Desemprego aumentou muito mais na construção do que nos restantes sectores de actividade Por Luísa Pinto O número de inscritos nos centro de emprego até ao passado mês de Setembro que alegaram ter estado antes a trabalhar no sector da construção aumento 71 por cento face ao mesmo período do ano passado. Trata-se, como nota a Federação da Construção no relatório de conjuntura que acaba de divulgar, de uma “variação muito superior ao aumento do número de desempregados inscritos em termos nacionais, valor que terá aumentado 30,2 por cento no final de Setembro em termos homólogos”. A criação de emprego na construção diminuiu 8,8 por cento, em termos homólogos, e hoje o sector tem menos 49 mil trabalhadores. Todos os meses o número de desempregado no sector aumenta, não só por causa “da grave crise que se vive no sector a nível nacional”, mas também por “eventuais desempregados do Sector que, antes, trabalhariam na Construção, mas em países vizinhos e que também têm visto agudizar-se os efeitos da crise”, refere a Federação. O número de desempregados inscritos como oriundos do sector da construção constitui cerca de 13 por cento do número total de desempregados apurados como provenientes de todos os demais sectores de actividade, pelo que a Federação "não tem dúvidas de que, se a actividade na construção for estimulada, será resolvido, numa parte significativa, o problema do desemprego em Portugal”. O desemprego é, por isso, o número mais preocupante neste sector, já que os restantes indicadores avaliados, nomeadamente os indicadores de confiança dos empresários, revelam alguma estabilidade. Aliás, a comparação com a Europa a 27 revela que os empresários portugueses da construção estão bem menos pessimistas do que os seus parceiros europeus. A evolução dos saldos dos indicadores de confiança apurados pela Comissão Europeia para o sector da construção até ao final de Outubro mostra que a variação relativa aos empresários do sector da Europa a 27 países se situava 25 por cento abaixo da variação apurada para os mesmos dez meses de 2008;e para os empresários portugueses a mesma variação ficava-se em menos 11 por cento. Isto apesar de, no mês de Outubro, o saldo de Portugal ser pior que o saldo da EU a 27. Segundo o relatório da Federação da Construção, todos os indicadores de análise da conjuntura, como as carteiras de encomendas e os indicadores financeiros das empresas se têm mantido relativamente estáveis, ou gradualmente menos desfavoráveis desde o passado mês de Agosto. A excepção vai para o segmento dos edifícios residenciais, que continua a registar uma “depressão intensa”.