GESTÃO DE ODORES EM
INDUSTRIAS DE ALIMENTOS
Prof. Dr. Paulo Belli Filho
Depto de Engenharia Sanitária e Ambiental
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
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INTRODUÇÃO
Industria de alimentos
Emissões Odoríferas
Vários problemas
Reclamações públicas
Odor: Mistura complexa de várias substâncias odoríferas,
orgânicas e inorgânicas.
LEGISLAÇÃO
•Legislação Brasileira: Resolução CONAMA 03/90
•Estabelece Padrões de Qualidade do Ar para os poluentes
convencionais
•Não estabelece padrões de qualidade ar para compostos
odoríficos pelas fontes de emissões.
•Política Nacional do Meio Ambiente considera como poluição
todas as atividades que direta ou indiretamente prejudiquem o
bem estar da população
LEGISLAÇÃO
São Paulo a legislação abrange o controle de alguns odores
causados por incinerações
Os estados de Santa Catarina e Goiás proíbem a emissão de
substâncias odoríferas na atmosfera em quantidades que
possam ser perceptíveis fora dos limites da área de propriedade
da fonte emissora
 O estado do Paraná atividades geradoras de substâncias
odoríferas com uma taxa de emissão acima de 5.000.000 UO/h
(Unidades de Odor por hora), deverão promover a instalação de
equipamento. A eficiência do equipamento de remoção deve ser
no mínimo de 85%.
CARACTERÍSTICAS DOS ODORES
A sensação provocada pela percepção de um odor pode ser
considerada sob os seguintes aspectos;
Caráter
Relaciona as associações mentais feitas pelas pessoas ao sentirem o odor; a
determinação pode ser bastante subjetiva.
Detectabilidade
O número de diluições exigidas para se reduzir um odor ao mínimo que se pode
detectar
Hedônico
A relativa agradabilidade ou desagradabilidade do odor sentido pelas pessoas
Intensidade
A força do odor; normalmente medida pelo olfatômetro calculada por diluição
até o limiar.
Compostos odorantes limites olfativos e toxicidade
GRUPOS
Enxofre
Nitrogênio
Ácidos
Orgânicos
Aldeídos
Fenóis
Nome
Fórmula
Limite
olfativo (ppb)
Devos, 1990
Limite olfativo
(ppb)
INRS, 1994
Tipo de
odor
Toxidade (ppbv)
VLE ou VME
Gás sulfídrico
H2S
17,8
8,1
Ovo podre
5000
Etilmercaptana
C2 H5 SH
1,1
0,75
500
Dimetilsulfeto
(CH3)2SH
2,2
-
Amônia
NH3
5750
500
Repolho,
Alho
Legumes
podres
Irritante,
picante
Metilamina
CH3NH2
18,6
32
Peixe podre
5000
Trimetilamina
(CH3)3N
2,4
0,45
Peixe podre
5000
Indol
C8 H6NH
-
-
Fecal
-
Butírico
C8H7COOH
3,9
1,0
-
Valérico
C4 H9COOH
3,8
-
Manteiga
rançosa
Suor
Acetaldeído
CH3CHO
186
50
Fruta, maçã
100000
Butiraldeído
C3H7CHO
8,9
-
Ranço
50000
Valeraldeído
C4 H9CHO
6
28
Fruta, maçã
5000
Fenol
m-Crésol
C6 H5OH
110
40
-
5000
C8 H4CH3OH
0,8
0,3
-
5000
-
25000
-
Análise dos Compostos odorantes
Físico-química
Identifica e quantifica
Olfatométrica
Descrimina e identifica
Metodologias complementares entre si.
Atualmente, somente o ser humano é capaz de dizer se
uma mistura de moléculas é odorante ou não.
Físico-química
Técnicas de análises físico-químicas
Compostos
H2S
Enxofre total gasoso
ou SO2
Mercaptanas
NH3
Análise
Iodométrico
gravimétrico
colorimétrico e CG
CG
gravimétrico
CG/SM*
Volumétrica
Colorimétrica
Observações
CG com Detetor Fotométrico de Chama
Detetor Fotométrico de Chama ou Detector de
Quimioluminescencia de Enxofre (SCD)
CG com Detetor Fotométrico de Chama ou
Detecção com Ionização de Chama (FID) ou com
Espectrometria de Massa com unidade de
termodesorção
Físico-química
Técnicas de análises físico-químicas
Compostos
Aminas
Análise
Volumétrico
CG/SM
Observações
Detecção com Ionização de Chama (FID) ou com
Espectrometria de Massa com unidade de
termodesorção ou Detector de Nitrogênio/Fósforo
(NPD)**
CG com Detetor Fotométrico de Chama ou
Detecção com Ionização de Chama (FID) ou com
Espectrometria de Massa com unidade de
termodesorção
Aldeídos, cetonas
Álcoois
CG/SM
Hidrocarbonetos
CG/SM
Compostos alogenados
CG
Detector de Captura de Elétrons (ECD)**
Orgânicos totais
CG
Detecção com ionização de chama (FID)**
CG com Detetor Fotométrico de Chama ou
Detecção com Ionização de Chama (FID) ou com
Espectrometria de Massa com unidade de
termodesorção
OBS : * CG/SM - cromatografia em fase gasosa/espectrometria de massa
** com pequenas adaptações seria possível realizar este tipo de análise com um dos cromatógrafos disponíveis
no ENS/UFSC
ESPECTRÔMETRO DE MASSA - ENS/UFSC
Olfatometria
Intensidade odorante
Seleção do júri olfatométrico
Avaliação da intensidade odorante pelo
painel de jurados
Avaliação da intensidade odorante pelo
pelo júri
Olfatometria
Júri em ação mediante o uso de um Olfatômetro
NARIZ ELETRÔNICO
O conceito do nariz eletrônico utiliza uma rede de captores não seletivos no
lugar dos receptores biológicos do nariz humano.
Domínio de utilização do nariz eletrônico
Industria de alimentos
Outras indústrias
Assegurar a qualidade dos produtos brutos e Controle de sistema de aeração,
finais
climatização
Controle de estocagem de alimentos
Avaliação da maturação do vinho e queijo
Tabaco
Cosméticos
Vantagens e inconvenientes da utilização de captores na medida de odores
Vantagens
Inconvenientes
Curto tempo de análise;
Resposta rápida (qqs segundos);
Facilidade de uso
Fonte: Teetaert, 1999.
Pouca sensibilidade; Fraca seletividade;
Detecta também os COVs não odorantes;
Forte sensibilidade ao CO2, etanol;
Sensível a umidade;
Limite de detecção: 1 a 10 mg.m-3
Amostragem dos Compostos Odorantes
Amostragem sem concentração
Amostragem dos Compostos Odorantes
• Amostragem por absorção com
concentração
Amostragem dos gases por família
AMOSTRAGEM COM CONCENTRAÇÃO - ADSORÇÃO
EQUIPAMENTOS BÁSICOS
BOMBAS DE AMOSTRAGEM DE AR
REGULADORES DE VAZÃO
MEDIDOR DE VAZÃO
CARTUCHOS DE AMOSTRAGEM
TRATAMENTOS
Tratamento físico-químico:
•Adsorção
O mecanismo envolve as seguintes etapas :
 Transferência do fluido em direção à camada limite
gasosa e o material poroso;
 Difusão da molécula, através desta camada limite;
 Difusão da molécula no interior dos poros do material
adsorvente.
O carvão ativado aparece como a categoria de adsorvente mais
empregada, apresentando–se sob as seguintes formas: em pó, granular,
combinado com tecidos ou em fibras.
TRATAMENTOS
•Absorção
Transferência de um gás para uma fase líquida.
Os compostos suscetíveis de serem tratados são muito numerosos
e pertencem às seguintes famílias químicas:
 Compostos com enxofre : gás sulfídrico e mercaptanas;
Compostos nitrogenados: amoníaco, aminas alifáticas, cíclicas,
aromáticos;
 Derivados carbonilados: cetonas, acetaldeído, butiraldeído,
valeraldeído;
 Ácidos: butírico, valérico, caproíco;
 Fenóis e os cresóis.
BIODESODORIZAÇÃO
Esquema de um biofiltro
Esquema do princípio de um biolavador
Caso 1: Controle de odores em lagoa de tratamento
de esgotos de São Ludgero/SC
28%
28%
38%
72%
34%
M.Forte
Forte
Medio
M.Fraco.
M.Forte
Figura 1: Análise olfatométrica da
lagoa avaliando o sistema de
controle de odor por recirculação
Forte
Medio
M.Fraco.
Figura 2: Análise olfatométrica,
avaliando o sistema de controle de
odor por recirculação com aeração.
Caso 2: Odores na Suinocultura
Produtor (Meio Rural)
Não Produtor (Meio Rural)
70
60
50
40
30
20
10
0
60
Meio Rural
Meio Urbano
Pe rce ntual
Percentual
70
50
40
30
20
10
Diária
Esporádica
Rara
0
Diária
Esporádica
Rara
Figura 1–Freqüência de percepção Figura 2 – Freqüência de percepção
dentro do meio rural
entre os meios rural e urbano
No meio rural 55, 9% percebem os odores diariamente, e no meio urbano
60,7% sentem esporadicamente.
Dentro do meio rural os produtores de suínos 68% percebem diariamente,
os não produtores percebem esporadicamente, 63%.
Caso 3: Biodezodorização
Biofiltro piloto com seu aparato experimental
RESULTADOS
MF- 5
IO
F- 4
M- 3
f- 2
mf- 1
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
Amostragens
44
66
100
84
TSG (m3.m-2.h-1)
: Entrada
: Saída
Variação das respostas - mínimo e máximo
Media das Intensidades odorantes
MF
F
M
f
mf
- muito forte
- forte
- médio
- fraco
- muito fraco
21
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