Serviço militar obrigatório, Incorporação feminina, Carreira militar, Exército, Militares no exterior, Formação As Forças Armadas são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob autoridade suprema do presidente da República. Cabem às três armas – Exército, Marinha e Aeronáutica - a defesa da soberania nacional, a garantia dos poderes constitucionais e também a manutenção da lei e da ordem. Seu efetivo total é de 323.236 militares na ativa. As Forças Armadas não têm poder de polícia. Ou seja, não podem ser empregadas em funções tipicamente de segurança pública ou no combate de movimentos sociais e do narcotráfico. Podem, no entanto, assumir tais atribuições se devidamente autorizadas pelo presidente, em casos de extrema necessidade. Um exemplo foi a atuação do Exército durante as greves de policiais civis e militares ocorridas em 2001. Ao militar, são vedados alguns direitos concedidos aos civis, tais como sindicalização, possibilidade de greve e filiação a um partido político. Em seu segundo ano de existência, o Ministério da Defesa – que em agosto de 1999 passou a incorporar os antigos ministérios militares da Marinha, Exército e Aeronáutica – voltou sua atenção para os atentados terroristas aos Estados Unidos. Com o temor de novos ataques, diversos países reforçaram a segurança contra o terrorismo. Coube ao ministério desenvolver ações preventivas e a investigação de supostas células terroristas no Brasil. Na guerra declarada pelos Estados Unidos ao terrorismo, o Brasil se solidarizou com o governo norte-americano e, em outubro, colaboração na área de inteligência. Até então, cooperação não incluía a participação de tropas brasileiras em combate. Serviço militar obrigatório – Pelo artigo 143 da Constituição brasileira, o alistamento militar é obrigatório para todo brasileiro do sexo masculino no ano em que completa 18 anos de idade. As punições para o jovem que não se alista vão desde o impedimento de tirar passaporte e carteira profissional até a impossibilidade de registrar diploma profissional ou prestar exame em qualquer estabelecimento de ensino. Cabe às Forças Armadas decidir os casos que, por decorrência de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, possam ser eximidos das atividades de caráter essencialmente militar. Ainda de acordo com a Constituição, as mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço obrigatório. Incorporação feminina – A Marinha foi a pioneira, em 1981, a aceitar a incorporação de mulheres. Na Aeronáutica, essa possibilidade foi aberta em 1982. Sete anos depois, o Exército também passou a aceitar mulheres em seu quadro. Somente em 1996, porém, é que foi regulamentado o serviço militar voluntário feminino. Até então, mulheres só podiam ingressar por meio de carreira, ou seja, após cursar alguma das academias militares. Segundo dados das Forças Armadas, existem cerca de 6,1 mil mulheres militares no país, sendo 2,1 mil no Exército, 2,1 mil na Aeronáutica e 1,9 mil na Marinha. Carreira militar – Todo brasileiro pode ingressar na carreira militar de duas formas. A primeira é solicitar engajamento, nos casos em que o jovem já presta o serviço militar obrigatório. Há também a opção de cursar academias militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, para as quais é preciso prestar concurso. Exército – Integrantes do Exército atuam não só na defesa da ordem e da legalidade em todo o território nacional, como também são chamados para missões em conjunturas de emergência, como enchentes e secas. A força tem atualmente um efetivo de 197.126 militares, sendo 19.878 oficiais. Muitos representam o Brasil em missões de paz em vários pontos do planeta, como nos Bálcãs e no Timor Leste. Militares no exterior – Segundo o Ministério da Defesa, o Exército brasileiro mantém contingentes hoje no Timor Leste (71 militares, sendo dois argentinos). São homens da polícia do Exército e exercem a função de segurança de autoridades, organização de trânsito, guarda de prédios públicos e vigia das fronteiras, entre outras atividades. Em outros países, o Brasil tem apenas observadores internacionais. Formação – Jovens interessados em seguir a profissão militar no posto de soldado ou no de cabo, que estão na base da hierarquia, podem fazer cursos de qualificação na mesma unidade em que prestam o serviço militar obrigatório. Para aqueles que quiserem seguir carreira como praça, o Exército mantém a Escola de Sargentos de Armas, em Três Corações (MG). No final do curso, o recém-formado é promovido a terceiro-sargento, podendo chegar, no máximo, ao posto de capitão. Os que pretendem atingir posição mais alta na hierarquia do Exército precisam passar pela Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende (RJ). Equivalente ao ensino superior tradicional, a academia forma aspirantes-a-oficial, que, no final de carreira, podem chegar ao posto de general-de-divisão. O Instituto Militar de Engenharia (IME), também no Rio de Janeiro, é outra opção.