Distanásia – O eufemismo de quando investir é não cuidar Introdução: As questões éticas que envolvem os cuidados de saúde prestados ao doente em fase terminal de vida exigem cada vez mais uma reflexão ponderada e urgente sobre até quando se deve investir em cuidados de saúde/tratamentos com o intuito curativo. Objetivos: Como objetivo geral, pretendeu-se conhecer, de acordo com a perspetiva dos enfermeiros, se a distanásia é uma prática presente/ausente nos locais onde exercem as suas funções. Os objetivos específicos deste trabalho foram: identificar fatores que possam influenciar a opinião dos enfermeiros quanto à prática de distanásia; conhecer se os enfermeiros compreendem e identificam situações de distanásia; identificar as atitudes destes perante uma situação de distanásia; e identificar os principais dilemas éticos que possam surgir no confronto com uma situação de distanásia. Materiais e Métodos: Relativamente ao tipo de estudo, realizou-se um estudo descritivo e exploratório de abordagem quantitativa. De acordo com o objetivo geral delineado utilizou-se como instrumento de colheita de dados um questionário de estrutura fechada com respostas baseadas numa escala de Likert. Resultados: De acordo com a perspetiva dos enfermeiros inquiridos o termo distanásia não era totalmente desconhecido. No entanto, houve algumas discrepâncias, não significativas estatisticamente, relativamente à noção/significado do mesmo. Tendo em conta a opinião dos enfermeiros, verificou-se que a distanásia é uma prática moderadamente presente nos serviços onde exercem funções, no entanto os mesmos não concordam com a mesma. Conclusão: A principal conclusão obtida neste trabalho foi a de que os enfermeiros se encontram despertos para situações de distanásia, situações que foram identificadas nos serviços onde exercem funções. Associado à distanásia surgem dilemas éticos prementes, tal como a conspiração do silêncio e o respeito pela autonomia do doente. Esta preocupação pela autonomia do doente tem reflexo na escolha dos inquiridos face aos cuidados paliativos como uma possível resposta à distanásia, respondendo assim às necessidades dos doentes que se encontram em fase terminal de vida. Disthanasia – The euphemism of when investing in healthcare is not caring Introduction: The issues surrounding the deliverance of healthcare to the dying patient demand a more accurate and thoughtful reflection on how much and how long it should be invested in treatments with a curative intent. Objectives: As a general objective we sought to know, according to the perspective of nurses, if futility was a common practice in the hospital setting. The specific objectives of this study were: a) to identify factors that might influence nurse’s opinion about the practice of futility, b) knowing if nurses understand and identify situations of futility, c) to identify the attitudes in a situation of futility and d) to identify the key ethical dilemmas that arise in this situation. Materials and Methods: A descriptive study of quantitative approach was used. According to the general objective outlined a questionnaire of enclosed structure with answers based on a Likert scale was also used. Results: From the perspective of the nurses surveyed knowledge of the term futility was not totally unknown; however, there were some discrepancies with regard the understanding/meaning of it. Taking into account the views of nurses it was found that medical futility is a practice only moderately present in their practice. Conclusion: The main conclusions obtained in this study were: a) nurses are alert to situations of futility and b) these situations were considered present in their practice. Associated with these situations of medical futility ethical dilemmas do arise related mainly to the conspiracy of silence and to the respect for patient autonomy. This concern for patient autonomy is reflected in the choice of respondents and they suggested that palliative care is a possible answer to futility responding to the needs of patients who are terminally ill.