Fruta vermelha faz envelhecer mais tarde
Ácido elágico, presente em todas elas, traz efeito antioxidante.
Cerejas, framboesas, nozes, amoras, uvas. As frutas são comuns nesta época do ano e,
além de saborosas, tem função antienvelhecimento. Pesquisa da Universidade de
Brasília (UnB), mostra como ocorre a atividade antioxidante do ácido elágico, presente
nas frutas vermelhas, dentro das células.
O ácido elágico é um composto natural presente, principalmente, nas frutas vermelhas,
da classe dos polifenóis. O ácido está relacionado com a defesa das plantas e favorece
que estas eliminem vírus, bactérias e fungos.
- Esse ácido produz ação antioxidante e, com isso, protege as membranas e o DNA da
ação dos radicais livres, que provocam envelhecimento precoce e alguns tipos de câncer
- explica Janine Ginani, nutricionista autora da pesquisa.
O ácido elágico está associado à coloração vermelha das frutas. Segundo Janine, os
benefícios da substância estão presentes, em maior quantidade, nas frutas vermelhas e
nos alimentos compostos por elas. Entretanto, para garantir a eficácia do polifenol, a
nutricionista sugere que as frutas sejam consumidas in natura.
- Quanto mais fruta natural o alimento levar melhor. Quanto mais processo a fruta sofre
na preparação dos pratos, mais ela perde os nutrientes - explica Janine.
Na hora de escolher os iogurtes, a nutricionista sugere aqueles com pedaços de frutas.
- Os iogurtes normalmente são feitos com corantes e aromatizantes e não levam frutas,
pelo menos assim sabemos que têm um pouco de frutas - argumenta.
A opção mais saudável, segundo a nutricionista, é o iogurte natural batido com as frutas
naturais. Entre os derivados, Janine sugere as geléias por serem preparadas com maior
concentração de frutas e, conseqüentemente, de ácido elágico.
Janine recomenda que não se coma apenas frutas vermelhas. O melhor, segundo a
nutricionista, é manter uma dieta equilibrada tanto de frutas como de verduras.
- Assim é possível ter vários compostos agindo ao mesmo tempo e prevenindo várias
doenças - explica Janine.
Além da ação retardadora do envelhecimento, o ácido elágico está relacionado com a
redução da malignidade de tumores de esôfago e intestino. De acordo com Janine, ele
induz a mortalidade das células cancerígenas, mas não agride as células naturais.
- Os radicais livres às vezes reagem com o DNA ou com as membranas celulares e,
assim, desestabilizam essa estrutura, o que pode levar ao câncer. Como o ácido elágico
protege o DNA e as membranas, previne o câncer - detalha a nutricionista.
Apesar dos benefícios proporcionados pelo ácido elágico, é preciso prudência antes de
consumir o ácido elágico. A substância é vendida em cápsulas com a garantia de atuar
como medicamento rejuvenescedor.
- Não há estudos toxicológicos para a venda desses medicamentos. Uma coisa é dentro
do tubo de ensaio e outra no organismo - alerta a nutricionista.
Os estudos desenvolvidos pelo grupo de pesquisa em radicais de oxigênio da UnB são
importantes para que, futuramente, medicamentos devidamente testados sejam
comercializados. Os pesquisadores estudam, também, o ácido tâmico, presente na
banana e nos chás verde e preto, com ação semelhante a do ácido elágico.
Fonte: Jornal do Brasil