O Aldicarb e o "Chumbinho" Profª Drª Sony de Freitas Itho Médica - Toxicologista Histórico Aldicarb Síntese em 1965 Distribuição nos EUA: 1970 - Temik® Autorização: uso agrícola (>40 safras) Culturas: banana, algodão, feijão, citros, batata, batata-doce, beterraba, milho, cebola, soja, amendoim, cana-de-açúcar, café e plantas ornamentais Proscrito: uso doméstico (casa/jardim) Aplicação direta no solo Classificação Aldicarb Grupo: carbamatos Sintéticos, derivados de ésteres do ác. Carbâmico, alta eficiência praguicida, baixa ação residual, baixa toxicidade a longo prazo, amplo espectro de uso Uso: inseticida, acaricida e nematicida Aldicarb Doses relacionadas-humanos Provável DL50VO= 5,0 mg/kg 0,05 mg/kg: dose oral mais alta sem sintomas 0,025 mg/kg: significante inibição colinesterase, sem sintomas 0,10 mg/kg: aparecimento de sinais e sintomas colinérgicos 0,26 mg/kg: intoxicação aguda, necessário tratamento Toxicocinética Aldicarb Absorção Altamente tóxico VO, dérmica, inalatória Fácil e rapidamente absorvido TGI Distribuição Distribuído por tecidos e órgãos Nenhuma tendência à acumulação Não atravessam bem a barreira hematoencefálica Atravessam barreira placentária: ratos/coelhos - depressão colinesterase > fetos que mães Toxicocinética Aldicarb Metabolização Biotransformação hepática. Envolve: Hidrólise do éster carbamato Oxidação do enxofre: sulfóxido e sulfona Sofre recirculação entroepática (26% da dose apareceu na bile em 24h). Metabólitos biliares são reabsorvidos no intestino e excretados na urina Excreção Principal via: urinária 90% sulfóxido 40%, oxima 30%, outras combinações polares 30% Restante: fecal, ar expirado Aldicarb Biotransformação Aldicarb o x i d a ç ã o hidrólise LENTA RÁPIDA Aldicarb Sulfóxido DL=0,9 mg/kg Aldicarb Sulfona DL=24 mg/kg Aldicarb oxima Aldicarb nitrila Compostos com pouca ou nenhuma atividade inseticida ou toxicidade Atividade colinesterásica 76 vezes maior. O principal responsável pelo controle de pragas 25 vezes menos tóxico. Persistente, permite o controle das pragas >8 semanas Intoxicação Aldicarb Aguda – relatos em: Humanos e Animais Meio ambiente: água, ar, solo Circunstância: acidental, ocupacional e Intencional (TS) Crônica Mutagenicidade: negativo Terato/carcinogênico: não classificado Neurotoxicidade tardia: não produziu Efeitos reprodutivos: não considerado Temik Estrutura Apresentação única: granular Gesso Aldicarb (150g/kg) 15% de material ativo Agente ligante Grafite Estrutura Sony Itho© Temik Tecidos nervosos e receptores afetados Fibras pósganglionares parassimpáticas Receptores muscarínicos Fibras simpáticas e parassimpáticas Receptores nicotínicos Locais afetados Manifestações Gl exócrinas Sialorréia, lacrimejamento, sudorese Olhos Miose, visão borrada, hiperemia conjuntival TGastrintestinal Nausea, vômito, diarréia, tenesmo, dor abdominal, cólicas, incontinência fecal Sistema Respiratório Hipersecreção brônquica, rinorréia, broncoespasmo, sibilos, dispnéia, tosse, cianose, opressão torácica, EAP Sist CVascular Bradicardia, hipotensão Ap urinario Aumento frequencia urinária, incontinencia Sist CVascular Taquicardia, hipertensão arterial, palidez Músculoesquelético Cãimbras, tremores, fasciculações, paralisia, fraqueza muscular Sistema Nervoso Central Receptores muscarínicos e nicotínicos Sonolência, letargia, cefaléia, coma, tremores, ataxia, confusão mental, fadiga, convulsões, depressão respiratória e CV Diagnóstico das intoxicações História clínica Presença de grânulos na lavagem gástrica Manifestações clínicas colinérgicas Resposta à atropina Tratamento da crise aguda Manutenção das funções vitais Secreções, oxigenação, IOT, controle das convulsões, ventilação mecânica Correção dos distúrbios colinérgicos Atropina Medidas de descontaminação Cutânea, ocular, gastrintestinal Medidas de suporte Prevenção das complicações