1 Associação de Ensino e Pesquisa Graccho Cardoso S/C LTDA FANESE Faculdade de Administração e Negócios de Sergipe Prof. Washington Clay A. Santos Prof. Douglas de Moura Andrade PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARTE 3 – PROCESSO DE ELABORAÇÃO DA GESTÃO ESTRATÉGICA FANESE 2015/1 2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Washington Clay A. Santos Douglas de Moura Andrade Apresentação Caro(a) aluno(a), seja bem vindo(a) à disciplina Planejamento Estratégico. O planejamento estratégico de uma empresa é, sem dúvida nenhuma, um dos principais diferenciais competitivos no mundo moderno. As empresas que já perceberam isso se encontram à frente de seus concorrentes. Além da utilização nas empresas, é importante salientar que esse mesmo modelo pode ser utilizado em caráter pessoal, já que, basicamente, as necessidades empresariais e pessoais do profissional tendem a ser exatamente as mesmas. Nesse sentido, o presente trabalho tem por objetivo apresentar um modelo dividido em quatro partes a serem utilizadas durante o curso: 1. Principais conceitos de planejamento; 2. Principais conceitos de estratégia; 3. Processo de elaboração do planejamento estratégico; 4. Implantação, controle e avaliação do planejamento. Ementa Conceitos básicos; evolução histórica; escolas de estratégia; tipos de planejamento; unidades estratégicas de negócios; processo de planejamento estratégico; principais metodologias e técnicas utilizadas no planejamento estratégico; implementação e controle de um plano estratégico; Plano de Negócios. 3 Competências e habilidades Planejar, desenvolver e controlar processos estratégicos em empresas de qualquer porte para obtenção de vantagem competitiva; Liderar equipes de trabalho todas as fases de um projeto estratégico desde o planejamento até as medições dos resultados; Controlar os recursos financeiros, de tempo e de escopo em um projeto; Propor soluções inovadoras e alternativas para o crescimento estratégico da empresa; Possuir visão sistêmica das organizações; Ser persistente e disciplinado; Estar atualizado nos mercados nacional e global; Dominar o conceito de fluxos de processos; Possuir noções básicas de ferramentas da qualidade e da tecnologia da informação aplicadas na solução de problemas. Metodologia de ensino e avaliação Os encontros presenciais serão detalhados inicialmente a cada início do semestre. Para o caso de uso como material complementar da disciplina à distância, deverão ser seguidas as orientações contidas no documento “Regulamento das disciplinas a distância” elaborado pelo coordenador das disciplinas EAD e pelo coordenador acadêmico da Instituição. Esse documento é atualizado a cada período letivo e é de suma importância conhecê-lo. Orientações adicionais Além de conhecer o documento mencionado anteriormente, é fundamental seguir algumas regras adicionais para que o seu aproveitamento seja satisfatório, principalmente quando se trata de disciplinas à distância: 1. Seja disciplinado. Reserve o melhor tempo que tiver disponível, porém procure segui-lo à risca; 2. Participe sempre que possível dos encontros presenciais; 4 3. Leia muito e frequentemente e não deixe acumular assuntos e nem dúvidas; 4. Faça sempre resumo dos capítulos lidos e/ou grife as partes mais importantes ao longo da leitura. Isso ajuda a manter o foco nos pontos chave; 5. Faça os exercícios e trabalhos recomendados; 6. Seja pontual na entrega das atividades agendadas; 7. Participe dos Fóruns e Chats agendados; 8. Reuna-se em grupos para estudar e debater os assuntos; 9. Interaja com o seu Tutor; 10. Tenha atenção especial para as datas das provas presenciais. 5 “Sua META é ser o melhor do mundo naquilo que você faz. Não existem alternativas”. Vicente Falconi Campos 6 SUMÁRIO PROCESSO DE GESTÃO ESTRATÉGICA ............................................................... 7 DESDOBRAMENTO DO PROJETO ESTRATÉGICO .............................................................................. 8 DEFINIÇÃO DAS DIRETRIZES ESTRATÉGICAS- Visão, Missão e Valores da Organização..................... 8 VISÃO ......................................................................................................................................... 8 MISSÃO ...................................................................................................................................... 9 VALORES ...................................................................................................................................10 ANÁLISE DO AMBIENTE DA EMPRESA ................................................................ 11 Análise do Ambiente Interno.........................................................................................................11 Análise do Ambiente Externo ........................................................................................................12 AMBIENTE GERAL .................................................................................................. 13 AMBIENTE SETORIAL (ANÁLISE DA INDÚSTRIA) ............................................... 13 MODELO DAS CINCO FORÇAS COMPETITIVAS DE MICHAEL PORTER ..............................................14 DIAGNÓSTICO SWOT ............................................................................................. 17 FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA .......................................................................... 19 PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE ANÁLISE ESTRATÉGICA ................................ 20 Curva de aprendizagem.................................................................................................................21 Curva de ciclo de vida do produto .................................................................................................21 Estratégias genéricas de competição .............................................................................................22 Matriz de Ansoff (matriz produto x mercado) ................................................................................23 Matriz BCG (Boston Consultlng Group) ..........................................................................................24 BALANCED SCORECARD (BSC) ........................................................................... 25 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 26 7 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PROCESSO DE GESTÃO ESTRATÉGICA Caro(a) aluno(a), Esta é a fase de elaboração do planejamento estratégico propriamente dito. A partir dos conceitos anteriormente apresentados, de planejamento e estratégia, vamos juntá-los e estruturar o processo. Este é dividido em duas partes: a gestão estratégica, onde será definido o futuro da organização, e a gestão de projetos, onde as ideias geradas serão aplicadas na prática transformando-as em realidade. Todo esse processo, desde o seu início precisa ser completamente monitorado de forma a garantir o sucesso. A gestão estratégica está esquematizada a seguir: ANÁLISE DO AMBIENTE INTERNO DEFINIÇÃO DAS DIRETRIZES ESTRATÉGICAS IMPLANTAÇÃO FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA DA ESTRATÉGIA PROJETOS E PLANOS DE AÇÃO ANÁLISE DO AMBIENTE EXTERNO DEFININDO O FUTURO DA ORGANIZAÇÃO TRANSFORMANDO IDÉIAS EM REALIDADE GESTÃO ESTRATÉGICA GESTÃO DE PROJETOS MONITORAMENTO Fonte: FGV-EASP 2002; adaptado: Santos, W.C.A,2012 8 DESDOBRAMENTO DO PROJETO ESTRATÉGICO O modelo apresentado mostra o desdobramento e os prazos médios para cada um deles: Longo prazo Médio Prazo 3,5,10 anos Curto Prazo 1 ano Ideologia Objetivos Estratégicos Metas DEFINIÇÃO DAS DIRETRIZES ESTRATÉGICAS- Visão, Missão e Valores da Organização VISÃO Constitui futuro realista, digno de crédito e atraente para a empresa. Cenário, intuição, vidência, sonho (realista) Propriedades: • estabelece padrões de excelência e reflete altos ideais; • esclarece propósito e direção; • inspira entusiasmo e incentiva o compromisso; • bem-articulada e facilmente compreendida; • reflete a singularidade da organização; • expande horizontes Reflexões que conduzem à definição da visão • Como queremos ser reconhecidos no futuro? • Que desafios se apresentam aos nossos colaboradores? • O que queremos ouvir dos nossos stakeholders? • Onde atuaremos com os nossos clientes? • Quais as principais oportunidades que podem surgir? 9 Características da visão eficaz • Imaginável - como pode ser o futuro. • Desejável - atraente aos grupos de interesse. • Viável - objetivos realistas e atingíveis • Concentrada - clara para fornecer diretriz. • Flexível - permitir iniciativa individual e adaptação a mudanças de contexto. • Comunicável - de fácil entendimento. Exemplos de Visão • "Ser a melhor empresa de bebidas do mundo em um mundo melhor.“ AMBEV • "Ser um Centro Educacional de Referência, principalmente, na área de negócios” – FANESE • " Ser a empresa de recursos naturais global número um em criação de valor de longo prazo, com excelência, paixão pelas pessoas e pelo planeta” – VALE MISSÃO Razão de ser da organização Função que desempenha no mercado que a torna útil e que justifica sua existência. Propriedades: • define e diferencia o propósito da organização e o escopo de suas operações em termos de produtos e mercado; • define uma direção a ser seguida a longo prazo; • estabelece uma identidade forte para a organização; • pode ser sintetizada ou detalhada. Reflexões que conduzem à definição da Missão: • Qual é o negócio da organização? • Quem é o seu cliente? • Onde ela tem sua base de atuação? • Qual a sua vantagem competitiva? • Qual a sua contribuição social? 10 Exemplos de Missão • "Transformar recursos naturais em prosperidade e desenvolvimento sustentável" – VALE • "Criar vínculos fortes e duradouros com os consumidores e clientes, fornecendo-lhes as melhores marcas, produtos e serviços.“– AMBEV • "Promover ações efetivas de educação superior, sobretudo na área de negócios, de modo a estimular a formação de profissionais com visão empreendedora, em sintonia com o mundo globalizado” (FANESE). VALORES Crenças básicas para a tomada de decisão nas organizações . Ideais a serem atingidos (nem sempre é possível). Propriedades • Norteia as decisões na organização. • Crença em determinado valor que conduz ao compromisso. • Valores transformam-se em realidade pela • força da crença. • "Uma pessoa com uma crença é muito mais forte que noventa e nove que só têm interesse" (interesse x compromisso). Exemplos de Valores - VALE A vida em primeiro lugar Valorizar quem faz a nossa empresa Cuidar do nosso planeta Agir de forma correta Crescer e evoluir juntos Fazer acontecer Exemplos de Valores - FANESE • Oferta de serviços educacionais de qualidade; • Respeito ao ser humano e ao meio ambiente; • Compromisso com seus alunos; • Busca permanente de atualização e Aperfeiçoamento; • Compromisso com suas ações e realizações. 11 ANÁLISE DO AMBIENTE DA EMPRESA Análise do Ambiente Interno Visa diagnosticar a situação da organização em relação às suas forças e fraquezas, bem como suas capacidades e competências para obter sucesso nos negócios. Para o diagnóstico do ambiente interno responda: De que recursos dispõe a organização para cumprir sua missão e atingir seus objetivos? Que capacidades e competências a organização precisa desenvolver? Que características internas da organização, principalmente do ponto de vista estratégico, podem ser identificadas como forças ou fraquezas no que se refere ao cumprimento da missão? Quais as principais causas das forças e fraquezas da organização? Como está o desempenho interno em relação ao desempenho da concorrência? Recursos e capacidades da organização Recursos: entradas no processo de produção da empresa. • Tangíveis: máquinas, equipamentos e matéria-prima • Intangíveis: a marca, as patentes, a confiança dos clientes e tradição no mercado Capacidade: habilidade para gerenciar os recursos a fim de obter vantagens competitivas sustentáveis. • Baseia-se no conhecimento do capital humano Exemplos de competências essenciais: Empresa Competência Essencial Honda Fabricação de motores (automóveis, motocicletas,motores de popa e motores para Fórmula 1) Petrobras Tecnologia de ponta na exploração de petróleo 3M Inovação e processo de desenvolvimento de Coca-Cola Controle da função Marketing e capacidade de valorizar a marca Sony Miniaturização (walk-man, câmeras digitais ... ) 12 Fatores críticos de sucesso (FCS) Atividades-chave do negócio, que precisam ser muito bem executadas para que a organização atinja seus objetivos. A organização deve concentrar energias para transformar os FCS em pontos fortes. Exemplos: Negócio Varejo de Eletroeletrônicos Tecnologia Distribuição Competência Essencial Concessão de crédito ao consumidor Perícia na P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) lnovação em processos ou produtos Ampla rede de atacadistas e revendedores Baixo custo de distribuição e capacidade para realizar entregas rápidas Conceitos centrais O que os clientes desejam?(análise da demanda) Quem são os meus clientes? Quais as suas necessidades? Como a empresa se destaca dos concorrentes?( análise da concorrência) Quem são os fatores determinantes da concorrência? Quem são as principais dimensões da concorrência? Quão intensa é a concorrência? Como a empresa pode alcançar uma posição competitiva superior? Análise do Ambiente Externo Tem o objetivo de mapear as evoluções do ambiente externo, buscando antecipar oportunidades e ameaças para a concretização da visão, missão e objetivos da organização. 13 AMBIENTE GERAL Constituído pelos elementos próprios à vida da sociedade e que influenciam de maneira direta ou indireta as organizações. Sócio-político • Principais traços culturais da população • Atitudes, hábitos e diversidade cultural • Leis de defesa da concorrência • Leis trabalhistas e tributárias Demográfico • Tamanho e taxa de crescimento da população • Pirâmide populacional • Distribuição de renda Tecnológico • Investimentos em P&D • Incentivos a P&D • Inovações e Aplicação do conhecimento Econômico • Evolução dos índices de preços e quantidades • Evolução do PIB e investimentos em capacidade de produção • Balança de pagamentos • Níveis de emprego e renda do país AMBIENTE SETORIAL (ANÁLISE DA INDÚSTRIA) Visa prever o nível médio de lucratividade em longo prazo dos competidores em certa indústria. 14 Auxilia o estrategista a elaborar estratégias eficazes para atuar em ambientes de negócio com maior ou menor grau de competição. Ajuda a compreender as diferenças de rentabilidade entre os competidores em uma mesma indústria visando: • adotar estratégias para superar a média de rentabilidade da indústria; • ajustar recursos internos, capacidades e competências ao ambiente da indústria. MODELO DAS CINCO FORÇAS COMPETITIVAS DE MICHAEL PORTER Entrantes Potenciais (ameaça de novos concorrentes) Fornecedores (poder de barganha dos fornecedores) Concorrentes Compradores (rivalidade entre empresas existentes) (poder de barganha dos compradores) Substitutos (ameaça de serviços ou produtos substitutos) Grau de rivalidade entre os concorrentes Ajuda a determinar em que extensão o valor criado pela indústria será dissipado na luta das empresas pelo mercado . O grau de rivalidade é alto nas seguintes condições na indústria: • crescimento lento; • concorrentes numerosos ou bem equilibrados; • custos fixos ou de armazenamento elevados; • excesso crônico de capacidade de produção; • ausência de custos de mudança; • existência de concorrentes com grandes interesses estratégicos; • ausência de diferenciação de produtos; • barreiras de saída elevadas. 15 Ameaça dos novos entrantes A rentabilidade média da indústria é influenciada pelos concorrentes existentes e pelos concorrentes em potencial; Portanto, barreiras à entradas de novos protege a rentabilidade da indústria como exemplo: • Grandes economias de escala no setor; • Maior grau de diferenciação do produto; • Elevadas necessidades de capital; • Altos custos de mudança de fornecedor; • Dificuldades de acesso aos canais de distribuição; • Desvantagens de custos independentes de escala. O processo de retaliação dos atuais concorrentes dependerá dos seguintes fatores: histórico de retaliações na indústria; existência de empresas com muitos recursos e dispostas a travar longas batalhas em busca de posicionamento estratégico; crescimento lento na indústria, forçando as empresas a lutar por uma fatia cada vez mais restrita e competitiva; existência de empresas com alto comprometimento com sua posição na indústria, encarando um novo entrante como ameaça à sua sobrevivência. Ameaça dos produtos substitutos Força exercida pela existência de produtos ou serviços que desempenham as mesmas funções ou funções semelhantes. Muitas vezes, os produtos substitutos não são similares fisicamente aos produtos substituídos. A pressão dos produtos substitutos depende: • da percepção relativa de valor desses produtos (por exemplo, qualidade, serviço pós-venda e localização); • dos altos custos de mudança para tais produtos; • da propensão dos compradores para substituir produtos. 16 Exemplos de produtos substitutos: Produto ou Serviço Potenciais Substitutos Aço Alumínio, plástico, cerâmica ... Remédios Medicina preventiva, tratamentos a basede ervas e plantas, ... Livros Programas de TV, revistas, jornais,internet, jogos de videogame, ... Açúcar cristal Adoçantes, açúcar natural, mel, ... Coca-Cola Tubaínas, chá, café, sucos, ... Gasolina Álcool, diesel, hidrogênio, gás natural, ... Poder de barganha dos compradores Capacidade dos compradores para negociar a compra de produtos ou serviços. Pode afetar as margens da indústria através de pressões dos compradores para baixar preços ou aumentar a oferta sem ônus adicional. Condições que aumentam o poder de barganha dos compradores: • existência de poucos compradores; • importância dos compradores para a indústria; • importância da indústria para os compradores; • custos baixos para mudança de fornecedor; • produto padronizado pela indústria; • possibilidade de integração para trás na cadeia de valor (tornar-se fornecedor); • existência de substitutos para os produtos da indústria. Capacidade de negociação com os compradores. Fornecedores poderosos podem reter a maior parte da rentabilidade da indústria quando os compradores não podem repassar aumentos de preços aos consumidores finais. Condições que aumentam o poder de barganha dos fornecedores: • existência de poucos fornecedores; • importância dos fornecedores para a indústria; • importância da indústria para os fornecedores; 17 • custos altos para mudança de fornecedor; • não existem substitutos para os produtos da indústria; • possibilidade de integração para frente (tornar-se comprador) por parte dos fornecedores. DIAGNÓSTICO SWOT Objetivo 1: Identificar os meios necessários à obtenção da vantagem competitiva Objetivo 2: Trabalhar para que os FCS se encontrem, de preferência, na zona de capacidade de ação ofensiva, evitando ao máximo a zona das vulnerabilidades. Ambiente Externo S – Strenght W - Weakness O - Oportunity T - Threat F - Forças O - Oportunidades F - Fraquezas A - Ameaças Oportunidades (O) Ameaças (T) Ambiente Interno Forças (S) Fraquezas (W) Capacidade de ação ofensiva Debilidades Use os pontos fortes para aproveitar as oportunidades Modifique os pontos fracos para aproveitar as oportunidades Capacidade defensiva Vulnerabilidade Use os pontos fortes para superar as ameaças Minimize os pontos fracos para conter as ameaças Exemplos de forças: Liderança e imagem no mercado Tecnologia patenteada Competência em inovação de produtos Campanhas publicitárias vencedoras Capacidade de fabricação superior Vantagens em custos Acesso a economias de escala Disponibilidade dos recursos financeiros (próprios ou terceiros) Gerência experiente Qualidade no atendimento 18 Exemplos de fraquezas: Instalações obsoletas Rede de distribuição limitada Falta de foco no negócio Altos custos unitários Falta de acesso a recursos financeiros Problemas operacionais internos Tecnologia ultrapassada Linha de produtos mal balanceada e obsoleta Colaboradores desmotivados Exemplos de oportunidades: Mudanças de hábito do consumidor Surgimento de novos mercados Queda de barreiras comerciais Mudanças na regulamentação/legislação Desenvolvimento de novas tecnologias Expansão do mercado Surgimento de novos canais de distribuição Exemplos de ameaças: Mudanças de hábito do consumidor Entrada de novos concorrentes Desenvolvimento de novas tecnologias (obsolescência) Volatilidade cambial Mudanças demográficas Aumento das vendas de produtos substitutos Surgimento de novas barreiras comerciais Aumento da carga tributária Mudanças na regulamentação/legislação Perceba que alguns fatores podem ser considerados como oportunidade e ameaça ao mesmo tempo. Cabe á empresa saber defini-lo corretamente. 19 FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA Envolve o uso de ferramentas para estabelecer cursos de ação (estratégias) que permeiam toda a organização. A seguir alguns tipos de estratégias a serem utilizadas para cada quadrante: Ambiente Externo Ambiente Interno Predominância de Pontos Fortes Predominância de Pontos Fracos Predominância de Oportunidades Estratégia de Desenvolvimento Predominância de Ameaças Estratégia de Manutenção Estratégia de Sobrevivência Estratégia de Crescimento Para esse processo, emprega a divisão da estratégia em dimensões como exemplificado: Estratégias de Marketing • devem criar e reforçar o relacionamento da organização com seus clientes; • enfoca questões como: • escolha do público e do mercado-alvo • fidelização de clientes • posicionamento da marca Estratégias de Recursos Humanos • devem desenvolver as habilidades e competências dos colaboradores a fim de concretizar a visão da empresa. Estratégias de Tecnologia da Informação • devem suportar as demais estratégias da organização, provendo o alinhamento de processos, pessoas e estruturas. Estratégias de Integração Vertical • pressupõem entrar ou sair de elos anteriores e posteriores da cadeia de valor; 20 • na organização, podem atuar no sentido de: • verticalizar: atuar em praticamente todos os elos da cadeia de valor; • desverticalizar: concentrar-se em apenas um elo da cadeia de valor . Estratégias de Logística • envolvem a gestão da cadeia de suprimentos (supp/y chain management), destacando qualidades da organização, tais como: flexibilidade e rapidez. Estratégias Financeiras • tem como objetivo garantir a otimização das decisões relacionadas ao capital e à gestão de caixa da organização; • viabiliza financeiramente a implementação das demais estratégias. Exemplos de estratégias por dimensões: Dimensões Indústria de alimentos Indústria de cosméticos Fixar o conceito dos produtos Implantar serviços de atendimento pós-venda Abordar a mídia conceitualmente Entrar nos mercados mexicano e americano Estratégias de Recursos Humanos Desenvolver sistema de desempenhorecompensa Recrutar analistas de meio ambiente e biodiversidade Estratégias de Tecnologia da Informação Promover downsizing (mudança de mainframe para PC) Implantar um sistema integrado de gestão (ERP) Estratégias de Integração Vertical Desenvolver suinocultura de baixo peso calórico, para atender ao crescimento de demanda Fundir-se a pequenas lojas americanas para facilitar a penetração naquele mercado Estratégias de Marketing Estratégias de Logística Estratégias Financeiras Implantação de um centro de distribuição Abrir capital em bolsa de valores Reorientação do fluxo de produção Lançar debêntures no mercado intemacional PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE ANÁLISE ESTRATÉGICA a) Curva de Aprendizagem b) Curva de Ciclo de Vida do Produto c) Estratégias Genéricas de Competição d) Matriz de Ansoff (Matriz Produto x Mercado) e) Matriz BCG (Boston Consulting Group) 21 Curva de aprendizagem “ Somos o que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um feito, mas TEMPO POR UNIDADE um hábito” Aristóteles NÚMERO DE UNIDADES PRODUZIDAS ( OU NÚMERO DE REPETIÇÕES) Curva de ciclo de vida do produto ITEM / FASE INTRODUÇÃO CRESCIMENTO MATURIDADE DECLÍNIO baixas disparam máximas caem altos médios baixos baixos LUCROS negativos positivos máximos diminuem acentuadamente CONCORRENTES poucos ou nenhum aumenta o número diminui diminuem rapidamente inovador adotantes iniciais fiel retardatários tornar o produto conhecido maximizar a parcela de mercado defender a parcela de mercado "ordenhar" o produto o máximo possível VENDAS CUSTOS POR CONSUMIDOR COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR OBJETIVO DA ORGANIZAÇÃO 22 Estratégias genéricas de competição As estratégias genéricas de competição foram criadas por Michael Porter para fazer frente às cinco forças competitivas; Essas estratégias auxiliam a organização a definir onde e como competir. Alvo Estratégico Vantagem Estratégica Posição de Baixo Custo Percepção pelo cliente Liderança no custo total Diferenciação Indústria como um todo Segmento específico Enfoque Liderança no custo total O baixo custo em relação aos concorrentes é o ponto central de toda a estratégia; Defesas em relação às cinco forças: • rivalidade dos concorrentes: preserva sua margem em caso de guerra de preços (os concorrentes já consumiram suas margens); • compradores mais fortes: sofre baixa pressão pois é o preço mais baixo da indústria; • fornecedores poderosos: minimiza os efeitos dos aumentos de preços dos insumos; • possíveis entrantes: economia de escala e vantagens em custos criam uma barreira de entrada; • ameaça de substituição: prolonga o ciclo de vida do produto pelo alto custo de mudança 23 Diferenciação A estratégia baseia-se em um conjunto de fatores que levam a uma percepção diferenciada pelo cliente de um produto (ex.: marca, tradição, tecnologia, inovação, capacidade de marketing e vendas, ...). Defesas em relação às cinco forças: • rivalidade dos concorrentes: grande variação de produtos com características distintas dos produtos dos concorrentes. • compradores mais fortes: possui capacidade de oferecer aos compradores produtos diferentes dos concorrentes. • fornecedores poderosos: o fornecedor tende a atuar como um parceiro na criação de valor (P&D por exemplo) para os compradores. • possíveis entrantes: inovação dos; produtos atua como uma barreira de entrada. • ameaça de substituição: percepção de valor superior, produtos com características singulares e melhoria constante criam barreiras à propensão para a mudança. Enfoque O enfoque das operações da organização combina-se com as estratégias de liderança no custo total e diferenciação, visando focar um determinado grupo comprador, um segmento da linha de produtos ou um mercado geográfico. Baseia-se no pressuposto de que a organização é capaz de definir seu alvo estratégico de forma mais eficaz que os concorrentes, tanto na liderança no custo total quanto na diferenciação. Matriz de Ansoff (matriz produto x mercado) Aplicada em estratégias de expansão de mercado A partir das posições de mercado existente ou novo, ou de produto existente ou novo, podem-se identificar estratégias viáveis para cada organização ou unidade estratégica de negócio (UEN). 24 Mercado Existente Novo Existente Penetração de Mercado Desenvolvimento de Mercado Novo Desenvolvimento de Produto Diversificação Produto Matriz BCG (Boston Consultlng Group) Aplicada em análises de portfólio de negócios. Mostra a posição competitiva de uma UEN (Unidade Estratégica de Negócio) de uma organização em seu setor e também o seu potencial de geração de receita em vendas. Baseia-se na taxa de crescimento da indústria e na parcela relativa de mercado da UEN. A organização deve buscar a maximização do lucro gerado pelo seu portfólio de UEN. Para isso, UEN com posições de receitas em vendas diferentes ALTA BAIXA Taxa de Crescimento de Vendas devem ser administradas de maneiras diferentes. ? Estrela Interrogação Vaca leiteira Abacaxi ALTA BAIXA Parcela Relativa do Mercado 25 ALTA X Z Estrela Interrogação W V Y BAIXA Taxa de Crescimento de Vendas Exemplo: Vaca leiteira Abacaxi ALTA BAIXA Parcela Relativa do Mercado 2010 2011 Diâmetro = Receita em Vendas Unidades Estratégicas de Negócio (V, W, X, Y, Z) Análise da matriz BCG As vacas leiteiras geram caixa para transformar os pontos de interrogação em estrelas. Os pontos de interrogação não escolhidos devem ser administrados até se tornarem abacaxis . As estrelas tendem a se tornar vacas leiteiras Decisões estratégicas: • Quais pontos de interrogação serão transformados em estrelas? • Quando retirar os abacaxis do mercado? A organização deve buscar o equilíbrio no seu portfólio( balanceamento entre estrelas, pontos de interrogação, vacas leiteiras e abacaxis). BALANCED SCORECARD (BSC) O BSC é, portanto, uma abordagem de gestão que integra medidas financeiras, operacionais e gerenciais: é baseado na visão e estratégia da empresa; aborda aspectos internos e resultados externos; inclui quatro perspectivas: • desempenho financeiro • clientes • processos de negócio • aprendizado e crescimento 26 Mapa Estratégico. Exemplo BSC BIBLIOGRAFIA ANSOFF, H. Igor ; MCDONNELL, Edward J. Implantando a administração estratégica. Brasília: ATLAS, 1993. CAMPOS, Vicente Falconi. Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia-a- dia. Nova Lima: INDG Tecnologia e Serviços LTDA,2004 CAMPOS, Vicente Falconi. O Verdadeiro Poder. Nova Lima: INDG Tecnologia e Serviços LTDA,2009. COSTA, Eliezer Arantes da. Gestão estratégica. Brasília: SARAIVA, 2003. KAPLAN, Robert S. ; NORTON, David P. A estratégia em ação. 3. Rio de Janeiro: CAMPUS, 1997. 27 OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e prática. Brasília: ATLAS, 2012. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Estratégia empresarial e vantagem competitiva: Como estabelecer, implementar e avaliar. 3. Brasília: ATLAS,2001. WRIGHT, Peter. Administração estratégica: Conceitos. Brasília: ATLAS, 2000.