UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO ESPECIALIZAÇÃO “Lato Sensu” EM PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO EM BOVINOS SISTEMA DE PASTEJO Veruska Miranda Araújo Brasília, dez. 2007 VERUSKA MIRANDA ARAÚJO Especialização “Lato Sensu” em Produção e Reprodução em Bovinos SISTEMA DE PASTEJO Trabalho monográfico de conclusão da Especialização “Lato Sensu” em Produção e Reprodução em Bovinos (TCC), apresentado a UCB como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Médico Veterinário, sob a orientação do Prof. Paulo Cláudio Machado Junior. Brasília, dez. 2007 Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pelo Dom da Vida, a minha família e aos meus amigos de turma, principalmente as meninas, que sempre me incentivaram, ajudaram e apoiaram. Agradecimentos A minha família que sempre me incentivou e apoiou nos meus estudos; Ao meu querido professor Paulo Machado, que mesmo não sendo mais meu professor aceitou a ser meu orientador e me ajudou muito; Ao meu professor de Inglês Igor, que sempre está me ajudando. A todos os professores e amigos da pós-graduação que ajudaram no meu crescimento profissional. SUMÁRIO RESUMO..............................................................................................................................v LISTA DE FIGURAS.........................................................................................................vi LISTA DE TABELAS.......................................................................................................vii 1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................ix 2 - SISTEMAS DE PASTEJO NA EXPLORAÇÃO PECUÁRIA BRASILEIRA ................... xii 3 - SISTEMA PLANTA-ANIMAL.........................................................................................xvi 4 -MANEJO DE PASTAGENS ...........................................................................................xvii 5 - MANEJO DE FORMAÇÃO ...........................................................................................xix 6 - SISTEMAS DE PASTEJO ...............................................................................................xx 7 - CAPACIDADE DE SUPORTE ....................................................................................xxiii 8 - TAXA DE LOTAÇÃO................................................................................................... xxiv 9 - MÉTODOS DE UTILIZAÇÃO DE PASTAGENS ........................................................ xxvi 9.1 - PASTEJO CONTÍNUO..................................................................................... xxvi 9.2 – PASTEJO ROTACIONADO .......................................................................... xxvii 9.2.1 - DIFERENTES NOMECLATURAS DO PATEJO ROTACIONADO ....... xxvii 9.2.2 - TIPOS DE MANEJO DE PASTEJO ROTACIONADO............................ xxviii 9.2.2.1 - LOTAÇÃO ROTACIONADA .............................................................. xxix 9.2.2.2 - PASTOREIO RACIONAL VOISIN ...................................................... xxx 9.2.2.3 – PASTEJO EM FAIXAS....................................................................... xxxv 9.2.2.4 – PASTEJO ROTACIONADO COM DOIS GRUPOS DE ANIMAIS xxxvi 9.2.2.5 - "CREEP GRAZING".......................................................................... xxxvii 9.2.2.6 - "CREEP-GRAZING AVANÇADO".................................................. xxxvii 9.2.2.7 - PASTEJO LIMITE ............................................................................. xxxvii 9.2.2.8 – PASTEJO DIFERIDO....................................................................... xxxviii 10- CERCA ELÉTRICA E OUTROS................................................................................... xli 11- COMPARATIVO DO SISTEMA CONTÍNUO E DO ROTACIONADO. .....................xliv 12 - CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................lv 13 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... lviii RESUMO O objetivo de um bom sistema de pastejo é permitir aos animais uma eficiente utilização de forragem da melhor qualidade, durante o ano inteiro, sem comprometer a sustentabilidade da pastagem. Dessa forma, o manejo das pastagens deverá permitir uma adequada colheita da forragem produzida por parte dos animais. As opiniões sobre qual o melhor sistema de utilização das pastagens são numerosas e divergentes, principalmente com relação ao sistema contínuo e rotacionado. Apesar de muitos experimentos terem sido conduzidos, os resultados tem sido contraditórios e não permitem uma conclusão definitiva. O presente trabalho relatou os sistemas de pastejo na exploração pecuária, assim como o comparativo entre os dois sistemas mais utilizados: contínuo x rotacionado, e suas variações. Palavras-Chaves: Pastagem, Forragem, Pastejo. ABSTRACT The objective of a good system of pastejo is to allow to the animals an efficient use of fodder plant of the best quality, all over the year, without compromising the sustainability of the pasture. So, the handling of the pastures may allow an adequate harvest of the fodder plant produced on the part of the animals. The opinions on which the best system of use of the pastures is, are numerous and divergent, mainly with relation to the continuous and rotated system. Although many experiments have been done, the results have been contradictory and they do not allow a definitive conclusion. The present work explained the systems of pastejo in the cattle raise, as well as the comparison between the two most used systems: continuous x rotated, and its variations. Key-Words: Pasture, Fodder plant, Pastejo. LISTA DE FIGURAS 1. Relação da pressão de pastejo (N) com ganho por animal (g) e ganho por unidade de área(G)..................................................................................................................14 2. Esquemas ilustrativos de algumas variantes de pastejo rotacionado........................32 3. Mudanças na taxa de crescimento instantâneo (dW/dt), na massa da pastagem (w) e na taxa média de crescimento ((W-Wo)/t) de uma pastagem durante a rebrota a partir de uma baixa área folicular.............................................................................39 LISTA DE TABELAS 1. Relação de alguns trabalhos comparando os dois métodos de pastejo.....................41 2. Associação generalizada entre parâmetros do sistema planta – animal sob várias pressões de pastejo...................................................................................................44 1. INTRODUÇÃO O princípio básico e universal de qualquer sistema de produção animal é a obtenção do equilíbrio entre suprimento e demanda por alimentos (SILVA & PEDREIRA, 1996). Para sistemas de produção envolvendo pastagens essa afirmativa não poderia ser diferente, pois a pastagem está devidamente inserida no sistema de produção como um dos principais fatores produtivos. Porém um sistema de produção é muito mais complexo e dinâmico do que se possa parecer, existem diversos fatores fazendo parte desse sistema que interagem entre si, tais como, solo, planta, clima, animais e o próprio homem. É normal que mudanças num desses componentes gerem modificações num outro. É dentro desse contexto que devemos estabelecer sistemas de suprimento de forragem de modo a tornar a atividade pecuária uma alternativa competitiva e interessante do ponto de vista econômico. Soluções pontuais e/ou localizadas dentro desse sistema certamente não permitirão a obtenção de resultados líquidos efetivos satisfatórios, já que existem mecanismos de compensação que faz com que respostas de componentes individuais ao manejo sejam equilibradas por outras indiretas (SILVA & PEDREIRA, 1996). Máximo rendimento por animal e por unidade de área nunca poderão ser obtidos simultaneamente. Como isto é verdade, deve-se ter em mente de que uma eficiente utilização de forragem para a produção de produtos de origem animal exige decisões que satisfaçam a demanda para a produção por animal e por unidade de área (BLASER citado por MARASCHIN, 1994). Dessa forma, para o adequado manejo de um sistema de produção, particularmente baseado no uso de pastagens, é de grande importância se conhecer todos os seus componentes e suas interações. Considerando o pasto como meio por onde circulam todos os fatores já mencionados, vemos a importância que o seu manejo pode ter na produção animal. Não é difícil perceber que não há um sistema de pastejo ótimo para as mais diversas situações, na verdade para cada sistema de produção há um sistema de pastejo que melhor se ajusta aos fatores de produção. No entanto para a obtenção de uma alta produção animal em pastagens três condições básicas devem ser atendidas (MCMEEKAN, 1956): a) deve ser produzida uma grande quantidade de forragem de bom valor nutritivo, cuja distribuição estacional deve coincidir com a curva anual de requisitos nutricionais dos animais; b) uma grande proporção dessa forragem deve ser colhida pelos próprios animais, c) a eficiência de conversão dos animais deve ser elevada. A primeira condição é muito difícil de ser atendida, porque, na maioria das pastagens no mundo, o suprimento de forragem ao longo do ano não coincide exatamente com as necessidades dos rebanhos (SPEEDING, 1965). O que ocorre na verdade, é que há um excesso de forragem produzida na época das chuvas e um forte déficit de forragem nos períodos de seca na grande maioria dos casos. As pastagens raramente estão em estado de equilíbrio. Na maioria das vezes os animais consomem quantidades de forragem acima ou abaixo do que está sendo produzido. Alguma estabilidade do sistema solo-planta-animal é importante para a persistência de produção das pastagens. Isso só poderia ser conseguido através da combinação adequada dos fatores ambientes com aqueles controlados pelo homem, quais sejam: pressão e sistema de pastejo e tipo de animais utilizados. Porém, temse observado que, na maioria das fazendas de produção de bovinos, os administradores não têm dado as pastagens à devida atenção e vêm utilizando mais freqüentemente dentro dos princípios do extrativismo (NETO, 1994). O objetivo deste trabalho é apresentar os diversos tipos de sistemas de pastejo, fixando o sistema contínuo e rotacionado, com suas variações. Mostrar que com um bom sistema de pastejo, adequado a cada situação, irá permitir que os animais tenham uma eficiente utilização de forragem da melhor qualidade, durante o ano inteiro, sem comprometer a sustentabilidade da pastagem, fazendo um comparativo dos dois principais sistemas. 2 - SISTEMAS DE PASTEJO NA EXPLORAÇÃO PECUÁRIA BRASILEIRA A indústria pecuária nas regiões tropicais tem passado por mudanças importantes em tempos recentes. No Brasil o final do século XX foi marcado pela necessidade de reavaliação de postura e procedimento em diversos setores, em função da estabilidade econômica. Nesse contexto, o setor primário foi forçado a direcionar esforços para a tecnificação e para o aumento de eficiência do processo produtivo. Uma das atividades do setor que talvez tenham sido atingidas com mais intensidade foi à pecuária, que, no Brasil é essencialmente baseada no uso de pastagens. (PEDREIRA et al., 2005) Todos os sistemas de produção no mundo têm em comum a mesma problemática de qualquer sistema de produção baseado em pastagens. Há sempre um ciclo de maior produção de forragem e um outro de menor produção de forragem. Varia a amplitude desta produção/escassez (em massa de forragem) e o tempo no qual esta se verifica (meses). (SANTANA, 1997) Como em todos os setores, a busca por soluções para problemas que antes eram crônicos e assumidos como inerentes e inevitáveis, teve início com a conscientização de que sobrevivência era sinônimo de eficiência. Numa atividade em que escala de produção e margem de lucro têm que ser entendidas com exatidão, a demanda por tecnologia aumentou significativamente. Começou-se, em muitos casos, a discutir o "sistema" de produção animal e a entender a sua natureza multi-disciplinar e, aos poucos, aceita-se o fato de que custo baixo não é sinônimo de lucro máximo. Esses sistemas precisam sim ser retro-alimentados com investimento em recursos produtivos e tecnologia, e, ao mesmo tempo em que as pressões sociais e governamentais requerem a conscientização ecológica e o produto animal de qualidade, as econômicas demandam que sejam viáveis. Em uma palavra, deve haver sustentabilidade. (PEDREIRA et al., 2005) Nos países desenvolvidos, tais pressões têm em anos recentes determinado grandes mudanças de procedimento na indústria pecuária. Sistemas intensivos de produção em confinamento têm sido associados a problemas de doenças e de poluição de mananciais e em muitas situações, a "volta aos pastos" está sendo conclamada. Isso coloca o setor produtivo diante do dilema de ter que manter os níveis de produtividade, estrutura de custos, gerenciamento dos sistemas etc, pelo menos em níveis semelhantes àqueles praticados nos sistemas confinados. Ocorre que, na pastagem, o manejo da alimentação que é crítico para o bom manejador de pastos, passa a ser um novo universo para o pecuarista habituado a gerenciar ingredientes de rações. Embora o pasto pastejado seja a fonte de alimento mais barata para falta de conhecimento sobre como usá-lo, pode custar caro. Às vezes caro demais. (PEDREIRA et al., 2005) A situação da pecuária no Brasil é difícil. Se a dita ocupação do Centro-Oeste, através da abertura de novas áreas de pastagens, teve grande impacto no que diz respeito ao aumento do efetivo bovino no país, o mesmo não se pode dizer em relação aos índices de produtividade. Eles são muito baixos e estão estagnados há algumas décadas, com tímidas melhorias em alguns índices. (SANTANA, 1997) A taxa anual de crescimento do efetivo bovino na década de 90 no Centro-Oeste é de 4,2%, enquanto na Região Sul é de 1,1%, basicamente sustentada pelo Paraná. A pecuária no RS é baseada essencialmente na produção do seu campo nativo, presente em aproximadamente 10,5 milhões de ha. Este campo, de alta diversidade florística, tem o seu de crescimento nos meses de primavera e verão, já com acentuada redução de crescimento no outono e insignificante no inverno. A comparação com diferentes biomas no mundo revela que esta região é uma das de maior potencial de crescimento vegetal. As regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte transformaram boa parte de sua vegetação nativa em pastagens utilizando essencialmente espécies dos gêneros Brachiaria, Panicum, Pennisetum e Andropogon. As causas da baixa produtividade dos sistemas de produção em pastagens são muitas. (SANTANA, 1997) As literaturas científica e técnica são ricas em publicações sobre produção e manejo de pastagens, sobretudo no que diz respeito a espécies de clima temperado. Nos últimos anos, muito tem se avançado no campo das espécies tropicais. Sistemas de pastejo (entendidos como a combinação integrada dos componentes animal, planta, solo, clima, manejo, e mercado) têm sido concebidos e testados na tentativa de se chegar a receitas ótimas, mas logo se percebe que as individualidades de cada sistema, definem obrigatoriamente individualidades filosóficas na sua condução. (PEDREIRA et al., 2005) Segundo PEDREIRA et al (2005), dentre os componentes mais estudados os métodos de pastejo têm recebido grande atenção por parte da pesquisa. A diversidade de espécies de plantas forrageiras tropicais, aliada à diversidade de ambientes em que serão utilizadas, impossibilita a proposição de receitas para cada combinação. Assim, é fácil reconhecer que, mais importante do que saber "o que acontece", é mais importante saber "por que acontece", e, portanto, a adoção bem sucedida de tecnologia de manejo de pastagens passa obrigatoriamente pelo entendimento das bases biológicas que regem as respostas das plantas forrageiras às estratégias de desfolha dentro dos sistemas de produção. 3 - SISTEMA PLANTA-ANIMAL A produção de uma pastagem deve ser interpretada como uma inter-relação de fatores que envolvem dois sistemas biológicos: a pastagem e o animal (SPEEDING, 1965 & MATCHES, 1970). Qualquer outro fator que influencie um dos sistemas afetará o desempenho animal e o rendimento da pastagem por unidade de área. O desempenho animal depende da quantidade e qualidade da forragem produzida e sua conversão quando consumida pelo animal. MOTT (1973) considerou a produção de forragem por unidade de área, em termos de unidades alimentares, como o aspecto quantitativo da produção animal, e a resposta do animal à pastagem como uma medida de sua qualidade total, se o potencial do animal for constante e a pastagem a única fonte de alimento para o animal e a quantidade disponível não for limitante. Um dos objetivos primários no manejo de pastagens deve ser a definição da relação planta-animal e como ela afeta o desempenho do animal e o rendimento da pastagem. Quando se pretende estabelecer o valor potencial de uma pastagem, deve-se ter em mente que as técnicas de avaliação de pastagens com animais medem ou o potencial do animal ou o potencial da pastagem, isto é, o fator limitante no sistema planta-animal (IRVINS et al., 1958). Isto significa que devem ser evitadas as lotações conservativas e alta pressão de pastejo impostas, se se pretende identificar as melhores pastagens (BRYAN, et al., 1964). 4 -MANEJO DE PASTAGENS O manejo eficiente da pastagem requer um plano compreensivo de utilização para assegurar o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis. As decisões operacionais necessárias para viabilizar um plano de manejo envolvem considerações biológicas, econômicas e de manejo geral da propriedade. Neste sentido, um sistema de pastejo ideal é aquele que permite maximizar a produção animal sem afetar a persistência das plantas forrageiras. Contudo, a escolha de um sistema de pastejo é bem mais complexa do que simplesmente se adotar algumas técnicas de manejo, haja vista que envolve uma série de variantes interagentes, tais como a planta forrageira, a animal, o clima e o solo. (REIS, 1997) A diversidade climática e edáfica existente nas diferentes regiões pastoris propiciaram o desenvolvimento de grande número de sistemas de pastejo. Nos Estados Unidos vários sistemas envolvendo rotação de pastagens sugeriram nos últimos 40 anos, de forma cíclica e regional, despertando grande interesse de pecuaristas e considerável experimentação de longo prazo sobre os vários componentes dos sistemas. (RODRIGUES, 1997) Segundo REIS (1997) os estudos publicados até o momento mostram que os sistemas de pastejo testados apresentam resultados bastante confiantes. Alguns sistemas melhoraram a cobertura vegetal da pastagem, mas não afetam a produção animal. Outros aumentam a produção animal. Outros aumentaram a produção animal a curto prazo, mas não resultam em efeitos benéficos para a persistência das plantas na pastagem. No manejo de pastagens o principal objetivo é assegurar a produtividade animal, a longo prazo, mantendo sua estabilidade e persistência. Para que se possa alcançar alta produção animal em pastagens, três condições básicas devem ser atendidas (COSTA, 2007): a) alta produtividade de forragem com bom valor nutritivo, se possível, com distribuição estacional concomitante com a curva anual dos requerimentos nutricionais dos animais; b) propiciar aos animais elevado consumo voluntário; c) a eficiência de conversão alimentar dos animais deve ser alta. Dentre os fatores de manejo que mais afetam a utilização das pastagens, destacamse a carga animal e o sistema de pastejo. A carga animal ou intensidade de pastejo influi na utilização da forragem produzida, estabelecendo uma forte interação com a disponibilidade de forragem como conseqüência do crescimento das plantas, da desfolhação e do consumo pelos animais. Já, o sistema de pastejo está relacionado com os períodos de ocupação e descanso da pastagem e tem por finalidade básica manter uma alta produção de forragem com bom valor nutritivo, durante a maior parte do ano, de modo a maximizar a produção por animal e/ou por área. (COSTA, 2007) 5 - MANEJO DE FORMAÇÃO A utilização intensa das pastagens logo após o seu estabelecimento pode comprometer sua produtividade e diminuir sua vida útil. Se o plantio foi bem sucedido e ocorreu boa emergência de plantas, aproximadamente 3 a 4 meses após, quando a espécie forrageira atingir uma altura aproximada de 30-40 cm (plantas prostradas) e 60-100 cm (plantas cespitosas), faz-se um pastejo inicial e rápido com uma carga animal de 4 a 6 UA/ha, preferencialmente utilizando-se animais jovens, visando consolidar o sistema radicular e estimular novas brotações, contribuindo também para maior cobertura do solo. (COSTA, 2007) Independente dos sistemas de pastejo utilizados deve-se lembrar que a disponibilidade da pastagem é uma ferramenta de manejo do pastejo obtida pelo controle da lotação. (BLASER et al, 1986). Segue-se uma limpeza das plantas invasoras, replantio das áreas descobertas e descanso das pastagens até o completo estabelecimento. No entanto, recomenda-se não iniciar o pastejo durante a primeira estação chuvosa. Quando se tem uma densidade de plantas muito baixa, é desejável deixar que estas cresçam livremente para a produção de sementes e, então, dar-se-á um pastejo para que os animais auxiliem na queda e distribuição das sementes em toda a área, favorecendo, dessa forma, a ressemeadura natural na estação chuvosa seguinte. (COSTA, 2007) 6 - SISTEMAS DE PASTEJO Em qualquer que seja a situação de pastejo com animais, existem três fatores fundamentais e que fazem parte de qualquer sistema de pastejo (COSTA, 2007): a) Dias de ocupação: período em que os animais permanecem pastejando uma determinada área; b) Dias de descanso: período compreendido entre dois pastejos subseqüentes, no qual a pastagem fica em repouso para rebrotar, variando desde o pastejo contínuo, com zero dia de descanso, até sistemas com uma ampla relação de dias de descanso, em que o período de ocupação pode ficar reduzido a um dia ou menos, como ocorre no pastejo rotativo; c) Pressão de pastejo: é a relação entre o peso vivo dos animais em pastejo e a quantidade de forragem disponível na pastagem, normalmente é expressa em kg de Matéria Seca (MS) oferecida (disponível) por 100 kg de peso vivo/dia, ou seja, uma pressão de pastejo de 3% significa uma oferta diária de 3 kg de MS disponível para cada 100 kg de peso vivo/dia. Diferencia-se do conceito de taxa de lotação, pois este relaciona a carga animal com a área, não levando em consideração a disponibilidade de forragem. Independentemente do método de pastejo contínuo ou rotativo, a pressão de pastejo é o principal fator que determina o sucesso ou insucesso no manejo de uma pastagem. Segundo COSTA (2007) partindo-se do principio em que os demais componentes do sistema não sejam limitantes, a máxima produção por animal (p.e. kg de leite/vaca) é determinada pelo valor nutritivo (qualidade) da forragem disponível, e a máxima produção por área (kg de leite/ha = kg de leite/vaca x número de vacas/ha) é função da quantidade de forragem disponível na pastagem. A máxima produção por animal e por área não podem ser atingidas simultaneamente. O máximo ganho por animal ocorre quando a pressão de pastejo é baixa e/ou a disponibilidade de forragem é alta, o que propicia o pastejo seletivo por parte dos animais (área de subpastejo); em casos extremos o desempenho animal poderá ser prejudicado, devido ao decréscimo na qualidade da forragem, em função do acúmulo de material senescente. (COSTA, 2007) À medida que a pressão de pastejo vai aumentando e/ou a disponibilidade de forragem vai diminuindo o ganho/área é crescente e o por animal é decrescente; inicialmente as taxas são pequenas, mas com o aumento na restrição de forragem disponível as taxas de decréscimo passam a ser maiores, até ser atingido o ponto em que tanto o ganho/área como por animal, passam a ser decrescentes (área de superpastejo), chegando-se ao platô em que os ganhos são nulos. (MOTT, 1960) No manejo de uma pastagem deve-se procurar manter a pressão de pastejo e/ou disponibilidade de forragem em níveis que, embora não representem o máximo ganho por animal, propiciem os maiores ganhos por área (zona de amplitude ótima), pois, desta forma, a pastagem estará expressando o seu potencial produtivo, ou seja, conciliando elevada produção de forragem de alto valor nutritivo. (COSTA, 2007) Segundo COSTA (2007) um dos fatores que limitam o manejo de pastagens com base na pressão de pastejo é a determinação da disponibilidade de forragem, pois as técnicas tradicionais de corte e pesagem da forragem são onerosas (mão-de-obra, tempo, custo), embora as metodologias de dupla amostragem, que procuram correlacionar amostragens de corte com estimativas visuais, realizadas por avaliadores treinados, representem um grande avanço neste sentido. Uma forma simples e prática de se estimar a disponibilidade de forragem em uma pastagem é através da altura de suas plantas, desde que a densidade e a composição botânica estejam adequadas, uma vez que estas variáveis guardam uma estreita correlação entre si. A combinação dos dois primeiros componentes determina o sistema de pastejo que convencionalmente conhecemos como pastejo contínuo e pastejo rotacionado. O gráfico abaixo representa um trabalho clássico de MOTT (1960) mostrando a relação entre pressão de pastejo(n) e ganho por animal(g) e ganho por unidade de área(G). (Figura 1) Figura 1. Relação da pressão de pastejo (N) com ganho por animal (g) e ganho por unidade de área (G). Fonte: MOTT (1960) 7 - CAPACIDADE DE SUPORTE A taxa de lotação máxima que irá permitir um nível determinado de desempenho animal em um método de pastejo especificado, o qual poderá ser aplicado, durante um período de tempo definido sem causar a deterioração do sistema. (REIS & RODRIGUES, 1997) 8 - TAXA DE LOTAÇÃO A taxa de lotação (TL) é o número de animais ou de unidades animais (UA) por unidade de área da pastagem, geralmente expressa em cabeças/ha ou UA/ha. É a variável mais importante no manejo de pastagens, seja sob pastejo contínuo ou rotacionado. O uso de taxa de lotação superior à capacidade de suporte da pastagem implica em superpastejo, e o inverso em subpastejo, ambas as situações sendo indesejáveis. (ANDRADE et al, 2003) Uso da TL pode não ser muito significativa. Isso pode ser verdade se analisar-mos que num rebanho temos normalmente diferentes tipos de categorias animais (animais jovens e leves até animais adultos e mais pesados) e que a TL por si só, não faz referência a disponibilidade de forragem. Por essa razão tem sido sugerida a utilização da pressão de pastejo para melhor representar uma relação entre suprimento e demanda de alimento em sistemas de produção a pasto. (MOTT,1960) Conforme ANDRADE et al (2003) a capacidade de suporte da pastagem é função da produtividade (crescimento) do pasto, determinada principalmente pelo potencial produtivo da espécie forrageira, pela condição da pastagem (produtiva, em degradação ou degradada), pela disponibilidade de água e pela fertilidade do solo. A capacidade de suporte das pastagens é sempre menor durante o período seco, com a diferença entre as estações do ano sendo função da intensidade do período seco. Da mesma forma, pastagens recém-formadas possuem maior capacidade de suporte do que pastagens antigas nãoadubadas, devido à maior fertilidade inicial do solo. Portanto, não é possível fazer uma recomendação geral sobre as taxas de lotação a serem adotadas no manejo das pastagens do Acre. Mesmo dentro de uma propriedade, existem pastagens com maior e menor capacidade de suporte, que deverão ser manejadas com diferentes taxas de lotação. Apenas como parâmetro para comparação, as pastagens produtivas e manejadas sob pastejo rotacionado podem suportar 2 a 3 UA/ha, enquanto que pastagens pouco produtivas, grandes e sob pastejo contínuo suportam apenas 0,5 a 1,0 UA/ha. Para auxiliar no ajuste da taxa de lotação da pastagem manejada sob pastejo rotacionado, devem ser observadas as alturas do pasto na entrada e na saída do lote de animais dos piquetes. Não há necessidade de acompanhamento “milimétrico” destas alturas; o simples monitoramento visual representa um guia prático para identificar a necessidade de aumentar ou diminuir a quantidade de animais do lote. O bom senso e o dia-a-dia ajudarão neste controle. (ANDRADE et al, 2003) 9 - MÉTODOS DE UTILIZAÇÃO DE PASTAGENS Os Métodos de utilização de pastagens oferecem oportunidades de utilização para objetivos distintos. Estes podem variar desde o melhoramento da pastagem, sem preocupação com o desempenho do animal, até o ponto em que este merece toda a consideração. Neste caso, o objetivo pode ser ganho de peso, produção de leite por animal e/ou por área, ou uma combinação de carne e lã. (SPEDDING, 1965). BLASER et al.,(1973) mostram que os métodos de utilização de pastagens estão associados com a morfologia das plantas, estádio de crescimento, qualidade, persistência e composição botânica. O objetivo básico de qualquer método de pastejo deve ser o de manejar a pastagem e outros insumos de forma a aumentar eficiência na produção animal. Basicamente existem dois tipos de sistemas de utilização das pastagens: pastejo contínuo e pastejo rotacionado. Há variações dentro e entre esses sistemas. 9.1 - PASTEJO CONTÍNUO O pastejo contínuo é um sistema de pastejo no qual os animais permanecem numa mesma área durante o período de produção da pastagem. A permanência pode ser de algumas semanas ou meses, como em pastagens temporárias e anuais, ou até mesmo vários anos. Embora simples, também oferece oportunidade para planificação, como ocorre com os métodos mais sofisticados. Diversas práticas podem ser adotadas para aumentar sua eficiência e promover maiores produções de produto animal com oportunidades de melhoramento crescente das condições da comunidade vegetal. (BARRETO, 1994 & COSTA, 2007) Algumas dessas práticas são (BARRETO, 1994): a) Utilização do número adequado de animais e suas diferentes categorias, de acordo com a capacidade de produção da pastagem; b) Utilizar a categoria de animal indicada para cada tipo de pastagem e estação por ano; c) Construção de cercas e adequada distribuição de aguadas, sal e sombra; d) Práticas de limpeza de pastagens; e) Diferimento de áreas, com vistas a reduzir períodos críticos; f) Suplementação mediante forragem conservada e/ou utilização de pastagens suplementares. Entre as desvantagens apontadas para o pastejo contínuo, podem ser citadas: a) Seletividade de espécies e áreas; b) Irregular distribuição de excrementos (transferência de fertilidade); c) Aumento de espécies invasoras quando o pastejo é mantido com alta lotação, mesmo em períodos críticos. 9.2 – PASTEJO ROTACIONADO 9.2.1 - DIFERENTES NOMECLATURAS DO PATEJO ROTACIONADO Na França, o pastoreio intensivo é igualmente conhecido sob as seguintes nomenclaturas: rotação de pastagens, pastoreio rotativo, pastoreio por rotação, pastoreio intensivo, pastoreio giratório, pastoreio divididos, exploração intensiva das pastagens exploração racional das pastagens, pastoreio por faixas, pastoreios por parcelas, pastoreio restrito, pastoreio controlado, pastoreio racionado, sistema Warmbold, sistema de Hohenheim, sistema de pastos (na Suíça) e pastejo rotacionado (no Brasil). Voisin adotou o termo pastoreio racional para se referir ao pastejo rotacionado. (VOISIN, 1974). 9.2.2 - TIPOS DE MANEJO DE PASTEJO ROTACIONADO Vários sistemas de manejo utilizam diferentes maneiras para subdividir e utilizar as pastagens para controle do pasto. As subdivisões representam uma ferramenta de manejo para controlar as respostas das plantas forrageiras e das diferentes classes de animais. Portanto, o objetivo do método deve ser o de manejar a pastagem e outros insumos alimentares de forma a aumentar eficientemente a produção animal, (REIS & RODRIGUES, 1997) SMETHAM (1995) & MELADO (2OO3) classificaram os diferentes métodos de pastejo rotacionado: • Lotação rotacionada (convencional) • Pastoreio Racional Voisin – PRV • Pastejo em faixas • Pastejo rotacional com dois grupos de animais • Creep "grazing" • “Creep grazing Avançado" • Pastejo Limite • Pastejo Diferido 9.2.2.1 - LOTAÇÃO ROTACIONADA No pastejo rotacionado as áreas são subdivididas em dois ou mais piquetes, proporcionando descansos periódicos às plantas forrageiras, cuja duração depende do número de divisões e extensão do período de ocupação de cada piquete. A carga animal ou a pressão de pastejo pode ser fixa ou variável. (SMETHAM, 1995) Este método caracteriza-se pela mudança dos animais de forma periódica e freqüente de um piquete para outro de forma sucessiva voltando ao primeiro após completar o ciclo. Este processo exige elevado investimento em instalações, principalmente bebedouros e cercas, caracterizando-se por restringir a seletividade animal. O pastejo e a distribuição de excrementos são de maneira mais uniforme e a forragem pode ser mantida em estado mais tenro e com melhor valor nutritivo. O sistema rotativo, quando corretamente executado, dificulta o estabelecimento de plantas invasoras e permite o aproveitamento do excesso de forragem produzida na estação das chuvas, sob a forma de feno. (MELADO, 2OO3) O método de pastejo rotacionado tem sido recomendado com base na pressuposição de que as plantas necessitam de um período de descanso a fim de se recuperarem dos efeitos da desfolhação, possibilitando a reposição de folhas e o restabelecimento dos níveis de reservas (HUMPHREYS,1997). O número de subdivisões deve minuciosamente calculado, para que o investimento não se torne antieconômico, ou proporcione retorno menor do que o investimento com fertilizantes para a recuperação ou renovação da pastagem. O número de piquetes pode ser calculado através da seguinte formula: Período de descanso (dias) N. DE PIQUETES = ---------------------------------------- + 1 Período de pastejo (dias) SMETHAM (1995) & MELADO (2OO3) consideram que o sistema de pastejo rotacionado apresenta inúmeras variações em função do número de subdivisões e período de ocupação e descanso utilizados, os quais variam de acordo com a área disponível, clima da região, fertilidade do solo, tipo de exploração, características morfológicas e fisiológicas das plantas forrageiras, etc. No método de pastejo rotacionado convencional o grupo de animais e deslocado de um piquete para outro a medida que a altura da vegetação ou matéria seca residual desejada e atingida. A disponibilidade de forragem e alta no inicio do pastejo de cada piquete e baixa ao final do período de ocupação. (SMETHAM, 1995 & MELADO, 2OO3) 9.2.2.2 - PASTOREIO RACIONAL VOISIN O pastoreio Racional Voisin (PRV) que é um sistema intensivo de manejo de gado, da pastagem e do solo, proposto por André Voisin que procura manter um equilíbrio do trinômio solo-capim-gado, sem prejudicar um em benefício do outro. Isto é obtido, quando se consegue que o gado colha o capim sempre próximo do seu ponto ideal de desenvolvimento. (MELADO,2003). Esse pastoreio é regido por leis que, obedecidas nas suas diretrizes gerais, permite ao produtor obter máximos rendimentos técnicos e econômicos, não só sem agressão ao meio ambiente, mas com um balanço ambiental altamente positivo, com elevado nível de seqüestro de CO2. (MACHADO, 2004) Segundo MACHADO (2004), o pastoreio é o encontro do animal com o pasto, comandado pelo humano. O ato de fazer pastar consiste em satisfazer plenamente as necessidades de um e do outro, com o fim de viabilizar o máximo rendimento entre ambos. Em termos etológicos, estabelece-se uma relação alelomimética entre a vaca e o pasto: a vaca necessita do pasto para sobreviver e deixar a saliva para estimular seu rebrote e o pasto, base da sobrevivência da vaca, precisa ser comido em seu ponto ótimo de repouso para perenizar-se. Para alcançar-se esse objetivo, Voisin estabeleceu quatro leis que devem ser rigorosamente cumpridas. (MELADO, 2003 & MACHADO, 2004) PRIMEIRA LEI: LEI DO REPOUSO OU PRIMEIRA LEI DOS PASTOS “Para que o pasto cortado pelo dente do animal possa dar a sua máxima produtividade, é necessário que entre dois cortes consecutivos tenha passado um tempo que permita ao pasto: a) Armazenar em suas raízes as reservas necessárias para um começo de rebrote vigoroso; b) “Realizar sua “labareda de crescimento” ou grande produção diária de massa verde.” Corolário: O período de repouso necessário varia com a estação do ano, as condições climáticas e a fertilidade do solo e demais condições ambientais. O tempo de repouso não são iguais durante todo o ano, havendo períodos de crescimento acelerado e outros de crescimento lento ou quase nulo. No sul do país, o que mais causa o baixo crescimento das pastagens são as baixas temperaturas registradas no outono e inverno. Já na região Centro-Oeste, a causa reside no longo período de estiagem, e no conseqüente déficit hídrico. Em média, os piquetes de um sistema de Pastoreio Racional Voisin são ocupados de seis a oito vezes, durante o ano, em qualquer das regiões do Brasil. Nos períodos mais favoráveis do ano, os piquetes chegam a ser usados com intervalos entre pastejos, de 28 a 35 dias. Por outro lado, nos períodos críticos, esse intervalo pode chegar a 120 dias. A boa condução do Pastoreio Racional vai depender de decisões acertadas no gerenciamento dessas variáveis. SEGUNDA LEI - LEI DA OCUPAÇÃO OU SEGUNDA LEI DE PASTOS “O tempo global de ocupação de uma parcela ou piquete deve ser o suficientemente curto de modo a não permitir que uma planta cortada pelos animais no início da ocupação, seja novamente cortada antes que os animais deixem o piquete.” A finalidade fundamental dessa lei não é permitir que os animais comam sucessivamente os rebrotes do capim, provocando o esgotamento de suas reservas e a conseqüente degradação das pastagens. Um erro comum, ao se implantar um sistema de rotação de pastagens, é usar um número reduzido de piquetes, prolongando a permanência do gado nos piquetes, pressupondo que basta um tempo adequado de repouso para o sucesso do manejo. A realidade, porém, é outra, bastando poucos dias em períodos de chuvas intensas para que a brotação do capim já possa ser colhida novamente pelos animais, na mesma passagem pela parcela. TERCEIRA LEI – LEI DA AJUDA OU PRIMEIRA LEI DOS ANIMAIS “É preciso ajudar os animais que possuam exigências alimentares mais elevadas a colherem a maior quantidade de pasto seja da melhor qualidade possível”. Corolário I: Um pasto de 15 a 22 cm de altura é o que permite ao animal (bovino) colher as máximas quantidades de pasto de melhor qualidade. Corolário II: Quanto menos trabalho de raspagem (ou terminação do pastoreio) se imponha ao animal, mais pasto ele cobrará. Uma maneira eficaz de atender melhor às necessidades dos animais mais exigentes é a divisão dos animais que vão participar do pastoreio, em dois grupos, sendo um grupo menos, composto dos animais que se pretende beneficiar e outro grupo com os animais restantes. No pastoreio de cada piquete, o primeiro grupo (menor) entra na frente, durante a metade do tempo de ocupação do piquete, fazendo apenas o “desnate”, ou seja, colhendo com maior facilidade a melhor parte do alimento. Na segunda metade do período de pastoreio, entraria o segundo grupo (maior), fazendo a “raspagem” final do pasto. Para que esse esquema surta os melhores efeitos, o primeiro grupo deverá ser bem pequeno em relação ao total de animais, de modo que seja fácil colher a melhor parte do alimento, em quantidade e qualidade. QUARTA LEI – LEI DOS RENDIMENTOS REGULARES OU SEGUNDA LEI DOS ANIMAIS “Para que o animal (bovino) produza rendimentos regulares, ele não deve permanecer mais que três dias em uma mesma parcela. Os rendimentos serão máximos, se o animal não permanecer no piquete mais que um dia.” Essa lei tem finalidade de evitar uma variação na produção animal, seja na quantidade de leite produzida, ou no crescimento ou no ganho de peso dos animais em engorda. Quando um animal é colocado a pastar em um piquete, ele atinge o seu rendimento máximo logo após o primeiro dia. O rendimento decresce, à medida que o tempo de permanência no piquete se prolongue. Esse fato é uma conseqüência direta da terceira lei, pois, à medida que o pasto fica mais “rapado”, o animal colherá quantidades cada vez menores de um pasto de qualidade cada vez mais inferior. Com uma permanência de três dias ou menos, esse decréscimo no rendimento é menos sensível, dados os mecanismos compensatórios próprios do metabolismo dos animais. Porém, com uma permanência de mais de três dias, a dificuldade cresce na “colheita” do alimento resultará num decrescente rendimento na nutrição do animal, o que refletirá numa menor produção leiteira, ou num crescimento ou ganho de peso mais lento. UM PRINCÍPIO GERAL DOMINA AS QUATROS LEIS “Devemos proteger e auxiliar o pasto no seu crescimento, e devemos auxiliar o animal em sua colheita de pasto.” (MELADO, 2004) Segundo FILHO (2007) o método de pastejo Voisin não é recomendado para as nossas pastagens tropicais porque está fundamentado em apenas explorar as reservas orgânicas e por isso não funciona com capins tropicais, devido à fisiologia dos capins tropicais e também porque não há reposição da fertilidade do solo. As pesquisas mais recentes demonstram que as reservas orgânicas não é o mais importante para a rebrota da pastagem, isto é, outros parâmetros são mais importantes como resíduo de área foliar e nível de fertilidade do solo. O método Voisin não é sinônimo de pastejo rotacionado como muitos pecuaristas pensam. 9.2.2.3 – PASTEJO EM FAIXAS SMETHAM (1995) & MELADO (2OO3) afirmam que o método de pastejo em faixas, também denominado de pastejo racionado, e caracterizado pelo acesso dos animais a uma área limitada ainda não pastejada. Neste método o manejo e conduzido com o auxilio de duas cercas elétricas, de fácil remoção, de tal forma que a cerca de trás impede o retorno dos animais as áreas pastejadas anteriormente. O tamanho da área de cada faixa e calculado para fornecer os animais a quantidade de volumosos de que necessitam por dia . Este tipo de exploração e recomendado para animais leiteiros de produção elevada, devendo ser utilizadas forrageiras que apresentem elevado valor nutritivo. (SMETHAM,1995) 9.2.2.4 – PASTEJO ROTACIONADO COM DOIS GRUPOS DE ANIMAIS Dentre as modalidades de pastejo rotativo, o método de pastejo primeiro -último, também conhecido como método da pastejo com dois grupos de animais ou ainda como método de pastejo lideres - seguidores (despontadores - rapadores) é um procedimento vantajoso quando se dispõe de animais de diferentes categorias e que apresentem diferenças na capacidade de resposta a forragem de alta qualidade. (SMETHAM,1995) Segundo SMETHAM (1995) & MELADO (2OO3) os animais que respondem mais as melhores condições de qualidade de forragem pastejam na frente, constituindo o primeiro grupo, ou grupo de desponte. A alta disponibilidade inicial de forragem permite pastejo seletivo e alta ingestão, de nutriente, o que resulta em maior produção animal. Os animais de desponte pastejam por dois a três dias, consumindo a forragem de melhor qualidade e, a seguir, passam para outro piquete cedendo lugar ao segundo grupo de animais, denominado grupo de rapadores, que são obrigados a consumir o que sobrou. O número de piquetes pode ser calculado através da seguinte formula: Período de descanso (dias) N. de piquetes = -------------------------------------- + 2 Período de pastejo (dias)/2 9.2.2.5 - "CREEP GRAZING" Este método permite que bezerros jovens ou cordeiros passem através de uma abertura na cerca para uma pequena área contendo forragem de melhor qualidade do que aquela onde as mães são mantidas. (SMETHAM, 1995) O sistema não exige gastos elevados haja vista que requer somente a formação da área com forrageiras de alta qualidade (milheto, alfafa etc.) para os animais jovens e as despesas adicionais para cercá-la. Como regra o ganho /bezerro aumenta e a condição da vaca e melhorada. (MELADO, 2OO3) 9.2.2.6 - "CREEP-GRAZING AVANÇADO" Segundo SMETHAM (1995) & MELADO (2OO3) que o método é semelhante ao anterior, onde alguns animais ou categorias animais, por meio de um dispositivo adequado (meio físico, ex: cerca), tem acesso ao piquete seguinte, sem que outros animais o tenham (passagem preferencial). Isso permite um pastejo seletivo numa baixa condição de competição. 9.2.2.7 - PASTEJO LIMITE Método que tem como objetivo manter os animais em pastagem de baixa qualidade recebendo ou recebendo feno. Porém, permite que tenham acesso a uma pastagem anual de alta qualidade durante poucas horas diariamente ou a cada dois dias, para reduzir as perdas por pisoteio. (SMETHAM, 1995 & MELADO, 2OO3) 9.2.2.8 – PASTEJO DIFERIDO O pastejo diferido consiste na vedação de uma parte aérea da pastagem, durante o período da estação de crescimento, com finalidade de revigorar a pastagem e permitir o acumulo de forragem no campo, para ser utilizado durante o período de inverno. Alguns autores consideram o pastejo diferido como uma alternativa de pastejo rotacionado. (SMETHAM, 1995 & MELADO, 2OO3) O pastejo é dito diferido quando a pastagem é deixada em descanso, sem animais, por algum período de tempo. As razões mais comuns para isto, são a ressemeadura de uma ou mais espécies que compõem a pastagem, como reserva de alimentos para o período da seca (feno em pé); com finalidade de revigorar as plantas forrageiras ou como estratégia auxiliar na alteração da composição botânica dos piquetes. (SMETHAM, 1995 & MELADO, 2OO3) Este sistema reconhece que existem períodos críticos na fenologia das plantas desejadas na pastagem como, por exemplo, florescimento e produção de sementes (WHITEMAN,1980). Assim, o diferimento ou processamento tem por objetivo permitir que as espécies mais palatáveis se recuperem e aumentam a sua capacidade de competição com as espécies menos desejadas. Esta pratica deve ser aplicada de forma alternada em cada piquete com intervalos de alguns anos. Por exemplo, o diferimento de pasto consorciados com B. decumbens e calopogônio, durante o mês de abril, favorece a ressemeadura natural do calopogônio, e acúmulo de forragem para o uso posterior. Este manejo consiste em selecionar determinadas áreas e vedá-las entre janeiro e marco para pastejo direto durante o período critico. (SMETHAM, 1995 & MELADO, 2OO3) Num experimento conduzido no CNPGC, verificou-se a viabilidade desta prática, desde que sejam selecionadas forrageiras adequadas para os períodos de diferimento e de utilização específicos. Das sete espécies de gramíneas utilizadas, a B. decumbens a B. humidicola e o capim-estrela destacaram-se como promissoras (EUCLIDES et al.,1990). Mais recentemente, houve um grande incremento na utilização de misturas múltiplas, ou seja sal mineral balanceado (NaCl; P; K; etc.) e fontes de energia, proteína e vitaminas visando o melhor aproveitamento das forrageiras diferidas. Neste sentido, a utilização de duas ou mais espécies de gramíneas com ciclos vegetativos diferentes e mesmo a introdução de leguminosas que mantém o valor nutritivo com a idade seriam praticas vantajosas em sistemas que utilizam o pastejo diferido (CORSI, 1976). O pastejo diferido tem a vantagem de dispensar investimentos em maquinas utilizadas na conservação de forragens. Contudo, e importante salientar que a eficiência do sistema de pastejo diferido esta estritamente associada com qualidade que a planta forrageira, na área diferida, terá na ocasião de ser consumida (CORSI, 1976 & MARASCHIN, 1986). Segue abaixo esquemas ilustrativos de algumas variantes de pastejo rotacionado (Figura 02). Figura 2: Esquemas ilustrativos de algumas variantes de pastejo rotacionado Fonte: RODRIGUES, 1997. 10- CERCA ELÉTRICA E OUTROS A cerca eletrificada, ao contrário das cercas convencionais, não é um obstáculo físico, pois o arame eletrificado é um obstáculo mental, que exerce um controle psicológico (JOHNSTON, 2002), que animal respeita para não receber o impacto do choque elétrico. Ao receber o choque, o animal fica sensibilizado, associando a presença do arame ao choque. Trata-se, por tanto de um aprendizado aversivo, em que o animal é treinado para evitar o choque. Para que esse aprendizado seja efetivo é conveniente um reforço periódico e a corrente deve permanecer sempre ligada e com voltagem adequada. Uma cerca elétrica é composta basicamente de três componentes (MELADO, 2003 & MACHADO, 2004) 1- um aparelho eletrificador, que transforma a corrente alternada, de 110 ou 220 V ou a corrente contínua de uma bateria em impulsos elétricos intermitentes, de alta tensão e intensidade (acima de 5.000 VOLTS), porém, de baixíssima amperagem e pequena duração (em torno da milésima parte de um segundo), de modo que a quantidade de eletricidade que passa pelo corpo do animal é muito pequena para provocar qualquer dano. 2 – arames condutores, que constituem propriamente a cerca e que tem a finalidade de conduzir o impulso elétrico. 3 – isoladores, cuja finalidade é isolar eletricamente o arame condutor, de modo que o impulso gerado pelo aparelho não se perca para a terra, indevidamente, através dos elementos de sustentação (lascas e estacas intermediárias). Como qualquer outro empreendimento, uma cerca elétrica pode ser executada dentro de variados padrões de qualidade. Porém, sendo a cerca elétrica uma instalação permanente, ela deverá ser construída de modo a atender seus objetivos por um longo período, com um mínimo de manutenção. (MELADO, 2003) A cerca elétrica deve ser entendida por uma rede dentro de uma superfície. Assim por exemplo, um energizador para 60 km, não significa eletrificar uma linha reta de 60 km, significa eletrificar uma rede de até 60 km, desde que inscrita em um perímetro 350-450 ha, com um raio máximo, desde o energizador até o perímetro de 2500m. (MACHADO, 2004) Segundo ROMERO (1994) é conveniente trabalhar com cercas eletrificadas que, conforme os acidentes do terreno, poderão ser utilizados moirões com 50, 60 ou até 200m de distância, intercalados com tramas a cada 25m uma das outras. O arame, com espessura 14x16 ou mais fino, e a cercas de um ou dois fios. E como porteiras as chamadas “velas”, de cana ou PVC com 2 metros de altura, cuja função é levantar o fio para a passagem do gado de um piquete a outro, ou para fonte de água. A vela é retirada após o pasto ser consumido pelos animais. A máquina produtora de energia (energizador) deve ter capacidade para eletrificar de 25 km em diante. Dependendo do aparelho chega a mais de 125 km.(ROMERO, 1994) É conveniente deixar os animais por dois ou três dias dentro de uma mangueira convencional, mas eletrificada por dentro (escola) para que os animais se acostumem com este novo sistema, isto é, obedeçam os limites do piquete onde estão colocado.(ROMERO, 1994) A divisão da área em parcelas é essencial para implantação do Pastejo Racional Voisin (PRV). A generalização do uso das cercas eletrificadas reduziu substancialmente o custo de implantação dos projetos PRV, já que a cerca eletrificada custa perto de 30% do custo das cercas convencionais. Por outro lado, a alternativa de um bebedouro para cada quatro parcelas reduziu ainda mais o custo do investimento por ha. Em relação aos valores vigentes nas décadas 70 e 80, houve uma redução superior a 60% na implementação da infra-estrutura física de um projeto PRV. Ao contrário, o custo das sementes que, quando necessárias representam o único insumo externo, afora os produtos de proteção sanitária, aumentou em mais de 100%. (MACHADO, 2004) 11- COMPARATIVO DO SISTEMA CONTÍNUO E DO ROTACIONADO. As opiniões sobre qual o melhor sistema de utilização das pastagens são numerosas e divergentes, principalmente com relação ao sistema contínuo e rotacionado. Apesar de muitos experimentos terem sido conduzidos para comparar os dois sistemas, ainda existe considerável controvérsia sobre os méritos relativos de cada um. Em geral os resultados tem sido contraditórios e não permitem uma conclusão definitiva (MARASCHIN; BLASER citados por RODRIGUES, 1997). Comparando o pastejo contínuo com o pastejo rotacionado em pastagens mistas de gramíneas e leguminosas, STOBBS (1969) verificou uma redução na percentagem de gramíneas, aumento de espécies invasoras e manutenção de leguminosas no pastejo contínuo quando comparado com o pastejo rotacionado, indicando uma sensível modificação na composição botânica da pastagem de acordo com o sistema de pastejo adotado. Uma das dificuldades na comparação do pastejo contínuo com pastejo rotacionado, está no uso de diferentes taxas de lotação. MCMEEKAN (1956) fez estudos comparando o pastejo contínuo com o rotacionado e verificou pequena diferença entre um e outro. O referido autor comparou os dois sistemas à mesma taxa de lotação (TL). Quando elevou a TL em 25% a produção animal por hectare foi 13% superior no pastejo rotacionado. Quando a TL é baixa, ou as vezes moderado, o pastejo contínuo tem sido similar ou melhor que o pastejo rotacionado, mas quando a TL é alta, o pastejo rotacionado tem sido superior ao contínuo(CASTLE & WATKINS, 1979). Segundo CASTLE & WATKINS (1979) em condições extensivas, o pastejo contínuo parece ser melhor que os rotacionados. Em condições intensivas, envolvendo forrageiras de alta produção, fertilizadas e/ou irrigadas, um sistema rotacionado seria preferível. Porém, deve-se considerar que: a) os sistemas rotacionados são de menor importância, até que altas TL sejam atingidas; b) aumentando-se a TL, a produção/hectare é acrescida e a produção por animal é reduzida, e isto nem sempre é desejável. Um estudo para comparação entre pastejo contínuo e rotacionado foi realizado por HULL et al,(1967). As pastagens foram submetidas a duas lotações fixas: média e alta; e uma variável, equilibrada com a disponibilidade de forragem. O ganho por animal em todas as situações foi maior para o pastejo contínuo. Para lotações fixas, o maior ganho por hectare foi para o pastejo rotacionado. Porém com o uso de uma TL equilibrada com a disponibilidade de forragem, o pastejo contínuo mostrou-se mais produtivo que o rotacionado. A superioridade do contínuo nessa situação evidencia que um certo grau de oportunidade de seleção no pastejo é necessário para altos rendimentos por hectare. O padrão de desfolhamento de uma pastagem depende primeiramente do sistema de pastejo, ou seja, se contínuo ou rotativo. No pastejo rotativo, em que os animais utilizam a forragem acumulada por um período variável de 12 a 72 horas, a freqüência de desfolha é estreitamente correlacionada com o intervalo de desfolha (tempo de descanso), o qual é determinado pelo sistema na propriedade como um todo. A intensidade de desfolha em tal sistema pode ser expressa como a proporção do comprimento inicial da folha que foi removida no final do período de pastejo. Este método é válido onde o período de pastejo é suficientemente curto para que se possa ignorar o alongamento foliar no período em que os animais estão pastejando a parcela. A intensidade de desfolha depende diretamente da carga animal e da duração do período de pastejo, as quais são ambas uma escolha do sistema de manejo (NABINGER, 1997). O pastejo contínuo cria uma situação onde o processo de desfolha é suficientemente leve para a simultânea reconstituição da camada pastejada enquanto que, em pastejo rotativo, a desfolhação e a rebrotação são mais claramente separados no tempo e desta forma são mais distinguíveis (NABINGER, 1997). WADE et al. citado por NABINGER(1997) demonstram que vacas leiteiras pastejando tanto de forma contínua como rotativa numa ampla gama de alturas da pastagem, a profundidade média de desfolha parece ser uma proporção relativamente constante (35%) do comprimento do perfilho estendido, independentemente do método de pastejo. No pastejo rotacionado, a freqüência de desfolha é determinada pela freqüência com que os animais são movimentados de um piquete para outro, o que é função do tamanho do piquete, número de piquetes, taxa de acúmulo líquido de forragem e número de animais. Assim, num tal sistema, a duração média do período de descanso pode ser ajustada de forma a minimizar a perda de tecidos foliares devido à senescência, desde que a lotação e a duração do período de pastejo sejam suficientes para remover a máxima proporção da forragem acumulada. Neste sistema, pode ser possível manter alta eficiência de utilização apesar da diminuição no crescimento da pastagem e, por conseqüência, na lotação. Desta forma, a redução na lotação que resulta da extensificação do sistema pode levar ao uso de um sistema rotacionado com um apropriado período de descanso (mais curto do que a duração média de vida das folhas) no lugar de um sistema de pastejo contínuo. (NABINGER, 1997). No pastejo rotacionado pode ser possível manter um equilíbrio estável entre o consumo de forragem e crescimento da pastagem e assim evitar um excesso de acúmulo de material senescente e o desenvolvimento de áreas de rejeição com alto conteúdo de material morto. Cabe, no entanto, lembrar sempre que a senescência é inevitável em função da necessidade de priorizar a produção por animal, o que conduz necessariamente a ofertas de forragem muito acima da capacidade de ingestão dos animais. (NABINGER, 1997). Figura 3 – Mudanças na taxa de crescimento instantâneo (dW/dt), na massa da pastagem (w) e na taxa média de crescimento ((W-Wo)/t) de uma pastagem durante a rebrota a partir de uma baixa área folicular . Fonte: PARSONS et al, 1988 Para otimizar a produção colhida em sistemas rotacionados, análises teóricas baseadas em modelos mecanicistas de funcionamento da pastagem(PARSONS; ROBSON citados por NABINGER, 1997) mostram que esta deve ser colhida ao final da fase exponencial de acúmulo de biomassa aérea, o que coincide com a máxima taxa média de crescimento (kg de MS acumulada por dia) para o período total de rebrotação, e não quando ocorre a máxima taxa instantânea. (Figura 3) Mannetje et al (1976), fizeram estudos comparando os dois sistemas e sumarizando os resultados de 16 experimentos de pastejo, verificaram que em 12 deles o ganho de peso permitia a realização de tal comparação. Em 8 desses experimentos a lotação contínua foi superior a rotacionada, em 2 o rotacionado foi superior e em 2 os resultados foram semelhantes. A tabela 1 mostra um resumo de alguns trabalhos mais atuais comparando os dois métodos. Como pode ser observado, dos 24 trabalhos sumarizados, 7 dão vantagem ao rotacionado, 3 ao contínuo e em 14 não observou-se diferenças. Somando-se esses resultados àqueles obtidos por Mannetje et al (1976), verifica-se que, dos 36 trabalhos revisados, 9 dão vantagem ao rotacionado, 11 para o contínuo e, em 16, os resultados são semelhantes. Tabela 1. Relação de alguns trabalhos comparando os dois métodos de pastejo. Autor Ano Aiken, G.E. Local Planta utilizada Resultados 1998 EUA L. perenne + wheat Rotacionado Aiken, G.E. 1998 EUA Cynodon dactylon Igual Popp, J.D. et al. 1997 Canada Medicago sativa Igual Hafley, J.L. 1996 EUA Lolium perenne Rotacionado Thomas, V.M. et al. 1995 Não citado D. glomerata + M. sativa Igual Mathews, B.W. et al. 1994 EUA Cynodon dactylon Igual Villiers, J.F. de et al. 1994 África do Sul Pennisetum clandestinum Contínuo Cavallero, A. et al. 1993 Itália L. perenne + T. repens Igual Allen, V.G. et al. 1992 EUA Festuca spp. Contínuo Chestnut, A.B. et al. 1992 EUA F. arundinacea + Trifolium Igual Berti, R.N 1989 Argentina Melilotus alba Igual Jones, R.J. et al. 1989 Austrália Setaria sphacelata Igual Jones, R.J. et al. 1989 Austrália Chloris gayana Igual Tharel, L.M. 1989 EUA Cynodon dactylon Rotacionado Gonçalves, C.A. et al. 1988 Brasil Setaria sphacelata Rotacionado Grant, S.A. et al 1988 Inglaterra Lolium perenne Igual Chen, C.P. 1986 Malásia Digitaria setivalva Rotacionado Smith, M.A. et al. 1985 Austrália Brachiaria decumbens Contínuo Aguirre-Hernandez, A.et al. 1984 México Brachiaria mutica Igual Aguirre-Hernandez, A.et al. 1984 México Digitaria decumbens Igual Eguiarte, V. JÁ. et al. 1984 México Cynodon plectostachyus Igual Irulegui , G.S. de et al. 1984 Brasil Paspalum guenoarum Rotacionado O’Sullivan, M. 1984 Não citado Lolium perenne Rotacionado Lucci, C de S. et al. 1983 Brasil Chloris gayana Igual FONTE: ‘t Mannetje et al. (1976) Numa análise mais detalhada, verifica-se que a maioria dos trabalhos realizados com o intuito de se comparar os métodos foi conduzida em situações onde não se tinha controle nenhum do pasto (i.e., taxas de lotação e/ou freqüências fixas). Esta é uma situação que, em última análise, não permite uma real comparação, pois a estrutura da pastagem modifica-se de acordo com o manejo imposto e, muitas vezes, mesmo sem saber, pode-se estar favorecendo um método e prejudicando outro. (Mannetje et al, 1976) Desta forma a comparação somente passa a ter significado a partir do momento em que, através de algum atributo fisiológico ou estrutural (i.e., altura do pasto, massa de forragem, resíduo, IAF etc.), se estabelece a condição ótima de utilização para cada um dos métodos. Assim, antes de qualquer comparação, existe a necessidade de uma análise fundamental dos fatores afetando os principais processos envolvidos no crescimento e utilização de gramíneas sob esses métodos (Hodgson, 1985). Vários trabalhos foram conduzidos com plantas temperadas (Bircham e Hodgson, 1983; Parsons et al., 1983a,b; Grant & King, 1982; Parsons et al., 1988b e Wade, 1991) com a finalidade de entender esses mecanismos de resposta das plantas quando submetidas à desfolha. Infelizmente a pesquisa com gramíneas tropicais não tem recebido este enfoque ecofisiológico o que, em última instância, limita muito a interpretação e a elaboração de guias práticos de manejo de plantas forrageiras tropicais. Relativamente poucos trabalhos publicados apresentam resultados da comparação de métodos de pastejo com pastagens tropicais e os resultados obtidos até o momento nos trópicos, não permitem afirmar que o sistema rotacionado seja superior ao sistema contínuo em termos de produção animal, uma vez que o contínuo, geralmente, proporciona maior oportunidade de pastejo seletivo e, consequentemente, ingestão de uma dieta de melhor qualidade. A qualidade da forragem, refletida pelo desempenho animal e produto animal por hectare, é interdependente da lotação (ou pressão de pastejo) e do pastejo seletivo. A tabela 2 mostra as inter-relações entre estes fatores e o desempenho esperado por animal e por hectare. Note-se que se compararmos uma lotação média no pastejo contínuo com os valores médios obtidos no rotacionado, os resultados de desempenho esperados são semelhantes. (Blaser et al, 1974) Os resultados demonstram que o ajuste da lotação em uma determinada área em função da disponibilidade de forragem (pressão de pastejo) é muito mais determinante do desempenho animal do que o sistema de pastejo (contínuo ou rotacionado). O sucesso obtido por muitos consultores na área de forragicultura utilizando o sistema rotacionado é, provavelmente, função do ajuste da pressão de pastejo e comparação freqüentemente efetuada com o pastejo contínuo mal conduzido feito pelos produtores. (Blaser et al, 1974) Tabela 2 - Associação generalizada entre parâmetros do sistema planta – animal sob várias pressões de pastejo. Lotação Pressão MS / * Pastejo Forragem Nível nutrição Produção / pastejo Animal seletivo perdida /animal Animal Hectare Pastejo contínuo Baixa Baixa Alta Alta Alta Alto Alta Baixa Média Média Média Média Média Médio Média Alta Alta Alta Baixa Baixa Baixa Baixo Baixa Média Alta Alta Alto Alta Bem Alta Pastejo rotativo a) Início do pastejo Média Baixa Alta B) Final do pastejo Média Alta Baixa Baixa Baixa Baixo Baixa Bem Baixa Média Média Média Média Médio Média Alta Valores Médios Fonte: Adaptado de Blaser et al, 1974 - * Lotação constante não significa pressão de pastejo constante. Por outro lado, os australianos sugerem que as pastagens tropicais adubados com nitrogênio(N) aproveitam melhor este elemento, se for utilizado o pastejo rotacionado. As plantas necessitam de um período de descanso para transformar o N absorvido em tecido novo e desta forma, a eficiência da adubação poderá ser maior no sistema rotacionado. Reconhece-se também que a adoção do pastejo rotacionado facilita o manejo de pastagens de alta produção de forragem, inclusive daquelas constituídas por espécies cespitosas que apresentam o alongamento precoce do caule como algumas cultivares de Panicum maximum. (Blaser et al, 1974) Porém, experimentos conduzidos no Paraná têm demonstrado a viabilidade da obtenção de altas produções animais em pastejo contínuo e adubados com N, desde que o ajuste da pressão de pastejo seja adequado. Isto não significa, entretanto, que mesmo com adoção de um sistema de pastejo contínuo, as áreas de pastagem não devam ser subdivididas, e que o manejo não seja necessário. As subdivisões são necessárias para permitir separação do rebanho por categorias ou outros propósitos, como controle de pragas ou invasoras, conservação de forragem, recuperação das pastagens etc. (Blaser et al, 1974) Caso o pastejo rotacionado seja o mais adequado, o número de subdivisões deve ser cuidadosamente calculado, de maneira que o investimento não torne antieconómico, ou proporcione um retorno menor do que o investimento com fertilizantes para a recuperação ou renovação das pastagens. A menos que um sistema particular de pastejo, comparado a um outro qualquer, resulte no aumento da produção, da qualidade da pastagem, ou melhore a eficiência de utilização desta, o sistema de manejo não influenciara a relação de lotação e produção animal. Desta forma, a escolha de um determinado sistema de pastejo deve-se basear na simplicidade e conveniência das operações envolvidas e na manutenção da produtividade da pastagem. (Blaser et al, 1974) Obviamente, um sistema de pastejo ideal é aquele que permite maximizar a produção animal sem afetar a persistência das plantas forrageiras. Assim, a utilização de plantas forrageiras sob condições de pastejo e um fator de grande importância a ser considerado na exploração de pastagem. O pastejo alternado está entre os dois sistemas e para cada lote de bovinos, dois a quatro pastos podem ser utilizados. Esta prática é bastante viável, principalmente quando se trata de propriedades maiores, levando, inclusive, a melhorias na qualidade da gramínea ingerida, via melhoria no controle do "corte e rebrote". (PAULINO, 2004). 12 - CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo de um bom sistema de pastejo é prover os animais com suprimento diário de forragem de boa qualidade para atender suas exigências nutricionais, de forma econômica; O sistema ideal de pastejo é aquele que permite maximizar a produção animal sem afetar a persistência das plantas forrageiras. Deste modo, a utilização de plantas forrageiras sob condições de pastejo é um fator de grande importância a ser considerado na exploração de pastagens. A opção por um determinado sistema de pastejo deve sempre se fundamentar na simplicidade e conveniência das operações e na manutenção da produtividade da pastagem. Ao decidir sobre qual sistema a ser utilizado, o produtor deve analisar criticamente suas condições locais; Já que o homem pode intervir para determinar a condição ideal e as modificações subseqüentes que ocorrem na pastagem, pelo controle do tipo e número de animais e de outros fatores, a pastagem deve ser vista como eixo de referência para o sistema. Os outros fatores que também afetam o desempenho animal podem ser considerados condicionantes da resposta animal. Na transformação da pastagem em produto animal comercializável, o método de pastejo, o tipo de animal e a lotação têm papel importante e podem ser manejados pelo homem. Aumentos na produção por área em pastejo rotacionado precisam ser cuidadosamente analisados para verificar se os custos adicionais de sua implantação são compensadores; A sofisticação que envolve certos sistemas, muitas vezes desnecessária, exigindo constante acompanhamento técnico, além de freqüentes decisões de manejo, é fator limitante a sua adoção uma vez que resultados semelhantes podem ser obtidos por processos mais simples e de menor custo; A seletividade no pastejo pode influenciar mais a produção animal do que a simples adoção de um determinado sistema de pastejo. O manejo da taxa de lotação gera alterações no padrão de desfolhamento, por meio de uma maior ou menor seletividade. Baixas taxas de lotação estimulam a seletividade. A taxa de lotação junto ao sistema de pastejo influenciam a composição botânica da pastagem; O manejo dos componentes do sistema de pastejo é de fundamental importância na persistência da capacidade produtiva de uma pastagem e sua sustentabilidade. O pastejo rotacionado causa uma alternância de períodos de alta e baixa produção líquida de forragem, já o pastejo contínuo mantém a pastagem mais próxima de uma condição de estado constante. Essa situação é resultado do efeito, entre outros fatores, da maior flutuação do IAF no pastejo rotacionado que no pastejo contínuo. O manejo da pastagem dentro de qualquer sistema deve levar em conta o efeito do IAF na produção líquida de forragem, assim como sua interação com o ambiente. Qualquer sistema de pastejo poderá resultar em ótimo desempenho animal, dependendo do consumo de energia, o qual está relacionado com a disponibilidade de forragem, proporção de folhas na pastagem, digestibilidade e consumo. Da mesma forma, a produção animal por hectare obtida em diferentes sistemas de pastejo depende das características morfológicas das plantas e da freqüência, da intensidade e da época de utilização das pastagens. As opiniões sobre qual o melhor sistema de utilização das pastagens são numerosas e divergentes, principalmente com relação ao sistema contínuo e rotacionado. Apesar de muitos experimentos terem sido conduzidos para comparar os dois sistemas, ainda existe considerável controvérsia sobre os méritos relativos de cada um. Em geral os resultados tem sido contraditórios e não permitem uma conclusão definitiva. 13 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, C.M.S; SÁ, C.P.; AMARAL, E.F.; VAZ, F.A.; GOMES, F.C.R.; CAVALCANTE, F.A.; SANTOS, J.C.; VALENTIM, J.F. Sistema de produção de gado de corte. Recomendações técnicas. EMBRAPA Acre, AC, 2003. BARRETO, I. L. Pastejo Contínuo. In: A. M. Peixoto; J. C. de Moura & V. P. de Faria. Eds. Pastagens Fundamentos da Exploração Racional. FEALQ, Piracicaba, SP, 1994. p.431 e 432. BIRCHAM, J.S.; HODGSON, J. The influence sward conditions on rates of herbage growth and senescence in mixed swards under continuous stocking management. 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Factors affecting the availability of vegetative Lolium perenne to grazing dairy cows with special reference to swards characteristics, stocking rate and grazing method. Rennes, 1991. Thesis (Ph.D.) – Université de Rennes. SUMÁRIO RESUMO.............................................................................................................................iv LISTA DE FIGURAS..........................................................................................................v LISTA DE TABELAS.........................................................................................................vi 1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................ix 2 - SISTEMAS DE PASTEJO NA EXPLORAÇÃO PECUÁRIA BRASILEIRA ................... xii 3 - SISTEMA PLANTA-ANIMAL.........................................................................................xvi 4 -MANEJO DE PASTAGENS ...........................................................................................xvii 5 - MANEJO DE FORMAÇÃO ...........................................................................................xix 6 - SISTEMAS DE PASTEJO ...............................................................................................xx 7 - CAPACIDADE DE SUPORTE ....................................................................................xxiii 8 - TAXA DE LOTAÇÃO................................................................................................... xxiv 9 - MÉTODOS DE UTILIZAÇÃO DE PASTAGENS ........................................................ xxvi 9.1 - PASTEJO CONTÍNUO..................................................................................... xxvi 9.2 – PASTEJO ROTACIONADO .......................................................................... xxvii 9.2.1 - DIFERENTES NOMECLATURAS DO PATEJO ROTACIONADO ....... xxvii 9.2.2 - TIPOS DE MANEJO DE PASTEJO ROTACIONADO............................ xxviii 9.2.2.1 - LOTAÇÃO ROTACIONADA .............................................................. xxix 9.2.2.2 - PASTOREIO RACIONAL VOISIN ...................................................... xxx 9.2.2.3 – PASTEJO EM FAIXAS....................................................................... xxxv 9.2.2.4 – PASTEJO ROTACIONADO COM DOIS GRUPOS DE ANIMAIS xxxvi 9.2.2.5 - "CREEP GRAZING".......................................................................... xxxvii 9.2.2.6 - "CREEP-GRAZING AVANÇADO".................................................. xxxvii 9.2.2.7 - PASTEJO LIMITE ............................................................................. xxxvii 9.2.2.8 – PASTEJO DIFERIDO....................................................................... xxxviii 10- CERCA ELÉTRICA E OUTROS................................................................................... xli 11- COMPARATIVO DO SISTEMA CONTÍNUO E DO ROTACIONADO. .....................xliv 12 - CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................lv 13 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... lviii