UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS SÓCIO-ECONÔMICAS E HUMANAS DE ANÁPOLIS COORDENAÇÃO DO MIELT Disciplina: Politicias educacionais Plano de Curso – 2012 Professor (a): Iria Brzezinski e Lúcia Gonçalves de Freitas Código: Carga Horária Semanal: 4 Ano / Período: 2012 /2 Carga Horária Anual: 60 Proposta de Trabalho Política, para Hannah Arendt, baseia-se na pluralidade dos homens, porque trata da convivência entre diferentes e cabe a ela organizar e regular o convívio entre os homens. A política é uma dimensão essencial da condição humana, mas o político como quer Aristóteles não seria inerente ao homem. Arendt contesta Aristóteles, argumentando que a política surge não no homem e sim entre os homens. O sentido da política é a liberdade (ARENDT, 2006, p. 21-134). 1 Ementa Estado, sociedade, governo, democracia e políticas educacionais, com ênfase na política educacional brasileira. Direito à educação, políticas educacionais e direitos humanos. Educação e republicanismo. Reorganização do Estado e o papel dos organismos internacionais, do neoliberalismo e das políticas educacionais do governo militar e da nova república ao governo popular. Políticas educacionais e sua incidência no planejamento e na organização do sistema educacional e do sistema nacional de formação de professores. Histórico e historicidade da reconstrução da educação nacional e o governo popular (1920-2010): consequências para a democracia e o direito à cidadania. LDB n. 9.394/1996, Plano Nacional de Educação (2001-2010), Projeto de Lei n. 8.035-Plano Nacional de Educação (2011-2020), centralização e descentralização das políticas educacionais, financiamento da educação, políticas afirmativas, políticas de inclusão, questões de gênero. 2 Justificativa Os eixos curriculares da disciplina Políticas Educacionais emergem da realidade contemporânea da educação brasileira e da forma como os interessados abstraem conhecimentos teóricos para atingir e revelar “o concreto pensado”, a partir das relações conflitantes que se estabelecem entre movimentos organizados no seio da sociedade civil para, dialeticamente, fazer enfrentamentos, propor e fazer valer seus interesses na arena política da burocracia do aparelho do Estado. 3 Objetivos 3.1 Analisar a configuração das políticas sociais no contexto da América Latina, com ênfase nas políticas educacionais e suas relações com a nova ordem mundial, buscando construir um referencial teórico para esse processo de análise. 2 3.2 Conhecer os princípios orientadores da Educação Brasileira, a reorganização do sistema educacional e as políticas de formação de professores. 3.3 Identificar as formas de participação da sociedade civil organizada em movimentos sociais de educadores e estudantis nos diferentes espaços para elaboração de políticas educacionais, inclusive nas Conferencias Nacionais de Educação. 3.4 Estabelecer relações entre os postulados da LDB 9.394/1996 e as políticas educacionais para a Educação Básica e a Educação Superior na República Brasileira. 3.5 Identificar conceitos, políticas, formas de financiamento da educação brasileira, considerando as relações entre público e privado, centralização e descentralização de recursos e o regime de colaboração entre os entes federados. 3.6 Reconhecer a contradição existente entre a socialização de tecnologias da informação e comunicação como direito do cidadão, como intercâmbio de ideias e valores e a inclusão digital como instrumento de submissão ao sistema produtivo contemporâneo. 3.6. Reconhecer a pesquisa como princípio educativo, dispondo aos mestrandos e doutorandos elementos teóricos e metodológicos que possam subsidiar suas pesquisas e suas práticas investigativas voltadas para a elaboração das dissertações. 4 UNIDADES DE TRABALHO Unidade I 4.1 Introdução ao estudo dos conceitos de Política em Karl Marx e Hannah Arendt e de Ciência Política 4.2 Estudos sobre Estado, Sociedade, Governo, Poder, Democracia e Cidadania 4.3 Aprofundamento de estudos sobre Políticas Sociais e a Educação como Política Pública 4.4 Análise das Políticas Educacionais na educação brasileira no período republicano. 4.5 Estudos sobre Políticas Educacionais e financiamento da educação 4.6 Tendências contemporâneas das políticas educacionais: fragilização ou fortalecimento da democracia e dos direitos constitucionais do cidadão brasileiro REFERÊNCIAS* * As referências assinaladas por * são leituras obrigatórias. As demais são complementares e recomendadas como leitura. ____________________________________________________________________________________ BRZEZINSKI; Iria; FREITAS, Lúcia de. Políticas Educacionais – Proposta de Trabalho 2012/2 – MIELT/UEG 3 * ARENDT, Hannah. O que é política. Fragmentos das obras póstumas compilados por Úrsula Ludz. 6 ed. Trad. Reinaldo Guarany. Rio de Janeiro: Beltrand do Brasil, 2006. ARENDT, Hannah. Dignidade na política: ensaios e conferências. Trad. Helena Martins et all. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1993 * ARRETCHE, Marta. Relações Federativas nas políticas sociais. Educação & Sociedade, Campinas, v.23, n.80, p. 25-48, jan./abr.2006. AZEVEDO, Janete, M. L. A educação como política pública. Campinas: Autores Associados, 1997. * BIANCHETTI, Roberto. Modelo neoliberal e políticas educacionais. Campinas: Autores Associados, 1997. BOBBIO, Norberto. Democracia e ditadura. In: BOBBIO, Norberto. Estado, governo, sociedade. 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Unidade II [...] eu diria que a forma própria de se responder adequadamente às necessidades educacionais de um país organizado sob o regime federativo é exatamente por meio da organização de um Sistema Nacional de Educação. Com efeito, o que é a federação senão a unidade de vários estados que, preservando suas respectivas identidades, intencionalmente se articulam tendo em vista assegurar interesses e necessidades comuns? (SAVIANI, 2010, p. 50). 4.7 Políticas educacionais no Brasil definidas pelas injunções político-econômicas da nova ordem mundial. 4.8 Tecnologia a serviço do trabalhador brasileiro ou submissa aos detentores do poder hegemônico? 4.9 Plano Nacional de Educação e os Planos Estaduais e Municipais de Educação. 4.10 Políticas Educacionais do governo Lula e Dilma: Mudanças no Ensino Superior, Reforma Universitária, Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, Fundo ____________________________________________________________________________________ BRZEZINSKI; Iria; FREITAS, Lúcia de. Políticas Educacionais – Proposta de Trabalho 2012/2 – MIELT/UEG 5 de Manutenção e Valorização do Magistério da Educação Básica, Plano de Desenvolvimento Educacional, Fórum Nacional de Educação e Fóruns Estaduais de Educação, Conferências Nacionais de Educação, Políticas de Formação de Professores, Plano Nacional de Educação 2011-2020, PL 8.035/2010, Prova Nacional de Ingresso na Carreira Docente, Fóruns Estaduais de Apoio à Formação do Docente. REFERÊNCIAS BENEVIDES, Maria Victoria. O direito humano à participação política. In: SEDH.PR. Brasil direitos humanos. 2008: a realidade do país aos 60 anos da declaração universal. Brasília: SEDH, 2008, p. 188-189. BRASIL.PR. Lei n. 10.172, de 09/01/2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências In: Plano Nacional de Educação apresentado por Vital Didonet. Brasília: Editora Plano, 2000, p. 5-6. BRASIL.PR.CNE. Resolução 001/2002. 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Políticas Educacionais – Proposta de Trabalho 2012/2 – MIELT/UEG 6 TRIGUEIRO, M. S. Reforma universitária: mudanças no ensino superior brasileiro. Brasília: Paralelo 15, 2004. * SAVIANI, Dermeval. Sistema Nacional de Educação: o lugar da educação superior. EducAtiva, Goiânia, v. 13, n. 1, p. 45-66, jan./jun. 2010. Disponível em: <http://seer.ucg.br/index.php/educativa>. Acesso em: 7 jul. 2011. 5 METODOLOGIA Nos encontros semanais serão ministradas aulas expositivas e realizar-se-ão atividades de dinâmica de grupo. Será realizado um Seminário abrangendo as diversas políticas educacionais das décadas de 1930-2000. São também componentes do Seminário as informações colhidas na pesquisa: Observatório do Ensino Fundamental do Município de Anápolis (GO). Serão solicitados resumos das leituras prévias para as exposições dialogadas e os seminários. 6 AVALIAÇÃO A metodologia apresentada procura indicar que a avaliação é processual e contínua. Requer participação efetiva de docentes e discentes no processo de pesquisa/estudos dos conteúdos selecionados e do Observatório de Políticas da Educação Básica. Ao final do curso os discentes deverão elaborar um trabalho final de disciplina em forma de artigo, com vistas à publicação. Seu objetivo é possibilitar que os mestrandos articulem a temática do curso, os conteúdos e referencial teórico da disciplina a seus interesses investigativos, seja de elaboração de partes de suas dissertações, seja de aprofundamento de um dos aspectos do curso, seja de organização de uma problemática que encontram em suas atividades profissionais. O artigo completo de final de disciplina tem o prazo limite de entrega em 21.12.2012 Anápolis (GO), 7.8.2012 . ____________________________________________________________________________________ BRZEZINSKI; Iria; FREITAS, Lúcia de. Políticas Educacionais – Proposta de Trabalho 2012/2 – MIELT/UEG