UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL
ESTRUTURA DO DOSSEL E ACÚMULO DE FORRAGEM
DOS CAPINS PIATÃ E MARANDU SOB PASTEJO COM
OVINOS
CARLA LAILANE DIAS DE LIMA
MACAÍBA/RN – BRASIL
2013
CARLA LAILANE DIAS DE LIMA
ESTRUTURA DO DOSSEL E ACÚMULO DE FORRAGEM
DOS CAPINS PIATÃ E MARANDU SOB PASTEJO COM
OVINOS
Dissertação apresentada à Universidade
Federal do Rio Grande do Norte –
UFRN, Campus de Macaíba, como parte
das exigências para a obtenção do título
de Mestre em Produção Animal.
Orientador: Prof. Dr. Gelson dos Santos Difante
Co-orientadora: Drª Kelen Cristina Basso
Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da Publicação na Fonte.
Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba
Biblioteca Setorial Professor Rodolfo Helinski
Lima, Carla Lailane Dias de.
Estrutura do dossel e acúmulo de forragem dos capins piatã e marandu sob
pastejo com ovinos / Carla Lailane Dias de Lima. - Macaíba, RN, 2013.
50 f.
Orientador (a): Prof. Dr. Gelson dos Santos Difante.
Co-Orientador (a): Dra. Kelen Cristina Basso
Dissertação (Mestrado em Produção Animal). Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba.
Programa de Pós- Graduação em Produção Animal.
1. Forragem – Massa -Dissertação. 2. Brachiaria brizantha - Dissertação.
3. Pastejo – Manejo - Dissertação. 4. Pos-Pastejo – Dissertação. I. Difante, Gelson dos
Santos. II. Basso, Kelen Cristina. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
IV. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba.
V. Título.
RN/UFRN/BSPRH
CDU: 633.2
MACAÍBA/RN – BRASIL
2013
CARLA LAILANE DIAS DE LIMA
ESTRUTURA DO DOSSEL E ACÚMULO DE FORRAGEM DOS CAPINS PIATÃ E
MARANDU SOB PASTEJO COM OVINOS
Dissertação apresentada à Universidade
Federal do Rio Grande do Norte –
UFRN, Campus de Macaíba, como parte
das exigências para a obtenção do título
de Mestre em Produção Animal.
APROVADA EM: 17/05/2013.
BANCA EXAMINADORA:
________________________________________________
Prof. Dr. Gelson Dos Santos Difante (PPGPA-UFRN)
Orientador
________________________________________________
Prof. Dr. Emerson Moreira de Aguiar (PPGPA-UFRN)
________________________________________________
Dra. Kelen Cristina Basso (UFU)
Co-orientadora
________________________________________________
Dra. Denise Baptaglin Montagner (EMBRAPA GADO DE CORTE)
A Deus pai todo poderoso, pela força e encorajamento em todos os momentos tão
difíceis trajetados até aqui. Senhor, obrigada por me amar e pelas ricas oportunidades que tens
me dado.
“Tu és o meu martelo e as minhas armas de guerra, e contigo despedaçarei nações, e contigo
destruirei os reis; e contigo despedaçarei o cavalo e o seu cavaleiro; e contigo despedaçarei o
carro e o que vai nele; e contigo despedaçarei o homem e a mulher, e contigo despedaçarei o
velho e o moço; e contigo despedaçarei o mancebo e a virgem; e contigo despedaçarei o
pastor e o seu rebanho; e contigo despedaçarei o lavrador e a sua junta de bois; e contigo
despedaçarei os capitães e os magistrados.” (Jeremias – 51:20-23)
Dedico
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus.
Ao meu amado esposo, por toda força e ajuda em todos os momentos. A minha tão
querida filha, Kaliane, por este amor incondicional.
Agradeço a todos do GEFOR pela grande ajuda na coleta dos dados e a todos que me
auxiliaram e contribuíram para este trabalho.
À Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN e ao Programa de Pósgraduação em Produção Animal – PPGPA pela oportunidade da realização do Mestrado em
Produção Animal;
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES pela bolsa
de estudos e pelo financiamento do projeto.
Ao Presidente da Comissão Examinadora e amigo Prof. Dr. Gelson dos Santos
Difante, orientador, pela ética, profissionalismo e sobremaneira pela aceitação, confiança,
apoio e direcionamento à pesquisa, bem como aos demais componentes da mesa, pela
contribuição valiosa;
À Drª Kelen Cristina Basso, minha co-orientadora, por toda ajuda, disponibilidade e
pela contribuição valiosa nesse trabalho;
A todos os professores do PPGPA, que com desprendimento disseminaram o saber e a
ética;
Aos companheiros do Grupo de Estudos em Forragicultura – GEFOR, Itânia Araújo,
Leonardo Fernandes, Thiago Trindade, Hewerton Clayton, Rômulo Cortez, Rayssa
Vasconcelos, Luis Eduardo Cordeiro, Joederson Dantas, Nathália Fidelis e Emmanuel Veras,
pela ajuda durante todo o período do experimento.
E a todos aqueles que mesmo sem seus nomes mencionados, contribuíram direta ou
indiretamente na minha formação pessoal e acadêmica;
Agradeço ao CNPq e a UFRN pelo financiamento do projeto.
Em suma e com profunda reverência agradeço ao nosso Pai Todo Poderoso Deus e seu
filho Jesus Cristo em cuja glória está a inteligência;
A todos, muito obrigada!
ESTRUTURA DO DOSSEL E ACÚMULO DE FORRAGEM DOS CAPINS PIATÃ E
MARANDU SOB PASTEJO COM OVINOS
LIMA, C.L.D. ESTRUTURA DO DOSSEL E ACÚMULO DE FORRAGEM DOS CAPINS
PIATÃ E MARANDU SOB PASTEJO COM OVINOS, 2013. 50f. Dissertação (Mestrado em
Produção Animal: Forragicultura e Pastagens) - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN), Macaíba-RN, 2013.
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfilhamento e produção de massa dos
capins Brachiaria brizantha cv. Piatã e cv. Marandu com duas alturas de pós-pastejo. O
delineamento experimental foi em arranjo fatorial (2 gramíneas x 2 alturas de resíduo) com
subparcelas (ciclo de pastejo). O período experimental foi de março a outubro de 2012. A
meta de altura no pré-pastejo foi de 50 cm e no pós-pastejo 15 e 25 cm, para cada cultivar.
Foram analisadas as seguintes variáveis: densidade populacional de perfilhos, massa de
forragem, componentes morfológicos, acúmulo e taxa de acúmulo. Foram obtidos três ciclos
de pastejo. O capim-marandu apresentou uma maior massa de forragem no pré-pastejo e uma
menor produção de colmo em relação ao capim-piatã. Não foi observada diferença entre as
duas cultivares quanto à produção de lâmina foliar. Não houve diferença na produção de
massa de forragem, lâmina foliar, colmo e material morto entre as duas alturas de pós-pastejo.
Ao avaliar as taxas de acúmulos nas duas cultivares, o capim-marandu apresentou valores
superiores em relação ao capim-piatã, sendo superior também para a característica taxa de
aparecimento de perfilhos basilares na altura de 15 cm pós-pastejo. O capim-piatã manejado a
25 cm desenvolveu uma menor quantidade de perfilhos na segunda geração, que ocorreu entre
os meses de maio e junho, e uma maior quantidade de perfilhos na terceira geração, que
ocorreu no mês de agosto, em relação ao capim-marandu. A maior densidade populacional de
perfilhos foi observada nos pastos com 25 cm de pós-pastejo. Não houve diferença estatística
no número de perfilhos entre as duas cultivares e entre os ciclos. Sendo assim, conclui-se que
as cultivares Piatã e Marandu, podem ser manejadas com as alturas de pós-pastejo de 15 cm e
25 cm.
PALAVRAS CHAVE: Brachiaria brizantha, manejo de pastejo, massa de forragem,
perfilhos, pós-pastejo
SWARD STRUCTURE AND FORAGE ACCUMULATION OF PIATA AND
MARANDU GRASSES UNDER GRAZING WITH OVINE ANIMALS
LIMA, C.L.D. ESTRUTURA DO DOSSEL E ACÚMULO DE FORRAGEM DOS CAPINS
PIATÃ E MARANDU SOB PASTEJO COM OVINOS, 2013. 50f. Dissertação (Mestrado em
Produção Animal: Forragicultura e Pastagens) - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN), Macaíba-RN, 2013.
ABSTRACT: The objective of this scientific work was to evaluate the tillering and mass
production of Brachiaria brizantha Piatã and Marandu grasses with two statures of postgrazing. The experimental lineation was in factorial arrangement (2 pastures x 2 residue
stature) with subplots (grazing cycle). The experimental period was from March to October of
2012. The target stature on pre-grazing was 50 cm and on post-grazing 15 and 25 for each
cultivar. The following variables were analyzed: tiller population density, forage mass,
morphological components, accumulation and accumulation rate. Three grazing cycles were
obtained. Marandu grass presented larger forage mass on pre-grazing and lower stem
production than piatã grass. No difference was observed between the two cultivars regarding
the leaf blade production. There was no difference on forage mass, leaf blade, stem, and dead
material production between the two statures of post-grazing. The pastures managed at 25 cm
presented accumulation rate compared to those with 15 cm. Concerning the accumulation rate
on the two cultivars, piatã and marandu grasses, Marandu grass presented higher amount than
the piatã grass, and also presented higher values on the rate of basal tiller appearing on 15 cm
stature post-pasture feature. Piatã grass managed at 25 cm developed smaller tiller amount on
the second generation and greater tiller amount on the third generation than marandu grass.
The greater tiller population density was observed on 25cm post-grazing pastures. There was
no statistical difference of density between the two cultivars and between the cycles.
Accordingly, it is concluded that piatã and marandu cultivars can be managed with 15cm and
25 cm post-grazing statures.
KEY WORDS: Brachiaria brizantha, pasture management, forage mass, tillers, post-grazing.
SUMÁRIO
1 Introdução
09
2 Referencial Teórico
11
2.1 Região Nordeste
11
2.2 Pastagens Cultivadas
12
2.3 Brachiaria Brizantha
14
2.4 Intensidade de Desfolhação
17
2.5 Estrutura do Dossel Forrageiro
19
2.6 Densidade Populacional e Padrões Demográficos de Perfilhos
20
2.7 Intensidade de Pastejo
22
2.8 Produção de Forragem
23
2.9 Referências Bibliográficas
25
3 Estrutura do Dossel e Acúmulo de Forragem dos Capins Piatã e Marandu Sob
Pastejo Com Ovinos
31
3.1 Introdução
34
3.2 Materiais e Métodos
35
3.3 Resultados e Discussão
38
3.4 Conclusões
48
3.5 Referências Bibliográficas
49
ESTRUTURA DO DOSSEL E ACÚMULO DE FORRAGEM DOS CAPINS PIATÃ
E MARANDU SOB PASTEJO COM OVINOS
1 INTRODUÇÃO
O setor agropecuário tem passado por várias transformações, entre elas, a busca por
novas cultivares forrageiras capazes de proporcionar soluções para os problemas que se
encontram na atividade agropecuária, principalmente no que diz respeito à estacionalidade
de produção. Na região Nordeste, esta estacionalidade é bem definida, o período de chuva
se concentra basicamente em quatro meses do ano, de abril a julho, nos outros meses
restantes a precipitação é escassa. A produção forrageira fica concentrada nos meses de
maior incidência de chuvas. Devido a esta adversidade climática, somada a baixa
fertilidade do solo e a predominância de solos rasos, a escolha da forrageira deve ser
criteriosa, pois insucessos podem ocorrer se a espécie utilizada não apresentar resistência e
persistência a essas condições. Além dos fatores climáticos e de solo, é importante ressaltar
o efeito do animal sobre a planta, a persistência da espécie pode ser prejudicada se o
manejo empregado não for adequado ao seu crescimento e fisiologia.
A maior parte do rebanho brasileiro é criado em pasto (REZENDE et al. 2011), e
espécies forrageiras do gênero Brachiaria apresentam-se como uma das principais fontes
de nutrientes (fibras, energia, proteínas, minerais e vitaminas).
Como a alimentação é o fator mais onerante na produção agropecuária, podendo
chegar até 70% dos custos totais, e cerca de 60 % das pastagens no Brasil se encontrarem
com algum grau de degradação (MACEDO, 2006), existe a necessidade de aumentar a
produtividade animal por área e também diversificar as áreas com diferentes cultivares em
busca da melhoria da qualidade e quantidade de forragem produzida. Por isso, busca-se a
implantação de cultivares que sejam mais tolerantes às condições de clima, solo, pragas e
doenças.
É importante destacar, que não existe uma forrageira ideal, por isso, o manejo do
pastejo e da pastagem, devem ser feitos de forma correta para que a planta obtenha
condições básicas para o restabelecimento da área foliar, garantindo seu potencial
produtivo. Visando aumentar a eficiência da produtividade, faz-se necessária a difusão de
tecnologias, para serem utilizadas no manejo da pastagem.
Abordagens sobre ecologia do pastejo, fluxo de tecidos e ecofisiologia de plantas
forrageiras passam a receber melhor atenção por parte dos pesquisadores e técnicos, como
10
uma forma de auxiliar a escolha de estratégias de manejo (NASCIMENTO Jr. et al., 2002),
as quais possibilitem melhorar a eficiência e evitar o processo de degradação das
pastagens.
A formação de pastagens de Brachiarias tem sido bastante difundida no Brasil,
apresentando um grande aumento em áreas cultivadas devido a sua ampla adaptabilidade
aos tipos de solos e climas (EMBRAPA, 2005).
A Brachiaria brizantha cv. Marandu é uma importante opção para a melhoria da
eficiência produtiva dos rebanhos, tendo como objetivo a diminuição da estacionalidade da
produção forrageira, já que ela é tolerante à seca.
Também, neste contexto, a Brachiaria brizantha cv. Piatã apresenta-se como uma
alternativa interessante à produção de ruminantes em pasto. Por ser uma forrageira
relativamente nova, lançada em 2007 pela Embrapa, pouco se sabe sobre seu
comportamento em situações de corte ou pastejo, principalmente por ovinos.
A cada cultivar lançada, são necessárias pesquisas por região, para conduzir sempre
o melhor manejo, determinar a melhor idade para o corte ou pastejo da forragem de acordo
com as épocas do ano. Essa idade deve representar o ponto de equilíbrio entre o valor
nutritivo e a produção de matéria seca, pois nas forrageiras a produção de matéria seca
aumenta e o valor nutritivo diminui à medida que aumenta a idade para o corte (VAN
SOEST, 1994; CORRÊA & POTT, 2001; CASTRO et al., 2007).
Assim, este trabalho teve por objetivo avaliar as cultivares Piatã e Marandu
submetidas a regimes de desfolhação intermitentes, caracterizados por duas alturas de póspastejo de 15 e 25 cm.
11
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Região Nordeste
O semiárido Nordestino representa 74% da superfície da região Nordeste, onde o
recurso forrageiro de maior expressão é a vegetação da Caatinga, cobrindo 54,53% dos
1.548.672 km2 da área da região (IBGE, 2004)
A vegetação da caatinga é decorrente dos fatores climáticos marcantes da região
semiárida que, por sua vez, está associada aos tipos de solo, ao relevo e a rede hidrográfica
da região. Esse conjunto de fatores resultou em tipos de vegetação xerófila, característica
das paisagens que compõe esse ecossistema (ANDRADE,1981). O grande desafio da
pecuária no semiárido é utilizar os recursos da caatinga preservando sua sustentabilidade.
Uma melhor produção forrageira no nordeste pode ser obtida por meio do consórcio entre a
vegetação nativa e a pastagem cultivada, o que irá aumentar a capacidade de suporte de
carga animal na região.
A Caatinga enriquecida com o raleamento intensificado, deixando apenas 15% de
cobertura do solo por plantas lenhosas seguido da introdução de gramíneas adaptadas, pode
melhorar significativamente a capacidade de suporte e atingir uma lotação de 10 ovinos ou
caprinos por hectare, produzindo 90 a 110 kg de PV por ano (SILVA, 2010). Com isto, as
cultivares Piatã e Marandu, surgem como uma importante alternativa para o
enriquecimento de pastagens cultivadas, tendo-se em vista aumento na taxa de lotação por
hectare.
Na maioria das regiões tropicais brasileiras ocorrem duas estações climáticas bem
definidas: a chuvosa, em que a umidade, a temperatura e a luminosidade são,
provavelmente, favoráveis ao crescimento das gramíneas tropicais; e a seca, em que esses
fatores são limitantes ao crescimento das gramíneas. Para tanto, estas características devem
ser sempre levadas em consideração na hora da escolha da forrageira a qual irá ser
implantada em um sistema de pastejo, onde a mesma tem que apresentar características
adaptáveis a cada propriedade a qual será implantada.
Pereira (2006), afirma que nem toda forragem produzida fica disponível para o
animal, além de que ocorre grande variação dessa produção em função de fatores
ambientais como estação do ano, chuvosa ou seca, e de fatores antrópicos, especialmente
quanto a forma e intensidade de uso dos recursos forrageiros.
12
O Nordeste apresenta um grande efetivo animal, compostos por 25.326.270 milhões
de cabeças de bovinos, 7.790.624 milhões de cabeças de ovinos e 6.470.893 milhões de
cabeças de caprinos (IBGE, 2006). Apesar do número expressivo do rebanho nordestino,
este apresenta baixos índices produtivos, devido à baixa tecnificação do setor
agropecuário, o que demonstra a necessidade da implantação de técnicas de manejo viáveis
a esta região. Isto se deve ao desconhecimento e não adoção de tecnologias disponíveis,
tais como o manejo inadequado do rebanho, pequena utilização de corretivos e
fertilizantes, formação ineficiente e manejo inadequado das pastagens, sem respeitar os
limites de utilização da planta forrageira (DIAS FILHO, 2011). Dentro deste contexto, e
importante destacar o papel dos caprinos sem raça definida (SRD), os quais são resultantes
de cruzamentos descontrolados em que os animais mais adaptados as condições da região
prevalecem (SILVA, 2010)
Por meio da necessidade de se aumentar a produtividade da pecuária, houve um
aumento na expansão das pastagens cultivadas nos últimos anos, em função da demanda
crescente por produtos de origem animal. Para atender este aumento crescente foi
importante o lançamento de cultivares de forrageiras, o que resultou grandes avanços nos
índices zootécnicos.
De acordo com Blaser (1994), a produção animal em pastagens tropicais é
severamente restringida, devido ao rápido amadurecimento das plantas forrageiras e à
consequente redução da disponibilidade e proporção de folhas verdes no relvado, ao
aumento do teor de fibras e à redução do teor de proteína bruta e da digestibilidade da
forragem disponível, o que influencia o consumo e o desempenho dos animais. O
desempenho animal em pastejo varia com a taxa de lotação da pastagem, com a pressão de
pastejo adotada, por seu efeito sobre as características estruturais de massa, altura, índice
de área foliar e porcentagem de material morto do pasto (ADJEI et al., 1980; ALMEIDA et
al., 2002).
2.2 Pastagens cultivadas
Plantas forrageiras podem ser definidas como todas aquelas consumidas por
herbívoros e, por isso, abrangem variada gama de gêneros e espécies, desde herbáceas até
arbustivas (PEREIRA et al., 2001). Poucas ganharam destaque comercial e abrangência,
seja por resultarem em maior produtividade animal, ou pela facilidade de cultivo, ou por
apresentarem resistência a estresses bióticos e, ou, abióticos (VALLE et al., 2009).
13
As plantas constituintes das pastagens, ou plantas forrageiras, são aquelas
consumidas por animais, em geral ruminantes, e que concorrem para seu desenvolvimento
e reprodução. As forrageiras mais persistentes e produtivas são aquelas que
desenvolveram, ao longo de sua evolução, mecanismos de escape ao superpastejo e aos
predadores, além de adaptação a condições edafoclimáticas adequadas à sua sobrevivência
e dispersão. Esse tipo de estratégia exigiu forte e constante exposição a herbívoros e, talvez
por essa razão, as gramíneas africanas são as mais utilizadas para formação de pastagens
no mundo tropical (VALLE et al., 2009).
Segundo dados do Ministério da Agricultura, (BRASIL, 2006), cerca de três quartos
da área agrícola nacional são compostos por pastagem, assumindo uma posição de
destaque no cenário agrícola brasileiro. A área total de pastagens nativas e/ou cultivadas no
Brasil chega a aproximadamente 185.000.000 ha (IBGE, 2008). Destes cerca de 120
milhões de hectares são de pastagens cultivadas (VALLE et al., 2001).
Apesar do grande número de espécies forrageiras disponíveis, os gêneros Brachiaria
e Panicum apresentam maior importância, expressa pelas áreas cultivadas. Estima-se que
mais de 80% das pastagens cultivadas no Brasil pertença a estes dois gêneros
(FERNANDES et al., 2000).
Apesar das pastagens serem à base da alimentação de ruminantes no Brasil, as áreas
de pasto, têm apresentado um rápido e acentuado declínio em sua capacidade produtiva em
decorrência dos processos de degradação que se instalam, limitando e inviabilizando a
produção de carne e/ou leite em muitas regiões do país (RODRIGUES, 2010). As
principais formas de degradação de pastagens estão associadas à baixa fertilidade do solo,
que diminui as reservas orgânicas da planta, diminuindo a capacidade de rebrota
(RODRIGUES et al., 2000). Segundo Zimmer et al. (2011), cerca 70% das pastagens
cultivadas encontram-se em algum estádio de degradação.
O gênero Brachiaria teve um papel extremamente importante no Brasil, pois
viabilizou a pecuária de corte nos solos ácidos e de baixa fertilidade, e constitui ainda hoje
a base das pastagens cultivadas no País, além de ter propiciado um desenvolvimento
expressivo na indústria de sementes, colocando o Brasil como o maior exportador desse
insumo para o mundo tropical (CORREIA, 2002). Outra aplicação dessa gramínea referese às ações preventivas dos processos erosivos dos solos (TIMOSSI et al., 2007) e para
recuperação de áreas degradadas (PEREIRA, 2006). Segundo esses autores, as gramíneas
forrageiras apresentam a capacidade de reestruturar o solo por meio de seu sistema
14
radicular, fornecendo condições favoráveis à infiltração, ao arejamento e à retenção de
água.
O manejo do pasto visa otimizar a produção forrageira, a eficiência de uso da
forragem, o desempenho animal, a produção animal por hectare, o retorno econômico,
melhorar a distribuição estacional de forragem, e garantir a persistência da pastagem.
Dentre os métodos de manejo do pasto tem a altura de pré-pastejo, altura do resíduo póspastejo, o período de descanso e o período de ocupação; variando de acordo com a espécie
forrageira, categoria animal, solo e clima (PAULINO & TEIXEIRA, 2009).
O objetivo de um bom sistema de pastejo é prover aos animais suprimento diário de
forragem de boa qualidade para atender suas exigências nutricionais, de forma econômica.
O sistema ideal de pastejo é aquele que permite maximizar a produção animal sem afetar a
persistência das plantas forrageiras. Deste modo, a utilização de plantas forrageiras sob
condições de pastejo é um fator de grande importância a ser considerado na exploração de
ruminantes (FERREIRA, 2007).
Entre as práticas de manejo, a taxa de lotação (número de cabeças por unidade de
área) é a mais importante, pois determina a taxa de rebrotação, as composições botânicas e
físicas da pastagem e a qualidade da forragem disponível (EUCLIDES et al., 1989).
A disponibilidade e a qualidade das forrageiras são influenciadas pela espécie e pela
cultivar, pelas propriedades químicas e físicas do solo, pelas condições climáticas, pela
idade fisiológica e pelo manejo a que a forrageira é submetida (ZANINE et al., 2005). A
eficiência da utilização de forrageiras só poderá ser alcançada pelo entendimento desses
fatores e pela manipulação adequada de modo a possibilitar tomadas de decisão sobre
manejo objetivas de maneira a maximizar a produção animal (CORRÊA et al., 2000). O
manejo e as condições edafoclimáticas irão influenciar diretamente na produção da
forragem produzida e na qualidade da mesma.
2.3 Brachiaria brizantha
As gramíneas do gênero Brachiaria originaram-se do leste da África, onde hoje
ocupam grandes áreas no território nacional. O gênero possui mais de 100 espécies
distribuídas principalmente nos trópicos (VALLE & MILLES, 1994).
De acordo com Corrêa (2002), a Brachiaria teve papel extremamente importante no
Brasil, pois viabilizou a pecuária de corte nos solos ácidos e de baixa fertilidade, e
constitui ainda hoje a base das pastagens cultivadas no País. Além disso, propiciou o
15
desenvolvimento de expressiva indústria de sementes, colocando o Brasil como o maior
exportador desse insumo para o mundo tropical.
As plantas do gênero Brachiaria são caracterizadas pela sua robustez, agressividade,
apreço por regiões tropicais e ainda pela sua baixa exigência por solos férteis,
possibilitando um amplo espectro de uso e manejo, alta produção de matéria seca,
crescimento bem distribuído e boa capacidade de suporte sob carga de animal (COSTA et
al, 2009). As espécies de B. brizantha comercializadas são plantas perenes, cespitosas,
muito robustas, adaptam-se a solos de média e baixa fertilidade dependendo do sistema de
manejo adotado na propriedade, além disso, são resistentes ou tolerantes ao ataque das
cigarrinhas das pastagens (SOARES FILHO, 1994).
A Brachiaria brizantha cv. Marandu, conhecida popularmente como brizantão,
braquiarão ou capim-marandu, é uma gramínea forrageira proveniente do Zimbábue, na
África, lançada pela Embrapa em 1984 (NUNES et al., 1984).
De acordo com Meirelles e Mochiutti (1999), a cultivar Marandu é uma planta
cespitosa, muito robusta, de 1,5 a 2,5 m de altura, com colmos iniciais prostrados, e afilhos
predominantemente eretos. O capim-marandu apresenta como características desejáveis a
tolerância a solos ácidos e altos níveis de alumínio tóxico; elevada produção de forragem;
boa capacidade de rebrota; tolerância à seca; persistência e resistência à cigarrinha-daspastagens.
As pastagens de capim-marandu quando bem formadas e manejadas, permitem
lotações que variam entre um UA (Unidade Animal) no período seco, até três UA/ha no
período chuvoso. Têm-se observado ganhos de peso entre 590 g/animal/dia e 850
g/animal/dia nas águas e 400 g/animal/dia no período seco (MEIRELLES & MOCHIUTTI,
1999).
Apresenta boa produtividade de forragem de qualidade, boa cobertura de solos,
capacidade de competição com invasoras e estabelecimento rápido. De acordo com Soares
Filho (1994), a cultivar Marandu adapta-se a condição de até 3.000 m de altitude,
precipitação anual de até 700 mm e cerca de 5 meses de inverno.
Apresenta produção anual de matéria seca da ordem de oito t/ha, que pode chegar a
20 t/ha com aplicação de fertilizantes. Em amostras simulando o pastejo animal, os
conteúdos de proteína bruta e digestibilidade in vitro da matéria orgânica, nos períodos das
águas e da seca, foram, respectivamente, 9,3 %, 6,2 %, 61,2% e 51,5%. Sob lotação
contínua, deve ser manejada a uma altura entre 20 e 40 cm. Sob pastejo rotacionado os
16
animais devem iniciar o pastejo com 35 cm de altura e saírem quando a pastagem estiver
com 15 cm (EMBRAPA, 2000).
A BRS Piatã foi selecionada após 16 anos de avaliações pela Embrapa, a partir de
material coletado na década de 1980, na região de Welega, na Etiópia, África, sendo
lançada em maio de 2007. É uma planta de crescimento ereto e hábito cespitoso de porte
médio, com colmos verdes e finos (EMBRAPA, 2012).
A Piatã é uma importante alternativa para a diversificação de pastagens, devido as
suas características de floração precoce, nos meses de janeiro e fevereiro, permitido a
recuperação das plantas e a produção de forragem de boa qualidade no final do período das
chuvas; seus colmos são finos e facilmente aproveitados pelo animal, o que favorece o
consumo da forragem disponível ou reservada (diferimento) para a seca; tem mais
resistência às cigarrinhas típicas de pastagens, ainda que, como as demais brizanthas, sofra
danos com a cigarrinha-da-cana; não é tão sensível a solos com má drenagem quanto o
capim-marandu; consorcia-se muito bem com o estilosantes Campo Grande e com milho e
sorgo na integração lavoura-pecuária (COSTA et al., 2009).
De acordo com Valle et al. (2007), o capim-piatã pode ser cultivado em praticamente
todo o país, em regiões com bom regime de chuvas e sem invernos rigorosos. A cultivar
Piatã é indicado para solos de média fertilidade apresentando exigência semelhante às
cultivares Xaraés e Marandu.
O capim-piatã possui hábito de crescimento ereto, com a formação de touceiras que
variam de 0,85m a 1,10m de altura. O capim-piatã apresenta perfilhamento aéreo,
semelhante ao capim-marandu. A cultivar Piatã se destaca pelo elevado crescimento foliar,
maior disponibilidade de folha sob pastejo e bom valor nutritivo (VALLE et al., 2010).
O capim-piatã apresenta boa produção de forragem e, em parcelas sob corte, em
solos de média fertilidade e sem adubação de reposição, em Mato Grosso do Sul, produziu
em média 9,5 t/ha de matéria seca com 57% de folhas, sendo 30% dessa produção obtidas
no período seco. O teor médio de proteína bruta nas folhas foi de 11,3%, e a média anual
de digestibilidade in vitro da matéria orgânica, de 58%. O capim-piatã apresenta rebrota
mais rápida do que o capim-marandu. Em Campo Grande, em solos de fertilidade média,
as taxas de acúmulo de massa seca de folhas nos períodos de água e seca foram,
respectivamente, de 53,6 e 8,3 kg/ha/dia, para o capim-piatã, superiores aos 47,8 e
6,70kg/ha/dia do capim-marandu (ANDRADE & ASSIS, 2010).
17
Recomenda-se realizar o primeiro pastejo entre 70 e 90 dias após a semeadura,
estimulando o perfilhamento da gramínea e contribuindo para o aumento da densidade de
plantas na área. Esse pastejo de formação deve ser realizado com animais leves e durante
poucos dias (ANDRADE & ASSIS, 2010).
O capim-piatã apresentou ganho de peso animal (782 g/animal/dia) semelhante ao
capim-marandu em experimento sob pastejo com bovinos, realizados na EMBRAPA Gado
de Corte, porém a produtividade (Kg de PV/ha/ano) foi maior no capim-xaraés devido a
maior taxa de lotação tanto nas águas quanto nas secas, devido a maior produção de
forragem no capim-xaraés (EMBRAPA, 2010).
Estudos realizados em diferentes regiões e ecossistemas do País mostram que o
capim-piatã apresenta ampla adaptação e elevada produtividade, compatível com os
valores observados para outras cultivares, apresentado, assim, boa alternativa para
diversificação das pastagens brasileiras (ANDRADE & ASSIS, 2010).
2.4 Intensidade de desfolhação
A capacidade de produção da pastagem está relacionada às condições ambientais da
área e às práticas de manejo adotadas. Assim, o manejo também interfere na produção de
forragem, por meio do efeito da desfolhação sobre a área fotossintetizante do pasto, além
de efeitos do pisoteio, da compactação, entre outros, no caso do pastejo pelo animal.
As plantas forrageiras podem responder de diversas formas à desfolhação realizada
pelos animais, definida de acordo com a intensidade, frequência e época, o que influencia
no crescimento e na reprodução das plantas (HEADY & CHILD, 1994).
Desfolhações frequentes e intensas ou realizadas em períodos desfavoráveis para o
crescimento das plantas, em decorrência da falta de chuvas ou temperaturas baixas,
resultam em redução progressiva na produtividade da pastagem e determinam, em curto
prazo, a sua degradação irreversível (RODRIGUES & REIS, 1995).
O pastejo provoca dois efeitos principais na planta, de forma negativa, ele reduz a
área foliar pela remoção dos meristemas apicais, reduz a reserva de nutrientes da planta e
promovem mudanças na alocação de energia e nutrientes da raiz para a parte aérea a fim de
compensar as perdas de tecidos fotossintéticos. Já ao contrário, o pastejo beneficia as
plantas pelo aumento da penetração da luz no dossel, alterando a proporção de folhas
novas mais ativas fotossinteticamente, pela remoção de folhas velhas e ativação dos
meristemas dormentes na base do caule e rizomas (KEPHART et al., 1995).
18
Segundo Parsons et al. (1988), quando a planta forrageira é submetida a alta
intensidade e frequência de desfolhação, a massa de forragem produzida tende a ser mais
baixa a cada pastejo, porém a forragem produzida apresenta elevado valor nutritivo, que,
associado ao maior número de ciclos de pastejo, permite a maximização da produção
animal. A taxa de rebrotação da planta após a desfolhação depende da intensidade, da
frequência de colheita e de fatores edafoclimáticos.
A altura de resíduo da pastagem após desfolhação consiste em uma característica de
grande importância, pois pode alterar as características morfofisiológicas da planta. Cortes
mais intensos e frequentes proporcionam maior renovação dos tecidos, que está associada à
maior eficiência de produção de forragem. Entretanto, cortes menos intensos e frequentes
ocasionam maior florescimento e maior produção de pseudocolmo e material morto
(MARCELINO et al., 2006). A resposta da planta forrageira ao processo de desfolhação
varia de acordo com a espécie forrageira.
Na literatura encontram-se recomendações para resíduo pós-pastejo de Brachiaria
spp em torno de 1.500 kg MS/ha, o que corresponde a altura de 10 cm após a saída dos
animais da pastagem (AGUIAR, 1998). De acordo com Hodgson (1990), a intensidade de
desfolhação indica a proporção de tecido vegetal removido pelo animal em relação ao
disponibilizado para o pastejo.
Os processos de intensidade e frequência de desfolhação das plantas forrageiras
definem a estrutura do dossel que, por sua vez, juntamente com os fatores abióticos,
modificam o acúmulo de biomassa (NASCIMENTO JÚNIOR & ADESE, 2004).
A intensidade de desfolhação interfere na quantidade de área foliar remanescente no
dossel e determina o tempo necessário para recuperação do pasto. Em situações de pastejo
rotativo, uma maior intensidade de pastejo contribui diretamente para a utilização mais
eficiente da forragem disponível e, indiretamente, para a redução nas perdas por
senescência e morte de tecidos no período de rebrota (GOMIDE & GOMIDE, 1999).
O acúmulo de forragem na pastagem após a desfolhação, na ausência de animais, é
resultante do fluxo de novos tecidos foliares, do fluxo de senescência e decomposição de
tecidos foliares mais velhos (HODGSON, 1990). O estudo das taxas de crescimento e
senescência caracteriza a dinâmica do processo de produção de forragem, e seu balanço
resulta no acúmulo líquido de forragem, refletindo a quantidade produzida em determinado
período e suas variações de acordo com as práticas de manejo e estações do ano
(FAGUNDES et al., 2005).
19
O acúmulo líquido de forragem numa comunidade de plantas forrageiras ou em
pastagem tem sido descrito como resultado direto do balanço entre os processos de
crescimento e senescência do dossel (HODGSON, 1990).
As taxas de crescimento são seguidas quando são alcançadas altas taxas
fotossintéticas, as quais, entretanto, correspondem altos custos de respiração e senescência.
Estes processos apresentam importantes implicações na utilização da forragem acumulada,
uma vez que a perda excessiva de tecidos vegetais por meio do processo de senescência
implica em baixa utilização de forragem acumulada (SBRISSIA & DA SILVA, 2001). A
taxa de acúmulo de forragem pode variar amplamente em função de condições
edafoclimáticas e manejo.
A disponibilidade e a qualidade das forrageiras são influenciadas pela espécie e pela
cultivar, pelas propriedades químicas e físicas do solo, pelas condições climáticas, pela
idade fisiológica e pelo manejo a que a forrageira é submetida (ZANINE et al., 2005). A
eficiência da utilização de forrageiras só poderá ser alcançada pelo entendimento desses
fatores e pela manipulação adequada de modo a possibilitar tomadas de decisão sobre
manejo objetivas de maneira a maximizar a produção animal (CORRÊA et al., 2000).
2.5 Estrutura do dossel forrageiro
De acordo com Laca & Lemaire (2000), a estrutura do dossel forrageiro pode ser
definida como sendo a distribuição e arranjo espacial dos componentes da parte aérea das
plantas dentro de uma comunidade, e várias são as características utilizadas para descrevêla: altura do dossel (cm), massa de forragem (kg MS/ha), densidade volumétrica de
forragem (kg MS/ha.cm), densidade populacional de perfilhos, distribuição da fitomassa
por estrato, ângulo foliar, índice de área foliar, relação folha:colmo. Dentre as
características do dossel forrageiro as que mais afetam a produção de forragem e do animal
e, consequentemente, as mais importantes para o manejo, são a altura do pasto, a massa, a
densidade de forragem e a quantidade de folhas (HODGSON, 1990).
A estrutura do dossel forrageiro e o acúmulo de forragem são altamente
interdependentes, uma vez que a estrutura é o resultado de características de crescimento
de plantas individuais e isso afeta a aquisição dos recursos, como carbono e nitrogênio, por
estas plantas e do dossel forrageiro como um todo (PARSONS & CHAPMAN, 1998,
citado por Fontes, 2012).
20
A relação folha/colmo é uma das principais características da estrutura do dossel
forrageiro (BARBOSA et al., 2002). A relação folha/colmo apresenta importância para a
averiguação do conteúdo de material disponível ao animal no momento da alimentação.
Diferenças na relação folha/colmo nos períodos do ciclo das gramíneas ocasionam,
especialmente, diferenças na qualidade, na densidade e no consumo de forragem
(FREITAS et al., 2005).
Além da relação folha/colmo o índice de área foliar; segundo Balakrishnanet al.,
(1987) é um importante parâmetro fisiológico que caracteriza o crescimento da cultura. O
crescimento das plantas está condicionado primariamente à obtenção de energia
proveniente da radiação solar, que deve ser interceptada pela área foliar do dossel e
utilizada nos processos fotossintéticos (NABINGER & PONTES, 2001). Folhas são o
principal constituinte da área foliar fotossinteticamente ativa e eficiente e são produzidas
de acordo com uma programação morfogênica das plantas que sofre influência direta de
fatores de meio ambiente e da desfolhação (LEMAIRE & CHAPMAN, 1996).
De acordo com Paulino et al.(2004), nas gramíneas tropicais, devido à elevada
formação de colmo, o manejo do pastejo presume a adoção de metas de “condição de
pasto” (estrutura do dossel forrageiro) necessárias para a geração de produção eficiente de
forragem e desempenho animal satisfatório. Assim o conceito de controle do processo de
pastejo deve passar, obrigatoriamente, pelo controle das características estruturais do
dossel forrageiro.
Vários são os entraves da produção animal em pastagens tropicais, os quais podem
ser resolvidos, em parte, com práticas de manejo que aumentem a eficiências da utilização
do pasto. De acordo com Hodgson (1985), a utilização de variáveis de manejo, como a taxa
de lotação, pressão de pastejo, período de ocupação e período de rebrotação, não podem
ser consideradas como determinantes primários da produção de forragem ou do
desempenho animal uma vez que, coletivamente, determinam a condição/estrutura do
pasto. Estas variáveis tornam-se, então, parte de uma estratégia de ação cujo objetivo é a
manutenção do pasto em condições de estrutura do dossel, tidas como ideal para
determinado sistema de produção (HODGSON & DA SILVA, 2002).
2.6 Densidade populacional e padrões demográficos de perfilhamento
Perfilhos aparecem continuamente na pastagem, possuindo um tempo de vida
limitado, normalmente não excedendo mais que um ano (SBRISSIA & DA SILVA, 2001).
21
Já que as gramíneas são constituídas por gerações de perfilhos, o tempo de vida e a taxa de
aparecimento de perfilhos são considerados fatores importantes a serem observados em um
pasto, tendo em vista que a persistência da pastagem é influenciada por estes fatores.
A estrutura da pastagem é um parâmetro de avaliação que tem despertado muito
interesse em experimentos de pastejo. Devido à alta correlação das características
estruturais com as variáveis relacionadas ao consumo, torna-o um importante fator na
avaliação do valor nutritivo da pastagem (HERINGER et al., 1997).
As pastagens são formadas por populações de plantas, as quais têm por unidade
básica de desenvolvimento os perfilhos (HODGSON, 1990). Os perfilhos possuem duração
de vida limitada, tendo o pastejo como a principal causa de mortalidade por meio da
decapitação de seus pontos de crescimento ou meristemas apicais. Portanto para garantir a
perenidade da produtividade das pastagens, deve haver relativa estabilidade da população
de perfilhos, o qual é conseguido por meio do equilíbrio dinâmico e harmônico entre os
processos de aparecimento e de morte de perfilhos (DA SILVA et al., 2008).
A densidade populacional de perfilhos (perfilhos/m2) é o resultado da dinâmica de
morte e aparecimento de perfilhos ao longo do tempo. A dinâmica populacional resulta em
modificação da longevidade e estabilidade de gerações individuais e da população de
perfilhos como um todo (DA SILVA et al., 2008). Uma única planta pode apresentar várias
gerações de perfilhos, pois cada gema axilar pode, potencialmente, formar um perfilho, é
por meio da variação da densidade populacional de perfilhos que a planta se adapta, de
forma mais efetiva e eficiente, aos regimes de desfolhação, uma vez que permite às plantas
maior flexibilidade de formação e restauração de área foliar (MATTHEW et al., 2000).
Conhecer a demografia do perfilhamento e como esta varia em função do manejo e da
época do ano, auxilia na escolha da melhor estratégia de manejo.
A capacidade da planta forrageira originar novos perfilhos auxilia o estabelecimento
e a perenidade das gramíneas forrageiras, assegura maior proteção do solo contra a ação de
fatores de ambiente, confere maior resistência a pragas e doenças, controla a presença de
plantas daninhas e determina a produção de forragem (PEDREIRA et al., 2001).
O perfilhamento nas gramíneas forrageiras contribui para a adaptação às distintas
condições de ambiente, incluindo as estratégias de manejo. As estratégias de manejo, além
de garantir o equilíbrio entre a demanda de forragem e sua oferta aos animais, devem
manter a sustentabilidade da pastagem. Nesse sentido, o número de perfilhos é
22
frequentemente utilizado como indicador de vigor ou persistência da gramínea na
pastagem (DA SILVA & PEDREIRA, 1997).
Apesar de normalmente haver uma compensação entre tamanho e densidade
populacional de perfilhos (SBRISSIA , 2001), acarretando uma ampla faixa de manejo cuja
resposta do pasto em termos de acúmulo de forragem permanece inalterada, o
perfilhamento caracteriza-se como uma importante resposta plástica da planta à
desfolhação, contribuindo para a persistência do pasto. Fatores como a interação entre o
intervalo de desfolhação e a altura do pasto tem se mostrado importantes na determinação
da taxa de crescimento e no acúmulo de forragem (ALEXANDER & THOMPSON, 1982).
O perfilhamento depende das condições intrínsecas (da própria planta) e extrínsecas
(temperatura, luminosidade, umidade etc.).
Um dos fatores de manejo que influi na densidade de perfilhos é a desfolhação.
Geralmente, quando os cortes são frequentes, há redução na produção de forragem, em
relação às plantas que sofrem menos desfolhação, sendo a produção do perfilho mais
afetada que o número de perfilho por área de solo (ZARROUGH, 1982, citado por
VOLENEC & NELSON, 1983).
No ecossistema pastagem, a essência do manejo é atingir o equilíbrio efetivo e
harmônico entre três grandes grupos de eficiência do sistema: crescimento, utilização da
forragem produzida e conversão da forragem consumida em produto animal (DA SILVA
& SBRISSIA, 2000). Cada um destes estágios possui sua própria eficiência, que pode ser
influenciada pelo manejo, e juntos determinam a eficiência geral do processo
(HODGSON,1990). Com isto é importante assegurar um manejo eficiente levado em
consideração os fatores bióticos e abióticos, os quais irão influenciar no ecossistema da
pastagem.
2.7 Intensidade de Pastejo
O manejo da pastagem visa otimizar a produção da forrageira, a eficiência de uso da
forragem, o desempenho animal, a produção animal por hectare, o retorno econômico,
melhorar a distribuição estacional de forragem e garantir a persistência da pastagem.
No manejo de pastagens, diversos fatores relacionados com a resposta
morfofisiológica e a sobrevivência das plantas forrageiras devem ser considerados,
destacando-se o estádio de crescimento e a altura de corte e/ou pastejo, os quais afetam
diretamente o rendimento e a qualidade da forragem produzida. Em geral, o aumento da
23
frequência entre cortes resulta em incrementos significativos da produção de forragem,
contudo, paralelamente, ocorre decréscimo em seu valor nutritivo. Já, a altura de corte e/ou
pastejo é importante no rebrote pela eliminação ou não de meristemas apicais, área foliar
remanescente e pela diminuição ou não das reservas orgânicas acumuladas (CORSI, 1972).
A capacidade do pasto em produzir alimento (forragem) varia de acordo com o local
e o período do ano. A razão disso é que as condições ambientais podem também ser muito
variáveis entre regiões, ou mesmo dentro de uma mesma região ou propriedade rural. Isso
ocorre por causa das características naturais de solo e do clima e das particularidades no
manejo da pastagem (adubação, irrigação, etc.). Uma forma eficaz de avaliar a capacidade
de crescimento do pasto é observar a altura do pasto (DIAS FILHO, 2011), para assim
estabelecer metas de manejo para que se obtenha um melhor aproveitamento da forragem
produzida.
Costa et al. (2004), trabalhando com regimes de corte do capim-marandu, observou
que os cortes realizados a cada 21 dias, independentemente da altura de corte,
proporcionaram maiores teores de proteína bruta, contudo os maiores rendimentos de
proteína bruta foram obtidos com cortes a cada 28, 35 ou 42 dias e a 40 cm acima do solo.
Em trabalho realizado no Acre, recomenda-se que as pastagens de capim-piatã
manejadas sob lotação rotacionada, observando-se as indicações de altura do pasto na
entrada (pré-pastejo) variando de 35 cm a 40 cm durante a estação chuvosa, e de 30 cm a
35 cm no período seco do ano. Já as alturas residuais (pós-pastejo) podem variar de 15 cm
a 20 cm durante a estação chuvosa e de 10 cm a 15 cm no período seco (ANDRADE &
ASSIS, 2010).
2.8 Produção de forragem
Além da baixa fertilidade do solo, o manejo inadequado da pastagem pode ser
considerado outro grande fator responsável pela baixa produção das pastagens. Desta
maneira, a adubação e o manejo adequado da pastagem são premissas básicas para manter
ou elevar a produtividade animal (MARTA JÚNIOR & VILELA, 2007).
Sob regime de corte, Valle et al. (2007) obtiveram valores médios de 9,5 t/ha de MS
para produção de forragem do capim-piatã, avaliado em solos de média fertilidade, sem
reposição de adubação no Mato Grosso do Sul. Nessas condições, houve uma produção de
57% de folhas, sendo 30% desse total no período seco do ano. As taxas de acúmulo de
matéria seca do capim-piatã no período das águas e na época seca foram, respectivamente,
24
53,6 kg/ha/dia e 8,3 kg/ha/dia, valores superiores aos observados para o capim-marandu
(47,8 kg/ha/dia e 6,7 kg/ha/dia).
Em outro experimento realizado no Estado de São Paulo, na cidade de Botucatu,
Trevisanuto et al. (2008) compararam o capim-marandu, o capim-xaraés e o capim-piatã
quanto à produção de matéria seca. O plantio foi realizado em 2007 e os cortes foram
feitos entre maio de 2008 e julho de 2009. Os autores verificaram que, nesse período, a
produção de matéria seca foi de 15.897 kg/ha, 15.820 kg/ha e 17.165 kg/ha para os capins
marandu, piatã e xaraés, respectivamente. Observou-se que o capim-xaraés apresentou
maior produção do que o capim-marandu na primavera e no verão, enquanto o capim-piatã
não diferiu do capim-marandu em nenhuma das estações consideradas.
25
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31
3 ESTRUTURA DO DOSSEL E ACÚMULO DE FORRAGEM DOS CAPINS
PIATÃ E MARANDU SOB PASTEJO COM OVINOS
Trabalho submetido à revista:
REVISTA CAATINGA ISSN: 1983-2125
Página eletrônica: http://periodicos.ufersa.edu.br/revistas/index.php/sistema/index
32
1
ESTRUTURA DO DOSSEL E ACÚMULO DE FORRAGEM DOS CAPINS PIATÃ
2
E MARANDU SOB PASTEJO COM OVINOS1
3
4
5
Carla Lailane Dias de Lima2*, Gelson dos Santos Difante3, Kelen Cristina Basso4
6
7
8
RESUMO – O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de forragem, a taxa de
9
acúmulo, a densidade e a dinâmica de perfilhos, em duas cultivares de forrageiras tropicais,
10
Piatã e Marandu, submetidas à duas intensidades de pastejo. A meta de altura no pré-
11
pastejo foi de 50 cm, e no pós-pastejo, 15 e 25 cm. Durante o período experimental obteve-
12
se três ciclos de pastejo. A altura de entrada refletiu em elevada perda por eficiência de
13
colheita da forragem produzida, interferindo também, na altura de resíduo de pós-pastejo.
14
Não houve diferença estatística entre as duas alturas de pós-pastejo estabelecidas (15 e 25
15
cm). O capim-marandu apresentou uma produção de massa de forragem superior ao capim-
16
piatã, em média 27%. A produção de material morto foi superior na cultivar Marandu. Não
17
houve diferença na produção de lâmina foliar e colmo entre as duas cultivares. O aumento
18
da produção de forragem nos ciclos de pastejo 2 e 3, foram influenciados pelo período de
19
chuvas da região, e pela adubação nitrogenada realizada no mesmo período. A altura de
20
pós-pastejo de 25 cm, apresentou maior taxa de acúmulo de forragem e densidade
21
populacional de perfilhos em relação à altura de pós-pastejo de 15 cm. A cultivar Piatã,
22
apresentou decréscimo na dinâmica de perfilhos na altura de 15 cm, enquanto que, na
23
cultivar Marandu, a dinâmica de perfilhos na altura de 15 cm aumentou, mostrando que as
24
cultivares avaliadas respondem de modo diferente ao ambiente.
25
26
27
28
29
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31
32
33
Palavras-chave: Brachiaria brizantha, manejo de pastejo, massa de forragem, perfilhos.
*Autor
1
para correspondência. [email protected]
Recebido para publicação em .............................; aceito em ...............................
2
Trabalho de dissertação para a obtenção de título de Mestre em Produção Animal
3
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
4
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
34
35
36
33
37
SWARD STRUCTURE AND FORAGE ACCUMULATION OF PIATA AND
38
MARANDU GRASSES UNDER GRAZING WITH OVINE ANIMALS1
39
40
41
Carla Lailane Days Lima2*, Gelson dos Santos Difante3, Kelen Cristina Basso4
42
43
44
ABSTRACT – The objective of this scientific work was to evaluate the forage production,
45
the accumulation rate, the tillers density and dynamics, in two cultivars of tropical forages,
46
Piatã e Marandu, submitted to two grazing intensities. The target stature on pre-grazing
47
was 50 cm, and on post-grazing, 15 and 25 cm. During the experimental period, three
48
grazing cycles were obtained. The initial stature reflected in high loss of efficiency on
49
harvesting produced forage, interfering on the post-grazing residue stature, also. There was
50
no statistical difference between the two established post-grazing statures (15 and 25 cm).
51
Marandu grass presented higher forage mass production than piatã grass, 27% on average.
52
Dead material production was higher on marandu cultivar. There was no difference on leaf
53
blade production and stem between the two cultivars. The increase forage production on
54
grazing cycles 2 and 3 was influenced by the rainy season in the region, and by nitrogen
55
fertilization held at the same period. The 25cm post-grazing stature presented higher forage
56
accumulation rate and tiller population density than the 15cm post-grazing stature. Piatã
57
cultivar presented decrease on tiller dynamics on 15cm stature, whereas on Marandu
58
cultivar, the tiller dynamics on 15cm stature increased, indicating that the evaluated
59
cultivars respond to the environment in different ways.
60
61
62
KEY WORDS: Brachiaria brizantha, pasture management, forage mass, tillers.
63
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65
66
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68
69
70
*Autor
1
para correspondência. [email protected]
Recebido para publicação em .............................; aceito em ...............................
2
Trabalho de dissertação para a obtenção de título de Mestre em Produção Animal
3
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
4
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
71
34
72
INTRODUÇÃO
73
74
A pastagem é utilizada como a principal fonte de alimento para ruminantes, por ser
75
considerada a fonte alimentar mais barata. Para que o sistema produtivo continue viável,
76
por meio da criação de animal em pasto, é necessária a otimização dos recursos
77
forrageiros, visando a produtividade animal e da planta.
78
O potencial de produção de uma planta forrageira é determinado geneticamente,
79
contudo, a produção de forragem é influenciada pela interação ambiente-solo-planta-
80
animal (DA SILVA & PEDREIRA, 1997). Mesmo com os avanços do melhoramento
81
genético vegetal, não existe a forrageira ideal, sendo assim, o manejo da pastagem e do
82
pastejo, constituem as ferramentas fundamentais para garantir que o potencial produtivo da
83
planta forrageira seja alcançado.
84
Segundo Gomide & Gomide (2000), a produtividade de gramíneas forrageiras
85
depende da contínua emissão de folhas e perfilhos, processo importante para a restauração
86
da área foliar após pastejo ou corte e que garante a perenidade à forrageira. Assim, os
87
entraves da produção animal em pastagens, podem ser resolvidos, em parte, com práticas
88
de manejo que aumentem a eficiência de utilização da forragem produzida. Para tanto é de
89
fundamental importância o conhecimento morfofisiológico da planta para uma melhor
90
adequação das práticas de manejo empregadas.
91
A região nordeste, por estar próxima à linha do equador, apresenta fatores climáticos
92
adversos responsáveis por longos períodos de estiagem e irregularidades na precipitação
93
pluviométrica, porém apresenta também menores variações de temperatura durante o ano
94
(BARBOSA et al., 2008).
95
De modo geral, as pastagens brasileiras são formadas por gramíneas tropicais. A
96
temperatura ótima para o desenvolvimento destas espécies é por volta de 30-35ºC
97
(AZEVEDO JUNIOR, 2011). Com isto, verifica-se que o grande fator limitante na região
98
nordeste para a produção forrageira é o déficit hídrico. Entretanto, por meio de estudos
99
avaliativos, busca-se forrageiras adaptadas a essas condições com o objetivo de melhorar
100
os índices zootécnicos da região.
101
Os objetivos deste estudo foram avaliar a produção de forragem, a taxa de acúmulo,
102
o acúmulo, a densidade populacional de perfilhos e a dinâmica populacional de perfilhos
103
de capim-piatã e capim-marandu submetidos a duas intensidades de pastejo sob lotação
104
intermitente.
35
105
MATERIAL E MÉTODOS
106
107
O experimento foi conduzido na área do Grupo de Estudos em Forragicultura
108
(GEFOR), situado na Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias –
109
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, em Macaíba, RN. A área
110
experimental apresenta como coordenadas geográficas, latitude 5° 53' 35.12" sul e
111
longitude 35° 21' 47.03" oeste.
112
O clima é do tipo tropical chuvoso com verão seco e estação chuvosa adiantando-se
113
para o outono, precipitação pluviométrica anual de 1.433,0 mm. Com período chuvoso de
114
março a julho, temperaturas médias anuais variando de 21 a 32 °C, umidade relativa média
115
anual de 76% e 2.700 horas de insolação (IDEMA, 2012).
116
O período experimental foi de março a outubro de 2012, período de concentração das
117
chuvas na região. Os dados de precipitação observados durante o período experimental
118
foram registrados em pluviômetro instalado cerca de 80 metros da área experimental
119
(Figura 1).
120
121
Figura 1. Precipitação total mensal (mm) da área experimental, Macaíba-RN.
122
123
Os pastos foram estabelecidos em junho de 2010, sendo pastejados por ovinos desde
124
abril de 2011. No estabelecimento dos pastos a fertilidade da área foi determinada por
125
meio da análise de solo (Tabela 1), com base nos resultados foram aplicados 80 kg/ha de
126
P2O5 (Super fosfato simples) e 50 kg/ha de K (Cloreto de potássio), com o objetivo de
127
elevar a saturação por base em torno de 60%, o teor de fósforo entre 8 e 12 mg/dm 3 (P-
128
Mehlich1) e o teor de potássio entre 80 e 100 mg/dm3.
36
129
130
Durante o período experimental foi realizada adubação nitrogenada com aplicação 42
Kg/ha de nitrogênio, utilizando 200 Kg de sulfato de amônio.
131
132
Tabela 1. Características químicas das amostras de solo da área experimental nas camadas
133
de 0-20 cm e 20-40 cm.
Camada
P
(cm)
K
Na
pH
Ca
Mg
mg/dm³
Al
H+Al
cmolc/dm³
0-20
2,0
41,0
9,0
6,6
1,1
0,2
0,0
1,1
20-40
1,0
22,0
9,0
6,3
0,5
0,1
0,0
0,6
134
135
Os tratamentos foram constituídos por pastos de Brachiaria brizantha cv. Piatã e cv.
136
Marandu, submetidos a duas intensidades de pastejo representadas pelas alturas do resíduo
137
pós-pastejo de 15 e 25 cm. O delineamento utilizado foi em blocos ao acaso com dois
138
tratamentos (15 e 25 cm), com quatro repetições de áreas (duas em cada módulo). Cada
139
unidade experimental tem uma área de 3.600 m2 (0,36 ha), subdividida em quatro piquetes
140
de 600 m2 (0,06 ha), para cada cultivar.
141
O método de pastejo empregado foi o de lotação intermitente, sendo o intervalo entre
142
pastejos determinado pelo tempo em que o pasto levou para atingir 50 cm de altura (meta
143
de pastejo) e encerrados quando alcançados as metas de alturas de resíduos pós-pastejo de
144
15 e 25 cm.
145
Como agentes de desfolhação foram utilizados ovinos sem raça definida (SRD),
146
oriundos de criatório da região. Os animais foram identificados com brinco e colar e
147
mantidos em áreas de reserva quando não havia necessidade de utilização para
148
rebaixamento dos pastos da área experimental. Os animais foram mantidos no pasto
149
durante o dia (das 8 às 17 horas), com acesso à água e sal mineral.
150
151
O campo foi mantido permanentemente livre de plantas daninhas e foi realizado o
controle de formigas durante todo o período de avaliação.
152
A altura média do pasto foi determinada por régua de um metro graduada em
153
centímetro, foram realizadas 40 leituras em pontos representativos por piquete, sendo
154
medida a altura média da curvatura das folhas em torno da régua.
155
A massa de forragem no pré-pastejo foi estimada pelo corte da forragem contida no
156
interior de quatro áreas representativas da altura por piquete, com o auxílio de quadrados
37
157
de 1,0 m por 0,50 m, colhido rente ao solo. A massa de forragem no pós-pastejo foi
158
estimada de maneira semelhante ao pré-pastejo.
159
Para a avaliação dos componentes morfológicos da forragem foram retiradas
160
subamostras representativas das amostras colhidas para a determinação da massa de
161
forragem. Estas amostras foram separadas manualmente nas frações de lâmina foliar,
162
colmo (colmo + bainha) e material morto, acondicionadas em sacos de papel identificados,
163
colocados na estufa de ventilação forçada, a 65ºC, por 72 horas e, em seguida pesados.
164
Com estes dados, foram calculadas as massas dos componentes morfológicos.
165
O acúmulo de forragem foi calculado pela diferença entre as massas de forragem no
166
pré-pastejo atual e no pós-pastejo anterior de cada piquete. Sendo as taxas de acúmulo de
167
forragem calculadas dividindo-se o acúmulo de forragem pelo número de dias de
168
rebrotação.
169
Os dados referentes à densidade populacional de perfilhos (DPP) foram obtidos por
170
meio da contagem do total de perfilhos basilares. Para isso, foi utilizado um quadro de 0,25
171
m² (0,5 x 0,5 m), onde o mesmo foi lançado aleatoriamente três vezes por parcela. A
172
escolha dos pontos de amostragem foi realizada de forma a representar a condição média
173
da parcela no momento da avaliação. A contagem dos perfilhos foi realizada no pós-
174
pastejo. Todos os dados foram convertidos para perfilhos/m2.
175
A avaliação da dinâmica populacional de perfilhos foi realizada no pós-pastejo. Para
176
isso foram utilizados três quadrados feitos de arame de aço galvanizado com 0,25 m² (0,50
177
x 0,50m), os quais foram fixados ao solo com grampos metálicos em locais representativos
178
de cada parcela no início das avaliações. Em uma primeira avaliação todos os perfilhos
179
existentes dentro de cada quadrado foram marcados com fio revestido de plástico de uma
180
determinada cor e devidamente contados. A cada nova avaliação, realizada sempre no pós-
181
pastejo, todos os perfilhos marcados existentes eram recontados e os fios dos perfilhos
182
mortos eram recolhidos, e novos perfilhos eram marcados com uma cor diferente da
183
utilizada nas marcações anteriores. Foram considerados mortos os perfilhos desaparecidos
184
e aqueles secos ou em estádio avançado de senescência. As touceiras utilizadas para as
185
avaliações de dinâmica populacional de perfilhos foram fixas e avaliadas até o final do
186
experimento.
187
O delineamento experimental foi em arranjo fatorial (2 pastagens x 2 alturas de
188
resíduo) com subparcelas (ciclo de pastejo). Os dados foram submetidos á análise de
189
variância, para as comparações de médias entre cultivares e entre alturas utilizou-se o teste
38
190
de F de Fisher e para os ciclos de pastejo o desdobramento das interações o teste de
191
Duncan ambos a 5% de significância. Baseando-se no seguinte modelo: Yijkl= M + Pi +
192
Aj + PAij + eijk + Cl + CPli + CAlj + CPAlij + eijkl; M, efeito médio geral; Pi, efeito da
193
cultivar i, i=1 e 2; efeito da altura j, j= 1 e 2; PAij, efeito da interação entre a pastagem i e
194
altura j; eijk, erro aleatório associado da pastagem i na altura j da repetição k; Cl, efeito do
195
ciclo l, l= 1, 2, e 3; CPli, efeito da interação entre o ciclo l e a pastagem i; CAlj, efeito da
196
interação do ciclo l com a altura j; CPAlij, efeito da interação do ciclo l com a pastagem i e
197
a altura j; erro aleatório associado a pastagem i na altura j no ciclo l repetição k.
198
199
RESULTADOS E DISCUSSÃO
200
201
A altura de entrada refletiu em elevada perda de eficiência de colheita da forragem
202
produzida, pois propiciou um maior acúmulo de colmo e/ou material morto, o que
203
interferiu na altura do resíduo pós-pastejo (Figuras 2 e 3), já que os ovinos apresentam
204
preferência pelo consumo de lâminas foliares em relação aos colmos, diferentemente do
205
que se pode observar em pastos pastejados por bovinos, onde se consegue um melhor
206
aproveitamento da forragem produzida, tenho em vista que apresentam uma bocada maior,
207
com isto, apreendem tanto lâminas foliares como os colmos.
208
209
Não houve diferença estatística (P=0,8070) entre as duas alturas de pós-pastejo
estabelecidas de 15 e 25 cm (Figura 2).
Médias
Pré- 48 cm
Pós- 24,4 cm
Médias
Pré- 46 cm
Pós- 29,5 cm
210
211
212
Figura 2: Médias das alturas do dossel (cm) dos pastos de capim-piatã, durante o período
experimental.
39
Médias
Pré- 45,6 cm
Pós- 22,8 cm
Médias
Pré- 43,8 cm
Pós- 29,6 cm
213
214
215
Figura 3: Médias das alturas do dossel (cm) dos pastos de capim-marandu, durante o
período experimental.
216
217
O manejo do pasto é fundamental para que se obtenha uma melhor eficiência no
218
consumo, e consequentemente, melhore o desempenho animal. O comportamento injestivo
219
dos ovinos interferiu nas metas de pastejo, com isto não apresentou diferença estatística
220
entre as metas de pastejo (P=0,8070) e nem entre as cultivares (P=0,6510). Para que as
221
metas de pós-pastejo propostas tivessem de ser atingidas, a altura do pasto no pré-pastejo
222
deveria ser inferior a 50 cm.
223
Paulino e Teixeira (2009) ressaltam que é de extrema importância respeitar o período
224
de descanso entre pastejos, podendo variar de acordo com a espécie forrageira. Estes
225
autores explicam que a partir de certo crescimento, a planta passa a acumular,
226
proporcionalmente, mais material morto e hastes do que folhas, diminuindo a eficiência de
227
pastejo. Sempre que a pastagem é rebaixada da altura mínima, os animais devem ser
228
retirados do piquete, pois assim se consegue preservar o meristema apical, o ponto de
229
crescimento de novas folhas, sobrando folhas ativas que auxiliarão na rebrota e
230
reestruturação da planta.
231
O período de estiagem da região proporcionou um maior tempo de rebrotação nos
232
piquetes manejados a 15 cm. Foi necessário um maior período de descanso no
233
restabelecimento do dossel forrageiro para que se alcançasse a altura de pré-pastejo de 50
234
cm (Tabela 2).
235
236
237
Tabela 2: Período de descanso e ocupação em pastos de capim-piatã e marandu manejados
em diferentes alturas do dossel.
40
Piatã
Ciclo 1
Ciclo 2
85
104
Ciclo 1
10
Ciclo 2
Ciclo 3
13
13
Marandu
Piatã
Marandu
15 cm
25 cm
Período de descanso/dia
73
70
83
66
Período de ocupação/dia
12
7
13
11
20
8
64
70
9
18
14
238
239
O dossel manejado a uma altura de pós-pastejo de 25 cm, apresentou menor período
240
de descanso, as lâminas foliares remanescentes no pós-pastejo provavelmente favoreceram
241
o restabelecimento da área foliar mais rapidamente, porém, apresentou um menor período
242
de ocupação dos piquetes pelos animais.
243
244
O capim-marandu apresentou maior massa de forragem em relação ao capim-piatã
(P=0,045), 5096,16 e 3676,98 kg/ha de MS, respectivamente (Tabela 3).
245
246
Tabela 3: Massa de forragem total (MF) e massa de lâmina foliar (F), massa de colmos (C),
247
massa de material morto (MM), expressos em Kg/ha de MS, no pré e pós-pastejo
248
de pastos de capim-piatã e marandu manejados em diferentes alturas do dossel
249
forrageiro.
Pré-pastejo
Cultivar
Alturas pós-pastejo
Variável
Piatã
Marandu
15 cm
25 cm
MF
3676,98 B
5096,16 A
4247,85 A
4539,97 A
%F
39,00 A
29,73 A
35,64 A
33,05 A
F
1602,96 A
1512,05 A
1539,60 A
1570,45 A
%C
33,16 A
23,31 B
27,52 A
28,60 A
C
1219,67 A
1266,15 A
1210,87 A
1271,31 A
%MM
26,33 B
46,89 A
36,76 A
37,00 A
MM
871,72 B
2323,95 A
1495,30 A
1721,30 A
15 cm
25 cm
Pós-pastejo
Variável
Piatã
Marandu
41
250
251
MF
2441,21 B
3022,73 A
2369,06 A
2976,92 A
%F
0,90 A
1,85 A
1,58 A
1,20 A
F
30,34 A
50,06 A
36,12 A
42,68 A
%C
43,14 A
28,20 B
34,41 A
36,87 A
C
1082,76A
908,01 A
868,83 A
1088,66 A
%MM
56,09 B
69,95 A
64,11 A
61,95 A
MM
1701,44 A
2057,88 A
1900,63 A
1857,38 B
*Médias seguidas de letras iguais na linha, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, a 5% de
probabilidade.
252
253
De acordo com Emerenciano Neto (2011), não houve diferença entre as cultivares
254
Piatã e Marandu, quanto às produções de forragem, lâmina foliar e colmo. Em experimento
255
realizado no mesmo local em ano anterior ao presente trabalho, utilizando como meta de
256
pré-pastejo a altura de 50 cm, e meta de pós-pastejo de 25 cm. Diferentemente dos dados
257
apresentados neste experimento, no qual a massa de forragem foi superior no capim-
258
marandu. Em relação as produções de lâmina foliar e colmo, as mesmas não apresentaram
259
diferenças entre as cultivares.
260
O capim-marandu produziu em média 27,7% mais massa de forragem (MF) quando
261
comparado ao capim-piatã, 5096,16 e 3676,98 kg/ha de MS, respectivamente (Tabela 3).
262
Esperava-se que devido à maior massa de forragem observada no capim-marandu
263
houvesse, consequentemente, maior porcentagem de folha, colmo e material morto, porém
264
a porcentagem de colmo foi 10% menor no capim-marandu em relação ao capim-piatã. A
265
massa de material morto foi superior na cultivar Marandu (P=0,0118). No pós-pastejo
266
maior MF e %MM também foram observadas no capim-marandu.
267
A maior quantidade de MF no capim-marandu proporcionou maior sombreamento
268
nos estratos inferiores do dossel e desta forma a quantidade de material morto e senescente
269
foi maior, provavelmente, devido as menores taxas fotossintéticas das folhas nesses
270
estratos.
271
Vários autores ressaltaram a importância da presença de colmo e material morto
272
modificando a estrutura do dossel e, consequentemente, o desempenho animal (BRÂNCIO
273
et al., 2003; REGO et al., 2006, EUCLIDES et al., 2008).
42
274
O capim-marandu apresentou uma menor percentagem de colmo no pós-pastejo em
275
relação ao capim-piatã (P=0,029). Com isto, pode-se afirmar que o capim-marandu é mais
276
fácil de ser manejado em relação ao capim-piatã.
277
Não houve diferença entre as produções de folha (P=0,7750) e colmo (P=0,8014)
278
entre as cultivares no pós-pastejo. O resíduo de lâminas foliares no pós-pastejo, pode ser
279
considerado muito baixo o que dificultou o rebaixamento da forragem pelos animais, já
280
que apresentava um dossel forrageiro composto apenas por colmos e material morto.
281
Pastos com alta porcentagem desses componentes prejudicam a capacidade de apreensão
282
de forragem pelos animais, afetam o consumo voluntário de animais em pastejo e são
283
capazes de comprometer os índices de eficiência na utilização da forragem produzida
284
(DIFANTE et al., 2011).
285
Segundo Emerenciano Neto (2011), a massa de colmo no resíduo não diferiu entre as
286
cultivares de Piatã e Marandu , onde os valores foram superiores a 1000 Kg/ha,
287
demonstram que para alcançar as alturas estabelecidas para a entrada de 50 cm. O mesmo
288
foi observado neste experimento, 1082,76 e 908,01 Kg/ha de MS, para os capins piatã e
289
marandu, respectivamente (P=0,8014), no qual a diminuição da luminosidade incidente na
290
base do dossel ocasionou alongamento indesejável de colmo, refletindo em altos valores de
291
massa desse componente morfológico.
292
De acordo com Trevisanuto et al. (2009), em trabalho com três cultivares de
293
Brachiarias, o capim-piatã apresentou produtividade semelhante em relação ao capim-
294
marandu. A produção de matéria seca apresentou valor superior nos tratamentos com 15
295
cm em relação ao tratamento de 25 cm de altura de pós-pastejo.
296
As duas cultivares apresentaram produções de forragens semelhantes no pós-pastejo.
297
Tal fato pode ser explicado, devido às alturas de pós-pastejo obtidas não apresentarem
298
diferenças estatísticas (P=0,8279), sendo bem próximas (Figuras 2 e 3).
299
Houve interação entre as cultivares e as alturas para a massa de forragem no pré-
300
pastejo (P=0,0420) (Tabela 4). Na altura de pós-pastejo de 15 cm não foi observado
301
diferença entre as cultivares. Já para a altura de 25 cm de pós-pastejo, a cultivar Marandu
302
apresentou maior massa de forragem que a cultivar Piatã.
303
A altura de pós-pastejo foi semelhante quando comparadas dentro da mesma cultivar.
304
O capim-marandu apresentou diferença estatística na altura de pós-pastejo de 25 cm e
305
maior massa de forragem em relação a Piatã.
43
306
Entretanto, o capim-marandu também produziu uma maior quantidade de material
307
morto, este fato pode ser explicado pela sua boa capacidade de rebrota e pelo período de
308
descanso entre pastejos.
309
310
Tabela 4: Produção de Massa de Forragem para os capins piatã e marandu em duas alturas
311
de pós-pastejo, 15 e 25 cm.
Massa de Forragem
312
313
314
Piatã
Marandu
15 cm
3868,85 aA
3848,75 aA
25 cm
2274,69 aB
5157,29 aA
Média
3071,77
4503,02
Médias seguidas das mesmas letras minúsculas, na coluna, não diferem (P>0,05) entre si, segundo o teste Tukey.
Médias seguidas das mesmas letras maiúsculas, na linha, não diferem (P>0,05) entre si, segundo o teste Tukey.
315
Durante o período das chuvas, que se refere ao ciclo de pastejo 2 e uma parte do
316
ciclo de pastejo 3, observou-se, que a produção de lâmina foliar aumentou, contudo
317
também foi verificado um crescente aumento na produção de colmo (Tabela 5).
318
319
320
321
Tabela 5: Massa de forragem total (MF) e Massa de lâmina foliar (F), Massa de colmos
322
(C), Massa de material morto (MM), expressos em Kg/ha de MS, nos ciclos no
323
pré e pós-pastejo de pastos de capim-piatã e marandu manejados em diferentes
324
alturas do dossel no pós-pastejo.
Pré-pastejo
Variável
Ciclo 1
Ciclo 2
Ciclo 3
MF
2448,04B
4896,96A
4944,40A
F
900,00B
1824,55A
1629,96AB
C
752,15B
1359,75A
1402,91A
MM
890,63A
1703,28A
1959,12A
Pós-pastejo
Variável
Ciclo 1
Ciclo 2
Ciclo 3
MF
1768,15B
2934,76A
3481,50A
44
F
9,63B
75,84A
24,96AB
C
588,12B
1106,11A
1296,22A
MM
1182,34B
2220,19A
2166,19A
325
326
327
*Médias seguidas de letras iguais na linha, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, a 5% de
328
Nos ciclos de pastejo 2 e 3, observa-se um crescente aumento na produção de massa
329
de forragem (P=0,045), em consequência das chuvas e da adubação nitrogenada realizada
330
no mesmo período. Contudo, à medida que a produção de forragem aumenta também
331
cresce a produção de colmo (P=0,0136) e material morto (P=0,8029).
probabilidade.
332
No pós-pastejo, a produção de lâmina foliar foi quase nula enquanto que apresenta
333
alta produção de colmo e material morto, o que demonstra a rejeição dos ovinos pelo
334
consumo de colmo, dificultando o rebaixamento da pastagem.
335
Ruggierie et al. (1995) citaram que em Brachiaria brizantha normalmente, a
336
quantidade de folhas diminui proporcionalmente com o avanço dos períodos de
337
crescimento, enquanto as proporções de colmos e de material morto aumentam,
338
corroborando valores obtidos neste trabalho.
339
O acúmulo de colmo, durante a estação de crescimento, associado à senescência
340
natural da planta forrageira e o manejo adotado foi acelerado pelo déficit hídrico,
341
diminuindo a relação lâmina foliar:colmo. Segundo Hodgson (1990), a prática da
342
desfolhação necessita de um monitoramento adequado baseado em informações que
343
assegurem um equilíbrio ótimo entre os processos de crescimento, senescência e consumo,
344
de forma a possibilitar elevada produtividade de forragem de boa qualidade.
345
A taxa de acúmulo de forragem variou entre as alturas de pós-pastejo de 15 e 25 cm.
346
Nos piquetes de pós-pastejos de 15 cm, observou-se que a taxa de acúmulo de forragem foi
347
superior na cultivar piatã. Enquanto na altura de 25 cm, a taxa de acúmulo de forragem foi
348
maior na cultivar marandu. Nas alturas de 15 cm de pós-pastejo para ambas cultivares
349
apresentaram valores negativos para o acúmulo de forragem, o que pode explicar a baixa
350
taxa de acúmulo de forragem. A adubação feita no período de mais concentração de chuva
351
na região e proporcionou um maior acúmulo de forragem durante este período. Como o
352
período dos ciclos de pastejo variou entre as cultivares e entre as alturas, este fato pode ter
353
influenciado para baixa taxa de acúmulo da cultivar Piatã no ciclo 2 na altura de 25 cm de
354
pós-pastejo (Figura 4).
45
355
356
357
358
Figura 4: Taxa de acúmulo de forragem em pastos de capim-piatã e marandu em duas
intensidades de pastejo.
359
360
361
Foi obtido um alto coeficiente de variação (77,74) e por isso, não houve diferença
entre as taxas de acúmulo para as cultivares Piatã e Marandu.
362
A altura de pós-pastejo de 25 cm apresentou maior taxa de acúmulo de forragem em
363
relação à altura de pós-pastejo de 15 cm. A cultivar marandu acumulou (57 Kg MS/ha/dia)
364
mais forragem entre os ciclos que a cultivar Piatã (27,8 Kg MS/ha/dia) na altura de pós-
365
pastejo de 25 cm.
366
Na altura de 15 cm de pós-pastejo, as duas cultivares, não apresentaram diferenças
367
nas taxas de acúmulo de forragem, 19,1 e 20,7 Kg MS/ha/dia, respectivamente. A taxa de
368
acúmulo de forragem do ciclo 1 não foi calculda, pois não foi realizada a coleta do resíduo
369
anterior ao início do experimento. A altura de pós-pastejo de 25 cm apresentou uma maior
370
densidade populacional de perfilhos em comparação a altura de pós-pastejo de 15 cm
371
(Tabela 5). A maior densidade populacional de perfilhos foi observada em pastos
372
rebaixados a 25 cm, independente da cultivar (P=0,0338). Não houve diferença entre os
373
ciclos de pastejo, sendo assim, o pasto manteve sua estabilidade de densidade de perfilhos
374
durante todo o experimento, independente dos períodos de precipitação pluviométrica.
375
376
Tabela 6: Médias das densidades populacionais de perfilhos basilares em pastos de capim-
377
piatã e marandu de acordo com as alturas dos dosséis e com os ciclos de pastejo.
46
Densidade (perfilhos/m2)
Cultivares
Piatã
Alturas
Marandu
63.55 A
60.30 A
15 cm
25 cm
59.33 B
64.43 A
Ciclos
378
379
1
2
3
59.16 A
66.14 A
60.25 A
*Médias seguidas de letras iguais na linha, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, a 5% de
probabilidade.
380
381
A densidade populacional de perfilhos é resutante de um processo dinâmico em que
382
o ajuste das populações ocorre constantemente e se caracteriza pelo equilíbrio entre o
383
aparecimento e a morte de perfilhos ao longo do ano (BULLOCK, 1996). Contudo,o
384
potencial de perfilhamento de uma planta forrageira é determinado pela velocidade com
385
que novas folhas são emitidas, pois cada folha produzida possuem gemas capazes de
386
originar novos perfilhos (DAVIES, 1974).
387
Devido a maior intensidade de pastejo no dossel manejado a 15 cm de altura pós-
388
pastejo, praticamente todas as lâminas foliares foram removidas, o que comprometeu o
389
restabelecimento de sua capacidade fotossintética no início do período de rebrotação. O
390
alongamento de colmos provavelmente diminuiu o surgimento de folhas nos perfilhos, e a
391
emergência de perfilhos novos.
392
Ocorreu decréscimo na densidade de perfilhos na altura de 15 cm. Segundo Luna
393
(2011), as cultivares do gênero Brachiaria apresentam uma maior estabilidade mesmo com
394
uma menor quantidade de perfilhos, e apresentam boa velocidade de renovação de tecidos
395
que são indicadores da produção de forragem, apresentando resposta direta a não
396
degradação do pasto.
397
398
Nas Figuras 5 e 6, estão listadas as análises descritivas da dinâmica dos perfilhos das
três gerações de perfilhos em pastos de capim-piatã e marandu, respectivamente.
399
47
Número de perfilhos
basilares/touceira
Número de perfilhos
basilares/touceira
15 cm
100
80
60
40
20
25 cm
100
80
60
40
20
0
0
1
2
1
3
2
geração 1
400
401
geração 2
3
Ciclos de Pastejo
Ciclos de Pastejo
geração 3
geração 1
geração 2
geração 3
Figura 5: Número de perfilhos basilares por touceira em pastos de pastos de capim-piatã
402
manejados em diferentes alturas do dossel.
15 cm
100
Número de perfilhos
basilares/touceira
Número de perfilhos
basilares/touceira
403
80
60
40
20
25 cm
100
80
60
40
20
0
0
1
2
3
1
2
Ciclos de Pastejo
Ciclos de Pastejo
404
405
406
geração 1
geração 2
3
geração 3
geração 1
geração 2
geração 3
Figura 6: Número de perfilhos basilares por touceira em pastos de pastos de capimmarandu manejados em diferentes alturas do dossel.
407
408
A primeira geração de perfilhos correspondeu ao número de perfilhos existentes no
409
dia da primeira marcação, cuja data de aparecimento não pôde ser identificada e, por isso,
410
foi sempre mais numerosa.
411
Observou-se uma diminuição no número total de perfilhos da primeira geração no
412
decorrer do período experimental. A segunda geração apresentou, em geral, maior número
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de perfilhos quando comparada à primeira. A terceira geração de perfilhos apresentou um
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aparecimento de perfilhos superior nos pastos manejados com altura de pós-pastejo de 25
415
cm, quando comparados aqueles manejados com 15 cm, no capim-piatã. Porém nos pastos
48
416
de capim-marandu ocorreu o inverso, pois na altura de pós-pastejo de 15 cm foi observada
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maior taxa de nascimento de perfilhos em relação à altura de 25 cm na terceira geração.
418
É provável que as cultivares avaliadas respondam de modo diferente ao ambiente,
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pois com na mesma condição de umidade, adubação nitrogenada e metas de manejo as
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respostas obtidas foram divergentes. Com relação a dinâmica de perfilhos, a maior
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intensidade de pastejo (15 cm) no
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luminosas para formação de novos perfilhos, porém no capim-piatã a maior quantidade de
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animais colocada na área para atingir a altura de 15 cm fez com que houvesse um consumo
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maior das folhas, pois ovinos são animais altamente seletivos. O que prejudicou o
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aparecimento de novos perfilhos, pois as reservas da planta provavelmente estavam
426
destinadas a produção de folhas para a fotossíntese em detrimento da formação de novos
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perfilhos.
capim-marandu proporcionou melhores condições
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A altura de pré-pastejo (50 cm) foi escolhida como meta de pastejo para este trabalho
429
por ser parte de um projeto maior, onde trabalha-se com quatro cultivares de gramíneas
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forrageiras tropicais, e visando uniformizar as alturas de entrada para todas as cultivares
431
estudadas, foi proposta a utilização de apenas um altura. Mas como o referido experimento
432
mostra, ocorre a necessidade de se utilizar uma altura de pré-pastejo inferior a 50 cm,
433
devido ao hábito alimentar dos ovinos e pelas características edafoclimáticas da região.
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Os capins piatã e marandu responderam de forma diferente mesmo sendo manejados
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com as mesmas metas de pastejo preconizadas neste experimento. Entretanto, a altura de
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entrada não beneficiou a cultivar Piatã que produziu menos massa de forragem e maior
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quantidade de colmos que, por sua vez, interfere na produtividade animal.
438
Ambos os pastos demoraram muito tempo para atingir a meta de pré-pastejo, o que
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permitiu um maior acúmulo de colmo e material morto. Para atingir a altura de pós-pastejo
440
de 15 cm, quase que totalmente, as folhas foram consumidas pelos animais, o que limitou a
441
recuperação dos pastos durante o período de descanso tanto no capim-piatã quanto no
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marandu.
443
444
CONCLUSÕES
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446
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As cultivares de Brachiaria brizantha Piatã e Marandu são produtivas e adequadas à
região semiárida, porém respondem de forma diferente ao ambiente.
49
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A meta de 50 cm no pré-pastejo resultou em altas taxas de massas de colmo e/ou
449
material morto. Com isto, sugere-se realizar trabalhos futuros com uma altura do dossel no
450
pré-pastejo inferior a 50 cm.
451
452
453
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Maior quantidade de massa de forragem, porcentagem de colmo e acúmulo de
forragem foram verificados na cultivar marandu, independente da altura de resíduo.
A altura do pré-pastejo, ocasionou altas massas de forragem no pós-pastejo, devido
ao hábito alimentar dos ovinos, os quais rejeitam o consumo de colmos.
455
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[cited
2010
Nov
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