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Senhor Presidente, Senhor Comandante do Exército,
Senhoras
e
Senhores
Deputados,
Senhoras
e
Senhores
convidados.
Nesta sessão em que se homenageia o dia do Exército
Brasileiro, neste pouco espaço de tempo em que falo pelo Partido
Liberal, gostaria de ressaltar
os 350 Anos da 1ª Batalha dos
Guararapes (19 de Abril de1648), que se transformou no Berço da
Nacionalidade e do Exército Brasileiro. Da mesma forma, tem por
objetivo
reverenciar
a
memória
dos
Heróis
de
Guararapes,
representados pelas três raças formadoras da essência do povo
brasileiro.
As palavras, do eminente Marechal Mascarenhas de Moraes,
proferidas nos Guararapes, quando retornou vitorioso dos campos da
Itália, dizem bem da projeção da doutrina militar brasileira de que vos
falamos.
"Nesta colina sagrada, na batalha vitoriosa contra o
invasor, a força armada do Brasil se forjou e alicerçou para
sempre a base da nacionalidade".
O Exército de hoje é resultado do Exército de ontem, que foi
forjado pelo sangue e pela vida de tanto heróis anônimos, que
escreveram e escrevem a história da nossa Pátria.
Ao prestar esta homenagem desejo Parafrasear a carta
escrita por Guilherme Joaquim Moniz Barreto, jornalista, ensaísta e
crítico literário, considerado o criador da moderna crítica literária em
Portugal.
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"Senhor, umas casas existem no vosso reino onde homens
vivem em comum, comendo do mesmo alimento, dormindo em leitos
iguais. De manhã, a um toque de corneta,
se levantam para
obedecer. De noite, a outro toque de corneta, se deitam, obedecendo.
Da vontade fizeram renúncia, como da vida. Seu nome é sacrifício.
Por ofício, desprezam a morte e o sofrimento físico. Seus pecados
mesmos são generosos, facilmente esplêndidos. A beleza de suas
ações é tão grande que os poetas não se cansam de a celebrar.
Quando eles passam juntos, fazendo barulho, os corações mais
cansados sentem estremecer alguma coisa dentro de si. A gente os
conhece por militares...
Corações mesquinhos lançam-lhes em rosto o pão que
comem, como se os cobres do pré pudessem pagar a liberdade e a
vida. Publicistas de vista curta acham-nos caros demais, como se
alguma coisa houvesse mais cara que a servidão. Eles, porém,
calados, continuam guardando a Nação do estrangeiro e de si
mesma. Pelo preço de sua sujeição eles compram a liberdade para
todos e a defendem da invasão estranha e do jugo das paixões. Se a
força das coisas os impede agora de fazer em rigor tudo isso, algum
dia o fizeram, algum dia o farão. E, desde hoje, é como se o fizessem.
Porque, por definição, o homem da guerra é nobre. E quando ele se
põe em marcha, à sua esquerda vai a coragem, e à sua direita a
disciplina."
Essa carta deve ser aplicada nos dias de hoje, pois são
palavras verdadeiras e devem nos levar à reflexão sobre o tratamento
dado aos nossos irmãos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
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Não concordamos com aqueles que, ainda com sentimentos
retrógrados, com visão na revolução de 1964, discriminam e não
reconhecem todos os valores desses heróis e heroinas anônimos.
Destaco também a participação da força e da beleza das mulheres
militares que vêm somando esforços no papel desenvolvido por essa
honrosa Instituição.
Com essa parceria perfeita de homens e mulheres, do
côncavo e convexo, o Exército de hoje se faz presente desenvolvendo
ações sociais, em todos os recantos da Nação Brasileira; junto às
nossas fronteiras, salvaguardando as nossas divisas; nas Unidades de
Ensino, formando e capacitando a Corporação para
proteger e
responder às expectativas daqueles que confiam nos seus relevantes
serviços e deveres de ofício; nas missões nacionais e internacionais,
arriscando suas vidas para, com
brilhantismo e total doação,
prestarem solidariedade, acima de tudo, humana; e em tantos outros
pontos que, por escassez de tempo, não tenho, agora, como elencar.
Por tudo isso é que não aceitamos a política de sucateamento
a que está submetido o Exército Brasileiro, com escassez de recursos
orçamentários, que desmoralizam a Instituição e seus integrantes,
comprometendo a defesa do País.
Não aceitamos os salários defasados, que não correspondem
ao compromisso de doação de vida e de sacrifício da família, como se
militar não tivesse as mesmas necessidades de qualquer cidadão,
provedor e arrimo de família, e com uma exigência que somente a
essa categoria é imposta: não pode ter sindicato; não pode fazer greve
– neste caso, então, esposas e familiares têm se exposto em
situações degradantes em busca da defesa dos direitos desses
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profissionais militares que não podem se pronunciar; não pode ter
filiação partidária e se eleito não pode mais voltar a sua Instituição.
Acrescenta-se que devido às constantes transferências, os
seus filhos vivem como nômades, sem identidade de um lugar, tendo
que lidar com mudança de escola, de trabalho e de amigos. E quando
chegam ao final da missão na ativa, muitas vezes, não têm nem local
onde morar.
Nessa sessão, desejo dar um grito de protesto aos Poderes
constituídos, que não fiquem na promessa, mas verdadeiramente
dêem dignidade ao nosso Exército e aqui estendo a minha
homenagem às demais Forças Marinha e Aeronáutica.
Muito Obrigado,
Parabéns Exército,
Parabéns Brasil.
Sala das Sessões, em
de
de 2005.
Deputado Coronel Alves
PL-AP
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