0 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE NATUREZA E CULTURA LICENCIATURA EM PEDAGOGIA QUEILA AZEVEDO DE MACEDO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC EDUCAÇÃO ESPECIAL: UM NOVO OLHAR INCLUSIVO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA ESTADUAL CENTRO EDUCACIONAL DOMÊNICO MARZI Benjamin Constant 2010 1 QUEILA AZEVEDO DE MACEDO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC EDUCAÇÃO ESPECIAL: UM NOVO OLHAR INCLUSIVO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA ESTADUAL CENTRO EDUCACIONAL DOMÊNICO MARZI Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Natureza e Cultura (INC) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) como requisito final para obtenção do título de Licenciada em Pedagogia. Orientadora: Professora MSc. Marinete Lourenço Mota. Benjamin Constant 2010 2 QUEILA AZEVEDO DE MACEDO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC EDUCAÇÃO ESPECIAL: UM NOVO OLHAR INCLUSIVO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA ESTADUAL CENTRO EDUCACIONAL DOMÊNICO MARZI Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Natureza e Cultura (INC) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) como requisito final para obtenção do título de Licenciada em Pedagogia. Aprovado em 17 de dezembro de 2010. BANCA EXAMINADORA _________________________________________ Profª MSc. Marinete Lourenço Mota – Presidente Instituto de Natureza e Cultura/UFAM/BC _________________________________________ Profª Esp. Darcimar Souza Rodrigues – Membro Centro de Ensino Superior de Tabatinga/UEA __________________________________________ Profª Esp. Maria Francisca Nunes de Souza – Membro Instituto de Natureza e Cultura/UFAM/BC 3 DEDICATÓRIA A todos os pais que em suas vidas tem um filho especial, que de uma forma ou outra sentiram-se perdidos por não saberem por onde começar na inclusão de seus filhos à escola e em todo convívio social.Muitos desafios foram enfrentados, e quem sabe até mesmo foram barrados, por insistirem o que de direito lhes pertencia a educação de seus filhos. Aos meus pais pelos ensinamentos de valores, são eles a razão de minha perseverança, por terem dedicado suas vidas em prol do meu crescimento tanto pessoal como espiritual, bem como pelo amor, carinho, dedicação e confiança que depositam a mim, dedico-lhes essa conquista como votos de eterna gratidão. Aos meus avôs Antonio Alves de Macedo e Lurdes Freitas de Azevedo, que hoje já não estão entre nós, mas que sentiam-se orgulhosos pelas minhas conquistas, avôs sempre vos amarei... As minhas irmãs: Márcia Macedo da Silva, Sheila Azevedo de Macedo e Ruth Azevedo de Macedo, maninhas amo vocês. A Vovó Lilica, por ter se tornado um incentivo aos meus estudos. A professora Gilvania Plácido Braule, pelo entusiasmo e perseverança que teve em nossas práticas de campo, foi através desse olhar da realidade que descobri minha paixão pela Educação Especial. As minhas amigas de infância, muitas vezes parávamos para falar sobre nossos sonhos, sendo um deles o curso superior. Meninas vocês moram em meu coração, amo vocês!!! A todos que são apaixonados por estudos e pesquisas na área de Educação Especial, é através de todos vocês que os sonhos de muitos especiais e suas famílias voltaram a florir e hoje me junto a vocês. Por fim, a todos que de forma direta ou indireta, torceram e acreditaram em mim. 4 AGRADECIMENTO A Deus por tudo que me tem proporcionado é ele meu bem maior, hoje compreendo suas promessas, que muitas vezes parecia tao distante, mas tudo tem o seu tempo.”Te amo ó Deus da minha salvação, não há na terra, nem nos céus rei maior que o meu” (Filhos do Homem). A minha orientadora professora Marinete Lourenço Mota, pela colaboração prestimosa, bem como pela dedicação nos seus atendimentos. As minhas amigas do grupo de estudos: Aldenice Castro dos Reis; Alziane Garcia Melquíades; Jussara Oliveira de Souza e Rossy Kelly da Silva Santos, meninas vocês fazem parte de minha história, amo vocês. A minha amiga Viviane de Amorim Bitencourt, a universidade não dá oportunidade somente do conhecimento científico, mas de conhecermos pessoas que passarão a ser inesquecíveis, vivi você é exatamente isso, te amo amiga. Obrigada pelos anos que compartilhamos a mesma casa. Aos amigos pelo apoio e incentivo, em especial a amiga Marcilene de Freitas Lopes, amiga valeu por tudo, você também faz parte da minha história, te amo amiga. A minha turma de Pedagogia, pelos quatros anos e meio que partilhamos os mesmos ensinamentos, por vezes pensamentos diferentes, mas que respeitamos as opiniões de cada um. Valeu!!! A todos os professores do Curso de Pedagogia, e dos demais cursos que lecionaram em nossa turma, vocês fazem parte de minha formação profissional, alguns já se foram de nosso Instituto, mas plantaram aqui a semente do conhecimento. 5 A educação é também onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo e abandoná-las a seus próprios recursos e tampouco, arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender alguma coisa nova e imprevista para nós, preparando-as, em vez disso e com antecedência, para a tarefa de renovar um mundo comum. HANNA ARENDT 6 RESUMO O referido Trabalho de Conclusão de Curso está alicerçado no teor científico, tem como objetivo abordar os resultados alcançados na trajetória acadêmica, através das observações minuciosas, das reflexões e análises trabalhadas no decorrer do curso de Licenciatura em Pedagogia do Instituto de Natureza e Cultura, Pólo da Universidade Federal do Amazonas em Benjamin Constant. Este trabalho compreende o memorial das vivências acadêmica ao longo do curso, apresentando a reflexão teórica e prática constituída pela indissociabilidade entre o ensino, pesquisa e extensão, fazendo parte ainda os Estágios Supervisionados na Gestão Educacional, Educação Infantil e Anos Iniciais, enfatizando sua importância na formação profissional do Pedagogo, nos proporcionando o crescimento intelectual, humano e social. A monografia por sua vez como parte deste trabalho apresenta os resultados da pesquisa realizada por intermédio das disciplinas de Prática da Pesquisa Pedagógica a respeito da temática Educação Especial nos Anos Inicias do Ensino Fundamental em escola pública. As principais fontes de leituras para este estudo em questão foi com base em autores como Mantoan (2006), Smith (2008), Mazzota (2005), Freire (1996) dentre outros. Os procedimentos metodológicos para o desenvolvimento deste trabalho fundamentou-se numa abordagem qualitativa pelas atividades contempladas na disciplina de Orientação ao Trabalho de Conclusão de Curso. Como resultados alcançados destaca-se a relevância das atividades desenvolvidas pelos estágios como experiências para a prática pedagógica docente nos níveis de Educação Infantil e Anos Iniciais e na atuação do campo da Gestão Educacional Escolar na formação profissional, e a concretização da pesquisa serviu para que como educadora compreenda a necessidade de ser um eterno pesquisador para que os problemas surgidos no contexto escolar venham ser superados, partindo desta reflexão é percebível que as mudanças ocorrerão quando a escola estiver consciente que ensinar com êxito exige a prática da pesquisa. A efetivação da inclusão e seu sucesso no contexto escolar depende também do compromisso do educador com a qualidade da educação da qual depende nossos alunos. Palavras-chave: Prática Pedagógica. Educação Especial. Inclusão. Ensino Regular. 7 RESUMEN El referido trabajo de Conclusión de Curso se basa en las teorías científicas, tiene como objetivo abordar los resultados alcanzados en la trayectoria académica, através de las observaciones minuciosas, de las reflexiones e análisis trabajadas en el transcurso del curso de Licenciatura en Pedagogía del Instituto de Naturaleza y Cultura- INC, polo de la universidad Federal del amazonas-UFAM, en Benjamin Constant. Este trabajo comprende el memorial de las vivencias académica a lo largo del curso, presentando la reflexión teórica y práctica constituida por la indisociabilidad entre la enseñanza, pesquisa y extensión, haciendo parte aun las Prácticas Supervisionadas en la Gestión Educacional, Educación Infantil y años iniciales, enfatizando su importancia en la formación profesional del Pedagogo, proporcionándonos el crecimiento intelectual, humano y social. La monografía por su vez como parte deste trabajo presenta los resultados de la pesquisa realizada por intermedio de las disciplinas de Práctica de la Pesquisa Pedagógica al respecto de la temática Educación Especial en los Años Iniciales de la enseñanza fundamental en escuela publica. Las principales fuentes de lecturas para este estudio em cuestión fue con base en autores como Mantoan (2006), Smith (2008), Mazzota (2005), Freire (1996), entre otros. Los procedimientos para el desarrollo deste trabajo se fundamentó en un abordaje cualitativo por las actividades contempladas en las disciplinas de Orientación al Trabajo de conclusión de Curso. Como resultados alcanzados se destaca la relevancia de las actividades desarrolladas por las prácticas como experiencias para las práctica pedagógica docente en los niveles de Educación Infantil y años Iniciales, y en la actuación del campo de la Gestión Educacional Escolar en la formación profesional, y la caracterización de la pesquisa sirvió para que como educadora comprenda la necesidad de ser un eterno pesquisador para que los problemas surgidos en el contexto escolar vengan a ser superados, partiendo de esta reflexión se puede percibir que los cambios ocurrirán cuando la escuela esté consciente que enseñar con éxito exige la práctica de la pesquisa. La efectivación de la inclusión y su éxito en el contexto escolar depende tambien del compromiso del educador con la calidad de la educación, de la cual dependen nuestros alumnos. Palabras Llaves: Práctica Pedagógica, Educación Especial, Inclusión, Enseñanza regular. 8 LISTA DE ILUSTRAÇOES Quadro 1 : Estrutura física da Esc.Est. Profª Rosa Cruz.......................................... Gráfico 1: Avaliação da infra-estrutura................................................................... Gráfico 2: Nível de desenvolvimento dos alunos especiais de 0 a 10..................... Quadro 2 : Rendimento escolar dos alunos especiais em 2007............................... Quadro 3: Rendimento escolar dos alunos especiais em 2008................................ Gráfico 3: Rendimento dos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais no ano de 2007....................................................................................................... Gráfico 4: Rendimento dos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais no ano de 2008....................................................................................................... Gráfico 5: Índice de Matrículas de Alunos com Necessidades Educacionais Especiais Entre os anos de 2007 e 2008.................................................................................... 54 86 87 87 88 88 89 89 9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CEADAM – Convenção Estadual das Assembléias de Deus no Amazonas CEE/AM - Conselho Estadual de Educação/Amazonas CME/BCT - Conselho Municipal de Educaçao / Benjamin Constant CMEIFCA - Centro Municipal de Educação Infantil “Francisco Chagas de Almeida” EECEDM - Escola Estadual Centro Educacional Domênico Marzi E.I - Educação Infantil GP-PMBC - Gestão Pública – Prefeitura Municipal de Benjamin Constant IDEB - Índice do Desenvolvimento da Educação Básica IEADAM - Igreja Evangélica Assembléia de Deus no Amazonas LDBEN - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional MEC - Ministério da Educaçao e Cultura SADEAM - Sistema de Avaliação do Desenvolvimento Educacional do Amazonas SAEB - Sistema de Avaliação da Educação Básica 10 SUMÁRIO INTRODUÇAO ............................................................................................................. CAPITULO 1.................................................................................................................. 1. MEMORIAL: HISTÓRIA DE ESTUDANTE ....................................................... 1.1 BIOGRAFIA.............................................................................................................. 1.2 ESCOLARIDADE NA EDUCAÇAO BÁSICA....................................................... 1.3 ATUAÇAO PROFISSIONAL.................................................................................. 1.4 MINHA VIDA ACADEMICA NO CURSO DE PEDAGOGIA............................. 1.4.1 Ensino.................................................................................................................... 1.4.2 Pesquisa................................................................................................................. 1.4.3 Extensão................................................................................................................ 1.4.4 O Estágio Como Atuação Profissional.................................................................. 1.4.5 Outras Atividades................................................................................................. 12 14 14 15 15 17 18 18 20 21 22 24 CAPITULO 2................................................................................................................ 2. ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS NO CURSO DE PEDAGOGIA................... 2.1 ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA GESTAO EDUCACIONAL........................ 2.1.1 Perfil do Gestor...................................................................................................... 2.1.2 Gestão Democrática: participação da comunidade............................................ 2.1.3 Relações Humanas na Escola............................................................................... 2.1.4 Órgãos Colegiados................................................................................................. 2.1.5 Projeto Político Pedagógico.................................................................................. 2.1.6 Avaliação Institucional da Escola....................................................................... 2.1.7 Atividade Desenvolvida Pela Escola Durante o Estágio.................................. 2.1.8 Intervenção............................................................................................................ 2.2 ESTÁGIO SUPERVISONADO NA EDUCAÇAO INFANTIL.............................. 2.2.1 A Instituição......................................................................................................... 2.2.2 Análise Documental: Projeto Político Pedagógico e Regimento Interno....... 2.2.3 A Sala de Aula....................................................................................................... 2.2.4 O Perfil do/a Educador/a..................................................................................... 2.2.5 As Crianças............................................................................................................ 2.2.6 Observações Realizadas na Sala de Aula........................................................... 2.3 PARTICIPAÇAO ATIVA........................................................................................ 2.3.1 Eleição do Conselho Escolar................................................................................ 2.3.2 Posse do Conselho Escolar.................................................................................. 2.3.3 Planejamento dos Professores............................................................................ 2.4 REGENCIA SUPERVISIONADA........................................................................... 27 27 29 29 30 32 33 34 35 37 38 40 40 41 41 43 44 46 46 47 48 48 49 11 2.4.1 Preparação e Planejamento................................................................................ 2.4.2 Dia da regência.................................................................................................... 2.5 ESTÁGIO SUPERVISIONADO NOS ANOS INICIAIS........................................ 2.5.1 A Instituição de Ensino....................................................................................... 2.5.2 A Motivação em Sala de Aula............................................................................ 2.5.3 Relações Humanas na Escola.............................................................................. 2.5.4 Corpo Docente da Escola..................................................................................... 2.5.5 Corpo Discente da Escola..................................................................................... 2.5.6 Participação Ativa ............................................................................................. 2.5.7 Docência Supervisionada.................................................................................. 2.5.8 Dia da Regência.................................................................................................. 49 50 53 53 55 56 57 58 58 59 61 CAPITULO 3............................................................................................................. 3. EDUCAÇAO ESPECIAL: UM NOVO OLHAR INCLUSIVO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA ESTADUAL CENTRO EDUCACIONAL DOMENICO MARZI.......................................................................................................................... 3.1 Metodologia da Pesquisa: os caminhos percorridos........................................... 3.1.1 Campo da Pesquisa............................................................................................ 3.2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................. 3.2.1 Um Breve Histórico da Educação Especial...................................................... 3.2.2 Os Marcos Legais da Inclusão no Brasil............................................................. 3.2.3 Educação Inclusiva versus Educação Especial................................................... 3.2.4 Salas de Ensino Regular x Salas de Recursos..................................................... 3.3 RESULTADOS E DISCUSSOES............................................................................. 3.3.1 Os Desafios do Educador do Ensino Regular com a Educação Inclusiva....... 3.3.2 Preparação do Professor da Sala de Recursos................................................... 3.3.3 O Processo Ensino-aprendizagem na Escola Inclusiva..................................... 3.3.4 Métodos e Técnicas de Ensino Aplicado na Sala de Ensino Regular............... 3.3.5 Métodos e Técnicas de Ensino Aplicado na Sala de Recursos.......................... 3.3.6 Diálogo entre o Professor do Ensino Regular e Professor da Sala de Recursos 3.3.7 O Planejamento Pedagógico da Escola.............................................................. 3.3.8 Processo de Avaliação da Educação Inclusiva.................................................. 3.3.9 Participação Ativa............................................................................................... 63 CONSIDERAÇOES FINAIS...................................................................................... 93 REFERÊNCIAS........................................................................................................... 95 63 64 65 66 67 70 72 74 76 77 79 80 80 83 84 84 86 90 APÊNDICES ................................................................................................................ 98 APÊNDICE A- Entrevista Realizada Durante a Pesquisa com a Gestora da Escola. 99 APÊNDICE B- Entrevista Realizada Durante a Pesquisa com os professores da Escola ............................................................................................................................ 102 APÊNDICE C- Entrevista Realizada Durante a Pesquisa com os Funcionários da Escola....................................................................................................................... 105 12 INTRODUÇÃO Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) tem por escopo apresentar a reflexão da teoria e prática construída pela acadêmica ao longo do curso de Licenciatura em Pedagogia do Instituto de Natureza e Cultura, Pólo da Universidade Federal do Amazonas em Benjamin Constant, compreendendo as experiências pedagógicas vivenciadas pelos Estágios Supervisionados e pela prática da pesquisa realizada por intermédio das 05 (cinco) disciplinas obrigatórias de Prática da Pesquisa Pedagógica oferecidas no curso. Durante o curso tivemos três Estágios Supervisionados, referenciados pelo Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de Pedagogia sob o respaldo da lei de estágio Nº 11.788 de 25/ 09/08 e o convênio Nº 028/2009 e as Resoluções do Conselho Municipal de Benjamin Constant de números 02/03/04 e 05/2008 as resoluções nortearam os estágios supervisionados na Educação Infantil e Anos Iniciais. O primeiro Estágio Supervisionado oferecido foi o da Gestão Educacional, o qual foi realizado na Escola Estadual Profª Rosa Cruz no Centro de Benjamin Constant durante os dias 25/09/2009 a 24/02/ 2010 esta data se entendeu devido a uma greve estudantil no Instituto de Natureza e Cultura. O segundo Estágio Supervisionado na Educação Infantil aconteceu no Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de Almeida situado no Bairro Umarizal no Município de Benjamin Constant nos dias 29/03/2010 a 17/05/2010 e o terceiro estágio Supervisionado nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental foi realizado na Escola Estadual Profª Rosa Cruz, sendo a mesma escola e endereço do Estágio Supervisionado em Gestão Educacional, que estão melhores detalhados no segundo capítulo deste trabalho. Este trabalho trás contribuições em nossa formação profissional para que saibamos a importância e o porquê de sermos pesquisadores. A pesquisa nos ajuda a encontrarmos as respostas acerca das problemáticas educacionais surgidas no cotidiano escolar, exigindo do pesquisador o compromisso com a educação. Neste contexto o pedagogo em sua prática na perspectiva da qualidade educacional encontra muitos desafios a serem superados, desta 13 forma a pesquisa vem colaborar com a construção de conhecimentos que ajudam a transformar e a direcionar os trabalhos educacionais escolares para novos caminhos e perspectivas. A estrutura do trabalho esta dividida em três capítulos, sendo o primeiro capítulo o memorial, o segundo capítulo os Estágios Supervisionados na Gestão Educacional, Educação Infantil e Anos Iniciais e o terceiro capítulo a monografia contendo a pesquisa e seus resultados. Os três capítulos compõem a trajetória da acadêmica no ensino superior, mostrando os resultados e perspectivas alcançadas. 14 CAPÍTULO 1 1 MEMORIAL: HISTÓRIA DE ESTUDANTE Cabe aqui discorrer a memória estudantil como forma de guardar, registrar os passos galgados pela busca da construção e efetivação do conhecimento e da aprendizagem, aqui serão registrados as minhas alegrias, tristezas, decepções e superações dos momentos difíceis que passei ao longo dessa jornada. Neste memorial, procurarei discorrer de forma objetiva e concisa o percurso da vida estudantil e acadêmica, fazendo uma breve análise do Curso de Pedagogia na minha vida profissional. Sinto-me feliz em estar concluindo o Curso de Pedagogia pela Universidade Federal do Amazonas, um dos meus sonhos era cursar o nível superior e consegui-lo por uma universidade federal me trouxe sensação de realização, meus estudos foram alcançados com muitas dificuldades, mas ser persistente me mostrou que nossas metas sempre podem ser alcançadas, não importa as dificuldades, em especial devo todas as minhas vitórias a Deus foi ele a minha sustentação. Sabemos que a memória em registro é uma forma de não levar ao esquecimento uma trajetória já percorrida é através da autobiografia que conheceremos um pouco de cada história. É de suma relevância que se construa essa memória, uma vez que a história pertence aqueles que a constrói e a conhece. Sendo assim esse memorial se encontra organizados em seções para melhor entendimento do mesmo: Biografia, Escolaridade: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, Atuação Profissional, Minha vida acadêmica no Curso de Pedagogia, o Estágio como Atuação Profissional e Outras Atividades. 15 1.1 BIOGRAFIA Chamo-me Queila Azevedo de Macedo, nasci no dia 17/06/1983 no município de São Bernardo do Campo no Estado de São Paulo, sou filha de Aristeu Alves de Macedo e Elisabeth Azevedo de Macedo, sou irmã gêmea de Sheila Azevedo de Macedo, e tenho mais duas irmãs a mais velha Márcia Macedo da Silva, hoje casada e mãe de três filhos e a irmã caçula Ruth Azevedo de Macedo. Meu pai nasceu no Estado do Espírito Santo, em uma antiga cidade chamada São Mateus, hoje por nome de Boa Esperança, aos 15 anos de idade juntamente com alguns de seus irmãos chegam para trabalhar e melhorar suas condições financeiras ao Estado de São Paulo. Minha mãe nasceu no município de Diadema, no ABC Paulista, Estado de São Paulo. No ano de 1988 chegamos ao Amazonas, minha família decidiu firmar moradia neste estado na cidade de Manaus, a razão suas filhas Sheila e Queila estarem com Pneumonia, e devido ao frio de São Paulo os médicos aconselharam a procurarem um lugar mais quente, e a propósito meu pai trabalhava no ramo de panificação e veio com seu patrão para inaugurar uma padaria em Manaus, e percebendo as elevadas temperaturas decidiu voltar a São Paulo e trazer a família. 1.2 ESCOLARIDADE: EDUCAÇÃO INFANTIL, ENSINO FUNDAMENTAL E ENSINO MÉDIO No ano de 1988, fui matriculada em uma escola da pré-escola particular de japoneses com referencia budista, estudei por aproximadamente dois bimestres e logo fui transferida, sendo que minha transferência sucedeu não pelo ensino, mas pela controvérsia religiosa, o credo budista não convinha com a cristã evangélica, religião seguida por minha família. Fui estudar em uma escola de Educação Infantil (pré-escola) também particular por nome Belo Horizonte no bairro do Aleixo, permanecendo até o término da escolarização infantil. No ano de 1990, passei a estudar na Escola Estadual “José Bentes Monteiro”, em Manaus no bairro do Aleixo, cursando a 1ª e 2ª séries do Ensino Fundamental. Me recordo de minha vida estudantil nesta escola, estudei com uma professora na 1ª série, dedicada e carinhosa, mesmo muito pequena me recordo até aos dias de hoje a dedicação dela para com seus alunos. Houve uma festinha em comemoração aos “Dias das Crianças” em cada sala e ela organizou uma festa muito legal, com ornamentação de palhaços ficou muito encantadora 16 para nós crianças, e uma das coisas que me recordo foi às lembrancinhas eram palhacinhos escondidos dentro de um copo descartável e ao empurrar um arame no fundo do copo o palhacinho saia sorridente, gostei muito que a professora foi vestida com um macacão do mesmo tecido da roupa dos palhacinhos. No ano seguinte, em 1991 passei a estudar na 2ª série com uma professora tradicional, não tenho boas recordações desse ano, acredito que nem um dos colegas que comigo estudaram. Existia o método da sabatina algo crucial para os alunos, ela era muito severa e, mormente com um aluno que era seu filho, o garoto chorava muito quando era sua vez na sabatina, acabei tendo aversão à tabuada, o que era para fazer parte da busca pela aprendizagem acabou se tornando uma tortura, enfim terminamos o ano letivo, e tive bons amigos na escola. A Educação Tradicional, por se tratar de uma educação conservadora, a forma como o ensino é transmitido, leva-nos hoje a ver que os métodos avaliativos eram voltados mais para a memorização, ou seja, não dava oportunidade para os alunos criarem suas próprias respostas, elas tinham que ser reproduzidas na íntegra, conforme o que foi ensinado com um texto de suporte. A nossa relação com a professora não era o que acontece hoje a interação do conhecimento, a professora era autoritária, os alunos passivos, submissos, receptivos e tem mais estávamos sujeitos à penalizações através o famoso castigo. As aulas eram realizadas através de repetições de leituras, memorização de fórmulas e conceitos. Não estou afirmando que a escola era tradicional, mesmo porque estudei dois anos e com professoras diferentes e suas formas de ensinar eram diferentes. Hoje tenho como experiência, que o professor e seus métodos de ensino fazem um diferencial na vida dos alunos. Mas no ano seguinte, em 1992 não estudaria mais naquela escola, meus pais estavam se mudando para um interior do município de Manacapuru por nome de Repartimento de Tuiué (Malvina), onde foram ordenados pastores pela Convenção Estadual das Assembléias de Deus no Amazonas - CEADAM, foi tudo muito novo, passaríamos a viver outra realidade, morar em um interior do Amazonas. Meus pais me matricularam na Escola Municipal Professora Maria de Nazaré Oliveira, onde cursei a 3ª série, sendo que neste ano letivo não fui aprovada, ou seja, apenas dois alunos dos vinte e oito alunos foram aprovados. Em 1993 cursei novamente a 3ª série na Escola Estadual Januário Santana, em um anexo na Escola Municipal Maria de Nazaré Oliveira, sendo aprovada. No ano letivo de 1994 cursei a 4ª série nesta escola municipal com uma professora vinda do município de Manacapuru. No Repartimento de Tuiué, na única escola só existia até a 4ª série, com o avanço dos alunos a Secretaria Municipal de Educação do Município de Manacapuru ofertou a 5ª série do Ensino Fundamental em 1995, e em 1996 17 ofertou também a 6ª série, cursei ambas as séries e fui aprovada. Mas em 1997 a SEMED informou que não haveria a 7ª série no interior. Foi quando a Escola Estadual Januario Santana, pertencente ao interior de Caviana onde já havia oferecido um anexo da 3ª série do Ensino Fundamental no Repartimento de Tuiué, se mobilizou e propôs a oferta de implantar o Telecurso 2000, um curso que tinha equivalência de 5ª a 8ª série para que os alunos dessem continuidade aos estudos, mas havia um problema o Telecurso 2000 era para alunos com idade a partir dos 18 anos que estavam fora da idade escolar, e a maioria dos alunos estavam abaixo dessa faixa etária aceita pelo curso. Com a liberação do Telecurso 2000 para funcionar naquela comunidade podemos terminar o Ensino Fundamental no ano de 1998, amparada pela Resolução nº 092/96CEE/AM. No ano de 2000 fomos cursar a 1ª série do Magistério na Escola Estadual “José Seffair” no município de Manacapuru, fomos residir na casa de uma senhora por nome de Edilberta Conde conhecida como “Vovó Lilica”, onde ficamos até o começo do 2º semestre, passamos a morar eu e minha irmã em um apartamento alugado. Final do ano de 2000 meus pais foram transferidos para liderarem a IEADAM em São Paulo de Olivença, tomando posse em março de 2001. Fomos transferidas de escola, para uma escola estadual em São Paulo de Olivença, mas tinha um problema não oferecia a 2ª série do Magistério, a última turma desse curso estaria se formando ao final de 2001. Meus pais foram conversar com o gestor da escola e segundo o Artigo 41 do Regimento Geral da Rede Estadual de Ensino – Lei nº 9394/96, poderíamos fazer adaptação nos componentes curriculares. Fui matriculada na 2ª série do Ensino Médio e no contra turno fazíamos adaptação nos componentes curriculares de Língua Estrangeira e Ensino das Artes. Em 2002 passei a cursar a 3ª série do Ensino Médio no turno noturno, finalizando a Educação Básica. 1.3 Atuação Profissional Como profissional, minha inserção na área da Educação aconteceu no ano de 2004, com o Concurso Público Estadual da Secretaria de Educação e Cultura - SEDUC\AM. Exerço a função de funcionária pública como assistente administrativo, de início exercia na secretaria da Escola Estadual “Nossa Senhora da Assunção”. No ano de 2006 houve inscrição para o 18 vestibular Macro Verão para os Campus da UFAM no interior do Amazonas, minha escolha para qual curso foi decidido a partir da área em que trabalhava, escolhi então o curso de Pedagogia, sendo ministrado no município de Benjamin Constant, mesmo sem experiência para atuar em sala de aula, não me intimidou a escolha do curso, conhecer as diversas forma de fazer educação era minha curiosidade, a escola muitas vezes peca quando se limita a uma única forma de ensinar, o mundo pedagógico era desconhecido para mim, até porque meu trabalho é mais burocrático e muitos na escola não conseguem ver que nós temos a necessidade de fazer parte do pedagógico, talvez o sucesso não seja maior por separarmos o burocrático do pedagógico. Após aprovação do vestibular, pedi transferência do meu trabalho para o município de Benjamin Constant, onde passaria a estudar e trabalhar. 1.4 Minha Vida Acadêmica no Curso de Pedagogia Atualmente sou acadêmica do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal do Amazonas – Instituto de Natureza e Cultura no município de Benjamin Constant no Estado do Amazonas. No dia 12 de setembro de 2006, cheguei a Benjamin Constant, sob condições de transferência do meu trabalho para uma escola estadual deste município, no dia 06 de novembro de 2006 deu-se início as aulas na universidade. 1.4.1 Ensino A partir de 2006 cursei várias disciplinas, sendo estas um desafio, de início tudo era novo e a cada passo que dávamos encontrávamos dificuldades, mas todas serviram para o meu crescimento como acadêmica. A disciplina de “Introdução à Pedagogia” foi de grande relevância, definia o escopo do curso de pedagogia, tratava das diversas concepções sobre educação, o papel do pedagogo bem como a relação da gestão educacional com todo o trabalho escolar seja na Educação Infantil ou Series Iniciais do Ensino Fundamental. Outras disciplinas como: “Introdução à Antropologia” e “Introdução à Sociologia” serviram para que viéssemos conhecer e relacionar os conhecimentos antropológicos e sociológicos com a prática profissional do pedagogo. As Disciplinas de “Psicologia Geral”, “Psicologia da Educação e Desenvolvimento”, “Psicologia da Aprendizagem”, foram de suma importância uma vez que, para o curso é relevante ter conhecimento da história, conceitos e métodos 19 usados na área de psicologia para que entendêssemos o processo de evolução do comportamento humano e entender a relação da psicologia com a prática pedagógica. As disciplinas “Fundamentos da Educação Especial” e “Língua Brasileira de Sinais” vieram de encontro com os meus anseios em aprender mais sobre Educação Especial, estas firmaram o histórico da educação especial, os fundamentos da educação de surdos, bem como a compreensão da Língua Brasileira de Sinais e suas especificidades e possibilidades didáticas, reconhecimento com língua e instrumento de inclusão social. Na disciplina de LIBRAS, tivemos uma oficina, com a participação de uma doutora na área e um interprete em LIBRAS, também surdo, foi muito gratificante a experiência. As disciplinas que envolvem gestão como: “Gestão Organizacional”, “Princípios da Gestão Pedagógica”, “Gestão Democrática do Trabalho Pedagógica” e “Docência, Gestão e Relações Humanas” serviram para que obtivéssemos uma visão geral no que tange o processo de gestar de uma instituição seja ela de ensino ou não, bem como melhorar as condições do ambiente de trabalho e as diversas formas de lideranças a serem seguidas para uma melhor qualificação para o mercado de trabalho. As disciplinas que envolvem a Educação Infantil e Anos Iniciais, como: “Princípios e Métodos da Educação Infantil I e II”, “Literatura Infantil”, “Psicomotricidade Recreação na Educação Infantil e Anos Iniciais” e “Arte na Educação Infantil e Anos Iniciais” serviram para que tivéssemos uma visão abrangente de como trabalhar as expressões artísticas, bem como o desenvolvimento psicomotor das crianças dentro do contexto educacional e fora dele, oportunizando aos educadores o conhecimento de teorias e práticas educacionais que existem para que o ensino e a aprendizagem desses níveis de ensino, não saia dos parâmetros estabelecidos, uma vez que, a transição da criança entre o brincar e o estudar exige um certo cuidado para que não seja tirada o que pertence a elas, segundo Faria, (2005, p. 39) : [...] a passagem do brincar ao estudar como atividade por meio da qual a criança mais aprende não acontece como num passe de mágica, de um momento para o outro. Ao contrário, é um processo por meio do qual, aos poucos, a criança vai deixando de se relacionar com o mundo por meio da brincadeira e começa a fazer do estudo a forma explícita de sua relação com o mundo. Enquanto esse processo acontece, respeitamos um tempo livre na escola fundamental [...] A disciplina de Metodologia da Língua Portuguesa nos Anos Iniciais teve sua contribuição nos levando a aprender os diversos métodos que podemos trabalhar para enriquecer nossas aulas de Língua Portuguesa. Estudamos a disciplina de Docência, Gestão e Relações Humanas e Avaliação Educacional e Institucional, disciplinas estas que 20 contribuíram para o enriquecimento de como manter uma postura profissional diante de situações que requer diálogo. Cursando o 8º período do Curso de Pedagogia, estávamos com três disciplinas eram elas: Metodologia da História e Geografia nos Anos Iniciais, Metodologia das Ciências nos Anos Iniciais e Estágio Supervisionado na Educação Infantil. A primeira vem tratar da importância de elaborar métodos para trabalhar nos Anos Iniciais, Segunda a ementa da disciplina visa estudar o “fundamento teórico e histórico da História e da Geografia para os anos iniciais do ensino fundamental. A perspectiva interdisciplinar do ensino da história/geografia enfocando o homem e sua relação com o meio físico, social e cultural. A construção do conceito de tempo e espaço no aluno dos anos iniciais. Estudo da proposta pedagógica oficial e alternativa. Análise e produção de materiais didáticos e de propostas metodológicas para o ensino da história e geografia nos anos iniciais”. A disciplina de Metodologias de Ciências nos Anos Iniciais visa organizar, selecionar e estruturar os conteúdos de Ciência para os Anos Iniciais, trazendo uma melhor didática a ser trabalhada dentro de sala de aula. A disciplina de “Arte na Educação Infantil e Anos Inicias”, contribuiu para a preparação e desenvolvimento do Estagio Supervisionado na Educação Infantil e para o ultimo estágio nos Anos Iniciais que está sendo finalizado agora, e adentrar no mundo das artes nos mostrou a importância de trabalhar no início da vida estudantil, enriquecer a cultura de um povo é também levar o conhecimento artístico. 1.4.2 Pesquisa As disciplinas de “Prática da Pesquisa Pedagógica I, II, III, IV e V”, foram o marco para a iniciação á pesquisa, foi o descobrimento da área em que queríamos seguir com as pesquisas na área da educação, nas primeiras práticas como vim do município de São Paulo de Olivença fui desenvolver a pesquisa de campo neste referido município, nas visitas as áreas ribeirinhas e indígenas, comecei a me preocupar com o processo de inclusão da pessoas com necessidades especiais nas escolas, uma vez que a segregação destes indivíduos na sociedade é uma situação histórica, mas que barreiras estão sendo quebradas para que todos tenham acesso à educação, e faça valer os direitos supracitados em nossa Constituição Federal de 1988 e na Legislação Infra-Constitucional, bem como também nas políticas de inclusão, esses aportes legais configura-se como uma das formas de concretizar o direito á educação, 21 impondo claramente a ruptura com preconceitos e, sobretudo, com a conduta autoritária da sociedade. A partir dessas visitas, iniciamos e finalizamos na Prática V um projeto intitulado “Educação Especial: Um novo olhar inclusivo nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental na Escola Estadual Centro Educacional Domênico Marzi”, tendo como escopo analisar como a Educação Especial estava sendo ofertada nesta escola. Um dos pesquisadores educacional que mais me chamou atenção foi o Professor Paulo Freire, com seus métodos de alfabetização, e com a visão de mundo com que enxergava a cada indivíduo, os seus métodos era sempre centrado no aluno, com uma educação problematizadora que partia do reconhecimento da identidade cultural de cada educando, sendo o diálogo a base de seu método, Paulo Freire dizia que “Não há diálogo, porém, se não há um profundo amor ao mundo e aos homens. Não é possível a pronuncia do mundo, que é um ato de criação e recriação, se não há amor que a infunda.” (2005, p. 91-2). Pensar na Pesquisa como sendo um referencial para um educador, nos leva a crer que a pesquisa e sumamente importante, pois ela abre caminhos para encontrar e solucionar problemas que surgem no cotidiano educacional. Para o Pedagogo que almeja atingir o alvo, a pesquisa norteará, e fará que soluções apareçam para que sérios problemas que vem atingindo a educação sejam resolvidos de forma que venhamos atingir uma educação de qualidade. Todo professor deve ser um pesquisador, para que suas práticas pedagógicas estejam acompanhando as mudanças que vem ocorrendo seja na educação, no comportamento humano, etc. Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que – fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade (FREIRE, 1996, p. 29). 1.4.3 Extensão O Programa Atividade de extensão – PACE realizou um Projeto “O Mundo Mágico da Leitura”, com uma carga horária de sessenta horas, coordenado pela professora Gilvânia Plácido Braule, onde fiz parte, o “Projeto Mundo Mágico da Leitura” me trouxe mais conhecimento, este projeto nos possibilitou uma ampliação e noção do que realmente é trabalhar com a Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino Fundamental, sendo estas 22 modalidades a área de nossa formação, mormente por não ter nenhuma experiência voltada para trabalhar com crianças. Posso dizer que “O mundo Mágico da Leitura”, me ensinou a trabalhar de forma interdisciplinar com a leitura, sendo esta de grande importância uma vez que as crianças estão iniciando sua vida escolar, e ensiná-las a importância de sermos bons leitores e o que esse mundo de leitura nos possibilita, foi muito gratificante. O projeto de extensão oferecido pela universidade nos possibilitou o enriquecimento de nossas práticas pedagógicas, uma vez que o educador deve e precisa renovar seus métodos e buscar meios que o auxilie na educação de seus educandos. Pensando dentro deste contexto posso afirmar que a experiência adquirida nos garantirá que, quando formos atuar em uma sala de aula, poderemos aplicar o que a nós foi ensinado, como por exemplo, as diversas formas de utilizar e explorar a leitura, como cantinho da leitura, construção de história, leituras de histórias em literatura infantil, explorar o conhecimento do aluno através de sua própria realidade, etc. Silva enfatiza que: De uma maneira bem ampla, podemos dizer que a leitura significativa tem a capacidade de me situar melhor no meu próprio espaço, [...] a leitura pode potencializar percepções de aspectos que talvez a minha própria vista não tenha percebido ao olhar para a realidade (2003, p. 60). Participei do Curso de capacitação “A prática da leitura e o desafio de escrever”, como parte do Projeto “Ler e escrever bem: um exercício de cidadania”. Houve a segunda etapa do Projeto de Extensão “O Mundo Mágico da Leitura”. Durante a disciplina de “Fundamentos da Educação Ambiental” no segundo período do Curso de Pedagogia, participei como voluntária no Projeto de extensão “Educação Ambiental na Escola”, foi muito gratificante fomos às escolas e junto com as coordenadoras do projeto, trabalhamos a conscientização da preservação ambiental, a importância de reciclar o lixo e separarem cada um em seu reservatório específico, em forma de teatro e fantoches as palestras foram um sucesso. 1.4.4 O Estágio como Atuação Profissional No 7º período foi ministrada uma das disciplinas de maior peso para o curso a disciplina de “Estagio Supervisionado na Gestão Escolar” que contribuiu para a minha formação acadêmica, uma vez que o estágio nos dá uma oportunidade para por em prática as 23 teorias aprendidas durante o curso, nos possibilitando observar a realidade educacional e participar dela com soluções para o melhoramento do ensino, conhecer os espaços democráticos de uma escola pública. Sabemos que falar de gestão escolar é estar consciente de que deve haver parceria, reciprocidade, pois gestar não se dá de forma individual e sim coletiva, onde todos trabalham com um único objetivo, melhorar a qualidade do ensino, buscar possíveis soluções aos problemas existentes no contexto escolar. (...) é necessário que atuemos na escola com maior competência, para que o ensino realmente se faça e que a aprendizagem se realize, para que as convicções se construam no diálogo e no respeito e as práticas se efetivem, coletivamente, no companheirismo e na coletividade (PARO, 2004, p.80). Os estágios supervisionados nos fez enxergar que o funcionamento da mesma terá êxito quando trabalhado no coletivo, ou seja, uma escola não funciona em setores separados, e que a forma de liderança deve perpassar como realmente condiz a “gestão”, todos lutando pelo mesmo ideal a qualidade da educação, penso que antes da gestão democrática ser exercida dentro das escolas, o que ocorria era “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, não era levada como prioridades uma educação que atingisse a todos, o espaço escolar é compostos por gestor, professores , funcionários, alunos e pais sendo estes a comunidade a qual a escola pertence, dando espaços para todos se posicionar, é o que faz valer a gestão democrática . Segundo Libâneo “Na concepção democrático-participativa, os profissionais que trabalham na escola precisam desenvolver e pôr em ação competência profissionais específicas para participar das práticas de gestão”. (p.88, 2008). O estágio nos proporcionou esta vivência. No 8º período houve o Estágio Supervisionado na Educação Infantil tinha como escopo analisar as vivências das instituições de Educação Infantil, bem como a caracterização e diagnóstico do trabalho pedagógico, como também levar os discentes do curso a intervir na Educação Infantil. Há um equívoco de muitos professores, quando pensam que trabalhar com a educação infantil pode ser qualquer um, mas sabemos que não é assim, o educar e o cuidar exige desse profissional o compromisso pelo o que faz, e não se pode ser negligente com o educar. Finalizando o Curso, neste ultimo período (9º nono) estamos realizando o Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais, tendo seus objetivos firmados na identificação dos desafios 24 encontrados em sala de aula, como também uma análise da realidade institucional, e das práticas docentes nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. 1.4.5 Outras Atividades No segundo semestre de 2008, estávamos cursando o 5º período de pedagogia, quando surgiu o edital para a seleção de atividade de monitoria para a disciplina de “Introdução à Filosofia”, me escrevi e fui selecionada, tendo esta atividade o objetivo de propiciar um primeiro contato e oportunidade de vivenciar a prática docente em sala de aula e fora dela. Bem como na elaboração de planos das atividades de ensino dos materiais didáticos, no atendimento aos alunos, entre outros. O programa de monitoria permite aos acadêmicos do curso de Pedagogia, vivenciar na prática o dia-a-dia da docência, aprimorando as teorias estudadas com as práticas a serem executadas. No ano de 2007 participei do III Congresso Internacional de Estudantes Universitários da Região Amazônica - CIEURA, em Iquitos no Peru. Com a apresentação de um trabalho científico na condição de expositor de um projeto com o tema “Ler e escrever bem: um exercício de cidadania”. Participei de uma palestra intitulada “A redação: nascer do pensamento ao exercício da cidadania”, como parte do Projeto de extensão “Ler e escrever bem: um exercício de cidadania”. Em 2008, como autor-apresentador expomos o resultado de uma pesquisa em forma de banner no IV Congresso Internacional de Estudantes Universitários da Região Amazônica - CIEURA, em Iquitos no Peru. O tema da pesquisa era “Educação Especial: metodologia aplicada no ensino regular e na sala de recursos nos anos iniciais do ensino fundamental”. Participei de um Curso “Elaboração e formatação do projeto de pesquisa”, ministrado pelo professor Augusto Furasté no dia 09 de novembro de 2007. Em 2008 participei do XVII Congresso de Iniciação Científica – CONIC da Universidade Federal do Amazonas, onde apresentei na modalidade pôster o trabalho “Educação Especial: metodologia aplicada no ensino regular e na sala de recursos”. O evento “Mostra Acadêmica do Instituto Natureza e Cultura 2008 – Ano Internacional da Terra”, realizado em 2008 teve a minha participação. 25 Em 2009 participei da Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC em Tabatinga, onde freqüentei o minicurso “LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais no Contexto da Educação Inclusiva”. Participei do I Congresso do Conselho Escolar (I Conferência Municipal dos Conselhos Escolares do Alto Solimões – COMCEAS), no dia 18 de setembro de 2009. O minicurso “Impactos da internet na atualidade – pontos negativos” foi ministrado na minha turma de pedagogia no dia 23 de outubro de 2009, sendo de meu interesse, uma vez que é sempre bom, acompanharmos os avanços e mudanças do mundo das novas tecnologias e saber os pontos negativos que elas tem. A V Oficina de Formação de Gestores e Educadores do Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade, realizada no período de 22 a 26 de março do ano em curso, realizada no município de Benjamin Constant, nos possibilitou ir mais a fundo nos aportes teóricos que amparam a efetivação da inclusão nas escolas públicas. Bem como na elaboração de metodologias a serem desenvolvidas na sala de aula, para que os nossos alunos venham ter um rendimento melhor em suas aprendizagens. No semestre passado tivemos uma atividade envolvendo todo o curso de Pedagogia, “I Semana de Atividades Complementares”, sob a temática “Construindo Diálogos Interdisciplinares na Pedagogia”, sendo desenvolvidas inúmeras atividades como: palestras, oficinas, rodas de experiência e o fórum de avaliação do curso. Como experiência própria nesse evento, pude expor minhas vivências do estágio na educação infantil, sob forma de apresentação oral, falei da importância do estágio para minha formação, servindo para os demais acadêmicos que ainda vão passar por esse processo de estágio. Participamos como convidada pela escola que trabalho para participar de um projeto de extensão “Disseminando a LIBRAS em Benjamin Constant. O projeto de extensão foi oferecido pela Universidade Federal do Amazonas, no Instituto de Natureza e Cultura no ano de 2010 com a duração de aproximadamente dois meses sendo oferecidos aos sabados, tendo como objetivo reunir professores da rede pública de ensino para participar como forma de capacitação, Nos dias 17 a 24 de julho do ano em curso, participamos na cidade de Brasília do 30º Encontro Nacional de Estudantes de Pedagogia – ENEPe, com o escopo de socialização das práticas pedagógicas entre os estudantes de Pedagogia, com palestras, oficinas, mesas redondas e o intercâmbios de experiências acadêmicas. Em Suma, ao discorrer a minha vida acadêmica, me faz ver o quanto a busca pelo conhecimento é importante, mormente para nós que estamos galgando rumo a uma educação 26 comprometida com a qualidade, assumir o compromisso por uma educação que vise atingir a todos sem discriminação, é ir de encontro com quebras de paradigmas impregnados em nossa sociedade. Somos os responsáveis pela construção de uma educação formadora de opiniões, cidadãos ativos que saibam valorizar e reconhecer seus direitos e deveres perante o social. Nós educadores temos que nos posicionar como pesquisadores e questionadores de nossas opiniões, e mudar quando preciso as nossas ações pedagógicas. 27 CAPÍTULO 2 2 ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS NO CURSO DE PEDAGOGIA A formação acadêmica se concretiza quando por ela passa os estágios, pois estes vêm de encontro com o conhecimento científico adquirido e a realidade observada. Durante os estágios percebemos que estes tiveram por finalidades proporcionar oportunidades de vivências no ambiente escolar, atendendo às Diretrizes Curriculares do Curso de Pedagogia que determina a formação de professores capazes de realizar ações pedagógicas a partir dos princípios e finalidades gerais da Educação Nacional, principalmente no que tange o educar e o cuidar enquanto funções da educação infantil. As fases de formação por intermédio dos estágios foram períodos de práticas-reflexivas que favoreceram o crescimento intelectual, humano e social dos acadêmicos, desenvolvendo, assim, aspectos importantes para formação profissional. Os Estágios tiveram seus respaldos legais, conforme a Lei no 11.788 de 25/09/08, que “[...] dispõe sobre o estágio de estudantes [...]”, estabelecendo que: Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa a preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituição de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de jovens e adultos (LEI N˚11. 788 artigo 1˚). O convênio Nº 028/2009 vem estabelecer a efetivação dos estágios supervisionados na área de Educação, tendo como objetivo primordial a ser alcançado “complementar o ensino e a aprendizagem do estagiário, de modo a constituir instrumento de integração para fins de treinamento prático e aperfeiçoamento técnico, cultural, científico e social”, possibilitando 28 que as observações realizadas pudessem trazer reflexão a partir das teorias estudadas, para que as vivências dentro do campo dos estágios tivessem um olhar mais crítico, bem como as diretrizes que nortearam tanto o estágio supervisionado na Educação Infantil quanto nos Anos Iniciais. As Resoluções n° 02/03/04 e 05/2008-CME/BCT (Conselho Municipal de Educação do Município de Benjamin Constant), nortearam os Estágios Supervisionados na Educação Infantil e Anos Iniciais em consonância com a LDBEN e a Constituição Federal de 1988 que asseguram a educação como um direito social, devendo atingir todas as crianças sem nenhuma distinção. O Estágio Supervisionado em Gestão Educacional foi executado na Escola Estadual Prof.ª Rosa Cruz com endereço na Avenida Castelo Branco, centro do município de Benjamim Constant, no período de 25 de setembro de 2009 a 24 de fevereiro de 2010, o período do estágio foi estendido devido a uma greve estudantil. O Estágio Supervisionado na Educação Infantil foi executado no Centro Municipal de Educação Infantil “Francisco Chagas de Almeida” situado na Rua Sérgio Ferreira, s/n no bairro Umarizal no município de Benjamim Constant, no período de 29 de março a 17 de maio de 2010, em uma sala de aula de Pré-I turma “C”. E por fim, tivemos o Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais, realizado também na Escola Estadual Rosa Cruz, conforme descrito no Estágio de Gestão. Sendo realizado no período de 26 de agosto a 25 de outubro de 2010. Os estágios supervisionados contribuíram para a escolha da profissão, ajudando futuros docentes na descoberta de caminhos que devem tomar para exercer a profissão com dedicação e qualidade. Neste contexto Buriolla (1995) afirma que “o estágio é o lócus onde a identidade profissional é gerada, construída e referida; volta-se para o desenvolvimento de uma ação vivenciada, reflexiva e crítica e, por isso, deve ser planejado gradativa e sistematicamente com essa finalidade” (p.10). Sabendo da importância que os estágios supervisionados tiveram para nossa formação, foi que este capítulo surgiu, sendo estruturado pela ordem das disciplinas de estágios supervisionados, conforme a matriz curricular do curso de Pedagogia: Estágio Supervisionado na Gestão Educacional, Estágio Supervisionado na Educação Infantil e Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais. 29 2.1 ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA GESTAO EDUCACIONAL O estágio em gestão teve como objetivo a observação e avaliação na gestão educacional, envolvendo também a coordenação pedagógica da escola. Bem como também conhecer quais as dificuldades encontradas pela gestora em sua jornada de trabalho. E para isso se fez necessário verificar como a gestora desenvolveu seu papel gestionário para que a escola desenvolva uma educação de qualidade. Verificou-se também que a mesma dispõe de uma gestão democrática, na qual todos os agentes educacionais participam das tomadas de decisões em prol de uma educação de qualidade. E mediante as observações realizadas foi possível, planejarmos e executarmos nossa intervenção, sendo este um dos requisitos solicitado pela disciplina de estágio, observar para depois intervir. A intervenção, melhor detalhada mais a frente foi desenvolvida diante da temática “Ética e Cidadania na escola”. A metodologia aplicada no Estágio Supervisionado na Gestão Educacional foi embasada pelo método dialético, onde aplicou-se à pesquisa-ação que é uma técnica de observação participante, no decorrer das observações na escola foram feitas pesquisas bibliográficas, coletas de dados entrevistas semi- estruturada com os docentes, com os discentes, com o gestor, com os pais e com os funcionários da escola. Durante a observação participante, foram feitas análise documental. No decorrer das observações foi elaborado um projeto de intervenção com o tema de ética e cidadania na escola. O projeto de intervenção, uma vez aplicado tinha como objetivo estimular os agentes educacionais sobre a prática da ética e da cidadania para o bom desenvolvimento social e educacional, uma vez que tanto a escola como os pais são os responsáveis de formar bons cidadãos. Na gestão escolar a democratização acontece quando todos estao conscientes de seus deveres e direitos. Uma escola não funcionará com sucesso se os setores pertencentes à escola, trabalharem isoladamente. É importante que todos conheçam seus papeis. 2.1.1 Perfil do Gestor Vale ressaltar que qualquer pessoa que pretende assumir a direção de uma escola, deve ter conhecimento de como dirigir uma escola, um gestor tem que ter a democracia como 30 um de seus guias, apresentar algumas características como: saber trabalhar coletivamente, ter consciência de suas decisões, conhecimento das leis educacionais, etc. Não quer dizer que essa pessoa precisa de um manual de “como ser um gestor de sucesso”, até porque não existe, mas ter conhecimento teórico ajudará nas suas experiências cotidianas. Bem como é necessário que saiba fazer uma auto-avaliação, ouvir as pessoas em sua volta, e ainda ter um discernimento crítico construtivo acerca do exercício de sua função para então reconhecer suas deficiências e superá-las. Por isso, a pessoa deve ter pré-disposição para o trabalho coletivo, pois esta é uma das exigências básicas, para que as escolas possam ter uma gestão participativa e democrática. O gestor escolar deve ser um articulador e mediador dos segmentos internos e externos da escola, oferecendo as pessoas espaços para diálogos com diferentes grupos existentes tanto dentro quanto fora da escola, buscando a maior interação possível com esses grupos em favor do desenvolvimento escolar, sempre estimulando, incentivando e tomando iniciativas de ações positivas dentro do estabelecimento de ensino. Segundo a gestora da escola ser gestor não é só ficar atrás de uma mesa, sentada numa cadeira, tem que ter domínio de gestão, ter conhecimento de teorias e fazer ligação com a prática. A gestão escolar requer muita dedicação e esforço, a gestora enfatizou que exerce a função de conselheira e sempre aconselha os professores e demais funcionários.1 Neste sentido, evidenciou-se que a gestora possui um perfil profissional que muito contribui com o funcionamento adequado da escola, demonstrando ter competência, procurando sempre saber as dificuldades para poder agir, trabalha coletivamente, sendo admirável o seu desempenho e perfil enquanto gestora. 2.1.2 Gestão Democrática: participação da comunidade Gestão democrática é uma forma de trabalho coletivo que deve, ou deveria acatar de maneira livre e consciente em função de seu papel, tendo a liberdade de expressão e compreensão, oportunizando a todos. Sendo que nossas escolhas são atos políticos, no sentido de como eu direciono minhas ações. E para que haja o envolvimento de pais e comunidades é necessário que a gestão democrática monte um projeto, ou seja, estratégias que fale a respeito de algo que chame a atenção dos mesmos, como em relação aos princípios educativos, da 1 Pensamentos e fala da Gestora da escola na qual ocorreu o estágio, em uma de nossas perguntas (O que é para você ser gestor?) durante a entrevista. 31 superação das dificuldades cotidianas de modos estratégicos para a solução de problemas ligados à escolarização de seus filhos. É importante também ressaltar que o gestor tem um papel muito importante nas diversas atividades que exige a realização de boa qualidade e de um trabalho coletivo. Voltando o nosso olhar para a escola enquanto campo de estágio foi possível verificar através das observações e através das entrevistas feitas com os pais, os funcionários, os professores, que a gestão é democrática, pois todos participam das decisões da escola, são feitas reuniões e são analisadas e discutidas as questões enquanto temáticas das reuniões. Durante o período de estágio o grupo teve a oportunidade de participar de duas reuniões feitas pela escola, a primeira foi para decidir o que seria feita na primeira amostra do painel da escola e nesta reunião verificou-se que estavam presente professores, a gestora e os administrativos da escola, nesta mesma reunião a gestora discutiu sobre as camisas que seriam usadas por todos os membros da comunidade escolar. Segundo Libâneo “Na concepção democrático-participativa, os profissionais que trabalham na escola precisam desenvolver e pôr em ação competência profissionais específicas para participar das práticas de gestão”. (2008, p.88,) A segunda reunião observada pelo grupo foi a de planejamento na escola, neste dia observamos que estavam todos os professores do turno matutino, e também foi discutida sobre as apresentações culturais para o dia da amostra, todos os envolvidos tiveram espaços para externarem suas opiniões e idéias sobre as apresentações. Através das entrevistas feitas com os membros da escola verificamos que para a elaboração do projeto político pedagógico da escola foram convidados, pais, professores, alunos e os funcionários da instituição escolar, para participarem da construção do Projeto Político Pedagógico da Escola (PPPE), mas segundo a professora de apoio, poucos pais estavam presentes e que o maior número de pessoas envolvidas na elaboração do PPPE ficou a cargo dos professores e os membros da Associação de Pais, Mestres e Comunitários (APMC). Então percebe-se que o processo de democratização na escola é um desafio que as escolas vem enfrentando há muito tempo, as instituições escolares vem tentando alcançar esse desafio, as mesmas buscam a qualidade educacional escolar, sabe-se que é de extrema importância que a escola junto com a sociedade de maneira coletiva, contribuem na construção de um país mais justo. Dessa forma cabe ao gestor exercer uma administração de caráter democrático e ações que sejam exercidas de maneira participativa garantindo aos educandos uma relação entre o ensino e aprendizagem. 32 Na gestão democrática o principal objetivo é promover a participação e o envolvimento de todos os integrantes da escola no processo de tomada de decisões e na organização escola. A gestora da escola observada através do estágio acredita que para chegar nessa autonomia é necessário ter conhecimentos. 2.1.3 Relações Humanas na Escola Para estabelecer as bases do trabalho pedagógico na escola não é uma tarefa fácil, por ser bastante abrangente exige do gestor uma formação de boa qualidade além da exigência de trabalho coletivo. E para que haja uma interação maior entre os membros, o gestor precisará saber como articular os conflitos e desencontros, deverá ter competência para buscar novas alternativas e que as mesmas atendam aos interesses da comunidade escolar, respeitando e buscando nos conhecimentos individuais novas fontes de enriquecer o trabalho coletivo, que busque incessantemente uma boa relação entre todos os agentes ativos da escola. Pois segundo Etzioni (1967): As relações humanas são as ações e atitudes desenvolvidas a partir dos contatos entre pessoas e grupos, sendo que cada pessoa tem personalidade própria e diferenciada que influi no comportamento e atitudes das outras com quem mantém contatos e é igualmente influenciada por outras (p.54). Para tanto um dos papéis fundamentais da gestão é assumir a liderança de nortear o comportamento e as relações humanas que os alunos, professores, funcionários e pais necessitam para viver em harmonia no âmbito escolar e social. Ao assumir esse papel o gestor deve, necessariamente buscar uma boa articulação dos envolvidos em torno de uma educação de qualidade, o que requer uma liderança capaz de interagir com todos os segmentos da comunidade escolar. Conforme Libâneo (2008, p.102), a participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática da escola, possibilitando o envolvimento de profissionais e demais membros escolares no processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar. Além disso, proporcionar um melhor conhecimento dos objetivos e metas, da estrutura organizacional e de sua dinâmica das relações humanas dentro da escola ou com a comunidade, favorece uma aproximação maior entre professores, funcionários, gestor, alunos e pais. 33 Partindo desse pressuposto, é notório que a escola enquanto campo de estágio está crescendo em todos os aspectos: pedagógico, metodológico, ético e profissional devido a uma direção motivada e competente assessorada por uma boa equipe de professores, pais, alunos e funcionários. A qualidade de ensino dessa escola tem feito a diferença na aprendizagem e influenciado professores, estudantes e a comunidade a participar das tomadas de decisões, tudo isso graças ao bom desenvolvimento das relações humanas articulado pela gestora. É óbvio que nem tudo é perfeito, principalmente quando se trata de seres humanos, sendo que onde há indivíduos existe dificuldades de relações humanas, seja na vida social, familiar e profissional, bem como no ensino. Conforme a gestora quando percebeu que os alunos estavam chegando cedo demais à escola e dentre outros problemas procurou interrogá-los primeiramente, e só depois agiu, assim conseguiu ter uma boa relação com as crianças. Para tanto é percebível que antes de tomar iniciativas, observa e procura sempre saber o porquê dos acontecimentos. Sempre que a escola vai realizar algum evento tipo arraial, a gestora pede aos professores para que trabalhem isso em sala de aula. Mediante as dificuldades, a gestora primeiro age juntamente com o apoio pedagógico para ver o que esta acontecendo. E a partir disso trabalha as necessidades daquele aluno – orientam os professores para fazerem um plano trabalhando as dificuldades das crianças. Pôde ser constatado de acordo com as entrevistas realizadas com os pais de alunos que sempre que a gestora os convida para participarem de alguma atividade desenvolvida na escola procuram sempre participar, isso acontece porque de acordo com os pais a gestora procura sempre envolvê-los nas atividades da escola. Tanto é, que mesmo diante de uma forte chuva alguns pais fizeram-se presentes ao convite que enviamos a eles para a noite da intervenção. 2.1.4 Órgãos Colegiados Quando nos reportamos aos órgãos colegiados existentes no contexto educacional podemos frisar que eles se destinam a prestar assessoramento técnico-pedagógico e administrativo ás atividades da escola, podendo ser subdivididos em: Congregação dos Professores e Pedagogos, Conselho de Classe e Conselho Escolar, Associações de Pais e Mestres e Comunitários – APMC, dentre outros. 34 A “Congregação de Professores e Pedagogos” consiste em promover o intercâmbio entre os professores, bem como as atividades docentes. O “Conselho de Classe” visa propiciar soluções para resolver os problemas concernentes à aprendizagem, fazendo com que o rendimento escolar seja melhorado, bem como averiguar e avaliar a aprendizagem dos alunos que participam deste conselho o gestor da escola, professores da turma, pedagogos e secretário. O “Conselho Escolar” por sua vez “é um órgão ligado a direção da escola, tendo por finalidade a promoção a atração integrada dos diversos seguimentos que compõe a comunidade escolar”, tendo em vista assegurar o cumprimento da filosofia e diretrizes das políticas educacionais. A “Associação de Pais e Mestres e Comunitários” tem a função de mostrar as particularidades das capacidades de liderança do grupo gestionários da escola, que participam das reuniões da APMC, o papel desse grupo é também administrar a parte dos recursos financeiros destinados a escola, fazendo parte pais, professores e funcionários da escola. Segundo as observações feitas, a escola possui apenas “Associação de Pais e Mestres e Comunitários – APMC”, com a participação dos pais e professores e funcionários da respectiva escola. Segundo a professora do “Apoio Pedagógico”, a escola está devendo montar os “conselhos escolar e de classe”, para suprir a necessidade da escola. De acordo com a secretaria de educação “a questão não é implantar conselhos, a questão é fazer funcionar bem”. 2.1.5 Projeto Político Pedagógico Conforme a entrevista realizada com a gestora da escola em relação ao Projeto Político Pedagógico da Escola – PPPE afirma que “na verdade poderiam muito bem pegar uma cópia e contextualizar com a realidade da escola, mas não pode ser assim” 2 e mesmo não deseja que o projeto seja de qualquer jeito. Contudo a escola já vem trabalhando nisso desde o ano de 2007. Onde todos foram convidados, deram uma sentada, só que tiveram que dar uma parada. Devido que até o ano de 2008 estavam trabalhando o último ano de seriado. Só agora irão dar o segundo passo voltado somente para o ciclo, e afirmou que inclusive nós acadêmicas vamos poder ajudar muito. Sentimo-nos honradas em acreditar em nossas 2 Padrão de apresentação das falas dos sujeitos entrevistados durante os estágios supervisionados. Neste caso fala da gestora. 35 habilidades e competências. Mas não foi possível verificar isso na escola. O secretário disse que já participou das primeiras reuniões do PPP. Em visita à comunidade, entrevistamos o apoio pedagógico aqui identificado com o nome fictício de Mariana em sua casa, a qual acrescentou mais coisas em relação ao PPPE que enfatizou sobre a luta para solidificar esse projeto, que só agora em 2009 a equipe da Secretaria Estadual de Educação e Cultura - SEDUC veio lhes dar algumas orientações. Desde então a gestora reuniu professores, administradores para falar da importância e da estrutura do PPPE e o que tem facilitado bastante é que quase todos os professores possuem nível superior. E para envolver os pais nesta construção foi realizado uma reunião, mas não teve muito êxito. Pois não adianta começar com uma equipe grande e finalizar com duas ou três pessoas. E os pais que se mantiveram presente foram apenas o integrantes da APMC. A participação maior foi dos professores e administrativos. E aproveitando a oportunidade, a professora nos mostrou o esboço do PPPE que tinha em casa. Mas confessa que ainda não fora concluído por conta da dificuldade de reunir todos para sua concretude. 2.1.6 Avaliação Institucional da Escola O processo de avaliação é um guia para a ação, pois quando pensamos em avaliação logo pensamos em emitir um juízo de valor ou julgamento, fazendo parte do nosso cotidiano. Para Lukesi “a avaliação é um juízo de qualidade sobre dados relevantes para uma tomada de decisões” (1995, p.49). Portanto, a avaliação sem dúvida não é vista de outra maneira na avaliação escolar é incorporada pelos alunos, professores e escola tanto dentro quanto fora da escola, embora que seja de processo contínuo ela é diagnóstica principalmente quando envolve ensino e a aprendizagem. Segundo Ramos (1992) “avaliar significa o processo realmente alcançado pela instituição em que tange a qualidade de aprendizagem do aluno e dos serviços prestados, em função dos clientes internos a que lhe compete servir.” ( p.870) Na perspectivas de construção de conhecimento permitir o desenvolvimento das ações e o autoconhecimento institucional, correção e aperfeiçoamento do mesmo. O processo da avaliação dentro da sala de aula ocorre intencional e sistemática onde o avaliador percebe os pontos positivos e negativos para chegar a uma conclusão. É realizada de várias formas, sendo por meio de prova, exercício e atividades quase sempre escritas, produção de texto, 36 questões matemáticas, questionário etc. Sendo assim avaliação formal o qual costuma receber nota ou conceito. De acordo com os PCNs: A avaliação nesta perspectiva e em todas essas dimensões, requer que esta ocorra sistematicamente durante todo processo de ensino-aprendizagem. E não somente após o fechamento de etapas do trabalho, como é o habitual. Isso possibilita ajuste constante, num mecanismo de regulação do processo de ensino-aprendizagem que contribui efetivamente para que a tarefa educativa tenha sucesso (1997, p.8). Embasada nos estudos teóricos a avaliação é uma pratica pedagógica que parte de uma reflexão para ampliação do conhecimento no processo ensino aprendizagem. Não vista como recurso classificatório, permissivos e excludentes, mas como um instrumento que possibilitem a construção da prática avaliativa. Assim como “avaliação é inerente e imprescindível durante todo processo educativo que se realize em constante trabalho de açãoreflexão, porque educar é fazer ato de sujeito e problematizar o mundo em que vivemos para superar as condições, comprometendo-se com esse mundo para recriá-lo constantemente”. (RABELO, 1998, p.11) No entanto, avaliação institucional repercute em acompanhar todo meio educativo e o desempenho do sujeito da aprendizagem, levando o professor a compreender o ponto de vista dos alunos e levá-lo em conta no momento das decisões para que o conhecimento seja recíproco, ajudar assim a progredir na constatação da realidade e adquirir a qualificação do processo educacional. De acordo com o apoio pedagógico professora Mariana sempre tem algo a melhorar, a questão da indisciplina é uma das questões que precisa ser mais trabalhada, também pela escola o que não isenta a família de suas responsabilidades, a participação dos pais na escola precisa ser mais freqüentes, talvez esteja faltando mais motivação da parte da escola, a princípio era a questão da formação, mas agora já não é mais preocupante porque sempre haverá mais e mais. Acredita-se que deveria ter mais projetos de ações (pedagógicas). Conforme o secretário a escola tem trabalhado bastante em função de uma boa educação. Todas as reuniões feitas são registradas em atas. A freqüência dos alunos tem melhorado bastante com a ajuda dos pais. Também mencionou quanto à avaliação o Sistema de Avaliação do Desenvolvimento Educacional do Amazonas – SADEAM e o Sistema de Avaliação da Educação Básica - SAEB. E disse que o resultado dessa avaliação mesmo antes da presença do Índice do Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB foi constatado que a escola sempre buscou um ensino de qualidade. Apesar de ter alguns professores que deixam a desejar, os demais trazem resultados satisfatórios. Mas é claro que a instituição ainda tem 37 muito a melhorar, pois nem tudo depende exclusivamente da escola, exemplificando o caso do treinamento, informações dos artigos, regimento da educação que muda e as informações são muito demoradas, às vezes chega em cima da hora. Já os pais afirmam que a escola está ótima, tem mostrado melhorias. Os filhos têm aprendido mais. E que a escola é uma das referências em questão de qualidade da educação no município. Frisaram também que depois da reforma, muitos problemas de infra-estrutura foram resolvidos como, por exemplo, a construção de uma quadra poliesportiva. Quanto à avaliação do apoio pedagógico a professora Mariana diz que é uma gestão muito boa. Acredita que a escola está ótima. A única dificuldade é que necessita de melhorias em relação ao quadro de funcionários – falta de recursos humanos. Mas todos trabalham juntos, tanto nas reuniões quanto nos eventos. A gestora da escola complementou dizendo que a escola pára um dia no mês para planejar e se tem dificuldade quer resolução rápida. E se em uma determinada sala o aluno falta muito o apoio pedagógico vai atrás de saber o motivo. O plano de aula é muito cobrado, sendo este quinzenal. A Provinha Brasil ajuda muito, o outro é o SADEAM. A avaliação é feita com planejamento e nisso é verificado quantos alunos tem com dificuldades de aprendizagem e em cima disso cada um vai montar um plano de ação fora do planejamento para se trabalhar essas dificuldades. 2.1.7 Atividades Desenvolvida pela Escola Durante o Estágio Através das observações realizadas na escola, nos foi repassado que a escola desenvolveu várias atividades e eventos, sendo um deles o arraial com o escopo de envolver todos os atores educativos pertencentes à escola para participarem culturalmente e propagar o conhecimento produzido por todos. Outra atividade desenvolvida pelas escolas estaduais incluindo a nossa escola em estágio é a “Mostra do Painel 2008”, a exposição da Escola Estadual “Profª Rosa Cruz”, foi no dia 11 de outubro de 2009, tendo como meta expor o rendimento anual da escola e suas atividades realizadas, para que seja dado o quantitativo da melhora da qualidade do ensino. A escola desenvolveu vários projetos pedagógicos, o plano de ação foi realizado na execução dos projetos “Projeto de leitura” e “Lendas Amazônicas”, o primeiro tinha o objetivo de formar leitores, resgatando as crianças para o mundo da leitura trabalhando de forma interdisciplinar, sendo esta importante uma vez que, as crianças estão iniciando sua 38 vida escolar, e ensiná-las a importância de sermos bons leitores e o que o mundo da leitura nos possibilita, desenvolve a capacidade da criança em imaginar e desenvolver o domínio da leitura. O segundo projeto Lendas Amazônicas trouxe para a escola as diversas lendas já esquecidas por nós, trabalhou a cultura, a magia das histórias. Sabe-se que pensar em cultura nos faz refletir sobre os diversos conceitos atribuídos a esse termo, onde podemos dizer também que é um processo de aprendizagem, ou seja, é tudo aquilo que o homem aprende, produz e transmite a um grupo. Daí a importância de sabermos que, o que pode ser cultural para um povo, pode não ser para o outro, e para entendermos a cultura humana, temos que estar informados sobre as diferenças dos diversos grupos sociais, podemos frisar que segundo o mini dicionário Aurélio, lendas “é o resultado da imaginação humana em cima dos fatos históricos, onde este pode ser propagado por poetas e, mormente pelos povos, mas que cientificamente não há registros. Algumas das lendas trabalhadas por este projetos foram: a “lenda do boto” sendo um moço que encanta a moça mais linda da festa, “lenda do curupira” um garoto extrovertido que tem os pés virados para trás, “lenda da Vitória-Régia” uma moça linda que em lua cheia encanta a floresta, etc. 2.1.8 Intervenção A intervenção acadêmica desenvolvida na escola foi parte do estágio, partiu das observações feitas no período do estágio, onde foi detectada a importância de se trabalhar a “Ética e Cidadania” na escola. Para que pudéssemos desenvolver essa atividade foi necessário fazermos um projeto com o tema: “Ética e Cidadania: desafios para a gestão escolar”, tendo este, o objetivo de resgatar os valores éticos, deixados de ser praticados em nossos dias, quando nos reportamos ao campo da ética, temos que de início conceituá-la para sabermos a sua importância para a vida social de um grupo ou para o processo de equilibração de uma nação. Sendo assim fez-se necessário entendermos que ética nada mais é que “um conjunto de normas e valores” que regem uma determinada comunidade, pois os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), diz que: A moralidade é tida como o conjunto de crenças, princípios, regras que norteiam o comportamento humano, a moral é o campo em que dominam os valores relacionados ao bem e ao mal, como aquilo que deve ser buscado ou de que se deve afastar. 39 Neste sentido, percebemos que a ética é diferente de moral, pois ela esta acima da moralidade, ela vem refletir sobre a moralidade. Conforme o PCN (1997, p.52) a “ética é a reflexão crítica sobre a moralidade”. A ética não possui caráter normativo, quando passamos para a reflexão ética, é pensado sobre a relevância e a veracidade dos valores que direcionam as ações, buscando assim o esclarecimento e o questionamento dos princípios que embasam essas ações. Não podemos esquecer que assim como a cultura existente em um determinado lugar pode variar suas normas também. Daí a razão que a estrutura de uma sociedade se condensa de forma diferente, os valores diferem de sociedade para sociedade, então, não podemos dizer que existe um único modelo de valor, mas sim valores diferenciados, onde esta diversidade de valores pode fundamentar interesses diversos. Em nossa realidade não é diferente, estamos sempre nos deparando com situações de conflitos, isso ocorre devido à presença de valores diferenciados, temos que ter o cuidado para não maquiarmos uma harmonia inexistente, daí a necessidade de termos atitudes que possa solucionar esses conflitos. O que devemos ter consciência é que as normas estabelecidas sempre sofrem transformações, bem como as regras, mormente a moral quando submetida à reflexão ética. Conforme Libâneo (2008, p.49-50) [...] o mundo contemporâneo convive com uma crise de valores, predominando um relativismo moral baseado no interesse pessoal, na vantagem, na eficácia, sem referência a valores humanos como a dignidade, a solidariedade, a justiça, a democracia, o respeito à vida. É preciso a colaboração da escola para a revitalização da formação ética, atingindo tanto as ações cotidianas quanto as formas de relações entre povos, etnias, grupos sociais, no sentido do reconhecimento das diferenças e das identidades culturais. O projeto aconteceu nos dias 23 e 24 de fevereiro de 2009, sendo que no dia 23 o projeto foi desenvolvido no turno matutino e vespertino, a atividade foi realizada com os alunos da escola, sob forma de “conversas informais” com as crianças, as acadêmicas trabalharam a conscientização de sermos seres éticos e cidadãos. No início das aulas no turno matutino as crianças foram para suas salas com seus respectivos professores, enquanto nós acadêmicas ajustávamos os últimos detalhes para a intervenção, logo em seguida convidamos os alunos e professores para se fazerem presentes no auditório da escola, para darmos início as atividades propostas. Para iniciarmos começamos com o cântico do hino nacional, em seguida as apresentações, estavam conosco a professora coordenadora do estágio Gilvânia Plácido Braule, a gestora da escola Eronildes Soria, e todos os professores do turno. 40 O projeto contemplou dinâmicas de grupo trabalhando os valores éticos, e após a conscientização, em seguida houve brincadeiras e concurso de dança para as crianças finalizou com lanche. No turno vespertino fizemos os mesmos procedimentos, iniciamos com o hino nacional, passamos a palavra para a gestora da escola, e em seguida houve as dinâmicas de grupo, após a conscientização com as acadêmicas, finalizando com as brincadeiras e lanche. No dia 24 realizou-se no turno noturno com a participação dos pais, funcionários da escola, gestora, apoio pedagógico e um convidado professor Josenildo Santos de Souza da Universidade Federal do Amazonas para palestrar a temática “ética e cidadania: desafios para a gestão escolar”. A palestra foi satisfatória e veio contribuir com a escola e para nós acadêmicas bem como para os pais. A gestora da escola juntamente com o corpo administrativo, agradeceram nossa equipe de estágio pela nossa atuação, mediante a temática que desenvolvemos, uma vez que formar cidadãos é um dos papeis da escola, nossa participação contribuiu para a conscientização tanto para os alunos, como para os pais e funcionários da escola. 2.2 ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA EDUCAÇAO INFANTIL A Educação Infantil segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 9394/96 é uma etapa da educação Básica, que garante o acesso e permanência das crianças, na faixa etária de zero a cinco anos de idade. 2.2.1 A Instituição A localização do Centro Municipal de Educaçao Infantil Francisco Chagas de Almeida (CMEIFCA) onde foi realizado o Estágio Supervisionado na Educaçao Infantil, fica situado no bairro de Umarizal, zona oeste do município de Benjamin Constant. O CMEIFCA tem o seu funcionamento efetivo segundo dados colhido da secretaria da instituição, pelo Decreto de Criação nº 035/GP-PMBC e pela Resolução nº 09/2008 – CME/BCT, sendo aprovado no dia 07 de julho do ano de 2008, tendo sua fundação em 12 de março de 2008. É uma instituição de Educaçao Infantil a qual oferece comodidade a seus alunos e área de lazer com play-grades, sala de recursos, secretaria/gestão, coordenação pedagógica e as salas de 41 aula todas climatizadas. Para tanto o centro oferece condições para que todas as crianças desenvolvam suas capacidades intelectuais. O CMEIFCA tem no seu quadro de recursos humanos os seguintes funcionarios: 05 merendeiras, 05 serviços gerais, 03 vigias, 02 auxiliares de secretaria, 01 secretário, 01 coordenador pedagógico, 04 professoras de apoio, 20 professores e 01 gestora. A escola conta com um espaço físico com 07 salas de aula de E.I, 01 sala de aula de Educaçao Especial funcionando nos turnos matitino e vespertino, 02 sala de aula utilizada em um anexo da Escola Municipal Cosme Jean, 01 sala de reunião, 01 sala da coordenaçao pedagógica, 02 banheiros sendo um feminino e outro masculino com 02 repartições de sanitários e 01 repartição com chuveiro em cada banheiro, 01 cozinha, 01 área enfrente da escola e 01 sala de Gestão e Secretaria. No quadro letivo de 2010 a escola conta com um total de 318 alunos, sendo 138 no turno matutino e 151 no turno vespertino. Sendo que no turno matutino 29 alunos frequentam a Educação Especial. Os demais alunos sao distribuídos no turno matutino Pré I 50 alunos e Pré II 88 Alunos, e no turno vespertino Pré I 80 alunos e Pré II 71 alunos. 2.2.2 Análise Documental: Projeto Político Pedagógico e Regimento Interno Durante a análise documental que realizamos na secretaria do CMEIFCA, tivemos acesso apenas ao regimento interno da escola, constando as normas e regras que a escola construiu para que haja um equilíbrio no que tange a estrutura pedagógica da instituição, segundo o secretário o “Regimento Interno” esta em fase de aprovação, uma vez que o centro passou por mudanças de modalidades de ensino passando a oferecer a Educação Infantil, tendo assim que elaborar novos documentos para a efetivação da instituição de ensino infantil. Obtivemos informação que o Projeto Político Pedagógico estava sendo elaborado pela escola, não podendo naquele momento ser analisado por estudantes devido ainda não ter sua aprovação no Conselho Municipal de Educação e outras esferas educacionais. 2.2.3 A Sala de Aula A sala de aula, foi o espaço de maior atenção proposta pelo estágio, uma vez que este era o escopo da experiência docente na educação infantil. A sala de aula observada, pertencia 42 o pré I, turma “C”. Nela tinha 07 mesas com 4 cadeirinhas utilizadas pelas crianças, um armário com prateleiras e portas onde são guardados os materiais escolares das crianças bem como suas atividades, a mesa do professor, 02 quadros sendo 01 quadro branco, e outro quadro negro,a sala é climatizada, a iluminação é razoável contém também cartazes para a alfabetização das crianças, como por exemplo: sejam bem-vindos, casinha do tempo, quantos somos hoje, minha família, as boas maneiras, identificação das vogais, forma geométricas e as atividades realizadas pelos alunos penduradas em um varão expositivo na sala. Pensar no ambiente de uma sala de aula de educação infantil requer conhecimento de como se deve preparar, para que o aprendizado da criança aconteça. Rever a proposta que a escola aderiu trabalhar, é muito importante, uma vez que a meta a ser concretizada é sempre o ensino e aprendizagem da criança. Segundo alguns teóricos que preconizam e enfatizam a importância do ambiente escolar, falam que o sucesso da aprendizagem começa com essa preparação, outros frizam que qualquer que seja esse ambiente o que vai levar o envolvimento e a participação, é o que o educador vai priorizar, sempre levando em conta a afetividade. Segundo ANGOTTI (2002, p.75) Constance Kamii diz que: Constance Kamii não determina um tipo específico de sala de aula ambientalmente criada em diferentes padrões, [...] diz que poderia ser utilizado um ambiente comum, uma sala de aula nos moldes da escola tradicional; porém, o que se modifica, radicalmente, é a atmosfera, o clima que se estabelece. O ambiente para que se processe o desenvolvimento do pré-escolar deverá ser estimulador, rico em desafios, criado pela aritmetização ou problematização do contexto. A sala de aula, deve atrair as crianças, deve ser um espaço educativo em que sinta o prazer de estar ali, e para que isso ocorra deve-se basear na forma, na maneira em que vão conduzir a criança a explorar esse espaço, bem como na reação que elas vão intervir diante dos problemas surgidos. Segundo a autora Maristela Angotti, Montessori pensa exatamente nesse espaço que pertence à criança, frisando que: O ambiente escolar deve ser livre das amarras limitadoras e controladoras do poder adulto sobre a criança e ativo na interação com ela, propiciando-lhe elementos para que possa agir e obter resposta quanto às suas realizações. [...] significa estar dentro das suas possibilidades de realização, para que os pequenos possam sentir que estão dentro do seu mundo, podendo alterá-lo, manipulá-lo de acordo com as suas necessidades e vontades(2002, p. 30-1). Para Froebel, segundo Angotti (2002, p. 12), a sala de aula deve ter a seguinte caracterização: “O ambiente deve, em síntese, propiciar ao indivíduo condições para a sua 43 liberação e realização das suas potencialidades, num clima de realização, onde tudo possa ser aproveitado para despertar os complexos de interesses na criança”. Um fator muito interessate na abordagem do ambiente, é deixar que a própria criança explore, descubra o que tem a sua volta, muitas vezes os adultos tentam intervir nessa questão, não deixando que os pequenos façam essas descobertas, temos que conduzir, no sentido de instigá-los a ir em busca de descobrir o novo, e nao de fazer por eles, eles sabem explorar, basta que o educador deixem eles usufruirem de seu próprio espaço. 2.2.4 O perfil do/a Educador/a Sabe-se que qualquer pessoa que pretende assumir uma sala de aula, mormente da Educação Infantil deve apresentar algumas características que possa influenciar diretamente na forma em que ele vai conduzir a docência. Não quer dizer que essa pessoa precise ter todos essas características, mais que essa pessoa faça uma auto-avaliação para que saiba ouvir as pessoas que estejam a sua volta, ela poderá ver quais suas deficiências e saber em quais aspectos precisa melhorar. O educador/a infantil antes de tudo deve ter apreço pela Educação Infantil (EI), alguns educadores renomados frisam que a mulher é a mais indicada para assumir a docência na área de EI, devido ao instinto maternal que possui, mas isso não quer dizer que os homens não sabem lhe dar com a educação infantil, muito pelo contrário a vocação faz do indivíduo um profissional competente e muitas vezes habilidoso. O que se tem notado na profissão docente é que a escolha da profissão não acontece por vocação, pelo amor, pelo exemplo e o ensino, mas que se tornou jogo de cintura para muitos que afirmam serem educadores utilizando as mascaras de encontrar na educação o único meio de sobrevivência, podendo esta situação ser um dos indicadores negativos para elevar a educação para o pódio da qualidade. Segundo Freinet (apud Angotti 2002, p. 66) o professor tem um papel primordial na educação das crianças, afirmando que: O papel do educador será primeiro o de despertar – ou antes conservar – na criança suas forças vivas que condicionam a verdadeira educação; depois colocar os alunos em condições de satisfazerem suas necessidades, fornecendo-lhes todos os elementos que contribuirão para sua instrução e educação. 44 Quando um indivíduo passa a atuar na docência ele deve estar ciente de que precisa ser um educador pesquisador, idealizador de suas metas e propostas, seguir as propostas pedagógicas que a escola por escolha do grupo optou trabalhar. Ser um professor observador faz parte deste perfil, não se pode chegar ao sucesso sem ter conhecimento do que se passa a nossa volta, ou seja, conhecer cada aluno, sua realidade seja ela familiar, econômica, política, religiosa, etc. Dando prosecução as observações realizadas em uma sala de aula da Educação Infantil, notamos que a professora atuante no campo de estágio estava iniciando a caminhada para chegar rumo ao perfil de uma educadora condizente com as qualidades de um educador infantil crítico, no sentido de que está iniciando sua jornada acadêmica, onde cursa Pedagogia Indígena, pela Universidade Estadual do Amazonas - UEA, mas não a impediu de buscar fontes para que suas aulas fossem criativas e dinâmicas. Um de seus relatos deixou claro que ainda não tinha tanta experiência na área, na qual trabalha há 3 anos na Educação Infantil, mas frisou que sempre buscava com as colegas de trabalho idéias de como desenvolver um bom trabalho com as crianças que leciona. Um dos desafios da Educação Pública Infantil é a quantidade de crianças na sala de aula, como elas ainda estão na faixa etária dos 4 aninhos o cuidado é redobrado, ficando explicito nos dias em que estivemos na sala, onde nos dispomos a ajudá-la no cuidar das crianças, ter um monitor em cada sala, seria a solução de muitos problemas que acontecem e podem acontecer no decorrer das aulas, pois estar atenta as 26 crianças é um pouco complicado. Nas aulas durante as observações a professora utilizou diferentes espaços pedagógicos para o desenvolvimento das aulas, levamos as crianças para a sala de recursos multifuncionais, nesta sala tinha um televisor e aparelho de DVD assistimos a um filme “Procurando Nemo”, a professora pediu para que todos prestassem atenção, que depois ela iria fazer perguntas no retorno a sala de aula, para saber quem realmente prestou atenção. 2.2.5 As Crianças Primeiramente vamos dar um conceito do que é ser criança, o que representa para nós esse enunciado. Sabemos que conceituar “ser criança” é uma responsabilidade, que começa desde o período de gestação se irradiando no nascimento, pensar em uma criança é irmos além do convívio social que esta criança foi colocada, uma vez que o olhar sobre esta 45 criança parte sempre da sociedade pertencente a ela, o que não podemos esquecer é que criança, é criança em qualquer aspecto social, em qualquer situação seja ela econômica, psicológica, sociológica, dentre outras. Pensar nesse termo é também trabalhar o desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo da criança, uma vez que elas precisam de espaços para desenvolver esses aspectos. Segundo Froebel (apud Angotti 2002, p. 9) a criança é: [...] concebida como um ser repleto de potencialidades, a semente do futuro que traz dentro de si tudo aquilo que poderá vir a ser, o germe de toda atividade que está por ser realizada. [...] A criança consciente do seu eu, conhecedora de si, tornar-se-á um elemento ativo que através da auto-expressão crescerá em auto-realização. Essa realização será atingida pelo desenvolvimento espontâneo das forças interiores da criança que se exterioriza via processo educacional, que despende cuidados especiais para a formação de hábitos, atitudes de caráter e força de vontade. [...] A criança vivendo o que lhe cabe, realizando-se, viverá melhor para alcançar o melhor pela sociedade, buscando alcançar a humanidade. Então pensar na criança, é respeitar seu espaço seja ele físico ou não, pois ela esta em processo de descoberta, descoberta essa que encontrará o seu mundo, não podemos atropelar nenhuma fase da criança, pois isso acarretará danos futuramente, podendo até mesmo isolarse de sua sociedade. Segundo Montessori (apud Angotti, 2002, p. 24) a criança é: “[...] um corpo que cresce e uma alma que se desenvolve, a dupla realidade fisiológica e psíquica, tem uma fonte eterna: a vida, e nós não devemos viciar ou sufocar essas potencialidades misteriosas, antes aguardar suas manifestações sucessivas”. O futuro da humanidade depende não somente da conscientização dos adultos, pois será essas crianças que regerá o futuro do universo, então respeitar essas manifestações ditas por Montessori, fará pessoas justas, carinhosas, respeitadoras, e leais com a sua sociedade. Dentro das observações realizadas podemos perceber que as crianças são carentes de atenção e carinho, não no sentido que a professora não dê, mas no sentido de todo contexto de vida. Elas desenvolvem habilidades no decorrer das atividades, acredito que explorar a criatividade delas é o ponto chave para perceber suas potencialidades, claro que tem criança que é mais rápida no efetuar das atividades, outras de forma mais lenta, mas ambas conseguem, basta que o professor dê tempo para que sejam afloradas tais habilidades. Outro ponto forte observado nas crianças é que a maioria gosta muito da escola, chegam à sala contentes por estarem ali, e a amizades entre os coleguinhas é bem afetiva, as crianças vêem na escola um lugar de prazer. Um dos dias observados um dos alunos na hora da conversa informal com a professora, falou que não havia almoçado devido não ter na sua casa, o poder aquisitivo das famílias de nossas crianças é muito reduzido, e muitas vezes elas vêem na escola uma fonte de escape para se alimentarem. 46 2.2.6 Observações Realizadas na Sala de Aula Ao iniciar as aulas a professora perguntava se todos haviam almoçado, depois pedia para as crianças ficarem em pé para fazerem uma oração dando início à aula. No primeiro dia ao encerrar a oração a professora nos apresentou, dizendo que iríamos ficar alguns dias com eles na sala, que neste período eles iam ter três professoras. Em seguida entoou várias cantigas de criança, a outra acadêmica que estava na sala cantou duas musicas infantis. A professora contou quantas crianças estavam presentes e tinha no total 14 crianças sendo 7 meninas e 7 meninos. Um aluno desenhou no quadro um círculo e fez a professora em volta desenhou vários pauzinhos representando os alunos. No decorrer das observações os procedimentos de rotina para início das aulas eram os mesmos, modificando os conteúdos a ser ministrado em cada aula. As atividades eram realizadas de diversas maneiras, foi distribuído durante as aulas massinha de modelar, jogos de encaixe em EVA, quebra-cabeça, jogos matemáticos. Em uma das aulas, do dia 05.04.2010 foi organizado a “Festinha em Comemoração a Páscoa”, os pais ao deixarem as crianças na sala levaram bolos, pudins, refrigerantes, pipocas, brigadeiros e cachorro quente, nós contribuímos para a festinha levamos um bolo de chocolate e refrigerante. Ao iniciar a festinha a professora fez uma oração, falou sobre a festinha da páscoa, do coelhinho. Em seguida cantou a musiquinha temática do “coelhinho”. A aula do dia 19.04.2010 foi comemorado o “Dia do Índio”, a professora passou um desenho de um livro para as crianças pintarem, no retorno do intervalo fomos ajudar a professora caracterizar os alunos com uma pintura indígena no rosto, e braços com tinta guache. A gestora passou na sala e tirou fotos com as crianças, inclusive ela também estava caracterizada de índio. 2.3 Participação Ativa Quando nos direcionamos as ações realizadas pela escola durante o estágio, podemos frisar que estas foram bem aproveitadas por nós, nas condições de estagiários, uma vez que a participação na realização das festividades da escola, ou de questões administrativas enriqueceu ainda mais os resultados propostos pela disciplina de Estágio 47 Supervisionado na Educação Infantil. As atividades realizadas durante o estágio, descritas abaixo foram somente as que participamos durante a realização do estágio. 2.3.1 Eleição do Conselho Escolar No dia 31 de março do ano de 2010, no Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de Almeida, durante todo o dia, aconteceu a eleição para a escolha dos membros que iriam fazer parte do Conselho Escolar da instituição, foi convocados pais, funcionários e a comunidade pertencente à escola para fazer valer o voto, como forma de democratização. O “Conselho Escolar” trabalha em parceria com a gestão da escola, tendo por finalidade promover a integração dos vários seguimentos que pertence à comunidade escolar, tendo em vista assegurar o cumprimento das políticas educacionais. A “Associação de Pais e Mestres e Comunitários” tem a função de mostrar as particularidades das capacidades de liderança do grupo gestionários da escola, que participam das reuniões da APMC, o papel desse grupo é também administrar a parte dos recursos financeiros destinados a escola, fazendo parte pais, professores e funcionários da escola. Na parte da tarde, horário de nosso estágio a votação estava acontecendo, também votamos como forma de participação e contribuição para a instituição, os pais e funcionários estiveram presentes no turno vespertino, a votação ocorreu até as 17:00 horas. Após a eleição, passou-se para a etapa seguinte, apuração dos votos, fizeram parte da mesa de apuração as seguintes pessoas: Professora Açucena Amazonense (gestora da escola), Professora Darcimar (Pedagoga do Centro), Professora Marinete Mota (Professora da UFAM), Professora Dheime (Professora de Educação Infantil), Professora Joelma (Professora de Educação Infantil), Funcionária Regiane (Servente do centro), Walker Lima (Secretário do Centro) e Queila Macedo (Estagiária de Pedagogia-UFAM). Os eleitos foram: Categoria Professores: Maria de Nazaré Costa de Oliveira com 40 votos, sua suplente Regiane dos Santos Alves com 31 votos; Categoria Administrativos: Nazilene Oliveira da Silva com 71 votos, sua suplente Raimunda Rodrigues Gonçalves com 49 votos; Categoria Pais, Mães e/ou Responsáveis: Neide Josélia da Silva Pontes com 45 votos, sua suplente Maria Oneide Lopes Pinto com 30 votos e Categoria Comunitário/a: Evilandro José Freitas Pereira com 49 votos, sua suplente Jaimira Pereira com 35 votos. 48 2.3.2 Posse do Conselho Escolar Aos 09 dias do mês de abril do ano de 2010, às 16:30 horas deu-se início a reunião de posse do Conselho Escolar, com a leitura do edital de convocação da eleição. Após a leitura do edital de convocação da eleição foi franqueada a oportunidade para os pais se pronunciarem, um pai manifestou-se e falou da felicidade de ter um filho/neto estudando naquela escola. Foi franqueada a oportunidade aos professores, mas estes não se manifestaram. Em seguida foi passada a direção para a Coordenadora Pedagógica da escola que passou um vídeo sobre a importância da vida. Dando prosecução, a gestora apresentou as autoridades presentes, como o Prefeito do Município de Benjamin Constant, o Vice - prefeito do Município de Benjamin Constant e a Secretária Municipal de Educação. A Pedagoga do Centro fez a leitura da ata de apuração dos votos da Eleição do Conselho Escolar. Passando para o cerimonial de posse, foram convocados os eleitos e seus suplentes para assinarem o termo de posse, passando em seguida a palavra para que eles se pronunciassem. A suplente da Categoria Pais, Mães e/ou Responsáveis, falou da importância da participação dos pais na escola, que há um tempo não ocorria essa participação, finalizou com uma frase “Educação é luz, é caminho é libertação”. Em seguida todos empossados foram franqueados a palavra, as autoridades presentes. A Secretária Municipal de Educação falou da importância que os conselhos escolares têm na escola, como também do projeto Jovem Urbano que estava sendo implantado no município. O prefeito municipal falou sobre sua administração, na qual tem compromisso coma qualidade da educação. Finalizando a reunião a gestora da escola agradeceu a todos os presentes, e serviu um lanche. 2.3.3 Planejamento dos Professores No dia 16 de abril, das 15:35 às 17:00 horas na sala de reunião do centro, iniciou-se a reunião com a gestora da escola, a mesma falou da importância de todos saberem seus ofícios na escola, sem interferir no trabalho do outro. Falou também da regulamentação da escola, sendo credenciada pelo MEC e reconhecida. Como também que na escola já estava funcionando o Conselho Escolar, sendo este uma associação que respalda a escola, um dos principais colegiados dentro da instituição pública de ensino. Que estão aguardando 49 aprovação do Plano de Desenvolvimento da Escola – PDE. Disse ainda que, os planos de aula deveriam atingir a Educação Infantil em todos os seus aspectos como o afetivo, psicomotor e social da criança e trabalhar as necessidades de cada aluno. Algumas professoras falaram que a coordenadora pedagógica estava sobrecarregando os professores em relação ao plano. 2.4 REGÊNCIA SUPERVISIONADA 2.4.1 Preparação e Planejamento Para a preparação da regência, houve primeiramente atendimento com nossas orientadoras de estágios, nos direcionando para que escolhessemos a temática que iriamos trabalhar, uma vez que iria surgir a partir das observações realizadas na sala de aula. No decorrer da preparação do planejamento da regência fizemos varias leituras de teóricos que tem sua linha de pesquisa voltada para a educação infantil, pesquisamos na internet atividades que exploraria a temática, bem como atividades formuladas em livros de educaçao infantil conforme referenciadas neste relatório. A escolha das atividades, foi feitas com muito cuidado e atenção para que estas não fugissem do foco central, outra preocupação nossa foi a construção dos materiais, uma vez que, não temos muito jeito para confeccionar materiais. Na escolha da temática para a regência, pensamos na importância que tem os conteúdo relacionados com a educaçao infantil que deve ser trabalhado na primeira fase da pré-escola. Decidimos trabalhar o reconhecimento do corpo humano, explorando o “Esquema Corporal”, pois a criança desenvolve-se por um processo que abrange o seu corpo, a genética da espécie humana, essas mudanças ocorrem desde a gestação ao seu nascimento, perpassando assim, pelos anos de vida. É importante que a criança faça uma observação do seu corpo, para ver as semelhanças e diferenças entre seu corpo e dos demais coleguinhas, bem como conhecer os movimentos que elas podem fazer com ele. Conhecer os cinco sentidos: a visão, tato, audição, olfato e paladar e saber a importância de cada um deles é interessante nessa fase, são eles os responsáveis que transmitem ao nosso cérebro inúmeras sensações primordiais que ajudam o nosso corpo a perceber tudo o que esta a nossa volta e apreender os conceitos de aprendizagens, ou seja, trabalhar o esquema corporal é tomar conhecimento do nosso corpo como um todo, e as partes que o compõe. 50 É percebível que se não for trabalhada de forma correta a Educação de Esquema Corporal, ira acarretar sérios prejuízos no desenvolvimento das Funções Psiconeurológicas, sendo estas: coordenação motora ampla; coordenação viso-motora; coordenação motora fina; orientação espacial; orientação temporal e lateralidade. Sendo nestas perspectivas que elaboramos o nosso planejamento da regência, explorar cada movimento, instigando o aluno a fazer de forma bem dinâmica para que suas habilidades florescessem sem forçamento, no sentido de espontaneidade. 2.4.2 Dia da Regência A regência ocorreu no dia 26 de maio do corrente ano, a partir da 13:00 horas, com duração de quatro horas de aula em uma turma de Pré I, “C” no turno vespertino do CMEIFCA. Chegamos a escola as 12:35 para organizarmos o ambiente da sala de aula colocando as cadeiras em círculo, após recebemos as crianças que iam chegando no centro acompanhada de seus responsáveis, e ja íamos informando o horário de encerramento da aula para que eles viessém pegá-los na escola. As 13:15 iniciamos a aula com a execução do plano diário. Sendo a primeira atividade a de rotina tinha como objetivo a interação e socialização com as crianças. Iniciou-se esta atividade com os cumprimentos de boa tarde, e pedindo que todas as crianças se colocassem em pé para juntos fazermos a oração e cantarmos várias musiquinhas infantis envolvendo a temática. Passamos então para à hora da novidade, eles externaram as coisas interessantes que fizeram, antes de chegarem a escola. E cada um falou de suas vivências, como por exemplo: o que tinham tomado de café, almoçado, feito as atividades escolares para casa, se haviam tomado banho, escovado os dentes, ajudado a mamãe ou papai a realizar alguma atividade, enfim. Após passamos para a contagem de quantos estavam presentes naquele dia, e junto com as crianças contamos, e na contagem estavam presentes 17 crianças, sendo 9 meninos e 8 meninas, mais a professora da sala, 2 duas estagiária e a professora supervisora do estágio, totalizando 21 pessoas, entre as crianças quem ganhou na presença em sala de aula foram os meninos. Escolhemos o ajudante do dia, em seguida falamos sobre algumas regrinhas para seguirmos durante a aula e também fora da escola. Na atividade orientada o escopo era conhecer e nomear as partes do nosso corpo e incentivar a curiosidade e interesse pelo conhecimento do nosso corpo, bem como 51 desenvolver o espírito participativo. Iniciamos com a pergunta: quem sabe o que é o corpo humano? Qual sua função? Uns mostraram apontando para todo o corpo, outros apenas para os braços, pernas, cabeça. Foi quando apontamos para determinada parte do corpo e pedimos para as crianças identificarem o nome, e responderam muito bem, uns tiveram dificuldades de responder de imediato outros responderam de prontidão. Então falamos sobre o que era o corpo humano, sua função e o cuidado que cada um de nós tem que ter com ele. Levamos para essa atividade um tronco do corpo humano e o esqueleto humano, de início preparamos os alunos para a amostra que ia ter do nosso corpo para que eles não ficassem com medo, pois precisamos conhecer o nosso corpo, no começo duas crianças tiveram medo, mas conversamos e mostramos que o medo não precisava existir, demos oportunidade para que cada criança pegasse o tronco e explorassem cada parte desmontável e íamos identificando com elas os nomes das partes que compunha o tronco, como por exemplo: na cabeça, o cérebro; na parte torácica, o coração e artérias, pulmão, rins, fígado, intestino etc. Como atividade foi formado grupos e convocamos voluntários para serem desenhados em um pedaço de papel madeira, este deitaria sobre o papel e os demais coleguinhas do grupo iriam desenhá-lo. Como já estava chegando a hora do intervalo, apenas recortamos o papel madeira e colamos em um tamanho suficiente para desenhar uma criança. Paralisada a atividade, arrumamos a sala para a hora da merenda, cantamos uma música sobre a merenda e todos que trouxeram merenda, começaram a lanchar, sendo que os coleguinhas que não estavam com merendas trazidas de casa puderam merendar com os demais coleguinhas que socializaram seus lanches. Em seguida foi servida a merenda da escola “leite com farinha de tapioca”. Ao tocar a Campa às crianças foram para a hora de recreação no play-graudes da escola. Ao retornarmos a sala retomamos a atividade, todos participaram desenhando o coleguinha no papel e colocando os olhos, nariz, boca, sobrancelhas, cabelos, etc. Em seguida colocamos em exposição na sala os desenhos realizados por eles. Passando para a atividade coletiva, esta trabalharia as diversas formas de expressão, o raciocínio lógico e atenção das crianças. Falamos o nome de um órgão da face e pedimos para que elas mostrassem onde se localizava e para que serviam, em seguida chamamos o ajudante do dia para que fizesse movimento com uma determinada parte do corpo e as demais crianças identificassem a parte movimentada, foi bastante interativo, todos participaram com muito entusiasmo. Após fomos brincar de “corpo-dado”, para a brincadeira foram confeccionados 2 bonecos em papel cartão com seus braços, pernas e cabeça desmontável do tronco que simbolizava a roupa dos bonecos, sendo uma boneca menina e um boneco menino 52 e um dado colorido das cores do boneco. Dividimos a sala em dois grupos, e escolhemos uma menina e um menino, dentro de dois sacos de papel madeira estavam as partes do corpo-dado, iniciamos com os meninos devido eles terem ganhado na quantidade de presentes na sala, ao jogar o dado se desse a cor vermelho, ele colocaria a mão dentro do saco e puxaria uma peça, se fosse a cor do dado ele montaria o seu boneco, se não, passaria a vez para as meninas, formamos torcidas e nessa partida as meninas ganharam. Na partida seguinte escolhemos maus uma menina e um menino e fizemos os mesmos procedimento,as meninas iniciaram devido ter ganhado na partida anterior, as torcidas estavam bem animadas cada vez que seus participantes pegavam uma peça, e as meninas ganharam novamente, sendo a vitória final deste jogo do “corpo-dado” das meninas. Na atividade seguinte também coletiva, mas com objetivo diferente que era desenvolver, explorar os grandes e pequenos músculos e o equilíbrio corporal. Utilizamos outro espaço pedagógico para desenvolvermos esta atividade, fomos para a área enfrente a sala, passamos as regras da brincadeira e os procedimentos, e levamos cordas. As brincadeiras foram: pular corda, batida por outros coleguinhas, formar desenhos livres com a corda, e andar sobre ela, esticar a corda no chão e pular de um lado para o outro, com os pés juntos e com um só pé. Foi bem participativa a brincadeira, uns tinham mais equilíbrio que os outros quando andavam sobre a corda, para pular também, uns nem titubeavam, mas outros foram até ao chão. Retornamos a sala, já estava chegando ao final da aula e pedi para que todos guardassem seus materiais nas suas mochilas, e fomos conversar do que cada um mais gostou da aula, e as respostas foram diversas, uns da atividade do corpo-dado, outros de conhecer o nosso esqueleto e o corpo humano, etc. A avaliação da regência é sempre muito dificil nos auto-avaliarmos, e mormente quando se trata de uma atividade que iria influenciar nossa formação de educadores da educação infantil. A regência foi primordial para refletirmos, sobre nossas práticas pedagógicas, uma vez que é um dos cernes de nossa futura profissão. Que poderia ser melhor, com certeza, chegar a excelência profissional, vai requerer muitas vivências docentes. Acredito em resultados positivos, uma vez que o decorrer da aula foi super tranqüilo, no sentido de que não havíamos ainda atuado em uma sala de aula, e o domínio da sala na hora da regência ocorreu muito bem, é claro que houve momentos que os alunos tentam se dispersar, mas as atividades coletivas prendem a atenção deles. Foi uma experiência que levaremos para os próximos degraus que ainda vamos subir. 53 2.5 ESTÁGIO SUPERVISIONADO NOS ANOS INICIAIS Durante a efetivação do estágio, tivemos a oportunidade de vivenciarmos todo o processo de desenvolvimento da escola. A escolha da Escola Estadual Profª Rosa Cruz, ocorreu devido havermos desenvolvido algumas atividades acadêmicas anteriormente, sendo uma delas o Estágio Supervisionado na Gestão Educacional. O foco das observações neste estágio foi à sala de aula dos Anos Inicias do Ensino Fundamental. A partir da realização das observações, encontraríamos a meta primordial deste estágio, a problemática para que a partir desta surgisse a temática a ser abordada na regência. 2.5.1 A Instituição de Ensino Quando focamos nossos olhares para a escola, não podemos deixar as questões importantes de lado, sendo uma delas a forma que a escola é concebida, e vista por todos que dela fazem parte. A escola como referência para sua comunidade, busca a interação de todos, faz com que todos que estão nela sintam prazer em estar ali. Busca olhar a realidade de cada um, e de forma peculiar atingir cada necessidade, preencher cada lacuna. Segundo Libâneo (2008, p. 51), A escola necessária [...] é a que provê formação cultural e científica que possibilita o contato dos alunos com a cultura, aquela cultura provida pela ciência, pela técnica, pela linguagem, pela estética, pela ética. Especialmente, uma escola de qualidade é aquela que inclui, uma escola contra a exclusão econômica, política, cultural, pedagógica. A Escola Estadual Profª. Rosa Cruz é uma escola pública de ensino, sustentada pelo Estado, tem seu funcionamento nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, teve seu ato de criação conforme dados da escola pelo Decreto nº 14.799 de junho de 1992, no então Governo Estadual de Gilberto Mestrinho Medeiros Raposa, as atribuições foram conferidas através do Art. 54, item VIII da Constituição Estadual considerando o que esta firmado no Processo de número 1935/92 da Secretaria de Estado da Administração e Gestão - SEAD, desativando assim o Centro Escolar “Madre Eulália” neste município de Benjamin Constant, estruturando então uma escola estadual, com oferta de ensino nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Sua Estrutura física comporta-se da seguinte forma: 54 Dependências Quantidade Observação Salas de aula 07 - Sala de Professores 01 Com banheiro Secretaria 01 Com banheiro Sala de Direção 01 Com banheiro Sala de Técnico 01 Com banheiro Sala de recurso 01 Biblioteca 01 TV Escola 01 Laboratório de Informática 01 Quadra Coberta 01 Almoxarifado 01 Cantina 01 Cozinha 01 Refeitório 01 Deposito de Merenda 01 Deposito do de Material de Limpeza 01 Banheiro Masculino 05 Banheiro Feminino 05 Pátios 02 - - 01-Coberto 01 Descoberto Quadro 01 - Estrutura física da escola. Fonte: Quadro Demonstrativo da Estrutura Física da E.E. Profª Rosa Cruz, março, 2009 Segundo a gestora da escola o quadro de funcionário esta resumido, ou seja, a muito trabalho a ser feito e poucas pessoas para operá-los, relatou ainda que esta aguardando ansiosa o novo concurso da Secretaria Estadual de Educação e Cultura do Amazonas – SEDUC-AM para que esse problema seja resolvido. A escola possui 22 professores, 01 gestora, 10 administrativos. Na escola funcionam 08 salas de aula no turno Matutino e 08 salas de aula no turno Vespertino, sendo 01 como sala de recursos em cada turno. Pela manhã a escola tem 225 55 alunos distribuídos no 1º ao 5º ano, no turno vespertino a escola tem 230 alunos, totalizando 455 alunos na escola. Vale ressaltar que, uma instituição de ensino requer muitos cuidados na sua administração, uma boa formação de seu gestor ajudará nas decisões a ser tomada, mas não se deve esquecer que se trata de educação, formação de pessoas. Segundo Paro (2004, p. 07), [...] administrar uma escola não se reduz à aplicação de uns tantos métodos e técnicas, importados, muitas vezes, de empresas que nada tem a ver com objetivos educacionais. A administração escolar é portadora de uma especificidade que a diferencia da administração especificamente capitalista, cujo objetivo é o lucro, mesmo em prejuízo da realização humana implícita no ato educativo. Se administrar é utilizar racionalmente os recursos para a realização de fins determinados, administrar a escola exige a permanente impregnação de seus fins pedagógicos na forma de alcançá-los. 2.5.2 A Motivação em Sala de Aula Durante as observações na sala de aula do 1º Ano A, no turno vespertino notou-se que a professora é motivadora, as suas aulas são bem dinâmicas, ou seja, a professora desenvolve diversas atividades em suas aulas de forma que não as torna repetitivas. A reciprocidade sem dúvida tem que acontecer em ambos os lados, pois tanto aluno quanto professor ou vice-versa influenciam na vida um do outro, pois essa mútua influencia não é diferente de qualquer outro tipo de relação humana, a flexibilidade e compreensão de ambas as partes trará uma relação de bem estar na sala de aula, uma vez que compreender o outro é uma forma de motivação e esta fortifica a relação professor – aluno, como afirma Morales (2006, p.61) que: A conduta do professor influi sobre a motivação e a dedicação do aluno ao aprendizado. O aluno se vê influenciado por sua percepção do professor, como o vê e como vê sua relação com ele, e pelo que o professor de fato faz: comunica expectativas, responde adequadamente, proporciona ajuda estratégica etc. [...] com freqüência, os alunos menos motivado, menos comprometidos com seu aprendizado, menos ativo... recebem de seus professores comentários, ou outro tipo de comunicação, que os desmotivam ainda mais. E, ao contrario, os alunos que desde o inicio se mostram ativos e motivados recebem mais reforços do professor, mais comunicação. Sabemos que a motivação na escola é de suma importância para que os alunos tenham prazer em estudar, a motivação parte do pressuposto de que é através dela também 56 que os alunos percebem a necessidade que temos em estudar, uma escola não motivadora é uma escola fracassada tanto da parte dos alunos quanto dos funcionários. 2.5.3 Relações Humanas na Escola Podemos dizer que essas duas palavrinhas fazem milagres em uma instituição de ensino. Somos todos sabedores que em qualquer instituição a forma como a convivência no ambiente de trabalho acontece é muito importante, para que o sucesso de modo geral aconteça em todos os setores. Pensar nessa relação vai muito além do que as pessoas costumam se portar, quando o assunto e a interação de todos no trabalho, muitos dos que estão em um patamar mais elevado, sentem-se superior as demais esfera, ou seja, o respeito mútuo, a coletividade parece não existir em muitos casos, podemos até citar o ditado que muitos expressam em suas atitudes, “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, levando isso tudo para as relações humanas, dentro de uma escola podemos constatar que estas atitudes sempre ferem a convivência do grupo, é primordial que todos falem uma mesma língua, e se tratem com respeito. Uma escola que tem suas relações humanas voltada para a satisfação de todos, trilha para o sucesso. Segundo Oliveira (2009, p. 28) diz que: [...] a nova Escola de Relações Humanas, [...]. Ocupa-se da seleção, do treinamento, do adestramento, da pacificação e ajustamento da mão-de-obra para adaptá-la aos processos de trabalhos organizados. Interessa-se basicamente pelas condições sob as quais o trabalhador pode ser induzido, de maneira mais eficiente e eficaz, a cooperar no esquema de trabalho proposto. Os problemas que emergem tornam-se essencialmente problemas de gerenciamento. A insatisfação, as faltas, a rotatividade, as hostilidades e agressividades, a negligência e o desinteresse são fenômenos que só podem ser compreendidos e administrados se mantidos no nível de interação entre os indivíduos e os pequenos grupos [...]. Perante as observações realizadas neste estágio, tivemos um olhar voltado para a questão das relações humanas, é o que compete a nós enquanto estagiários. A escola procura atender a todos do grupo, sem distinção de pessoas ou cargos, todos tem um mesmo tratamento, nas reuniões pedagógicas foi notável, todos os funcionários são convidados a participarem, o diálogo entre todos é aberto. Os pais também fazem parte desta relação e acredito que eles sentem-se parte deste processo de educação. 57 2.5.4 Corpo Docente da Escola Quando nos reportamos à classe docente da escola, temos a certeza que eles são os guias, que levarão os alunos a adentrarem no mundo do conhecimento fato este que trás certa preocupação, uma vez que, se os professores julgarem que seus conhecimentos já são suficientes, e não conhecerem a importância de estarem se preparando a cada dia, não acompanharão as mudanças que vem acontecendo. Se os alunos são sujeitos do saber, também o são os professores. E, assim como seus alunos, constroem e adquirem saberes em diversos espaços e tempos, especialmente no trabalho. E quanto a isso é preciso constatar – mesmo sob controle intenso, o professor, se não incorporar a necessidade da mudança da sua prática docente, continuará repetindo aquilo que julga eficaz e suficiente para a aprendizagem dos seus alunos (OLIVEIRA 2009, p. 80). Muitos docentes vêem-se despreparados para lhe dar com seus alunos, não sabem o quê, e como ensinar? Daí os resultados que temos hoje, a evasão de nossos alunos, e muitas vezes eles ainda continuam com seus corpos dentro da escola, o que não podemos deixar que ocorra é a própria escola segregando seus pertencentes, uma vez que não é este o escopo dela, gosto de pensar que uma parte do que são nossas crianças, são responsabilidades nossas, que nossas ações não as expulsem de seus próprios mundos. Conforme Arroyo apud Oliveira (2009, p. 77) Começar por equacionar pedagogicamente os limites, as possibilidades vividas pelos educandos que temos, não que sonhamos e gostaríamos de ter. Se esses limites raiam as fronteiras da desumanização, entender que a tarefa da escola e nossa tarefa é que o pouco tempo de escola não seja uma experiência a mais de desumanização, de trituração de suas esperanças roubadas de chegar a ser alguém. A escola pode ser menos desumanizadora do que a rua, a moradia, a fome, a violência, o trabalho forçado, mas reconheçamos, ainda, as estruturas, rituais, normas, disciplinas, reprovações e repetências na escola são desumanizadoras. Na escola, onde realizamos o estágio conforme já foi citado anteriormente de forma sucinta, possui 22 (vinte e dois) professores, todos possuem nível superior nos curso de: Licenciatura em Pedagogia, Licenciatura em Geografia, Normal Superior e Licenciatura em Administração. Sendo que dos 22 (vinte e dois) apenas 14 (quatorze) estão em sala de aula, os demais exercem suas funções na Gestão Escolar, sala da TV Escola, Como Apoio Pedagógico, Laboratório de Informática, Sala de recursos. Dentre esses professores existem, efetivos, integrados e os selecionados pelo Processo Seletivo Simplificado – PSS pela SEDUC. 58 Quanto à professora da sala observada, podemos observar que esta em sua sala procura trabalhar de forma que todos sejam envolvidos, as atividades planejadas por ela, esta sempre em consonância com o que está relacionado com tal série. Podemos ver que mesmo sendo uma sala com 32 (trinta e dois) alunos entre 6/7 (seis à sete) anos e bem agitados, ela consegui o domínio da sala, o respeito, a colaboração e sempre enfatizado por ela, para que as atividades sejam realizadas. 2.5.5 Corpo Discente da Escola A EEPRC, neste ano letivo de 2010 possui em sua matrícula 455 (quatrocentos e cinqüenta e cinco) alunos, sendo que segundo dados da escola 08 (oito) alunos possuem algum tipo de necessidades educacionais especiais, e no contra turno freqüentam a sala de recursos da escola. O atendimento na sala de recursos acontece nos dois turnos, sendo que no turno matutino são atendidos 4 (quatro) alunos, e no turno vespertino são atendido 8 (oito) alunos especiais, totalizando 12 (doze) alunos, a sala de recurso da escola não recebi apenas seus alunos especiais, mais também de outras escola, sendo procedentes dessas outras escolas 4 (quatro) alunos especiais. Dentre as deficiências temos: Síndrome de Daw; Baixa Visão/ Eplexio; Deficiência Mental; deficiências múltiplas; Estrábico e Distúrbios de Aprendizagem/Eplético. As observações realizadas no 1º Ano, turma “A” dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental com 32 (trinta e dois) alunos, sendo 22 (vinte e dois) alunos do sexo masculino e 10 (dez) alunos do sexo feminino, ocorreu durante quinze dias totalizando 60 (sessenta) horas de observações. Na sala de aula em que observamos, não tinha comprovado nenhum aluno com necessidades educacionais especiais, o que seria primordial para o enriquecimento de nossa monografia, a temática são os alunos especiais freqüentando os Anos Iniciais do Ensino Fundamental e Sala de Recursos para que pudéssemos ver como a educação especial esta sendo Oferecida na escola inclusiva. 2.5.6 Participação Ativa Como participação ativa, podemos citar duas reuniões, sendo uma de caráter pedagógico e a outra de convite, uma aconteceu com os pais da escola, foi tratado assuntos de 59 interesse da escola, como por exemplo: o intervalo coletivo, muitos pais entraram em questionamento devido o intervalo acontecer por sala de aula, o que ao nosso entendimento foi muito proveitoso, uma vez que se tratando de crianças ficou mais seguro, devido o fluxo de alunos. A gestora falou do porque ter decidido com os professores sobre efetuar esse intervalo, para a própria segurança das crianças uma vez que da forma anterior as crianças se machucavam, durante o intervalo recreativo, não que as crianças não tivessem mais lazer ficou acordado com os professores que eles levariam suas turmas em algum momento da aula para a quadra e realizariam um tipo de atividade, para finalizar a reunião a gestora e os demais participantes concordaram que se as crianças se comportassem, o intervalo voltaria de forma coletiva, caso não ficaria do jeito que estava. Na segunda reunião no dia 27 de setembro foi de caráter convidativo, foi para que todos participassem de uma confraternização entre os funcionários da escola e o coordenador regional de educação do município, no hotel/restaurante Cabanas, todos os estagiários foram convidados e alguns de nós nos fizemos presentes. 2.5.7 Docência Supervisionada A docência supervisionada é parte integrante e primordial do estágio, tendo por finalidade a preparação do acadêmico para assumir sala de aula, ou seja, se preparando profissionalmente para desenvolver uma prática pedagógica eficiente. A escolha da temática surgiu no questionamento de como e o que ensinar, foi que nos levou a trabalhar a temática “Os Animais vertebrados e suas classificações”. Os animais vertebrados são classificados em: mamíferos, réptil, anfíbios, peixes e aves. Dando sempre importância para a leitura, uma das problemáticas encontrada nas observações. Através das observações no ambiente escolar, realizada em uma sala de aula oportunizada pelo Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais, com alunos do 1º Ano da Rede Estadual de Ensino, foi que chegamos a tal proposta, sendo uma necessidade da turma o conhecimento dos animais existentes em nossa cidade e fora dela, sendo muitos deles moradores de nossas casas, como também animais nocivos ao homem. Sendo a escola a precursora na construção desse processo a construção do conhecimento, é que foi apresentada essa proposta a ser desenvolvida através de um plano de aula sobre os tipos de animais e suas classificações, na qual garantirá a efetivação da aprendizagem possibilitando o conhecimento 60 e a transformação de nós mesmo e do meio em que vivemos, podendo a professora da sala dar prosseguimento, uma vez que, o tempo oferecido é ínfimo diante da temática abordada. Percebemos a importância do planejamento, após a aula da regência supervisionada tivemos a certeza de que nosso trabalho em sala de aula obteve resultados satisfatórios, melhorando a qualidade do ensino. Cabe a cada instituição de ensino, juntamente com seus educadores se planejarem para atingir as metas. Para um bom planejamento surgem várias perguntas, como: o que quero alcançar? O que devo fazer? Para quem planejar? Que meios devo utilizar? Por onde começar. O Ato de planejar requer justamente muitos esforços para que tudo que se almeje seja alcançado. Conhecer a realidade de cada criança de nossa sala de aula é um dos passos importante para um bom planejamento, uma vez que é para elas que planejamos. Assim vale ressalta que a escolha do modelo construtivista para a temática em questão possui base alicerçada no pressuposto de que “ser construtivista não é fazer uma coisa uma única vez, mas sim praticá-la, exercitá-la; mas com sentido de pesquisa, de descoberta, de invenção, de construção. Exercitar com o desafio de fazer melhor, de superar a si mesmo”. (MACEDO, 1994, p.36). Nesse sentido, em se tratando do construtivismo na escola temos a contribuição de COLL (2006, p. 19) afirmando que: A aprendizagem contribui para o desenvolvimento na medida em que aprender não é copiar ou reproduzir a realidade. Para a concepção construtivista, aprendemos quando somos capazes de elaborar uma representação pessoal sobre um objeto da realidade ou conteúdo que pretendemos aprender. Essa elaboração implica aproximar-se de tal objeto ou conteúdo com a finalidade de aprendê-lo. Assim sendo, ser construtivista implica ter uma prática pedagógica com base não apenas na simples transmissão, por mais importante que seja. Implica, também, tratar a prática pedagógica como uma experimentação. Em uma escola mais construtivista a cópia não morreu, mas foi ressignificada como trabalho de pesquisa ou aperfeiçoamento. Para o aluno sempre será importante copiar algo que valoriza. (MACEDO, 1994, p.36). O objetivo principal da aula foi fazer com que as crianças identificassem os tipos de animais vertebrados e a classificação das espécies, para que conheçam o meio em que vivem, tendo em vista a sua relação pessoal com o mundo. 61 2.5.8 Dia da Regência A docência supervisionada ocorreu no dia 25 de outubro do ano em curso as 13:00 horas encerrando as 17:15 minutos, em uma sala de aula de 1º ano, turma “A”, no turno vespertino da Escola Estadual Profª Rosa Cruz, neste município de Benjamin Constant. No primeiro momento, houve a rotina com cumprimentos, musicas infantis que abordavam os animais assunto de nossa temática. Em seguida falamos sobre comportamento em sala de aula, com um cartaz das boas maneiras, contendo o seguinte: Bom Dia!, Boa Tarde!, Boa Noite!, Com Licença, Por Favor, Desculpa e Obrigado. Em seguida houve o segundo momento, partindo para a temática a aula ocorreu de forma interdisciplinar, na área de Ciências disciplina de maior foco da aula. Explanamos o assunto através da identificação e classificação dos animais vertebrados sendo eles mamíferos, réptil, anfíbios, peixes e aves. Através de cartaz, as crianças classificaram todas as espécies de vertebrados, ou seja, levamos um cartaz a terminar e as crianças pegaram figuras de animais e colavam em suas classificações. O resultado foi muito bom eles conseguiram assimilar o conteúdo dado. Terceiro Momento foi a hora do lanche, as crianças foram para o refeitório da escola e serviram a merenda arroz com salsicha, e lancharam também o que levaram de casa. Perpassando pelo quarto momento, foi trabalhada a disciplina de Geografia, as crianças conheceram o habitat de cada animal, explicamos onde eles vivem, em seus ambientes aquático, terrestre e aéreo. Para melhor entendimento levamos um cartaz com animais em seus respectivos ambientes, fazendo a revisão deste momento as crianças entenderam perfeitamente. Ao iniciar o quinto momento, distribuímos uma atividade de Língua Portuguesa para cada criança, explicamos como iriam realizar, sendo a atividade a construção de um pequeno texto ou frase sobre o animai descrito em cada folha, eles também pintaram o desenho. O interessante que as crianças usaram suas imaginações e dentro do assunto que foi repassados eles construíram textos bem interessantes. No sexto momento, usamos uma atividade de Matemática através de placas para a identificação das grandezas como: maior/menor e grande/pequeno. Nas placas colocamos figuras de animais e chamamos algumas crianças para irem a frente e juntos vermos em qual grandeza aquele animais representaria, foi muito proveitoso. 62 Na disciplina de História, no sétimo momento, enfatizamos a valorização dos animais, criamos uma dinâmica “O baú dos cuidados”, com uma música infantil uma caixa com fichas escritas com cuidados que devemos ter em relação aos animais, ao tocar a música a caixa ia sendo passada de mão em mão, ao parar a música a criança que estava com a caixa, pegava uma ficha e lia perante os coleguinhas da turma o que estava escrito. Através do Tema Transversal durante o oitavo momento, desenvolvemos a conscientização, mostrando a importância de preservarmos os animais, perguntamos as crianças se sabiam o que era extinção, e duas crianças rapidamente se manifestaram falando o que significava o termo extinção. A primeira falou “é o desaparecimento dos animais”, a segunda relatou “é quando os animais não existem mais”. Durante o diálogo algumas crianças se manifestaram dizendo ter baladeiras (estilingue) e que gostavam de balar os animais, mas que se comprometeram a não praticar mais esse ato violento. Para finalizar este momento fizemos uma dinâmica “se eu fosse um animal, como eu queria ser tratado?”. Para finalizar a aula desse dia, no nono e último momento, pedimos para as crianças se organizarem em suas carteiras, e arrumassem seus materiais escolares em suas mochilas, perguntamos se haviam gostado da aula e todos argumentaram que sim, ao encerrar a aula oferecemos a cada criança um pirulito (Cala Boca). Refletindo sobre o estágio deste último semestre na faculdade, nos faz ver o quanto todos eles contribuíram para a nossa formação acadêmica, podemos frisar com muita propriedade que eles são o norte para onde devemos ir, não podemos nos acomodar ao chegarmos em uma sala de aula, mas antes de tudo nos planejarmos para estarmos dentro dela. A educação esta clamando por verdadeiros educadores e não por um simples profissional da educação. 63 CAPITULO 3 3 EDUCAÇÃO ESPECIAL: UM NOVO OLHAR INCLUSIVO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL NA ESCOLA ESTADUAL CENTRO EDUCACIONAL DOMÊNICO MARZI Este capítulo trata da pesquisa educacional realizada na escola pública estadual no Município de São Paulo de Olivença, sua temática está imbricada às discussões sobre a Educação Especial no Ensino Regular do Ensino fundamental na perspectiva inclusiva. A problemática foi definida a partir da observação minuciosa ocorrida durante as disciplinas I e II das Práticas da Pesquisa Pedagógicas para que no final da pesquisa pudéssemos ter as respostas dos seguintes questionamentos: Quais os benefícios que a Educação Especial trás para os educandos do ensino regular? Porque a educação inclusiva é uma forma de valorização das diferenças no âmbito escolar e social? Quais os desafios enfrentados pelo educador que pretende desenvolver uma educação de qualidade e inclusiva? O ensino-aprendizagem desenvolvido na escola acontece para todos? A escolha da temática surgiu pela necessidade de avaliar como a Educação Especial esta sendo efetivada em uma escola regular na perspectiva inclusiva, uma vez que, a mesma deverá estar sendo trabalhada como referencia nossa Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 9394/96, “preferencialmente na rede regular de ensino.”, na perspectiva de atingir o alvo que é o ensino-aprendizagem de cada educando, desenvolvendo suas habilidades. Como parte dos deveres da escola, deve-se verificar como a Educação Especial vem sendo desenvolvida pela escola, ou seja, como uma escola inclusiva, tem que estar claro em suas propostas pedagógicas o envolvimento de todos educandos seja eles especiais ou não especiais. Para que tal envolvimento aconteça é preciso que esteja bem explícito no projeto pedagógico da escola a inclusão de todos na educação básica e, mormente no nível de escolarização oferecida pela escola, que são os Anos Iniciais do Ensino Fundamental. 64 A Educação Inclusiva nos remete a um processo de conscientização tanto humana como profissional, pois, é um desafio concretizado por poucos, uma vez que, requer especialização, disponibilidade, responsabilidade, e acima de tudo compromisso. A pesquisa teve como objetivo geral analisar como está sendo ofertada a Educação Especial na perspectiva da inclusão nos anos Iniciais do Ensino Fundamental da Escola Estadual Centro Educacional Domênico Marzi. Os objetivos específicos foram: Conhecer como a proposta curricular da escola aborda as questões da inclusão. Identificar os fatores que influenciam na educação inclusiva da escola, favorecendo o desenvolvimento integral do educando. Verificar o nível de desenvolvimento alcançado pelos educandos com necessidades especiais na sala regular e na sala de recursos. O capítulo desta monografia está dividido em subtítulos, sendo o primeiro sobre o campo de realização da pesquisa, o segundo vem trazendo o referencial teórico e o terceiro trás os resultados e discussões da pesquisa. 3.1 METODOLOGIA DA PESQUISA: OS CAMINHOS PERCORRIDOS O desenvolvimento da pesquisa teve como embasamento teórico o enfoque filosófico da investigação científica, a fenomenologia, visando compreender o funcionamento das escolas e identificar os seus aspectos favoráveis e não-favoráveis a educação, ou seja, buscar a essência dos fenômenos, do problema a ser diagnosticado. A pesquisa em questão foi desenvolvida mediante um método estrutural-funcional, buscando conhecer a realidade educacional verificando vários aspectos inerentes ao processo educacional, como os métodos desenvolvidos na educação especial. Diante do exposto, a fenomenologia, para (TRIVIÑOS, 2006, p.41-43) é a representação de uma tendência dentro do idealismo filosófico que estuda as essências classificadas em essência da percepção e da consciência. É também, “[...] uma filosofia que substitui as essências na existência e não pensa que se possa compreender o homem e o mundo de outra forma senão a partir de sua “facticidade”. As atividades iniciaram-se com estudos teóricos sobre a educação especial, servindo de orientação para uma prática efetiva, pois segundo Minayo (1994, p.19) “a teoria é um conhecimento de que nos servimos no processo de investigação como um sistema organizado de proposições, que orientam a obtenção de dados e a análise dos mesmos, e de conceitos, que 65 vinculam seu sentido”. Os sujeitos da pesquisa foram: a gestora da escola, 8 (oito) professores, secretário, funcionários e alunos. Iniciamos a pesquisa com os seguintes procedimentos: primeiramente a pesquisa bibliográfica, e logo após aplicaram-se as seguintes técnicas de coleta de dados: observação não-participante nas salas de aula regular e de recursos, análise documental, de acordo com Ludke e André (1986, p.38) “a análise documental busca identificar informações factuais nos documentos a partir de questões, ou hipóteses”. Esta técnica serviu prioritariamente para ratificar a proposta curricular onde tivemos como parte integrante o ensino oferecido na escola e como o ensino vem sendo organizado. Verificou-se como funcionam os projetos desenvolvidos pela escola, em relação ao assunto exposto. Para registros foi utilizado o caderno de campo, as informações também foram coletadas em entrevista semi-estruturada com professores, funcionários, gestor. Este tipo de entrevista foi a mais propícia, pois esta permitiu uma flexibilidade e improvisações, no entanto, para sua aplicação se elaborou um questionário com questões básicas que direcionou a entrevista. Conforme Lakatos e Marconi (2000) este tipo de entrevista é “aquela que parte de certos questionários, apoiados em teorias e hipóteses que interessa a pesquisa e que em seguida oferecem um amplo campo de informações ao entrevistado”. A entrevista é um dos principais instrumentos de coleta de dados que o pesquisador tem a sua disposição. 3.1.1 Campo da Pesquisa A pesquisa em questão foi desenvolvida em uma escola no Município de São Paulo de Olivença, a escolha aconteceu devido à incitação de que cada aluno poderia fazê-la em sua cidade de origem, visto que o Instituto de Natureza e Cultura recebe acadêmicos de diversas regiões, principalmente do Alto Solimões. Para a iniciação da pesquisa, precisamente do lugar onde seria realizada, foi que nos dias 18 a 20 de junho do ano de 2007 fomos juntamente com a professora da disciplina Prática da Pesquisa Pedagógica I, conhecer o campo educacional de São Paulo de Olivença, tanto a área urbana quanto rural (ribeirinha), vendo a realidade de cada escola nos chamou a atenção os alunos especiais da comunidade paulivense. A Escola Estadual Centro Educacional Domênico Marzi, situa-se na Rua 31 de maio, no bairro de Campinas no Município de São Paulo de Olivença/AM, seu nome foi em homenagem ao Dom Adalberto Domênico Marzi que nasceu em Spello/Itália na Colônia Júlia 66 no dia 12/04/1922, em 1954 chegou ao Amazonas, sendo que em 1957 foi nomeado Pároco de São Paulo de Olivença, realizando grande parte do seu Sacerdócio e Episcopal, em 2001 sofreu de insuficiência respiratória, pneumonia indo a óbito no dia 18 de setembro de 2001 na capital do estado do Amazonas.3 A escola foi construída na gestão municipal do Prefeito Excelentíssimo Sr. Sansão Reinaldo Castelo Branco, sua inauguração aconteceu no dia 21/08/1994 com recursos do município, através de uma doação ao patrimônio estadual do Amazonas, teve seu Amparo Legal pelo Decreto de nº 16.596 de 07 de julho de 1995 atendendo a demanda de Educação Infantil, Jardim I e II e Alfabetização. Somente em 1996 passa a atender o Ensino Fundamental, seu funcionamento é nos três turnos: matutino, vespertino e noturno, atualmente atende o Ensino Fundamental de 1ª a 4ª Série (08 anos), Educação de Jovens e Adultos – EJA e o Ciclo Básico do Ensino Fundamental – CIBEF (09 anos). Em 2005 através de recursos de eventos e promoções a escola construiu uma sala de aula para funcionar como sala de jogos, mas hoje funciona como sala de recursos multifuncionais, atendendo alunos com necessidades educacionais especiais.4 A escola tem sua estrutura física em alvenaria, com 01 (um) secretaria, 01 (um) Diretoria, 01 (um) sala dos professores, 01 (um) cozinha, 10 (dez) salas de aula, 01 (um) sala de recursos multifuncionais, 06 (seis) sanitários, 02 (dois) banheiros, 02 (dois) corredores, 01 (um) pátio interno em aberto. Tendo como Gestora até aos dias de hoje a professora Florisbela da Silva Cardoso. A pesquisa foi executada na Escola Estadual Centro Educacional Domênico MarziEECEDM entre dois períodos: no período de 26 de maio a 03 de junho do ano de 2008 e no período de 28 de maio a 03 de junho de 2009. Os itens a seguir vão enfatizar os resultados da pesquisa. 3.2 REFERENCIAL TEÓRICO Atualmente, no campo educacional muito se tem falado em escolas inclusivas. Nessas escolas, crianças com necessidades especiais e não especiais aprendem de forma recíproca, ou seja, as crianças não especiais aprendem a ter uma visão de reconhecimento e valorização das diferenças, e a criança especial aprende a lidar e a conviver com a deficiência em um novo 3 Dados colhidos da secretaria da escola pesquisada durante a análise documental, sendo os dados parte do histórico da escola. 4 Idem, ibidem. 67 ambiente social, fora do ambiente familiar, o qual ela está acostumada. Esse novo convívio traz benefícios para sua vida pessoal, social e projeta desafios para o futuro, tendo a escola como um dos principais meios “adequados” para o desenvolvimento da sociedade inclusiva. 3.2.1 Um Breve Histórico da Educação Especial Ao nos reportarmos sobre tal paradigma, podemos frisar que na antiguidade a história da educação especial, não foi tão aceita como nos dias atuais, ou seja, muitos sofrimentos e preconceitos se sucederam para que hoje houvesse “tal aceitação”. Miranda (2003), relata que: [...]. Desde a Antiguidade, com a eliminação física ou abandono, passando pela prática caritativa da Idade Média, o que era uma forma de exclusão, ou na Idade Moderna, em que o Humanismo, ao exaltar o valor do homem, tinha uma visão, patológica da pessoa que apresentava deficiência, o que trazia como conseqüência sua separação e menosprezo da sociedade, [...] a maneira pela qual as diversas formações sociais lidaram com a pessoa que apresentava deficiência reflete a estrutura econômica, social e política do momento (p.1). Mesmo que a maior parte da população dos Estados Unidos tenha como verdade que a Educação Especial surgiu em seu país, em meados dos anos de 1975, com a efetivação da Lei Nacional, hoje mudada para (PL 101-476, Individuals with Disabilities Education Act – IDEA – Educação dos Indivíduos Portadores de Deficiências), Smith (2008, p. 36), a Educação Especial teve sua origem há mais de 200 anos. Jean-Marc-Gaspard Itard é considerado o pai da Educação Especial, este era um médico especialista, que tratava de crianças surdas em Paris, Itard ficou reconhecido na História da Educação Especial, pelos cuidados prestados a um menino selvagem nos anos de 1799 a qual o nomeou de Victor, o médico o dirigia como “O menino selvagem de Aveyron”, tal história foi relatada por Itard através de um relatório minucioso sobre suas “técnicas e filosofias”. Itard achou que havia falhado com o Menino Selvagem. As medidas de sucesso são subjetivas. Atualmente, nós daríamos créditos a Itard pelos ganhos notórios com Victor. O garoto aprendeu muitas habilidades básicas na vida, mas nunca se tornou “normal”. Victor foi incapaz de desenvolver a linguagem oral além de poucas palavras e não aprendeu todas as formas de comportamentos socialmente aceitáveis (SMITH, 2008, p. 32). 68 Um dos alunos de Itard por nome de Edouard Seguin levou suas técnicas e filosofias para os Estados Unidos, foi Seguin quem publicou o primeiro tratado sobre Educação Especial, em 1846 intitulado “The Moral Treatment, Hygiene, and Education of Idiots and Backward Children” (SMITH, 2008, p. 32). Montessori (1870-1952), também teve sua parcela de colaboraçao para a Educaçao Especial, com seus trabalhos desenvolvidos com crianças que apresentavam deficiências cognitivas, a médica italiana provou através das experiências concretas com materiais manipuláveis que as crianças eram capazes de aprender, através desse ambiente rico. Pensar a História da Educação Especial no Brasil é voltar-se para duas instituições que foram o marco principal: o “Instituto dos Meninos Cegos”, atualmente conhecido como “Instituto Benjamin Constant” em 1854, e o “Instituto dos Surdos-Mudos” atualmente denominado como “Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES)” em 1857, ambos na cidade do Rio de Janeiro, por implantação do Governo Imperial. (MIRANDA apud, JANNUZZI, 1992; BUENO, 1993; MAZZOTA, 1996). Com essa iniciativa, surgiram assim, outras instituições para esse fim, chegando então a tão esperada educação inclusiva na rede regular de ensino. Na primeira metade do século XX, portanto, até 1950, havia quarenta estabelecimentos de ensino regular mantidos pelo poder público, sendo um federal e os demais estaduais, que prestavam algum tipo de atendimento escolar especial a deficientes mentais. Ainda, catorze estabelecimentos de ensino regular, dos quais um federal, nove estaduais e quatro particulares, atendiam também alunos com outras deficiências5. A Educação Especial se estabeleceu no Brasil, e através dela surgiram várias instituições especializadas, dentre as mais conhecidas até aos dias de hoje estao: A Associação de Assistência à Criança Defeituosa – AACD, fundada em 14 de setembro de 1950, tendo como seu primeiro presidente e diretor clínico o médico Renato da Costa Bonfim, a qual cumpriu suas funções, deixando o cargo pela sua falência em 10 de junho de 1976. A AACD mantém um dos mais importantes centros de reabilitação do Brasil. O Instituto Pestalozzi teve seu marco no Brasil nos anos de 1926 tento como seus precursores os professores Tiago e Johanna Würth, na cidade de Porto Alegre no Estado do Rio Grande do Sul. O Instituto tem seu funcionamento em “internato, semi-internato e externato, atendendo parte de seus alunos mediante convênios com instituições públicas 5 MAZZOTA, Marcos José Silveira. Educação Especial no Brasil: História e políticas públicas. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2005. p. 31 69 estaduais e federais.”.6. No ano de 1932 foi fundado a Pestalozzi de Belo Horizonte, através da psicóloga e educadora Helena Antipoff. Nasceu em Grodno, na Rússia (1892-1974), Antipoff foi seguidora de Claparéde e Pestalozzi e contribuiu para que a Educação Especial no Brasil ganhasse mais força. A Pestalozzi se expandiu por outros estados, como Rio de Janeiro, São Paulo. A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE foi fundada no Estado do Rio de janeiro em 11 de dezembro de 1954, os pais de excepcionais passavam a fazer parte desta associação e o elo foi crescendo e fortalecendo tal instituição. A criação da APAE-Rio foi seguida da fundação de várias APAEs: Volta Redonda (1956), São Lourenço, Goiânia, Niterói, Jundiaí, João Pessoa e Caxias do Sul (1957), Natal (1959), Muriaé (1960), São Paulo (1961), contando hoje com uma importante Federação Nacional das APAEs, com mais de mil entidades associadas. 7 A Educação Especial passou por uma valorização a partir da renovação do ensino o movimento Escola Nova, ou escolanovismo em 1932. “O escolanovismo acredita que a educação é o exclusivo elemento verdadeiramente eficaz para a construção de uma sociedade democrática, que leva em consideração as diversidades, respeitando a individualidade do sujeito, aptos a refletir sobre a sociedade e capaz de inserir-se nessa sociedade.” 8 O grande referencial para o movimento escolanovismo na América foi o então, filósofo e pedagogo John Dewey, para o filosofo americano a “educação é uma necessidade social”, sendo que a “escola não pode ser uma preparação para a vida, mas sim, a própria vida.” 9 [...] a educação tem como eixo norteador a vida-experiência e aprendizagem, fazendo com que a função da escola seja a de propiciar uma reconstrução permanente da experiência e da aprendizagem dentro da vida. Então, para ele, a educação teria uma função democratizadora de igualar as oportunidades. De acordo com o ideário da escola nova, quando falamos de direitos iguais perante a lei, devemos estar aludindo a direitos de oportunidades iguais perante a lei. 10 6 MAZZOTA, Marcos José Silveira. Educação Especial no Brasil: História e políticas públicas. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2005. p. 42 7 Idem, p. 47 8 HAMZE, Amélia. Escola Nova e o movimento de renovação do Ensino. Disponível em: http:// www.educador.brasilescola.com 9 HAMZE, Amélia. Escola Nova e o movimento de renovação do Ensino. Disponível em: http:// www.educador.brasilescola.com 10 Idem 70 3.2.2 Os Marcos Legais da Inclusão no Brasil A Constituição Federal de 1988, enquanto ordenamento jurídico maior no Art. 205 diz: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Em complementaridade o Art. 208, inciso III define que “[...] atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. Os artigos 205 e 208 asseguram que a educação é um direito de todos, da mesma forma, a escola, a família e a sociedade na sua totalidade, têm por obrigação incluir as crianças especiais no âmbito escolar, e com prioridade nas salas de aula das escolas da “rede regular de ensino”. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 9394/96, dispõe sobre a Educação Básica Brasileira, precisamente nos capítulos 58, 59 e 60 define e ampara a educação especial como modalidade de educação escolar que deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para pessoas que apresentam necessidades educacionais especiais, e quando preciso, haverá “serviços de apoio especializado, na escola regular”, tendo como objetivo o atendimento das necessidades dos educandos da Educação Especial. A educação inclusiva vai muito além da simples aceitação da matrícula de um educando com necessidades especiais na escola regular. Dessa forma, o sentido de educação passa a ser mais abrangente, não apenas ensino, logo então nos remete a pensar também o sentido de inclusão, firmando fundamentalmente nos princípios e valores que cada indivíduo vem construindo com muito esforço, esforço esse que cresce a cada dia o respeito à diversidade. Quando todos estiverem usufruindo dessa valorização, bem como do acesso aos direitos básicos e fundamentais da vida, podemos dizer em um único tom, que a educação inclusiva não é apenas um ideal, mas sim uma realidade. Em sentido mais amplo a ancora da inclusão esta assegurada no novo paradigma da inclusão, a não aceitação da exclusão. O marco da inclusão, em termos educacionais acontece sua construção na família, na comunidade a qual a pessoa especial é pertencente, nas instituições educacionais e, mormente, na escola que tem sua parcela de colaboração na 71 construção de uma educação formadora dos valores de justiça, igualdade e fraternidade, fazendo valer, os direitos constitucionais brasileiros. A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva enfatiza em seu conteúdo o marco histórico e normativo, tendo como principal objetivo assegurar o direito das pessoas com necessidades especiais a ocupar o seu lugar na escola e na sociedade, que por anos o segregou. A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva – 2008 cita neste, documentos que o Brasil foi signatário como a “Declaração Mundial de Educação para Todos (1990) e a Declaração de Salamanca (1994) estes passam a impulsionar o Brasil a formular suas políticas públicas na educação inclusivas. O Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº 8.069/90 deixa bem claro em seu Art. 55 à obrigatoriedade dos pais ou responsáveis em matricular seus filhos na rede regular de ensino, bem como reforçar o que esta supracitado na constituinte brasileira, sobre os direitos de pessoas com necessidades especiais. O Plano Nacional de educação (PNE), Lei nº 10.172/2001, surgiu com o objetivo de traçar objetivos e metas a serem efetivadas no período de uma década, para melhoria na qualidade da educação brasileira, nestas metas encontra-se as metas para as modalidades de ensino, fazendo parte delas a Educação Especial que deve ser oferecida em todos os níveis de ensino básico, mostra também a lacuna que deve ser preenchida concernente as matrículas de alunos com necessidades especiais nas salas de ensino regular, formação docente, bem como a eliminação das barreiras arquitetônicas. O PNE faz uma reafirmação do que esta em nossa Constituição Federal/88 e na LDBEN, que a “Educação Especial deve ser oferecida preferencialmente no Ensino Regular”. A Resolução Conselho Nacional de Educação CNE/CP nº 1/2002 estabelece a Formação de Professores da Educação Básica, que o Ensino Superior através de suas instituições defina em seus currículos formação docente com o foco voltado também para a diversidade, e que as práticas pedagógicas dos docentes sejam adequadas às diferenças. O Ministério da Educação cria em (2003) o Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade “visando transformar os sistemas de ensino em sistemas educacionais inclusivos”, em 2004 o Ministério Público Federal divulga o documento “O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede regular” com o escopo de “disseminar os conceitos e diretrizes mundiais para a inclusão, reafirmando o direito e os benefícios da escolarização de alunos com e sem deficiência nas turmas comuns do ensino regular”. 72 3.2.3 Educação Inclusiva versus Educação Especial Voltando o olhar para uma escola inclusiva, verificaremos que esta apresenta como características principais, o acolhimento, o respeito mútuo, o não preconceito, o reconhecimento do outro enquanto ser humano que vive à base da interação, bem como a valorização dos educandos com diferentes características seja ela física, mental, social, cultural, política, religiosa, dentre outras, sendo que: “viver com as diferenças é o maior privilégio da educação inclusiva” (MANTOAN, 2006). Diante destas perspectivas Mantoan (apud Cavalcante 2005, p 40) diz que: [...] A inclusão possibilita aos que são discriminados pela deficiência, pela classe social ou pela cor que, por direito, ocupem o seu espaço na sociedade. [...]. Você não pode ter um lugar no mundo sem considerar o do outro, valorizando o que ele é e o que ele pode ser. [...]. Diferentemente do que muitos possam pensar, inclusão é mais do que ter rampas e banheiros adaptados. A escola inclusiva está alicerçada sob o princípio da educação no qual todos os cidadãos têm direito a uma escola pública e de qualidade, em todos os níveis de ensino como: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Superior. Quando se fala em educação especial a sociedade se volta para um sistema de ensino separado. Nas últimas décadas esse tipo de atendimento tem sofrido muitas críticas, uma vez que vários educadores em congressos e conferências internacionais, têm defendido que esses educandos tem condições para frequentar a rede regular de ensino, ou seja devem ser incluidos. Por isso, atualmente a inclusão está amparada por leis. Mas sabe-se que o sistema regular de ensino não está preparado e nem adaptado estruturalmente como pedagogicamente, mas esperar que isso aconteça primeiro é impossível, pois as mudanças ocorrerão com esses alunos freqüentando tais escolas regulares. Segundo Paulon; Freitas; Pinho (2005, P.32-3) diz que: É comum responsabilizar a escola de ensino regular por não saber trabalhar com as diferenças e excluir seus alunos e a escola especial por se colocar de forma segregada e discriminatória. A implementação da educação inclusiva requer a superação desta dicotomia eliminando a distância entre o ensino regular e o especial, que numa perspectiva inclusiva significa efetivar o direito de todos os alunos à escolarização nas escolas comuns do ensino regular e organizar a educação especial, enquanto uma proposta pedagógica que disponibiliza recursos, serviços e realiza o atendimento educacional especializado, na propria escola ou nas escolas especiais, que se transformam em centros especializados do sistema educacional, atuando como suporte ao processo de escolarização. 73 Mesmo com todo esse avanço seja na área dos conceitos ou nos aportes legais, quando falamos de “educação especial” logo nos reportamos a um ensino especializado, e exclusivo não dando espaço para a igualdade que todos têm por direito, e o melhor lugar para que essa utopia se torne realidade é trazer a “educação especial” para o ensino regular, uma vez que o educando irá se relacionar com a diversidade seja ela: física, mental, etc, ou até mesmo cultural, social, política, religiosa. Segundo Paulon; Freitas; Pinho (2005, P.19), percebe-se que, esta definição permite desvincular “educação especial” de “escola especial”, a educação especial passa a ser tomada como um recurso que beneficia a todos os educandos. Ao repensar sobre o processo de inclusão das pessoas com necessidades especiais no ensino regular, cabe a nós educadores e a escola, ou seja, o corpo docente e administrativo revermos as práticas pedagógicas ministradas por cada um na escola inclusiva uma vez que, a escola deverá estar em consonância com as diretrizes curriculares oferecidas as escolas inclusivas, e que as metodologias aplicadas nas salas de aulas do ensino regular deverá atender as necessidades de cada educando. [...] Não há dúvida de que incluir pessoas com necessidades educacionais especiais na escola regular pressupõe uma grande reforma no sistema educacional que implica na flexibilização ou adequação do currículo, com modificação das formas de ensinar, avaliar, trabalhar com grupos em sala de aula e a criação de estruturas físicas facilitadoras do ingresso e circulação de todas as pessoas.” (PAULON; FREITAS; PINHO.2005, P.27) Como frisado acima, a Escola Inclusiva propõe ao educando com necessidades educacionais especiais que tenha a possibilidade de pensar, de ser e de fazer, resignificando sua identidade através do convívio na diversidade, sendo envolvido nas relações sociais, desta forma poderá concretizar sua identidade de maneira positiva. Essas relações dependem das mediações de professores, pais e até dos próprios grupos de alunados. A inclusão vai além da reestruturação física da escola, é pensar também no projeto pedagógico da escola, um projeto que venha valorizar a cultura, e as diferenças de cada educando, e se for preciso, rever as práticas pedagógicas para que cada aluno tenha um ensino-aprendizado com resultados satisfatórios. Em se tratando de preconceito para com essas crianças, percebe-se que na maioria das vezes a própria família não sabe lidar com essa situação, o novo às vezes traz duvidas de como conduzir cada situação. As deficiências necessitam de cuidados a mais, atenção e 74 dedicação. Então, tanto a família quanto a escola são responsáveis pela inclusão dessa pessoa na sociedade. Segundo Stainback (apud Freitas 2006, p. 84) diz que: Sem dúvida, a razão mais importante para o ensino inclusivo é o valor social da igualdade. Ensinamos os alunos através do exemplo de que, apesar das diferenças, todos nós temos direitos iguais. Em contraste com as experiências passadas de segregação, a inclusão reforça a prática da idéia de que as diferenças são aceitas e respeitadas. Devido ao fato de que as nossas sociedades estarem em uma fase crítica de evolução, do âmbito industrial para o informacional e do âmbito nacional para o internacional, é importante evitarmos os erros do passado. Precisamos de escolas que promovam aceitação social ampla, paz e cooperação. Sabe-se que uma escola inclusiva, tem a responsabilidade junto com seu corpo escolar no ensino aprendizagem de todos os alunos, que no seu sentido mais amplo, são heterogêneos. Contudo, não se pode esquecer um fator que contribui e muito para esse resultado: a metodologia de ensino que está sendo usada nas salas de aulas, devendo atingir a todos. 3.2.4 Salas de Ensino Regular x Sala de Recursos A Educação Especial, sendo uma modalidade da educação escolar, se torna a responsável pelo atendimento educacional especializado, oferecendo suporte e recursos para que todos os alunos com necessidades educacionais especiais possam vencer os obstáculos encontrados, para que o processo de ensino e aprendizagem venha acontecer de forma satisfatória. Por isso não é recomendável que uma criança com necessidades especiais, seja colocada dentro de uma sala de ensino regular, sem a preocupação no atendimento de suas necessidades especiais, então faz- se necessário à implantação de salas de recursos, a qual trabalhará as dificuldades de ensino aprendizagem encontrada nas salas de ensino regular. É um direito do educando especial, esse apoio pedagógico especializado bem como os recursos materiais e pedagógicos que facilitam o processo de ensino- aprendizagem, estando explícito na proposta curricular. Na concepção de Mantoan (2007, p.48), As propostas curriculares devem reconhecer e valorizar os alunos em suas peculiaridades étnicas, de gênero, cultura; precisam partir de suas realidades de vida, de suas experiências, de seus saberes, fazeres e são tramadas em redes de conhecimento que superam a tão decantada sistematização do saber. 75 Sabe-se que a escola inclusiva tem por dever promover ações que venham trabalhar às necessidades educacionais especiais de sua classe de alunados, bem como levar em consideração as complexidades e as variedades de estilo existentes entre os alunos. Para que isso venha ser efetuado é necessária à quebra dos paradigmas educacionais tradicionais, ainda impregnados em nossas instituições de ensino, e estes não terão mais lugar dentro da proposta de inclusão. Para que a mudança ocorra, é necessário mexer nos currículos educacionais, nas propostas e projetos pedagógicos das escolas, tornando todos estes flexíveis, tornando as estratégias metodológicas cada vez mais eficientes. Em se tratando deste suporte podemos nos reportar a sala de recursos multifuncionais, esta têm como escopo o atendimento educacional especializado para todos os alunos com necessidades educacionais especiais, estes alunos têm por direito participar e se sentir integrante da vida escolar. Essa sala de recursos multifuncionais está vinculada a um novo fazer pedagógico pela busca da construção de conhecimentos. Esse novo serviço dentro do âmbito educacional tem suas atividades realizadas em sala com materiais e recursos pedagógicos necessários para o bom desenvolvimento e superação destas necessidades, podendo ser oferecido individualmente ou em grupos pequenos, sempre no contra turno das matrículas do ensino regular. Segundo Alves (2006), as salas de recursos multifuncionais, [...] se refere ao entendimento de que esse espaço pode ser utilizado para o atendimento das diversas necessidades educacionais especiais e para desenvolvimento das diferentes complementações ou suplementações curriculares. Uma sala de recursos, organizada com diferentes equipamentos e materiais, pode atender, conforme cronograma e horários, alunos com deficiência, altas habilidades/superdotação, dislexia, hiperatividade, déficit de atenção ou outras necessidades educacionais especiais. [...] Portanto, essa sala de recursos é multifuncional em virtude de a sua constituição ser flexível para promover os diversos tipos de acessibilidade ao currículo, de acordo com as necessidades de cada contexto educacional (p.14). No processo de inclusão das pessoas com necessidades educacionais especiais faz-se necessário a implantação de sala de recursos multifuncionais nas escolas. O ideal é que este espaço para o atendimento educacional especializado exista em cada escola, mas caso não seja possível, as existentes deve suprir as necessidades dos alunos especiais dentro de sua comunidade. 76 3.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES Sabe-se que pensar em escola inclusiva nos remete a um esforço redobrado, esta requer mais responsabilidade, compromisso e dedicação. Faz-nos refletir da importância que a Educação Especial tem e que esta visa atender educandos com necessidades educacionais especiais. Outra questão importante na Educação especial e desenvolver habilidades que estão adormecidas, requerendo assim, conhecimento e dedicação. Pensando na educação especial, não podemos classificar como sendo apenas as deficiências físicas, visuais, auditivas, intelectuais e múltiplas, mas também os transtornos de desenvolvimento globais, altas habilidades, deficiência mental, deficiências múltiplas, distúrbios da aprendizagem, dentre outros. A capacitação docente vem dar suporte para uma educação de qualidade e, mormente na área de educação especial, o processo de inclusão refere-se também na parte curricular de ensino, exigindo mudanças na proposta e projeto pedagógico da escola. Os docentes das salas regulares e recursos devem trabalhar de forma imbricada, ou seja, coletiva, pois o ensino e aprendizagem dependem também dessa relação. Mas o atendimento educacional especiliazado (Sala de Recursos) não pode ser confundido como uma atividade repetitiva dos conteúdos ministrados na sala regular, ou seja, como uma sala de reforço, pois esta é mediadora do processo de construção do conhecimento. As duas classes, regular e recursos devem adequar seus materiais didáticos pedagógicos para que venham atender todas as necessidades dos alunos. A forma como se ensina, dentro do processo inclusivo é um referencial, uma vez que, trabalhar as diferenças é pensar dentro da diversidade escolar e esta nos remete ao seguinte pensamento: que todos nós somos iguais, todos temos os mesmos direitos bem como deveres, temos que ter as mesmas oportunidades de viver de forma digna, e, isso não faz com que venhamos ignorar as diferenças existentes, muito pelo contrário, vem de encontro com a aceitação de que o outro é diferente, sem a segregação ou preconceito dessa diferença, é dentro do âmbito escolar que a conscientização da aceitação do outro deve ser ensinada. A aplicação de uma pesquisa requer muita atenção uma vez que o pesquisador necessita coletar todos os dados necessários para obter os resultados desejados. E sendo assim, realizou-se a coleta e a apresentam-se os resultados que foram organizados conforme os conteúdos relacionados ao problema. 77 3.3.1 Os Desafios do Educador do Ensino Regular com a Educação Inclusiva Os desafios encontrados são quase os mesmos, os professores relataram que um dos desafios é a despreparação para enfrentarem o novo, diante da falta de conhecimento a educação especial passa a ser uma modalidade que precisa ser explorada, e que oportunidade para tal conhecimento, não acontece para todos, que os treinamentos que são oferecido não corresponde com a demanda de professores existente na escola. Educadores devem trabalhar com compromisso e responsabilidade, em se tratando, mormente, da educação inclusiva esse compromisso tem que acontecer de forma responsável. Na pesquisa foi constatado que de 08 professores, ainda há um que não tem interesse em trabalhar com a educação inclusiva, uma vez que requer disponibilidade de tempo e pesquisa, pois os recursos oferecidos ainda são poucos, em se tratando desse professor, ele relatou que não gosta e não tem interesse em trabalhar com a educação especial. A Educação inclusiva melhora a qualidade do ensino para todos, atua como impulsionadora das mudanças nas práticas educacionais nas escolas, desafiando os professores a desenvolverem novas metodologias para a participação ativa que beneficie todos os alunos. Além das competências de que os professores necessitam para proporcionar uma educação de qualidade para todos, muitas vezes, são necessárias ajudas técnicas ou equipamentos específicos para atender às necessidades educacionais especiais, bem como a atuação conjunta de outros profissionais na promoção da acessibilidade(ALVES, 2006, p. 10). A pesquisa foi desenvolvida em dois momentos, neste último momento da pesquisa, notou-se que nas duas salas observadas, sendo uma no turno matutino e a outra no vespertino as professoras se empenham para incluir todos os alunos nas atividades escolares, é um pouco difícil, pois elas alegaram também não ter o conhecimento e experiências que deveriam. Outro desafio encontrado foi à qualificação docente, que os órgãos competentes responsáveis pela qualidade da educação deveriam oferecer cursos de formação continuada aos professores das escolas públicas. Daí a importância do sistema educacional de ensino público oferecer com mais intensidade a “formação continuada” aos professores, pois eles alegam a necessidade e a importância da capacitação para a escola inclusiva. 78 A tarefa do professor no dia-a-dia de sala de aula é extremamente complexa, exigindo decisões imediatas e ações, muitas vezes, imprevisíveis. Nem sempre há tempo para distanciamento e para uma atitude analítica como na atividade de pesquisa. [...] É extremamente importante que ele aprenda a observar, a formular questões e hipótese e a selecionar instrumentos e dados que o ajudem a elucidar seus problemas e a encontrar caminhos alternativos na sua prática docente. E nesse particular os cursos de formação têm importante papel: o de desenvolver, com os professores, essa atitude vigilante e indagativa, que os leve a tomar decisões sobre o que fazer e como fazer nas suas situações de ensino, marcadas pela urgência e pela incerteza. (ANDRÉ, 2001, p. 59) Pensar na formação continuada dos docentes nos leva a refletir sobre a importância que esta tem, em se tratando da “Educação Especial” uma vez que essa exige preparação metodológica e pedagógica. Os professores necessitam cada vez mais dessa preparação, em cada um deles foi percebido que o assunto é desconhecido, novo. Freire (1996, p. 39) “[...] na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática.” Os professores das salas de ensino regular são os que mais sentem dificuldades em trabalhar em sala de aula, uma vez que o número de alunos tem uma quantidade elevada, isso é outro desafio, a super lotação das salas. Não podemos apenas nos preocupar em colocar os alunos especiais nas escolas regulares, sem pensar no desenvolvimento de suas habilidades, para isso é necessário que se reduza a quantidade de alunos por sala. O processo de inclusão, como frisa Mantoan, apud Cavalcante (2005, p. 40), não são apenas adaptações de banheiros, rampas, etc há mais fatores envolvidos, um dos principais é a formação desses professores para trabalhar a educação especial, na sala regular. Notou-se que os professores observados sentem-se inseguros ao projeto de inclusão, não sabendo conduzir totalmente essas situações nas diversas ocasiões, há dificuldades para trabalhar a interação dos alunos, tanto os especiais e os não especiais, pois quando é dada atenção a um, percebe-se que o outro fica de escanteio, é importante ressaltar que trabalhar com a língua de sinais é algo que requer bastante capacitação e habilidade, e podemos dizer que professores estão em busca de aprenderem a trabalhar com essa língua, buscando preparar seus próprios materiais pedagógicos oferecidos a eles no momento. Na sala de aula de uma professora, ela preparou cartazes com visibilidade razoável contendo o alfabeto (datilologia) e a língua de sinais, para ela e para seus alunos não especiais para que pudessem dialogar com os alunos especiais surdos, a professora observada é uma das que consegue maiores resultados satisfatório com a comunicação dentro da sala, sendo que 79 esta professora também tem dificuldades devido à quantidade de alunos na sala regular, sendo necessário reduzir esse número para que todos tenham um ensino-aprendizagem com mais qualidade. No período final da pesquisa, em se tratando da formação continuada no dia 29 (sexta-feira) estava havendo um curso de Educação Física e Inclusão, oferecida pela SEDUC, alguns professores reclamaram, o curso não era liberado para todos, havia poucas vagas. 3.3.2 Preparação do Professor da Sala de Recursos Podemos dizer que a sala de recursos, tem mais organização no que tange a quantidade de alunos, uma vez que são divididos horários, e em cada horário são atendidos entre 3 (três) e 4 (quatro) alunos e somente fazem parte dessa sala alunos que se encontram devidamente matriculados e freqüentando as aulas do ensino regular e que tenham algum tipo de necessidade educacional especial, foi percebido que a professora também vai à busca de preparar seus próprios materiais pedagógicos, observando as dificuldades peculiares de cada aluno e no desenvolver das atividades ela busca trabalhar essas dificuldades de forma dinâmica, cada aluno tem suas dificuldades na sua singularidade. O professor da sala de recursos multifuncionais deverá ter curso de graduação, pósgraduação e ou formação continuada que o habilite para atuar em áreas da educação especial para o atendimento às necessidades educacionais especiais do aluno. A formação docente, de acordo com sua área específica, deve desenvolver conhecimentos acerca de: Comunicação Aumentativa e Alternativa, Sistema Braille, Orientação e Mobilidade, Soroban, Ensino da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, Ensino de Língua Portuguesa para Surdos, Atividades de Vida Diária, Atividades Cognitivas, Aprofundamentos e Enriquecimento Curricular, Estimulação Precoce, entre outros. (ALVES, 2006, p. 17) A professora de recursos é especialista em psicopedagogia o que de certa forma ajuda na compreensão das necessidades dos educandos especiais, pois relacionar a psicologia com a pedagogia ajuda nas soluções de problemas tanto pedagógico como psicológico. Percebeu-se também que a professora trabalha com cada educando especial o desenvolvimento psicomotor com exercícios que venham favorecer a realização das tarefas escolares, para desenvolver os movimentos como por exemplo, a arte da colagem de figuras, pinturas, circulações, recorte de papeis, etc. 80 3.3.3 O Processo Ensino-aprendizagem na Escola Inclusiva Observou-se que a relação professor/aluno acontece razoavelmente, na sala de ensino regular a quantidade de alunos faz com que o próprio professor sinta dificuldades em interagir com todos da sala em um mesmo momento, pois cada aluno precisa de um acompanhamento diferenciado, uma das propostas da inclusão é trabalhar o processo de ensino-aprendizagem valorizando a especificidade de cada educando, não perdendo o coletivo. Percebeu-se que trabalhar o ensino-aprendizagem de cada educando na sala regular é dificultoso e, mormente com os especiais que requer uma máxima atenção, estes recebem de forma mais lenta o que a proposta curricular do ensino oferece ao alunado. Na sala do “Projeto Avançar”, fase I foi observado que, a professora ao passar atividades para os alunos, os especiais sentiram dificuldades em concluir suas atividades, é importante ressaltar que um colega ao terminar sua atividade passou ajudar uma colega especial na realização da atividade, então há também uma relação de cooperação de aluno para aluno. Para ensinar a turma toda, parte-se do fato de que os alunos sempre sabem alguma coisa, de que todo educando pode aprender, mas no tempo e do jeito que lhe é próprio. Além do mais, é fundamental que o professor nutra uma elevada expectativa em relação à capacidade de progredir dos alunos e que não desista nunca de buscar meios para ajudá-los a vencer os obstáculos escolares (MANTOAN, 2006, p. 48). No turno vespertino, na sala regular a professora tinha 38 alunos, sendo sete com necessidades educacionais especiais. Há dificuldade em trabalhar essa relação, muito parecido com a observação do período anterior a superlotação é uma problemática que precisa ser resolvida, para que a interação ocorra, e a aprendizagem seja satisfatória. 3.3.4 Métodos e Técnicas de Ensino Aplicado na Sala de Ensino Regular Nas observações feitas, as professoras utilizaram em suas aulas cartazes para desenvolverem suas explicações, em se tratando da leitura os textos propostos mostravam figuras, a professora pedia para os alunos identificarem o que representava tal figura, e em sua maioria acertavam. Após o reconhecimento, a professora juntamente com os alunos formavam 81 frases sobre o jabuti. Foi observado um relato interessante: quando a professora perguntou onde o jabuti vivia, um aluno com deficiência mental respondeu, na terra então a professora explicou que os animais dessa espécie que tinha seu habitat na terra era o tracajá, tartaruga, matamatá, cupeçú e cabeçudo muito parecido com o jabuti. Através dessa palavra jabuti a professora ensinou as diversas letras para se escrever como a de imprensa, manuscrita; quantas vogais e consoantes existiam na palavra, e pediu para eles identificá-las. Os alunos sentem um pouco de dificuldade na leitura. Outras técnicas utilizadas em uma das salas além da leitura, o ditado de palavras, os alunos especiais com dificuldades de movimentos tinham dificuldades para escrever essas palavras. Em outra sala, a professora trabalhou formação numérica e por escrito dos algarismos romano, nesta sala tinha uma aluna com necessidades especiais auditiva, mas que escrevia muito bem desde que a professora a acompanhasse com a língua de sinais. Nesta sala, a professora confeccionou cartazes e expôs na parede para facilitar a comunicação com a aluna, vários alunos ajudaram a aluna especial auditiva. Diante destas descrições sobre a forma de como os professores estão desenvolvendo suas aulas para que todos os alunos sejam beneficiados com a aprendizagem, é preciso que alcance resultados satisfatórios, para isso é preciso saber que, O sucesso da aprendizagem está em explorar talentos, atualiza possibilidades, desenvolver predisposições naturais de cada aluno. As dificuldades e as limitações são reconhecidas, mas não conduzem nem restringem o processo de ensino, como comumente se deixa que aconteça (MANTOAN, 2006, p. 49). Na observação feita no dia 28 de maio de 2009, na sala de aula do turno matutino, 3º ano turma “B”, a professora estava trabalhando com exposições de trabalhos, ela pediu para os alunos fazerem uma pesquisa sobre alguns tipos de brincadeiras que seus pais mais gostavam de brincar quando crianças e explicar suas origens e objetivos e demonstrar como ela é feita, apresentaram pata cega; pular corda; amarelinha; futebol; brincadeira de roda; brincar de casinha; brincadeira com bonecas, uma brincadeira que chamou bastante a atenção da professora foi um cartaz que um aluno apresentou na qual desenhou uma terra com plantações e sol, dizendo que seu pai quando criança trabalhava na roça, falando das dificuldades que seus pais passaram quando crianças, nem todos fizeram pesquisa a professora chamou a atenção dos alunos que não levaram o trabalho, nesta sala havia 2 (dois) alunos especiais e um deles levou a brincadeira de futebol, convidou alguns coleguinhas para simular. Nesta mesma sala nas observações anteriores a professora estava trabalhando com a Língua portuguesa, em uma das aulas ela corrigiu a prova do 3º simulado de língua 82 portuguesa e de matemática. Na aula de Ciências Naturais a professora trabalhou “As plantas”, levando para a sala de aula uma muda de cupuaçu, explicando como as plantas se desenvolvem após o texto escrito no quadro a professora passou uma atividade. Na sala do Projeto Avançar, turma única, fase I turno vespertino a professora estava fazendo suas atividades na disciplina de Língua Portuguesa, trabalhando com as letras b, c, d na formação de palavras nesta sala há defasagem de idade-série, e tem sete alunos com necessidades educacionais especiais, no primeiro dia de observação dia 28 de maio de 2009, a professora tomou a leitura dos alunos, estava chovendo muito e poucos alunos se fizeram presentes, após a leitura a professora fez uma atividade envolvendo as letras c e d, e um ditado de palavras. Na aula seguinte, a professora com uma quantidade maior de aluno com 15 (quinze) alunos deu prosseguimento no assunto que estava ministrando naquela semana, a formação de palavras com as letras B, C, D e F. Independentemente das diferenças próprias de cada aluno, o grande desafio é passar de um ensino transmissivo para uma pedagogia ativa, dialógica e interativa, que se contrapõe a toda e qualquer visão unidirecional, de transferência unitária, individualizada e hierárquica do saber (FÁVERO; PANTOJA; MANTOAN, 2007, p. 55). Percebeu-se que os métodos de ensino na escola precisam passar por modificações, uma vez que eles ainda estão no modelo tradicional e não inclusivo, uma vez que atingir a todos não significa fazer atividade que aparentemente esteja envolvendo a todos, mas sim atividades que possam dinamizar o ensino, em que cada aluno realmente venha a aprender, a escola tem esse papel, ensinar cada aluno. Escola abertas às diferenças e capazes de ensinar a turma toda demandam uma resignificação e uma reorganização completa dos processos de ensino e de aprendizagem usuais, pois não se pode encaixar um projeto novo em uma velha matriz de concepção do ensino escolar (FÁVERO; PANTOJA; MANTOAN, 2007, p. 50). Para ensinar a turma toda, devemos propor atividades abertas e diversificadas, isto é, que possam ser abordadas por diferentes níveis de compreensão, de conhecimento e de desempenho dos alunos e em que não se destaquem os que sabem mais ou os que sabem menos. As atividades são exploradas, segundo as possibilidades e interesses dos alunos, após serem livremente escolhidas por eles (FÁVERO; PANTOJA; MANTOAN, 2007, p. 53). A escola é quem tem que passar por inovações, sejam elas pedagógicas ou não, muitas vezes passam a idéia de que são os alunos que devem se adequar ao ensino oferecido, 83 sendo que uma escola inclusiva, pensa na forma de como chegar aos alunos, consciente de que sempre terá que passar por mudanças. 3.3.5 Métodos e Técnicas de Ensino Aplicado na Sala de Recursos Diante das leituras feitas, existem muitos métodos e técnicas para estimular e desenvolver as habilidades dos alunos com necessidades especiais, esses recursos, uma vez utilizados implicam no despertar das potencialidades dos alunos, para isso é preciso que o responsável pela sala de recursos tenha conhecimento do assunto. Normalmente as crianças com necessidades especiais têm dificuldades na comunicação oral, para tal solução existe a comunicação alternativa, sendo que em Educação Especial o termo refere-se, [...] a expressão comunicação alternativa e / ou suplementar vem sendo utilizada para designar um conjunto de procedimentos técnicos e metodológicos direcionado a pessoas acometidas por alguma doença, deficiência, ou alguma outra situação momentânea que impede a comunicação com as demais pessoas por meio dos recursos usualmente utilizados, mais especificamente a fala (MANZINI; DELIBERATO, 2006, p. 4). Dentre esses recursos podemos citar: Caderno de comunicação, contendo figuras correspondentes aos substantivos, adjetivos, verbos e etc.; prancha temática, utilizadas para fixar figuras correspondentes a um eixo temático; pasta frasal constrói uma comunicação por meios de frases: computadores com adaptações, estando de acordo com cada necessidade, dentre outros. Para utilização destes recursos é importante que as pessoas com necessidades educativas especiais- PNEEs sejam diagnosticados por profissionais da saúde para que os mesmos estejam aptos a utilizar tais recursos. Na sala de recursos a diversos recursos a serem utilizados, como os específicos que são: o reglete, punção, soroban, guia de assinatura, material para desenho adaptado, lupa manual, calculadora sonora, caderno de pauta ampliada, caneta ponta porosa, engrossadores de lápis e pincéis, suporte para livro (plano inclinado), tesoura adaptada, softwares, brinquedos e miniaturas para o desenvolvimento da linguagem, bem como mobiliários adaptados, jogos pedagógicos adaptados, etc. (ALVES, 2006, p. 20) Constatou-se que a professora trabalha métodos diferentes para atender às necessidades de cada aluno, estes têm suas dificuldades peculiares. A professora em uma das observações feitas trabalhou primeiramente o reconhecimento dos materiais que ela juntamente com eles iria utilizar naquele dia, como por exemplo, massinha, régua, tesoura 84 (sem ponta), cola, pincel para pintura, tinta colorida, papel, etc. No atendimento com alunos com baixa visão, reglete, lupa, utilizou o soroban, ábaco, etc. Quantos aos recursos e materiais a escola tem várias propostas pedagógicas inclusivas entre elas, foi feito um projeto com o tema: Recursos Didáticos Pedagógicos, para que fossem confeccionados materiais pedagógicos de fácil aplicação. 3.3.6 Diálogo Entre o Professor do Ensino Regular e Professor da Sala de Recursos Notou-se que essa relação deveria ser mais interligada, pois a sala de recursos trabalha as dificuldades dos alunos, cabendo ao professor da sala de ensino regular informar ao professor da sala de recursos as dificuldades do aluno na sala comum, uma vez que essas dificuldades não superadas interromperão o processo de ensino-aprendizagem do educando. Das quatro salas de ensino regular observada, apenas duas professoras disseram que sempre estão conversando com a professora da sala de recursos, estas levam as dificuldades apresentadas na sala regular para que a professora da sala de recursos trabalhe encima dessas dificuldades, e relatam que isso sempre trás bons resultados, as outras duas disseram que uma vez e outra fazem essa interação uma vez que segundo elas há pouco tempo, pois elas têm uma sala de aula com uma quantidade de alunos, um pouco acima da média para uma sala inclusiva. A professora da sala de recursos disse que sempre procura as professoras dos alunos que freqüentam a sua sala, até porque ela precisa saber quais as dificuldades que eles vêm enfrentando, pois o objetivo é esse, trabalhar essas dificuldades. 3.3.7 O Planejamento Pedagógico da Escola De acordo com a análise documental feita na pesquisa, observou-se que a escola trabalha seu planejamento, visando também à educação especial sendo que um dos documentos observados foi o “Projeto Político Pedagógico- PPP” da escola. Este tem seus objetivos e metas voltadas para uma educação de qualidade, frisa que a escola precisa ainda de algumas adaptações para que os alunos especiais tenham total acesso sem nenhuma dificuldade no âmbito escolar. 85 A reorganização das escolas depende de um encadeamento de ações que estão centradas no projeto político-pedagógico. Esse projeto, [...] é uma ferramenta de vital importância para que as diretrizes gerais da escola sejam traçadas com realismo e responsabilidade. Não faz parte da cultura escolar a proposição de um documento de tal natureza e extensão, elaborado com autonomia e participação de todos, os segmentos que a compõem. Tal projeto parte do diagnóstico da demanda, penetra fundo nos pontos positivos e nos pontos fracos dos trabalhos desenvolvidos, define prioridades de atuação e objetivos, propõe iniciativas e ações, com metas e responsáveis para coordená-las. (MANTOAN, 2006, p. 46) Os currículos, a formação das turmas, as práticas de ensino e a avaliação são aspectos da organização pedagógica das escolas e serão revistos e modificados com base no que for definido pelo projeto político-pedagógico de cada escola. Sem os conhecimentos levantados por esse projeto, é impossível elaborar currículos que reflitam o meio sociocultural do alunado (MANTOAN, 2006, p. 46). De acordo com o PPP, é uma responsabilidade e compromisso da escola que esta trabalhe a educação inclusiva visando à construção do conhecimento, onde todos possam estar inseridos de forma igualitária nessa busca. Esse projeto prima pelos métodos de ensino aplicados na escola inclusiva, precisamente nas salas de aula e que estes métodos reconheçam os fatores que demonstrem o nível de desenvolvimento do educando e, principalmente, os especiais. Dentro do PPP da escola estão algumas propostas pedagógicas que mostra que a escola esta visando o envolvimentos de todos nas atividades realizadas pela escola, tais como: A proposta pedagógica para a realização de materiais didáticos pedagógicas com o tema: Recursos Didáticos Pedagógicos, sendo desenvolvido por toda a escola na confecção de materiais tanto para a sala de recursos como para sala regular; A “Bandinha” com o Tema: Desenvolvendo rítmo, através da música na escola, como um dos objetivos o desenvolvimento das potencialidades auditivas, que para os alunos surdos vão se envolver através das vibrações, enfatiza também que os instrumentos musicais auxilia no “desenvolvimento da coordenação motora e rítmica”. Outra proposta é Como tornar o ensino da matemática um ato prazeroso?, na qual são aplicados jogos de dominó, formas geométricas, diferenciando cores, tamanho, posição, jogos de boliche, atividade utilizando ábaco envolvendo unidades e dezenas, jogos da velha para explorara a adição, jogos da memória com fichas, para o desenvolvimento cognitivo, bem como atividades para desenvolver a expressão corporal e equilíbrio como o bambolê e bastão. O projeto Técnicas de artes em pintura, também faz parte da proposta pedagógica bem como, Proposta Pedagógica para a 4ª série com o tema: O que fazer com o nosso lixo? E Proposta Pedagógica para a 3ª série com o tema: Leitura no contexto escola. A escola até ao momento 86 da analise documental em 2008, havia promovido o V Concurso Literário e Arte na Quadra 2007, com o objetivo de contribuir com o crescimento intelectual dos alunos e formar leitores.11 Nesta última etapa da pesquisa, não tivemos acesso aos documentos da escola, mas conversando com as duas professoras das salas observadas, o planejamento continua com o objetivo de alcançar todos os alunos da escola, acontece de forma quinzenal com todos os professores. Em uma visita a professora da sala de recursos, nos falou de alguns planos e projetos da escola, e um deles seria executado na semana posterior, iriam realizar uma passeata com todos os alunos e pais da escola, para trabalharem a inclusão na escola, e conhecer os munícipes especiais da cidade. 3.3.8 Processo de Avaliação da Educação Inclusiva Ao fazermos a pergunta aos 8 (oito) professores entrevistados e à gestora da escola em relação, a infra-estrutura da escola, se realmente estava dentro dos parâmetros de uma escola inclusiva eles responderam que: A resposta de maior concordância aconteceu no critério de avaliação, “regular” com 7 (sete) professores e a gestora. A resposta em segundo lugar, dadas por 2 (dois) professores entrevistados foi “boa”. Gráfico 1 – avaliação da infra-estrutura Fonte: EECEDM, maio de 2008 Percebe-se que os professores e a gestora apontaram para uma escola com infraestrutura regular, devido a falta de muitas adaptações e acessibilidades ainda não concluídas. Um dos focos da entrevista era recolher a informação do nível de desenvolvimento alcançado pelos alunos especiais em relação a aprendizagem, e dos 8 (oito) professores e a gestora entrevistada, obtivemos o seguinte resultado esclarecido no gráfico abaixo: 11 Esses projetos fazem parte das propostas pedagógicas da escola, observada durante a análise documental, referenciada no Projeto Político Pedagógico da Escola. 87 Gráfico 2 – Avaliação do nível de desenvolvimento da aprendizagem dos alunos especiais. Fonte: EECEDM, maio de 2008 Ficou claro nas entrevistas que a escola esta passando por uma transição no ensino, que a educação inclusiva ainda não esta como deveria, a muitas dificuldades a serem vencidas, uma delas a parte física da escola, as mudanças estão acontecendo já foram feitas rampas de acesso à escola, uma exigência da gestora no período de reforma da escola, o projeto de reforma não incluía estas adaptações, segundo a gestora só foi possível mexer no projeto para esse fim, mais que as outras dependências continuam inapropriadas, mas que o primeiro passo já foi feito abrir as portas da escola para a inclusão. No desenvolvimento da pesquisa, durante a análise documental na secretaria da escola e entrevista com a gestora colhemos o demonstrativo do Rendimento Escolar dos alunos com necessidades educacionais especiais, para que possamos ter o resultado final de como a escola esta oferecendo a educação especial na perspectiva inclusiva. Perguntamos a gestora qual o rendimento escolar dos alunos com necessidades educacionais especiais nos anos de 2007 e 2008, o demonstrativo ficou assim: Aprovados Rendimento escolar dos alunos Reprovados ou Desistentes Transferidos 05 01 Retidos com Necessidades educacionais especiais, matriculados em 2007, na Esc. Est. Centro Educ. 04 10 Domênico Marzi. Total de alunos matriculados: 20 Quadro 02: Demonstrativo do Rendimento Escolar dos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais, no ano de 2007 Fonte: EECEDM, maio de 2008. 88 Quadro 03: Demonstrativo do Rendimento Escolar dos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais, no Aprovados Reprovados ou Rendimento escolar dos alunos Desistentes Transferidos - - Retidos com Necessidades educacionais especiais, matriculados em 2008, na Esc. Est. Centro Educ. 16 25 Domênico Marzi. Total de alunos matriculados: 41 ano de 2008 Fonte: EECEDM, dezembro de 2010. Na tabulação dos dados acima, fazendo comparações entre os anos de 2007 e 2008 percebemos que houve um aumento na matrícula, e a permanência deles na escola, embora o quantitativo de reprovados ou retidos ainda é significante diante do quantitativo de aprovados. Nos gráficos 3,4 e 5 trarão uma melhor visualização dos resultados em relação as matrículas dos anos de 2007 e 2008. As legendas dos gráficos 03 e 04 são: AP- Aprovados, REP/RET – Reprovados ou Retidos, A/A – Afastado por Abandono e A/T – Afastado por Transferência. Gráfico 3: Rendimento dos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais no ano de 2007. Fonte: EECEDM, maio de 2008. Neste gráfico mostra o quantitativo em 2007 do rendimento escolar dos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais, mostrando em porcentagens o resultado final. A maior porcentagem ficou para os alunos reprovados ou retidos com 50%. 89 Gráfico 4: Rendimento dos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais no ano de 2008. Fonte: EECEDM, maio de 2009. Percebe-se que em 2008 a porcentagem maior no rendimento final também ficou para os alunos reprovados ou retidos com 61%. Mediante as análises dos quadros e gráficos fizemos um resumo para que possamos melhor entender como a Educação Especial vem progredindo em relação a procura por matrículas na escola pesquisada, percebe-se que a procura cresceu 34% a mais no ano de 2008 em relação a 2007. Gráfico 5: Índice de matrículas de Alunos com Necessidades Educacionais Especiais entre os anos de 2007 e 2008. Fonte: EECEDM, maio de 2009. 90 Ao falar sobre avaliação em uma escola inclusiva, é importante que os professores vejam a avaliação com uma visão diagnóstica e não classificatória o que acontece na maioria das escolas. Quando se ensina a turma toda, é indispensável suprimir o caráter classificatório de notas e de provas e substituí-lo por uma visão diagnóstica da avaliação escolar. [...] o professor deve priorizar a avaliação do desenvolvimento das competências dos alunos diante de situações-problema, em detrimento da memorização de informações e da reprodução de conhecimentos sem compreensão, cujo objetivo é apenas tirar boas notas e ser promovido (MANTOAN, 2006, p. 50). A avaliação na perspectiva inclusiva, não tem por objetivo identificar os melhores ou piores alunos da turma, ela acontece de forma dinâmica e contínua, ou seja, identificando os avanços e trabalhando mais nas dificuldades enfrentadas pelos alunos a fim de chegar ao progresso de aprendizagem dos alunos. Vários são os instrumentos que podem ser utilizados para avaliar, de modo dinâmico, os caminhos da aprendizagem, como: os registros e anotações diárias do professores, os chamados portfólios e demais arquivos de atividades dos alunos e os diários de classe, em que vão colecionando dados, impressões significativas sobre o cotidiano do ensino e da aprendizagem (FÁVERO; PANTOJA; MANTOAN, 2007, p. 55). O processo de avaliação observado nesta última etapa da pesquisa aconteceu de forma regular, as duas professoras falaram que alguns alunos especiais tiveram progresso em sua aprendizagem, observando a sala de aula do turno vespertino, tivemos contado com alguns alunos fazendo suas atividades, os alunos com necessidades educacionais especiais conseguem em alguns momentos da realização das atividades fazerem suas atividades de forma regular, a falta de material prejudica o aprendizado, um aluno Cadeirante por ter deficiência física, tem seus movimentos pesados necessitando de recursos didáticos apropriado para sua deficiência, como por exemplo, lápis próprio, cadeira, etc. 3.3.9 Participação Ativa Aos 02 dias do mês de junho do ano de 2009, no turno vespertino na sala de aula do Projeto Avançar, Turma Única, Fase I. Deu-se inicio a aula, no primeiro momento a professora direcionou sua aula pela atividade proposta para casa, corrigindo os cadernos, após reforçou a aula anterior, ficou acordado que depois do intervalo da merenda escolar, teriam a participação da acadêmica, conforme proposto pela disciplina “Prática da Pesquisa Pedagógica V”, após o intervalo a professora cedeu à oportunidade para a acadêmica que 91 estava fazendo sua pesquisa, dar sua colaboração e esta tinha por objetivo desenvolver o processo da leitura, estimulando os alunos a interpretar o texto, através da leitura da historinha “O patinho feio”, foi formado um círculo com todos os alunos, para a realização da leitura, após a leitura partimos para a interpretação, e falamos sobre “ser diferente’, e aceitarmos todas nossas diferenças, um processo de inclusão social, respeitando o outro, compartilhando, cooperando, foi feita perguntas para instigar a forma de pensar de cada aluno, e uns alunos falaram: - precisamos ajudar o outro quando tiverem dificuldades para realizar alguma tarefa, respeitar, tratar de igual para igual12. Após esse momento, fizemos uma dinâmica “Receita da vida”, pedimos para os alunos prestarem atenção nos ingredientes da receita, após falamos sobre o modo de preparar e fizemos algumas perguntas proposta pela dinâmica, encerramos nossa participação ouvindo alguns alunos, falarem de suas vidas, e se deveriam acrescentar algo para serem mais felizes. Enfim, pensar o quanto foi proveitoso desenvolver esta pesquisa, chegar aos objetivos então, foi bastante gratificante. Dificuldades não pode ser o marco para que as metas fiquem no meio da jornada, precisamos vencê-las. No percurso da pesquisa encontramos um pouco de resistência para falar da problemática em questão, mas não posso de certa forma julgá-los aqui, uma vez que para os envolvidos na pesquisa o assunto também era novo, falar de Educação Especial na perspectiva da inclusão, ainda era um desafio para os agentes da referida escola. Mas aos poucos as resistências foram dando lugar para a colaboração e contribuição. Foi importante a execução deste projeto de pesquisa na escola da rede pública do município de São Paulo de Olivença alguns questionamentos em nosso curso surgiram para que não viéssemos sair da cidade onde o Instituto de Natureza e Cultura esta implantado, até favoráveis uma vez que as despesas seriam por conta dos acadêmicos pesquisadores, não medimos esforços enquanto aos gastos com viagens. O percurso para chegarmos ao campo de pesquisa foi uma das dificuldades, e o período também uma vez que, a escola estava envolvida em algumas festividades religiosa do município. Aprendemos muito com o universo da pesquisa, mesmo como pioneiros que fomos, no sentido de que o instituto estava em processo de implantação e muitos dos professores não tinham experiências na docência superior, não querendo dizer que isso foi um problema, mas sim um desafio que todos juntos iríamos vencer, houve equívocos, falta de informações, com certeza, como tudo esta sujeito a mudanças, acredito que aprendemos com os erros e 12 Fala de uns alunos durante os questionamentos. 92 procuramos melhorarmos para que esses não se repitam mais, e que os novos acadêmicos também usufruam das mudanças. Hoje somos conscientes da importância que um educador tem em ser pesquisador, não dá para separar pesquisa do profissional da educação, como diz Paulo Freire (1996, p. 29) “Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino.”. A pesquisa tem que fazer parte da prática docente, para que possamos acompanhar nossos alunos, e ajudá-los ao universo do conhecimento. Diante do exposto percebeu-se que o estudo desta temática “Educação Especial sob um novo olhar inclusivo nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental é indispensável, a todos os professores, pedagogos e, demais profissionais, que trabalham ensinando e desenvolvendo uma educação global e de qualidade para todas as crianças tenham elas necessidades educacionais especiais ou não. Diante dos resultados, constatamos que a escola ainda tem dificuldades no processo de inclusão, mas que não os intimidou para que o ponta pé inicial fossem dado, isso é significante, pois o essencial é começar e a cada dia galgar vencendo os desafios que mesmo por algum momento possa parecer dar errado. Sabemos da relevância que a Educação hoje tem dado para o projeto de inclusão, muitos educadores/pesquisadores hoje falam da necessidade de conhecermos a realidade de nossos alunos, sendo assim é um dever do educador ter uma visão voltada para a diversidade. A temática em questão suscita grandes desafios e exigem dos educadores inclusivos, diversas habilidades no pensar e no agir, e que possam surgir sempre estudos posteriores a este, é o desejo do nosso coração. 93 CONSIDERAÇOES FINAIS Em suma, este Trabalho de Conclusão de Curso trouxe mais incentivos para que venhamos ter a convicção que com esforço e dedicação sempre atingiremos nossos alvos. O desafio para conclusão do trabalho foi árdua, porém nos deixou com a sensação do dever cumprido. Muitas coisas ainda podiam ser exploradas? Claro que sim, sempre teremos muito que aprender, o bom é quando temos consciência de que precisamos buscar cada vez mais as respostas para nossas inquietações, e termos a convicção que as respostas virão. Acreditamos que no discorrer dos capítulos, a proposta foi alcançada, no capítulo 1 trouxe-nos o percurso acadêmico, a importância da ciência como meta para chegarmos ao conhecimento, o capítulo 2 mostrou como os estágios supervisionados tiveram sua importante parcela de colaboração na formação profissional, uma vez que esta formação se concretiza quando por ela passam os estágios, pois este visa conhecer a realidade aprendida nas teorias com a realidade observada, esta fase de formação vinculada aos estágios supervisionados foram momentos que nos proporcionou o crescimento intelectual, humano e social. O capítulo 3 abordou a pesquisa realizada em uma escola pública estadual no município de São Paulo de Olivença, com o escopo de analisar como a Educação Especial estava sendo oferecida nesta escola, sabemos que a inclusão é um desafio que requer compromisso, responsabilidade e dedicação. Os resultados concernentes a pesquisa nos mostrou que o objeto analisado, a escola sentiu dificuldades com o processo de inclusão, mesmo porque tal proposta era desconhecida pela escola, uma realidade constatada na educação brasileira. Uma vez que não é o bastante incluir os alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular, é preciso que ocorra a permanência deles bem como os avanços e progressos no que tange a aprendizagem destes educandos. Os professores sentem-se despreparados para tal ofício, mas não podemos esperar mais, os avanços irão acontecer com os alunos na escola, somente desta forma 94 poderemos observar a necessidade de mudarmos nossas práticas pedagógicas, e provocarmos uma ruptura nos modelos educacionais oferecidos a nós e por nós. Para conclusão deste trabalho surgiram muitas dificuldades, sendo estas desafios que precisávamos superar, mas a pesquisa juntamente com os aportes teóricos te da suporte para que cada objetivo e meta venham ser efetivados. Falar de Educação Especial na perspectiva da inclusão em nossa realidade é um desafio no sentido de que poucos têm conhecimento na área, mas cabe a nós iniciantes pesquisadores disseminar a temática para que se a junte a nós mais pessoas e novas pesquisas venham ser realizada em nossa realidade. Enfim é com grande satisfação que neste momento damos por concluída esta etapa da pesquisa, mas com a certeza da continuidade de futuros estudos. 95 REFERENCIAS ANDRÉ, Marli (org.). O papel da pesquisa na formação e na prática dos professores. Campinas, SP: Papirus, 2001. ANGOTTI, Maristela. O trabalho docente na Pré-Escola: revisitando teorias, descortinando práticas. 2ª ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. ALVES, Denise de Oliveira. Sala de recursos multifuncionais: espaços para atendimento educacional especializado. Ministério da Educação, Secretaria de Educação especial. Brasília, 2006. BRASIL. 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Como você avalia a infra-estrutura física da escola, esta condizendo a uma escola inclusiva? ( ) Boa ( ) Ótima ( ) Regular ( ) Péssima 3. Como você analisaria o processo educativo da escola inclusiva, ele esta adequado para receber os alunos especiais? ( ) Sim ( ) Não 4. Como você identificaria os fatores que influenciam para uma educação inclusiva de qualidade favorecendo o desenvolvimento do educando em todos os seus aspectos? --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------5. De 0 a 10, como você avaliaria o nível de desenvolvimento alcançado pelos educandos com necessidades especiais? ( )0a2 ( )2a4 ( )4a6 ( )6a8 ( ) 8 a 10 6. Como você descreveria a proposta curricular inerente à Educação Especial na escola inclusiva? ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 100 ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------7. Você poderia me falar sobre as Políticas de Educação Especial concernentes aos aspectos pedagógicos e qualidade do ensino destacando os pontos em relação à metodologia? --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------8. Você esta de acordo, que o projeto político pedagógico da escola visa o atendimento a educação especial? E o que deveria ser acrescentado? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------9. Quanto aos projetos da escola, você poderia dizer se estes também da prioridade a “Educação Especial”? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------10. Qual o rendimento escolar dos educandos com necessidades educacionais especiais (aprovados, reprovados e desistentes, transferidos) no ano de 2007? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------11. A escola possui quantas dependências? E estas estão adaptadas aos alunos especiais? ( ) Sala de Aula ( ) Biblioteca ( ) Sala dos Professores ( ) Laboratório ( ) Secretária ( ) Área de Lazer ( ) Quadra de Esporte ( ) Pátio Coberto ( ) Auditório ( ) Cantina ( ) Banheiros ( ) Cozinhas ( ) Dispensa ( ) Videoteca ( ) Brinquedoteca. -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------12. Qual a maior dificuldade na escola para se trabalhar a inclusão? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------13. Os pais de alunos especiais têm um bom acompanhamento de seus filhos na escola? Como você avaliaria essa participação? ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 101 14. Sabe-se que trabalhar a inclusão é um desafio, pois o sistema educacional te entrega esse dever, mas não te da o suporte necessário. Você poderia descrever como se deu o inicio dessa trajetória na escola? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------15. Como acontece a interação entre os alunos especiais e os não especiais, há uma relação de cooperação? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------16. No inicio na implantação da inclusão na escola, houve uma certa resistência por parte do corpo docente e funcionário da escola? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------17. Quantos professores possuem nível superior?________ ( ) Pedagogia ( ) Normal Superior ( ) Letras ( ) Matemática ( ) Biologia ( ) Física ( ) História ( ) Geografia ( ) Química OBS.: ( ) Magistério Obrigada pela cooperação com minha pesquisa e deixo aqui meu sincero agradecimento desejando-lhes muito sucesso em sua jornada de trabalho! 102 Apêndice B- Entrevista realizada durante a pesquisa com os professores da escola 1. Qual o seu nome completo? E sua formação superior? -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 2. Como você avalia a infra-estrutura física da escola, esta condizendo a uma escola inclusiva? ( ) Boa ( ) Ótima ( ) Regular ( ) Péssima 3. Como você analisaria o processo educativo da escola inclusiva, ele esta adequado para receber os alunos especiais? ( ) Sim ( ) Não ( ) Mais ou menos. 4. Como você identificaria os fatores que influenciam para uma educação inclusiva de qualidade favorecendo o desenvolvimento do educando em todos os seus aspectos? -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------5. De 0 a 10, como você avaliaria o nível de desenvolvimento alcançado pelos educandos com necessidades especiais? ( )0a2 ( )2a4 ( )4a6 ( )6a8 ( ) 8 a 10 6. Como você descreveria a proposta curricular inerente à Educação Especial na escola inclusiva? -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 103 7. Você poderia me falar sobre as Políticas de Educação Especial concernentes aos aspectos pedagógicos e qualidade do ensino destacando os pontos em relação à metodologia? -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------8. Você esta de acordo, que o projeto político pedagógico da escola visa o atendimento a educação especial? E o que deveria ser acrescentado? ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------9. Quanto aos projetos da escola, você poderia dizer se estes também da prioridade a “Educação Especial”? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------10. Qual a maior dificuldade na escola para se trabalhar a inclusão? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------11. Os pais de alunos especiais têm um bom acompanhamento de seus filhos na escola? Como você avaliaria essa participação? ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------12. Sabe-se que trabalhar a inclusão é um desafio, pois o sistema educacional te entrega esse dever, mas não te da o suporte necessário. Você poderia descrever como se deu o inicio dessa trajetória com a implantação da sala de recurso? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------13. Como acontece a interação entre os alunos especiais e os não especiais, há uma relação de cooperação? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------14. Com relação à metodologia de ensino aplicada na sala de recurso, poderia nos dizer se há uma interação com relação às duas salas de aula? ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 104 Obrigada pela cooperação com minha pesquisa e deixo aqui meu sincero agradecimento desejando-lhes muito sucesso em sua jornada de trabalho! 105 Apêndice C - Entrevista realizada durante a pesquisa com os funcionários da escola 1. Qual o seu nome completo? E sua formação? --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 2. Como você avalia a infra-estrutura física da escola, esta condizendo a uma escola inclusiva? ( ) Boa ( ) Ótima ( ) Regular ( ) Péssima 4 Como você analisaria o processo educativo da escola inclusiva, ele esta adequado para receber os alunos especiais? ( ) Sim ( ) Não ( ) Mais ou menos. 5 Qual a maior dificuldade na escola para se trabalhar a inclusão? ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Obrigada pela cooperação com minha pesquisa e deixo aqui meu sincero agradecimento desejando-lhes muito sucesso em sua jornada de trabalho!