AVALIAÇÃO DO USO DE FITOTERÁPICOS POR IDOSOS FISICAMENTE INDEPENDENTES DE LONDRINA-PR: ESTUDO PILOTO Mariana Siqueira Celeste1; Aline da Silva Rodrigues1; Vinícius Arantes Coelho2; Bruna Muza Nogari3; Karen Barros Parron Fernandes4. 1) INTRODUÇÃO O Brasil tem vivenciado grande processo de envelhecimento. Em 2005, o número de idosos ultrapassou 18 milhões, correspondendo a quase 10% da população brasileira (IBGE, 2006). Os idosos apresentam freqüentemente comorbidades, situação a qual os leva a uma maior utilização de serviços de saúde e a um elevado consumo de medicamentos (TAMBLYN, 1996). Os fitoterápicos são considerados uma modalidade de terapia complementar, com grande incremento na sua utilização recentemente (CARVALHO et al., 2008). Este estudo objetivou avaliar a prevalência do uso de fitoterápicos entre idosos residentes em Londrina-PR. 2) DESENVOLVIMENTO O desenho do estudo foi transversal com uma amostra constituída por 253 idosos integrantes do projeto Estudo Sobre o Envelhecimento e Longevidade (EELO), o qual foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNOPAR. A amostragem foi definida de forma aleatória estratificada, tendo sido obtida a partir dos cadastros individuais do Programa da Família (PSF). Só foram incluídos no estudo aqueles, que 1- Discente de Graduação, Faculdade de Enfermagem, Universidade Norte do Paraná UNOPAR 2- Discente de Mestrado, Mestrado em Ciências da Reabilitação UEL/UNOPAR 3- Discente de Graduação, Faculdade de Farmácia, Universidade Norte do Paraná UNOPAR 4- Professor Adjunto, Mestrado em Ciências da Reabilitação UEL/UNOPAR, Universidade Norte do Paraná - UNOPAR. E-mail: Karen.fernandes@unopar tinham vida independente segundo os critérios de Spiduroso (2005). Utilizou-se um questionário estruturado para levantar os dados referentes ao consumo de medicamentos, a prescrição dos mesmos e ocorrência de possíveis efeitos colaterais na utilização crônica. Foi observado que 193 pacientes (76,28%) utilizam medicamentos cronicamente enquanto 60 pacientes não utilizam. Em relação ao consumo de fitoterápicos, foi observada a sua utilização por 22 idosos (11,39%). Estes dados estão em concordância com o consumo de fitoterápicos em outros países, tais como nos Estados Unidos (12,9%) e na Inglaterra (15%), segundo descrito por Bruno & Ellis (2005). Os fitoterápicos mais utilizados foram: Gingko Biloba usado por 8 (36,36%) pacientes, Castanha da Índia usada por 6 (27,27%) pacientes e Isoflavona usada por 4 (18,18%) pacientes. Ainda, outros fitoterápicos citados foram: Alcachofra, Plantago, Sene e Boldo. Contudo, estes fitoterápicos estavam sempre associados a outros medicamentos alopáticos, aumentando o risco de interações medicamentosas. 3) CONCLUSÕES A partir dos dados, pode-se evidenciar consumo de fitoterápicos associados a outros medicamentos alopáticos entre pacientes idosos. Desta forma, aponta-se para a necessidade de estudos farmacoepidemiológicos sobre a utilização destes agentes, assim como ações educativas que aprimorem a prescrição e o uso destes agentes por idosos. 4) REFERÊNCIAS BRUNO, J.J.; ELLIS, J.J. Herbal use among US eldery: 2002 National Health Interview Survey. Ann. Pharmacother. v. 39, p. 643-648, 2005. CARVALHO, A.C.B.; BALBINO, E.E.; MACIEL, A. PERFEITO, J.P.S. Situação do registro de medicamentos fitoterápicos no Brasil. Ver. Bras. Farmacogn v. 18, p. 314319, 2008. IBGE 2006. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de indicadores sociais. 2006. Rio de Janeiro. 317 p. TAMBLYN, R. Medication use in seniors: challenges and solutions. Therapie v. 51, p. 269-82, 1996.