MANUAIS # TECNICOS ORGANOFOSFORADOS E CARBAMATOS EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA ELABORA~AO JoAo BATISTATORRES11) VERA REGINA MARQUES(11 CARLOSAUGUSTO MELLODA SILVAI1) ELEONORADOBNER BELO{II HUDSON BARRETOABELlA 12) EDILSON MITIDIERI FERREIRA12} ADRIANA SANTOS ANDRADE 131 MARIA SALETE MEDEIROS (II DENIZE DUARTE PEREIRA(41 (2) Médico (1) Médico(a) Toxicologista -CIT/RS (3) Farmaceutica -CIT /RS Veterinário (4) Química Toxicologista -CIT/RS -CIT/RS COLABORADORES ALBERTO DOMIZIANO ANELI DE LlSBOA- GILMARA FREITAS GOMES STELLA CONY @2000 RITA NICOLELLA Bibliotecória -Bibliotecória VIERA -ClT -Governo -Diretor -ClT /RS do Sul -Secretaria de Produ<;6o e Pesquisa em Saúde -Centro É PERMITIDA de Inform. Toxicológica/RS /RS do Estado do Río Grande Funda<;6o Estadual do Centro -CIT /RS A REPRODU~Ao DESDE PARCIAL QUE CITADA OU da Saúde de Informa<;6o Toxícológica TOTAL DESTA OBRA, A FONJE. Distribui<;ao e Informa<;ao: CENTRO DE INFORMA~ÁO TOXICOLÓGICA -SES/RS-FEPPS Rua Domingos Crescencio, 132/8Q andar -CEP 90650-090Porto Alegre/RS -Brasil Telefone: (Oxx51) 217.1751 E-mail: [email protected] RS. SES. Centro Manual Hudson Barreto Fax: (Oxx51) 217.9067 Website: www.cit.rs.gov.br DDG: 0800780200 de Informa<;:6o Toxicológica de Diagnóstico Abella e Tratamento et al (org.). -Porto de Acidentes Alegre, com Agrotóxicosl 2000. lóp.:il. 1. Agrotóx!cos. 2. Toxicologia. I. Abella, Hudson Barreto. II. Torres, Jooo Batista. III. Andrade, Adriana Santos. IV. Marques, Vera Regina. V. Ferreira, Edilson Mitidieri. VI. Silva, Carlos Augusto Mello. VII. Belo, Eleonora Dobner. VIII. Medeiros, Maria Salete. IX. Pereira, Denize Duarte. X. Título. Ficha elaborada pela Bibliotecória Aneli INFORMA<;Ao: os medicamentos com marca s6o apenas referenciais. de Lisboa -CRB registrada 10-60 1 constante neste manual 2 Introduc;:co 2. Organofosforados e Carbamatos (uso/apresentac;:oo) 2 3. Epidemiologia ,2 4. Toxicologia .4 5. 4.1 -Toxicodinomica (mecanismo 4.2 -Toxicocinética (biotransformac;:6o) 5.1 Manifesta<;:6es -Quadro 5.2- .4 .5 freqüente nas intoxica<;:6es .5 intoxica<;:oo por Carbamatos .5 clínico Clínicas mais por Quadro Organofosforados clínico da de ac;:6o) 6 6. 7. Diagnóstico Tratamento 6.26.36.46.56.1 -Medidas Medidas Descontamina<;ao/remo<;ao Contra-indica<;oes Condutas laboratorial gerais específicas complementares das intoxica<;oes do agrotóxico ..8 por ...8 ...8 .10 12 12 7.4Organofosforados 7.37.1 7.2-Determina<;ao Outros Periodicidade Fatores indicadores que influenciam eda da Carbamatos determina<;ao atividade biológicos na da normaliza<;ao acetilcolinesterase da acetilcolinesterase dos parametros 13 .13 .13 .14 7.5- de Interpreta<;ao atividade 7.6- Fatores da 7.7- Laboratórios da atividade que das influenciam da acetilcolinesterase provas acetilcolinesterase de na 14 determina<;ao atividade da acetilcolinesterase 14 15 8. Centro de especializados Informa<;:oo 9. Bibliografía em Toxicológica análises toxicológicas 16 16 ~ Entre os inúmeros produtos químicos com potencial de risco tóxico disponíveis no mercado, podemos citar os agrotóxicos. Os agrotóxicos soo produtos químicos que apresentam toxicidade varióvel dentro de suas diferentes classes. Classificados como inseticidas, os Organofosforados e Carbamatos soo agrotóxicos que reúnem produtos com elevado grau de toxicidade. Esses produtos respondem por um número significativo de intoxicac;:6es que exigem dos servic;:os de saúde informac;:6es e capacitac;:oo para o diagnóstico e tratamento. No ano de 1999, Organofosforados e Carbamatos foram a classe de agrotóxicos com maior freqüencia estatística de acidentes notificados no Rio Grande do Su!. o com Centro o objetivo e tratamento de Informac;oo de oferecer dessas Toxicológica informac;6es práticas (CIT) desenvolveu da toxicidade, este manual quadro clínico intoxicac;6es. Organofosforados e Carbamatos 560 inseticidas amplamente utilizados na agricultura, pecuária, controle de vetores, campanhas de saúde pública e uso domiciliar, sendo comercializados em formula<;:6es com diferentes apresenta<;:6es lex.: pó, líquido, grcnulos, solu<;:6es concentradas, etc). Esses inseticidas possuem em comum algumas propriedades que permitem seu estudo em conjunto, porém possuem diferen<;:as ressaltadas nos tópicos deste manual. Como propriedades comuns, citamos a inibi<;:6o da acetilcolinesterase e a degrada<;:6o em meio alcalino; como diferen<;:a, o menor tempo de a<;:6o dos Carbamatos. o Centro de Informa<;:oo Toxicológica, a partir dos registros de casos e informa<;:6es prestadas, produz um levantamento estatístico que permite acompanhar a demanda de servi<;:o e delinear um perfil aproximado da realidade epidemiológica dos acidentes notificados. A tabela e os gráficos a seguir apresentam dados coletados no período de 1990 a 1999. 2 - Tabela -Intoxicac;:oeshumanas por agrotóxicos -CIT/RS (série 1990 a 1999) Gráfico 1 -lntoxicac;6es {causa da intoxicac;oo humanas por agrotóxicos -CIT/RS -1996/19991 1000 "' o B u Q) -u °~ causa Acidental Gráfico (classe Ocupacional 2 -Intoxica<;:oes de produto humanas Suicídio por agrotáxicos Outras Na.o Determina do -CIT /RS -1996/19991 classe Fungicidas/Outros Mistura de Agrotóxicos + o no de casos -3 - 800 Quadro 2 -Toxicidade de alguns Carbamatos (*) * ClassificaC;ao adoptadade critériosda OMS. 4.1 -A TOXICODINAMICA (Mecanismo de Ac;ao) Organofosforados e Carbamatos sao inibidores da acetilcolinesterase, responsável pela degradac;ao da acetilcolina em ácido acético e colina, enzima que sao substancias inertes. A acetilcolina é o mais importante neurotransmissor do impulso nervoso nos junc;6es sinápticas. Organofosforados e Carbamatos, ao inibirem a ac;ao da acetilcolinesterase, provocam um excesso de acetilcolina nos terminac;6es nervosas, o que inicialmente excitará e depois paralisará a transmissao incluem Sistema Nervoso Central, terminac;6es nos sinapses colinérgicas, que nervosas parassimpáticas e urnas poucas terminac;6es simpáticas, sudoríparas nervos como glandulas somáticos e sinapses ganglionares Entretanto, existem diferenc;as significativas (efeitos muscarínicos), (efeitos nicotínicos). no mecanismo de ac;ao. A reac;ao entre um Organofosforado e o sítio ativo da acetilcolinesterase resulta no formac;ao de urna enzima estável, fosforilada e nao reativa, o que a torna "irreversivelmente inibida". Em contraste, os Carbamatos formam urna ligac;ao mais frágil, promovendo urna inibic;ao da acetilcolinesterase por um tempo muito curto, com reversao espontanea e menor penetrac;ao no Sistema Nervoso Central. -4- A inibi<;:ao da acetilcolinesterase por Carbamatos reverte espontaneamente e tem curta dura<;:ao, embora possam ocorrer manifesta<;:6es graves. Geralmente, as intoxica<;:6es por Carbamatos sao menos severas, sendo considerado como sina' de gravidade o comprometimento do Sistema Nervoso momento, nao existe demonstra<;:ao de neuropatia tardia. 4.2 TOXICOCINÉTICA Central. Até o (Biotransforma<;:oo) Organofosforados e Carbamotos podem ser absorvidos pela vio dérmico, conjuntival, respiratória e digestiva. Em ambos a biotransforma<;:oo realiza-se por meio de tres mecanismos básicos: hidrólise, oxida<;:oo e conjuga<;:oo. A principal vio de elimina<;:oo é a urinária. A vida média dos Organofosforados e seus produtos de biotransforma<;:oo é relativamente curta, porém seu efeito tóxico é prolongado. Organofosforados altamente lipofílicos (fention, malation, dissulfoton, dimetoato, dicrotofós, demeton, diclofention) depositam-se 5.1 QUADRO CLíNICO POR ORGANOFOSFORADOS no tecido MAIS adiposo, FREQÜENTE atuando NAS por mais tempo. INTOXICA~6ES Intoxica~áo aguda: os sintomas costumam surgir 1 a 2 horas após a exposic;oo, podendo ser retardados em muitas horas nas exposic;6es cutoneas (descric;oo em detalhes no Quadro 3 -Manifestac;6es clínicas mais freqüentes nas intoxicac;6es agudas por Organofosforados e Carbamatos); IISíndrome íntermediária/l: 24 e 96 horas após o quadro manifesta<;:6es neurológicas com início entre colinérgico inicial. Caracteriza-se basicamente por fraqueza muscular, envolvendo músculos inervados por pares cranianos (face, flexores do pesco<;:o, musculatura respiratórial e membros. Pode levar a insuficiencia respiratória, com necessidade de ventila<;:ao assistida. Nao responde a atropina ou oximas, mas alguns autores consideram que sua ocorrencia possa estar relacionada ao nao uso ou uso inadequado de oximas (pralidoximal no quadro colinérgico agudo. Sua ocorrencia nao é observada em todas as intoxica<;:6es por Organofosforados, tendo sido relatada em casos produzidos por fention, dimetoato, monocrotofós e metamidofós; Neuropatia e paralisia tardia: quadra manifestado inicialmente por fraqueza muscular flácida de músculos distais dos membros, com distúrbios de marcha, seguidos posteriormente por espasticidade, hipertonia e hiperreflexia. Pode iniciar de 1 a 6 semanas após o quadro de intoxica<;ao aguda. -5- Sua ocorrencia neuronios estaría periféricos no metabolismo é degenera<;ao relacionada (denominada a iníbi<;ao de urna esterase esterase neurotóxíca), presente nos que teria algurn papel dos lipídios. O resultado, demonstrado hístopatologicamente, de axonio e bainha mielínica, observada ern por<;6es distais de nervos periféricos e ern tratos espinhais. Nao possui tratamento específico. Sua ocorrencia foi relacionada a alguns Organofosforados como leptofós, triclorfon, metamidofós Outras e clorpirifós. manifesta~óes: pacientes expostos agudamente (como em tentativas de suicídio por ingestoo de inseticidas) ou cronicamente (trabalhadores envolvidos na produc;:oo industrial de Organofosforados ou no uso agrícola) podem apresentar alterac;:6es neurocomportamentais e cognitivas, acompanhando os distúrDios neurológicos periféricos e de coordenac;:oo. Soo descritos perda de memória, insania e outros distúrbios de sono, confusoo mental, labilidade emocional, dificuldade de concentrac;:oo, ansiedade, depressoo e reac;:6es esquizofrenicas. Estas manifestac;:6es podem persistir por meses ou até mais tempo. Os resultados de alguns trabalhos científicos relacionando essas alterac;:6es a exposic;:oo a Organofosforados soo ainda objeto de controvérsia, pois sua confirmac;:oo necessita da utilizac;:oo de testes neuropsicológicos complexos e de uma rigorosa de 5.2 casos, o QUADRO metodologia. nexo CLíNICO Os inseticidas Manifesta<;:oes Organofosforados entre Porém, está bem estabelecido, essas exposic;:6es DA INTOXICA~ÁO Carbamatos produzem e os POR um quadro em vários relatos quadros descritos. CARBAMATOS clínico clínicas mais freqüentes nas intoxica<;:oes e Carbamatos) com dura<;:ao e intensidade (Quadro 3 - agudas por menores em rela<;:ao aos Organofosforados. No entanto, podemos observar intoxica<;:oes agudas muito graves produzidas por Carbamatos altamente tóxicos, como aldicarb, que podem com as medidas levar a óbito em horas se nao tratadas preconizadas. -6- vigorosamente Quadro 3 -Manifesta<;oes por Organofosforados clínicas mais freqüentes nas intoxica<;oes agudas e Carbamatos (*) Altera~oes devidas a a~oo da acetilcolina sobre receptores em glondulas de secre~oo exócrina: lacrimais, salivares e sudoriparas. (* *lOs distúrbios cardiovasculares manilestam-se de modo varióvel conforme o predominio da a~oo da acetilcolina sobre receptores muscarinicos de receptores nicotínicos e muscarínicos. ou nicotinicos. 7 (***lO Sistema Nervoso Central dispoe 6.1 MEDIDAS GERAIS Esclarecer: vio de intoxica<;:oo, dose, composi<;:oo do produto suspeito (princípio ativo, diluente). Aten<;:oo para produtos diluídos em derivados de petróleo. Assistencia na parada Monitorar choque) respiratória: desobstruir vias aéreas, instituir respira<;oo artificial respiratória. oS sinais é prioritório vitais: havendo instabilidade hemodinomica {ex.: corrigir. Descontamina~áo: (t60 rápida e completamente quanto possível). A remo<;60 do agrotóxico e o tratamento de suporte podem ser t60 importantes quanto os antídotos no cuidado Tratamento do paciente específico: intoxicado. administrar simultaneamente ou 1090 após a descontamina<;oo. 6.2 DESCONTAMINA~ÁO/REMO~ÁO Medidas de prote~ao luvas e avental de borracha, ao DO AGROTÓXICO socorrista: procedendo -8- o socorrista deve proteger-se a descontaminac;ao com em local ventilado. Redobre a aten<;:oo nos situa<;:6es em que o agrotóxico derivados Pacientes assintomáticos: ser acompanhados após a descontamina<;oo, os pacientes com aten<;oo, mesmo que assintomóticos. altamente lipossolúveis diclofention, demeton) (fention, dissulfoton, podem desenvolver diluente devem Organofosforados malation, dimetoato, dicrotofós, sintomatologia após 24 horas. Exposi~ao ocular: lavar abundantemente salina. Após lavagem rápida e cuidadosa paciente evitando tiver como de petróleo. os olhos com água da face e pálpebras, ou solu<;:oo recostar o e deixar correr água pelo maior tempo possível ( 15 a 20 minutosl, um fluxo forte diretamente sobre os olhos. Avaliar a possibilidade do uso prévio de anestésico Contomino~áo para facilitar dérmico: este procedimento. remover as roupas do paciente; por cerca de 30 minutos, se possível Usar sabao neutro; dar aten<;ao especial nao esfregar promover banho em chuveiro (evitar ógua quentej. a cabelos, unhas e dobras cutdneas; com for<;a a pele. Exposi~áo oral: Esvaziamento gástrico: IndicQ~ao: nas ingestas recentes de agrotóxicos, avaliar a possibilidade de ter ocorrido vomito antes do atendimento ambulatorial e o risco de aspirac;:oo do conteúdo gástrico. Nas ingestas de agrotóxicos com rápida absorc;:oo o esvaziamento é mais efetivo até 30 minutos da ingesta, sendo útil até 4 horas após. Método: indu~ao Diagnóstico plástico, do vomito laboratorial: etiquetado e sob ou lovogem o conteúdo gástrico gástrico refrigera<;:6o para deve fins ser guardado de análises e!n recipiente toxicológicas. Emético: o xarope de ipeca é o emético mais recomendado, na dosagem de 15ml, seguidos por 200-300ml de ógua; repetir em 20 m¡nutos se nao surtir efeito. Contra-indica<;6es a indu<;oo do vomito: paciente semiconsciente ou inconsciente; ingesta de produto diluído em hidrocarbonetos como o querosene (risco de aspira<;oo e pneumonite química); ingesta de produto cáustico; presen<;a de úlcera péptica. Lavagem gástrico: embora menos eficiente do que o vomito, a lavagem gástrico está indicada em casos onde o vomito é contra-indicado ou quando o paciente nao conseguiu vomitar. -0- Procedimento geral para a lavagem gástrica: -Paciente inconsciente, com reflexo de tosse ausente, proteger as vias respiratórias com tubo endotraqueal e realizar lavagem em posi<;:ao de Trendelenburg; -Usar sonda gástrica com extremidade arredondada para facilitar a passagem pelo esofago, de preferencia com abertura grande próxima a extremidade e orifícios grandes ao longo da sonda; usar sonda com dicmetro externo em torno de 7,5mm para crian<;:as e 10mm para adultos; -Medir o comprimento necessário da sonda (da boca até o epigástriol e marcar na sonda (aproximadamente 50cm em adultosl; -Realizar aspira<;:ao do conteúdo gástrico. Se nao sair nada, verificar posi<;:ao da sonda: injetar um pouco de ar pela sonda. Com o estetoscópio sobre o estomago, ouvir o ruído de forma<;:ao de bolhas (borbulharl; -Colocar aproximadamente 30ml da água ou solu<;:ao fisiológica levemente aquecida (aproximadamente 37°C1 e aspirar. Guardar, separada, a primeira amostra retirada para análise; -Introduzir e retirar água ou solu<;:ao fisiológica, 100 a 300ml de cada vez (em adultosl, até que sejam retirados pelo menos 3 litros de solu<;:ao; -Em crian<;:as é importante o uso de solu<;:ao fisiológica para evitar a intoxica<;:ao hídrica. Introduzir 25 a 50ml em cada instila<;:ao, podendo ser até 100ml em crian<;:as maiores; -Antes de remover o tubo, acrescentar catártico salino e carvao ativado uma última instila<;:ao da solu<;:ao, que nao será retirada (estao indicados ingesta de Organofosforadosl. Uso de carvoo ativado: a9rotáxico, facilitando doses de 0,5 a 19/k9 6.3 MEDIDAS o uso de carvoo ativado promove em em a adsor<;:oo sua excre~oo. O carvoo ativado deve ser utilizado em crian<;:as e de 309 em adultos. do nas ESPECífiCAS Atropina: Seu uso é essencíal; bloqueía os efeítos Apresentac;oo: Ampolas de 1 m I com O,25mg Vía de admínístrac;oo: endovenosa. Doses em adultos: 2 a 4mg a cada 5 ou lO minutos. Doses em críanc;as: O,O5mg/Kg a O, 1 mg/Kg. da acetílcolina. ou O,5Omg. Pralidoxima (mesilato}: Apresentac;oo: caixa com 5 frascos -200mg cada. Esse antídoto específico é fabricado pela Rhodiafarma@ (Fone: 0800-1123001 com o nome:comercial Contrathion@. Via de administrac;oo: preferencialmente endovenosa. Indicac;oo: como reativador da acetilcolinesterase nos intoxicac;oes por Organofosforados. -10- Aten<;ao: nas intoxica<;6es por Organofosforados a pralidoxima é pouco efetiva quando a acetilcolinesterase se apresenta fosforilada ("envelhecida"), normalmente após 24 horas. Contra-indica<;ao: pacientes com miastenia gravis. Na presen<;a de intoxica<;ao por Carbaryl@. Prepara<;ao: cada frasco contém o produto liofilizado onde se deve adicionar 1 Oml de soro glicosado isotonico ou fisiológico. Doses: sao administradas durante 5 a 10 minutos, ou infusao contínua, em 1OOml de soro fisiológico, durante 15 a 30 minutos. ADULTO: 1-2g (nao exceder 200mg/minuto). CRIAN<;:A: 20-40mg/Kg. (nao exceder 4mg/Kg/minuto); máximo de 1 g por dose. Pico plasmático e efeitos: 5-15 minutos. Meia-vida: 1-3h. Excre<;ao: renal. Manuten<;ao da terapia: as doses podem ser repetidas em 1 hora, se necessário até 2-3 vezes/dia conforme o quadro clínico, ou mais (casos muito severos). Dose máxima diária em adulto 12g/dia, podendo ser mantida infusao contínua de 500mg/hora. Pontos importantes que devem ser considerados: -Usar simultaneamente atropina e pralidoxima para maior eficácia terapeutica; -o uso profilótico da atropina nao é recomendado; -A pralidoxima nao substitui a atropina; -Nao havendo disponibilidade de pralidoxima manter o paciente atropinizado; -Estar preparado para tratamento prolongado; -A terapeutica com atropina e pralidoxima deve ser mantida enquanto houver sinais de inibi<;:ao da acetilcolinesterase; -Apás 48 horas de utiliza<;:ao, a atropina e a pralidoxima podem ser espa<;:adas de acordo com a evolu<;:ao clínica; -Casos graves sem adequada atropiniza<;:ao e suporte ventilatário tem chances nulas de sobrevivencia; -Pacientes intoxicados por Organofosforados necessitam de grandes doses de atropina. Em casos graves, podem ser necessários mais de SOmg de atropina em 24 horas; -Somente utilizar a pralidoxima com o paciente sob atropiniza<;:ao máxima; -Doses muito elevadas de pralidoxima podem agravar o bloqueio neuromuscular causado por Organofosforados; -A correta utiliza<;:ao da atropina, segundo a experiencia do CIT, é um fator que modifica o prognástico clínico de pacientes intoxicados por inibidores acetilcolinesterase; -Estadiar as doses de atropina de acordo com a res posta clínica. seguintes parQmetros em coniunto: .diminui<;:ao de secre<;:ao bronquica; .aparecimento de rubor facial; 1 Avaliar da os .aumento do diometro luminoso. -A retirada da atropina pupilar, com pupilas deve ser cuidadosa responsíveis e após progressivo de doses; -Se surgirem manifestac;:6es colinérgicas, a terapeutica -A interrupc;:oo brusca da atropina pode determinar ao estímulo espac;:amento deve ser reinstituída; a morte por edema pulmonar ou falencia respiratória; -A dose de atropina, em casos de longo tratamento, poderó ser calculada para 12 horas e administrada continuamente por via endovenosa através de bomba de infusoo; -Pacientes com história de exposic;:oo ocupacional liberados após observac;:oo envolvendo Organofosforados sintomatologia 6.4 podem ser após 24 horas da exposic;:oo. CONDUTAS Gerais: -Manter e assintomóticos por 6 a 8 horas. Atenc;:oo para intoxicac;:6es lipossolúveis: esses produtos podem promover COMPLEMENTARES a ventila<;:co adequada; -Monitoramento cardiorrespiratório; -RX de tórax; -Controle hidroeletrolítico (somente repor perdas pelo risco de edema pulmonarJ; -Avaliar fun<;:6es renal e hepática; -Diazepan (indicado -Medidas sintomáticas em todos os casos a partir de moderada gravidadeJ; e de manuten<;:co. Específicas para Organofosforados: Diálise/hemoperfus60: n60 560 indicadas devido ao grande volume de distribuic;:60 dos Organofosforados; Diurese forc;:ada: n60 é efetiva. 6.5 CONTRA-INDICA~ÓES -Depressores (Organofosforados do Sistema Nervoso Central (opióceos, e Carbamatos) barbitúricos) potencializam a depressoo respiratória; -Teofilina e aminofilina podem induzir arritmias; -Substancias que podem potencializar efeitos devido a intera<;6es: succinilcolina, fenotiazinas, anestésicos, esmolol, clordiazepóxido, estimulantes centrais; -Acidifica<;oo da urina na intoxica<;oo por Organofosforados; -Uso de catórticos oleosos é contra-indicado, pois eles favorecem do agrotóxico. -12- a absor<;oo 7.1 DETERMINA~¡O DA ATIVIDADE A determina<;:6o da atividade Esta anó\ise e disponibilidade, acetilcolinesterase sangüíneos, Material total. plasmótica. porém biológico Em crian<;as plasma pode Acondicionamento: soro: chamada laboratários (soro, para quando de ensaio enviar colher colhido fluoretos nao seco, método. 5ml de sangue pode ser 1 ml. O com HEPARINA ou oxalatos podendo bem de da nos eritrácitos este de sangue da acetilcolinesterase, se possível, também plasma): o volume análise tubo a facilidade determina<;:6o disponibilizam a base de citrato, usar de de processado enzimática Remessa devido sendo com até 10 anos, ser utilizado é urna anólise quantitativa. no soro ou plasma, Pode ser realizado poucos EDTA. Os anticoagulantes atividade da acetilcolinesterase é feita normalmente execu<;:6o DA ACETILCOLINESTERASE ou inibem a ser utilizados. vedado. o soro já separado. Nao enviar na serlnga. Condi~óes ser realizada de armazenamento: refrigerado dentro de 12h após a coleta, a 4°C. Se a anólise separar o soro e congelar nao puder a menos 18°C. Estabilidade anólise da amostra: O tempo deve ser o menor possível entre a coleta devido e o processamento Identifica~áo: identifique data e hora da coleta, anólise toxicológica 7.2 e nome do médico OUTROS INDICADORES da da acetilcolinesterase. de procedencia, para contato a amostra a reativa<;oo com o nome do paciente, idade, solicitada, local telefone solicitante. BIOLÓGICOS Além da determinac;ao da atividade da acetilcolinesterase, existem outros indicadores biológicos que podem ser utilizados para avaliar a intoxicac;ao por Organofosforados e Carbamatos. Do ponto de vista prático, porém, nao sao utilizados para confirmac;ao do diagnóstico. -A determinac;ao dos Organofosforados em amostra de sangue é difícil, devido a problemas de hidrólise. 13 - -A quantificaC;ao Carbamatos dos produtos na urina apresenta para a análise. É recomendável acetilcolinesterase. -A determinaC;ao 7.3 algumas Além disso, o resultado, da exposiC;ao. de neuropatia de biotransformac;ao limitac;oes, isoladamente, dosar, dos Organofosforados como o tempo nao avalia simultaneamente, da esterase neurotáxica e necessário a intensidade a atividade é uma prova útil apenas da para estudos tardia. PERIODICIDADE DA DETERMINA~Ao DA ACETILCOLINESTERASE Intoxica~ao aguda: a monitoriza<;:ao diária da atividade enzimática, nos quadros de intoxica<;:ao por Organofosforados, nao influencia, decisivamente, na conduta a ser utilizada no tratamento. As dosagens de acetilcolinesterase devem ser espa<;:adas, pois nos casos de intoxica<;:ao aguda grave existe dissocia<;:ao entre a melhora do quadro clínico e as dosagens laboratoriais de acetilcolinesterase. A normaliza<;:ao da atividade enzimática depende da sua biossíntese hepática. Nos casos de intoxica<;:ao aguda por Organofosforados, na ausencia de reativadores (oximas), a recupera<;:ao da acetilcolinesterase plasmática ocorre dentro de 15-30 dias. Intoxica~áo recomenda-se cronica adotar Trabalhadores expostos (para a seguinte fins de vigilancia ocupacional): periodicidade em termos de análise: a alto risco (ex.: pilotos da acetilcolinesterase a cada 8-15 dias. Trabalhadores expostos a risco moderado: agrícolas): dosar a atividade dosar a acetilcolinesterase 6 meses. Agricultores expostos, desinsetizadores profissionais agrotóxicos em lavouras devem realizar controle periódico acetilcolinesterase segundo a NRl (Programa de Controle a cada e aplicadores da atividade Médico de da de Saúde Ocupacional). 7.4 FATOREs QUE INFLUENCIAM PARAMETROs DE ATIVIDADE HA NORMALIZA~ÁO DOS DA ACETILCOLINEsTERAsE -Diferenc;:as estruturais entre Carbamatos e Organofosforados; -Características próprias dentro desses mesmos grupos; -Características próprias de cada indivíduo. A recuperac;:aoda inibic;:ao produzida por Organofosforados nao é progressiva, variando de indivíduo a indivíduo. 7.S INTERPRETA~Ao ATIVIDADE DAS PROVAs DE DETERMINA~Ao DA DA ACETILCOLINEsTERAsE Nos intaxica<;6es por Carbamatos, da acetilcolinesterase devem I as provas de determina<;oo da atividade ser interpretadas -14- com cautela, pois a inibi<;oo J é, de modo geral, rapidamente reversível. O diagnóstico de intoxica<;ao aguda deve ser baseado principalmente na história e no quadro clínico e nao deve ser excluído apenas pelo achado de urna atividade enzimótica normal. A atividade enzimótica da acetilcolinesterase nao correlaciona-se necessariamente com a melhora do quadro clínico e nao pode ser utilizada isoladamente como parometro para suspensao do tratamento específico. Deve-se ter presente que a faixa de valores normais para a acetilcolinesterase plasmótica depende do método analítico empregado. O laboratório responsóvel pela anólise deve fornecer os paro metros de normalidade da metodologia empregada. Para exemplificar citaremos valores de um //kit// comercial disponível no mercado que utiliza o iodeto de butiriltiocolina como substrato no Quadro 5. Quadro 5 -Valores 7.6 FATORES normais QUE de acetilcolinesterase INFLUENCIAM plasmática NA (a 25° ATIVIDADE C) DA ACETILCOLINESTERASE Muitos fatores influenciam no atividade da acetilcolinesterase (Quadro 6 e 7), e devem ser cuidadosamente pesquisados para a correta interpretac;:oo dos resultados laboratoriais. Destes podemos citar: alterac;:6es de func;:oo hepática, variac;:6es individuais como estado nutricional, idade, sexo, rac;:a, características gen éticas (aproximadamente 3% dos indivíduos possuem um nível baixo de acetilcolinesterase por fator gen ético), gravidez e diversas enfermidades que alteram (diminuindo ou aumentando) os níveis da atividade da acetilcolinesterase plasmático. Quadro 6 -Varióveis que aumentam a atividade -15 - da acetilcolinesterase Quadro 7.7 7- Varióveis que diminuem LABORATÓRIOS a atividade ESPECIALIZADOS da acetilcolinesterase EM ANÁLISES TOXICOLÓGICAS No Estado do Rio Grande do Sul muitos laboratórios realizam a quantifica<;:oo da acetilcolinesterase. O Centro de Informa<;:oo Toxicológica possui laboratório especializado em análises toxicológicas com moderna tecnologia de processamento de análises e equipe técnica qualificada. o Centro de Informa<;:ao Toxicológica do Rio Grande do Sul presta assessoria e orienta<;:ao técnica em casos de acidentes tóxicos a profissionais de saúde e ao público em geral. Possui uma equipe multidisciplinar de profissionais (médicos, químicos, veterinórios, farmaceuticos, 'biólogos, bibliotecórios) e estagiórios. Funciona em regime de plantaD permanente prestando atendimento telefonico . Possui \aboratório para anólises toxicológicas, biblioteca especializada em toxicologia, faz identifica<;:ao de animais e plantas e promove cursos e palestras. 16- 1. ASSOCIA<;:Ao BRASILEIRAPARA PREVEN<;:Ao DE ACIDENTES Informativo 2 3. 4. Seguran~a e Medicina do Trabalho Rio de Janeiro, [ 199-] BENITZ, W. E.; TATRO, D. S The Pediatric Drug Handbook 3g ed BOEHRINGER MANNHEIM Cholinesterase France, abr 1992 BURGER, M. Plaguicidas. In KORC, E F. de Patología Toxicológica 5. 1992. P. 171-224 COREY O., Germán; Henao H" Samuel Plaguicidas Inhibidores sobre Legisla~áo de Sl Louis Masby, 1995 653p. Montevideo Oficina del Libro de las Colinesterases 8. 9. México: Centro Panamericano de Ecologia Humana y Salud, 1991 (Serie Vigilancia, 11 ) DUNCAN, B. B et al Medicina Ambulatorial condutas clinicas em atenl'ao primária 2g ed. Porto Alegre Artes Médicas, 1996 854p ELLENHORN, M 1 Ellenhorn's Medical Toxicology. diagnosis and treatment of human poisoning. 2g ed. 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