Física Geral I - F -128 Aula 13 Conservação do Momento Angular e Rolamento 20 semestre, 2010 Conservação do momento angular No sistema homem - halteres só há forças internas e, portanto: L( z ) = Iω = constante ⇒ ω i Ii I iω i = I f ω f ω f If Com a aproximação dos halteres ( I f < I i ) a velocidade angular do sistema aumenta. Exemplo 3: Conservação do momento angular Dados I bic = 1, 2 kg.m 2 ; I tot = 6,8 kg.m 2 e ω i = 3,9 rot/s Queremos calcular a velocidade angular final do sistema após o menino inverter o eixo de rotação da roda de bicicleta (ver figura) Momento angular inicial do sistema roda de bicicleta-menino (+ banco) Li = Lbic = I bicω i O menino inverte o eixo de rotação da roda de bicicleta Lbic → − Li Exemplo 3: Momento angular final do sistema: L f = Lbic + Lmen = Lmen − Li Conservação do momento angular (pois só há forças internas no sistema) L f = Li ⇒ Lmen − Li = Li ⇒ Lmen = 2 Li I tot ω = 2 I bic ω i 2 I bic ω i ω = ≅ 1,4 rot/s I tot Conservação do momento angular No caso da mergulhadora da figura ao lado o CM segue um movimento parabólico. Nenhum torque externo atua sobre ela em relação a um eixo que passa pelo CM; então no referencial do CM: dL ′ = dt ∑ i ri ′ × Fi = LL′ ′ ∑ mi ri ′ × g = 0 i ⊗ =0 e o momento angular L ′ da nadadora é constante durante o salto. Juntando braços e pernas, ela pode aumentar sua velocidade angular em torno do eixo que passa pelo CM, às custas da redução do momento de inércia em relação a este eixo. Mg Mg Rolamento (sem deslizamento) O deslocamento do centro de massa e a rotação estão vinculados: s é o deslocamento do centro de massa do objeto θ é o deslocamento angular do objeto em torno de um eixo que passa pelo CM do sistema. vCM R θ s s= Rθ A velocidade do CM é dada por: vCM = ds dθ = R = Rω dt dt Rolamento (sem deslizamento) Decomposição do rolamento em rotação + translação Rotação pura Translação pura vCM vCM vCM v = vCM = Rω Translação + Rotação 2 vCM v= ω R + v= 0 = v= − ω R v = rω (acima do centro) v = − rω (abaixo do centro) vCM v= 0 O ponto de contato está sempre em repouso Rolamento (sem deslizamento) Fotografia de uma roda em rolamento 2 vCM vCM v= 0 Figura da esquerda: o rolamento sem deslizamento pode ser descrito como uma rotação pura com a mesma velocidade angular ω em torno de um eixo que sempre passa pelo ponto P de contacto (eixo instantâneo de rotação). De fato: v P′ = ω 2 R = 2 ω R = 2vCM Figura da direita: os raios de cima estão menos nítidos que os de baixo porque estão se movendo mais depressa. Energia Cinética de Rolamento Encarando o rolamento sem deslizamento como uma rotação pura em torno do eixo instantâneo: 1 K= IPω 2 2 2 Mas I P = I CM + M R (teorema dos eixos paralelos) 2v Então: CM 1 1 2 K = I CM ω + M R 2 ω 2 2 1 1 2 2 K = I CM ω + M vCM 2 2 2 Isto é, a energia cinética do corpo rígido é a soma da energia cinética de rotação em torno do CM com a energia cinética associada ao movimento de translação do CM. vCM v= 0 Exemplo 4: O iô-iô Torque externo relativo ao CM quando o iô-iô desce: r T Tr= I CM α Dinâmica linear (eixo orientado para baixo) Mg Mg − T = Ma Condição de rolamento: Mg T= Mr 2 1+ I CM v= ω r ⇒ e a= α r r2 a= T= I CM g I CM 1+ Mr 2 Exemplo 4: Note que se o iô-iô sobe, o torque muda de sinal − Tr= I CM α r T Por outro lado, o fio se enrola e a condição de rolamento também muda de sinal v= − ω r ⇒ a= − α r Mg Ao final, as equações não mudam! T r = − I CM α = I CM Ma = Mg − T a r Mg T= Mr 2 1+ I CM r2 e a= T= I CM g I CM 1+ Mr 2 Exemplo 4: Podemos ainda resolver o mesmo problema usando a conservação de energia: 1 2 1 MvCM + I CM ω 2 = M g z 2 2 A condição de rolamento é vCM = ω r 2gz vCM = ± = ± 2a z I CM 1+ Mr2 r Z T Mg Sinal (+) para a descida e (–) para a subida. Equação de Torricelli com aceleração constante dada por g a= I CM 1+ Mρ 2 Rolamento (sem deslizamento) Atrito no rolamento ω ω ⊗ ττ Fa Mg Transforma energia cinética de translação em rotação Transforma energia cinética de rotação em translação ω ω τ ⊗ τ Corpo rolando ladeira abaixo devido ao próprio peso. FFaa M g Mg Roda de um carro girando. Exemplo 5: Rolamento sobre um plano inclinado Na direção y: N − Mg cos θ = 0 Na direção x: vCM Mgsen θ − Fa = Ma Torque relativo ao CM: Fa R = I CM α Condição de rolamento sem deslizamento: a = Rα I CM = Mk 2 Momento de inércia: ( k é o raio de giração) N y vCM x Fa Mgcos θ Mgsen θ Mg Exemplo 5: g sin θ a= k2 1+ 2 R 1/ 2 1 = 2/3 2 k 1 + 2 5 / 7 R N y e vCM x Fa anel cilindro Mgcos θ Mgsen θ Mg esfera Temos ainda: k2 Fa = Mgsenθ 2 2 k +R k 2 + R2 tgθ ≤ µ e ≡ tg θ 2 k como r Fa ≤ Fe max = µ e Mgcosθ Ângulo máximo (limiar) para que haja rolamento sem deslizamento Precessão do momento angular Pião L Módulo do torque da força peso: θ τ = Mgr senθ N Lei fundamental da dinâmica das rotações: ∆L= τ ∆t Mg ∆ L= Mg r senθ ∆ t Da figura temos: ∆ L= L senθ ∆ ϕ = Iω senθ ∆ ϕ ∴ Mgr senθ ∆ t = Iω senθ ∆ ϕ Velocidade angular de precessão: ∆ϕ dϕ Mgr Ω ≡ = dt Iω τ Precessão do momento angular O centro de massa do pião executa movimento circular com uma aceleração centrípeta L θ a c = Ω 2 r senθ N A força de atrito pião-piso é a responsável por esta aceleração Mg Fa = MΩ 2 r senθ Como µg senθ ≤ 2 Ω r Fa ≤ µ Mg para que a ponta do pião fique fixa e haja apenas movimento de rotação! ∆ϕ Fa τ Um giroscópio L Mg N Precessão do momento angular Como a Terra é um esferóide oblato (achatado nos polos), a Lua e o Sol provocam forças como as mostradas abaixo e em 13.000 anos o eixo de rotação sofre precessão de meio período, como na figura.