PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE LETRAS
INTERDISCIPLINARIDADE: DESAFIO NO ENSINO DAS LETRAS CIÊNCIAS
BIOLÓGICAS E PEDAGOGIA
Luzinete Alves da Silva. Jeferson Nogueira de Sousa
GOIÂNIA, 2014
LUZINETE ALVES DA SILVA, JEFERSON NOGUEIRA DE SOUSA.
INTERDISCIPLINARIDADE: DESAFIO NO ENSINO DAS LETRAS CIÊNCIAS
BIOLÓGICAS E PEDAGOGIA
Artigo Científico apresentado ao
Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência – PIBID da
Pontifícia Universidade Católica de
Goiás – PUC, sob a orientação do
Professor Doutor Divino Jose Pinto.
GOIÂNIA, 2014
INTERDISCIPLINARIDADE: DESAFIO NO ENSINO DAS LETRAS CIÊNCIAS
BIOLÓGICAS E PEDAGOGIA
Luzinete Alves da Silva, Jeferson Nogueira de Sousa.
RESUMO
Este artigo tem por objetivo realizar e investigar estudos interdisciplinares na
constituição dos sentidos e na importância de sua inserção na construção do
conhecimento em sala de aula. Traduzir um conjunto de experiências vivenciadas por
bolsistas do subprojeto Letras-Pedagogia e Ciências Biológicas, postos ao trabalho
interdisciplinar do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID,
com alunos do ensino Fundamental da Escola Estadual Nhanhá Do Couto - Endereço:
Avenida 24 De Outubro QD P-89 LT Área S/N Setor dos Funcionários. A experiência
compreendeu duas fases: estudos preparatórios para o desenvolvimento do plano de
atividades e elaboração didática, contemplando produção textual explorando o tema
interdisciplinaridade.
Como definição a interdisciplinaridade, não elimina as disciplinas, mas requer
que as mesmas dialoguem entre si numa compreensão educacional em busca de
inovação. Desta forma utilizaremos a estratégia: os próprios alunos construírem um
jornal escolar estabelecendo à didática e a mediação dialética entre os diferentes
saberes específicos. O critério utilizado para seleção dos textos, objeto de estudo, teve
como finalidade o desenvolvimento da técnica da leitura, da redação, da interpretação
oral e escrita. Teoria/prática, certo/errado, certeza/dúvida, ciência/arte...” (Hilton
Japiassu).
Palavras – Chave: Interdisciplinaridade. Experiência. Processo.
Graduandos do Curso de Letras e Bolsistas do Subprojeto PIbid- Letras, Pedagogia e Ciências Biológicas
da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Trabalho orientado pelo Professor doutor Divino Jose Pinto
1-CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A interdisciplinaridade surgiu na década de 60, na Europa, França e Itália,
principalmente, na época de reivindicações e propostas no âmbito educacional. No final
dos anos 60, chegou ao Brasil, com sérias alterações, Hilton Japiasú (1976) na obra
“Interdisciplinaridade e Patologia do Saber” introduz a interdisciplinaridade no país.
Neste texto, o autor apresenta uma pequena síntese das concepções de
interdisciplinaridade e suas relações com o ensino, discutidas na década de 70.
Partindo de uma reflexão sobre a unicidade do conhecimento e da necessária de
fragmentação para uma explicitação mais aprofundada de suas partes. Segundo o autor
é somente na troca, e numa atitude conjunta entre os professores e alunos, que a
interdisciplinaridade no ensino pode ser efetivada como meio de conseguir uma melhor
formação profissional, ou seja, como incentivo à formação de pesquisadores e
pesquisas, como condição para uma educação permanente, como superação da
dicotomia ensino/pesquisa e como forma de compreender e modificar o mundo.
Neste estudo, temos por objetivo considerar a ideia de interdisciplinaridade na
educação, investigar os pressupostos e suas implicações na prática docente. Abordar
essa problemática sugere que se reflita sobre o significado de disciplina e sua relação
com a construção do conhecimento, que a caracteriza enquanto objeto de
ensino-aprendizagem. Tentaremos demonstrar neste estudo, a importância da formação
propositiva de compreensão e interpretação textual, e desta forma compartilhada,
entende-se que o ato de leitura e produção textual desenvolvido interdisciplinarmente
pode favorecer o aprofundamento do olhar nas disciplinas tradicionais, transpondo a
ideia de especialidade ou pluridisciplinas, que mantiveram por longos anos a discussão
acerca do conhecimento de modo fragmentado, dissociado como se assim fosse à vida.
Por isso, tentaremos apresentar neste trabalho, uma reflexão que caracterize a
interdisciplinaridade de Hilton Japiassu com os pensamentos de Edgar Morin.
Apresentaremos as ideias de cada autor com base na obra intitulada
“Interdisciplinaridade e Patologia do Saber”, de Hilton Japiassu, (1976) e “Os Sete
Saberes Necessários á Educação do Futuro”, de Edgar Morin (2000). O objetivo aqui
não é mostrar qual das duas concepções apresentadas seria a mais adequada para a
escola, ou para o sistema educacional, mas, a partir da teoria com a prática, demonstrar
o resultado na escola campo na qual é desenvolvida a pesquisa do Pibid. Desta forma
ficará evidente como o Pibid, e o subprojeto já exposto, podem contribuir para a
inserção e o aprimoramento de uma prática docente interdisciplinar nas escolas
públicas. Hilton Japiassu apresenta os principais questionamentos a respeito da temática
e suas concepções quando defini o termo Interdisciplinaridade, não se tem ainda um
sentido único e fixo, trata-se de uma ideia que varia no seu significado.
A expressão “Interdisciplinaridade” é, e já foi muito discutida, pois existem
vários conceitos para ela, depende da experiência educacional, do entendimento e da
vivência de cada um. É uma temática compreendida na forma de trabalhar em sala de
aula, no qual um tema é sugerido em diferentes abordagens em todas as disciplinas; e
compreender, entender as partes de ligação entre as diferentes áreas de conhecimento,
unindo-se para transpor algo inovador, abrir sabedorias, resgatar possibilidades e
ultrapassar o pensar fragmentado. É a busca constante de investigação, na tentativa de
superação do saber.
(JAPIASSU 1976, p.74) “A interdisciplinaridade caracteriza-se pela intensidade
das trocas entre os especialistas e pelo grau de interação real das disciplinas no
interior de um mesmo projeto de pesquisa”.
Nesse
sentido,
compreendem-se
as
principais
motivações
desse
empreendimento, bem como as justificativas que foram invocadas em seu favor. Para
isso, optamos para perspectiva interdisciplinar, partindo-se do pressuposto de que esse
conceito “evoca, tanto a ideia de processo quanto a de produto”. É uma ação
pedagógica baseada na comunicação, uma ferramenta de combate à pobreza
teórico-conceitual e textual. Um dos fatores apontados por Japiassu (1976) como
obstáculo para que a prática da interdisciplinaridade seja estabelecida com rigor é o fato
de existir entre vários especialistas persistentes ignorâncias mútuas e por vezes
sistemáticas. A palavra interdisciplinaridade é muito utilizada pelos profissionais da
educação, e está muito evidente atualmente para nomear algumas ações, mas nem
sempre ficou claro o seu significado real. Assim, não se tem uma orientação certa para
que os professores possam desenvolver sua prática. Este tema tem sido discutido sobre
aspectos diferentes por vários autores. Hilton Japiassu diz o seguinte sobre
interdisciplinaridade:
(...) Podemos dizer que nos reconhecemos diante de um empreendimento
interdisciplinar todas as vezes que ele conseguir incorporar os resultados de
várias especialidades, que tomar de empréstimo à outras disciplinas certos
instrumentos e técnicas metodológicos, fazendo uso dos esquemas conceituais
e das análises que se encontram nos diversos ramos do saber, a fim de fazê-los
integrarem e convergirem, depois de terem sido comparados e julgados
(JAPIASSU, 1976, p.75).
2- SENTIDO E DESAFIO DA INTERDICIPLINARIDADE
Temos muitos desafios e o caráter disciplinar do ensino formal dificulta a
aprendizagem do aluno, não provoca estimulo e nem desenvolve a inteligência. A
educação deve sempre manifestar a necessidade de romper com modelos tradicionais
para o ensino aprendizado. Os sujeitos e as instituições escolares devem ter um conceito
de completude dos conhecimentos e realizar uma inter-relação para que os sujeitos,
professores e instituições de ensino, entre elas, as escolas de ensino básico, para que
percebam a necessidade de uma proposta de ensino-aprendizagem dirigida e conectada
entre as disciplinas e a interdisciplinaridade, pensando, por que desta prática não existir
ou ser pouco frequente.
Edgar Morin, p.45, afirma que atitudes inter e transdisciplinares têm sido
indicadas como críticas aos pensamentos que separa, fragmenta, simplifica e reduz o
conhecimento. A ideia de disciplina é essencial para que se possa entender o
desenvolvimento e a expansão das ciências e do intelecto humano.
Entender o termo interdisciplinaridade deve-se compreender a noção de
disciplina. De acordo com Morin (2000), as disciplinas como estão estruturadas só
servirão para isolar os objetos do seu meio e isolar partes de um todo. A educação deve
romper com essas fragmentações para mostrar as correlações entre os saberes, a
complexidade da vida e dos problemas que hoje existem. Caso contrário, será sempre
ineficiente e insuficiente para os cidadãos do futuro.
Quando se estabelece fronteiras rigorosas entre as disciplinas, a escola
fragmenta o saber desconectando o sentido dentro do todo e, ao isolar os conteúdos do
currículo, a escola aliena o aluno quebrando sua relação com o mundo, impedindo que
ele defina sua própria forma de conhecimento. A instituição escolar deve superar suas
limitações para que o caminho fique aberto às inter-relações possíveis, para que as
práticas interdisciplinares surjam das afinidades que há entre diversas disciplinas, e aos
poucos seja ampliado para outras áreas que apresentam poucas ou nenhumas afinidades.
A interdisciplinaridade – não possui um conceito definido, acabado. Segundo Japiasu (1976) trata-se da
intercomunicação entre as disciplinas, no nível de conceitos e métodos. Neste artigo partimos da seguinte interpretação
que fizemos dos conceitos de interdisciplinaridade: uma inter-relação recíproca entre duas ou mais disciplinas. Práticas
em que não há reciprocidade entre as disciplinas. Então, cada uma delas fragmenta um objeto comum isolando para
estudá-lo separadamente.
3-CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com este estudo, tentamos demonstrar que as noções de interdisciplinaridade
transmitem uma compreensão de sentidos, conceitos e que existe interação entre alunos
e professores quando a interdisciplinaridade ocorre no âmbito educacional. Com esta
proposta tentamos atribuir a relevância do Pibid para a formação do docente, e em
especial o aluno bolsista sobre a importância do subprojeto para a intensificação da
prática interdisciplinar no contexto das escolas públicas. Se a educação escolar conduz
o trabalho fragmentando e separando os conhecimentos, é porque ela é orientada por
essa herança e prática disciplinar na qual os educadores também são formados. Presos a
este costume, os professores transmitem aos seus alunos, e quem não aceita esse
pensamento tende a modificar a maneira de trabalhar os conhecimentos nas escolas. Se
um professor tem habitualmente atitude interdisciplinar desenvolvida e manifestada em
suas práticas docentes, ele será um exemplo, para que seus alunos desenvolvam a
mesma atitude.
Esse cenário deixou evidente que o ato de articular as disciplinas escolares ainda
carece de maiores esclarecimentos e efetivação nas escolas. Desta forma, surgiu à
proposta de realizar com os alunos uma discussão em sala de aula, sobre as divisões
presentes em um jornal, proposta essa, realizada na escola desenvolvendo e priorizando
as “notícias, carta ao leitor, artigo de opinião, editorial, e resenhas”. Teve como
princípio básico a relação dialógica entre os saberes e o diálogo constante entre as
disciplinas. Os resultados apontados nos remeteram que a experiência evidenciou a
prontidão e o interesse maior dos alunos do ensino Fundamental pela leitura e produção
textual, incidiu sobre a integração de linguagens e a abordagem interdisciplinar, em
articulação com eventos classificados no âmbito da produção de textos e gêneros
textuais, disseminando informações a respeito do meio ambiente, para os professores,
alunos e leitores do jornal.
Podemos definir que a ação interdisciplinar está mais próxima da realidade
curricular das escolas, ou mais aceitável. Como já exposto, não tivemos como objetivo
aqui, mostrar qual das duas concepções apresentadas seria a mais adequada para a
escola, ou para o sistema educacional, mas apontar as contribuições do “PIBID” em
relação com a realidade educacional, para uma prática docente mais interativa e dinâmica.
REFERÊNCIAS
HILTON JAPIASSU. Interdisciplinaridade e Patologia do Saber Editora Imago. 1976.
EDGAR MORIN. Os Sete Saberes Necessários á Educação do Futuro. Editora Cortez.
2000
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