Informativo da Associação Brasileira de Brinquedotecas SUMÁRIO Editorial e F 49 Nº / 2010 ISSN: 1982-8322 l a t ! a N liz Curso de Brinquedista Brinquedotecas para crianças LABRIMP Laboratório de Brinquedos e Materiais Pedagógicos Brinquedoteca: mais de 50 anos de história Renate Fuchs da ITLA visita São Paulo XII Congresso Internacional de Brinquedotecas Que seja um tempo de alegria e confraternização ! EDITORIAL A Associação Brasileira de Brinquedotecas, ao fechar este Ano de 2010, faz um balanço positivo do que foi realizado, ao mesmo tempo que se prepara para 2011, dias que trarão consigo o grande desafio de realizarmos o XII Congresso Internacional de Brinquedotecas, no Memorial da América Latina, e o II Encontro de Pesquisadores sobre Brinquedotecas, em São Paulo, cujo site é http:// itlaconference2011.com.br, conforme noticiado nesta edição. Este ano que termina dá provas do movimento de abertura e expansão da ABBri, a qual configura dois novos núcleos: o da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, UERJ, com forte experiência em brinquedoteca hospitalar, e o do Instituto Indianópolis, base matriz de nossa Associação, com Nylse Cunha à sua frente, que será o único núcleo na cidade de São Paulo, o qual dispensa palavras que atestem sua grande experiência e dinamismo. Por sua vez, o núcleo do Rio nos deixa também felizes, por possibilitar uma divulgação maior da ABBri nesta cidade e Estado, assim como por atestar nossa aproximação com as Universidades, contribuindo para estreitar os laços entre estudos e pesquisas sobre brinquedoteca e sua prática no dia-a-dia. Neste mesmo sentido, aqui registramos e agradecemos o apoio do Instituto de Psicologia da USP, que nos cede gentilmente seu espaço para realizarmos nosso curso de formação de brinquedistas, em janeiro próximo, também noticiado nesta página. Para 2011, temos também o desafio de termos nossa sede própria e começarmos a montar nosso acervo de jogos e brinquedos. Queremos um espaço que nos possibilite organizar e administrar mais cursos, entre janeiro e julho, com enfoques específicos, em curta duração, como de uma jornada de oito horas, sobre assuntos que pedem uma reflexão conjunta, como o de formação de voluntários, por exemplo. O Brinquedista, por sua vez, procura transmitir este clima de otimismo e renovação, vestindo uma roupa nova para este Natal. Em 2011, ele passa a ser publicado on-line, com uma versão impressa apenas ao final do Ano. Também nosso site, http://www.brinquedoteca.org.br esforça-se por se acompanhar as notícias que são muitas e conta com vocês. Finalizo lembrando que a ABBri somos nós todos juntos, que temos o mesmo ideal, o de divulgar as brinquedotecas e de garantir sua qualidade. A todos, um Natal muito feliz e um 2011 iluminado e colorido com as cores da Paz e da Harmonia. Comissão Editorial Edda Bomtempo - Editora Vera Barros de Oliveira Aidyl M. de Queiroz Pérez-Ramos Beatriz Piccolo Gimenes Daniela Linhares Nylse Cunha Expediente Jornalista responsável: Renata Gimenes Diretora de publicação: Vera B.Oliveira Diagramação: Ricardo B. Smith Impressão: Gráfica Sanwel Vera Barros de Oliveira Presidente da ABBri Diretoria Executiva Presidente: Vera Maria Barros de Oliveira Vice-Presidente: Nylse Helena Silva Cunha 1ª Secretária: Marylande Peres Gonçalves Franco 2ª Secretária:Aidyl M. de Queiroz Pérez Ramos 1ª Tesoureira: Aida Scharf Munimos 2ª Tesoureira: Daniela Ribeiro Linhares [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] Conselho Fiscal Germana Concilio Savoy Risélia Roso Pinheiro Antonia Cristina Peluzzo de Azevedo [email protected] [email protected] [email protected] O Brinquedista nº 49 ... Pág. 02 O Brinquedista é o informativo semestral da Associação Brasileira de Brinquedotecas. Associe-se. R. Antonio de Macedo Soares, 414 Brooklin, São Paulo, SP. CEP 04607-000 Fone/Fax: (11) 5533-1513 <www.brinquedoteca.org.br> E-mail: associacaobrasileira@ brinquedoteca.org.br Curso de Brinquedista A Associação Brasileira de Brinquedotecas (ABBri), filiada a International Toy Libraries Association (ITLA), promove curso teórico-prático de formação do Brinquedista: “A BRINQUEDOTECA: SUA ORGANIZAÇÃO E OPERACIONALIZAÇÃO COM QUALIDADE” 10 a 14 de janeiro de 2011 Duração: 40 horas Horário: 9:00 às 17:00h Aulas interativas ministradas por profissionais experientes da área, com relatos de experiências e apresentação de estudos recentes, seguido de fóruns e oficinas. Tópicos abordados: J BRINQUEDOTECA: CONCEITO; CRITÉRIOS DE QUALIDADE DE SUA IMPLANTAÇÃO E OPERACIONALIZAÇÃO; SUAS MODALIDADES (ESCOLAR, HOSPITALAR, ETC.); EXPERIÊNCIAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS. J NOÇÕES BÁSICAS DE ASPECTOS COGNITIVOS E AFETIVO-EMOCIONAIS RELACIONADAS AO BRINCAR NAS DIVERSAS FASES DA VIDA; ESTRETÉGIAS DE EXPRESSÃO E COMUNICAÇÃO: PLÁSTICAS, GRÁFICAS, MUSICAIS, CÊNICAS E DIGITAIS. J O BRINQUEDISTA: SEU PAPEL E FUNÇÃO; IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO ENTRE SUA FORMAÇÃO PESSOAL E PROFISSIONAL; SUBSÍDIOS DE FORMAÇÃO CONTINUADA; O PERFIL DO PROFISSIONAL BRINQUEDISTA. Além das aulas dadas, serão realizados: J Visitas programadas: - LABRIMP/FEUSP - brinquedoteca da Faculdade de Educação da USP. - Hospital Universitário da USP. J Apresentação de experiências com brinquedoteca pelos participantes do curso. J Fórum de discussão sobre a trajetória da brinquedoteca nos dias de hoje, com base nas aulas, visitas e trabalhos apresentados pelos participantes. Corpo docente: - Vera Barros de Oliveira - Aidyl Pèrez-Ramos - Edda Bomtempo - Maria Célia Malta Campos - Beatriz Piccolo Gimenes - Daniela Linhares - Germana Concilio Savoy - Silvia Queiroz - Juliana Pieroni - Tereza Mirian Pires Nunes Será conferido Certificado de Conclusão de Curso de Formação de Brinquedista pela ABBri. Local: Biblioteca do Instituto de Psicologia da Universidade de S.Paulo – Cidade Universitária. Como chegar à USP, acesse o link: www.pro.poli.usp.br/departamento/como-chegar INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES: ABBri - Associação Brasileira de Brinquedotecas Rua Antônio de Macedo Soares, 414 - Brooklin - SP/SP Tel/fax: (0xx11) 5533-1513 - CEP:04607-000 E-mail: [email protected] O Brinquedista nº 49 ... Pág. 03 Brinquedotecas Aidyl M. de Queiroz Pérez-Ramos Membro Diretor da ABBri Favorecer o brincar onde a criança estiver. Este é o lema para se ter sempre presente na instalação de brinquedotecas nos ambientes que aquela possa frequentar, como nas áreas externas de condomínios, nos clubes, nas escolas e até mesmo nas prisões e nos hospitais. Qual seja o tipo de brinquedoteca caracterizado pelo contexto em que for instalado ou pela fase de vida da criança, há aspectos gerais que devem ser considerados. A saber: 1. Adequação às características da criança: faixa etária, necessidades principais e preferências, condições socioeconômicas e outras variáveis que determinam diferenças individuais que possam caracterizar o seu perfil, de modo a prover-lhe condições para o seu desenvolvimento. 2. Ambiente e espaços apropriados que facilitem o brincar individual e em grupo, com atuação do(a) brinquedista e outros adultos significativos para a criança. 3. Móveis e demais equipamentos (estantes, mesinhas, cadeirinhas, pias e W.C. adaptados, etc.) atrativos, seguros e adequados às condições da criança. 4. Brinquedos dispostos nas estantes, organizados de modo a facilitar o seu uso, em função de sua característica e das diferenças individuais do usuário, inclusive do afetado por necessidades especiais. 5. Brinquedos em quantidade suficiente e alguns ao alcance do usuário, sendo de fácil manejo, de uso múltiplo, sem periculosidade, com aparência e funções atrativas. 6. Fichas indicativas para cada brinquedo, seus objetivos em função da faixa etária e da área prevalente do desenvolvimento infantil (emocional, psicomotora, social e cognitiva), e outros aspectos indicativos que facilitem a escolha do jogo e, se possível, o seu empréstimo. O Brinquedista nº 49 ... Pág. 04 ALGUNS TIPOS DE BRINQUEDOTECAS 1. Brinquedoteca escolar Como são necessárias as bibliotecas nas escolas, inclusive amostras de livros nas próprias classes para uso imediato, deve haver brinquedos nestes ambientes e também como chamativos à existência da brinquedoteca na instituição. Muitas vezes recebem o nome de Brinquedoteca Pedagógica por ser utilizada como recurso de aprendizagem escolar. Assim, passam a ser recurso didático, servindo naturalmente para promoção do desenvolvimento da criança, em especial do cognitivo. Um aspecto que não deve ser esquecido é a existência de brinquedos adaptados às crianças com necessidades especiais (deficiência cognitiva, motora, sensorial, etc.) para facilitar-lhes a inclusão ao processo educativo normal. Aliás, esta diferenciação deve ser uma recomendação para toda e qualquer brinquedoteca que se instale. 2. Brinquedoteca hospitalar Hoje é imprescindível sua instalação nos hospitais pediátricos ou unidades dessa natureza, devido à determinação da Lei nº. 11.104 de 21/03/2005. Ela dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação. Naturalmente, esta norma não deve parar aí. Há necessidade de se determinar também sobre a instalação de brinquedoteca em sala de espera de consultórios, nos pronto-socorros, nos postos de saúde e em outras dependências de atenção à saúde. Uma característica especial a esse tipo de brinquedoteca refere-se à higienização das crianças, dos seus acompanhantes e dos brinquedistas, como também dos próprios brinquedos. Para tal fim, deve haver na própria brinquedoteca um local apropriado. É importante salientar que, além das suas qualidades, o brinquedo pode ser fonte de infecção. Há jogos que estão sujeitos a esta finalidade; aqueles que facilitam a entrada de água no seu interior (bichinhos com guizo) e de pelúcias podem ser ninhos de micróbios; são totalmente desaconselháveis para esse tipo de brinquedoteca. São recomendáveis brinquedos descartáveis para os setores que atendem para crianças: como diferenciá-las crianças com moléstias infecciosas. Recomendam-se também brinquedos representativos de material cirúrgico, bonecos de família, de enfermeiros e de médicos, para facilitar dramatizações de situações hospitalares. Além disso, são válidos carrinhos de transporte de brinquedos, com suas divisões e tábuas extensíveis para as crianças que não podem sair do leito. São semelhantes os de alimentação dos enfermos nessas condições. Essas divisões compreendem, entre outras, as destinadas aos brinquedos descartáveis e àqueles adaptados às crianças com necessidades especiais. Não esquecemos que esse tipo de brinquedoteca tem como objetivo específico facilitar a familiarização da criança ao ambiente hospitalar; e ao relacionamento com o pessoal do hospital; prepará-la para aceitação do tratamento ou cirurgia que se fizerem necessários, além, naturalmente, de promover o entretenimento e estimular o processo evolutivo dos pequenos doentes, que são finalidades gerais das brinquedotecas. 3. Brinquedoteca para bebês Este tipo de brinquedoteca é um dos mais novos instalados em nosso meio. Aparecem nos clubes sociais. Esta iniciativa tem sido realizada pela autora deste artigo, através dos kits para bebês nos três primeiros meses e do nascimento aos dois anos de idade. Eles têm sido utilizados nas creches e em hospitais, especialmente pelos educadores hospitalares e são apropriados para esse tipo de brinquedoteca. Contêm um manual explicativo e um conjunto de materiais e brinquedos estimuladores, organizados cronologicamente e em função dos locais onde o bebê costuma permanecer (colo, carrinho, berço, etc.). Uma série de fichas orientadoras complementa o material. Todo o conjunto desses kits, em número de dois, baseia-se em conceitos teóricos de natureza cognitiva e emocional e na experiência profissional como psicóloga clínica da autora e na prática educacional das pedagogas, suas colaboradoras. O conteúdo do manual consiste de várias unidades assim discriminadas: uma visão geral do desenvolvimento infantil nos três meses de idade (kit menor) e do nascimento aos dois anos (kit maior), uma especificação dessas etapas, incluindo os brinquedos e brincadeiras adequados a cada uma delas e um roteiro de observação das condutas típicas para o profissional e os pais poderem seguir a evolução da criança nessas primeiras fases de vida. Abaixo citam-se as referências dos kits comentados: J Pérez-Ramos, A.M.Q. & Pera, C. (2006) Kits Brinquedos e Brincadeiras para o Bebê: do nascimento aos dois anos de idade. São Paulo: Editora Vetor Psico-pedagógica (e-mail: [email protected]) J Pérez-Ramos, A.M.Q., Meceni, E. & Maia, E. (2006) Crescer brincando. Kit para o bebê nos três primeiros meses de vida. São Paulo: Editora Vetor Psicopedagógica (e-mail: [email protected]) O Brinquedista nº 49 ... Pág. 05 LABRIMP – Laboratório d Texto enviado por Ruth Elisabeth de Martin O projeto surgiu no início dos anos 80, a partir de pesquisas sobre jogos, brinquedos e brincadeiras. Em 1984, o Governo do Estado doou um lote de 250 brinquedos para pesquisar o uso de brinquedos e jogos pelas crianças. Assim criouse um “espaço apropriado” para a criança brincar e a formação dos ludoseducadores, surgindo na Faculdade de Educação da USP o “LABRIMP – Laboratório de Brinquedos e Materiais Pedagógicos”. Através de doações diversas de usuários e fabricantes a brinquedoteca foi inaugurada oficialmente em 1988. É a primeira brinquedoteca de pesquisa em universidade no Brasil. OBJETIVOS J Discutir o uso de brinquedos e brincadeiras na educação; J Propiciar a melhoria da formação docente; J Realizar pesquisas e divulgar resultados; J Prestar serviços à comunidade por meio da brinquedoteca, oficinas, cursos e acervo para consulta. O LABRIMP OFERECE: BRINQUEDOTECA Brinquedos dispostos em cantos temáticos (construção, carrinhos, ciências, médico, fantasias, casinha, jogos virtuais, mercadinho, artes, leitura, música, fantoche e quintal para brincadeiras livres e jogos tradicionais) estimulam a expressão livre da criança, permitindo a representação do imaginário; desenvolvimento da linguagem, a interação social, estruturação da personalidade e aproximação do real, com o objetivo de favorecer a brincadeira através do mundo do “faz de conta”. A brinquedoteca está disposta numa sala que mede 9m X 9m, possui uma sala de jogos de 3m X 4m e um quintal de aproximadamente 600 metros quadrados. SERVIÇOS À COMUNIDADE Grupos de crianças de escolas de Educ. infantil e ensino fundamental I, Crianças da comunidade em geral; Empréstimo de brinquedos a sócios; PROGRAMAS ESPECIAIS J Palestras, cursos, treinamentos e oficinas; J Assessoria para montagem de brinquedoteca; J Teste de brinquedos (programado). ACERVO BIBLIOGRÁFICO Material existente: teses, revistas, artigos de jornais, fotografias, brinquedos e o jogo na educação, catálogo de empresas, banco de dados sobre brinquedos e brincadeiras, acervo de brincadeiras tradicionais do Brasil e fotos históricas em Educação Infantil da Cidade de SP. PONTÃO DE CULTURA O LABRIMP, a FAFE e o Ministério da Cultura estabelecem uma parceria, pelo Programa Ponto de Cultura para promover a formação de profissionais interessados em estimular a expressão da cultura infantil e a produção de materiais gráficos, visuais e tridimensionais, através de cursos e oficinas lúdicas. O Brinquedista nº 49 ... Pág. 06 CONTEXTOS INTEGRADOS EM EDUCAÇÃO INFANTIL A cooperação entre a Faculdade de Educação da USP a Universidade do Minho e a Associação Criança de Braga/ Portugal, nos âmbitos da pesquisa acadêmica, formação de professores de crianças de 0 a 6 anos e acompanhamento de processos de intervenção em práticas educativas de unidades de educação infantil, organizar parcerias com unidades de educação infantil, seus profissionais, famílias, comunidades e crianças, ofertando formação profissional e contribuindo para intervenções que proporcionem inovações educacionais. MUSEU DA EDUCAÇÃO E DO BRINQUEDO Constituído por brinquedos e jogos antigos, fotos das primeiras instituições de educação infantil da cidade de São Paulo, acervo bibliográfico sobre jogos e brincadeiras tradicionais, atividades lúdicas monitoradas com educadores em geral. e Brinquedos e Materiais Pedagógicos BRINQUEDO E BRINCADEIRAS Há uma variedade de brinquedos no espaço. Desde brinquedos tradicionais (corda, peão, bola e boneca de pano) à brinquedos industrializados (bonecas, carrinhos, mobiliários), brinquedos de construção, brinquedos para produção artística e fantasias. Eles são divididos por cantos temáticos, em que as crianças expressam suas emoções, conhecimentos. Elas desenvolvem brincadeiras tradicionais, como futebol e pula corda às brincadeiras de faz de conta. Todos os brinquedos são adquiridos através de doações. EVENTOS Educação da USP, por tanto, é um órgão público, com atendimento gratuito e regido através de um estatuto criado em 1984, que garante acima de tudo ser um espaço de pesquisa e formação. ARMÁRIO BRINCANTE E TENDA DE JOGOS E BRINQUEDOS O armário brincante/ tenda de jogos faz parte do programa do Pontão de Cultura. Ele é um armário móvel levado no local onde haja crianças em São Paulo ou na USP para a realização de brincadeiras com jogos entre adultos e crianças (vide site LABRIMP – ícone Pontão de Cultura). USP/ ATENDIMENTO Toda atividade do LABRIMP é divulgado através da mídia, como panfletos e site. O atendimento é feito no horário comercial. Roda de Ciranda no Bandejão Central com a comunidade USP - Projeto Oficinas Lúdicas O LABRIMP promove atividades através da Brinquedoteca ou de seus projetos junto ao Museu da Educação do Brinquedo, o grupo Contexto Integrados e ao Pontão de Cultura. Conforme nosso site: www.labrimp.fe.usp.br ESCOLA O espaço é procurado por um número expressivo de instituições que buscam agendar horários para trazer grupos de crianças ao espaço. Na última década atendemos em média 10.000 crianças por ano. O laboratório de Brinquedos atende as crianças das escolas e comunidades dentro do espaço da Brinquedoteca. Os agendamentos são previamente marcados com escolas participantes do grupo contexto (priorizando o atendimento de instituições públicas. As terças-feiras, o laboratório é aberto a crianças da comunidade. Cada turma de alunos deve vir acompanhada por no mínimo dois responsáveis da escola. No caso de alunos da comunidade, crianças menores de cinco anos devem estar acompanhar de um adulto. Além dos responsáveis, a brinquedoteca possui, pelo menos, dois monitores para participar das brincadeiras com crianças, zelar pela segurança e fazer pesquisas sobre seus projetos. PARTE LEGAL/ÓRGÃO PÚBLICA O LABRIMP pertence a Faculdade de EQUIPE J Desde sua criação no início da década de 80, o LABRIMP é coordenado pela Profa. Dra. Tizuko Morchida Kishimoto. J Ruth Elisabeth de Martin, é a educadora responsável do LABRIMP desde 1994; J Elenice Ferrari, Auxiliar do LABRIMP e MEB desde 2007; J Daniel F. Chiozzini, educador responsável pelo Museu da Educação e do Brinquedo desde 2008; J Roseli Aparecida Monaco é a responsável pelo Pontão de Cultura desde 2008, tendo sido educadora do LABRIMP na década de 90. Contamos com monitores que organizam o espaço lúdico, recebem as crianças e a cuidam do acervo de brinquedos e bibliográfico, além de fazerem de relatórios de pesquisa. São alunos USP e pagos para desenvolver os projetos na prática e teoria. Oferecemos estágios de curso denominados “estudos independentes” aos alunos de graduação da USP que cumprem a carga horária de 60 horas a 120 horas. O Brinquedista nº 49 ... Pág. 07 Brinquedoteca: Beatriz Piccolo Gimenes Presidente do Conselho Consultivo da ABBri O Nascimento da Brinquedoteca Segundo relatos históricos da especialista em educação especial, Profa. Nylse Helena Silva Cunha, fundadora da Associação Brasileira de Brinquedotecas, a idéia de um espaço para brincar associado à criança surgiu em Los Angeles, E.U.A., em 1934. A direção de uma escola percebeu que as crianças chegavam atrasadas por causa de uma loja de brinquedos que havia no caminho, da qual o dono reclamou sobre alguns furtos feitos pelos alunos. E assim, foi iniciado um serviço comunitário – o empréstimo de brinquedos para que os alunos levassem para casa e brincassem com eles e tal atividade existe até o hoje. Posteriormente, com a divulgação desse empréstimo, apareceram na Suécia, em 1963, duas professoras e mães de crianças com necessidades especiais que fundara a Lekotek (ludoteca em sueco), um espaço com o objetivo de emprestar brinquedos e de orientar pais desses pequenos. Nesse caso, os profissionais especializados brincavam com as crianças e orientavam os genitores como estimular o filho a brincar em seu lar. Quando a criança não podia ir até a Lekotek, algum agente ia até à casa dela, levando os brinquedos conforme suas necessidades. A Lekotek atendia somente crianças portadoras de necessidades especiais ou que estivesse sofrendo algum prejuízo em seu desenvolvimento, realizando um trabalho individualizado e utilizando brinquedos que supriam as necessidades específicas de cada caso. E foi em 1967, que surgiram as Toy Libraries, bibliotecas de brinquedos internacionais, das quais a criança retirava brinquedos emprestados para se divertir em casa, porém, esse modelo não é o que se desenvolveu no Brasil. Profa. Dra. Aidyl Macedo de Queiroz Pérez-Ramos. I Curso de Brinquedista Hospitalar da ABBri e APM. Capital / SP – 2006. [Foto: BPGimenes] O Brincar na Área da Saúde O Board da ITLA, da esquerda para a direita: Georgio Bartolucci (Itália), Aina Khor (Malásia), Noriko Minejima (Japão), Denise Garon (Canadá), Jean-Pierre Cornelissen (Bélgica), Anne-Marie Ekman (Suécia), Freda Kim (CoréiaSul), Natália Pais (Portugal), Nylse Cunha (Brasil), Renate Fuchs (Suíça) e Cynthia Morrison (África do Sul). [Foto ABBri] O Brinquedista nº 49 ... Pág. 08 Ampliando a pesquisa do brincar e brinquedos com crianças para a área da saúde, é impossível não mencioná-la no campo da Psicologia, e falarmos sobre as salas ludoterapêuticas, que precederam as brinquedotecas atuais. Aqui, no Brasil, conhecemos esse trabalho com brinquedos em hospital, a partir dessa mesma época, através da Profa. Dra. Aidyl Macedo de Queiroz PérezRamos, que se recorda sobre a instalação da primeira sala de brinquedos em hospital brasileiro, em 1956, na Seção de Higiene Mental (atual Instituto da Criança) da Clínica Pediátrica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Atualmente, a pesquisadora Aidyl presta serviço como Membro da diretoria da ABBri (gestão 2010-2011), trabalha no Conselho Editorial de O Brinquedista e do Boletim da Academia Paulista de Psicologia, da qual é Membro Titular da Cadeira no. 30, e, ainda, é Active Member of The New York Academy of Sciences (EUA). Na ocasião, a autora atuava como “psicologista” (termo épico), em que o espaço com mais de cinquenta anos de história brinquedos servia de recurso para a observação diagnóstica e para realização da ludoterapia das crianças atendidas em ambulatório e na enfermaria da referida clínica. E diante desses meios, rapidamente, afirma a pesquisadora, perceberam-se as mudanças de atitudes das crianças e familiares na aceitação do hospital e na adesão ao tratamento, bem como do comportamento dos profissionais responsáveis por aqueles clientes, observando esses resultados. Nylse Cunha e John Lindt, Presidente da Associação Sueca de Pediatria, na residência de Ivonny Lindquist. Estocolmo – 1981. [Foto ABBri] O Histórico da Brinquedoteca em Educação Prosseguindo sobre o histórico da brinquedoteca em educação, Nylse Cunha relata que no ano de 1971, em S. Paulo, foi inaugurado o Centro de Habilitação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE/ SP. Nessa ocasião, realizou-se uma exposição de brinquedos pedagógicos para informar sobre o que havia no mercado para a utilização das crianças, estudantes e profissionais da área. Diante do interesse despertado, tal acervo tornouse um setor de recursos pedagógicos da APAE e, posteriormente, em 1973, uma Ludoteca, em sistema de rodízio, semelhante a uma biblioteca circulante. Tudo contribuiu para a maior valorização desse setor da APAE, com o advento do Congresso Internacional de Pediatria, que acontecera em 1974 no Anhembi, S. Paulo. Pediatras suecos apresentaram um trabalho sobre o brinquedo na recuperação de crianças hospitalizadas e na preservação da saúde mental destas, liderados pelo Dr. John Lindt, que já c o n h e c i a a s a t i v i d a d e s d a A PA E internacionalmente. Esse movimento cresceu por sete anos e foi há mais de trinta anos, em 1978, em Londres, que aconteceu o primeiro congresso internacional sobre o assunto, cujo tema era: Brinquedoteca é Trabalho de Equipe (Toy Libraries are Teamwork). Esses congressos já foram abraçados por vários países com os mais variados temas: J 1981 – Estolcomo, Suécia, com tema: A Brinquedoteca e a Sociedade (Toy Library in Society); J 1984 – Bruxelas, Bélgica, com o tema: O Brincar é uma Linguagem ( Play is a Language); J 1987 – Toronto, Canadá, com o tema: Partilhando Através do Brincar (Sharing through Play); J 1990 – Turim, Itália, com o tema: Brincar é para Todos (Play is for All); J 1993 – Melbourne, Austrália, com o tema: Encontro Mundial sobre o Brincar (Environments for Play); J 1996 – em Zurique, Suíça, com o tema: Todo Lugar é Espaço de Brincar (Every Place is Play Space); J 1999 – Tokyo, Japão, com o tema: Brincar na Sociedade (Play in Society); J 2002 – Lisboa, Portugal, com o tema: Brincar é Crescimento (Playing is Growing); J 2005 – Gauteng, África do Sul, com o tema: Construindo Um Mundo Melhor Através do Brincar (Building a Better World Through Play); J 2008 – Paris, França, com o tema: Brinquedos e Jogos nas Brinquedotecas (Toys and Games in Toy Libraries); e, J 2011 – São Paulo, Brasil, com o tema: A Brinquedoteca Hoje em Dia (Toy Library Nowadays). Ocorrerá de 11 a 15 de Outubro no Memorial da América Latina. Nascem as Primeiras Brinquedotecas Brasileiras, em forma sistemática Em 1981, durante a segunda conferência, em Estolcomo, Suécia, Nylse Cunha apresentou o seu clássico livro, fruto de trabalho na APAE, publicado pelo MEC, Material Pedagógico: Manual de Utilização (7), época em que também, conheceu Sally de Vincet, naquele momento diretora do National Lekotec Center, em Chicago... Nessa cidade, visitando Ivonny Lindquist, que escrevera o primeiro livro sobre a introdução de brinquedos para amenizar a dor em hospital, iniciada em 1956, Cunha encontrou também, o Prof. Dr. John Lindt, do Hospital Infantil Karolinska. Esse médico disse a Nylse: Depois que conheci o trabalho da Ivonny, com brinquedos em hospital, eu não sei como me foi possível antes trabalhar como pediatra sem utilizar brinquedos! É entre meios de tantas novidades do exterior, que naquele ano Nylse funda a Brinquedoteca Indianópolis, uma das primeiras no Brasil, dentro de uma escola para crianças com necessidades especiais. Montou o modelo em cujo ambiente estruturado com brinquedos a criança adentrava, permitindo-lhe interagir ludicamente, com o que lhe aprouvesse! O termo Brinquedoteca, palavra criada por ela na época, pertence ao vocabulário nacional de educação e saúde nos dias de hoje. ... Aguardem a continuidade e fotos saudosistas no próximo Brinquedista! O Brinquedista nº 49 ... Pág. 09 Renata Fuchs da ITLA visita São Paulo A ABBri recebeu no final de Outubro a visita de Renate Fuchs, Coordenadora das Brinquedotecas da Europa, e foi recebida por Vera Barros de Oliveira, VicePresidente da ABBri, e Ingrid Cadore, Coordenadora do Grupo das Brinquedotecas da América, no próximo XII Congresso Internacional de Brinquedotecas de 2011. Na ocasião, foram realizadas várias visitas, dentre elas: Visita à Brinquedoteca do Hospital do GRAACC do Instituto Oncológico Pediátrico, com Patricia Pecoraro, Coordenadora e equipe. Visita ao Pavilhão da Criatividade, no Memorial da América Latina, junto com Maureen Bisilliat, Coordenadora do espaço. No Memorial, será realizado o Congresso Internacional de Brinquedotecas de 2011. Memorial da América Latina. O Brinquedista nº 49 ... Pág. 10 XII Congresso Internacional De Brinquedotecas II Encontro Internacional De Pesquisadores Sobre Brinquedotecas “A Brinquedoteca nos Dias de Hoje” A Associação Brasileira de Brinquedotecas, ABBri, filiada à International Toy Libraries Association, ITLA, traz pela primeira vez este evento à América, agora em 12ª. Edição, havendo já sido realizado na Europa, Ásia, África e Austrália, a cada três anos. A partir da constatação de que o conceito de brinquedoteca e sua operacionalização vem tendo uma contínua transformação, com o passar do tempo, este Congresso se propõe a oferecer condições de uma ampla reflexão sobre a trajetória das brinquedotecas, analisando os caminhos que vêm tomando, suas conquistas, desafios e dificuldades, em nível internacional, a fim de preservar sua genuína contribuição à divulgação da importância do brincar. Diferentes formas de compreender e pôr em prática uma brinquedoteca estão em curso. Os ambientes se diversificam e multiplicam. Brinquedotecas hospitalares humanizam o ambiente, promovem adesão ao tratamento e fornecem apoio às famílias. A escola redescobre a alegria do brincar e sua imensa contribuição para a motivação da aprendizagem e a busca do conhecimento. A valorização da brinquedoteca pelas universidades cresce. Os jogos invadem o campo empresarial evidenciando seu potencial agregador e heurístico. O papel da brinquedoteca se afirma frente aos avanços das ciências humanas e biológicas que confirmam a importância do lúdico para o desenvolvimento, preservação e recuperação de habilidades e competências físicas, psicológicas e sociais. Essas transformações se acentuam com o ingresso da brinquedoteca no ambiente digital. A utilização da informática no dia-a-dia das brinquedotecas em suas diversas modalidades, com seus fatores de proteção e risco nas diversas faixas etárias e nos diversos ambientes, necessita de uma ampla discussão, com a participação de profissionais e acadêmicos da Educação, da Saúde e da Comunicação, entre outros, com apresentação de resultados de investigações e relatos de experiência em diversos países e continentes. De forma complementar, este congresso enfatiza a importância da utilização da rede digital como meio de comunicação e atualização entre as diversas associações nacionais de brinquedotecas e delas com a International Toy Libraries Association, ITLA; assim como entre brinquedotecas regionais, pesquisadores, etc., em newsletters e websites. Ressalta ainda a necessidade da discussão sobre a formação do brinquedista, a qual requer, hoje em dia, uma complementação específica relativa aos diversos ambientes onde vai atuar (escola, hospital, empresa, etc.). Este congresso, organizado pela ABBri, dá continuidade a anteriores e baseiase nas diretrizes da ITLA. Data: 11 a 15 de Outubro de 2011 Local: Memorial da América Latina - São Paulo http://www.itlaconference2011.com.br O Brinquedista nº 49 ... Pág. 11