Informativo da Associação Brasileira de Brinquedotecas
SUMÁRIO
Editorial
e
F
49
Nº
/ 2010
ISSN: 1982-8322
l
a
t
!
a
N
liz
Curso de
Brinquedista
Brinquedotecas
para crianças
LABRIMP Laboratório de
Brinquedos e
Materiais
Pedagógicos
Brinquedoteca: mais
de 50 anos de
história
Renate Fuchs da
ITLA visita São
Paulo
XII Congresso
Internacional de
Brinquedotecas
Que seja um tempo
de alegria e confraternização !
EDITORIAL
A Associação Brasileira de Brinquedotecas, ao fechar este Ano de 2010,
faz um balanço positivo do que foi realizado, ao mesmo tempo que se prepara
para 2011, dias que trarão consigo o grande desafio de realizarmos o XII
Congresso Internacional de Brinquedotecas, no Memorial da América Latina, e
o II Encontro de Pesquisadores sobre Brinquedotecas, em São Paulo, cujo site é
http:// itlaconference2011.com.br, conforme noticiado nesta edição.
Este ano que termina dá provas do movimento de abertura e expansão da
ABBri, a qual configura dois novos núcleos: o da Universidade Estadual do Rio
de Janeiro, UERJ, com forte experiência em brinquedoteca hospitalar, e o do
Instituto Indianópolis, base matriz de nossa Associação, com Nylse Cunha à sua
frente, que será o único núcleo na cidade de São Paulo, o qual dispensa
palavras que atestem sua grande experiência e dinamismo.
Por sua vez, o núcleo do Rio nos deixa também felizes, por possibilitar uma
divulgação maior da ABBri nesta cidade e Estado, assim como por atestar nossa
aproximação com as Universidades, contribuindo para estreitar os laços entre
estudos e pesquisas sobre brinquedoteca e sua prática no dia-a-dia. Neste
mesmo sentido, aqui registramos e agradecemos o apoio do Instituto de
Psicologia da USP, que nos cede gentilmente seu espaço para realizarmos
nosso curso de formação de brinquedistas, em janeiro próximo, também
noticiado nesta página.
Para 2011, temos também o desafio de termos nossa sede própria e
começarmos a montar nosso acervo de jogos e brinquedos. Queremos um
espaço que nos possibilite organizar e administrar mais cursos, entre janeiro e
julho, com enfoques específicos, em curta duração, como de uma jornada de
oito horas, sobre assuntos que pedem uma reflexão conjunta, como o de
formação de voluntários, por exemplo.
O Brinquedista, por sua vez, procura transmitir este clima de otimismo e
renovação, vestindo uma roupa nova para este Natal. Em 2011, ele passa a ser
publicado on-line, com uma versão impressa apenas ao final do Ano. Também
nosso site, http://www.brinquedoteca.org.br esforça-se por se acompanhar as
notícias que são muitas e conta com vocês.
Finalizo lembrando que a ABBri somos nós todos juntos, que temos o
mesmo ideal, o de divulgar as brinquedotecas e de garantir sua qualidade.
A todos, um Natal muito feliz e um 2011 iluminado e colorido com as cores
da Paz e da Harmonia.
Comissão Editorial
Edda Bomtempo - Editora
Vera Barros de Oliveira
Aidyl M. de Queiroz Pérez-Ramos
Beatriz Piccolo Gimenes
Daniela Linhares
Nylse Cunha
Expediente
Jornalista responsável: Renata Gimenes
Diretora de publicação: Vera B.Oliveira
Diagramação: Ricardo B. Smith
Impressão: Gráfica Sanwel
Vera Barros de Oliveira
Presidente da ABBri
Diretoria Executiva
Presidente: Vera Maria Barros de Oliveira
Vice-Presidente: Nylse Helena Silva Cunha
1ª Secretária: Marylande Peres Gonçalves Franco
2ª Secretária:Aidyl M. de Queiroz Pérez Ramos
1ª Tesoureira: Aida Scharf Munimos
2ª Tesoureira: Daniela Ribeiro Linhares
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
Conselho Fiscal
Germana Concilio Savoy
Risélia Roso Pinheiro
Antonia Cristina Peluzzo de Azevedo
[email protected]
[email protected]
[email protected]
O Brinquedista nº 49 ... Pág. 02
O Brinquedista é o informativo
semestral da Associação Brasileira
de Brinquedotecas. Associe-se.
R. Antonio de Macedo Soares, 414
Brooklin, São Paulo, SP.
CEP 04607-000
Fone/Fax: (11) 5533-1513
<www.brinquedoteca.org.br>
E-mail:
associacaobrasileira@
brinquedoteca.org.br
Curso de Brinquedista
A Associação Brasileira de Brinquedotecas (ABBri), filiada a International Toy Libraries Association (ITLA),
promove curso teórico-prático de formação do Brinquedista:
“A BRINQUEDOTECA: SUA ORGANIZAÇÃO E OPERACIONALIZAÇÃO
COM QUALIDADE”
10 a 14 de janeiro de 2011
Duração: 40 horas
Horário: 9:00 às 17:00h
Aulas interativas ministradas por profissionais experientes da área, com relatos de experiências e apresentação
de estudos recentes, seguido de fóruns e oficinas.
Tópicos abordados:
J BRINQUEDOTECA: CONCEITO; CRITÉRIOS DE QUALIDADE DE SUA IMPLANTAÇÃO E OPERACIONALIZAÇÃO; SUAS
MODALIDADES (ESCOLAR, HOSPITALAR, ETC.); EXPERIÊNCIAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS.
J NOÇÕES BÁSICAS DE ASPECTOS COGNITIVOS E AFETIVO-EMOCIONAIS RELACIONADAS AO BRINCAR NAS DIVERSAS FASES
DA VIDA; ESTRETÉGIAS DE EXPRESSÃO E COMUNICAÇÃO: PLÁSTICAS, GRÁFICAS, MUSICAIS, CÊNICAS E DIGITAIS.
J O BRINQUEDISTA: SEU PAPEL E FUNÇÃO; IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO ENTRE SUA FORMAÇÃO PESSOAL E PROFISSIONAL;
SUBSÍDIOS DE FORMAÇÃO CONTINUADA; O PERFIL DO PROFISSIONAL BRINQUEDISTA.
Além das aulas dadas, serão realizados:
J Visitas programadas:
- LABRIMP/FEUSP - brinquedoteca da Faculdade de Educação da USP.
- Hospital Universitário da USP.
J Apresentação de experiências com brinquedoteca pelos participantes do curso.
J Fórum de discussão sobre a trajetória da brinquedoteca nos dias de hoje, com base nas aulas, visitas e trabalhos
apresentados pelos participantes.
Corpo docente:
- Vera Barros de Oliveira
- Aidyl Pèrez-Ramos
- Edda Bomtempo
- Maria Célia Malta Campos
- Beatriz Piccolo Gimenes
- Daniela Linhares
- Germana Concilio Savoy
- Silvia Queiroz
- Juliana Pieroni
- Tereza Mirian Pires Nunes
Será conferido Certificado de Conclusão de Curso de Formação de Brinquedista pela ABBri.
Local: Biblioteca do Instituto de Psicologia da Universidade de S.Paulo – Cidade Universitária.
Como chegar à USP, acesse o link: www.pro.poli.usp.br/departamento/como-chegar
INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES:
ABBri - Associação Brasileira de Brinquedotecas
Rua Antônio de Macedo Soares, 414 - Brooklin - SP/SP
Tel/fax: (0xx11) 5533-1513 - CEP:04607-000
E-mail: [email protected]
O Brinquedista nº 49
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Brinquedotecas
Aidyl M. de Queiroz Pérez-Ramos
Membro Diretor da ABBri
Favorecer o brincar onde a criança estiver. Este é o lema para se ter sempre
presente na instalação de brinquedotecas nos ambientes que aquela possa
frequentar, como nas áreas externas de condomínios, nos clubes, nas escolas e até
mesmo nas prisões e nos hospitais.
Qual seja o tipo de brinquedoteca caracterizado pelo contexto em que for
instalado ou pela fase de vida da criança, há aspectos gerais que devem ser
considerados. A saber:
1. Adequação às características da criança: faixa
etária, necessidades principais e preferências,
condições socioeconômicas e outras variáveis
que determinam diferenças individuais que
possam caracterizar o seu perfil, de modo a
prover-lhe condições para o seu
desenvolvimento.
2. Ambiente e espaços apropriados que facilitem
o brincar individual e em grupo, com atuação
do(a) brinquedista e outros adultos
significativos para a criança.
3. Móveis e demais equipamentos (estantes,
mesinhas, cadeirinhas, pias e W.C. adaptados,
etc.) atrativos, seguros e adequados às
condições da criança.
4. Brinquedos dispostos nas estantes,
organizados de modo a facilitar o seu uso, em
função de sua característica e das diferenças
individuais do usuário, inclusive do afetado por
necessidades especiais.
5. Brinquedos em quantidade suficiente e alguns
ao alcance do usuário, sendo de fácil manejo,
de uso múltiplo, sem periculosidade, com
aparência e funções atrativas.
6. Fichas indicativas para cada brinquedo, seus
objetivos em função da faixa etária e da área
prevalente do desenvolvimento infantil
(emocional, psicomotora, social e cognitiva), e
outros aspectos indicativos que facilitem a
escolha do jogo e, se possível, o seu
empréstimo.
O Brinquedista nº 49 ... Pág. 04
ALGUNS TIPOS DE BRINQUEDOTECAS
1. Brinquedoteca escolar
Como são necessárias as bibliotecas nas
escolas, inclusive amostras de livros nas próprias
classes para uso imediato, deve haver brinquedos
nestes ambientes e também como chamativos à
existência da brinquedoteca na instituição. Muitas
vezes recebem o nome de Brinquedoteca
Pedagógica por ser utilizada como recurso de
aprendizagem escolar.
Assim, passam a ser recurso didático,
servindo naturalmente para promoção do
desenvolvimento da criança, em especial do
cognitivo. Um aspecto que não deve ser
esquecido é a existência de brinquedos
adaptados às crianças com necessidades
especiais (deficiência cognitiva, motora,
sensorial, etc.) para facilitar-lhes a inclusão ao
processo educativo normal. Aliás, esta
diferenciação deve ser uma recomendação para
toda e qualquer brinquedoteca que se instale.
2. Brinquedoteca hospitalar
Hoje é imprescindível sua instalação nos
hospitais pediátricos ou unidades dessa natureza,
devido à determinação da Lei nº. 11.104 de
21/03/2005. Ela dispõe sobre a obrigatoriedade
de instalação de brinquedotecas nas unidades de
saúde que ofereçam atendimento pediátrico em
regime de internação. Naturalmente, esta norma
não deve parar aí. Há necessidade de se
determinar também sobre a instalação de
brinquedoteca em sala de espera de consultórios,
nos pronto-socorros, nos postos de saúde e em
outras dependências de atenção à saúde.
Uma característica especial a esse tipo de
brinquedoteca refere-se à higienização das
crianças, dos seus acompanhantes e dos
brinquedistas, como também dos próprios
brinquedos. Para tal fim, deve haver na própria
brinquedoteca um local apropriado. É importante
salientar que, além das suas qualidades, o
brinquedo pode ser fonte de infecção. Há jogos
que estão sujeitos a esta finalidade; aqueles que
facilitam a entrada de água no seu interior
(bichinhos com guizo) e de pelúcias podem ser
ninhos de micróbios; são totalmente
desaconselháveis para esse tipo de
brinquedoteca. São recomendáveis brinquedos
descartáveis para os setores que atendem
para crianças: como diferenciá-las
crianças com moléstias infecciosas.
Recomendam-se também brinquedos
representativos de material cirúrgico, bonecos de
família, de enfermeiros e de médicos, para facilitar
dramatizações de situações hospitalares. Além
disso, são válidos carrinhos de transporte de
brinquedos, com suas divisões e tábuas
extensíveis para as crianças que não podem sair
do leito. São semelhantes os de alimentação dos
enfermos nessas condições. Essas divisões
compreendem, entre outras, as destinadas aos
brinquedos descartáveis e àqueles adaptados às
crianças com necessidades especiais.
Não esquecemos que esse tipo de
brinquedoteca tem como objetivo específico
facilitar a familiarização da criança ao ambiente
hospitalar; e ao relacionamento com o pessoal do
hospital; prepará-la para aceitação do tratamento
ou cirurgia que se fizerem necessários, além,
naturalmente, de promover o entretenimento e
estimular o processo evolutivo dos pequenos
doentes, que são finalidades gerais das
brinquedotecas.
3. Brinquedoteca para bebês
Este tipo de brinquedoteca é um dos mais
novos instalados em nosso meio. Aparecem nos
clubes sociais. Esta iniciativa tem sido realizada
pela autora deste artigo, através dos kits para
bebês nos três primeiros meses e do nascimento
aos dois anos de idade.
Eles têm sido utilizados nas creches e em
hospitais, especialmente pelos educadores
hospitalares e são apropriados para esse tipo de
brinquedoteca. Contêm um manual explicativo e
um conjunto de materiais e brinquedos
estimuladores, organizados cronologicamente e
em função dos locais onde o bebê costuma
permanecer (colo, carrinho, berço, etc.). Uma
série de fichas orientadoras complementa o material. Todo o conjunto desses kits,
em número de dois, baseia-se em conceitos teóricos de natureza cognitiva e
emocional e na experiência profissional como psicóloga clínica da autora e na prática
educacional das pedagogas, suas colaboradoras. O conteúdo do manual consiste
de várias unidades assim discriminadas: uma visão geral do desenvolvimento infantil
nos três meses de idade (kit menor) e do nascimento aos dois anos (kit maior), uma
especificação dessas etapas, incluindo os brinquedos e brincadeiras adequados a
cada uma delas e um roteiro de observação das condutas típicas para o profissional
e os pais poderem seguir a evolução da criança nessas primeiras fases de vida.
Abaixo citam-se as referências dos kits comentados:
J Pérez-Ramos, A.M.Q. & Pera, C. (2006) Kits Brinquedos
e Brincadeiras para o Bebê: do nascimento aos dois anos
de idade. São Paulo: Editora Vetor Psico-pedagógica
(e-mail: [email protected])
J Pérez-Ramos, A.M.Q., Meceni, E. & Maia, E. (2006)
Crescer brincando. Kit para o bebê nos três primeiros
meses de vida. São Paulo: Editora Vetor Psicopedagógica (e-mail: [email protected])
O Brinquedista nº 49
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LABRIMP – Laboratório d
Texto enviado por
Ruth Elisabeth de Martin
O projeto surgiu no início dos anos 80, a partir de pesquisas sobre jogos,
brinquedos e brincadeiras. Em 1984, o Governo do Estado doou um lote de 250
brinquedos para pesquisar o uso de brinquedos e jogos pelas crianças. Assim criouse um “espaço apropriado” para a criança brincar e a formação dos ludoseducadores, surgindo na Faculdade de Educação da USP o “LABRIMP – Laboratório
de Brinquedos e Materiais Pedagógicos”. Através de doações diversas de usuários e
fabricantes a brinquedoteca foi inaugurada oficialmente em 1988. É a primeira
brinquedoteca de pesquisa em universidade no Brasil.
OBJETIVOS
J Discutir o uso de brinquedos e brincadeiras na educação;
J Propiciar a melhoria da formação docente;
J Realizar pesquisas e divulgar resultados;
J Prestar serviços à comunidade por meio da brinquedoteca, oficinas, cursos e
acervo para consulta.
O LABRIMP OFERECE:
BRINQUEDOTECA
Brinquedos dispostos em cantos temáticos (construção, carrinhos, ciências,
médico, fantasias, casinha, jogos virtuais, mercadinho, artes, leitura, música,
fantoche e quintal para brincadeiras livres e jogos tradicionais) estimulam a
expressão livre da criança, permitindo a representação do imaginário;
desenvolvimento da linguagem, a interação social, estruturação da personalidade e
aproximação do real, com o objetivo de favorecer a brincadeira através do mundo do
“faz de conta”.
A brinquedoteca está disposta numa sala que mede 9m X 9m, possui uma sala
de jogos de 3m X 4m e um quintal de aproximadamente 600 metros quadrados.
SERVIÇOS À COMUNIDADE
Grupos de crianças de escolas de Educ. infantil e ensino fundamental I,
Crianças da comunidade em geral; Empréstimo de brinquedos a sócios;
PROGRAMAS ESPECIAIS
J Palestras, cursos, treinamentos e oficinas;
J Assessoria para montagem de brinquedoteca;
J Teste de brinquedos (programado).
ACERVO BIBLIOGRÁFICO
Material existente: teses, revistas, artigos de jornais, fotografias, brinquedos e
o jogo na educação, catálogo de empresas, banco de dados sobre brinquedos e
brincadeiras, acervo de brincadeiras tradicionais do Brasil e fotos históricas em
Educação Infantil da Cidade de SP.
PONTÃO DE CULTURA
O LABRIMP, a FAFE e o Ministério da Cultura estabelecem uma parceria, pelo
Programa Ponto de Cultura para promover a formação de profissionais interessados
em estimular a expressão da cultura infantil e a produção de materiais gráficos,
visuais e tridimensionais, através de cursos e oficinas lúdicas.
O Brinquedista nº 49 ... Pág. 06
CONTEXTOS INTEGRADOS EM EDUCAÇÃO
INFANTIL
A cooperação entre a Faculdade de
Educação da USP a Universidade do Minho e a
Associação Criança de Braga/ Portugal, nos
âmbitos da pesquisa acadêmica, formação de
professores de crianças de 0 a 6 anos e
acompanhamento de processos de intervenção
em práticas educativas de unidades de educação
infantil, organizar parcerias com unidades de
educação infantil, seus profissionais, famílias,
comunidades e crianças, ofertando formação
profissional e contribuindo para intervenções que
proporcionem inovações educacionais.
MUSEU DA EDUCAÇÃO E DO BRINQUEDO
Constituído por brinquedos e jogos antigos,
fotos das primeiras instituições de educação
infantil da cidade de São Paulo, acervo
bibliográfico sobre jogos e brincadeiras
tradicionais, atividades lúdicas monitoradas com
educadores em geral.
e Brinquedos e Materiais Pedagógicos
BRINQUEDO E BRINCADEIRAS
Há uma variedade de brinquedos no
espaço. Desde brinquedos tradicionais (corda,
peão, bola e boneca de pano) à brinquedos
industrializados (bonecas, carrinhos, mobiliários),
brinquedos de construção, brinquedos para
produção artística e fantasias. Eles são divididos
por cantos temáticos, em que as crianças
expressam suas emoções, conhecimentos. Elas
desenvolvem brincadeiras tradicionais, como
futebol e pula corda às brincadeiras de faz de
conta. Todos os brinquedos são adquiridos
através de doações.
EVENTOS
Educação da USP, por tanto, é um órgão público, com atendimento gratuito e regido
através de um estatuto criado em 1984, que garante acima de tudo ser um espaço de
pesquisa e formação.
ARMÁRIO BRINCANTE E TENDA DE JOGOS E BRINQUEDOS
O armário brincante/ tenda de jogos faz parte do programa do Pontão de
Cultura. Ele é um armário móvel levado no local onde haja crianças em São Paulo ou
na USP para a realização de brincadeiras com jogos entre adultos e crianças (vide
site LABRIMP – ícone Pontão de Cultura).
USP/ ATENDIMENTO
Toda atividade do LABRIMP é divulgado através da mídia, como panfletos e
site. O atendimento é feito no horário comercial.
Roda de Ciranda no Bandejão Central com a
comunidade USP - Projeto Oficinas Lúdicas
O LABRIMP promove atividades através da
Brinquedoteca ou de seus projetos junto ao
Museu da Educação do Brinquedo, o grupo
Contexto Integrados e ao Pontão de Cultura.
Conforme nosso site: www.labrimp.fe.usp.br
ESCOLA
O espaço é procurado por um número
expressivo de instituições que buscam agendar
horários para trazer grupos de crianças ao
espaço. Na última década atendemos em média
10.000 crianças por ano. O laboratório de
Brinquedos atende as crianças das escolas e
comunidades dentro do espaço da
Brinquedoteca. Os agendamentos são
previamente marcados com escolas participantes
do grupo contexto (priorizando o atendimento de
instituições públicas. As terças-feiras, o
laboratório é aberto a crianças da comunidade.
Cada turma de alunos deve vir
acompanhada por no mínimo dois responsáveis
da escola. No caso de alunos da comunidade,
crianças menores de cinco anos devem estar
acompanhar de um adulto. Além dos
responsáveis, a brinquedoteca possui, pelo
menos, dois monitores para participar das
brincadeiras com crianças, zelar pela segurança e
fazer pesquisas sobre seus projetos.
PARTE LEGAL/ÓRGÃO PÚBLICA
O LABRIMP pertence a Faculdade de
EQUIPE
J Desde sua criação no início da década de 80, o LABRIMP é coordenado pela
Profa. Dra. Tizuko Morchida Kishimoto.
J Ruth Elisabeth de Martin, é a educadora responsável do LABRIMP desde
1994;
J Elenice Ferrari, Auxiliar do LABRIMP e MEB desde 2007;
J Daniel F. Chiozzini, educador responsável pelo Museu da Educação e do
Brinquedo desde 2008;
J Roseli Aparecida Monaco é a responsável pelo Pontão de Cultura desde
2008, tendo sido educadora do LABRIMP na década de 90.
Contamos com monitores que organizam o espaço lúdico, recebem as
crianças e a cuidam do acervo de brinquedos e bibliográfico, além de fazerem de
relatórios de pesquisa. São alunos USP e pagos para desenvolver os projetos na
prática e teoria.
Oferecemos estágios de curso denominados “estudos independentes” aos
alunos de graduação da USP que cumprem a carga horária de 60 horas a 120
horas.
O Brinquedista nº 49 ... Pág. 07
Brinquedoteca:
Beatriz Piccolo Gimenes
Presidente do Conselho Consultivo da ABBri
O Nascimento da Brinquedoteca
Segundo relatos históricos da especialista em educação especial, Profa. Nylse
Helena Silva Cunha, fundadora da Associação Brasileira de Brinquedotecas, a idéia
de um espaço para brincar associado à criança surgiu em Los Angeles, E.U.A., em
1934. A direção de uma escola percebeu que as crianças chegavam atrasadas por
causa de uma loja de brinquedos que havia no caminho, da qual o dono reclamou
sobre alguns furtos feitos pelos alunos. E assim, foi iniciado um serviço comunitário –
o empréstimo de brinquedos para que os alunos levassem para casa e brincassem
com eles e tal atividade existe até o hoje.
Posteriormente, com a divulgação desse empréstimo, apareceram na Suécia,
em 1963, duas professoras e mães de crianças com necessidades especiais que
fundara a Lekotek (ludoteca em sueco), um espaço com o objetivo de emprestar
brinquedos e de orientar pais desses pequenos. Nesse caso, os profissionais
especializados brincavam com as crianças e orientavam os genitores como
estimular o filho a brincar em seu lar. Quando a criança não podia ir até a Lekotek,
algum agente ia até à casa dela, levando os brinquedos conforme suas
necessidades. A Lekotek atendia somente crianças portadoras de necessidades
especiais ou que estivesse sofrendo algum prejuízo em seu desenvolvimento,
realizando um trabalho individualizado e utilizando brinquedos que supriam as
necessidades específicas de cada caso. E foi em 1967, que surgiram as Toy
Libraries, bibliotecas de brinquedos internacionais, das quais a criança retirava
brinquedos emprestados para se divertir em casa, porém, esse modelo não é o que
se desenvolveu no Brasil.
Profa. Dra. Aidyl Macedo de Queiroz Pérez-Ramos.
I Curso de Brinquedista Hospitalar da ABBri e APM.
Capital / SP – 2006. [Foto: BPGimenes]
O Brincar na Área da Saúde
O Board da ITLA, da esquerda para a direita: Georgio Bartolucci (Itália),
Aina Khor (Malásia), Noriko Minejima (Japão), Denise Garon (Canadá),
Jean-Pierre Cornelissen (Bélgica), Anne-Marie Ekman (Suécia), Freda
Kim (CoréiaSul), Natália Pais (Portugal), Nylse Cunha (Brasil), Renate
Fuchs (Suíça) e Cynthia Morrison (África do Sul). [Foto ABBri]
O Brinquedista nº 49 ... Pág. 08
Ampliando a pesquisa do brincar e
brinquedos com crianças para a área da saúde, é
impossível não mencioná-la no campo da
Psicologia, e falarmos sobre as salas
ludoterapêuticas, que precederam as
brinquedotecas atuais. Aqui, no Brasil,
conhecemos esse trabalho com brinquedos em
hospital, a partir dessa mesma época, através da
Profa. Dra. Aidyl Macedo de Queiroz PérezRamos, que se recorda sobre a instalação da
primeira sala de brinquedos em hospital brasileiro,
em 1956, na Seção de Higiene Mental (atual
Instituto da Criança) da Clínica Pediátrica do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
da USP. Atualmente, a pesquisadora Aidyl presta
serviço como Membro da diretoria da ABBri
(gestão 2010-2011), trabalha no Conselho
Editorial de O Brinquedista e do Boletim da
Academia Paulista de Psicologia, da qual é
Membro Titular da Cadeira no. 30, e, ainda, é
Active Member of The New York Academy of
Sciences (EUA).
Na ocasião, a autora atuava como
“psicologista” (termo épico), em que o espaço com
mais de cinquenta anos de história
brinquedos servia de recurso para a observação
diagnóstica e para realização da ludoterapia das
crianças atendidas em ambulatório e na
enfermaria da referida clínica. E diante desses
meios, rapidamente, afirma a pesquisadora,
perceberam-se as mudanças de atitudes das
crianças e familiares na aceitação do hospital e na
adesão ao tratamento, bem como do
comportamento dos profissionais responsáveis
por aqueles clientes, observando esses
resultados.
Nylse Cunha e John Lindt, Presidente da Associação Sueca de Pediatria,
na residência de Ivonny Lindquist. Estocolmo – 1981. [Foto ABBri]
O Histórico da Brinquedoteca em
Educação
Prosseguindo sobre o histórico da
brinquedoteca em educação, Nylse Cunha relata
que no ano de 1971, em S. Paulo, foi inaugurado o
Centro de Habilitação da Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais – APAE/ SP. Nessa
ocasião, realizou-se uma exposição de
brinquedos pedagógicos para informar sobre o
que havia no mercado para a utilização das
crianças, estudantes e profissionais da área.
Diante do interesse despertado, tal acervo tornouse um setor de recursos pedagógicos da APAE e,
posteriormente, em 1973, uma Ludoteca, em
sistema de rodízio, semelhante a uma biblioteca
circulante. Tudo contribuiu para a maior
valorização desse setor da APAE, com o advento
do Congresso Internacional de Pediatria, que
acontecera em 1974 no Anhembi, S. Paulo.
Pediatras suecos apresentaram um trabalho
sobre o brinquedo na recuperação de crianças
hospitalizadas e na preservação da saúde mental
destas, liderados pelo Dr. John Lindt, que já
c o n h e c i a a s a t i v i d a d e s d a A PA E
internacionalmente.
Esse movimento cresceu por sete anos e foi
há mais de trinta anos, em 1978, em Londres, que
aconteceu o primeiro congresso internacional
sobre o assunto, cujo tema era: Brinquedoteca é
Trabalho de Equipe (Toy Libraries are Teamwork).
Esses congressos já foram abraçados por vários
países com os mais variados temas:
J 1981 – Estolcomo, Suécia, com tema: A
Brinquedoteca e a Sociedade (Toy Library in
Society);
J 1984 – Bruxelas, Bélgica, com o tema: O
Brincar é uma Linguagem ( Play is a
Language);
J 1987 – Toronto, Canadá, com o tema:
Partilhando Através do Brincar (Sharing
through Play);
J 1990 – Turim, Itália, com o tema: Brincar é para Todos (Play is for All);
J 1993 – Melbourne, Austrália, com o tema: Encontro Mundial sobre o Brincar
(Environments for Play);
J 1996 – em Zurique, Suíça, com o tema: Todo Lugar é Espaço de Brincar (Every
Place is Play Space);
J 1999 – Tokyo, Japão, com o tema: Brincar na Sociedade (Play in Society);
J 2002 – Lisboa, Portugal, com o tema: Brincar é Crescimento (Playing is Growing);
J 2005 – Gauteng, África do Sul, com o tema: Construindo Um Mundo Melhor
Através do Brincar (Building a Better World Through Play);
J 2008 – Paris, França, com o tema: Brinquedos e Jogos nas Brinquedotecas (Toys
and Games in Toy Libraries); e,
J 2011 – São Paulo, Brasil, com o tema: A Brinquedoteca Hoje em Dia (Toy Library
Nowadays). Ocorrerá de 11 a 15 de Outubro no Memorial da América Latina.
Nascem as Primeiras Brinquedotecas Brasileiras, em forma
sistemática
Em 1981, durante a segunda conferência, em Estolcomo, Suécia, Nylse Cunha
apresentou o seu clássico livro, fruto de trabalho na APAE, publicado pelo MEC,
Material Pedagógico: Manual de Utilização (7), época em que também, conheceu
Sally de Vincet, naquele momento diretora do National Lekotec Center, em Chicago...
Nessa cidade, visitando Ivonny Lindquist, que escrevera o primeiro livro sobre
a introdução de brinquedos para amenizar a dor em hospital, iniciada em 1956,
Cunha encontrou também, o Prof. Dr. John Lindt, do Hospital Infantil Karolinska. Esse
médico disse a Nylse: Depois que conheci o trabalho da Ivonny, com brinquedos em
hospital, eu não sei como me foi possível antes trabalhar como pediatra sem utilizar
brinquedos!
É entre meios de tantas novidades do exterior, que naquele ano Nylse funda a
Brinquedoteca Indianópolis, uma das primeiras no Brasil, dentro de uma escola para
crianças com necessidades especiais. Montou o modelo em cujo ambiente estruturado com brinquedos a criança adentrava, permitindo-lhe interagir ludicamente,
com o que lhe aprouvesse! O termo Brinquedoteca, palavra criada por ela na época,
pertence ao vocabulário nacional de educação e saúde nos dias de hoje.
... Aguardem a continuidade e fotos saudosistas no próximo Brinquedista!
O Brinquedista nº 49 ... Pág. 09
Renata Fuchs da ITLA visita São Paulo
A ABBri recebeu no final de Outubro a visita de Renate Fuchs, Coordenadora
das Brinquedotecas da Europa, e foi recebida por Vera Barros de Oliveira, VicePresidente da ABBri, e Ingrid Cadore, Coordenadora do Grupo das Brinquedotecas
da América, no próximo XII Congresso Internacional de Brinquedotecas de 2011. Na
ocasião, foram realizadas várias visitas, dentre elas:
Visita à Brinquedoteca do Hospital do GRAACC do Instituto
Oncológico Pediátrico, com Patricia Pecoraro, Coordenadora e
equipe.
Visita ao Pavilhão da Criatividade, no Memorial da América
Latina, junto com Maureen Bisilliat, Coordenadora do espaço.
No Memorial, será realizado o Congresso Internacional de
Brinquedotecas de 2011.
Memorial da América Latina.
O Brinquedista nº 49 ... Pág. 10
XII Congresso Internacional De Brinquedotecas
II Encontro Internacional De Pesquisadores Sobre Brinquedotecas
“A Brinquedoteca nos Dias de Hoje”
A Associação Brasileira de Brinquedotecas, ABBri, filiada à International Toy
Libraries Association, ITLA, traz pela primeira vez este evento à América, agora em
12ª. Edição, havendo já sido realizado na Europa, Ásia, África e Austrália, a cada três
anos. A partir da constatação de que o conceito de brinquedoteca e sua
operacionalização vem tendo uma contínua transformação, com o passar do tempo,
este Congresso se propõe a oferecer condições de uma ampla reflexão sobre a
trajetória das brinquedotecas, analisando os caminhos que vêm tomando, suas
conquistas, desafios e dificuldades, em nível internacional, a fim de preservar sua
genuína contribuição à divulgação da importância do brincar.
Diferentes formas de compreender e pôr em prática uma brinquedoteca estão
em curso. Os ambientes se diversificam e multiplicam. Brinquedotecas hospitalares
humanizam o ambiente, promovem adesão ao tratamento e fornecem apoio às
famílias. A escola redescobre a alegria do brincar e sua imensa contribuição para a
motivação da aprendizagem e a busca do conhecimento. A valorização da
brinquedoteca pelas universidades cresce. Os jogos invadem o campo empresarial
evidenciando seu potencial agregador e heurístico. O papel da brinquedoteca se
afirma frente aos avanços das ciências humanas e biológicas que confirmam a
importância do lúdico para o desenvolvimento, preservação e recuperação de
habilidades e competências físicas, psicológicas e sociais.
Essas transformações se acentuam com o ingresso da brinquedoteca no
ambiente digital. A utilização da informática no dia-a-dia das brinquedotecas em suas
diversas modalidades, com seus fatores de proteção e risco nas diversas faixas
etárias e nos diversos ambientes, necessita de uma ampla discussão, com a
participação de profissionais e acadêmicos da Educação, da Saúde e da
Comunicação, entre outros, com apresentação de resultados de investigações e
relatos de experiência em diversos países e continentes. De forma complementar,
este congresso enfatiza a importância da utilização da rede digital como meio de
comunicação e atualização entre as diversas associações nacionais de
brinquedotecas e delas com a International Toy Libraries Association, ITLA; assim
como entre brinquedotecas regionais, pesquisadores, etc., em newsletters e
websites.
Ressalta ainda a necessidade da discussão sobre a formação do brinquedista,
a qual requer, hoje em dia, uma complementação específica relativa aos diversos
ambientes onde vai atuar (escola, hospital, empresa, etc.).
Este congresso, organizado pela ABBri, dá continuidade a anteriores e baseiase nas diretrizes da ITLA.
Data: 11 a 15 de Outubro de 2011
Local: Memorial da América Latina - São Paulo
http://www.itlaconference2011.com.br
O Brinquedista nº 49 ... Pág. 11
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