Termodinâmica Química - Provão 2006 Instruções: 04.mar.2006, Eng. Materiais Prof. Fabricio R. Sensato Nome: _____________________________ RA__________ RESOLUÇÃO ►Equação dos gases ideais pV = nRT ►Fator de compressibilidade Z = Vm(real)/Vm(ideal) T(K) = T(oC) + 273,15 R = 0,0820578 atmLmol-1K-1 R = 8,31447 JK-1mol-1 1Pa = 1kgm-1s-2; 1bar = 105 Pa; 1atm = 101 325 Pa dU = dq + dw CP,m – CV,m = R dU = nCV,mdT; dH = nCP,mdT dS = dq(rev)/T dw = -pextdV ΔrHo = Σ νΔfHo(produtos) - Σ νΔfHo(reagentes) ΔrGo = ΔrHo - TΔrSo 1) (2,0 pontos) Um gás a 250 K e 15 atm tem volume molar 12 % menor do que o calculado pela lei dos gases perfeitos. Calcule (a) o fator de compressibilidade nestas condições; (b) o volume molar do gás. (c) Que forças são dominantes no gás, as atrativas ou as repulsivas? Z= Vm (ideal) Vm (real) RT 0,0820578 atmLmol-1K -1 × 250K ⇒ = 1,37 Lmol −1 P 15 atm ⎛ 12 ×1,37 Lmol-1 ⎞ ⎟ = 1,2 Lmol−1 Vm (real) = 1,37 Lmol-1 − ⎜ ⎜ ⎟ 100 ⎝ ⎠ Vm (ideal) = Vm (ideal) 1,2 Lmol −1 = = Z ⇒ 0,88 Vm (real) 1,37 Lmol −1 Como Z < 1, interações atrativas predominam. Z= • A avaliação tem duração de 90 min. • Avaliação individual, sem consulta; • É permitido o uso de calculadora (mas não é permitido o uso de calculadoras contidas em celulares ou palmtops); • Telefones celulares devem permanecer desligados durante a realização da prova • Certamente não há qualquer “armadilha” nos exercícios • O empréstimo de qualquer material não é permitido; • Todos os dados necessários para a resolução da prova figuram na folha de questões; • As questões devem ser resolvidas na própria folha de questões. Se necessário, utilize o verso da folha de questões; • Não desate o maço que lhe foi entregue; • Empregue o número correto de algarismos significativos; • Resolução e respostas podem ser dadas a lápis ou caneta. • Ao terminar a prova, deixe a sala sem qualquer alarde 2) (1,0 ponto) Calcule a entalpia padrão de formação do NOCl(g) a partir da entalpia de formação do NO (+90,25 kJ mol-1) e aproveitando a seguinte informação: ΔrHo = +75,5 kJ mol-1 2NOCl(g) → 2NO(g) + Cl2(g) ΔrHo = Σ νΔfHo(produtos) - Σ νΔfHo(reagentes) 75,5 kJmol-1 = 2 × 90,25 kJmol-1 - 2ΔfHo[NOCl(g)] ΔfHo[NOCl(g)] = 52,5 kJmol-1 20 kPa × 1 mol × 8,31447 JK -1mol -1 × 298 K ⇒ w = - 0,50 kJ 100 kPa q = - w ⇒ q = 0,50 kJ w=− b) ∆U = nCV,m∆T ⇒ ∆U = 1mol × (5/2)R -50 K ⇒ ∆U = q = -1,0 kJ ∆H = nCP,m∆T CP,m = R + CV,m CP,m = (7/2)R ∆H = 1 mol × (7/2)R × -50 K ⇒ ∆H = -1,5 kJ (a + b) ∆U = 0 – 1,0 kJ = -1,0 kJ w = -0,50 kJ + 0 = -0,50 kJ ∆H = 0 – 1,5 kJ = -1,5 kJ q = 0,50 kJ + (-1,0 kJ) = -0,50 kJ 5) (2,0 pontos) A produção do etileno, C2H4, ocorre segundo a seguinte equação química: C2H6(g) → H2(g) + C2H4(g) A reação é muito endotérmica (ΔrHo = +136,94 kJ) e a variação de entropia é positiva (ΔrSo = +120,6 J/K). Esta reação é espontânea nas condições padrões a 25 o C? Caso não seja, em que temperatura a reação se torna espontânea? Justifique qualquer consideração assumida !!! Será espontânea se ∆rGo < 0 ∆rGo = ∆rHo - T∆So ⇒ ∆rGo = 136,94 kJ – (298K × 0,1206 kJ K-1) = 101 kJ Como ∆rGo > 0, a reação não é espontânea a 298 K Para determinar a temperatura em que a reação se torna espontânea, faz-se ∆rGo = 0. Assim: 0 = 136,94 kJ – T × 0,1206 kJ K-1 ⇒ T = 1140 K ou 867 oC. Ou seja, acima de T = 867 oC a reação torna-se espontânea pois ∆rGo < 0 4) (2,0 pontos) Um mol de um gás ideal, inicialmente a 25 oC e 1 atm, é transformado para 40 oC e 0,5 atm. Se CV,m = (3/2)R, calcule ΔS. Como a entropia é uma função de estado e, portanto, independe do modo como o sistema foi transformado do estado inicial,E(i), ao estado final, E(f), deve-se escolher um caminho reversível que conecte os dois estados e, então, avaliar a variação de entropia que acompanha tal transformação. Uma possibilidade seria fragmentar a transformação em duas etapas: i) expansão isotérmica reversível de Vi (24,4 L) a Vf (51,4 L)e ii) aquecimento a volume constante de 298 K a 313 K. Veja a linha tracejada que une os dois estados inicial e final na Figura abaixo. 1 E(i) 0,9 Pressão, p/atm 3) (3,0 pontos) Um mol de gás ideal, CV,m = (5/2)R, é submetido a duas transformações de estado sucessivas: a) Inicialmente a 25 oC e 100 kPa, o gás é expandido isotermicamente contra uma pressão constante de 20 kPa para duas vezes o seu volume inicial. b) Após sofrer a transformação em (a), o gás é esfriado a volume constante de 25 o C para -25 oC. Calcule q, w, ΔU e ΔH para as transformações (a), (b) e para a transformação total (a) + (b). Justifique qualquer consideração assumida (use o verso da folha se necessário) a) ∆U = 0; ∆H = 0 (isotérmico) V2=2V1 w = -pext∆V ⇒ w = -pext(V2-V1) ⇒ w = -20 kPa (2V1-V1) V1 = nRT/p1 w = - 20 kPa × V1 ⎯⎯ ⎯⎯ ⎯→ w = - 20 kPa ⎛⎜ nRT ⎞⎟ p1 ⎠ ⎝ 0,8 0,7 0,6 Isoterma 298 K 0,5 E(f) Isoterma 313 K 0,4 20 30 40 50 Volume, V/L Assim, o problema se reduz em, inicialmente, calcular a variação de entropia que acompanha o processo de expansão isotérmica, 1, e somar com a variação de entropia que acompanha a elevação da temperatura a volume constante, 2. ∆S(sistema) = ∆S(1) + ∆S(2) ⎛V ⎞ ⎛T ⎞ ΔS(2) = nCV ,m ln⎜⎜ 2 ⎟⎟ ΔS(1) = nRln⎜⎜ 2 ⎟⎟ V ⎝ T1 ⎠ ⎝ 1⎠ Derive as expressões supracitadas a partir da definição térmica de entropia, dS=dq(rev)/T!!! Substituindo-se as variáveis de estado nas expressões acima, obtém-se: ΔS1 = 6,20 JK-1; ΔS2 = 0,61JK-1; ΔS(gás) = 6,81 JK-1