CONTROLE FÍSICO-QUÍMICO DE POA – PROTEÍNAS Profa: Andréa Matta Ristow PROTEÍNAS - FUNÇÕES Função estrutural: esqueleto, musculatura, tecidos conjuntivos e epiteliais, tecido nervoso; Catalisadores biológicos: enzimas; Hormônios Anticorpos Transporte de nutrientes e metabólitos, através de membranas biológicas e nos diversos fluidos fisiológicos. AMINOÁCIDO CADEIA LATERAL A cadeia lateral dos aminoácidos influencia nas propriedades físico-químicas das proteínas. Caseína: alta resistência a tratamentos térmicos severos. Ptns miofibrilares: desnaturadas entre 57 – 75C. De acordo com a polaridade da cadeia lateral classificam-se em: apolares, polares, polares básicos e polares ácidos. CLASSIFICAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS CADEIA LATERAL Apolar ou hidrofóbicas: localizados no interior da Ptn Polares (sem carga ou hidrofílicos) : ligação com a água através de pontes de hidrogênio. Polares básicos: cadeia lateral carregada cadeia lateral carregada positivamente. Polares ácidos: negativamente. AMINOÁCIDO AMINOÁCIDO Dentre os 20 aminoácidos, existem 10 que são conhecidos como essenciais. Os aminoácidos essenciais são aqueles que devem ser incluídos na dieta e que não são sintetizados pelo nosso organismo. ● Aminoácidos essenciais Exemplo: Metionina, Valina, Isoleucina, Leucina, Fenilalanina, Tripofano, Lisina e Treonina ● Aminoácidos não essenciais Exemplo: Alanina, Ácido aspártico, Ácido glutâmico, Cisteína, Glicina, Glutamina, Hidroxiprolina, Prolina, Serina e Tirosina. LIGAÇÃO PEPTÍDICA A ligação peptídica é uma ligação amida formada entre o grupamento terminal carboxílico de um aminoácido com o grupamento terminal amino de um outro aminoácido. Dessa maneira há a liberação de uma molécula de água. LIGAÇÃO PEPTÍDICA LIGAÇÃO PEPTÍDICA No momento em que a proteína está sendo sintetizada e as ligações peptídicas estão se formando, o radical carboxila perde um grupamento –OH (hidroxila), deixando uma ligação livre. Simultaneamente, o radical amina de outro aminoácido perde um átomo de hidrogênio (–H ), ficando, também, com uma ligação livre. Síntese por desidratação SÍNTESE POR DESIDRATAÇÃO LIGAÇÃO COVALENTE A ligação peptídica efetivamente ocorre entre o carbono (C) de um aminoácido e o nitrogênio (N) do aminoácido vizinho, classificada como ligação covalente (C-N). POLIPEPTÍDEO As moléculas que se formam a partir da ligação de aminoácidos são conhecidas como peptídeos. 2aminoácidos = dipeptídeo, 3 aminoácidos = tripeptídeo, 4 aminoácidos = tetrapeptídeo. GERAL: OLIGOPEPÍDEOS para designar moléculas formadas por aminoácidos (do grego oligo, pouco) POLIPEPTÍDIOS, para denominar moléculas compostas por muitos aminoácidos (do grego poli, muitos). Proteína, portanto, pertence à categoria dos polipeptídios, já que são constituídas por um número expressivo de aminoácidos. COMPOSIÇÃO - PROTEÍNAS Carbono 50- 55% Hidrogênio 6- 8% Oxigênio 20- 24% Nitrogênio 15- 18% Enxofre 0,2- 0,3% PROTEÍNAS - CLASSIFICAÇÃO Quanto à composição: Proteínas simples ou homoproteínas: são formadas exclusivamente por aminoácidos. Ex: Albumina Proteínas complexas, conjugadas ou heteroproteínas: são formadas por cadeias de aminoácidos ligadas a grupos diferentes, denominados grupos prostéticos. Por exemplo: glicoproteínas, o grupo prostético é um glicídio; lipoproteínas, o grupo prostético é um lipídio. PROTEÍNAS - CLASSIFICAÇÃO Quanto à forma: Proteínas Fibrosas - Na sua maioria, as proteínas fibrosas são insolúveis nos solventes aquosos e possuem pesos moleculares muito elevados. São formadas geralmente por longas moléculas mais ou menos retilíneas e paralelas ao eixo da fibra. A esta categoria pertencem as proteínas de estrutura, como colágeno do tecido conjuntivo, as queratinas dos cabelos etc. Proteínas Globulares - De estrutura espacial mais complexa, são mais ou menos esféricas. São geralmente solúveis nos solventes aquosos e os seus pesos moleculares situam-se entre 10.000 e vários milhões. Nesta categoria situam-se as proteínas ativas como os enzimas, transportadores como a hemoglobina, etc. PROTEÍNAS FIBROSAS PROTEÍNAS GLOBULARES PROTEÍNAS - ESTRUTURA Estrutura Primária – Refere-se a sequência linear de aminoácidos que estão covalentemente ligados por meio de ligações peptídicas. Seqüência de aminoácidos é que determinará a função de uma proteína. Aminoácido 1 = grupamento amino livre = amino-terminal ou Nterminal. Último aminoácido = grupamento carboxílico livre = carboxiterminal ou C-terminal PROTEÍNAS - ESTRUTURA Estrutura Secundária: Geralmente é resultante de ligações de hidrogênio (pontes de hidrogênio) que ocorrem entre o hidrogênio do grupo – NH e o oxigênio do grupo C ═ O. Assim, formam-se estruturas parecidas com uma mola (um exemplo ocorre com a queratina de nossos cabelos) ou como folhas de papel dobradas. alfa-hélice (helicoidal) folha-Beta (pregueada) Ex: Ptn do soro PROTEÍNAS – ESTRUTURA SECUNDÁRIA PROTEÍNAS – ESTRUTURA TERCIÁRIA Quando as estruturas secundárias das proteínas se dobram sobre si mesmas, elas dão origem a uma disposição espacial denominada de estrutura terciária. Ocorre geralmente como resultado de ligações de enxofre, conhecidas como pontes de dissulfetos. PROTEÍNAS – ESTRUTURA QUARTENÁRIA A estrutura quaternária é a união de várias estruturas terciárias que assumem formas espaciais bem definidas. O que é a estrutura quaternária? Constituida por mais de uma cadeia polipeptídica, ocorrendo a associação de subunidades polipeptídicas terciária Associação de subunidades Uma subunidade MODIFICAÇÕES DAS PTNS DESNATURAÇÃO PROTEICA 2°, 3 °OU 4° Desnaturação de proteínas Uma proteína pode estar no estado nativo (N), em que apresenta a função para a qual foi produzida, ou no estado desnaturado (D), em que não apresenta uma função específica Desnaturação pode ser por: Temperatura calor: (60º - 100ºC/1h ou menos) ou congelamento lento seguido de descongelamento rápido pH extremos Solventes orgânicos (álcool, éter, benzeno) Agitação intensa Desnaturação de proteínas Desnaturação e renaturação proteicas DESNATURAÇÃO Alterações nas propriedades: Diminuição da solubilidade Diminuição da capacidade de retenção de água Aumento da viscosidade Facilita o ataque da enzimas proteolíticas - ↑ da digestibilidade DESNATURAÇÃO Desnaturação desejável: - Fabricação de Queijos (coalho); Obtenção da clara em neve; Ovo frito; Pasteurização (Ptn do soro) Desnaturação indesejável: - • • Congelamento e descongelamento; Carne PSE DEGRADAÇÃO Ocorre rompimento das ligações covalentes (estrutura primária). Pode ser provocada por enzimas autolíticas (enzimas proteolíticas do próprio substrato) ou microbianas, ou por hidrólise química (provocam a entrada de moléculas de água entre as de proteínas e assim, a estrutura protéica é desmontada). DEGRADAÇÃO DESEJÁVEL Fabricação de Queijos (Maturação) Fabricação do Salame (“Cultura starter”) Maturação da carne DEGRADAÇÃO INDESEJÁVEL PUTREFAÇÃO PROTEÍNAS PEPTÍDEOS, AMINOÁCIDOS H2S, NH3, INDOL, CADAVERINA DEGRADAÇÃO protéinas polipeptídios peptídios ácidos aminados descarboxilação aminas + CO2 desaminação ác. orgânicos + NH3 DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNAS O procedimento mais comum é através da determinação de um elemento ou um grupo pertencente à proteína. A conversão para o conteúdo de proteína é feita através de um fator. Elementos: carbono e nitrogênio Grupos: aminoácidos DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNAS Baseado no teor de nitrogênio Nitrogênio: presente em proteínas, carboidratos, lipídeos, SNNP etc Proteína: 16% de Nitrogênio (média) DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNAS – teor de N Fator de correção: transformar o teor de nitrogênio em teor de proteína (6,25) OBS: leite = 6,38 100g Ptn ---------- 16g N Xg Ptn ---------- Yg N XgPTN = Y x 100 = Y x 6,25 16 MÉTODO DE KJELDAHL - PROCEDIMENTOS Determina o N orgânico total, ou seja, N protéico e não protéico orgânico. É uma metodologia lenta, que deve ser cuidadosamente conduzida para se evitar acidentes ou produção de resultados errôneos. DIGESTÃO → DESTILAÇÃO → TITULAÇÃO MÉTODO DE KJELDAHL - DIGESTÃO Nitrogênio é liberado da proteína pela destruição da molécula de proteína através de reações de oxiredução, ficando no meio sob a forma do sulfato de amônia; A reação inicia com a liberação de fumaças brancas que correspondem a vapores de CO2, SO2, e outros compostos voláteis. A etapa de mineralização está concluída quando não há mais liberação destes vapores. (C + N + O + H) + H2S04 → C02+NH3(amônia) + SO2 2NH3+ H2S04 → (NH4)2S04 (sulfato de amônia) MÉTODO DE KJELDAHL - DIGESTÃO MÉTODO DE KJELDAHL - DESTILAÇÃO Após resfriada a amostra é submetida ao processo de destilação. No aparelho destilador a amostra será destilada pela presença de hidróxido de sódio que volatiliza a amônia. A amônia é recolhida em Erlenmeyer contendo solução de ácido bórico + indicadores de pH O ácido bórico fixa a amônia, formando o borato de amônia. MÉTODO DE KJELDAHL - DESTILAÇÃO MÉTODO DE KJELDAHL - TITULAÇÃO O destilado é titulado com ácido clorídrico (0,1N) . O HCl é gotejado na amostra até a viragem da cor. Baseado na equivalência entre o conteúdo de N na amostra e o HCl usado na TITULAÇÃO (Volumetria) MÉTODO DE KJELDAHL - RESUMO O método de Kjeldahl consiste na digestão da amostra protéica por ácido sulfúrico, destilação com fixação da amônia pelo ácido bórico e, titulação com ácido clorídrico onde, o volume deste utilizado na titulação vai determinar a quantidade de nitrogênio da amostra e, conseqüentemente a quantidade de proteína, visto que, em geral o nitrogênio corresponde a 16% do peso da amostra protéica. MÉTODO DE KJELDAHL - CÁLCULOS 1 Eq HCl _____________ 1 Eq Nitrogênio 1N (1Eq/1000 mL) _____ 14 g Nitrogênio 1N (1mL) ____________ 0,014g Nitrogênio 0,1N (1mL) ___________ 0,0014g Nitrogênio Logo: 1mL (0,1N) __________ 0,0014g Nitrogênio Vol. de HCl x fator __________ Xg Nitrogênio Logo: Xg Nitrogênio ____________ Peso da amostra (g) Y ____________ 100g da amostra MÉTODO DE KJELDAHL - CÁLCULOS O nitrogênio total (NT) é determinado pela seguinte equação: NT (%) = Va x Fc x 0,0014 x 100 P Onde: NT – teor de nitrogênio total na amostra, em percentagem; Va – volume da solução de ácido clorídrico gasto na titulação da amostra, em mililitros; Fc – fator de correção para o ácido clorídrico; P – massa da amostra (em gramas). FATOR DE CORREÇÃO - Fc Fator de correção (Fc) é um número empírico que tem por finalidades corrigir e ajustar a concentração da solução preparada. Este fator corresponde à relação existente entre um volume conhecido de um padrão primário e o volume médio gasto na titulação, ou seja: Fc = C x V1 x Fc1 ÷ C x V1 x Fc1 Padrão primário Solução Para efeitos de precisão e aceitabilidade da solução produzida, o Fc deve estar no intervalo 0,98 a 1,02. MÉTODO DE KJELDAHL - CÁLCULOS PB = NT x FN Onde: PB – teor de proteína bruta na amostra, em percentagem; FN – 6,25. Expressa-se o resultado corrigido, tendo-se como base de correção a matéria seca a 105oC. MÉTODO DE BIURETO