Limiares sensoriais e suas aplicações Doutorando: Tarcísio Lima Filho Orientadora: Valéria Paula Rodrigues Minim Umas das primeiras características do sistema sensorial humano mensurado em análise sensorial foram os limiares. Os limiares sensoriais clássicos são o limiar de detecção, o limiar de reconhecimento, o limiar de diferença e o limiar terminal. O limiar de detecção é um dos limiares que possuem maior aplicação e é definido como o limite mínimo de um estímulo capaz de produzir uma sensação em um indivíduo; abaixo deste limite, nenhuma sensação é percebida. Os limiares sensoriais possuem inúmeras aplicações em análise sensorial de alimentos, por exemplo, o limiar de substâncias desejáveis é utilizado como ferramenta de pesquisa no desenvolvimento de novos produtos e empresas de abastecimento de água e indústrias de alimentos estimam o limiar de detecção para determinar o ponto no qual um contaminante conhecido começa a diminuir a aceitação sensorial do produto. No entanto, o método de determinação do limiar de detecção fornece uma estimativa pouco confiável da intensidade do estímulo a partir da qual a aceitação do produto é afetada, uma vez que as primeiras alterações sensoriais perceptíveis pelo indivíduo (limiar de detecção) podem não acarretar em alteração da aceitação sensorial do produto. Em muitos casos, somente a partir de uma intensidade superior ao limiar de detecção o produto passa a ter sua aceitação comprometida ou a ser rejeitado sensorialmente. Dessa forma, em 2005, foi proposto o limiar de rejeição pelo consumidor (LRC). Este novo conceito objetivou determinar, por meio de testes pareados-preferência, a intensidade de um estímulo a partir da qual o produto tem sua preferência alterada. No entanto, este novo limiar também não informa o limiar em que a aceitação sensorial do alimento é comprometida ou o limiar de transição entre aceitação e rejeição. Existindo, assim, a demanda por métodos que determinem novos limiares afetivos. Referências Bibliográficas Harwood M. L., Ziegler, G. R., & Hayes, J. E. (2012). Rejection thresholds in chocolate milk: Evidence for segmentation. Food Quality and Preference, 26(1), 128133. Lawless, H. T., & Heymann, H. (2010). Sensory evaluation of food: Principles and practices. 2ª ed. New York: Springer, 596p. Meilgaard, M., Civille, G. V., & Carr, B. T. (2006). Sensory evaluation techniques. 4ª ed. Boca Raton, Florida: CRC Press, 448p. Prescott, J., Norris, L., Kunst, M., & Kim, S. (2005). Estimating a consumer rejection threshold for cork taint in white wine. Food Quality and Preference, 16(1), 345-349.