11 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - UNIPÊ PRÓ – REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO COORDENAÇÃO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO TELMO FELIPE LISBOA LOPES ESTRATÉGIAS PARA FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES NA EMPRESA CALZATURE JOÃO PESSOA - PB 2008 12 TELMO FELIPE LISBOA LOPES ESTRATÉGIAS PARA FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES NA EMPRESA CALZATURE Monografia apresentada ao Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador: Prof. Esp. Oscar Stephano Coutinho JOÃO PESSOA - PB 2008 13 L864c LOPES, Telmo Felipe Lisboa. Estratégias para fidelização de clientes na empresa Calzature. /Telmo Felipe Lisboa Lopes. João Pessoa, 2008. 58 f Monografia de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) – Centro Universitário de João pessoa/UNIPÊ. 1. Estratégias. 2. Vendas. 3. Marketing 4. Fidelização I Título CDU: 658.811 14 TELMO FELIPE LISBOA LOPES ESTRATÉGIAS PARA FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES NA EMPRESA CALZATURE Monografia apresentada ao Centro Universitário de João Pessoa –UNIPÊ, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração. Aprovada em / / 2008. BANCA EXAMINADORA _______________________________________ Professor Esp. Oscar Stephano Gonçalves Coutinho Orientador - UNIPÊ _______________________________________ Professor Esp.Samuel Von Laer Norat Examinador - UNIPÊ _______________________________________ Professor Ms. Márcio Reinaldo de Lucena Ferreira Examinador - UNIPÊ 15 Aos meus pais, irmãos e família, dedico. 16 AGRADECIMENTOS Ao meu Criador, Deus, por sempre me seguir e guiar pelos melhores caminhos. Aos meus pais, Telmo e Fátima, pelo apoio constante em todo momento da minha vida, me proporcionando instrumentos para que pudesse crescer tanto como homem, como profissional. Ao meu irmão, Thiago, pela ajuda na tradução do resumo, e minha querida irmã Taísa por ser essa pessoa tão especial. A minha namorada, Nathalya, por me ajudar e incentivar na conclusão deste árduo trabalho. Ao meu orientador, Professor Oscar Stephano Coutinho, pela paciência e dedicação, ajudando a transformar este estudo em uma obra de excelente qualidade e com um rico conteúdo. A minha professora de monografia, Maria Nilza, que durante um ano de construção deste trabalho me ajudou bastante na correção do mesmo. A todos os professores do UNIPÊ, com quem tive o prazer de aprender essa arte de administrar, em especial Alysson, professor de economia, que me deixou fascinado por esse estudo. Ao Sr. Pedro, pela excelente ajuda na formatação deste trabalho. A Sra. Joseane, pela correção gramatical deste estudo monográfico. Aos funcionários do UNIPÊ, que estão sempre prontos para nos ajudar em qualquer fase do nosso curso. Aos professores das duas únicas escolas onde estudei, Pinocchio-Visão e Pio XI Bessa, que facilitaram minha entrada na universidade. Aos meus queridos amigos de turma, Xandim, Negão, Sabirila, Jorgim, Padilha, o Mago, Daniel, Oliveira, Sabrina, Nadja, Nathalya, Marília, Cris e Stropp, que adorei conviver todos esses anos com vocês, nas farras, estudos, viagens e provas. Irei sempre lembrar com alegria e otimismo dessa turma maravilhosa. Aos funcionários, diretores e demais responsáveis pela Calzature, pelo auxílio recebido para consecução desse trabalho. 17 1ª regra - O cliente tem sempre razão. 2ª regra – Se o cliente alguma vez estiver errado, leia a regra nº 1. Rolim Adolfo Amaro 18 LOPES, Telmo Felipe Lisboa. ESTRATÉGIAS PARA FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES NA EMPRESA CALZATURE 2007. 58 f. Monografia (Graduação em Administração) Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ. RESUMO O presente trabalho, sob a forma de um estudo de caso, tem como teve como objetivo geral analisar as estratégias de fidelização de clientes na gestão da empresa Calzature, loja de calçados e acessórios situada na cidade de João Pessoa. De modo específico, buscou-se identificar as estratégias utilizadas na empresa para fidelizar clientes, verificar quais os fatores determinantes da fidelização de clientes e demonstrar os resultados conseguidos através das estratégias de fidelização utilizadas pela Calzature. Para conseguir alcançar tais objetivos, o estudo se baseou em fundamentos teóricos que buscaram na literatura existente em livros, artigos e outros documentos, informatizados ou escritos. Esses fundamentos tomaram como base assuntos referentes a planejamento estratégico, conceitos, estratégias e ferramentas de vendas, buscando também entender o comportamento do consumidor e as ferramentas utilizadas pelo marketing de vendas e relacionamento. Por ter como foco estratégias de fidelização, dedicou-se mais nos itens referentes à fidelização de clientes, externos e internos. A metodologia aplicada para o estudo de caso foi caracterizada como descritiva, documental, utilizando a abordagem qualiquantitativa. O estudo teve como população os clientes cadastrados na empresa Calzature no decorrer de um mês, sendo a amostra composta por um percentual em torno de dez por cento dessa população. Foram utilizados dois instrumentos para coleta de dados, um questionário com perguntas fechadas e uma entrevista semi-estruturada. A análise dos dados coletados constante do Capítulo 4, apresenta os resultados em gráficos e a entrevista sob a forma narrativa. Nas considerações finais, fala-se das facilidades encontradas, não havendo referências a dificuldades, apresentam-se sugestões para funcionários da empresa e para acadêmicos, considerando que os resultados foram plenamente atingidos. A pesquisa se encerra com a lista de referências e a transcrição dos dois apêndices utilizados. Palavras - chave: estratégias. Vendas. Marketing. Fidelização. 19 LOPES, Telmo Felipe Lisboa. STRATEGIES FOR LOYALT OF CUSTOMERS IN THE COMPANY CALZATURE. 2007. 58 f. Monograph (Graduation in Administration) Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ. ABSTRACT This work, as a case study, has as aims to analyse the strategies of loyalty of customers in the management of the company Calzature, a store of shoes and accessories located in João Pessoa. Trying to identify the strategies used by the company to loyalty the customers, see which factors determining the loyalty of customers and demonstrate the results achieved by the strategies used by the loyalty of Calzature. To achieve these objectives, the study was based on theoretical grounds that sought in literature in books, articles and other documents, computer or written. These grounds have taken as a basis for strategic planning, concepts, strategies and tools for sales, seeking also understand consumer behavior and the tools used by marketing and sales relationship. As the main thing is the strategies of loyalty, it dedicated more on items concerning the loyalty of customers, external and internal. The methodology applied to the case study was characterized as descriptive, documentary, using the approach of quality and quantity. The study population was the customers registered in Calzature in the course of a month, and these studies are composed by a percentage around ten percent of the population. It was used two instruments for collecting data, a questionnaire with closed questions and an interview semi-structured. The analysis of data collected in Chapter 4, presents the results in graphics and interviews in the narrative form. In closing comments, it talks about the facilities found, with no reference to difficulties, present themselves suggestions for officials of the company and for scholars, considering that the results fully had been reached. The research locks up with the list of references and the transcription of the two used appendices. Keywords: strategies. Sales. Marketing. Loyalty. 20 LISTA DE FIGURAS FIGURA 01 – Organograma........................................................................... 35 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 01- Sexo dos entrevistados ............................................................ 39 GRÁFICO 02- Idade dos entrevistados ........................................................... 39 GRÁFICO 03- Grau de Escolaridade... ........................................................... 40 GRÁFICO 04- O que lhe atraiu a realizar sua primeira compra na empresa Calzature?................................................................................. 41 GRÁFICO 05- O que lhe faz retornar a empresa Calzature?............................ 42 GRÁFICO 06- Qualidade do produto e Exclusividade na marca..................... 43 GRÁFICO 07- Atendimento e preços dos produtos ........................................ 44 GRÁFICO 08- Convites para lançamento, brindes e cartão de fidelidade ...... 45 GRÁFICO 09- Quantas vezes o (a) senhor (a) realizou compras na empresa Calzature nos últimos 12 meses?............................................. 46 21 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 10 2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 13 2.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO...................................................................... 13 2.2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE VENDAS................................................. 15 2.3 ESTRATÉGIAS E FERRAMENTAS DE VENDAS.............................................. 17 2.3.1 Comportamento do consumidor............................................................................ 18 2.3.2 Marketing de vendas e relacionamento ............................................................... 20 2.4 22 FIDELIZANDO CLIENTES ................................................................................... 2.4.1 Fidelizando clientes internos ................................................................................. 25 2.4.2 Fidelizando clientes externos ................................................................................ 29 3 METODOLOGIA .................................................................................................. 32 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .................................................................. 32 3.2 PROBLEMÁTICA .................................................................................................. 33 3.3 OBJETIVOS ............................................................................................................ 33 3.3.1 Objetivo Geral ........................................................................................................ 33 3.3.2 Objetivos Específicos ............................................................................................. 3.4 34 CAMPO EMPÍRICO ............................................................................................... 34 3.4.1 Organograma ......................................................................................................... 35 3.5 UNIVERSO E AMOSTRA ..................................................................................... 35 3.6 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ........................................................ 36 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS PESQUISADOS ................. 38 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 49 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 51 APÊNDICES ...................................................................................................................... 54 APÊNDICE A – Questionário aplicado para avaliar o grau de satisfação do cliente externo da empresa Calzature.............................................................................................. 55 APÊNDICE B - Entrevista apresentada ao Gerente e ao Supervisor de vendas sobre estratégias aplicadas e sugestões para aumentar o grau de fidelização dos clientes ........... 57 10 1 INTRODUÇÃO Este trabalho, caracterizado como um estudo de caso, teve como estratégias para sua elaboração a pesquisa bibliográfica, a aplicação de questionário e a entrevista semi-estruturada, visando analisar a posição atual de uma empresa em relação à fidelização de seus clientes, a fim de que, a partir do levantamento dessa situação, se pudesse elaborar um planejamento adequado para se conseguir, em curto prazo, aumentar o nível de fidelização de sua clientela. Contextualizado o problema, efetuou-se um levantamento analítico do que existe de mais importante na literatura, optando-se por analisar conceitos de planejamento estratégico, estratégias e ferramentas de vendas, principalmente naquilo que diz respeito ao relacionamento com o consumidor, procurando entender seu comportamento na hora da compra, e que estratégias podem ser utilizadas para conseguir a sua fidelização. O planejamento estratégico é o ponto fundamental para se implementar qualquer programa de elevação de vendas, e essa meta só pode ser conseguida se houver realmente uma preocupação de todos os níveis hierárquicos da empresa. Sem um planejamento adequado, com base em estratégias concretas, nenhuma atividade gerará um grau desejado de eficiência, e por conta desse fato é que se considera o planejamento como a verdadeira essência da gestão, qualquer que seja o porte, o ramo e o nicho de mercado. Não se pode esperar um bom desempenho em vendas sem que haja esse planejamento e sem que estratégias de marketing a elas sejam atreladas. A utilização em larga escala dos conceitos de vendas e marketing de relacionamento por parte dos profissionais é que levam as pessoas a decidirem pela aquisição de um produto. É evidente que existem outras razões para essa decisão de compra e a literatura é rica em apresentar tais razões. Para que a venda seja realizada, é preciso que existam necessidades e desejos latentes, de um lado, e formas de satisfazê-los de outro. Somente através de um planejamento adequado é possível precaver-se contra as eventualidades futuras, adequando a empresa ao nível de atividades necessárias. Esse planejamento contribui para a redução de custos, porque as operações passam a ser estabelecidas dentro dos padrões de racionalidade e de eficiência, assim aproveitando melhor as disponibilidades existentes. Essa função de planejar deve ser exercida com base em previsões de fatos concretos. Ao administrador, cabe compilar dados, analisá-los, informar-se a respeito de vários setores. 11 O planejamento na área de vendas é fundamentado a partir dos objetivos empresariais, os quais devem analisar as situações internas e externas, prever o que pode acontecer, preparar-se para atender e executar essa previsão e controlar a execução de tarefas, para que tais objetivos sejam alcançados. Para se ter uma melhor compreensão do que venha a ser planejamento de vendas, cumpre determinar a forma como as empresas, de modo geral, fazem planejamento. Atualmente, num mercado extremamente concorrido, a busca do lucro exige um exercício diário que envolve vários fatores, como o conhecimento do público-alvo de cada loja, negociação profissional com os fornecedores, aumento do giro dos produtos, distribuição correta dos mesmos e política de preços coerentes com a realidade do mercado. Portanto, de nada adiantará o planejamento, o treinamento da equipe de vendas, e a estruturação física da empresa, se não forem tomadas providências no sentido de atrair os clientes, através de estratégias de marketing, entre as quais se destaca o marketing de relacionamento, normalmente efetuado na etapa pós-venda, a qual muitos empresários teimam em esquecê-la, não acreditando que ela seja a etapa ideal para fidelizar clientes. Fidelizar clientes passa a ser, então, condição primordial para a sobrevivência das empresas. Sem clientes fiéis a empresa sofrerá grandes impactos em seu negócios e poderá sucumbir. Se é comum considerar que clientes satisfeitos são a alma de qualquer negócio bemsucedido, clientes fiéis são essenciais para a sustentação da liderança no negócio. O difícil é evoluir de clientes meramente satisfeitos para clientes absolutamente fiéis, porque muitas empresas acham que é suficiente fornecer produtos e serviços continuamente melhorados, preços competitivos ou proporcionar programas de benefícios para usuários freqüentes e descontos preferenciais. Nada disso porém, aumenta a fidelidade do cliente a longo prazo, porque a maioria desses enfoques não está centralizada no cliente como indivíduo ou na sua definição individual de valor, isto é, o cliente tem sido tratado apenas como um elemento comum. Desse modo, entende-se que este trabalho acadêmico buscou apresentar as idéias centrais avalizadas por diversos estudiosos do assunto, em sua fundamentação teórica, e está estruturado em capítulos. A sua fundamentação encontra-se no Capítulo 2, que envolve planejamento estratégico, considerações, estratégias e ferramentas de vendas, um estudo sobre o comportamento do consumidor e marketing de relacionamento, apresentando também itens sobre fidelização de clientes. 12 O terceiro capítulo trata da metodologia aplicada para elaboração do estudo, caracterizando a pesquisa, informando a questão-problema, campo empírico, instrumento de coleta de dados, universo e amostra. O quarto capítulo é considerado como a essência do trabalho, vez que ali se apresentam a análise e a discussão dos resultados pesquisados, o qual é seguido por considerações finais, que comentam facilidades e dificuldades encontradas, sugerem ações e estudos sobre o tema. Há, no final, uma listagem das obras que foram utilizadas como fonte literária da pesquisa, bem como um apêndice que contém o questionário e a entrevista aplicados. Esperamos contribuir com o enriquecimento do saber científico e nas pesquisas dos mais variados cursos acadêmicos, principalmente na área de administração. 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO Este trabalho pretendeu buscar meios para criar estratégias que permitissem a implantação de um programa de fidelização na empresa objeto do estudo. Para isso, efetuou-se uma pesquisa bibliográfica, através da leitura de diversos autores, em bibliotecas ou a partir da rede mundial de computadores. A pesquisa buscou entender comportamentos de clientes e funcionários, determinando pontos fortes e fracos a serem trabalhados, a partir de um planejamento adequado, do entendimento da importância da motivação no ambiente de trabalho e da necessária preparação para o exercício de vendas, adequadamente voltadas para a satisfação e posterior fidelização desses clientes. 2.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Planejar tem que ser entendido como uma condição sem a qual nenhuma meta poderá ser atingida. Por isso, o administrador de uma empresa, qualquer que seja o nome pomposo que lhes seja dado diretor, superintendente, supervisor gerente terá que ser um planejador capaz de moderar a sua excessiva luta apenas pelo lucro do trimestre e gastar parte do seu tempo imerso num processo que lhe indique como se antecipar às tendências sociais e fazer as coisas acontecerem sob a menor incerteza possível. Moreira (2004, p. 13-14) afirma: o planejamento estratégico define a filosofia básica da organização no que tange às suas atividades, determina os produtos e/ou serviços a serem oferecidos e trata do planejamento para aquisição e alocação de recursos críticos como tecnologia e pessoal tanto para implementar o plano como para avaliar os seus impactos. Um bom planejamento estratégico assegurará, com certeza, uma gestão também estratégica, controlada, ordenada e bem direcionada, como bem mandam as funções essenciais da moderna administração. Uma estratégia é definida para uma empresa – e não uma ciência destinada a todas as empresas – de acordo com a sua necessidade e disponibilidade de recursos humanos e financeiros (CHIAVENATO, 2000). Segundo Kotler (2000, p. 86), o planejamento estratégico orientado para o mercado é um instrumento que se habilita através de um “processo gerencial de desenvolver e manter um ajuste 14 viável entre objetivos, habilidades e recursos de uma organização e as oportunidades de um mercado em contínua mudança. O objetivo do planejamento estratégico é dar forma aos negócios e produtos de uma empresa, de modo que eles possibilitem os lucros e crescimentos almejados”. O planejamento estratégico tornou-se o foco de atenção da alta administração nas empresas, porque se volta para as medidas positivas que elas poderão tomar para enfrentar ameaças e aproveitar as oportunidades encontradas em seu ambiente. Empresas de todos os tipos estão concluindo que essa atenção sistemática à estratégia é uma atividade muito proveitosa. Obviamente, todas as empresas, sejam elas pequenas, médias ou grandes, atuem como distribuidoras ou fabricantes, ou como instituições financeiras ou sem finalidade de lucro, todos os tipos de organizações devem decidir os rumos que sejam mais adequados aos seus interesses. No Brasil, mesmo existindo empresas que utilizam a metodologia do Planejamento Estratégico, ainda pairam dúvidas sobre o que realmente este vem a ser e como deve ser formulado. A maior dúvida consiste numa acentuada tendência para a utilização dos termos “Planejamento Estratégico” e “Planejamento em Longo Prazo” como se fossem sinônimos (ALDAY, 2007, p. 10). O planejamento convencional sempre se baseou em projeções de crescimento para elevar a produção, efetivar as vendas e prever lucros. A partir dos anos 70 do século passado, como resultado de uma sucessão de ondas de choque, como a crise de energia, a inflação acima de 10%, uma paralisação econômica nunca vista e, principalmente, a concorrência japonesa, os estudiosos americanos passaram a utilizar o planejamento estratégico, definindo seus conceitos e criando suas ferramentas especiais, transformando, assim, aquele planejamento convencional, visando o enfrentamento de uma nova realidade, à qual as empresas, não somente dos Estados Unidos, sentiram necessidade de adaptarem-se. Casaroto Filho; Kopitke (1998 p. 288) afirmam que “o planejamento estratégico pode ser definido como um processo que consiste na análise sistemática da situação atual e das ameaças e oportunidades futuras, visando a formulação de estratégias”. Esse planejamento estratégico tem como objetivo fazer com que a empresa selecione e organize os seus negócios de modo a se manter estável e saudável, apta a enfrentar as turbulências que ocorrerem em qualquer um de seus departamentos específicos ou linhas de produtos. Oliveira (1999, p. 46) ensina que “o planejamento estratégico é conceituado como um processo gerencial que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com o seu ambiente”. 15 Otimizar relações exige estar atento às tendência s ou contingências – como sustenta a teoria administrativa respectiva – de mercado, pelo que se torna necessário que sejam definidas a missão e a visão da empresa, para dar-lhe uma identidade. Posteriormente, estabelecem-se os objetivos a serem atingidos, trançando as metas para o seu alcance, sendo que tais metas devem quantificar tanto a produção como o retorno financeiro esperado. Assim, cada empresa elabora sua própria estratégia de acordo com a sua necessidade e disponibilidade de recursos humanos e financeiros. Deste modo, uma empresa pode pensar em reduzir custos, outra irá em busca de inovações nos seus produtos, aquela outra opta por tentar aumentar sua participação no mercado, esta opta por manter os clientes existentes, sem perder de vista novos clientes. Seja qual for a denominação dada, tais como negócios, diretrizes, missão, filosofia, políticas gerais, o planejamento estratégico é fundamental para a definição da missão, dos fins e dos meios para que uma empresa consiga manter-se em um mercado globalizado. Amparadas no planejamento estratégico é que são aplicadas as funções básicas da administração, representadas pela sigla PODC: planejar, ordenar, dirigir e coordenar. A aplicação tempestiva dessas funções é dá ao administrador a exata compreensão do momento vivido pela empresa, permitindo-lhe, se for o caso, reformular o plano de metas estabelecidos, por inteiro ou por departamentos específicos, de modo a corrigir falhas, extinguir processos ou atividades, redimensionar metas, enfim, tomar as providências necessárias para que o planejamento efetivamente atinja seus objetivos pré-selecionados. 2.2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE VENDAS Para tornar um cliente fidelizado a uma determina marca ou às diversas marcas oferecidas pela empresa, esta terá que usar de estratégias de venda e de marketing suficientemente adequadas para o momento atual, globalizado por excelência, no qual a competitividade é enorme, e nem sempre os concorrentes agem com a lealdade. Como o foco de qualquer organização é sempre o cliente, a empresa terá que saber encantá-lo, e, para que isso aconteça, não bastam palavras bonitas, como nós pensamos em você ou fazemos tudo por você, pois a busca da fidelização do cliente é uma necessidade cada dia mais presente na vida das organizações, as quais deverão estar sempre estreitando o relacionamento cliente-empresa. Desse modo, é necessário que o administrador de empresas esteja sempre atento às diversas teorias administrativas e aos conceitos fundamentais de vendas, bens ou serviços, 16 especialmente focalizado em estratégias de marketing. No caso dessa procura de fidelização de clientes, o marketing de relacionamento se constitui em uma ferramenta essencial em suas atividades diárias. Toda organização empresarial que se dedique ao segmento comercial de mercado trabalha, evidentemente, com vendas de bens ou de serviços, ou seja, oferece-os ao seu consumidor sob determinadas condições e, se estas forem aceitas pelo mesmo, recebe valores financeiros em troca. E, para atingir esse objetivo, há que organizar seu departamento de vendas de acordo com as necessidades de seus consumidores. É importante lembrar que já de algumas décadas o consumidor brasileiro está se tornando cada vez mais exigente. Las Casas (1988, p. 35) já advertia: [...] o consumidor brasileiro está tornando-se cada vez mais exigente. Com a tendência ao maior consumismo, ele passar a exigir mais dos seus fornecedores. Além disso, existe maior conscientização do seu papel de consumidor. Nessa conjuntura, o departamento de vendas desempenha papel essencial na adaptação das empresas à tendência ao esclarecimento, orientação e informação aos clientes. O vendedor passa a ser um assessor e o departamento de vendas um prestador de serviços. O autor chama a atenção do leitor para o fato de que o vendedor, por estabelecer um contanto mais próximo com os clientes, é o elementos que tem melhores condições de informar as empresas sobre as tendências mercadológicas, cumprindo, assim, esse papel de assessoria. Para existir a venda, há uma necessidade de que certas condições sejam satisfeitas, isto é, devem existir pessoas com vontade de negociar. De um lado, haverá o poder aquisitivo e autoridade para comprar e, do outro, produtos e serviços, sendo cada parte livre para aceitar ou rejeitar a oferta. Tão importante como vender é administrar venda, pois esta é apenas compromisso de compra e venda sem grande valor legal, até que o cliente receba a mercadoria. A venda não é uma ciência e nem mesmo uma arte. O que ela exige é a aplicação de métodos adequados, acompanhados sempre de uma boa dose de criatividade (COSTA, 1998, p. 4). A organização empresarial pode vender bens ou produtos, serviços, e, em alguns casos, os dois ao mesmo tempo. Tudo que é tangível, palpável e têm como característica principal a durabilidade pode ser definido como produtos. Já serviços são produtos intangíveis, normalmente não duráveis e somente observáveis no momento de sua aquisição, já que em sua maioria encerra-se no ato de execução, como, por exemplo, um corte de cabelo e o ato de alimentar-se, que são atos presentes. Mas nada impede que o serviço também possa ser durável, como um contrato de telefonia móvel ou fornecimento de energia, durabilidade essa que depende do efeito que causa. Assim, um 17 serviço de telefonia móvel pode encerrar-se após o término do seu contrato, já um serviço de energia pode-se considerar como permanente. No caso de uma empresa comercial, a questão estar em oferecer estes bens ou estes serviços em condições capazes de superar a concorrência, vez que o cidadão brasileiro de há muito deixou de comprar por impulso, comprando a primeira coisa que lhe agrade, ao contrário, o cliente atualmente somente decide sua compra depois de uma exaustiva pesquisa. Fundamental é entender quais são as estratégias a serem adotadas, que ferramentas serão mais eficazes, que recursos técnicos, financeiros e humanos deverão ser utilizados. Desse modo, é preciso que a empresa efetue um planejamento adequado para atender tais objetivos. Entre estas estratégias e ferramentas, destacam-se o planejamento estratégico, as ferramentas de marketing e o comportamento dos consumidores. Porém, não se deve esquecer que o primeiro cliente a ser fidelizado é o funcionário da empresa, uma vez que é através deste que se conseguirá transformar o cliente ocasional em um cliente fiel. 2.3 ESTRATÉGIAS E FERRAMENTAS DE VENDAS Entenda-se que vender atualmente não é tarefa fácil. O vendedor não pode mais ser aquele do início do século passado, que passava uma mensagem muitas vezes decorada ao cliente e efetivava o negócio. Já em 1984 Las Casas advertia que entender vendas sem ter conhecimentos básicos de “marketing seria o mesmo que entender as condições especiais de algum seguro sem conhecer as suas condições gerais. Um assunto está relacionado com outro e o seu perfeito entendimento somente será possível com uma visão global da matéria” (LAS CASAS, 1984, apud LAS CASAS, 1988, p. 17). Cobra (1997, apud Costa 1998) cita a origem do termo marketing, dando-lhe uma definição simplificada. Para ele, marketing é “uma expressão anglo-saxônica que deriva da palavra mercari, do latim, que significa comércio ou ato de mercar, comercializar ou transacionar", o que reforça o fato de que vendas e marketing são inseparáveis. Atualmente, as pessoas estão muito mais preparadas para negociar. O consumidor, com certeza, já se dirige à loja sabendo o que quer, qual é o valor médio do produto no mercado, porque ele já fez essa pesquisa e, se não o fez, dificilmente ele irá comprar na primeira loja que entre, a não ser, é lógico, se for um cliente antigo, perfeitamente fidelizado. Muitas são as estratégias e as ferramentas auxiliares para execução de uma venda adequada, porém é necessário, de imediato, conhecerem-se as razões pelas quais as pessoas 18 consomem. Por exemplo, o consumidor recebe diariamente centenas de informações, sofrendo um verdadeiro bombardeio das estratégias utilizadas pelos gerentes de vendas e de marketing das empresas, ficando, assim, apto a escolher o que lhe serve, dentre uma enorme variedade de escolha de produtos, marcas, preços e fornecedores, e inúmeros pontos de compra. Portanto é muito importante entender o consumidor na hora da compra. Essas informações chegam muitas vezes de modo não desejado, através da mídia, em todas as suas formas. Porém, quando existe no cliente o desejo de compra, ele mesmo passará a fazer tal pesquisa, prestar atenção nas ofertas que mais lhe interessam, partindo, então, para um corpo a corpo, visitando várias lojas, até encontrar o produto desejado, nas condições que mais lhe agrade. 2.3.1 Comportamento do consumidor O consumidor é a figura mais importante em todo o processo empresarial. Sem ele, nenhuma empresa, de qualquer natureza, justificaria sua existência. Até as empresas públicas têm o seu consumidor final, que é o contribuinte. Assim, todas devem ter como foco o consumidor, dentro de uma lógica muito simples: não existe venda sem consumo. De um modo geral, as empresas investem muito em propaganda e estratégias de marketing para atrair os consumidores, os quais podem escolher grande variedade de bens e serviço. Estas estratégias utilizadas pelas empresas visam demonstrar a qualidade dos serviços ou produtos, com a finalidade de convencer os atuais consumidores, que são muito mais educados, exigentes e mais bem informados que os de alguns anos atrás. O processo de criação de consumidores é contínuo, mas, na verdade, constitui-se em um verdadeiro círculo vicioso: os consumidores vendem sua capacidade de trabalho e recebem dinheiro, com o qual pagam por bens e serviços. O governo arrecada impostos para adquirir bens dos mercados de recursos, produtores e intermediários e utiliza esses bens e serviços para oferecer serviços públicos. A economia de cada país, assim como a economia global, consiste em complexos conjuntos de mercados que interagem, ligados por processos de troca (KOTLER, 2000, p 31). A globalização força as empresas a se organizarem de forma diferente, tem grande influência no aumento de clientes e dos pontos de vendas e na quantidade crescente de fornecedores localizados em locais diversos. Com isso, aumentando as distâncias a serem percorridas e a complexidade operacional, que envolve, entre outras variáveis, diferentes 19 legislações, culturas e tipos de transportes, o que obriga a repensar os processos, inclusive no que diz respeito à logística. O administrador, bem como o vendedor, necessita estar atento às necessidades básicas das pessoas. Kotler afirma que “uma pessoa possui muitas necessidades em qualquer momento”. E complementa: algumas necessidades são fisiológicas; elas surgem de estados de tensão fisiológicos, como fome, sede e desconforto. Outras necessidades são psicológicas; elas surgem de estados de tensão psicológicos, como necessidade de reconhecimento, estima ou integração. Uma necessidade passa a ser um motivo quando alcança um determinado nível de intensidade. Um motivo é uma necessidade que é suficientemente importante para levar a pessoa a agir (KOTLER 2000, p. 194). Observa-se que os consumidores enfrentam, além de um bombardeamento cotidiano destas estratégias utilizadas pelos gerentes de vendas e de marketing de qualquer empresa, uma vasta variedade de escolha de produtos, marcas, preços e fornecedores, e, principalmente pontos de compra. Conforme Czinkota et al (2001, p. 151), o consumidor tem seu comportamento “determinado por muitos dos conceitos e processos psicológicos que o envolvem, tais como necessidades, desejos, percepção, aprendizado, motivação e atitude”. Os autores complementam: os consumidores usam todos ou alguns desses processos quando tomam decisões ao comprar (ou não comprar) um produto. As decisões de compra de artigos domésticos são, às vezes, tomadas por pessoas nos seus lares; em outras ocasiões, elas são tomadas coletivamente por grupo de pessoas, inclusive cônjuge ou filhos (CZINKOTA et al, 2001, p. 151). Durante as suas tomadas de decisões, os consumidores podem assumir o papel de compradores, de pagantes ou de usuários, e cada um desses papéis traz consigo escolhas de como e quanto gastar, que alternativa escolher, para que comprar e a quem comprar. São decisões tomadas por etapas, as quais são cumpridas de modo absolutamente natural, ou seja, muitas vezes de modo inconsciente. Diante desse fato, os estudiosos apresentam inúmeras etapas que pelo consumidor percorre nessa hora, entre as quais se destacam: a) reconhecimento do problema: começa com estímulos, que podem ser internos – que podem ser psicológicos ou físicos, ex: a fome – ou externos, que são as sugestões de mercado, estimuladas por estratégias de marketing, que levam o consumidor a identificar um problema; b) busca de informações: se a necessidade está 20 reconhecida, ele vai atrás de informações, e estas sofrerão influências sobre os diversos modos de resolver o problema. Normalmente começa-se pelas marcas mais conhecidas, obedecendo-se as fontes de informações, que incluem todos os meios disponibilizados, cuja campeã atual é a internet, podendo ser pessoais, através de amigos, parentes, conhecidos, colegas de trabalho e de estudo, e independentes ou organizações que avaliam ofertas dentro de certas categorias de produtos. Nessa busca, existe, ainda, a estratégia de busca que é um padrão de aquisição de informações que os consumidores usam para resolver os problemas de decisão; c) avaliação de alternativas: nessa etapa têm-se os modelos de escolhas, que podem ser compensatórios ou nãocompensatórios. No primeiro, o consumidor chega a uma escolha, considerando todos os atributos do produto, comparando os pontos fortes e fracos de cada um; d) a etapa da compra, que se dá após a avaliação das diversas alternativas, o que, em princípio, parece lógico, mas que é dividido em três sub-etapas: identificação da alternativa correta, formação da determinação de compra e à realização da compra, propriamente dita; e, por último, a experiência do pós-compra, onde o maior problema é que o comprador sente uma enorme necessidade de confirmar o acerto da compra efetuada, e os teóricos chamam essa sensação, essa necessidade de dissonância cognitiva, uma dúvida pós-compra (CZINKOTA, 2001, p. 151-158). O importante é frisar que o consumidor, como alvo de todas as estratégias de venda, deverá, ao final de todo o processo, ter uma satisfação completa em relação ao produto adquirido. Se esta satisfação não ocorrer, ele fatalmente será um consumidor que mudará de marca ou simplesmente não mais adquirirá aquele produto. 2.3.2 Marketing de vendas e relacionamento Conforme já observado, organizações em geral, e mais especificamente as organizações comerciais, têm se notabilizado por apresentarem uma propaganda ostensiva, aplicando as mais diversas estratégias de marketing, fato de fácil comprovação e facilmente explicável quando se trata de mercadorias de primeira necessidade, como é o caso de alimentos e vestuário. Segundo Kotler (2000, p. 30), “marketing é um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros”. O autor lembra que durante muito tempo utilizou-se uma definição gerencial para o marketing, a qual o definia como a arte de vender produtos, porém ele acredita que vender é apenas o ponto de partida do negócio, a ponta do iceberg. 21 Peter Drucker, citado por Kotler (2000, p. 30), assim expõe essa questão: pode-se presumir que sempre haverá necessidade de algum esforço de vendas, mas o objetivo do marketing é tornar a venda supérflua. A meta é conhecer e compreender tão bem o cliente que o produto ou o serviço se adapte a ele e se venda por si só. O ideal é que o marketing deixe o cliente pronto para comprar. A partir daí, basta tornar o produto ou o serviço disponível. Desse modo, entende-se que o marketing de vendas existe para influenciar o cliente, o qual, por dispor de uma necessidade, um desejo, tem nele um parâmetro para a escolha. Na verdade o marketing procura mostrar ao cliente que ele não precisa bater de porta em porta pesquisando, para adquirir o produto que deseja. Uma das definições mais completas de marketing é antiga e está em Las Casas (1987, apud Las Casas, 1988, p. 17-18): Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar os objetivos da empresa e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade. O fato é que para definir marketing seria necessário escrever verdadeiras coleções, avalizadas por diversos estudiosos de marketing, uma vez que, para cada tipo de negócio, haverá sempre uma estratégia diferente a ser defendida pelos “marketeiros” de plantão, sendo, pois, o assunto de um potencial tamanho que se torna inesgotável. Está comprovado que o marketing é uma ferramenta muito forte na comunicação, principalmente com o público externo, isto é, com o usuário final. O relacionamento com fornecedores e distribuidores tem a mesma importância. Nesse caso, é verdadeiro afirmar-se que esta intercomunicação entre as pessoas que interagem em um ambiente comercial serão influenciadas pelo marketing de relacionamento. Nos treinamentos de trabalhadores, é comum hoje em dia apresentarem-se conceitos de marketing pessoal, muito importante na hora de uma entrevista de emprego. Estas duas facetas do marketing tornam-se muito importante para aqueles que se dedicam ao segmento de mercado que trabalha com vendas. Kotler (2000, p. 35) esclarece que o marketing de relacionamento tem como objetivo “estabelecer relacionamentos mutuamente satisfatórios de longo prazo com partes-chave clientes, fornecedores, distribuidores -, a fim de ganhar e reter sua preferência e seus negócios no longo prazo”. O marketing de relacionamento tem como características principais enfatizar 22 relacionamentos com parceiros e clientes, e não com os produtos; dá uma ênfase maior à manutenção dos clientes antigos do que a arregimentação de novos; confia mais nos trabalhos de equipes institucionais do que nas equipes departamentais; e, principalmente, ouve mais do que fala e ensina (KOTLER, 2003, p. 134). Quando se persegue a fidelização de clientes, a falta desse tipo de marketing anulará quaisquer tentativas e possibilidades de torná-los fiéis à marca ou à loja. Sabe-se que o investimento em clientes inicia-se pelos que já existem, uma vez que é muito mais econômico reter clientes do que recuperá-los. Mesmo porque o cliente fiel tem uma capacidade muito grande de angariar novos clientes para as lojas, uma vez que ele pratica o marketing popularmente chamado de “boca a boca”, um tipo de marketing muito importante que tem uma característica muito forte: é gratuito. Essa relação deve ser praticada antes, durante e depois do serviço prestado, ou, se for o caso, do produto vendido. Não se pode é esquecer que este tipo de relacionamento seja, por si, capaz de conquistar e fidelizar clientes. É necessário ter em mente outros valores, tais como um atendimento de qualidade, próximo da excelência. E nem essa excelência pode deixar de lado a qualidade do produto. O antes tradicional marketing de transações tendia a não considerar esses valores, a manutenção ou a construção de novos relacionamentos. O marketing de relacionamento apresenta conceito de intangibilidade de um produto ou serviço e trabalha com a área subjetiva da mente do consumidor, lutando para que ele realmente se torne leal à marca a ele oferecida. Trata-se de uma estratégia que há que ser trabalhada diariamente, modificada sempre que forem notados desvios de conduta, especialmente do cliente, buscando identificar o porquê destes desvios, e corrigi-los o mais rápido possível. 2.4 FIDELIZANDO CLIENTES Jesus (2003, p. 12) afirma que tanto Vavra (1993, p. 30-35) quanto Mckenna (1992, p. 138-139) esclarecem que “os chamados 'programas de fidelização' buscam, através de campanhas de persuasão personalizada, construir e manter a fidelidade de clientes e consumidores”. E ainda que a “fidelização de clientes é basicamente construída pelo relacionamento constante, diferenciado e personalizado”. Exemplos de programa de fidelização podem ser encontrados nas companhias áreas, nas quais um plano de milhagem concede vantagens progressivas, recompensando o uso constante. Outros exemplos são os programas tipo comprador freqüente, desenvolvidos por 23 algumas lojas de departamentos, hotéis, locadoras de automóveis etc., os quais se limitam a descontos diferenciados aos portadores de cartões, bem como promoções e descontos especiais por volume e freqüência de compra ou utilização dos serviços. Para conseguir esta fidelização, é necessário que as empresas mudem sua mentalidade, trocando a expressão “completar uma venda” pela “iniciar um relacionamento”, ou trocando “fechar um negócio” por “construir lealdade”. Acontece que, na maioria das empresas, em seus planejamentos de marketing, geralmente é dedicada maior atenção para a conquista do que para a fidelidade. É difícil encontrar uma empresa preocupada em maximizar a satisfação dos clientes para que lhes sejam fiéis. Portanto, o espírito das atividades de marketing de relacionamento é sempre estar atento às opiniões dos clientes atuais (VAVRA, 1993, p. 32-33, apud JESUS, 2003, p. 15). Duffy (2004, p. 87) reiterou que: "clientes fiéis são eficazes em custo, porque a companhia conhece suas regras e sabe interagir com eles". O autor explica que a clientela que compra constantemente em uma empresa é de baixo custo para a mesma, já que a organização entende e conhece seus costumes. Diante dos resultados evidentes, “milhares de empresas em todo o mundo estão desenvolvendo programas de fidelização”, afirmou Dennis Duffy, um dos maiores gurus do marketing de relacionamento no mundo e CEO da Loyalty Rules. Isso acontece no momento em que os produtos estão muito perto de serem iguais, ocasião em que o marketing de relacionamento é uma estratégia eficaz para cativar o consumidor. Já o professor de marketing Luiz Marinz declara que, acima de tudo, para se conquistar um cliente, a companhia deve fazer com que ele se sinta bem e o respeite. “A grande mágica da fidelização é tratar bem o cliente, o bom atendimento ainda é exceção, não adianta ter o melhor projeto de fidelização do mundo, mas se sua empresa não souber lidar com os diferentes tipos de clientes, não está pronta para fidelizá-los” (MARINZ FILHO, 2008). Segundo Marinz, seu cliente tem que se transformar em um vendedor ativo. “Quanto custa um cliente ativo? Que fala bem do seu produto, quanto vale aquela pessoa que enquanto conversa com um amigo elogia e enaltece a marca da sua empresa?”. Pesquisas indicam que, se somos bem atendidos numa loja, falamos bem da mesma para uma média de dez pessoas. Agora, se formos mal atendidos, espalhamos para mais de vinte. Este é o marketing boca a boca já referido e apóia-se muito bem no folclore que afirma que quando uma notícia é ruim se espalha muito mais rápido do que uma boa notícia. 24 Marketing e venda “são as duas coisas que uma empresa não sobrevive, existem centenas de empresas semelhantes com qualidades e produtos iguais, a empresa tem que ter algo diferente, que encante o cliente” (MAZZAROLO, 2001). Conforme Mazzarolo existem muitas empresas do mesmo seguimento com qualidades semelhantes, e o que deve fazer o sucesso de poucas o fracasso de muitas será o seu diferencial de inovação, diante do público. Meu trabalho “se torna o mais excitante, quando visito um dos nossos parques e reparo a aparência de qualquer visitante, tanto criança, quanto um adulto, e percebo a sua emoção, vendo seus olhos umedecidos e sua fisionomia deslumbrada pela magia que projetamos" (IGER, 2007). Segundo Iger, que atualmente é o CEO da companhia Walt Disney World, um dos seus principais objetivos é conseguir com que seus clientes e visitantes se encantem com o clima de suas empresas, e seja um vendedor ativo. Todos que conhecem a Disney ficam seduzidos pelo excelente clima de companheirismo dos próprios colaboradores, jamais visto em outra organização, também conhecido como o Mundo Mágico. E é esse ar de magia e encantamento que a torna o local mais visitado do planeta. Stone; Rapp (apud BRETZKE, 2004, p. 4:5) comentam algumas regras básicas que devem ser aplicadas no relacionamento com os prospects e clientes, para agregar valor ao relacionamento e obter fidelização: a) Desenvolver um ciclo de comunicação: isto significa que se deve ter uma estratégia de comunicação, em que as ações para os clientes sejam planejadas desde o contato inicial e se finalize buscando obter uma resposta do cliente. b) Ouvir cuidadosamente: este aspecto está ligado ao serviço de atendimento ao cliente, para registrar as reclamações e sugestões. c) Pesquisar respeitosamente: desenvolver pesquisas sistemáticas junto à base dos clientes de tal forma que não o irrite. d) Transformar compradores em adeptos: um cliente se torna adepto do produto após a segunda compra, porém para garantir isso é muito importante que os colaboradores saibam atendê-lo com qualidade e simpatia (STONE; RAPP, apud BRETZKE, 2004, p. 4:5). Para sua empresa encantar o cliente e fidelizá-lo, “é preciso que a mesma faça algo que ele não espera” (BEE, 2006, p.49). Isso significa dizer que um cliente não deve ter apenas suas necessidades e desejos atingidos. Ele tem que sentir que essas necessidades e esses desejos foram superados, ou seja, o vendedor atendeu além de suas próprias expectativas. 25 Um consumidor não se torna cliente fiel da noite para o dia. O cliente fiel é aquele que realiza compras regulares e repetidas, que adquire diversas linhas de produtos e serviços oferecidos pela empresa, recomenda-os a outras pessoas e mostra-se imune aos apelos da concorrência. O objetivo da fidelização é reter clientes, evitando que migrem para a concorrência, e aumentar o valor dos negócios que eles proporcionam. As empresas desejam clientes fiéis para obter vantagens financeiras. Já nos relacionamentos pessoais, a fidelidade está diretamente ligada a vantagens emocionais.Todo cliente espera sair satisfeito de uma transação comercial e também espera que a empresa esteja empenhada em satisfazê-lo. Mas ter um cliente satisfeito não garante sua fidelidade. Essa satisfação, ao contrário da fidelidade, pode ser obtida em uma única transação, porque fidelidade se conquista em longo prazo, através de um atendimento cada vez melhor. Manter uma quantidade razoável de clientes fiéis tem um custo financeiro menor do que o custo com aquisição de novos clientes. Desse modo, sem abandonar as busca por novos clientes, é importante utilizar estratégias eficazes na busca dessa fidelização. A união de fornecer produtos e serviços continuamente melhorados a preços competitivos, atrelados a programas de benefícios para usuários freqüentes, constitui a estratégia mais adequada para manter um cliente fiel. 2.4.1 Fidelizando clientes internos A empresa deve direcionar seus esforços para a construção de relacionamentos internos, tendo como compromisso o incentivo ao trabalho em grupo e ao esforço da equipe, pois ninguém trabalha sozinho, existem sempre pessoas e setores que se interligam, interagem, envolvidas no processo. O comprometimento com os resultados deve ser de todos e o padrão de atendimento deve ser único. Se isso não ocorre, o cliente não percebe a empresa como digna de confiança, e, sem esta confiança, ela estará vulnerável às ações da concorrência. Existe a necessidade de se aprofundar a análise sobre comportamento atual do mercado em relação às estratégias que vem sendo utilizadas para venda de produtos e a fidelização do cliente, copiando-se, se for o caso, as mais adequadas e vitoriosas, evitando-se, por outro lado, as que não trazem resultados. Segundo Drucker (1998, p. 100), “mais importante que reinterpretar o que a empresa está fazendo é identificar o que ela deveria estar fazendo, mas até agora não o fez”. 26 Cabe também, como já se disse, investir na fidelização dos próprios funcionários, para que eles se sintam parte do todo, tendo uma visão sistêmica da empresa, ou seja, a posição dele, funcionário, dentro dela e posição dela no mercado. Muitos empresários costumam analisar currículos de pretendentes a cargos em suas empresas considerando-se apenas a aparência e a capacidade técnica comprovada em vários anos de carteira assinada. Nada mais justo, porém insuficiente, porque as pessoas são seres políticos e sociais por natureza, sentindo, pois, necessidades psicológicas de se interagirem, de se comunicarem, de se relacionarem socialmente, levadas pelos mais diversificados motivos. No fascinante e complexo mundo dos negócios, se os futuros profissionais estiverem envolvidos, como se imagina, na compra, venda, liderança, organização e comunicação, é óbvio que a sociabilidade e, principalmente, a própria imagem - consideremos a somatória de estilo, moda e comportamentodevem ser priorizadas (ALVES, 2008). O funcionário que não atenda a alguns destes requisitos, não conseguirá jamais ser um bom vendedor, capaz de convencer um cliente a fechar um negócio. É evidente que conhecer técnicas de vendas e as características dos produtos são primordiais, porém a maioria dos clientes desejam mesmo é ser bem atendido, e para dar um atendimento é necessário ser, antes de tudo, um ser social. O relacionamento humano e social é tão importante que propiciou, décadas atrás, mudanças que influenciaram a própria Teoria Geral da Administração, mudando conceitos, transferindo a ênfase dada às tarefas pela abordagem da Teoria Cientifica, ou às estruturas, pela Teoria Clássica, passando a dar ênfase nas pessoas que trabalham ou que participam das organizações (FIGUEIREDO, 2007). A Experiência de Hawthorne, que foi dividida em várias fases compostas por períodos, teve, entre outras, a seguinte conclusão, a qual se considera como a mais importante para este estudo: as relações humanas são as ações e atitudes desenvolvidas a partir dos contatos entre pessoas e grupos. Cada pessoa possui uma personalidade própria e diferenciada que influi no comportamento e atitudes das outras com quem mantém contato. A compreensão das relações humanas permite ao administrador melhores resultados de seus subordinados e a criação de uma atmosfera na qual cada pessoa é encorajada a exprimir-se de forma livre e sadia (FIGUEIREDO, 2007). Ao conhecimento que os administradores devem ter dos seus subordinados, deve-se acrescentar outro fator muito importante, muitas vezes desconsiderado por gestores e alguns estudiosos: a motivação. 27 Esses cidadãos têm discordado da abordagem que se faz sobre a motivação quando se está tratando da qualidade do atendimento em qualquer área. Porém, eles não conseguem explicar é como um funcionário desmotivado poderá se transformar em um excelente vendedor de bens ou serviços, se suas necessidades básicas não estiverem também sendo atendidas. Mas não se deve negar que o interesse pelo comportamento motivacional no trabalho, nestas últimas três décadas, tem atingido níveis excepcionalmente elevados. Bergamini (1997, p. 24:25) afirma que o fracasso da maioria de nossas empresas não está na falta de conhecimento técnico. E, sim, na maneira de lidar com as pessoas. Foge a nossa compreensão o hábito dos administradores de achar que os trabalhadores não produzem com qualidade apenas por falta de conhecimento técnico. Na realidade, isso está ocorrendo devido à maneira como são tratados pela direção das empresas. É preciso reconhecer que os funcionários são, antes de tudo, pessoas humanas, possuidores também de desejos, necessidades e valores que lhes são implícitos, peculiares, de sua real propriedade, os quais devem ser amplamente respeitados. Essa tendência de valorização das pessoas tem ensejado a realização de muitas pesquisas e escritos sobre o tema da motivação, e essas propostas inundam, claramente, não somente as teorias organizacionais, mas também as práticas de gestão em administração de maneira geral. Portanto, manter funcionários devidamente motivados, em um ambiente organizacional que prime pela confiança e valorização dos mesmos, é tarefa a ser implementada por todos aqueles administradores que efetivamente pensem no bem-estar emocional e financeiro de uma empresa. Outro aspecto importante, e que é mal utilizado, poderá vir a ser um dos maiores obstáculos ao bom atendimento: a comunicação organizacional, interna ou externamente falando, pois ela há que estar sempre em alto nível em relação aos funcionários e administradores, como no que diz respeito à comunicação destes com a clientela. Chamada de empresarial ou institucional, esta comunicação compreende um conjunto complexo de atividades, ações, estratégias, produtos e processos desenvolvidos para reforçar a imagem de uma empresa ou entidade junto aos seus públicos de interesse, que são os consumidores, empregados, formadores de opinião, classe política ou empresarial, acionistas, comunidade acadêmica ou financeira, jornalistas etc., ou seja, junto à opinião pública. Pilares (1989, p. 19), faz o seguinte comentário: “comunicação interpessoal é básica para o atendimento diferenciado ao cliente, uma vez que essa atividade ocorre tanto de maneira 28 consciente quanto por manifestações involuntárias”. A autora define comunicação como um “processo, voluntário ou não, pelo qual dois ou mais agentes transmitem e/ou recebem mensagens por meio de um sistema completa ou parcialmente compartilhado de sinais, símbolos e comportamentos”. Em síntese, comunicação é “a relação estabelecida pela transmissão de estímulos e pelas respostas provocadas" (PILARES, 1989, p. 20). Para os membros de uma organização, seus grupos de trabalho são fontes básicas de interação social. Nesse caso, a comunicação inter-grupos é fundamental para que seus membros demonstrem suas frustrações ou sentimentos de satisfação, funcionando como elemento propulsor de uma liberação para a expressão emocional desses sentimentos e de satisfação social. A comunicação facilita o processo de tomada de decisões, dando a informação necessária que indivíduos e grupos necessitam para tomada de decisões, transmitindo dados para identificar e avaliar as alternativas de escolha (ROBBINS, 1999). Não se pode esquecer que a comunicação organizacional será sempre o reflexo da cultura organizacional, ambas interagem permanentemente, ou seja, se a empresa tem uma cultura fechada ao diálogo não haverá condições de uma boa comunicação, sendo a recíproca também verdadeira. A comunicação é muito importante para a assimilação da cultura, mas a cultura é que determina o tipo de comunicação na empresa, direcionando sua forma e veículos, bem como conteúdo e fluxos. Assim, a comunicação faz parte do processo cultural de uma organização e as formas como essa comunicação é utilizada e compreendida, são processos constitutivos da sua cultura (BARICHELLO et al, 2003). Particularmente, vemos a Cultura Organizacional como um poderoso mecanismo que visa “conformar condutas, homogeneizar maneiras de pensar e viver a organização, introjetar uma imagem positiva da mesma, onde todos são iguais, escamoteando as diferenças e anulando a reflexão” (FREITAS, 1991, p. 18, apud SOARES, 2007, p. 9). São inúmeras as maneiras de se comunicar através de elementos denominados de codificação, decodificação, feedback, podendo a comunicação se dar através de uma linguagem verbal, que se utiliza de palavras faladas ou escritas, ou através de linguagem não-verbal, na qual as pessoas não se comunicam apenas com palavras, utilizam-se também de elementos tais como expressão facial, movimentos do olhar, posturas, trejeitos etc. 29 2.4.2 Fidelizando clientes externos Na outra ponta do sistema, está o cliente. Desse modo, uma estratégia específica há que ser a ele dirigida, com a finalidade de atraí-lo. Há que se ter uma boa estratégia de marketing, para que haja uma boa aceitação dos produtos ou serviços por parte dos clientes, ou seja, para que esses produtos ou serviços sejam vendidos. Observe-se que há um entrelaçamento entre vendas, propaganda, merchandising e relações públicas, ou seja, sem estes não existirá a conclusão do negócio. O produto tem que ser conhecido pelo mercado a que se propõe atender. O cliente, para vir à loja, tem que tomar conhecimento de que ela existe. E isto é função da comunicação externa, ou seja, do marketing. Como estratégia de negociação, conta-se atualmente diversas ferramentas de marketing, como a propaganda, a venda pessoal e o marketing direto, este, popularizado graças às inovações tecnológicas. As pessoas podem agora comunicarem-se por meio da mídia tradicional representada por jornais, rádio, telefone (telemarketing), televisão, bem como por novas formas de mídia, representada por computadores, fax, celulares e pagers, ipods, mp3, etc. (KOTLER, 1998). A sociedade atual respira marketing, que influencia o cotidiano das pessoas, em praticamente todas as horas do dia e os produtos, de todos os tipos: limpeza, alimentação, vestuário, eletroeletrônicos etc., sempre chegam através de uma propaganda. Tudo isso tem a ver com o ambiente familiar, social, cultural ou profissional, todos recebem e transmitem diferentes tipos de influência do meio ambiente, desse modo o marketing acaba tendo influência sobre o padrão de consumo e da vida das pessoas. Toda essa propaganda é atraente para o consumidor, mas não o torna fiel. Desse modo, estratégias específicas de marketing deverão ser desenvolvidas no sentido de levá-lo a um grau de fidelidade que ofereça um retorno financeiro adequado. Almeida (1995, p. 129), lembrando que o principal papel da propaganda é atrair o cliente, alerta para o fato de que é aí que verdadeiramente está o perigo: Quando a propaganda se desvia, de forma “abusiva”, da realidade, e “exagera” na tentativa de “seduzir” o cliente, ao mesmo tempo está criando uma “alta” e “falsa” expectativa na cabeça do cliente. A propaganda muito “atraente” pode se constituir numa “armadilha”, isto é, poderá ser “uma faca de dois gumes”. O resultado disto pode ser catastrófico para a empresa que contratou a agência de propaganda. Em outras palavras, a propaganda, nesses casos, é tratada como enganosa. Como as 30 pessoas hoje em dia, na sua maioria, estão sempre bem informadas, o resultado de uma propaganda que não espelha a realidade pode ser altamente prejudicial à empresa, e até gerar processos civis indesejados. As empresas devem transmitir sempre, em suas estratégias de marketing, um alto grau de credibilidade. Essa credibilidade é um dos fatores que atrai a fidelidade dos clientes, cabendo aqui reforçar a idéia de que manter um cliente antigo gera menos custos do que buscar novos clientes. Mas para manter um cliente é preciso que ele seja oferecido muito mais do que um bom atendimento, é preciso superar as suas expectativas, seus desejos suas e necessidades. Pode parecer repetitiva a afirmação, porém este é o ponto principal da questão da fidelidade de clientes: extrapolar as expectativas do cliente, indo muito além do que ele espera de um atendimento para se sentir plenamente satisfeito. Jones (2008, p. 1) afirma que a “chave para a fidelidade em longo prazo é expandir valor para o cliente com base na sua definição individual de valor”. Agregar valor ao produto é conceder ao produto características que não lhes são comuns. Transferi-lo ao cliente é estratégia adequada no segmento de vendas. O modo como será recebido esse acréscimo de valor, entretanto, pode variar muito de um cliente (por exemplo, descontos no preço) para outro (por exemplo, atenção pessoal) e, ainda, para outro (por exemplo, acesso a informações). Ainda segundo Jones (2008, p. 1), as empresas bem-sucedidas em manter altos níveis de fidelização de clientes apresentam algumas lições importantes para garantir essa fidelidade: Um bom produto ou serviço torna-se o alicerce que leva ao desenvolvimento da fidelidade do cliente. Nenhum programa fortalecerá o relacionamento de uma empresa com seus clientes, sem ele e, portanto, não será bem-sucedido; As empresas devem se preocupar em desenvolver produtos e serviços personalizados, de acordo com o desejo dos seus clientes individuais e não de acordo com o que as empresas estão atualmente preparadas para oferecer ou simplesmente acham que os clientes querem; Desenvolver a fidelidade do cliente deve ser um compromisso de toda a empresa e todas as atividades da organização devem servir ao objetivo de criar valor para esse cliente; Reunir informações sobre os clientes não é tudo, pois, por mais sofisticada que seja, a tecnologia da informação é apenas um instrumento que melhora a qualidade do produto e do serviço, utilizada para atender às necessidades individuais dos clientes; O impacto econômico do foco de uma empresa na fidelidade do cliente é um fator que só se evidencia em longo, por isso a avaliação do comportamento do cliente em longo prazo é essencial para se compreender o retorno sobre o investimento em iniciativas de fidelização. Sem esta avaliação, uma empresa pode perder prematuramente o seu foco na fidelidade do cliente. Nenhuma empresa deve perder de vista as atividades dos seus concorrentes. Não se pode esquecer que os clientes são seres humanos, portanto sensíveis e 31 emocionais. Entretanto, um programa de fidelidade deve incluir, utilizando o marketing de relacionamento, sistemas de comunicação empresa-cliente que não se limite apenas a oferecer produtos, cobrar compromissos atrasados e outras propostas utilizadas pelo sistema de telemarketing. Deve-se aproveitar o cadastro do cliente para enviar-lhes correspondências estritamente pessoais, do tipo feliz natal, feliz páscoa ou feliz aniversário, pois as pessoas se sentem bem quando são lembradas, mesmo por organizações empresariais. As ações das empresas devem ser direcionadas para satisfazer ou exceder as exigências de seus clientes. Esta atitude fortalece o relacionamento entre ambos, fazendo com que estes se sintam felizes e satisfeitos em realizar transações comerciais com uma organização que tem a preocupação de criar vínculos cada vez mais fortes. Dificilmente, as empresas conseguirão reter os seus clientes caso não dêem a importância devida à satisfação de suas necessidades e desejos. Um cliente satisfeito irá falar para outros, atuais ou potenciais, sobre as suas experiências positivas com a empresa. No entanto, caso eles não tenham as suas necessidades atendidas, certamente, falarão de modo desfavorável, podendo assim afastar os clientes atuais e outros que a empresa poderia conquistar (GOMES; CARLINI JÚNIOR, 2005, p.70). Os autores reafirmam a necessidade de manter-se um relacionamento de pós-venda com os clientes, sob pena de correr o risco de perdê-los, e, em conseqüência, perder uma fonte confiável de marketing de relacionamento absolutamente gratuito e por demais efetivo, que é o marketing boca a boca, aquele transmitido de uma pessoa para outra. 32 3 METODOLOGIA Desenvolveu-se uma metodologia de trabalho que buscou analisar e interpretar a literatura existente sobre o comportamento do consumidor e as estratégias que poderão ser utilizadas no sentido de torná-lo fiel. Para atingir os objetivos, buscaram-se informações literárias sobre planejamento estratégico, ferramentas adequadas de vendas no cotidiano de um vendedor, além de definir marketing de relacionamento e sua influência positiva para nortear estratégias que tornem os clientes fiéis. O ponto forte do estudo encontra-se nas respostas dadas ao questionário e à entrevista aplicados, cujas respostas definem o que a loja tem feito em função de sua meta de fidelizar a maior quantidade de clientes possível. 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA Foi escolhida a forma descritiva para o estudo do objeto de pesquisa, que segundo Prestes (2003, p. 26), nesse tipo de pesquisa “se observam, registram, analisam, classificam e interpretam os fatos, sem que o pesquisador lhes faça qualquer interferência. Assim, o pesquisador estuda os fenômenos do mundo físico e humano, mas não os manipula”. Bervian (1996, p. 48) afirma que “a pesquisa descritiva procura descobrir, com a precisão possível, a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e características”. Pode-se considerá-la também como uma pesquisa bibliográfica, que é assim descrita: A pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento cientifico ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa (GIL, 1995, p. 73). A pesquisa qualiquantitativa esteve presente neste estudo, porque os dados refletem a objetividade do tema fidelização em uma empresa de calçados na cidade de João Pessoa, haja vista o rigor científico acerca dos números levantados. A pesquisa qualitativa é útil para identificar conceitos e variáveis relevantes de situações que podem ser estudadas quantitativamente. É inegável a riqueza com que se pode explorar os casos desviantes da média, que ficam obscurecidos nos relatórios estatísticos. 33 Também é evidente o valor da pesquisa qualitativa para estudar questões difíceis de quantificar, como sentimentos, motivações, crenças e atitudes individuais (GOLDENBERG, 1997, p. 63). A pesquisa quantitativa “envolve a coleta sistemática de informação numérica, normalmente mediante condições de muito controle, além da análise dessa informação, utilizando procedimentos estatísticos” (POLIT; HUNGLER, 1995, p. 18). A escolha de trabalhar com dados estatísticos, ou com um único grupo de indivíduos, ou com ambos, depende das questões levantadas e dos problemas que se quer responder. É o processo “que pesquisa e qualifica as técnicas e os procedimentos de coleta de dados que sejam mais adequados para o seu objeto particular” (GOLDENBERG, 1997, p. 62). 3.2 PROBLEMÁTICA Segundo pesquisa realizada no início de 2007 pela consultoria de marketing Marka – localizada na cidade de São Paulo, vinte dos principais anunciantes do país, como: Insinuante, Casas Bahia, CVC, Ponto Frio e Magazine Luíza elegeram a fidelização de clientes como o principal objetivo de sua comunicação para o ano estudado (Disponível em: www.cartoesmarka.com.br). É fácil entender o motivo, manter o consumidor fiel a uma marca custa até 10 vezes menos do que conquistar um novo. E tem a vantagem adicional de evitar uma guerra da qual sempre se sai ferido, mesmo que a ganhe: a guerra dos preços para se manter ou conquistar o cliente. É hora das empresas aprofundarem o conhecimento e estreitarem seu relacionamento com o cliente. O discurso de que "você é muito especial para nós" precisa ser sentido na prática pelo consumidor, e não se restringir apenas as tantas malas-diretas que os clientes recebem semanalmente. Este estudo foi aplicado na empresa Calzature, uma organização de médio porte, situada na cidade de João Pessoa - PB, e buscou responder a seguinte questão: como compreender as estratégias para fidelização de clientes na gestão da empresa Calzature? 3.3 OBJETIVOS 3.3.1 Objetivo Geral Analisar as estratégias para fidelização de clientes na gestão da empresa Calzature. 34 3.3.2 Objetivos Específicos a) Identificar as estratégias utilizadas na empresa para fidelizar clientes. b) Verificar quais os fatores determinantes da fidelização de clientes. c) Demonstrar os resultados conseguidos através das estratégias de fidelização utilizadas pela Calzature. 3.4 CAMPO EMPÍRICO A empresa estudada nasceu há 11 anos, mais precisamente em 1997. Nesse período, os então proprietários, Telmo Lopes e Fátima Lisboa, que já possuíam outras empresas do ramo de calçados popular na cidade, sentiam a carência de uma loja que desse prioridade a calçados finos e exclusivos com uma marca própria. Foi aí que numa viagem a negócios, surgiu a parceria com uma conceituada marca Européia “Calzature”, que fica situada na cidade de Pizza, Itália. A parceria, que no início, incluía a compra de algumas mercadorias da matriz, logo ficou inviável, pelos altos custos e demora na logística. Então, devido a esses e outros problemas de comunicação, foi encerrado o contrato e, após alguns anos na justiça conseguiu-se patentear a marca “Calzature” no Brasil. Durante onze anos de vida, sempre respeitaram a mesma filosofia da qual a empresa foi criada, ou seja, de comercializar calçados, bolsas e acessórios com uma vultosa qualidade e exclusividade no mercado onde atua. A mesma detém exclusividade em diversas marcas famosas, como Guess, Victor Hugo, Marcos Aurélio, entre outras. Hoje, a empresa conta com duas unidades de vendas, localizadas nos principais shoppings da cidade, a matriz ocupando 130 m² de área e a filial cerca de 70 m². Somado, as lojas possuem cerca de 30 funcionários, e em sua contabilidade é optante pelo pagamento de lucro presumido. Nesses anos, a organização buscou evoluir em tecnologia, trabalhando com seu sistema on-line e integrado via fibra ótica com sua filial, escritório, e as diversas lojas do grupo. A empresa Calzature, acompanhada de seu slogan “Você merece”, é administrada pelo grupo JTelmo, que é composto por dez lojas de calçados e uma factoring, tendo no seu corpo de colaboradores cerca de 180 funcionários. 35 3.4.1 Organograma PRESIDENTE STAFF DE MARKETING DIRETOR FINANCEIRO DIRETOR ADMINISTRATIVO DIRETOR DE VENDAS SUPERVISÃO DE ESTOQUES GERENTE DE VENDAS CONTROLE FINANCEIRO CONTAS A RECEBER CONTAS A PAGAR COMPRAS TROCAS VENDEDORES CARTÕES ESTOQUISTAS CREDIÁRIO Figura 01 - Organograma Fonte: elaborado pelo autor da pesquisa. Como se observa, a estrutura administrativa da empresa é simples, e nota-se que, pela interligação direta com a presidência, o departamento de marketing é um dos mais importantes nessa estrutura. Dividindo a estrutura em departamentos, a administração da instituição revela que está antenada ao mundo globalizado, pela descentralização de poder que esta divisão acarreta. Para completar o pleno funcionamento da organização, falta incluir no organograma os setores terceirizados, como: as quatro instituições de cobrança, o escritório de contabilidade e advocacia e, por fim, as três empresas de informática. Lembrando que o organograma acima se refere ao do grupo JTelmo, responsável por gerir a empresa estudada. 3.5 UNIVERSO E AMOSTRA Segundo Martins (1996, p. 111), “universo é o conjunto de indivíduos ou objetos que apresentam pelo menos uma característica em comum”. Em termos estatísticos, “população pode ser o conjunto de indivíduos que trabalham em um mesmo lugar" (RICHARDSON, 1999, p. 157). A população pode ser finita ou infinita. Na prática, quando uma população é finita, com um número grande de elementos, considera-se como população infinita (MARTINS, 1996, p.111). 36 Atualmente, há cadastrado no software house utilizado pela empresa cerca de 26.000 (vinte e seis mil) clientes, com uma média 2.000 clientes que realizam compras mensalmente na empresa. Dada a impossibilidade de fazer um estudo com um total da população que a compõe, a técnica utilizada é a de trabalhar com uma parcela dessa população, denominada amostra. Segundo Marconi; Lakatos (2003, p.163), “a amostra é uma parcela convenientemente selecionada do universo, é um subconjunto do universo”. O tipo de amostra é aleatória-probabilística simples e foi constituída por 200 (duzentos) clientes, com a intenção de buscar e captar informações a respeito do seu pensamento sobre a organização. Essa amostra foi definida a partir da media mensal de clientes que realizam algum tipo de compra na empresa. Para coletar as informações, foram disponibilizados questionários nas lojas por um período de duas semanas, e sempre que realizava alguma venda, o colaborador, entregava-o ao cliente. 3.6 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS Foi elaborada apenas uma forma de entender as opiniões dos clientes, representada por um questionário fechado, ou seja, um conjunto de questões, feito para gerar os dados necessários para se atingir os objetivos do estudo. Segundo Carvalho (2003 p. 156): Por se constituírem de perguntas fechadas, padronizadas, são instrumentos de pesquisa mais adequada à quantificação, porque são mais fáceis de codificar e tabular, propiciando comparação com outros dados relacionados ao tema pesquisado As perguntas devem ser ordenadas das mais simples às mais complexas. Carvalho informa que a estrutura do questionário faz a diferença, a ordem na qual as perguntas são apresentadas pode ser crucial para o sucesso da pesquisa. Para Duarte (2005, p. 16) as perguntas fechadas de um questionário melhoram a codificação das respostas, o que auxilia na padronização e tabulação estatística com a apresentação de gráficos. Tanto Duarte quanto Carvalho enfatizam que a coleta de dados em forma de questionário com perguntas fechadas, simplifica na hora da apresentação do gráfico. Esse questionário foi montado com perguntas mais delicadas, e focadas diretamente nos erros e elogios que o pesquisado identifica na empresa para que esses possam ser corrigidos. 37 Quanto às entrevistas com gerentes e supervisor de vendas, as perguntas foram mais específicas, focadas no conhecimento que cada um deles possui sobre os clientes e a organização em que trabalha. A entrevista é um dos mais antigos procedimentos para a obtenção de dados e, durante muito tempo, foi o único modo de obtê-los. O sucesso de uma entrevista não se mede pela quantidade de informações que se obteve, mas pela qualidade das informações que foram adquiridas. Thompson (1998, p. 254) considera que: Há algumas qualidades essenciais que o entrevistador bem-sucedido deve possuir: interesse e respeito pelos outros como pessoas e flexibilidade nas reações em relação a eles; capacidade de demonstrar compreensão e simpatia pela opinião deles; e, acima de tudo, disposição para ficar calado e escutar. Thompson afirma que é de extrema importância a experiência do entrevistador, pois o mesmo deve estar ciente de como se comportar diante do entrevistado. As estratégias de fidelização foram propostas com base na literatura pesquisada, especialmente na área de marketing, vendas, e com os dados conseguidos, analisados e sugeridos, deve ser montado uma nova estrutura que possa aprimorar os métodos de fidelização já existentes, procurando desenvolver métodos mais complexos. 38 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS PESQUISADOS Qualidade adequada, devidamente atrelada a ferramentas de marketing, especialmente aquelas utilizadas no pós-venda, tem sido um caminho utilizado corretamente e que necessita ser continuado de forma um tanto que mais agressiva. Nenhuma organização empresarial sobrevive sem a presença do cliente, e esse é um fato incontestável, óbvio pela sua natureza. Sem consumidor, não há comércio. Não há dúvidas que qualquer empreendimento terá que ter como foco principal o seu público-alvo. Deve-se lembrar que o cliente vai à loja influenciado por algum tipo de propaganda ou estratégia de marketing, inclusive pelo marketing denominado “boca a boca”, que normalmente funciona a partir da etapa do pós-venda, quando um cliente satisfeito informa outro, que, também se satisfazendo, repassa as informações a um terceiro, formando uma rede de informações positivas em favor da loja. Mas, para que essa rede de informantes se concretize efetivamente, torna-se necessário satisfazer sempre o cliente, e, nesse ponto, a loja em estudo vem se saindo a contento. Os dados desta pesquisa foram coletados através de um questionário com perguntas fechadas, aplicado a 200 (duzentos) clientes, e uma entrevista semi-estruturada feita ao gerente e supervisor de vendas da empresa estudada. As respostas a esses instrumentos foram quantificadas, e as entrevistas relatadas em seus pontos mais interessantes. A apresentação dos resultados se deu sobre a forma de gráficos, obedecendo a mesma ordem numérica das perguntas constantes no questionário, o qual se encontra no Apêndice A deste estudo. Os resultados foram divididos em três grupos, no primeiro encontra-se o perfil dos entrevistados, no segundo os dados referentes ao foco principal da pesquisa, os quais são completados por uma entrevista que compõe o terceiro grupo. GRUPO 1 – Perfil dos entrevistados Neste grupo buscou-se identificar sexo, faixa etária e escolaridade dos clientes da Calzature. Nos dados coletados, encontrou-se uma grande quantidade de mulheres, o que já era esperado, devido à loja possuir mais de 95% dos seus produtos voltado ao público feminino. 39 120 97% 100 80 60 40 20 3% 0 Feminino Masculino GRÁFICO 01 – Sexo dos entrevistados Fonte: Dados da pesquisa. Como demonstra o gráfico acima, cerca de 97% dos respondentes são do sexo feminino, contra uma minoria de apenas 3% do sexo oposto. 60 53% 50 40 30 21% 20 10 18% 9% 0 Até 21 anos De 22 a 29 anos De 30 a 40 anos Acima de 40 anos GRÁFICO 02 – Idade dos entrevistados Fonte: Dados da pesquisa. O gráfico 02 não apresenta surpresas, pois a maioria das pessoas situadas em faixa etária abaixo dos 21 anos são consumidores indiretos, ou seja, suas compras geralmente são financiadas pelos pais. Normalmente essas pessoas não possuem renda própria, por falta de opções ou porque o foco nessa faixa etária está mais voltado para os estudos. Como se observa no gráfico, eles são minoria, apenas 9% da amostra pesquisada. Os clientes situados na faixa etária de 22 a 29 anos, 21% do total, são aqueles recémchegados ao mercado de trabalho, uma força expressiva no mercado consumidor, embora a 40 maioria absoluta dos consumidores seja aquele grupo que ultrapassaram os 30 anos (18%), somados aos acima de 40 (53%), formado, evidentemente, por pessoas maduras, estabelecidas, cônscios do seu poder de barganha junto às lojas. Esses dados serviram para confirmar a palavra do gerente da empresa, quando informou que seu público alvo são as mulheres com idade superior a 30 anos. E que a organização começará uma campanha para focar na população mais jovem. Não se levou em conta a classe social de nenhum dos consumidores, uma vez que a popularidade dos cartões de crédito aliada às promoções das lojas, permitem um nivelamento por igual dos consumidores, isto é, todos recebem o mesmo tratamento em relação aos prazos de pagamento, condições de parcelamento etc. No que diz respeito ao grau de escolaridade, gráfico 03 abaixo, observou-se que 96% das pessoas estão em níveis escolares acima do segundo grau da escala escolar, considerando-se também os que não completaram esse grau, ou o nível superior do ensino. Nas últimas décadas, tem-se observado o aumento de vagas escolares, já a partir da alfabetização, isto é, o ensino tornou-se acessível a todos, graças às políticas governamentais e à proliferação de escolas e universidades particulares. Haja vista que a empresa estudada é uma organização considerada de luxo nos padrões de renda do estado em que se situa, é de se esperar que seus clientes possuam uma escolaridade mais elevada. 33% 35 29% 30 25% 25 20 15 9% 10 4% 5 0 GRÁFICO 03 – Grau de Escolaridade Fonte: Dados da pesquisa. Superior Completo Superior Incompleto 2º Grau Completo 2º Grau Incompleto 1º Grau Completo 1º Grau Incompleto 0 41 GRUPO 2 – Visão dos clientes sobre a Calzature Esse grupo trata da relação cliente versus Calzature, buscando identificar que motivos o levaram à primeira compra na loja e quais foram aqueles mais relevantes para influenciar no seu retorno. Posteriormente, através de uma comparação entre as facilidades ofertadas e o nível de satisfação conseguido, foi possível entender como a loja vem desenvolvendo suas estratégias de fidelização, as quais são finalmente mensuradas no último gráfico. Portanto, esse grupo foi o que avaliou como estão sendo apreciadas as estratégias que buscam a fidelização dos clientes Calzature, e a consolidação dos dados pesquisados servirão de base para que a loja possa efetuar um planejamento estratégico, bem elaborado, absolutamente necessário, como observam Moreira (2004), e Alday (2000), orientado para o mercado através de um processo governamental, em acordo com o preconizado Kotler (2006). 30 26% 23% 25 20 15 13% 11% 15% 10 7% 4% 5 1% Outros Cartão Fidelização Exclusividade na marca Ambiente da loja Descontos oferecidos Qualidade no atendimento Produto Preço 0 GRÁFICO 04 – O que lhe atraiu a realizar sua primeira compra na Calzature? Fonte: Dados da pesquisa. No gráfico 04, que trata da primeira compra do cliente, existe uma similaridade interessante entre dois itens: o produto, com 23% das respostas, e a exclusividade na marca, com equivalente a 26% do total. Esse aspecto de semelhança, em princípio, não deveria acontecer, porque a qualidade, representada pelo acabamento, modelo e seus aspectos de durabilidade é o que realmente deveria importar na aquisição de qualquer produto ou serviço. Entretanto, a vaidade humana, devidamente explorada pelos profissionais de marketing, sobrepõe-se àquelas qualidades. E isso é uma prova que a equipe de marketing da empresa Calzature está conseguindo deixar a sua marca como uma opção de desejo entre seus consumidores. 42 Os gráficos que seguem 05, 06 e 07, são indicadores da atual situação apresentada na loja Calzature sobre a fidelidade dos clientes. Aplicando-se a essa situação um raciocínio reverso, ou seja, observando-se os índices menores, pode-se utilizá-los, aprimorá-los, ou simplesmente descartá-los de uma vez por todas. Isto é, ao trabalhar em qualquer planejamento, deve-se observar os pontos fortes e os pontos fracos da situação atual e da futura. Se já se tem os pontos mais fracos da atual situação analisada, trabalhá-los convenientemente será, sem dúvida, o primeiro caminho a ser seguido. Será importante, então, estudarem-se a fundo novas idéias, a fim de evitar que elas, em um futuro próximo, venham a se constituir em empecilho ao progresso das atividades, objetivos e metas definidos no planejamento estratégico da loja. 30 24% 25 21% 18% 10 11% 9% 9% 5 4% 4% Outros 15 Cartão Fidelização 20 Exclusividade na marca Ambiente da loja Descontos oferecidos Qualidade no atendimento Produto Preço 0 GRÁFICO 05 – O que lhe faz retornar a Calzature? Fonte: Dados da pesquisa. Já Conforme se previu nos comentários do gráfico anterior, nº 04, no retorno à loja, o cliente já estava mais preocupado com a qualidade do produto a ser adquirido do que com a exclusividade da marca. Os dados do gráfico 05, desse modo, evidenciam que qualidade no atendimento, descontos oferecidos, bem como preços e apresentação física e estrutural da loja são variáveis que, somadas, destacam-se, representando 47% de toda a amostra. Em suma, não diminui a importância da exclusividade da marca, que está representado no gráfico com 21% dos entrevistados, nem muito menos a opção pela qualidade do produto Calzature já que 24% dos clientes entrevistados optaram por esse item. Para a organização, essa informação foi de grande valia, pois ficou informada que o principal fator do retorno de seus clientes à loja é sua alta qualidade no produto, uma variável de extrema importância para o início de qualquer projeto que tenha como objetivo o aumento da relação cliente-empresa. 43 No caso, o cartão de fidelização ainda não está totalmente implantado, daí a quantidade mínima de respostas. Outros são representados por necessidades não generalizadas entre todos os clientes, aquelas necessidades sentidas que são representativas da individualidade de cada cliente em particular. 60 50 51% 47% 40,5% 40 Qualidade do produto 39% 30 Exclusividade na marca 20 9,5% 10 6% 2%2,5%0,5%2% Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo 0 GRÁFICO 06 – Qualidade do produto e Exclusividade na marca Fonte: Dados da pesquisa. O gráfico 06, acima, é a maior evidência de que a Calzature já possui, mesmo que ainda não estruturados, elementos suficientes, que possibilitam estabelecer uma incipiente estratégia de fidelização de clientes já usuais, bem como condições de atuar com maior agressividade na busca de novos consumidores, os quais, com a melhoria dessas estratégias, tornar-se-ão futuros clientes fiéis. Analisando detalhadamente o gráfico, observa-se que novamente a dicotomia qualidade do produto/exclusividade da marca são os campeões. Os índices mais lembrados pelos clientes, com ligeira predominância (51% versus 47%, respectivamente) da qualidade, no índice “ótimo”, diminuindo um pouco (40,5% versus 39%) no índice “bom”. No índice “regular”, a relação é inversa (qualidade 6% e exclusividade 9,5%). Esses índices só comprovam que a loja tem nessa dicotomia uma forte predominância sobre as demais, o que sugere a manutenção e a ampliação dessa estratégica de negócios – manter a qualidade do produto e a exclusividade da marca será de extrema importância, especificamente quando se tratar de buscar a fidelidade dos clientes, antigos e novos. 44 47% 50 45 40 35 41% 39,5% 32% 30 Atendimento 25 Preço dos produtos 20 14,5% 13% 5,5% 15 10 4,5% 5 1% 2% Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo 0 GRÁFICO 07 – Atendimento e Preços dos produtos Fonte: Dados da pesquisa. No que diz respeito à relação atendimento versus preço dos produtos, este último tem respaldo nos índices “bom” e “regular”, apresentando-se como um índice maior de aceitação. No “Bom”, o preço do produto supera o atendimento (47 a 39,5%), o mesmo acontecendo no índice “regular” (14,5 a 13%). Somente no índice “ótimo” o atendimento supera o preço do produto, porém a diferença de 9% (41 a 32%) é expressiva. Essas diferenças entre os percentuais apontam para a necessidade de ajustes nas práticas dos preços dos produtos. Mas do outro lado, seria praticamente inviável a empresa conseguir manter a alta qualidade do seu produto, alinhada a uma vultosa exclusividade de sua marca, sem o preço de suas mercadorias ser mais elevado. A empresa prima por um excelente atendimento aos seus clientes, a favor disso são feitas constantemente reuniões com diretor, supervisor de vendas, gerentes e vendedores, com a finalidade de mostrar erros cometidos e buscar cada dia melhorar nessa variável. Ainda no caso do atendimento, o índice foi considerado aceitável, mas nesse quesito nunca é demais, é um setor que diariamente qualquer empresa deve aprimorar até a busca mais próxima da perfeição. 45 45 40 35 30 40,5% 38% 36% 29,5% 29,5% 25 21% 20 22% Brindes 19,5% 15 10 Convites para lançamentos e eventos 26% Cartão de Fidelidade 10,5% 8,5% 5,5% 4% 5 5% 4,5% Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo 0 GRÁFICO 08 – Convites para lançamentos e eventos, brindes e cartão de fidelidade. Fonte: Dados da pesquisa. Convidar as pessoas para eventos e promoções, além de demonstrar ser uma ótima ferramenta a ser utilizada no pós-venda, tem sido mais efetivo do que presenteá-las com cartões de fidelização. Somente há uma vantagem desses em relações aos convites no índice “regular” essa relação é de 38% a 22%. Esses dados eram de se esperar, pois o cartão de fidelidade, que é o maior trunfo da empresa no quesito “manter o cliente fiel”, ainda está em fase de conclusão e apenas poucos clientes já o detém. Em relação aos convites, as pessoas se sentem muito bem quando são lembradas para eventos, tais como desfiles de moda, shows, apresentações de um produto, ou de um artista com limite de convidados, porque elas são, na sua grande maioria, vaidosas, e esses convites representam elevação de status. O item mais preocupante e que demonstra desempenho insuficiente é o que se refere aos brindes. Os maiores índices alcançados foram “regular”, com 40,5% e “ruim”, com 29,5%, o que significa que a aceitação dos brindes oferecidos é regular. Mas se somados os dois índices, teremos um total de 70%, equivalente a 140 (centro e quarenta) pessoas, ou seja, está “ruim”. O que demonstra que os brindes ou não estão agradando, ou são mal distribuídos. O gráfico 09, a seguir, evidencia que o cliente Calzature está se tornando, aos poucos, fiel. O índice menor, 12% representado pelos clientes com até 2 (duas) vezes, deve referir-se a clientes recentes, pois, se trabalhados corretamente poderão angariar êxito em também conquistar esses consumidores. Já 20% dos clientes visitam a loja de 9 (nove) a mais de 12 (dozes) vezes, enquadrando-se perfeitamente como verdadeiros clientes fiéis. 46 40 33 35 35 30 25 20 15 15 12 10 5 5 0 Até 2 vezes De 3 a 5 vezes De 6 a 8 vezes De 9 a 11 vezes Mais de 12 vezes GRÁFICO 09 – Quantas vezes o (a) senhor (a) realizou compras na empresa Calzature nos últimos 12 meses? Fonte: Dados da pesquisa. A maior parte da população, cerca de 68% dos respondentes, são aqueles que visitam a empresa de 3 (três) a 8 (oito) vezes anuais. Nesse caso, a loja terá que montar um planejamento para que esses clientes sigam o exemplo dos fidelizados e voltem com mais freqüência à loja, mas é preciso ter cuidado para que esse tipo de marketing seja feito correto, para não ter o perigo de acontecer o inverso, e os mesmos consumidores não visitarem mais a instituição. GRUPO 3 – Entrevistas Duas entrevistas foram efetuadas, e tanto o gerente quanto o supervisor de vendas contribuíram para as duas perguntas. Embora semelhantes, esse pessoal exerce funções diferentes. Ao gerente cabe, em linhas gerais, acompanhar os vendedores, no sentido de verificar se as metas estão sendo cumpridas, corrigindo, assim, desvios apresentados. Sem deixar de ser, também, um gerente, o supervisor de vendas é o profissional que lidera a equipe de vendas em um todo, e, como um líder, dele se espera e cobra-se muito mais. Entre outras virtudes, o mesmo deve manter um relacionamento de alto nível, pautado em uma boa comunicação com toda a área comercial, a qual é sua responsabilidade, e deve orientar sempre gerentes e vendedores, sem jamais perder sua autoridade. Desse modo, ao ser indagado sobre o que a empresa realiza em termos de ações de estratégias para fidelizar clientes na Calzature, o gerente de loja, Flávio, respondeu que: 1. Uma vez por ano, geralmente no Natal, enviamos mala direta aos clientes que fizeram compras recentes. 2. Cada vendedor é orientado a manter uma relação com os melhores clientes e com ele cabe manter contatos, especialmente quando chegam novas coleções. 47 2. Ao longo da coleção, são realizados diversos desfiles, geralmente em parceria com outras lojas, e as clientes são convidadas por telefone. 3. Estamos concluindo a implantação do cartão cliente especial, no qual o mesmo juntará bônus para ganhar descontos nas compras. Essas respostas evidenciam que existem estratégias para fidelização de clientes, porém elas ainda são tímidas e apresentam falhas, embora essas possam ser corrigidas na reformulação do plano estratégico. Por exemplo, não se pode lembrar do cliente apenas uma vez ao ano. É correta a delegação do contato com o cliente ao vendedor, afinal é a ele que o cliente se reporta nas compras. Não cabe diretamente esse tipo de contato a gerentes e supervisores, mas a presença desses junto aos clientes fará com que eles se sintam prestigiados, em relação a convites para eventos e desfiles, essa estratégia é uma arma de grande poder para atrair consumidores e mantêlos fiéis, pois como foi dito no decorrer deste estudo, todo ser humano gosta de se sentir importante, e esses convites aumentam o seu ego. Uma boa providência é a criação de um cartão cliente especial, lembra-se apenas que essa condição há que ser efetivamente evidenciada nos negócios futuros, não adianta ao cliente ser vip apenas no papel, ele quer ser especial mesmo. De maneira oportuna, foram indagadas quais sugestões poderiam ser implantadas na empresa para aumentar o nível de fidelização dos clientes, ao que eles deram, entre outras, as seguintes respostas: 1. Disponibilizar uma moto a um vendedor, para que ele tenha condições de apresentar novas coleções diretamente na residência ou no trabalho da cliente. 2. Aumentar e aprimorar o envio de mala dieta, parabenizando clientes pelo seu aniversário e outras datas que se tenham notícias, e agradecer no caso de uma compra de alto valor. 3. Aprimorar o telemarketing, deixando uma pessoa somente para o contato com os clientes, desafogando os vendedores, e essas ligações substituindo a mala direta, nos casos de aniversários, informações de novas coleções etc. 4. Liberar ligações do celular, os clientes nem sempre são encontrados em suas residências ou locais de trabalho. 5. Acelerar o processo de trocas; Atualmente o prazo de 30 dias para troca de mercadorias tem criado problemas. ¹ De um modo geral, tais sugestões foram consideradas proveitosas, porém no caso da questão 1 (um) esse tipo de contato deve ser analisado cuidadosamente, para que a empresa possa analisar se o risco e os custos compensam o resultado obtido. 48 A questão 2 apresenta-se como uma necessidade premente. Entretanto, panfletos devem ser bem mais elaborados, elegantes, pessoais, com o primeiro nome do cliente destacado, pois assim parece mais uma carta do que uma propaganda. Não se recomenda, embora não se descarte. Há que ser mais bem estudada, substituir a mala direta pelo telemarketing porque, tradicionalmente, no Brasil, esse sistema só é utilizado para cobranças, vendas de produtos indesejáveis, como seguro, por exemplo, e cartões de crédito. A maioria das pessoas desligam o telefone quando sentem que é uma operação de telemarketing que está na linha. Esses telefonemas, principalmente os mais pessoais, como convites para eventos e informação de novas coleções devem ser dados pelos gerentes ou supervisores. As pessoas se sentem bem quando o contato se configura como pessoal. Toda organização deve disponibilizar celulares para o seu pessoal. Esse pode ficar nas mãos do supervisor, à disposição de cada vendedor, nesse caso, novamente é preferível a empresa fazer o levantamento se valeria a pena tal aquisição. Sobre o processo de troca, esse é o prazo máximo estipulado pelo Procon, e praticamente todas as empresas o utilizam como base. A organização estudada tem um projeto em andamento para reduzir esse prazo, fechando parcerias com seus fornecedores. Mas infelizmente até agora não saiu do papel, devido à resistência imposta pelos fornecedores em trocar mercadorias com defeito. 49 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Quando foi decidido estudar a possibilidade de se criar estratégias de fidelização na Empresa Calzature, foi possível imaginar que, pela tradição da loja no mercado local, estratégias nesse sentido já deveriam existir no seu plano estratégico, o que foi amplamente confirmado. Porém, a maneira como estão sendo conduzidas estas estratégias estão apontando falhas, o que leva a uma necessidade urgente de que elas sejam reformuladas e, para isso, a reforma do plano estratégico, sem abandonar outras áreas cruciais, deverá se dedicar com mais afinco a melhoras na equipe de vendas. Do ponto de vista da elaboração desse trabalho acadêmico, foram encontradas muitas facilidades, especialmente no que diz respeito à pesquisa bibliográfica, que se mostrou farta, em livros disponibilizados em bibliotecas oficiais ou particulares que, embora tenham apresentados alguns mais antigos, seus conceitos ainda são válidos porque, na ciência administrativa,as mudanças de conceitos consagrados para modernos não são efetuados com muita rapidez. Também a rede mundial de computadores se mostrou rica em conceitos sobre vendas e suas ferramentas, bem como no que diz respeito ao planejamento estratégico, manutenção e criação de clientes, enfim todos os itens que compõem a fundamentação teórica. No que diz respeito à pesquisa de campo, essa foi entendida e facilitada pela ação dos gerentes, supervisores e vendedores da loja em questão, os quais colaboraram na apresentação e no convencimento dos clientes que participaram da entrevista, através do questionário aplicado, participando, dois deles, como entrevistados em perguntas abertas, respondidas de próprio punho. Nenhuma dificuldade foi apresentada no desenrolar da pesquisa, pelo que se considera que ela transcorreu na mais absoluta condição de transparência e credibilidade. Desse modo, consideram-se alcançados todos os objetivos propostos, bem como respondida a questão-problema efetuada. O objetivo geral, analisar as estratégias para fidelização de clientes na gestão da empresa Calzature, foi alcançado e foram confirmados nas respostas dadas pelos clientes às questões que lhes foram apresentadas, especialmente nos gráficos 06, 07, 08 e nas respostas dos colaboradores entrevistados, exibidos na análise dos resultados, no capítulo anterior. Especificamente, conseguiu-se identificar as estratégias utilizadas na empresa para fidelizar clientes, que basicamente se orientam por oferecer benefícios, tais como brindes, cartão de fidelização, e de modo natural pela qualidade e exclusividade de seus produtos. Estes são também elementos que permitiram verificar os fatores determinantes da fidelização de clientes, 50 ou seja, a qualidade e a exclusividade, mas também podem se incluir os preços dos produtos. Os resultados conseguidos por essas estratégias de fidelização utilizadas pela Calzature se configuram no enorme cadastro de clientes apresentados e confirmam-se pelo gráfico 07 da análise, que indica a quantidade de compras realizadas nas lojas feitas pelos clientes. Quanto à problemática do estudo representada pela questão: como compreender as estratégias para fidelização de clientes na gestão da empresa Calzature? –, foi respondida pelas respostas dadas na entrevista efetuada, e complementadas pelas sugestões a seguir. Sugere-se, primeiramente, a reformulação do plano estratégico da empresa, podendo ser tomado como base aquelas respostas que foram dadas pelo gerente de vendas e pelo supervisor, responsáveis diretos pela elaboração do planejamento estratégico e pelo treinamento e coordenação que essa reforma exigirá. Entretanto, aquelas respostas nortearão essa mudança de rumos do plano estratégico, mas antes de serem implementadas, deve ser feito um estudo minucioso, para fim de que os resultados superem os custos e riscos. Trocar a mala direta por um sistema de telemarketing, mesmo que conduzido por um único funcionário, não é de bom tom. As pessoas em geral não estão gostando deste sistema de relacionamento. Disponibilizar novas tecnologias de informação, como internet, intranet ou outros programas específicos é importante nos dias atuais. Entretanto, o relacionamento pós-venda deve ser o ponto-chave dessa reforma. Não se deve somente telefonar para um cliente quando ele efetua uma compra de elevado valor, pois essa compra pode ser a única. Deve-se manter um relacionamento pós-venda com todos os clientes, desde aquele que compra uma simples sandália rasteira, até os que trocam mensalmente todos os seus calçados. Para os estudiosos das ciências administrativas e acadêmicos do curso de administração, futuros gerentes, supervisores ou diretores, recomenda-se a leitura atenta das obras referenciadas, porque, com certeza, qualquer que venha ser a função exercida no futuro, esse tema será uma exigência ao bom andamento das empresas. E, ao final deste estudo, resta agradecer à empresa Calzature, através dos seus diretores, colaboradores, e aos clientes, pela delicadeza em participar desse estudo, fato que somente o enriqueceu. 51 REFERÊNCIAS ALDAY, Hernan E. Contreras. O Planejamento estratégico dentro do conceito de administração estratégica. Artigo. Disponível em<www.fae.edu.br/publicacoes>. Acessado em 04.abr.2008 ALMEIDA, Sérgio. Cliente, eu não vivo sem você: o que você não pode deixar de saber sobre qualidade em serviços e clientes. Salvador: Casa da Qualidade, 1995. ALVES, Nicia M. Monteiro. Comportamento social é importante em todas as profissões. 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Perfil dos entrevistados 01) Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino 02) Faixa Etária ( ) Até 21 anos ( ) De 22 à 29 anos ( ) De 30 à 40 anos ( ) Acima de 40 anos 03) Grau de Escolaridade ( ) 1º Grau incompleto ( ) 1º Grau Completo ( ) 2º Grau incompleto ( ) 2º Grau completo ( ) Superior incompleto ( ) Superior completo 56 04) O que lhe atraiu a realizar sua primeira compra na Calzature? ( ) Preço ( ) Ambiente da loja ( ) Produto ( ) Exclusividade da marca ( ) Qualidade no atendimento ( ) Cartão Fidelização ( ) Descontos oferecidos ( ) Outros 05) O que lhe faz retornar a Calzature? ( ) Preço ( ) Ambiente da loja ( ) Produto ( ) Exclusividade da marca ( ) Qualidade no atendimento ( ) Cartão Fidelização ( ) Descontos oferecidos ( ) Outros 06) Na sua opinião como cliente, classifique os níveis de satisfação com a Calzature F. Oferecidas / N. Satisfação Convites para lançamentos e eventos Cartão de desconto Brindes Preço dos produtos Atendimento Qualidade no produto Exclusividade na marca Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo 07) Quantas vezes a (o) senhor (a) realizou compras na empresa Calzature nos últimos 12 meses? ( ) até 2 vezes ( ) De 9 a 11 vezes ( ) De 3 a 5 vezes ( ) Mais de 12 vezes ( ) De 6 a 8 vezes 57 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - UNIPÊ PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO APÊNDICE B ENTREVISTA APRESENTADA AO GERENTE E AO SUPERVISOR DE VENDAS SOBRE ESTRATÉGIAS APLICADAS E SUGESTÕES PARA AUMENTAR O GRAU DE FIDELIZAÇÃO DOS CLIENTES 01) O que a empresa realiza em termos de ações estratégicas para fidelizar os clientes na Calzature? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 02) Quais sugestões poderiam ser implantadas na empresa para aumentar o nível de fidelização dos clientes Calzature? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________