. Como diz Cury: Se não reconstruirmos a educação, as sociedades modernas se tornarão um grande hospital psiquiátrico. As estatísticas estão demonstrando que o normal é ser estressado, e o anormal é ser saudável. ( CURY, 2003, p.81). A educação de hoje tem que ser transformada, conforme a realidade que estar sendo vivida pelos alunos. Temos que enquadrar as modificações conforme a necessidade do educando. Porque, hoje, pela rapidez de transformações tecnológicas, os alunos estão cada vez mais exigentes. E se estressam com muita facilidade, quando não recebem rapidamente a informação que querem. 15 Uma auto-estima positiva gera uma auto-resistência da vida e de suas adversidades. Quanto maior for à auto-estima da criança, maior será sua expectativa de vida, maiores serão as possibilidades de manter relações saudáveis com elas mesmas e com as situações que a vida se apresenta. Maior será sua alegria pelo simples fato de existir, maiores serão as possibilidades de ser criativo e de obter sucesso. Para Brandem (2000,p.109) auto-estima é “A disposição para experimentar a si mesmo como alguém competente para lidar com os desafios básicos da vida e ser merecedor da felicidade” . Hoje o que tem desenvolvido o aprendizado na sala de aula, é o computador. O profissional de ensino tem que conhecer bastante essa ferramenta para que possa instruir o seu aluno e o tornar motivado. Pois essa máquina leva o aluno para outro mundo se for bem estimulado. Possui um leque de opções que desenvolve a auto-estima. O educando se torna mais empolgado, devido a isso desenvolve seu conhecimento. A criança ou o jovem com a auto-estima positiva sente-se em condições de enfrentar os desafios em que cada situação de ensino-aprendizagem se constitui. 1.3 O resgate da auto-estima Temos que resgatar a auto-estima do aluno, fazer que ele acredite na sua capacidade de aprender, na sua capacidade de enfrentar desafios, na sua capacidade de esforçar e se disciplinar para a aprendizagem do novo. E, isso, se consegue, valorizando os pontos fortes dos alunos. Elogiar cada acerto, cada esforço, medindo cautelosamente os obstáculos que ele terá que enfrentar para aprender. Os instrutores têm que saber elogiar seu educando para elevar a auto-estima, isso faz uma diferença muito grande para o ego de uma criança e de um adolescente. O aluno que possui auto-estima elevada consegue aprender com mais facilidade e alegria. Cada vitória que o aluno consegue ele se considera mais capaz. 16 O professor equilibrado, aberto nos encanta. Antes de ter a atenção ao que o mestre está falando, ficamos em primeiro lugar entusiasmado com o seu jeito de ser. Ele nos revela que é uma pessoa de bem com a vida, confiante, positiva, que tem abertura para as conversas, flexível, se coloca na posição do aluno, consegue entender o problema de seu aluno, discorda também, sem aumentar desnecessariamente as barreiras. O mestre tem sempre que ressaltar para sua turma que tudo na vida passa, e quando seu aluno estiver triste, tentar da melhor forma, mostrar que aquele fase vai passar e trabalhar de alguma maneira para que ele se motive e retire da cabeça aquele momento ruim que está passando, tentar erguer. E dizer para ele que todos nós somos merecedores da felicidade. Mas, para isso temos que acreditar que ela seja para todos, e que esse educando também é capacitado para receber essa tal felicidade. Às vezes, alguns pais ficam confusos, porque sabem que seus filhos possuem capacidade, mas não se estimulam a aprender. Precisa-se possuir muita atenção quanto à auto-estima da criança e do adolescente, porque senão eles vão se sentir inseguros em situações sociais e envergonhada nos estudos. Qualquer deslize desse educando, pode representar um erro ou fracasso, fatores que trouxeram humilhação e a rejeição no passado. Cada empenho positivo por parte do educando é uma conquista. Um exemplo – uma criança calça os sapatos pela primeira vez e diz: olha pai. Aí o pai diz: Está calçado nos pés errado, esse filho vai se sentir magoado, diminuído, se sentindo incapaz, menosprezado. Todo planejamento de ensino feito principalmente pelo professor deve levar em conta a realidade do educando e sua maturidade, preparo, necessidade, aspirações, e possibilidades de aprendizagem, como também sua auto-estima. De acordo com Goleman: As questões educacionais que mais tem preocupado os profissionais ligados ao ensino, referem-se aos altos índices de evasão e reprovação escolar e o grande número de crianças que tem recorrido a tratamento psicopedagógico com 17 dificuldade de aprendizagem (GOLEMAN, 1995, p.20). e transtornos emocionais. Muitas estatísticas mostram que o sucesso escolar depende muitas vezes de características emocionais. Há muitos sinais que atestam que as pessoas emocionalmente competentes, que conhecem e lidam bem com os próprios sentimentos, entendem e lidam bem com os sentimentos dos outros, levam vantagens em qualquer setor da vida. Goleman (1995,p.38), lista sete ingredientes principais para a obtenção do sucesso: “confiança, curiosidade, intencionalidade, autocontrole, relacionamento, capacidade de comunicar-se e cooperatividade”. Trata-se de entender como trabalha esses mecanismos mentais que permitem a construção dos conceitos e que se transformam em função do desenvolvimento físico e emocional. Sem este entendimento, o educando pode ser vítima de erros grosseiros. De acordo com Goleman (1995), os estudos sugerem que mesmo os padrões emocionais inatos podem mudar em certa medida. Como observam os geneticistas comportamentais, os genes por si só não determinam o comportamento, o ambiente molda a maneira de uma predisposição temperamental manifestar-se no desenvolvimento da vida. O cérebro humano não está totalmente formado no nascimento. Continua a moldar-se durante a vida, com um ritmo mais intenso de crescimento durante a infância. “Isso faz com que a infância seja crucial para que sejam moldados, para toda vida, as tendências emocionais” (GOLEMAN, 1995, p.32). Para desenvolver a auto-estima de um educando, precisamos notificar as áreas de seu interesse e estimulá-las. Goleman (1995,p.245) “Os educadores começam a constatar que existe outro tipo de deficiência que é mais alarmante: o analfabeto emocional” . Esse problema ainda não ocupa vaga no currículo escolar. O jogo é a futura geração. 18 É preciso ter conhecimento de seu valor pessoal, crer, estimar, confiar em si. Coisas que nem sempre são tão fáceis. O aluno que possui elevada auto-estima consegue aprender com mais facilidade e alegria. Cada vitória que o aluno consegue ele se considera mais capaz. Os professores não têm fórmulas prontas, mas sim caminhos possíveis. Conforme as palavras do membro da Academia Paulista de Letras Chalita: Para construir a cidadania, urge que o professor utilize outros métodos e traga à baila discussões que despertem em seus alunos tanto ou mais interesse que a TV. As novas tecnologias empregadas pedagogicamente estão à disposição do professor. Da internet à sucata, muito se pode utilizar para envolver o aluno e discutir com ele questões contemporâneas condizentes com os problemas que enfrenta no dia-a-dia, que se relacionam com sua capacidade de melhor conviver em sociedade, que dizem respeito a aspectos aparentemente simples, mas não são de uma complexidade impressionante. (CHALITA, 2001, p.115). O educador tem que ter conhecimentos múltiplos para que possa ajudar seu educando a desenvolver suas questões da melhor forma possível, para se atingir a meta desejada, que é a boa relação dele com o mundo que o cerca e desenvolvimento de sua capacidade e auto-estima. O professor tem que resgatar as qualidades do educando. Ele tem que ensinar o aluno a gostar de si mesmo, porque se ele não gostar de si mesmo, como vai querer que alguém goste dele. Isso é primordial, e essencial para melhorar uma auto-estima, se amar em primeiro lugar. Temos que reconhecer que somos uma pérola, e que se estamos nesse mundo tão lindo é para sermos felizes. Quando estamos com uma boa auto-estima, até o verde fica mais bonito, a alma fica em festa, tudo fica perfeito. 19 O mundo escolar tem que brilhar sempre, pois, é desse ambiente que surgem vários artistas que transforma essa atmosfera que, às vezes, achamos de cor cinza. O educando tem que ser preparado de todas as formas por seu professor para fazer a diferença aqui fora. Para se resgatar a auto-estima é necessário ter uma elaboração e integração dos conteúdos psíquicos e isso só se pode iniciar internamente e nem sempre se consegue sozinho. Às vezes, precisa-se da cooperação de um bom psicoterapeuta, ajudando dessa forma a resgatar o amor pela própria pessoa, a pessoa de maior valor em sua vida. 20 CAPÍTULO II A ESCOLA E A FAMÍLIA NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DA AUTO-ESTIMA. 2.1 A auto-estima na escola A escola e a família é uma relação que tem tudo para dar certo. Só depende do caminhar dessas duas realidades. Ambas tem que estar de comum acordo para que se tenha um bom resultado no processo de formação da auto-estima da criança e do adolescente, facilitando assim a construção do conhecimento e para a formação de um modo geral desse educando. O modelo de educação atual é pouco envolvente e relevante, esvaziada de prática reflexiva e criativa. O pensar é uma dádiva de nosso cérebro. Só que essa dádiva, raramente é explorada na escola, que deveria ser o local privilegiado para pensar. É essencial oportunizar a criança e o jovem a uma interação social nas salas de aula e estimular o questionamento, com isso a criança irá lidar com questões que podem favorecer o seu desenvolvimento moral. É de grande valor que o educando sinta-se satisfeito consigo mesmo para aprender e para lidar com seus sentimentos. Assim a criança pode oferecer contribuições valiosas para o grupo e para a própria formação. Muitas escolas hoje em dia estão superlotadas e mal equipadas, são carentes de materiais didáticos inovadores e muitas vezes possuem um quadro de professores fracassados, desmotivados, que não conseguem nem si próprio motivá-los. Desse jeito fica muito difícil levantar auto-estima de um educando. 21 Hoje em dia para o professor lidar com um aluno, ele precisa ser um modelo,uma lição de competência e não uma incompetência emocional. Se ocorrer alguma falha em qualquer estágio da escolaridade, acontece o insucesso. E como isso é um estigma muito forte em nossa sociedade, temos que acabar urgentemente com ele. Entre a escola e os pais dos alunos tem que possuir um elo de ligação .Os professores tem que buscar entender o real valor da participação dos pais na escola, quando reivindicam seus direitos. Os pais não podem ser vistos como inimigos e sim como parceiros, tem que existir uma sintonia. Os professores podem e devem acrescentar algo à auto-estima das crianças e dos adolescentes, e podem subtrair também. Tudo isso tem que ser com cautela. Não se distanciando que a grande realidade é que algumas influências na auto-estima vêm dos lares. É preciso que os professores evitem julgamentos estereotipados e possam incentivar a auto-superação fazendo de sua classe uma comunidade de investigação baseada na confiança, na cooperação e na troca. É necessário estimular o relacionamento entre os alunos de forma a sanar quaisquer dificuldades, carências, medos e incertezas. As escolas atuais ficam preocupadas principalmente com o conhecimento intelectual. Sim, o intelectual desenvolvido é importante, mas juntamente os professores têm que se preocuparem com o equilíbrio emocional com o desenvolvimento de atitudes positivas diante de si mesmo e dos outros, a convivência em sociedade, em grupo, aprender a respeitar o limite do outro, isso sim é primordial para aumentar a auto-estima, e não levar seus alunos a desmotivação. Os sentimentos de fracasso e desânimo que muitos estudantes desenvolvem como repostas de experiências escolares mal resolvidas são as causas agravantes de problemas de comportamento mais sérios. As escolas na maioria possuem um quadro de pressão psicológica, competição (a escola reforça isso), esse momento não é estimulante para um aluno. Essa situação às vezes bloqueia o educando, trazendo para ele o desânimo, medo, bloqueando dessa forma sua auto-estima, principalmente 22 para os mais tímidos. Mas para favorecer uma boa saúde mental e ajudar a diminuir esse problema, ela pode trabalhar, por exemplo, com a oportunidade de trabalhar e brincar em grupo, a cooperação e a expressão satisfatória e socialmente aceitável. É necessário verificar incansavelmente as deficiências no sistema educacional e encontrar medidas de ações para corrigi-las. A criança na escola deve ser querida, pois assim pode se considerar útil, importante, se sente com valor. Para Fonseca (1995, p.299) “A escola e os seus professores devem, portanto, transformar-se pedagogicamente e humanamente, até o ponto de se permitir às crianças a identificação com valores culturais e humanos que lhe são inerentes”. Quando uma criança ou um adolescente estão com baixa auto-estima, começa aparecer as mudanças de comportamento como por exemplo: agressividade, ansiedade, dependência, inapetência. O educando diminui o apetite, modifica o horário do sono, fica gripado. Esse quadro vai modificando a partir que a professora vai se entrosando com o aluno, acolhendo melhor, se importando com ele. Quando a auto-estima vai se elevando, o aluno se envolve mais com os colegas e dividindo com a escola grande parte de seus sentimentos e necessidades. O cérebro estabelece um elo compreensível entre o indivíduo e o meio. A ação do cérebro produz comportamentos, como reforça Fonseca: Todo o comportamento é processado no cérebro. A compreensão e o controle do comportamento têm exigido e vão exigir muitos anos de trabalho e de reflexão. Não se pode progredir em Dificuldade de Aprendizagem, sem ter conhecimento científico dos problemas. (FONSECA,1995,p. 297). Quando um educando se encontra competente e capaz, essas reações certamente irão ser demonstradas no seu comportamento. Segundo Goleman (1996, p.22) “tanto o otimismo quanto à esperança, como impotência e desespero podem ser apreendidas, através do otimismo e esperança, esta é 23 uma perspectiva que chamamos de auto-eficácia” . O crescimento de qualquer tipo de aptidão fortifica a auto-estima tornando a pessoa mais consciente a assumir riscos e buscar maiores desafios. A conquista que obtemos sobre esses desafios aumenta a sensibilidade da auto-estima. Essa atitude torna mais provável e faz com que as pessoas usem de forma mais apropriada suas aptidões e assim desenvolvê-las. A confiança que as pessoas têm em suas aptidões tem um efeito sobre essas aptidões. O educando com auto-estima alta se recuperam de seus fracassos, abordam as coisas mais em termos de lidar com elas do que se preocupando com o que pode dar errado. É necessário que haja uma mútua convivência entre o educando e o professor para que haja um melhor aproveitamento de todas as qualidades do aluno. O professor tem o importante papel de estimular o educando o que é o eixo fundamental para seu desenvolvimento. A criança e o jovem devem se sentir seguros para desenvolverem um bom trabalho e não se sentirem coagidos ou acharem que estão se expondo ao ridículo. Todo aluno é capaz de aprender qualquer coisa, basta somente o professor encontrar a melhor forma de ensinar e melhor forma de mostrar e trazer ao educando o conhecimento necessário para um bom desenvolvimento. A humanização é um modo de ser essencial na vida das pessoas, e está relacionado com uma série de fatores. Desde o nascimento, a criança necessita de cuidados adequados para um desenvolvimento favorável. É preciso muitas transformações para o indivíduo se humanizar: desde vivências afetivas boas até um meio favorável que inclua respeito, limites e tolerância. A escola também tem o dever de prevenir a formação de futuros seres violentos. Tratar bem de seus alunos e procurar não reforçar as privações a que possam já estar submetidos. Quando a criança entra na escola, já tem uma idéia, relativamente, estruturada do ser humano que é, trazendo valores de si mesma que irão afetar a forma como reage à experiência escolar e ao clima emocional da sala de aula. 24 Muitos alunos na maioria das vezes não vê o professor ou professora como uma pessoa amiga, parceira, disponível para ajudar, mas sim como aquela pessoa que sabe o que eles não sabem, superior a tudo, que fala bonito e diz que eles se expressam errado, que castiga quando eles não tem competência de aprender. Dessa forma a criança se fecha, fica com medo da professora, tornam-se agressivos e indisciplinados. Muitas escolas, às vezes, não levam em conta as experiências próprias e bem vividas que o aluno tem; corrigindo sempre sua maneira de se comportar. Diz, também, que eles são incapazes de aprender, que não adianta perder tempo, que eles vão ser reprovados. Isso acaba com a motivação de qualquer criança ou adolescente. Os alunos, dessa forma, ficam sem estímulos para freqüentar a escola, vão acreditando nessa informação que passam para eles. Se todo professor voltasse ao passado e relembrasse seus momentos marcantes no decorrer de sua vida escolar, que afetaram seus sentimentos, marcas negativas registradas, deveria repensar e modificar suas atitudes diante dos alunos que passam em sua vida. Ajudando a motivá-lo, levantando sua auto-estima, fazendo a diferença, transformando em pessoas melhores e construtivas. Somos frutos de um sistema de inter-relacionadas atitudes, valores e compromissos que são influenciados pelas nossas experiências passadas, nossos fracassos e êxitos, nossas humilhações, nossos triunfos e a maneira sobre a qual os nossos professores reagiram a nós, especialmente durante os anos letivos. Segundo Goleman (1996, p.26) “As pessoas com prática emocional bem desenvolvida tem mais probabilidade de sentir-se satisfeito e serem pessoas produtivas em suas vidas” . O autor fala que o modelo para o sucesso da vida se dá numa combinação de pensamento racional com o autocontrole e autoconhecimento. É na emoção que achamos o fator decisivo para o nosso equilíbrio e bem estar. A inteligência emocional pode se revelar através de cinco pontos essenciais: administrações de emoções, autoconhecimento, 25 empatia, automotivação e capacidade de relacionamento pleno. Quando o ser conhece seus próprios sentimentos, aí, sim, se torna possível descobrir o outro. Quando o professor ajuda o educando a elevar sua auto-estima, descobrir o seu próprio “EU”, facilita o aprendizado desse aluno. A criança que tem muita experiência de fracasso, que possui problema de reprovação, porque é vagarosa na aprendizagem, com freqüência é discriminada pelo professor, ele elogia o educando mais inteligente, mais bem ajustado e com maiores realizações. O professor deve ficar alerta, tem que observar o problema que ela apresenta, e não ver a dificuldade como fruto da preguiça. Ele tem que descobrir as deficiências e erros de seus alunos, mas sim indicando claramente a cada aluno que ele é importante, para que ele possa usufruir melhor das coisas da vida e tornar-se um indivíduo integrado no seu meio. Evitar que seu aluno tenha apenas experiências de fracasso, e sim alimentar e fortalecer a autoconfiança e o auto-respeito de seu aluno. 2.2 A auto-estima na família “Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar?” Carlos Drummond de Andrade Educar os filhos é uma missão complexa, a cada nova conquista do desenvolvimento tanto da criança como adolescente é um desafio. Os pais de hoje tem o dever de trabalhar a auto-estima de seu filho, para ele se tornar uma criança ou um jovem capaz, crítico, fortalecedor de seus ideais e para que seja um cidadão de postura, com caráter, com flexibilidade para enfrentar desafios que a vida possa oferecer. A família é uma célula social muito importante. É nela que se forma o caráter. 26 O relacionamento entre pais e filhos é muito complexo e passa por muitas mudanças ao longo do tempo. A família encontra-se num contexto social e histórico, no qual ocorrem influências múltiplas, que, às vezes, influi num sistema de trocas. Muitas dificuldades dos pais são “reeditadas” no desenvolvimento dos filhos. Isso engloba crenças, valores, maneiras de encarar e de viver a vida. Jean-Jacques Rousseau, filósofo, sociólogo e pedagogo francês (1712-1778), sustentava a idéia de que o homem nasce bom, a sociedade o corrompe. Para ele o homem bom é aquele que se encontra no estágio primitivo, que não foi contaminado pela “civilização”. Como ressalta, o grande escritor, Chalita: A humanidade perdeu o essencial. E perder o essencial faz um mal enorme à alma humana, a quem quer ser feliz. Lamentar, entretanto, não é a melhor alternativa. A construção de uma nova sociedade passa pela construção de uma nova família.Se o Estado não consegue organizar melhor suas instituições, se a educação continua na marginalidade dos projetos políticos, a única alternativa é a família. A família tem a responsabilidade de formar o caráter, de educar para os desafios da vida, de perpetuar valores éticos e morais. (CHALITA, 2001, p. 20). A família, nos dias de hoje, é considerada uma instituição na qual as máscaras devem dar lugar a um semblante transparente, sem disfarces. O diálogo é primordial, para se acertar qualquer desentendimento e esclarecer dúvidas entre os filhos, sejam eles criança ou adolescente. O filho passa a ser a promessa ou a esperança de atingir metas que os pais não conseguiram em suas próprias vidas. A criança e o jovem precisam ser amados e respeitados dentro de suas potencialidades e limitações, sendo assim, eles adquirem confiança e autonomia e desenvolve um sentimento e auto-valorização e importância. Para isso, cabe aos pais ajudá-los a acreditarem em si mesmos. 27 Segundo Coles: As crianças precisam muito de um senso de propósito e direção na vida, de um conjunto de valores baseados na introspecção moral – uma vida espiritual que é sancionada por seus pais ou outras pessoas do mundo dos adultos. (COLES, 1998, p. 207). As crianças e os adolescentes vivem fazendo perguntas e querem sempre respostas visando um preparo para a vida presente e futura. Elas têm uma visão espiritual no sentido de olhar para dentro de si ousando compreender o que importa e por quais razões. A família quando diagnostica isso, deve tomar a sério o lado moral, afetivo e espiritual da vida da criança e responder com amor, respeito, inteligência e diálogo. Parafraseando, Coles fala da dificuldade de se educar os filhos: É uma longa batalha educar nossos filhos para serem bons: temos de fazer isso continuamente, educá-los e isso significa falar das coisas com eles: perguntando, falando, sondando-os, expressando nosso desagrado; ensinando-lhes como ir além do porquê, [...] e será a paciência que levará a isso, em um trabalho cotidiano, a paciência fará isso [...]. (Id.1998,p. 227). A convivência entre pais e filhos deve ser amorosa e paciente, sempre visando à construção da auto-estima positiva nos filhos partindo sempre do exemplo dos pais. Os pais têm o papel de passar a segurança para os filhos caso ele venha fracassar ou retroceder em suas ações.Acreditar que cada um tem um ritmo de desenvolvimento. Os pais não podem ser muito rigorosos na sua norma de educação, tem que ter flexibilidade, tem que ser um ambiente onde os pais se amem, tenham respeito pois o auto-amor é o alicerce que podemos construir a auto-estima, ou 28 seja a auto-aceitação da nossa personalidade. Quando nos aceitamos a nós mesmos somos mais capazes de aceitar os outros. Pais com auto-estima elevada, refletir mais a aceitação dos seus filhos. E, quando estão com baixa auto-estima, refletir suas emoções no seu próprio filho. Um lar precisa estar dentro de uma atmosfera de alegria, de higiene, de bem estar, disciplina espontânea, sem excesso de castigos, nem recompensas, sem gritos, nem lágrimas, com uma rotina bem estruturada. Relação de absoluta simplicidade e de confiança entre membros da família. Nada de isolamentos, origem de revoltas que nos acompanham pela vida a fora. Os pais em vez de ficar com ares de sabichões, por cima dos filhos, têm que se colocar ao lado deles e aprender com eles. Têm que trabalhar a arte de educar, que é uma auto-educação, com grande paciência, coisas que só conseguem os pais que amam seus filhos, onde o amor é mais forte do que o dever. É o amor que renova todas as coisas. E, é o amor que ensina a esperar até que seu filho compreenda aquilo que deve aprender. É na família onde se introduz de imediato a aprendizagem emocional. Os pais quando tem uma boa auto-estima, refletem de alguma forma em seus filhos e desenvolvem determinados sentimentos neles. O afeto é comparado ao espelho. Quando demonstram sentimentos de afetividade com os filhos, os pais recebem da mesma forma os mesmos sentimentos, seja subjetivos ( amor, raiva) ou expressivos ( sorriso, gritos, lágrimas). O afeto é a razão que norteia a auto-estima. Na teoria de PIAGET, isso se dá porque segundo ele, o afeto apresenta-se nessas dimensões (sentimentos subjetivos e expressivos) e desenvolve-se no mesmo sentido que a cognição ou inteligência. O desenvolvimento afetivo se dá paralelamente ao cognitivo e tem uma enorme influência sobre o desenvolvimento intelectual. . 29 CAPÍTULO III A AUTO-ESTIMA X AVALIAÇÃO 3.1 A auto-estima no processo avaliativo A escola tem muitas funções, uma delas, ao raiar do séc. XXI é desenvolver o potencial das crianças para formarem sua própria cidadania. Diante deste papel da escola, o destino da avaliação tem de ser adaptada, de modo a favorecer ao aluno a superar suas necessidades a partir de mudanças realizadas nas atividades de ensino. Na escola, ou mais precisamente; no processo avaliativo, há o papel do desejo. Só existe motivação quando há o desejo. Essa afirmação nos faz entender a vontade de aprender em cada criança e adolescente. Quando o educando sente vontade de aprender, ele está motivado, para desenvolver seu potencial, seus conhecimentos e a avaliação sendo formativa ajuda o aluno a conhecer seus erros e acertos, estimulando-o a um estudo mais prazeroso. Ao contrário, se o educando estiver com uma baixa auto-estima, ele não encontrará motivação para aprender. Com isso seu rendimento no aspecto avaliativo, não atenderá a sua expectativa e nem a do professor. O professor deve utilizar seu olhar clínico para a aparência afetiva e cultural da criança e do adolescente e variar os instrumentos de avaliação, porque é preciso avaliar o aluno em todas as suas especificidades. A auto-estima do aluno, no processo avaliativo, muitas vezes, é minada pela expectativa negativa do professor associada a meios insuficientes de avaliação. E muitas escolas continuam formando alunos fracassados quando 30 esta, não reconhece como válidas outras competências (música, artes, esportes, relacionamento, interpessoais etc.). É necessário que o professor reconheça seu papel de formador do aluno. Pois, vai muito além dos conteúdos. Um professor pode levar um aluno ao sucesso ou ao fracasso escolar. Segundo Werneck (2001, p.96) “Cabe a escola avaliação, antes as especialidades das inteligências de seus alunos. Eles por sua vez, devem ser exigidas onde são mais capazes. Este processo devolverá a todos mais felicidade”. Existem duas questões presentes neste contexto: as inteligências múltiplas e a avaliação das aptidões das crianças. A primeira torna-se fator importante para que a avaliação possa levar ao aluno motivação e resgate da auto-estima; no processo avaliativo, o essencial é que o professor considere o crescimento qualitativo dos alunos, mesmo não apresentando avanços no cognitivo, aí sim, como diz Werneck (2001, p.97) “... a escola será um ambiente de alegria, buscado pelas pessoas que querem melhorar a si mesmas e melhorar o mundo” . Segundo Goleman (1995,p.50) “Devíamos gastar menos tempo avaliando as crianças e mais tempo ajudando a identificar suas aptidões e dons naturais e a cultivá-los” . Mesmo sabendo que a avaliação é necessária à prática educacional, é dever do professor levar, aos alunos, o descobrimento como pessoa, desenvolver competências e educar-se para a solidariedade e o sucesso. Por isso o professor tem que tornar o processo avaliativo desejável, de modo que venha despertar no aluno sua auto-estima, competências e sucesso. Porque senão, continuaremos a assistir crianças e adolescentes levados ao fracasso, diante da avaliação como um instrumento de controle oficial, o “selo” do sistema, tanto para a aprovação quanto à reprovação. Temos que observar a individualidade, segundo Chalita: 31 Cada um é singular, daí que qualquer tentativa de homogeneização do ensino se traduza em fracasso. Os termos comparativos não levam a lugar algum. Aquele malfadado costume de dar prêmio aos melhores alunos e apontar os piores alunos para que sirvam de modelo, respectivamente a ser seguido e a ser evitado, não tem absolutamente nada de educativo ( CHALITA, 2001, p.136). Todo aluno merece respeito quanto ao seu conhecimento, pois cada um traz consigo a descoberta adquirida conforme seu caminhar de vida. Uns tem melhor desenvolvimento para matemática, música, outros para português e arte, cada qual com suas aptidões. As histórias de vida servem como sinalizadores do potencial que o educando possui. 3.2 Avaliar para o sucesso Uma criança para permanecer na escola, ela tem que ser avaliada com carinho. O professor tem que possuir uma diversidade de propostas e atividades que incluam a dimensão lúdica e imaginativa do pensamento, ter sempre uma intenção e um objetivo claro a ser atingido. E a regra de ouro: ser flexível. Todo professor tem que ter jogo de cintura para se enquadrar em situações imprevistas. Porque tanto as crianças, como os jovens sempre tem curiosidades, tem necessidade de estar em movimento. Não gostam de rotina. Por isso é preciso estar antenado ao que acontece. Buscar a fundo o que é necessário fazer para tornar a aula mais estimulante, que consiga segurar a atenção deles. Principalmente nos dias atuais, com informações modificadoras por minuto no mundo da internet, o educador que tem seu trabalho organizado ajuda no sucesso da atividade. Essa organização começa com o planejamento. As questões relativas ao processo de avaliação devem ser repensadas, verificar de que forma é colocado (trabalhos de casa, exames, notas, etc.), não contribui para uma relação de reciprocidade entre os alunos. 32 As escolas têm sofrido muitas mudanças em diversos aspectos, ela tem se desenvolvido, mas a avaliação, apesar da flexibilidade permitida, ainda, não é aplicada de uma forma adequada. Existe, ainda, a questão da memorização. O professor trabalha com a informação, e vê o educando como repetidor dessa informação. E quando ele realiza testes, está muito mais preocupado com a quantidade do que com a qualidade, mais com o fim do que com o processo. Se o educando continuar sendo trabalhado dessa forma, pelo professor, como um repetidor, estará trabalhando apenas com uma área da inteligência. Existem outras inteligências que devem ser trabalhadas, a afetiva, lógicamatemática etc. Os professores não podem determinar qual o tipo de inteligência que os alunos devem usar ou quanto à criança ou o adolescente devem saber. Mas podemos afirmar o que ela domina em termos de conteúdo, conceitos e competências. A avaliação consiste em valores. Ou seja, o professor deve realizar uma troca de conhecimentos com os alunos, valorizá-los e realizar avaliações a partir de um acompanhamento. A avaliação proporciona, ao aluno, os dois pontos, o fracasso e ao sucesso. E no fracasso, ainda, existe a situação da reprovação, que afeta de qualquer forma a auto-estima do educando. E, alguns professores a usam de forma agressiva, pois assusta o aluno com a nota, como forma de mantê-lo quieto. Um dos problemas que tem ocorrido nos dias atuais, e vejo que é por causa de situações de rejeição, é que o aluno começa a ter reações difíceis na escola, como: agressão ao professor e ao colega, roubo de materiais fundamentais para o funcionamento da escola, agridem verbalmente ou fisicamente, essa é um forma de chamar a atenção, ou seja , ela quer mostrar sua insatisfação contra aquele ambiente que o faz sofrer. Segundo Goleman (1995, p.86) “Como sociedade, não tivemos preocupação de garantir as crianças o mínimo de competência para lidar com a raiva e para resolver conflitos de forma positiva” . 33 O professor deve ter cuidado para não se deter no comportamento do aluno, rotulando-o, pois o aluno agressivo ou conversador sempre tende a ser visto dessa maneira, assim como aquele que sempre se apresenta como atencioso e comportado. Quando seu aluno está agressivo, procure conhecer o responsável dele. Essa é uma boa forma de conhecê-lo. Se na escola existir uma psicóloga que tente encaminhá-lo, Conversar, mostrar que o comportamento dele te deixa triste e mostra que o ser humano é o único ser vivo que fala e raciocina, justamente por isso é capaz de resolver suas dúvidas com conversa e não com brigas. Quando se avalia para o sucesso, tem que avaliar além do cognitivo, o que chamamos de qualidade de afetividade. Quando o aluno se enquadra nestas propostas e adere a elas, sempre há uma mudança de comportamento. O professor deve reconhecer que o erro também leva ao acerto. Pois quando os alunos erram e são punidos, a tendência é ajustar-se, por isso podemos dizer que: Considerar o erro como parte do pensamento em formação traz uma nova dimensão ao processo avaliativo: avaliação implica na dinâmica do processo de aprendizagem de um determinado objeto de conhecimento, através da articulação (dialética) entre os elementos adequados da resposta ( geralmente referidos como acertos) e os elementos inadequados ( geralmente referidos como erros). (LIMA, 2002, p.17). Avaliar é ter capacidade de conduzir o processo de construção de conhecimento do educando, para ajudar a enfrentar os obstáculos. Lidar com relações afetivas não é coisa que se aprende facilmente. Mas, é por meio dos vínculos existente entre o professor e o aluno que a aprendizagem ocorre. A afetividade existe quando o professor considera o aluno e o conduz a construir sua própria relação com o mundo. E firmar esse vínculo afetivo é ensinar os alunos a serem curiosos e fazer que com que eles encontrem um lugar para sua idéia. Quanto a isso, Antunes afirma que: 34 Se um professor assume aulas para uma classe e crê que ela não aprenderá, então está certo e ela terá imensas dificuldades. Se ao invés disso, ele crê no desempenho da classe, ele conseguirá uma mudança, porque o cérebro humano é muito sensível essa expectativa sobre o desempenho. (ANTUNES,1996,p. 56). Essa relação, professor e aluno, têm que ser baseada em efetividade e sinceridade. A escola como parte completa e essencial em uma sociedade, não pode ficar indiferente a esta busca. A escola não é a reposta para todos os obstáculos existentes do ser humano, porém, como órgão educacional que tem como seu exercício a formação do cidadão como sujeito construtor do seu contexto histórico, pode e deve cooperar para mudanças significativas na relação professor e aluno. Para a construção da auto-estima é preciso buscar a responsabilidade e não a culpa, criar um ambiente de segurança que faça com que o educando sinta-se genuinamente recebido, compreendido e respeitado, sensibilidades que ajudam a trabalhar núcleos emocionais que bloqueiam comportamentos inconvenientes. Os professores têm que compreender que as crianças assimilam melhor o ensinamento quando estão satisfeitos com elas mesmas e que bons sentimentos são importantes. O professor na sala de aula passa a ser o “espelho” do aluno. E eles esquecem muitas vezes que o educando o admira e querem imitar. Se todos em seus pensamentos e atitudes soubessem disso procurariam vigiar suas palavras e posturas. A avaliação é uma herança das instituições educativas. Ela como atividade de pesquisa e expansiva, acontece em todo momento e em várias atividades da vida. Está sempre fazendo análise sobre o que se vê, o que se faz, o que se ouve, o que interessa e o que não agrada. Avalia-se a tudo e a todos. 35 Quando se está avaliando para o sucesso devemos nos questionar sobre as seguintes perguntas: Avaliar para quê? Avaliar o quê? Avaliar quando? Avaliar como? Avaliar quem? Avaliar por quê? O educador quando avalia seu aluno em sala de aula, perante seus colegas, se torna uma situação constrangedora. Pois expõe seu aluno a repreensão verbal, física, análise crítica e até humilhação perante a turma, criticando seus valores e suas atitudes. É preciso que o professor tenha competência para ensinar, ou seja não basta somente conhecer as teorias de aprendizagem, é necessário compreender os processos de aprendizagem, o que lhe ajudaria a estabelecer um caminho para ensinar. Todo professor deve ajudar seu aluno, ou seja, tem que ser amigo mesmo, e não falso. Avaliar as qualidades e defeitos do educando, mas na medida certa, sem deixar seqüelas. Pois muitas frustrações de vários alunos existem, pelo professor não ter se expressado direito, magoando dessa forma e ferindo sua auto-estima. Ajudá-lo a se valorizar, dizer que ele é importante, é capaz, que tem um gigante dentro dele, cheio de criatividade, estimulá-lo mesmo. Para avaliarmos o aluno para o sucesso, temos que conhecermos o problema da desmotivação do educando. Sabemos que muitos fatos são influentes nesta fase: os pais, os meios de comunicação, a internet, o exagero de materialismo e consumismo, os estilos de vida, o desenvolvimento econômico. Tudo isso afeta direta e indiretamente o bom desempenho de nossas crianças e jovens. Sendo dessa forma não só um problema exclusivo da escola, mas acaba sendo um problema de ordem social e cultural. Em qualquer escola para se obter o sucesso de cada aluno é preciso muita flexibilidade do professor, e ele tem que estar muito bem para desempenhar tão importante papel. Ele tem que se tornar o ídolo de cada aluno. Ou melhor, deve ser brilhante, para que seu brilho chegue a cada educando, como uma mágica para a transformação do ser. 36 CONCLUSÃO “A pior falência é a do homem que perdeu o entusiasmo. Se o homem perder tudo na vida, menos o entusiasmo, ele voltará a ter sucesso” ( H.W.Arnold). Em cada criança e em cada jovem existe uma grande capacidade de amar. Esse é o sentimento maior que pode transformar a vida de cada ser, a auto-estima está envolvida nesse sentimento. O lema para uma boa autoestima é amar-se. O educador deve reforçar todo desempenho escolar necessário, por mínimo que seja esta valorização da auto-imagem implica no desenvolvimento da autoconfiança necessária para que a criança ou o jovem sinta prazer em conviver com os demais. A receita importante para melhorar a auto-estima de um educando ou de um professor, é sorrir, simplesmente sorrir, estar de bem com a vida.Por mais que não tenha algo acontecendo, o cérebro recebe uma mensagem que está tudo bem.Existe uma conexão direta entre o sorriso e o sistema nervoso central. O educador tem o dever de estimular seu aluno a voar como águia, despertar o gigante que existe dentro dele, para elevar sua auto-estima, fazendo que com isso, obtenha bom desempenho na aprendizagem. A auto-estima é uma força que impulsiona a criança, o jovem, os professores, os pais, a viver uma vida de encorajamento, força para fazer que se tem vontade, com garra. Ela é comparada como a gasolina que não pode faltar no carro, pois se falta, não anda, nem para frente nem para trás. Assim é o educando sem uma auto-estima elevada, ele não consegue desenvolver bem no seu aprendizado, ficando dessa forma prejudicado. Mas, a auto-estima envolve muitas considerações. A família é um dos componentes dessa consideração, também o professor bem motivado, de bem com a vida mesmo, gostando de sua profissão, exercendo com amor etc. Pois 37 professor que não se aceita, não consegue transmitir para seu educando o sucesso da auto-estima. A parceria da família com os professores é a essência de toda transformação. Pois somente conhecendo seu aluno a fundo, pode-se trabalhar a mudança na aprendizagem do educando com baixa auto-estima. Todo ser é capaz de mudança, quando se quer executar um bom trabalho, basta somente a vontade e seguir meios que levem a modificação total. A motivação é primordial para que todo o desenvolvimento da auto-estima aconteça. Cada educando que existe merece ser motivado, seja criança ou adolescente. Com certeza esse aluno será o futuro melhor de nossa sociedade. E tudo isso é transformando, estimulando-se a auto-estima. O maior desafio para o educador é fazer seu educando dar certo. Toda estrutura psicológica de um ser se forma quase toda na primeira infância, desenvolvendo-se normalmente até os 21 anos de idade; todavia, essa estrutura pode ser modificada no suceder da vida, a qualquer momento. Nunca é tarde, para promover a modificação no padrão da sua auto-estima. Só é preciso, conhecer a forma exata para acessar o conjunto de crenças que estão codificadas no seu cérebro e reprogramá-las. Com a auto-estima elevada toda mudança é eficaz. O ser se torna melhor e com mais alegria de viver. 38 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ANTUNES, Celso. Alfabetização Emocional. São Paulo: Terra, 1996. BRANDEN, Nataniel. O Poder da Auto-Estima. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2000. ________________. Auto-Estima e os seus seis pilares. 5. Ed. São Paulo: Saraiva, 2000. CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto, 16. ed. São Paulo: Editora Gente, 2001. COLES, Robert. Inteligência Moral da criança. Rio de Janeiro: Campus, 1998. CURY, Augusto Jorge. Pais Brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. FONSECA, Vitor da. Introdução as Dificuldades da aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995. HUMPHREYS,Tony.Auto-Estima: a chave para a educação do seu filho.São Paulo: Ground, 2001. LIMA, Elvira Souza. Avaliação na Escola. São Paulo: Sobradinho, 2003. RIBEIRO, Lair. Auto-Estima: aprendendo a gostar mais de você. Belo Horizonte: Leitura, 2002. _____________. Excelência Emocional. Belo Horizonte: Leitura, 2002. WADSWORTH, Barry J. Inteligência e afetividade da criança na teoria de Jean Piaget. São Paulo: Pioneira, 1993. WERNECK, Hamilton. Prova, Provão camisa de força da educação. 7. Ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.