Cuidado: e-marketing não é só Webmarketing Prezados leitores, trabalhando há 20 anos em marketing, efetivamente, e há seis anos dedicados aos estudos e a prática do Marketing na Web, venho percebendo que muitos conceitos em Marketing são interpretados ou mal aplicados, em nossa realidade brasileira. Ciente deste problema, por também atuar como professor em cursos de Graduação e Pós, me senti na obrigação de elucidar algumas coisas que dizem respeito à confusão que vem sendo feita no mercado, entre os conceitos de e-marketing e de webmarketing. Já vimos em outros artigos, que a essência do Marketing é a troca e que o entendimento da própria palavra, da língua inglesa (Market + ing), significa “ação exercida no mercado”. Logo, o termo emarketing (eletronic-marketing) significa fazer marketing utilizando canais e ferramentas eletrônicas. E, em uma visão correta de utilização de canais e ferramentas eletrônicas, o Marketing vem identificando as seguintes possibilidades: - Fax; - Call-Center; - WAP; - Home-Shopping; - TV digital interativa; - Smart-Card; - Website; - e-mail; - CRM / ERP ( ferramentas: laptop, palmtop, pager, etc...); - Groupware ( ferramentas: vídeo-conferência, Negociação holográfica,etc...); - Etc. Esta identificação de possibilidades de uso desses canais e ferramentas nos conduz a uma prática utilizando todos os conhecimentos produzidos nesses 100 anos do marketing como ciência, e suas integrações com as demais ciências sociais, respeitando as adaptabilidades necessárias de acordo com as características de cada canal ou ferramenta. Outro fato que merece ser citado é que todas as novas “teorias de webmarketing”, que venho lendo em livros ou observando práticas empresariais de origem Brasileira, Americana, Canadense ou Inglesas, na realidade de novo não tem nada! São teorias do bom e velho Marketing direto, que sempre trabalhou com interatividade permanente. Logo, a web é mais um canal de ação para o Marketing. E, não caracteriza o sinônimo de e-marketing. O conceito de Marketing eletrônico é mais amplo. Essa preocupação em definir corretamente os conceitos é de suma importância para a implementação de estratégias empresariais e/ou conteúdo de cursos de graduação e pós-graduação. Vejamos porque: - Se por exemplo você recebe a missão de implementar o e-marketing em sua companhia e não foram definidos em que canais ou em que ferramentas investir, sua alocação de verba pode não corresponder a expectativas da diretoria e/ou acionistas. - Se você recebe a missão de ministrar um curso de e-marketing, fica evidente que você deve abordar todos os canais e as ferramentas eletrônicas, e que a web é apenas mais um canal que será abordado entre tantos outros. Porém, para uma coordenação que tenha visão restrita do conceito, ela espera que o professor ministre aulas de webmarketing – o que pode caracterizar uma frustração para os alunos que não tenham sido bem informados do conteúdo da disciplina, e que esperam que o professor fale essencialmente de webmarketing. Esse tipo de conflito vem acontecendo em instituições renomadas no ensino de Administração e Marketing, no Brasil, por distorção do conceito de e-marketing que vem sendo interpretado como sinônimo de webmarketing – O que é um erro! A expressão “e-alguma coisa”, tornou-se um modismo perigoso. Vejamos: - E-business; - E-trading; - E-marketing; - E-commerce; - E-supply; - E-banking; - E-auctioning; - E-mailing; - E-gambling; - E-directories, - E-engineering; - E-learning; - E-etc. O perigo está no fato de acreditarmos que é uma nova área de conhecimento com conceitos inovadores – O que caracteriza uma mentira. Todos esses conceitos com a expressão “e”na frente da palavra, caracterizam apenas que o canal é eletrônico e que a forma de fazer sofrerá adaptações, mas não se abandonam os conceitos, estratégias e conhecimentos produzidos durante anos e anos em cada área. Por exemplo, se formos adaptar nosso conhecimento de Marketing para o canal web (webmarketing), através da ferramenta website, temos que considerar que esta ferramenta (website) deve apresentar as seguintes características: - Interativo ( diálogo permanente / condições de resposta); - Personalizado ( reconhece e disponibiliza / adequado ); - Informativo ( texto verdadeiro, atual e contextualizado ); - Instantâneo ( tempo real não linear - relacional ); - Mensurável ( hits, pageviews, tempo médio, visitas, etc.); - Flexível (organização livre - com imagem x sem imagem); - Interconectado ( acesso a outros sites recomendados ); - Disponível (capacidade de suporte e atendimento). - Fácil, simples e bonito. Entendidas e respeitadas estas características, que na realidade são características de campanhas de comunicação em Marketing Direto, a elaboração de estratégias de Marketing não representará a criação de novas teorias de webmarketing. Isso é “ilusão idiótica”. Profissionais sem uma formação acadêmica sólida ou alunos de pós-graduação sem este nível de consciência dos conceitos, vem se deixando iludir por cursos que vendem uma coisa e entregam outra. Portanto, fique atento: quando se deparar com uma palavra inglesa com a expressão “eletronic”à sua frente, observem o que está sendo prometido para não se frustrar ou criticar indevidamente quem conhece de fato o que significa o termo. Cuidado! Marco Bechara ([email protected]) Marco Bechara é empresário, Diretor presidente da BCG-RJ, atendendo, atualmente, em consultoria: ENAIP-Sardenha (Consulado Italiano); CFLB (Clínica Fonoaudiológica Lenise Bravo). E em treinamento: BR-Distribuidora; ECT (correios); contrato com o SENAC-RJ, a fim de atender a demanda em Marketing e Planejamento Estratégico; Contrato com a TREINASSE, afim de atender rede de Shopping-Center em todo o Brasil, com palestras motivacionais e técnicas de venda para empreendedores, Gerentes, Supervisores e Vendedores Também tem vida acadêmica, sendo professor de marketing da Escola de Engenharia Industrial / UFRJ, Professor adjunto da UNESA (Universidade Estácio de Sá), na graduação e na Pós-Graduação, ministrando as disciplinas: Marketing, Marketing de Relacionamento e Planejamento Estratégico.É professor convidado da FGV/RJ, para o MBA Varejo e e-commerce. Consultor Técnico do Curso de Graduação em Marketing da UNESA e Consultor de Negócios / Marketing para a FECOMERCIO-RJ.