na Ria de Aveiro
Sensations on the Ria of Aveiro
Sensations sur la Ria d’Aveiro
Sensaciones en la Ria de Aveiro
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PT
Mensagem ao leitor
Esta publicação pretende dar-lhe
a conhecer a cidade de Aveiro e a
região envolvente no âmbito cultural,
socioeconómico, geográfico e ambiental,
tendo como ponto de partida um dos
seus elementos diferenciadores, a Ria.
Elaborámos vários Programas Turísticos
na Ria de Aveiro. Esta publicação pretende
ser um guia do seu passeio mas sobretudo
uma recordação que fica e o desperta
para outras temáticas da região. Não
deixe de nos contactar para esclarecer
qualquer dúvida, comentar esta publicação
ou qualquer dos Programas que lhe estão
associados. Disponibilizamo-nos ainda para
personalizar ou criar novos produtos à
sua medida na qualidade de empresa de
Animação Turística e Organizadora de
Eventos.Venha conhecer e divertir-se em
Aveiro de uma forma organizada e com
garantias de qualidade do serviço prestado.
Contacte-nos!
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UK
Message for the reader
This brochure intends to introduce you to
the city of Aveiro and the surrounding area
in its environmental, geographical, socioeconomical and cultural context. We shall
commence by referring to one of its most
distinguishing elements, the Ria. We have
planned several Tourist Programs on the
Ria of Aveiro. This brochure will serve as
your guide during the trip, but it will also be
a reminder that will awaken you to other
regional events. Please do not hesitate to
contact us should you have any doubts
or wish to comment on this brochure or
any other Program associated to it. As a
Tourist Animation Company and Organiser
of Events, we are readily avai-lable to
personalise or create new products to
your liking. Come discover and enjoy the
city of Aveiro in an organised fashion. We
guarantee quality service. Contact us!
FR
Message au lecteur
Cette publication a pour objectif de faire
connaître la ville d’Aveiro et la région
environnante dans le domaine culturel,
socio- économique, géographique et
de l’environnement, en prenant comme
point de départ un des éléments lui
permettant de se différencier, la Ria. Nous
avons élaboré différents programmes
touristiques sur la Ria d’Aveiro. Cette
publication est non seulement un guide
de promenades mais surtout un souvenir
qui restera et fera naître votre intérêt
pour d’autres aspects de la région.
N’hésitez pas à nous contacter pour
tout éclaircissement, tout commentaire
concernant cette publication ou tout autre
programme y étant associé. Nous sommes
à votre disposition pour personnaliser
ou créer de nouveaux produits à
votre mesure en tant qu’entreprise
d’Animation Touristique et Organisatrice
d´Événements.Venez connaître Aveiro et
vous y amuser d’une manière organisée
et avec la garantie d’un service de qualité.
Contactez-nous !
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ES
Mensaje al lector
Esta publicación pretende darle a conocer
la ciudad de Aveiro y sus alrededores
en el ámbito cultural, socioeconómico,
geográfico y ambiental, teniendo como
punto de partida uno de sus elementos
diferenciadores, la Ría. Elaboramos varios
Programas Turísticos en la Ría de Aveiro.
Esta publicación pretende ser un guía de su
paseo, pero sobre todo, un recuerdo que
quede en su memoria y lo despierta para
otras temáticas de la región. No deje de
contactarnos para aclarar cualquier duda,
comentar esta publicación o cualquiera
de los Programas que le están asociados.
En calidad de Empresa de Animación
Turística y Organizadora de Eventos,
estamos disponibles para personalizar o
crear nuevos productos a su medida. Venga
a conocer y a divertirse en Aveiro de una
forma organizada y con garantías de calidad
del servicio prestado. Contáctenos!
PT
Aveiro e a Região
UK
Aveiro and the Region
FR
Aveiro et la Région
ES
Aveiro y la Región
Canal Central
Central Canal
© João Nunes da Silva
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5
Edifício da Capitania
(Assembleia Municipal de Aveiro)
Port Administration building
(Town Council of Aveiro)
© João Nunes da Silva
Gastronomia Regional - Enguias fritas
Local gastronomy (fried eels)
© João Nunes da Silva
Campos agrícolas do Baixo Vouga (Estarreja)
Agricultural fields near the Vouga river (Estarreja)
© APA (Sérgio Dias)
PT
Aveiro e a região
Povoação documentada desde o século
X, Aveiro passou a ser vila no séc. XII,
graças aos seus recursos económicos
e à sua importância geoestratégica. No
século XV, o infante D. Pedro, na qualidade
de “senhor de Aveiro”, dotou a vila com
uma robusta muralha a par com outros
significativos melhoramentos, oferecendo
melhores condições de segurança à
actividade mercantil e pesqueira. Mais
tarde, a sua neta, D. Joana de Portugal (que
também viria a ser “senhora de Aveiro”),
abandonou a corte do rei D. Afonso V,
seu pai, e fixou residência nesta vila – a
sua “pequena Lisboa” – no Mosteiro de
Jesus, onde morreu em 1490. Durante
estes séculos, Aveiro foi-se afirmando na
região litoral, atraindo a população pelas
mais diversificadas actividades, entre elas a
exploração do sal e as pescas, a construção
naval e o comércio marítimo, com uma
forte colónia judaica.
O século XVI, grosso modo, foi o seu
período áureo, sempre ligado aos interesses
coloniais, mercantis e pesqueiros, entrando
em decadência pelo final desta centúria,
sob governo dos Áustrias (Filipe II). Até
então, o crescimento urbano traduzia-se
em 1572, por uma população de cerca
de 16.000 habitantes. Entretanto, pelas
condições geográficas adversas
– assoreamento da barra e represamento
das águas – e por dificuldades económicas
e políticas, a vila empobreceu e a
população foi reduzindo até contar, no final
do século XVIII, apenas 3.500 habitantes!
Apesar disto, em 11 de Abril de 1759,
razões políticas levaram a que passasse a
cidade, pela“real benignidade”de D. José I.
Na primeira metade do século XIX,
as invasões francesas e as lutas liberais
dificultaram a recuperação, mas com a
abertura da barra, em 1808, uma obra em
que foram utilizadas pedras da muralha
da cidade, foi restabelecida a ligação ao
mar e no princípio da 2ª metade dessa
centúria, o caminho-de-ferro trouxe a
ligação a Lisboa e Porto, com reconhecido
desenvolvimento industrial.
Já no século XX, o concelho de Aveiro
registou um crescimento populacional
e um desenvolvimento global, em áreas
diversas como a metalomecânica e a
metalurgia, a cerâmica, a pasta de papel,
o sector agro-alimentar e a exploração
de madeira. E, por conseguinte, houve
também uma aposta na educação, a nível
6
secundário e universitário, relevando-se
o papel da Universidade, criada a 19 de
Fevereiro de 1972 – actualmente a atingir
10 mil inscrições anuais, em cursos de
licenciatura, bacharelato e pós-graduação,
sendo muito procurados os seus cursos
de Engenharia do Ambiente ou Cerâmica,
Electrónica, Telecomunicações, Línguas e
Educação. Aveiro é hoje uma cidade de
olhos postos no futuro, considerada como
das cidades portuguesas com melhores
condições para se viver. Com uma
população que ronda os 70.000 habitantes,
encontra-se intimamente ligada à Ria e às
cidades de Ílhavo e Gafanha da Nazaré,
que muito contribuem para o aumento
das suas potencialidades. Um pouco mais
a norte, junto à Ria, fica Estarreja e Ovar,
e sobre o interior, Santa Maria da Feira,
S. João da Madeira, Oliveira de Azeméis,
Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga. Para
sul, encontram-se Vagos e Mira no litoral,
ficando mais para o interior e em pontos
mais elevados Águeda, Anadia e Mealhada,
entre outros centros populacionais.
UK
Aveiro and the region
A well-documented 10th century village,
Aveiro became a town in the 12th century,
thanks to its economic resources and
strategic geographical importance.
During the XV century, Infant D. Pedro
in his capacity as “lord of Aveiro” built a
fortification and added other significant
improvements, providing better security
conditions in the trade and fishing activity.
At a later date, his granddaughter, D. Joana
of Portugal (who would also become the
“lady of Aveiro”), abandoned her father’s
(King Afonso V) court and fixed residence
in this town – her own “little Lisbon” – at
the Convent of Jesus, where she died
in 1490. During these centuries, Aveiro
established itself in the Coastal Region,
attracting people due to its many and
diverse activities. Among these activities
were the exploration of salt and fishing,
shipbuilding and nautical trade, with a strong
Jewish community.
The 16th century was grosso modo,
its golden period, always connected to
colonial, trade and fishing interes wich
entered its period of decay by the end of
this century under the rule of the Astúrias
(King Filipe II). In1572 urban growth reached
approximately 16 thousand inhabitants. In
the meantime, due to adverse geographical
conditions – silting up of the “barra”
(harbour entrance) and damming up of
the waters – and economical and political
difficulties, the town became impo-verished
and population began to decrease until it
reached 3.500 inhabitants at the end of
the 18th century! Yet, in spite of all this,
on the 11th April 1759, political reasons
led it to become a city, due to the “royal
benevolence” of King José I. During the first
half of the 19th century, French invasions
and liberal fighting made recuperation
difficult. But with the opening of the
harbour entrance, which was built with
stones from the original city fortification
in 1808, the connection to the sea was
re-established and during the second half
of that century, the railroad connection
between Lisbon and Porto brought with it
considerable industrial development.
During the 20th century, the county of
Aveiro registered a population growth
and global development in such diverse
areas as metal mechanics and metallurgy,
ceramics, paper pulp, farm products and
lumber exploration. As a consequence,
there was also an investment in education,
7
at secondary and university levels,
with special emphasis on the role of
the University, founded on the 19th of
February of 1972 – currently reaching
10,000 annual registrations, in licentiate,
baccalaureate and post-graduate courses.
The most sought after courses are
Environmental Engineering or Ceramics,
Electronics, Telecommunications, Languages
and Education. The city of Aveiro is at
present a city focused on the future and
is considered one of the best Portuguese
cities with excellent living conditions. With
a population of approximately 70,000
inhabitants, it is closely linked to the Ria
and to the cities of Ílhavo and Gafanha da
Nazaré, which greatly contribute towards
increasing its potentials. Further north,
along the Ria, are Estarreja and Ovar, and
more inland Santa Maria da Feira, S. João da
Madeira, Oliveira de Azeméis,
Albergaria-a-Velha and Sever do Vouga.
In the south we come across the towns,
among others, of Vagos and Mira on the
coast, while further inland and on a higher
plateau are Águeda, Anadia and Mealhada.
As barricas de Ovos Moles
Small Kegs of Ovos Moles
© João Nunes da Silva
Os Ovos Moles de Aveiro
The Ovos Moles of Aveiro
© João Nunes da Silva
FR
Aveiro et la région
Population documentée depuis le Xème
siècle, Aveiro a pris le statut de bourg
au XIIème Siècle grâce à ses ressources
économiques et à son importance
géostratégique. Au XVème siècle, l’Infant
D. Pedro, en qualité de Seigneur d’Aveiro, a
doté le bourg d’une robuste muraille et a
procédé également à d’autres améliorations
significatives afin d’offrir de meilleurs
conditions de sécurité pour l’activité
marchande et la pêche. Plus tard, sa petitefille D. Joana de Portugal - qui deviendra la
Dame d ‘Aveiro - abandonna la cour du Roi
D. Afonso V son père, et fixa sa résidence
dans cette ville – sa Petite Lisbonne » au
monastère de Jésus où elle mourut en 1490.
Tout au long de ces siècles, Aveiro s’est
affirmée dans la région littorale attirant la
population de par la grande diversification
de ses activités, telles que l’exploitation du
sel et la pêche, la construction navale et le
commerce maritime, avec une importante
colonie juive.
C’est grosso modo, au XVIème siècle, que
l’on situe l’âge d’or de ce bourg, toujours
lié aux intérêts coloniaux, marchands et à la
pêche, entrant en décadence à la fin de ce
siècle, sous le gouvernement des AustRias
(Filipe II). Jusque là la croissance urbaine
se traduisait, en 1572, par une population
d’approximativement 16.000 habitants.
Cependant, en raison des conditions
géographiques adverses – l’ensablement
de l’entrée du port et la rétention des
eaux – et des difficultés économiques et
politiques, le bourg s’est appauvri et la
population s’est peu à peu réduite jusqu’à
la fin du XVIIIème siècle pour atteindre les
3.500 habitants! Malgré cela, le 11 Avril
1759, Aveiro a obtenu le statut de ville,
grâce à la bienveillance royale de D. José.
Durant la première moitié du XIXème siècle,
les invasions françaises et les luttes libérales
ont rendu difficile la récupération, mais avec
l’ouverture du port en 1808, un chantier
dans lequel des pierres de la muraille de la
ville ont été utilisées, la liaison avec la mer
a été rétablie et au début de la 2ème moitié
de ce siècle, le chemin de fer a établi la
liaison entre Porto et Lisbonne entraînant
ainsi le développement industriel. Au XXème
siècle, la commune d’Aveiro a enregistré
une croissance de sa population et un
développement global dans les domaines les
plus divers tels que la métallo-mécanique, la
céramique, la pâte à papier, le secteur
agro-alimentaire et l’exploitation du bois.
8
Le pari a été lancé dans le domaine de
l’éducation, au niveau du secondaire
et de l’université créée le 19 février
1972, Celle-ci joue un rôle important
avec actuellement 10 mille inscriptions
annuelles pour la préparation de licences,
maîtrises et doctorats, les cours les plus
recherchés étant les cours d’ingénierie de
l’environnement, céramique, électronique,
télécommunications, langues et éducation.
La ville d’Aveiro est aujourd’hui une ville
dont les yeux sont rivés vers le futur, elle
est considérée comme étant l’une des villes
portugaises dotée des meilleures conditions
de vie. Avec une population environnant les
70 000 habitants, elle se trouve intimement
liée à la Ria et aux villes d’Ilhavo et de
Gafanha da Nazaré qui contribuent à
l’augmentation de ses potentialités. Un
peu plus au nord, près de la Ria, on peut
découvrir les villes d’Estarreja et d’Ovar, et
vers l’intérieur, Santa Maria da Feira, S. João
da Madeira, Oliveira de Azeméis, Albergariaa-Velha et Sever do Vouga. Au sud, sur le
littoral se situent Vagos et Mira, puis, plus
vers l’intérieur sur les points les plus élevés
d’autres centres peuplés parmi lesquels
Agueda, Anadia et Mealhada.
9
Casa Arte Nova (Hotel As Américas)
“Art Nouveau” house (Hotel As Américas)
© João Nunes da Silva
Decoração de barco Moliceiro (divisa do contrutor)
Moliceiro boat décor (boat builder’s insignia)
© João Nunes da Silva
Decoração de barco Moliceiro (proa)
Moliceiro boat décor (prow)
© João Nunes da Silva
Reflexo de um barco moliceiro
Reflection of a Moliceiro boat
© João Nunes da Silva
ES
Aveiro y la región
Población documentada desde el siglo X,
Aveiro pasó a ser villa en el siglo XII, gracias a
sus recursos económicos y a su importancia
geoestratégica. En el siglo XV, el infante D.
Pedro, en calidad de “señor de Aveiro”,
dotó la villa con una robusta muralla y con
otras mejorías significativas, ofreciendo
mejores condiciones de seguridad a la
actividad mercantil y pesquera. Más tarde,
su nieta, D. Joana de Portugal (que también
vendría a ser la “señora de Aveiro”),
abandonó la corte del rey D. Afonso V, su
padre, y fijó residencia en esta villa – su
“pequeña Lisboa” – en el monasterio de
Jesús, donde murió en 1490. Durante
estos siglos, Aveiro se fue afirmando en la
región litoral, atrayendo la población por
las más diversificadas actividades, entre
ellas la explotación de la sal y las pescas, la
construcción naval y el comercio marítimo,
con una fuerte colonia judaica.
El siglo XVI, grosso modo, fue su período
áureo, siempre ligado a los intereses
coloniales, mercantiles y pesqueros,
entrando en decadencia a finales de
esta centuria, bajo el gobierno de los
Austrias (Felipe II). Hasta ese momento, el
crecimiento urbano se caracterizaba, en
1572, por una población aproximada de
16.000 habitantes. Mientras tanto, debido
a las adversas condiciones geográficas –
obstrucción de la barra y represamiento de
las aguas – y por dificultades económicas y
políticas, la villa empobreció y la población
se fue reduciendo hasta llegar, a finales
del siglo XVIII, apenas a 3.500 habitantes.
A pesar de esto, el 11 de Abril de 1759,
razones políticas llevaron a que pasara a
ciudad, a través de la “real benignidad” de
D. José I. En la primera mitad del siglo XIX,
las invasiones francesas y las luchas liberales
dificultaron la recuperación, pero con la
apertura de la barra, en 1808, una obra en
la que fueron utilizadas piedras de muralla
de la ciudad, fue restablecida la ligación al
mar y a principios de la 2.ª mitad de esa
centuria, el ferrocarril trajo la conexión a
Lisboa y Oporto, con reconocido desarrollo
industrial.
En el siglo XX, Aveiro registró un
crecimiento poblacional y un desarrollo
global, en diversas áreas como la
metalmecánica y la me-talurgia, la cerámica,
la pasta de papel, el sector agro-alimentar
y la explotación de madera. Y, por fin, hubo
también una apuesta en la educación, a
nivel de bachillerato y superior, revelándose
10
el papel de la Universidad, fundada el
19 de Febrero de 1972 – actualmente
alcanzando 10 mil inscripciones anuales, en
carreras de licenciatura, diplomatura y pos
graduación, habiendo una fuerte demanda
de las carreras de Ingeniería del Ambiente o
Cerámica, Electrónica, Telecomunicaciones,
Idiomas y Educación.
La ciudad de Aveiro es hoy una ciudad
con vistas en el futuro, considerada una
de las ciudades portuguesas con mejores
condiciones para vivir. Con una población
que ronda los 70000 habitantes, se
encuentra estrechamente ligada a la Ría y a
las ciudades de Ílhavo y Gafanha da Nazaré,
que contribuyen para el aumento de sus
potencialidades. Un poco más al norte,
junto a la Ría, quedan Estarreja y Ovar, y en
el interior, Santa María da Feira, S. João da
Madeira, Oliveira de Azeméis, Albergaria-aVelha y Sever do Vouga. Al sur se localizan
Vagos y Mira en el litoral, quedando más
hacia el interior y en puntos más elevados
Águeda, Anadia y Mealhada, entre otros
centros poblacionales.
PT
Visitar Aveiro
A Ria de Aveiro é sem dúvida um elemento
que a distingue de outros destinos
turísticos, mas a sua tradição na cerâmica
e azulejaria tem especial destaque a nível
nacional e internacional. Não se pode
deixar de visitar a “Vista Alegre” que,
fundada em 1824 na quinta da Ermida (na
margem de um braço da Ria) na então vila
de Ílhavo, projectou mundialmente a região
pela sua porcelana e vidros de excelência.
Foi também no século XIX que surgiram
dentro da própria cidade várias fábricas
de azulejaria que em muito contribuíram
para o desenvolvimento económico e
valorização do património. Já no final
desse século, tirando partido da produção
artística do azulejo, a arquitectura da
“Arte Nova” encontra aqui características
muito peculiares para poder expressar
toda a sua plasticidade e cromatismo que
a enriquecem. Recomendamos um passeio
pelo centro da cidade integrando-se na
Rota da Arte Nova, com pausa para uma
refeição Regional Gourmet, onde não
poderão faltar os pratos de peixe e os
doces conventuais em que as Enguias e os
“Ovos Moles” são referências
gastronómicas.
Ainda de grande interesse turístico,
destacamos no centro de Aveiro, os
museus de “Sta. Joana” e “da Cidade”, bem
como a sua Universidade que, pela sua
arquitectura contemporânea, é exemplar
em planificação urbanística. Já na cidade de
Ílhavo não se deve deixar de visitar o seu
Museu Marítimo, um espaço de referência
onde a história das pescas e toda a sua
envolvência está em foco.
UK
Visiting Aveiro
The Ria of Aveiro is, without a doubt, an
element that distinguishes it from other
tourist destinations, but its tradition in
ceramics and tiles have a special place at
a national and international level. “Vista
Alegre”, which was founded in 1824 on the
Ermida farm (on a branch of the Ria) in the
then town of Ílhavo, should definitely be
visited. It brought worldwide recognition to
the region due to its excellent porcelain and
glass production. It was also during the 19th
century that several tile factories surfaced
within the city itself that greatly contributed
towards its economical development and
patrimonial value. Towards the end of
that century, and while taking advantage
of the artistic production of tile, the “Art
11
Nouveau” architecture found very special
characteristics so as to freely express all its
plasticity and chromatics which enrich it.
We recommend a walk through the centre
of town and becoming immersed in the
Art Nouveau circuit while taking a break
to savour a Regional Gourmet meal, where
fish platters and convent desserts, namely
Eels and “Ovos Moles” are gastronomic
references. Also of great tourist interest is
the “Santa Joana” and “City” Museums
located in the centre of Aveiro, as well as
the University, which due to its modern
architecture is a perfect example of urban
planning. In the city of Ílhavo you can also
visit the Nautical Museum, a space of
reference where the history of fishing and
its implications are enhanced.
FR
Visiter Aveiro
La Ria est sans aucun doute un élément
permettant de distinguer Aveiro des autres
destinations touristiques, mais sa tradition
de céramique et de carrelage joue
également un rôle important au niveau
national et international. On ne peut éviter
de visiter la fa-brique de “Vista Alegre”
située sur une marge d’un bras de la Ria et
qui fut fondée en 1824 sur la Ferme
Casa de Santa Zita (painéis de azulejo Fonte Nova)
House of Santa Zita (Fonte Nova tile panel)
© Luís Leitão
d’Ermida dans la petite ville d’Ilhavo,
projetant mondialement la région
pour l’excellence de la porcelaine
fabriquée et du verre. C‘est également
au XIXème siècle que surgirent, dans la
ville même, différentes usines de faïence
qui contribuèrent au développement
économique et à la valorisation du
patrimoine. A la fin du XXème siècle, tirant
partie de la production artistique du
carrelage, l’architecture de L’Art Nouveau
retrouva ici les caractéristiques très
particulières lui permettant d’exprimer
toute la plasticité et le chromatisme qui
l’enrichissent. Nous vous recommandons
une promenade au centre de la ville
s’intégrant dans l’Itinéraire de l’Art
Nouveau, avec une pause pour un repas
régional de Gourmet, où on ne manquera
pas de déguster les plats de poisson
et les confiseries conventuelles, parmi
lesquelles les anguilles et les «Ovos Moles»,
principales références gastronomiques. Le
Musée “Sainte Joana” et le Musée “de la
Ville” sont également d’un grand intérêt
touristique, tout comme son Université.
En effet celle-ci se distingue par son
architecture contemporaine qui est un
exemplaire de planification urbaine. On ne
peut oublier de visiter le Musée Maritime
d’Ilhavo, un espace de référence où
l’histoire de la pêche est retracée ainsi que
tout ce qui s’y rattache.
ES
Visitar Aveiro
La Ría de Aveiro es sin duda un elemento
que la distingue de otros destinos turísticos,
pero su tradición en cerámica y azulejaría
tiene especial destaque a nivel nacional e
internacional. No se puede dejar de visitar
“Vista Alegre” que, fundada en 1824 en la
hacienda da Ermida (en el margen de un
brazo de la Ría) en la entonces villa de
Ílhavo, proyectó mundialmente la región
por su porcelana y vidrios de excelencia.
Fue también en el siglo XIX que surgieron
dentro de la propia ciudad varias fábricas
de azulejaría que contribuyeron en gran
parte para el desarrollo económico y
valoración del patrimonio. A finales de ese
siglo, sacando partido de la producción
artística del azulejo, la arquitectura de
“Arte Nova” encuentra aquí características
muy peculiares para poder expresar
toda su plasticidad y cromatismo que la
enriquecen. Le aconsejamos un paseo por
el centro de la ciudad integrándose en la
Ruta del Arte Nova, con una pausa para
12
una comida Regional Gourmet, donde
no podrán faltar los platos de pescado
y los dulces conventuales en los que las
Anguilas y los “Ovos Moles” son referencias
gastronómicas. También de gran interés
turístico, destacamos en el centro de
Aveiro, los museos de “Sta. Joana” y “de la
Ciudad”, así como su Universidad que, por
su arquitectura contemporánea, es ejemplar
en planificación urbanística. En la ciudad
de Ílhavo no se puede dejar de visitar su
Museo Marítimo, un espacio de referencia
de la historia de la pesca.
Pormenores de painéis de azulejo Fonte Nova
da Estação dos Caminhos de Ferro
Details of Fonte Nova tile panels at the railway station
© Luís Leitão
A Tricana
A woman’s regional traditional dress
O Pescador
The Fisherman
A Peixaira
The Fishmonger
Pormenores em amarelo quebram
a monotonia dos tons em azul
Shades of yellow dispersing
the blue hue monotony
Vindima em Anadia
Grape picking in Anadia
13
PT
A Ria de Aveiro |
Uma referência
nacional
UK
The Ria of Aveiro |
A national reference
FR
La Ria d’ Aveiro |
Une référence nationale
ES
La Ría de Aveiro |
Una referencia nacional
Ria de Aveiro (vista da Ponte da Varela)
Ria of Aveiro (view from the Varela Bridge)
© João Nunes da Silva
14
15
Salinas ao entardecer
Salt pans at sunset
© João Nunes da Silva
PT
A Ria de Aveiro | Uma
referência nacional
A Ria de Aveiro estende-se paralelamente
ao cordão dunar e ao mar, numa distância
de 45 quilómetros de Ovar, a norte, até
Mira, a sul, com uma largura máxima de
11 quilómetros, ficando-lhe, sensivelmente
ao meio da referida distância, a cidade,
capital da região. A Ria resultou do recuo
do mar, durante séculos, com a formação
de cordões litorais que, a partir do século
XVI, formaram uma laguna que constitui
um dos mais importantes e belos acidentes
hidrográficos da costa portuguesa.
Abarca 11.000 hectares, dos quais 6.000
estão permanentemente alagados, e
desdobra-se em quatro importantes canais
ramificados em esteiros que circundam
um sem número de ilhas e ilhotes. É nela
que desaguam os rios Vouga, Antuã e Boco,
mantendo-se uma única comunicação com
o mar pelo canal que corta o cordão litoral,
entre as povoações da Barra e de S. Jacinto,
pelo qual faz o acesso de embarcações de
grande calado ao Porto de Aveiro.
A Ria, zona húmida por excelência, oferece
uma enorme variedade de recursos,
nomeadamente de fauna e flora, e porque,
possuindo grandes planos de água
proporciona paisagens de rara beleza, é um
local de eleição para a prática de muitos
desportos náuticos e outras actividades de
âmbito turístico.
UK
The Ria of Aveiro |
A national reference
The Ria of Aveiro stretches parallel to
the sandy coastal cord and to the sea. It
has a distance of 45 Km from Ovar in the
north to Mira in the south. It also has a
maximum width of 11 Km and the city of
Aveiro, as regional capital, is located more
or less halfway. The Ria resulted from the
centuries old receding coastline, forming
coastal cords, which from the 16th century
onwards, formed a lagoon. It is one of the
most important and beautiful hydrographical
disasters on the Portuguese coast. It is made
up of 11,000 hectares, of which 6,000 are
permanently underwater and branches into
four important canal inlets, which surround a
number of islands and islets. The rivers Vouga,
Antuã and Boco flow into it, maintaining the
only link to the sea through the canal which
cuts through the coastal cord, between the
towns of Barra and S. Jacinto, which has
access to the Port of Aveiro, that enables
ships with huge keels to enter. The Ria, a
16
“humid zone”, par excellence, offers an
enormous variety of resources namely flora
and fauna, and due to its great water planes,
provides scenery of rare beauty and is a
favourite spot for many nautical sports and
other activities within the tourist field.
FR
La Ría de Aveiro |
Une référence nationale
La Ria d’Aveiro, parallèle à un cordon
dunaire et à la mer, s’étend sur une
distance de 45 kilomètres, d’Ovar au nord
à Mira au sud, et a une largeur maximum
de 11 kilomètres. Sa capitale régionale,
Aveiro se situant à mi-distance. La Ria
est le résultat du recul de la mer s’étant
effectué tout au long des siècles, entrainant
la formation de cordons littoraux qui dès
le XVIème siècle formèrent une lagune.
Celle-ci est l’un des plus importants et des
plus beaux accidents hydrographiques de la
côte portugaise. Couvrant 11.000 hectares
dont, 6.000 sont en permanence couverts
d’eau, ce bras de mer se divise en quatre
importants canaux ramifiés entourant
d’innombrables îles et îlots. C’est ici que
se déversent différentes rivières le Vouga,
Antuã et Boco, la seule communication
avec la mer se fait par le canal coupant
le cordon littoral ente Barra et S. Jacinto,
par lequel les grandes embarcations ont
accès au Port d’Aveiro. La Ria, « zone
humide » par excellence, offre une énorme
variété de ressources. La rare beauté de
ses paysages due à la richesse de sa faune
et de sa flore et aux grands plans d’eau
dont elle dispose, en font un lieu privilégié
pour la pratique de nombreux sports
nautiques et le développement d’activités
touristiques les plus diverses.
ES
La Ría de Aveiro |
Una referencia nacional
La Ría de Aveiro se extiende paralelamente
al cordón dunar y al mar, en una distancia
de 45 km de Ovar, al norte, hasta Mira, al
sur, con una anchura máxima de 11 km,
quedándole sensiblemente en la mitad de
la referida distancia, la ciudad, capital de
la región. La Ría resultó del retroceso del
mar, durante siglos, con la formación de
cordones litorales que, a partir del siglo XVI,
formaron una laguna que constituye uno
de los más importantes y bellos accidentes
hidrográficos de la costa portuguesa.
Abarca 11.000 hectáreas, de las cuales
6.000 están permanentemente alagados, y
17
se desdobla en cuatro canales importantes
ramificados en esteros que circundan un
sinnúmero de islas e islotes. Es en ella que
desembocan los ríos Vouga, Antuã y Boco,
manteniéndose una única comunicación
con el mar por el canal que corta el cordón
litoral, entre las poblaciones de Barra y de
S.Jacinto, el cual hace el acceso al Puerto
de Aveiro. La Ría, “zona húmida” por
excelencia, ofrece una enorme variedad
de recursos, sobre todo de fauna y flora,
y por poseer grandes espacios de agua,
proporciona paisajes de rara belleza y es un
local de elección para la práctica de muchos
deportes náuticos y otras actividades de
índole turístico.
Lontra (um mamífero existente na região)
Otter (an existing mammal in the region)
© João Nunes da Silva
Flamingos na Ria (Marinha da Troncalhada)
Greater Flamingos on the Ria (Marinha da Trocalhada)
© João Nunes da Silva
(páginas seguintes)
(next pages)
PT
Um Ecossistema
complexo a preservar
A Ria de Aveiro, a par com o estuário
do Sado, do Tejo, e a Ria Formosa, é uma
das zonas húmidas de maior importância
ecológica em Portugal. Como quase
todas as zonas húmidas, é um lugar de
excepção para a conservação de inúmeras
populações de aves, particularmente aves
aquáticas. Sofre uma grande influência
marinha e é afectada pelos caudais doces
dos rios que nela desaguam, dos quais
se destaca o rio Vouga. A água, o recurso
mais abundante, condicionou de forma
acentuada toda a actividade humana
na laguna ao longo dos tempos. Solhas,
linguados, robalos e enguias, juntamente
com a apanha de bivalves, como o
berbigão, amêijoa e mexilhão, sustentam
ainda hoje muitas populações ribeirinhas.
A presença desta enorme mancha de água
que a constitui, condiciona igualmente
as suas características climatéricas e
das respectivas áreas envolventes. Estas
condições favoreceram o desenvolvimento
e a existência de uma enorme diversidade
de habitats que albergam um importantíssimo
conjunto de espécies, muitas das quais
abrangidas por medidas de protecção ao
abrigo de Directivas Europeias.
A Ria de Aveiro é assim detentora de um
elevado valor conservacionista, estando
classificada como Zona de Protecção
Especial para as Aves, motivo pelo qual faz
parte da Rede Natura 2000.
Algumas das espécies que ocorrem na
Ria de Aveiro são a Garça-vermelha,
a Águia-sapeira, o Milhafre-preto, o
Flamingo, o Perna-longa, a Andorinhado-mar, a Águia-pesqueira, o Guardarios, a Coruja-do-nabal e o Borrelhode-coleira-interrompida. Durante os
períodos migratórios e no Inverno a
Ria alberga largos milhares de aves que
aqui encontram as condições ideiais
para se alimentarem e repousarem,
nomeadamente Pilritos, Maçaricos e
Borrelhos, entre muitas outras.
Esta e outras razões fazem da Ria de
Aveiro a zona húmida mais relevante para
a conservação da avifauna aquática situada
a norte do rio Tejo, sendo actualmente
uma Zona de Protecção Especial para
a Avifauna (ZPE). Pilritos, maçaricos,
borrelhos, andorinhas-do-mar, pernalongas, alfaiates e mais recentemente
flamingos, são apenas algumas das espécies
que se podem observar, sendo os meses
18
de Inverno os mais ricos em diversidade.
Actualmente é imperativo o
acompanhamento e preservação destas
espécies e habitats através das mais
diversas acções. As visitas guiadas
devidamente controladas são de interesse
redobrado, pois dão a conhecer as
particularidades e fragilidades dos habitats,
sensibilizando a população para a sua
valorização e protecção.
Ao percorrerem-se as margens da Ria de
Aveiro, facilmente nos apercebemos da
enorme diversidade paisagística associada,
factor que contribuiu para que hoje esta
jóia da região se encontre classificada.
UK
A complex Ecosystem
that must be preserved
The Ria of Aveiro, along with the estuary of
the Sado, Tejo and Ria Formosa, is one of
the most important ecological humid areas
in Portugal. As with most humid areas, it is
an exceptional place for the conservation
of innumerable bird species, with emphasis
on the aquatic birds. It is greatly influenced
by the sea and is affected by sweet water
currents from the rivers, which flow into it
such as the Vouga River. The water, the most
abundant resource, greatly conditioned all
human activity in the lagoon throughout
the ages. Sole, flounders, snooks and eels,
as well as the bivalves, such as cockle, clams
and mussel, feed many coastal populations
still today. The presence of this enormous
patch of water, also conditions its weather
characteristics and of the surrounding areas.
Nineteen different types of natural habitats
were identified (two of them priorities),
which conditioned the inclusion of the Ria
of Aveiro in the “Rede Natura 2000”, a
European program of organised defence
of Natural Habitats. According to the
list in Annex I of the Habitats Directive
it includes: estuaries, lagoons, swamps,
sandbanks, Atlantic salty meadows, dune
forests of pinaster (maritime pine trees)
and stone pine, active peat bogs, groves
of ash trees, oak groves and many others.
We consider it not only a very important
area for mammals such as the otter, but
also important in the riparian formation
in the interior region of the lagoon, which
support an illustrious avifauna of great
conservationist significance. In the autumn
and winter seasons alone an estimated ten
to fifteen thousand birds are greeted by
the Ria, many of them from as far away as
the north of Europe. This and many other
reasons make the Ria of Aveiro the most
relevant humid area in the conservation of
aquatic avifauna north of the Tagus River. It
is presently an Avifauna Special Protection
Area (ZPE). Sander lings, kingfishers, ring
plovers, royal terns, black-winged stilts,
avocets and more recently flamingos, are
only a few of the species which can be
seen, during the winter months, rich in its
diversity. Currently, the accompaniment
and preservation of these diverse habitats
is imperative and action must be taken.
The duly controlled guided tours are
doubly important because they alert the
population to its value and the need for
protection with regard to the particularities
and frailties of these habitats. When visiting
the banks of the Ria of Aveiro, we can easily
ascertain the enormous diversity in scenery
associated to it. It is a factor, which greatly
contributes towards the protection of this
regional jewel.
FR
Un Ecosystème
complexe à préserver
La Ria d’Aveiro, tout comme l’estuaire du
Sado, du Tage et de la Ria Formose, est une
des zones humides de très grande
importance écologique pour le Portugal.
19
Comme pratiquement toutes les zones
humides, c’est un lieu d’exception pour la
conservation d’innombrables colonies
d’oiseaux, spécialement d’oiseaux
aquatiques. Sous une grande influence
marine, elle est affectée par les débits
d’eau douce qui s’y jettent, dont le plus
important est le fleuve Vouga. L’eau, la
ressource la plus abondante a conditionné
de forme accentuée toute l’activité
humaine de la Lagune, tout au long des
temps. Les soles, les limandes, les bars
et les anguilles associés aux bivalves tels
que la coque, la telline et la moule font
vivre encore une partie de la population
installée sur ses rivages. La présence de
cette énorme superficie d’eau qui la
constitue conditionne également ses
caractéristiques climatiques et celles des
zones qui l’entourent. Ces conditions
favorisent le développement et l’existence
d’une énorme variété d’habitats abritant
un important ensemble d’espèces dont
nombre d’entre elles font l’objet de
mesures de protection dans le cadre de
la Directive Européenne. La Ria d’Aveiro
joue ainsi un rôle important en raison de
sa valeur au niveau de la conservation de
l’environnement, elle a été classifiée Zone
20
21
de Protection Spéciale pour les oiseaux,
et pour cette raison fait partie du Réseau
Natura 2000. Parmi les espèces que l’on
peut observer dans la Ria d’Aveiro, on
trouve le héron pourpré, le busard des
roseaux, le milan noir, le Flamand, l’échasse
blanche, l’hirondelle de mer, le Balbuzard
pêcheur, le Martin pêcheur, le Hibou des
marais et le Gravelot à collier interrompu.
Pendant l’époque migratoire et en hiver
la Ria abrite des milliers d’oiseaux qui
trouvent dans cette zone les conditions
idéales pour se nourrir et se reposer,
parmi ceux-ci on peut observer
notamment les bécasseaux, les barges à
queue noire et les Gravelots à collier
interrompu.
Pour cette raison et beaucoup d’autres
encore, la Ria d’Aveiro est la zone humide
la plus importante pour la conservation de
l’avifaune aquatique située au Nord du
Tage. Il est actuellement indispensable
d’accompagner et de préserver ces
espèces et ces habitats grâce à des actions
les plus variées. Les visites guidées dûment
contrôlées ont un intérêt redoublé
puisqu’elles font connaître les particularités
et les fragilités de ces des habitats,
sensibilisant ainsi la population à leur
valorisation et à leur préservation.
En parcourant les marges de la Ria
d’Aveiro, on s’aperçoit facilement de
l’énorme diversité des paysages lui étant
associée, ce facteur essentiel a contribué
au fait qu’aujourd’hui ce joyau de la région
soit classifié.
Um ecossistema a preservar…
An ecossystem to be preserved
ES
Un Ecosistema complejo a
preservar
La Ría de Aveiro, al igual que el estuario
del Sado, del Tajo y de la Ría Formosa,
es una de las zonas húmedas de mayor
importancia ecológica en Portugal.
Como casi todas las zonas húmedas, es un
lugar de excepción para la conservación
de innúmerables poblaciones de aves, con
destaque para las aves acuáticas. Sufre una
gran influencia marina y es afectada por
los caudales dulces de los ríos que en ella
desembocan, de los cuales se destaca el río
Vouga. El agua, el recurso más abundante,
condicionó de forma acentuada toda la
© João Nunes da Silva
22
actividad humana en la laguna a lo largo
de los tiempos. Sollas, lenguados, robalos
y anguilas, juntamente con la recogida
de bivalvos, como el berberecho, almeja
y mejillón sustentan hoy día muchas
poblaciones de las riberas. La presencia
de esta enorme mancha de agua que
la constituye, condiciona igualmente sus
características climáticas y de las respectivas
áreas a su alrededor.
Estas condiciones favorecieron el desarrollo
y la existencia de una enorme diversidad
de hábitats que albergan un importantísimo
conjunto de especies, muchas de las cuales
abarcadas por medidas de protección
provenientes de Directivas Europeas.
La Ría de Aveiro es así, detentora de un
elevado valor conservacionista, estando
clasificada como Zona de Protección
Especial para las Aves, motivo por el que
está incluida en la Red Natura 2000.
Algunas de las especies que acuden a
la Ría de Aveiro son la Garza-Roja, el
Aguilucho Lagunero, el Milano negro, el
Flamenco, el Cigüeñuela, la Golondrina
de mar, el Águila-pesquera, el Guarda
rios, la Lechuza campestre y el Chorlitejo
Patinegro. Durante los períodos migratorios
y durante el Invierno la Ría alberga largos
millares de aves que aquí encuentran las
condiciones ideales para alimentarse y
reposar, principalmente Correlimos, playeros
y Chorlitejos, entre muchas otras.
Estas y otras razones hacen de la Ría de
Aveiro la zona húmeda más relevante para
la conservación de la avifauna acuática
ubicada al norte del río Tajo.
Actualmente es imperativo el
acompañamiento y la preservación de
estos diversos hábitats a través de diversas
acciones. Las visitas guiadas debidamente
controladas son de gran interés, ya que dan
a conocer las particularidades y fragilidades
de estos hábitats sensibilizando la población
para su valoración y protección.
Cuando se recorren las márgenes de la Ría
de Aveiro, fácilmente nos damos cuenta de
la enorme diversidad paisajística asociada,
factor que contribuye para que hoy esta
joya de la región se encuentre protegida.
Perna–longa (salina de Aveiro)
Black–winged Stilt (Aveiro salt pans)
© João Nunes da Silva
23
PT
Pateira de Fermentelos
A Pateira de Fermentelos é considerada
a maior lagoa natural da Península Ibérica
e a 2ª maior da Europa.Terá iniciado a
sua formação em finais do séc. XV com
origem num antigo braço marinho, onde
desaguavam não só os rios Cértima e
Águeda, mas também o Vouga. Resulta
actualmente do assoreamento e
espraiamento do rio Cértima chegando a
atingir uma área de 5km² de dimensões e
profundidades variáveis.
Encerra importantes habitats e núcleos de
biodiversidade com especial destaque para
a componente ornitológica, sendo possível
observar muitas das espécies de aves que
se encontram na Ria de Aveiro. Das muitas
espécies que poderíamos listar destacam-se
pelo seu interesse conservacionista a Garçavermelha e a Águia-sapeira.
A sua importância é tal que faz parte da
Zona de Protecção Especial da Ria de
Aveiro, assumindo grande relevância para o
equilíbrio dos sistemas naturais da zona.
Estende-se maioritariamente pelo concelho
de Águeda, mas também abrange os
concelhos de Oliveira do Bairro e Aveiro,
representando para as populações locais um
importante elemento diferenciação na área
do turismo, pelo seu potencial paisagístico,
conservacionista, desportivo e de lazer.
UK
Pateira de Fermentelos
The Pateira de Fermentelos is considered
the largest natural lagoon of the Iberian
Peninsula and the second largest in Europe. Its
formation process took place quite possibly,
at the end of the 15th century originating
from an ancient inlet that ran into the Águeda
and Cértima rivers, as well as the Vouga
River. It is, at present, the result of the silting
up and ebbing of the Cértima River, which
covers an area of 5km² of variable depths and
dimensions.
It comprehends important habitats and biodiversity nucleus with special emphasis on
the ornithological factor where it is possible
to observe the many bird species that can be
found on the Ria of Aveiro. Of the extensive
list of species we could enunciate the red
heron and the marsh harrier are special due
to its conservationist interest.
Due to its importance it is part of the Special
Protection Area of the Ria of Aveiro, greatly
contributing towards the equilibrium of the
areas natural systems.
It extends primarily into the county of
Águeda, but also includes the counties of
Oliveira do Bairro and Aveiro, representing
for local populations an important
differentiating element in tourism, due to its
scenic and conservationist potential as well as
in sports and leisure.
24
FR
Pateira de Fermentelos
La Pateira de Fermentelos est considérée
comme étant la plus grande lagune naturelle
de la Péninsule Ibérique et la seconde d’Europe.
Elle aurait commencé sa formation à la fin du
XVème siècle ayant pour origine un ancien bras
de mer où se jetaient non seulement les fleuves
Cértima et Águeda mais également leVouga.
Résultant actuellement de l’ensablement et de
l’extension du fleuve Cértima pouvant atteindre
une aire de 5km2 de dimensions et profondeurs
variables.Abritant d’importants habitats et
foyers de biodiversité, plus particulièrement
le composant ornithologique, il est possible
d’observer de nombreuses espèces d’oiseaux
se trouvant dans la Ria d’Aveiro. Parmi les
nombreuses espèces que l’on pourrait nommer
on retiendra particulièrement le héron pourpré
et le busard des roseaux.
Son importance est telle qu’elle fait partie de la
Zone de Protection Spéciale de la Ria d’Aveiro,
ayant une grande importance pour l‘équilibre
des systèmes naturels de la zone.
S’étendant en grande partie sur la région
d’Agueda, mais également sur la commune
d’Oliveira do Bairro et d’Aveiro, elle représente
pour les populations locales un important
élément différenciateur dans le domaine
touristique, de par son potentiel paysagistique,
conservationniste et également dans le domaine
sportif et des loisirs.
Pato–real (Pateira de Fermentelos)
Mallard (Pateira de Fermentelos)
© João Nunes da Silva
Bateira acostada na Pateira de Fermentelos
Typical boat anchored at Pateira de Fermentelos
© João Nunes da Silva
ES
Pateira de Fermentelos
La Pateira de Fementelos es considerada
la laguna natural más grande de la
Península Ibérica, y la 2.ª más grande de
Europa. Su formación remonta a finales
del siglo XV con origen en un antiguo
brazo marino, donde desembocaban no
sólo los ríos Cértima y Águeda, pero
también el Vouga. Resulta, actualmente,
del aseoramiento y explayamiento del río
Cértima, llegando a alcanzar un área de
5km2 de dimensiones y profundidades
variables. A ésta afluyen importantes hábitats
y núcleos de biodiversidad, con destaque
para la componente ornitológica, donde es
posible observar muchas especies de aves
que se encuentran en la Ría de Aveiro. De
las muchas especies que podríamos listar, se
destacan por su interés conservacionista, la
Garza-Roja y el Águila- sapera.
Su importancia es tal, que está incluida en
la Zona de Protección Especial de la Ría
de Aveiro, asumiendo gran relevancia para
el equilibrio de los sistemas naturales de la
zona.Se extiende, en su mayor parte, por el
municipio de Águeda, pero también por los
municipios de Oliveira do Bairro y Aveiro,
representando para las poblaciones locales un
importante elemento de diferenciación en el
área del turismo, por su potencial paisajístico,
conservacionista, e incluso deportivo y de ocio.
25
PT
A Ria e sua influência na
economia regional | A tradição
da produção de Sal na Região
UK
The Ria and its influence on regional economy |
The tradition of Salt production in the Region
FR
La Ria et son influence dans l’économie
régionale | La tradition de la production
de Sel dans la Région
ES
La Ría y su influencia en la economía
regional | La tradición de la producción
de la Sal en la Región
Exploração de sal
Salt extraction
© João Nunes da Silva
26
27
Marnoto na faina
Marnoto working
© João Nunes da Silva
Pesca da Xávega - preparação do “Aparelho”
Xávega fishing (preparing the net)
© Romeu Bio
Cais dos Bacalhoeiros
Wharf of Codfishing boats
© Luís Leitão
(página seguinte)
(next page)
PT
A Ria e sua influência
na economia regional | A
tradição da produção de Sal
na Região
A exploração do sal desenvolveu-se desde
o séc. X e ganhou fama nas centúrias
seguintes, mas entrou em crise pelo século
XVII com as salinas em laboração para
sul do país. Ainda assim, manteve-se até
aos nossos dias, embora actualmente seja
uma actividade irrelevante na economia
da região. O sal de Aveiro – “entre todos
o primeiro” – era comercializado para
todo o país e para a Europa (sobretudo
do Norte), destinando-se essencialmente à
salga de carne e de peixe, nomeadamente
do bacalhau. As técnicas de produção do
sal e o seu transporte, não acompanhando
a evolução dos tempos, continuam a ser
nos moldes tradicionais, desde a limpeza
das marinhas até ao armazenamento.
Cabia ao marnoto – o trabalhador do
sal – desenvolver e acompanhar os vários
trabalhos pesados que decorriam nas
marinhas, desde meados da Primavera ao
final do Outono. A produção guardava–se
em montes brancos que, mais tarde,
passado o Verão, viravam cinzentos
pois eram revestidos... e, pelo Inverno,
transportada para os palheiros ou
“armazéns”. O centro desta actividade
convergia, então, para o Canal de S. Roque,
onde ainda são visíveis exemplares
em ruína…
UK
The Ria and its influence
on regional economy | The
tradition of Salt production
in the Region
The exploration of salt began in the 20th
century and continued to grow gaining
notoriety in the following centuries, but
salt pans that were still labouring to the
south of the country entered a period of
crisis around the 12th century. Although
an irrelevant activity in the region’s
economy, its activity has been maintained.
The salt of Aveiro – “the best of all” – was
commercialised in the entire country and
in Europe (especially in the north) and was
essentially used to salt meat and fish, namely
cod. The salt production techniques and its
transportation, which did not accompany
the evolution of time, are still carried out
in the traditional manner, from cleaning
the marinhas (salt pans) until its storage.
It was the marnoto’s – the salt worker –
responsibility to organise and accompany
28
the several heavy jobs, which were carried
out in the marinhas, from mid-spring until
the end of autumn. The produce was kept
in white heaps, which some time later,
after the summer, would turn grey… and
during the winter, it was transported to
the palheiros or “warehouses”. The centre
of this activity moved at a later date to the
Canal S. Roque, where some of the ruins
are still visible…
FR
La Ria et son influence
dans l’économie régionale | La
tradition de la production de
Sel dans la Région
L’exploitation du sel s’est développée
depuis le Xème siècle et a gagné sa
notoriété au cours des siècles suivants.
Mais ce secteur est entré en crise au
XVIIème en raison de la création de salines
au sud du pays. Malgré tout, cette activité
se maintient encore de nos jours bien que
peu significative au niveau de l’économie
de la région.
Le sel d’Aveiro – “le premier de tous”
– était commercialisé dans tout le pays
et surtout au nord de l’Europe, il était
destiné essentiellement à la salaison de
le viande et du poisson, notamment de
la morue. Les techniques de production
du sel et son transport n’ont pas
accompagné l’évolution des temps, ils
continuent à se faire selon les modèles
traditionnels que ce soit du nettoyage des
marais salants au stockage. Le paludier
– l’homme du sel – devait développer et
accompagner les différentes étapes du
travail d’exploitation des marais salants,
travail lourd qui se déroulait du printemps
à la fin de l’automne. La production était
gardée en tas blancs qui plus tard à la fin
de l’été devenaient gris puisqu’ils étaient
revêtus… et en hiver transportés dans des
paillottes ou hangars. Le centre de cette
activité convergeait, alors vers le Canal
de S. Roque, où sont encore visibles des
exemplaires en ruine…
ES
La Ría y su influencia
en la economía regional | La
tradición de la producción de
la Sal en la Región
La explotación de la sal se desarrolló desde
el siglo X y ganó fama en las centurias
siguientes Pero entró en crisis en el siglo
XVII con las salinas en ejercicio hacia el
sur del país. Aún así se mantuvo hasta
nuestros días, pese a que sea una actividad
irrelevante en la economía de la región. La
sal de Aveiro – “entre todas la primera”
– era comercializada para todo el país
y para Europa (sobre todo del Norte),
destinándose esencialmente a la saladura
de la carne y del pescado, principalmente
del bacalao. Las técnicas de producción
de sal y su transporte, que no acompañan
la evolución de los tiempos, continúan
siendo hechas en los moldes tradicionales,
desde la limpieza de las marinas hasta
el almacenamiento. Cabía al marnoto
– el trabajador de la sal – desarrollar y
acompañar los varios trabajos pesados que
transcurrían en las marinas, desde mediados
de la primavera hasta el final del otoño.
La producción se guardaba en montañas
blancas que, más tarde, pasado el verano,
se volvían grises ya que eran revestidas y,
durante el invierno, transportada para las
chozas (palheiros) o “almacenes”. El centro
de esta actividad convergía, entonces, para
el canal de S. Roque, donde todavía son
visibles ejemplares en ruina…
Ao contrário da exploração do sal, Aveiro
mantém uma importante actividade
económica na área das pescas. A pesca
ancestral centralizava-se na área lagunar,
evoluindo ao longo dos tempos para a
pesca em mar aberto. Há longas décadas
que os Aveirenses se dedicam não só à
pesca costeira de pequeno e médio curso,
como também foi daqui que se partiu para
a pesca ao Bacalhau e outros espécimes
de grande porte nos mares do Norte. Esta
actividade moldou as gentes e costumes
da região que se reflectem ainda hoje na
economia e gastronomia, bem como no
gosto pela navegação.
Toda esta actividade ligada ao mar tem
vindo a acompanhar uma crescente
importância do Comércio Marítimo, com
o aumento da diversidade de produtos
exportados pelo Porto Aveiro que se
encontra cada vez melhor apetrechado em
equipamentos e infra-estruturas. Exemplo
desta evolução é a ligação ferroviária
ao Porto Comercial que possibilita um
aumento da diversidade e quantidade de
artigos exportados por esta via.
29
PT
Aveiro, uma região de
grande tradição nas pescas
UK
Aveiro, a region with
great fishing traditions
Unlike the exploration of salt, Aveiro
maintains an important economic activity
within the fishing sector. The ancestral
fishing was centralised in the lagoon area,
and after many years, evolved into open sea
fishing. Over the decades, the Aveirenses
have dedicated themselves to short and
medium term coastal fishing, but not only.
It was also here that fishing for Cod and
other large fish specimens in the North
Sea began. This activity shaped the region’s
people and customs, which are still reflected
in today’s eco- nomy and gastronomy, as
well as its pleasure for navigation. All this
sea-linked activity has accompanied the
growing importance in Nautical Trade with
an increase in product diversity exported
by the Port of Aveiro which is very well
equipped and has adequate infra-structures.
An example of this evolution is the railroad
connection to the Commercial Port, which
allows an increase in diversity and quantity
of articles exported via this route.
FR
Aveiro, une région de
grande tradition de pêche
Contrairement à l’exploitation du sel,
Aveiro maintient une importante activité
économique dans le domaine de la pêche.
La Pêche ancestrale se centralisait dans
la zone lagunaire, évoluant tout au long
des temps vers la pêche en mer ouverte.
Depuis de longues décennies les habitants
d’Aveiro se consacrent non seulement
à la Pêche côtière, mais aussi à la Pêche
au long cours. En effet, c’est d’ici que
partirent en direction des mers du Nord,
les navires pour la pêche à la morue et
autres spécimens de grande dimension
Cette activité a modelé les gens et
les coutumes de la région, se reflétant
encore aujourd’hui dans l’économie et
la gastronomie ainsi que dans le goût de
la population pour la navigation. Toute
cette activité étroitement liée à la mer
est accompagnée d’une importance
croissante du Commerce Maritime avec
l’augmentation de la diversité de produits
exportés par l’intermédiaire du Port
d’Aveiro chaque fois mieux équipé en
matériel et infrastructures. Un exemple
de cette évolution est la liaison ferroviaire
entre Aveiro et le Port Commercial qui
permet une augmentation de la diversité et
de la quantité d’articles exportés.
ES
Aveiro, una región de
gran tradición en las pescas
Al contrario de la explotación de la sal,
Aveiro mantiene una importante actividad
económica en el área de las pescas. La
pesca ancestral se centralizaba en el área
lagunar, evolucionando a lo largo de los
tiempos para la pesca en mar abierto.
Hace muchas décadas que los Aveirenses
se dedican no sólo a la pesca costera de
pequeño y medio curso, como también
fue de aquí que partieron para la pesca del
Bacalao y otras especies de gran porte en
los mares del Norte. Esta actividad moldó
las gentes y las costumbres de la región
que todavía se reflejan en la economía y
gastronomía, así como en el gusto por la
navegación. Toda esta actividad ligada al mar
ha acompañado una creciente importancia
del Comercio Marítimo con el aumento de
la diversidad de productos exportados por
el Puerto de Aveiro que se encuentra cada
vez más abastecido en equipamientos e
infraestructuras. Ejemplo de esta evolución
es la conexión ferroviaria al Puerto
Comercial que posibilita un aumento
de la diversidad y cantidad de artículos
exportados por esta vía.
PT
A tradição da Pesca
ao Bacalhau
Os portugueses descobriram o valor
deste peixe no séc. XV por se adequar
às necessidades da época em que
30
permaneciam longos períodos em alto
mar a cruzar os oceanos. Depois de
salgado, este peixe mantém-se conservado
sem perder as suas características
gustativas. Após vários ensaios com outras
espécies piscícolas, esta foi a eleita pelos
portugueses quando a identificaram
perto do Pólo Norte, na costa da Terra
Nova. Durável e acessível a uma parte da
população que raramente podia comprar
peixe fresco, seu sabor era mais agradável
do que o de outros pescados salgados.
Numa época em que a religião Cristã
fomentava com avidez o consumo de
peixe por se tratar de uma “comida fria”
em detrimento das “comidas quentes”
(carnes vermelhas), o consumo de bacalhau era extremamente incentivado
pelos comerciantes como substituto dos
alimentos proibidos. O bacalhau passou
então a ter uma ligação estreita com a
cultura do povo português, tornando-se
rapidamente um pilar na gastronomia
nacional. A faina decorria, no entanto, em
condições extremamente duras pois era
executada à linha em mar aberto, com
temperaturas muito baixas e a partir de
pequenas embarcações de madeira, os
doris, que saíam do navio-mãe, o lugre,
também construído em madeira, cujo
único meio de propulsão era à vela. Só no
início da década de 30 do nosso século foi
tomada a decisão de incorporar motores
de propulsão auxiliar nesses navios. Mais
tarde, em 1935 inicia-se a pesca por
arrasto com a embarcação “Sta. Joana”
(mandada construir por Carlos Roeder na
Dinamarca), iniciando-se assim a libertação
dos pescadores das duras condições de
trabalho a bordo dos referidos doris.
Actualmente, Portugal é o maior e
principal consumidor de bacalhau a nível
mundial, possuindo na sua gastronomia
centenas de maneiras diferentes de o
confeccionar.
31
UK
The tradition of Cod
Fishing
The Portuguese discovered the value of
this fish during the 15th century because it
was suitable for their needs during the long
periods they spent at sea. Cod is capable
of preserving its qualities once it has been
salted. After several test trials with other
fishing species, the Portuguese elected
the cod when they identified it near the
North Pole, on the coast of Newfoundland.
Resistant and affordable by people, who
normally couldn’t buy fresh fish, its taste
was more agreeable than other salted fish.
In a time when the Christian faith greatly
fomented the consumption of fish because
it was “cold food” in detriment of “hot
food” (red meat), the consumption of cod
was extremely encouraged by traders as
a substitute for forbidden food. The cod
became greatly connected to the culture of
the Portuguese people, rapidly becoming a
pillar in national gastronomy. Nevertheless,
the routine work on a ship was carried out
under extreme conditions. It was done with
fishing lines on the open sea in very low
temperatures and in small, wooden boats,
the doris, which would leave the mothership, the lugger, also built in wood, whose
sole means of propulsion were the sails.
Only in our century, during the 1930’s, was
the decision made to incorporate auxiliary
propulsion engines on these ships. At a later
date, in 1935, trawl fishing began with the
“Sta. Joana” ship (built by Carlos Roeder
in Denmark), thus liberating the fishermen
from the harsh working conditions to which
they were subjected aboard the doris.
At present, Portugal is the world’s main
consumer with hundreds of recipes in its
cuisine.
FR
La tradition de la pêche
à la Morue
Les portugais ont découvert la valeur de
ce poisson au XVème siècle. En effet, celui-ci
correspondait aux nécessités de l’époque,
les marins naviguant sur les océans et
séjournant pour de longues périodes en
haute mer. Après sa salaison, ce poisson
a la particula-rité de se conserver sans
perdre aucune de ses caractéristiques
gustatives. Après différents essais avec
d’autres espèces de poisson, cette espèce
a été choisie par les portugais quand ils
l’identifièrent près du Pôle Nord, sur
les côtes de Terre Neuve. Durable et
accessible à une partie de la population
qui rarement pouvait acheter du poisson
frais, sa saveur était également plus
32
agréable que celle d’autres poissons salés.
À une époque où la religion Chrétienne
incitait avec avidité à la consommation
de poisson en tant que nourriture froide
au détriment de la nourriture chaude,
viande rouge, la consommation de morue
était extrêmement stimulée par les
commerçants pour remplacer les aliments
interdits. La morue a commencé alors à
avoir une étroite liaison avec la culture du
peuple portugais, devenant rapidement un
des piliers de la gastronomie nationale. La
pêche se déroulait dans des conditions
extrêmement dures, à la ligne en mer
ouverte, à des températures très basses et
à partir de petites embarcations en bois,
les doris qui sortaient du bateau-mère,
le lougre, également construit en bois et
dont l’unique moyen de propulsion était
la voile. C’est seulement au début des
années 30, au XXème siècle, que l’on prit
la décision d’incorporer des moteurs de
propulsion auxiliaire dans ces navires.
Plus tard, en 1935 commença la pêche
avec le chalut avec le chalutier “Santa.
Joana” construit à l’initiative de Carlos
Roeder au Danemarque, permettant ainsi
aux pêcheurs de se libérer des dures
conditions de travail à bord des doris.
Actuellement, le Portugal est le plus
Gastronomia Regional (Bacalhau à Lagareiro)
Regional gastronomy (Cod)
© Luís Leitão
important et le principal consommateur
au niveau mondial, il possède dans sa
gastronomie des centaines de façons
différentes de le confectionner.
ES
La tradición de la Pesca
del Bacalao
Los portugueses descubrieron el valor de
este pescado en el siglo XV ya que este
se adecuaba a las necesidades de la época,
en la que permanecían largos períodos
en alta mar cruzando océanos. Después
de salado, este pescado se mantiene
conservado sin perder sus características
gustativas. Después de varios experimentos
con otras especies piscícolas ésta fue la
elegida por los portugueses cuando la
identificaron cerca del Polo Norte , en la
costa de Terra Nova. Duradero y accesible
a una parte de la población que raramente
podía comprar pescado fresco, su sabor
era más agradable que el de los demás
pescados salados. En una época en que la
religión Cristiana fomentaba con avidez
el consumo del pescado por tratarse
de una “comida fría” en detrimento de
las “comidas calientes” (carnes rojas), el
consumo del bacalao era extremamente
incentivado por los comerciantes como
sustituto de los alimentos prohibidos. El
bacalao pasó a tener una ligación estrecha
con la cultura del pueblo portugués
convirtiéndose rápidamente en un pilar
de la gastronomía nacional. La pesca
trascurría en condiciones muy duras, ya
que era ejecutada en mar abierto, con
temperaturas muy bajas y a partir de
pequeñas embarcaciones de madera, los
doris, que salían del “barco madre”, el lugre,
también construido en madera, cuyo único
medio de propulsión era la vela. Sólo a
principios de la década de 30 de nuestro
siglo fue tomada la decisión de incorporar
motores de propulsión auxiliar en esos
barcos. Más tarde, en 1935 se inicia la pesca
por arrastre con la embarcación “Sta. Joana”
(mandada construir por Carlos Roeder en
Dinamarca) iniciándose de esta forma la
liberación de los pescadores de las duras
condiciones de trabajo a bordo de los
33
referidos doris. Actualmente, Portugal es
el mayor y principal consumidor a nível
mundial, existiendo en su gastronomia
centenas de formas diferentes de cocinarlo.
PT
Arte Xávega
A Xávega é um tipo de pesca que se
encontra em vias de extinção, mas ainda
se pratica na região de Aveiro, nas Praia
da Vagueira e Furadouro. É uma pesca de
arrasto que se diferencia das restantes
pelo facto de o barco sair de terra
deixando uma corda a que permanece
ligado. Dando a volta a mais de 500 metros
de distância da costa, o barco deixa a
rede que depois é arrastada até á praia,
puxada por bois que são actualmente
auxiliados por tractores. Assim, a rede traz
o peixe que vai apanhando pelo caminho
espraiando, depois, o “saco” na praia. Como
é natural, esta actividade gera uma grande
curiosidade dos populares e o peixe fresco
que ali chega, saltitante, faz nascer água na
boca ao pensar nas brasas de um fogareiro.
UK
Arte Xávega
The Xávega is an endangered traditional
fishing method, which is still carried out in
the region of Aveiro, at the Vagueira and
Furadouro Beaches. It is a different type of
trawl fishing due to the fact that the boat
exits land with a rope tied to it. It goes
out about 500 meters from the coast and
starts circling leaving behind the net which
is then dragged onto the shore and pulled
by oxen that are currently aided by tractors.
Thus, the net brings in the fish caught along
the way, and spreads the “bag” on the
beach. As usual, this activity generates great
curiosity among the population and when
the jumping fresh fish arrives on the shore it
makes your mouth water.
FR
L’art Xávega
« Xávega » est un type de pêche en voie
de disparition, mais qui est encore pratiqué
dans la région d’Aveiro notamment sur la
Plage de Vagueira et du Furadouro. C’est
une Pêche au filet différente des autres, se
caractérisant par le fait que le bateau en
partant de terre reste relié à une corde,
il fait un tour à plus de 500 mètres de
distance de la côte, lance les trailles qui
ensuite sont tirées par des bœufs ou des
tracteurs. Ainsi, le filet ramène sur la plage
le sac contenant les poissons capturés
en chemin. Naturellement cette activité
engendre la curiosité de la population et
le poisson frais sautillant qui arrive sur
le rivage fait venir l’eau à la bouche du
spectateur qui l’imagine déjà grillé sur les
braises du Barbecue.
ES
Arte Xávega
Xávega es un tipo de pesca que se
encuentra en vías de extinción, pero todavía
se practica en la Ría de Aveiro, en las playas
de Vagueira y Furadouro. Es una pesca de
arrastre que se distingue de las demás por
el hecho de que en ésta, el barco de pesca
sale de la tierra dejando una cuerda que
está siempre ligada a éste. Dando la vuelta
a más de 500 metros de distancia de la
costa, el barco deja la red que después
es arrastrada hasta la playa, jalada por
bueyes que son actualmente auxiliados por
tractores. Así, la red trae el pescado que va
cogiendo por el camino, arrojando, después,
la “bolsa” en la playa. Como es normal, esta
actividad genera una gran curiosidad y el
pescado fresco que allí llega, se hace la boca
agua al pensar en las brasas de un hornillo.
Arte Xávega
Xávega Art
© Romeu Bio
Arte Xávega
(Bois ajudam a puxar a rede para terra)
Xávega Art
(Oxen help pull net to shore)
© Romeu Bio
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34
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36
37
PT
Embarcações típicas
da Região
UK
Typical Regional fishing boats
FR
Les Embarcations typiques de
la Région
ES
Embarcaciones típicas de la
Región
O Moliceiro e seu elegante perfil
The Moliceiro and its elegant profile
© João Nunes da Silva
38
39
Pescador na sua Bateira (Pateira de Fermentelos)
Fisherman in his typical boat(Pateira de Fermentelos)
© João Nunes da Silva
Pesca da chincha com Caçadeira adaptada
Sweep–net fishing on a typical boat
© João Nunes da Silva
PT
Embarcações típicas
da Região
Até meados do século XX, grande parte
das actividades socioeconómicas da
Região estava intimamente relacionada
com a Ria, o que exigia uma diversidade
de embarcações adequadas às diferentes
actividades. Além das tradicionais
actividades agrícolas; havia a produção,
armazenamento e comercialização do
sal; a pesca ribeirinha e de alto-mar; e os
transportes de pessoas e mercadorias
em geral. Assim surgiram os moliceiros
para a apanha do moliço (algas existentes
no leito da Ria), os mercantéis para o
transporte de mercadorias em geral, e as
bateiras para a pesca e caça nesta região
alagadiça.
Os barcos moliceiros, parecendo ser, de
entre eles, os mais sofisticados e de
feições delicadas, destinavam-se à colheita
e transporte do moliço, produto que
transformaria solos de areia em férteis
terrenos agrícolas. São barcos de fundo
chato, apropriado à navegação em águas
baixas e dotados de grande estabilidade.
Construído em madeira de pinho, resiste
em média 12 anos ao serviço. Quando
bem carregado, podendo atingir as cinco
toneladas de carga, os seus bordos rasam
a superfície da água e em certas ocasiões
ficam praticamente submersos. Dois
elementos essenciais o particularizam: a
decoração pintada de algumas superfícies
exteriores e a extrema elegância e
requinte das extremidades pontiagudas
da proa e da ré que conferem uma certa
identidade ao seu perfil. O comprimento
total ronda os 15m e a largura os 2,5m,
variando de acordo com a zona da
Ria onde seja construído. Também se
destaca o enorme leme, justificado pelas
necessidades da manobra. A decoração
pintada no exterior do casco é a mais
evidente, com destaque para os quatro
diferentes painéis que decoram ambos
os lados da proa e popa, que pintados
directamente sobre a madeira do
barco constituem uma prática artística
ancestral sem paralelo na cultura popular
portuguesa. Estas vistosas “iluminuras” são
extremamente variadas, podendo retratar
cenas do quotidiano num sentido festivo,
jocoso e fantasista, bem como cenas e
personagens populares ou históricas entre
outras. Os mercantéis são barcos pesados,
destinados essencialmente a cargas, em
especial ao transporte do sal, tomando
nesse caso a designação de barco saleiro.
Os mercantéis possuem muitos traços
40
comuns com os moliceiros mas
distinguem-se destes pela menor riqueza
decorativa da pintura exterior, de extrema
simplicidade, e por um desenho de proa
mais comum. As bateiras são pequenos
barcos, pintados ou não em cores singelas,
em geral destinados à pesca e à caça
e como tal, formal e funcionalmente
diferentes dos anteriores.
UK
Typical Regional fishing
boats
Up until the mid 20th century, a great part
of the socio-economical activities of the
Region were intimately connected to the
Ria, which demanded great diversity with
regards to the acquisition of adequate
vessels for its different activities. Besides the
traditional farming activities, there was the
production, storage and commercialisation
of salt, high-sea and river fishing, as well
as the transportation of people and
merchandise in general. This is how the
moliceiros, used for gathering moliço
(existing riverbed algae), the mercantéis
for transporting goods in general, and the
bateiras for fishing and hunting in these
swamped regions, originated.
The moliceiro boats, which seemed the
most sophisticated and with the most
delicate features among all, were destinedto
gather and transport moliço, a product that
would transform sandy soil into fertile
farmland. They are flat bottom boats
excellent for navigating in shallow waters
and with great stability. It is made of
pinewood and can work up to 12 years.
It can transport a load of up to five tons
in weight, leading its boarder to graze the
water surface and in certain occasions be
practically submerged. It has two essential
elements which make it unique: the painted
decorations on part of the exterior and the
extreme elegance and formal refinement
of the sharp extremities of the bow and
stern which convey a certain identity to its
silhouette. The total length is approximately
15m and its width is 2,5m. This could
vary depending on where it was built on
the Ria. We would also like to highlight
the enormous helm that is required
for manoeuvre purposes. The painted
decoration on the surface of the hull is the
most evident, with special emphasis on the
four different panels which decorate both
sides of the bow and stern. It is painted
directly on the boat’s wood shell and is an
ancient artistic practice without precedent
in popular Portuguese culture. These flashy
“iluminuras” are extremely varied. They can
portray everyday scenes in a festive, funny
and fantasised way, as well as and scenes
popular or historical figures.
The mercanteis are heavy cargo boats,
used mainly in the transportation of salt,
thereby adopting the name saleiro. The
mercanteis have many common traces with
the moliceiros, but also differ due to the
inferiority of the outer surface’s decorative
painting, where it is extremely simple with
a more common design on the prow. The
bateiras are small boats, painted, or not, in
single colours, generally used for fishing and
hunting and as such, formal and functionally
different from the latter.
FR
Les Embarcations
typiques de la région
Jusqu’au milieu du XXème Siècle la plupart
des activités socio-économiques de la
Région étaient étroitement liées à la Ria,
ce qui exigeait une diversité
d’embarcations adéquates aux différentes
activités. Outre les activités agricoles
traditionnelles, il y avait la production,
le stockage et la commercialisation du
sel, la pêche côtière et en haute mer
et le transport de personnes et de
marchandises en général. C’est ainsi que
sont apparus les « moliceiros » pour le
41
ramassage des algues (Limons) se trouvant
dans le lit de la Ria, les bateaux marchands
pour le transport des marchandises en
générale et les barques dites Bateiras
destinées à la pêche et à la chasse dans
cette région marécageuse. Les « moliceiros »,
aux formes délicates semblent être les
plus sophistiqués, ils se destinaient au
ramassage et au transport des limons,
algues transformant les sols sableux en
terrains agricoles fertiles. Ce sont des
bateaux au fond plat, destinés à la
navigation en eaux peu profondes et dotés
d’une grande stabilité. Construits en bois
de pin, ils peuvent résister en moyenne à
12 ans de service. Leur charge maximale
est de 5 tonnes, à charge complète leurs
bords rasent la superficie de l’eau, ils sont
pratiquement submergés. Deux éléments
essentiels les caractérisent : d’une part
leur décoration composée de peintures
représentatives sur certaines parties
de la superficie extérieure et de l’autre
l’extrême élégance et le raffinement de
leurs formes avec les extrémités pointues
de la proue et de la poupe conférant
une certaine identité à leur profil.
D’une longueur totale d’environ 15m
et d’une largeur de 2,5m variant suivant
la zone de la Ria où le « moliceiro » a
Pôr do sol na Ria
Sunset on the Ria
© João Nunes da Silva
été construit. On doit noter également
l’énorme gouvernail justifié par les
nécessités de manœuvre. La décoration
peinte à l’extérieur de la coque est la
plus évidente. On ne peut qu’admirer les
quatre différents panneaux qui décorent
les côtés de la proue et de la poupe, ceuxci sont peints directement sur le bois du
bateau suivant une pratique ancestrale
sans parallèle dans la culture populaire
portugaise. Ces superbes enluminures sont
extrêmement variées, pouvant reproduire
des scènes du quotidien dans un cadre
de réjouissances, plaisant et fantaisiste, ou
des scènes et personnages populaires ou
historiques entre autres. Les marchands
sont des bateaux lourds, essentiellement
destinés au transport de cargaisons, plus
particulièrement au transport du sel,
prenant dans ce cas la dénomination de
Bateau « Saleiro ». Les marchands bien que
possédant des caractéristiques communes
aux « moliceiros » se distinguent de
ceux-ci de par leur peinture décorative
extérieure moins riche, d’une extrême
simplicité et une proue au dessin plus
commun. Les “bateiras” sont des
barques peintes ou non de couleur unie,
généralement utilisées pour la pêche et la
chasse et comme tel ont une forme et une
fonctionnalité bien différentes des bateaux
précédents.
ES
Embarcaciones típicas
de la Región
Hasta mediados del siglo XX, gran parte
de las actividades socioeconómicas de la
Región estaba estrechamente relacionada
con la Ría, lo que exigía una diversidad de
embarcaciones adecuadas a las diferentes
actividades. Además de las tradicionales
actividades agrícolas; había la producción,
almacenamiento y comercialización de la
sal; la pesca de ribera (en el río y a orillas
del mar) y en alta mar, y el transporte
de personas y mercancías en general. Así
surgieron los moliceiros para la recogida de
moliço (algas existentes en el lecho de la
Ría), los mercantéis para el transporte de
mercancías en general, y las bateiras para la
pesca y caza en esta región pantanosa. Los
barcos moliceiros, pareciendo ser, entre ellos,
los más sofisticados y de líneas delicadas,
se destinaban a recoger y a transportar el
moliço, producto que transformaba suelos
de arena en terrenos agrícolas fértiles.
Son barcos de fondo chato, apropiado a
la navegación en aguas bajas y dotados de
gran estabilidad. Construido en madera de
pino resiste, en media, 12 años. Cuando
42
éste es bien cargado, pudiendo alcanzar las
cinco toneladas de carga, sus bordos rasan
la superficie del agua y en ciertas ocasiones
quedan prácticamente sumergidos. Dos
elementos esenciales lo particularizan: la
decoración pintada de algunas superficies
exteriores y la extrema elegancia y requinte
formal de las extremidades puntiagudas
de la proa y de la popa que confieren una
cierta identidad a su perfil. La longitud total
ronda los 15 m y la anchura los 2,5 metros,
variando según la zona de la Ría donde es
construido. También se destaca el enorme
timón, justificado por las necesidades de
maniobra. La decoración pintada en el
exterior del casco es la más evidente, con
destaque para los cuatro paneles diferentes
que decoran ambos lados de la proa y popa,
que pintados directamente sobre la madera
del barco constituyen una práctica artística
ancestral en la cultura popular portuguesa.
Estas vistosas “pinturas de colores” son
extremamente variadas, pudiendo retratar
escenas del cotidiano en un sentido festivo,
jocoso y de fantasía, así como escenas y
personajes populares o históricos, entre
otras. Los mercantéis son barcos pesados,
destinados esencialmente a cargas, en
especial al transporte de la sal, tomando en
ese caso la designación de barco saleiro. Los
mercantéis poseen muchos trazos comunes
con los moliceiros pero se distinguen de
éstos por la menor riqueza decorativa de
la pintura exterior, de extrema simplicidad,
y por un dibujo de proa más común. Las
bateiras son pequeños barcos, pintados
o no, en colores sencillos y naturales, en
general destinados a la pesca y a la caza y
como tal, formal y funcionalmente diferentes
de los anteriores.
PT
Porto de Aveiro
O Porto de Aveiro é hoje a infra-estrutura
portuária mais moderna do país, face
ao plano de desenvolvimento decorrido
entre 2000 e 2006. Tem vindo a evidenciar
um significativo dinamismo, reflectido
num crescimento de tráfego apreciável
e num aumento progressivo do grau de
diversificação dos produtos movimentados,
nomeadamente o segmento de
contentores. Com um tráfego anual de
cerca de 4 milhões de toneladas e um
crescimento médio anual muito superior
à média nacional, tornou-se o principal
porto português na movimentação de
produtos metalúrgicos e de grande relevo
na movimentação de carga fraccionada.
Actualmente é um porto multifuncional,
desempenhando um papel primordial
no serviço dos principais sectores da
indústria da sua região, tais como cerâmica,
química, vitivinícola, metalúrgica, madeira
e derivados, agro-alimentar, construção e
automóvel.
A Plataforma Logística do Porto de Aveiro
está hoje integrada na rede nacional de
plataformas logísticas – Portugal Logístico
- a qual permitirá albergar operações de
armazenamento de longa duração e outras
actividades logísticas e industriais.
Sendo o Porto mais próximo de Madrid,
apresenta-se no centro de um importante
eixo de comunicações, com excelentes
acessos rodoviários e ferroviários,
tendo ainda a seu favor a ausência de
pressão urbanística, bons sistemas de
segurança e boas práticas ambientais. Hoje
destaca-se pela significativa capacidade
de acostagem, uma das maiores do país,
oferecendo a potenciais investidores uma
grande capacidade de terraplenos para
implantação de actividade logísticas e
industriais. A ligação ferroviária ao Porto
de Aveiro e o novo acesso marítimo da
barra marcará um novo posicionamento
deste porto no contexto ibérico,
reafirmando Aveiro como um dos mais
competitivos nós logísticos multimodais do
centro de Portugal e da Península Ibérica. 43
UK
Port of Aveiro
Thanks to the development project, which
took place between 2000 and 2006, the
Aveiro Port is considered the most modern
port infrastructure in the country. It has
shown remarkable vitality, which can be
seen in the substantial traffic growth and in
a steady increase in the diversification level
of products being transferred, namely the
container segment.
With an annual traffic of approximately 4
million tons and an average annual growth
considerably superior to that of the national
average, it became the main Portuguese
port in the transportation of metallurgical
products and is highly proficient in the
transportation of fraction cargo. It is, at
present, a multifunctional port, with a
major role in providing services to the
main industrial sectors of the region, such
as ceramics, chemistry, wine, metallurgic,
lumber and by-products, food, construction
and automobile.
The Logistic Platform of the Aveiro Port is
presently integrated in the national network
of logistic platforms – Portugal Logístico
– which will allow for long-term storage
operations and other logistic and
industrial activities.
Due to the fact that it is the nearest Port
to Madrid, it is located in the centre of
an important communication axle, with
excellent motorway and railroad access. The
absence of urban pressure, good security
systems and environmental practices also
works in its favour.
It is presently in an outstanding position due
to its significant accosting capacity, one of
the largest in the country, offering potential
investors a large levelled ground area so as
to implement logistic and industrial activities.
The railroad connection to the Aveiro Port
and the new harbour entrance will enhance
its position within the Iberian framework,
reasserting Aveiro as one of the most
competitive multimodal logistic junctures
of the centre of Portugal and of the
Iberian Peninsula.
FR
Port d’ Aveiro
Le port d’Aveiro est aujourd’hui
l’infrastructure portuaire la plus moderne
du pays, grâce au plan de développement
mis en place entre 2000 et 2006.
On peut observer un dynamisme
significatif, se traduisant par une croissance
appréciable du trafic et une augmentation
progressive du degré de diversification
des produits mouvementés notamment le
segment des conteneurs.
Avec un trafic annuel d’environ 4 millions
de tonnes et une croissance moyenne
annuelle bien supérieure à la moyenne
nationale, il est devenu le principal Port
portugais de par les mouvements de
produits métallurgiques et d’une grande
envergure pour les mouvements de
cargaisons fractionnées. Actuellement, c’est
un port multifonctionnel, jouant un rôle
fondamental au service des principaux
secteurs de l’industrie de sa région, tels
que l’industrie céramique, chimique
vitivinicole, métallurgique, industrie du bois
et dérivés, agro-alimentaire, construction
et automobile.
La plateforme logistique du Port d’Aveiro
est aujourd’hui intégrées dans le réseau
national de plateformes Logistiques –
Portugal Logistique – qui permettra
d’abriter des opérations de stockage de
longue durée et autres activités logistiques
et industrielles.
Étant le port le plus prés de Madrid,
localisé au centre d’un important axe de
communications, bénéficiant d’excellents
accès routiers et ferroviaires, il a encore
en sa faveur l’absence de pression urbaine,
et l’avantage d’être doté de bons systèmes
de sécurité et de bonnes pratiques
44
de protection de l’environnement., Se
distinguant aujourd’hui par sa capacité
significative d’accostage, une des
meilleures du pays, offrant aux potentiels
investisseurs une grande capacité de
terrassement pour l’implémentation
d’activités logistiques et industrielles.
La liaison ferroviaire au Port d’Aveiro et
le nouvel accès maritime de la « Barra
» marquera un nouveau positionnement
de ce Port dans le contexte Ibérique,
réaffirmant Aveiro comme un des plus
compétitifs nœuds logistiques
multimodaux du centre du Portugal et de
la Péninsule Ibérique.
ES
Puerto de Aveiro
El Puerto de Aveiro es hoy la infraestructura portuaria más moderna del país,
ante el plan de desarrollo transcurrido entre
2000 y 2006. Ha evidenciado un significativo
dinamismo, reflejado en un importante
crecimiento de tráfico y en un aumento
progresivo del grado de diversificación de
los productos transportados, especialmente
el segmento de los contenedores.
Con un tráfico anual de cerca de 4 millones
de toneladas y un crecimiento medio anual
muy superior a la media nacional, se ha
convertido en el principal puerto portugués
en el transporte de productos metalúrgicos
y de gran relieve en la movimentación de
carga fraccionada.
Actualmente es un puerto multifuncional,
desempeñando un papel primordial en
el servicio de los principales sectores de
la industria de su región, tales como la
cerámica, química, vitivinícola, metalúrgica,
madera y derivados, agro-alimentar,
construcción y automóvil.
La Plataforma Logística del Puerto de Aveiro
está hoy integrada en la red nacional de
plataformas logísticas – Portugal Logístico
– la cual permitirá albergar operaciones de
almacenamiento de larga duración y otras
actividades logísticas e industriales.
Siendo el Puerto más próximo de Madrid,
está ubicado en el centro de un importante
eje de comunicaciones, con excelentes
accesos por carretera y ferrocarril, teniendo
a su favor la ausencia de presión urbanística,
buenos sistemas de seguridad y buenas
prácticas ambientales.
Hoy se destaca por la significativa capacidad
de acostaje, una de las más grandes del
país, ofreciendo a potenciales inversionistas
una gran capacidad de terraplenos para
implementación de actividades logísticas
e industriales.
La conexión ferroviaria al Puerto de
Aveiro y el nuevo acceso marítimo de
la entrada de la barra marcará un nuevo
posicionamiento de este puerto en el
contexto ibérico, reafirmando Aveiro
como uno de los más competitivos nudos
logísticos multimodales del centro de
Portugal y de la Península Ibérica.
Porto de Aveiro
Port of Aveiro
© APA (Paulo Magalhães)
45
A povoação da Barra
The town of Barra
© Romeu Bio
A barra de Aveiro
Port of Aveiro
© Romeu Bio
(páginas seguintes)
(next pages)
PT
A barra e o seu farol
O “Farol da Barra” é o mais alto de
Portugal, e um dos mais altos do mundo.
Foi construído entre 1885 e 1893, tendo
custado naquela época 51.000 escudos.
A sua principal fonte luminosa era obtida
por incandescência do vapor do petróleo.
Porém, tendo sido electrificado em 1936,
só em 1950 o sistema iluminante passou a
ser alimentado a energia eléctrica.
Apesar de estar dotado actualmente de
um elevador, ainda é possível subir pela sua
escadaria em caracol, composta por um 1º
sector, em pedra, de 271 degraus seguido
de um 2º sector metálico de 20 degraus.
O foco luminoso eleva-se a 62m de altura
(66m acima do nível do mar), sendo na
actualidade o seu alcance em condições
normais de transparência atmosférica
de 26 milhas náuticas, cerca de 42Km,
interceptando os faróis da Figueira da Foz
e de Leça da Palmeira.
Esta notável construção passou a velar
pela segurança da navegação que até aí
não dispunha de um ponto de orientação.
Sem o farol, as embarcações da época eram
frequentemente atraídas para terra, devido
à ilusão de afastamento provocada por uma
porção de costa muito plana com as
primeiras elevações a grande distância do mar.
UK
The Harbour Entrance
and the lighthouse
The “Barra Lighthouse” is the tallest in
Portugal, and is one of the tallest in the
world. It was built between 1885 and
1893 and cost, at the time, 51.000 escudos.
Its main source of light was obtained
through the incandescence vapour of
petrol. Although it was electrified in 1936,
the electrical lighting system only became
operative in 1950. Although it currently
has an elevator, it is still possible to climb
the snail-shaped staircase, made up of 271
stone-steps in the 1st sector followed by
a 2nd metallic sector with 20 steps. The
luminous projector is fixed at a height of
62m (66m above sea level), and in normal
atmospheric visibility conditions can reach a
distance of 26 nautical miles, approximately
42Km, intercepting the lighthouses of
Figueira da Foz and Leça da Palmeira
This admirable construction was then able
to watch over the safety of all navigating
vessels, which up to this point was nonexistent. Without the lighthouse, the ships
would frequently be attracted to land, due
to the illusion of distance, caused by a very
flat coastline with the first elevations quite
far from the sea.
46
FR
Barra et son phare!
Le phare de Barra est le plus élevé du
Portugal et l’un des plus haut du monde.
Construit entre 1885 et 1893, il a coûté
à l’époque 51.000 escudos. Sa principale
source lumineuse était obtenue grâce à un
brûleur à incandescence par la vapeur de
pétrole. Malgré son électrification en 1936,
c’est seulement en 1950 que le système
d’illumination a été alimenté à l’énergie
électrique. Bien qu’actuellement doté d’un
ascenseur, il est encore possible d’utiliser
les escaliers en colimaçon, composés d’un
premier secteur en Pierre de 271 marches
et d’un deuxième secteur métallique de
20 marches. Le foyer lumineux s’élève
à 62 m de hauteur soit 66 m au-dessus
du niveau de la mer. Actuellement, dans
les conditions normales de transparence
atmosphérique, sa portée est de 26 milles
nautiques, soit environ 42 km, interceptant
ainsi les phares de Figueira da Foz et de
Leça da Palmeira. Cette remarquable
construction commença à veiller à la
sécurité de la navigation qui jusque là ne
disposait pas de point d’orientation. Sans
le phare les embarcations de l’époque
étaient fréquemment attirées par la terre,
en raison d’une illusion d’éloignement
provoquée par une portion de côte
plane avec les premières élévations de
terrain à une grande distance de la mer.
supérieure à la moyenne nationale, il
est devenu le principal Port portugais
de par les mouvements de produits
métallurgiques et d’une grande envergure
pour les mouvements de cargaisons
fractionnées. Actuellement, c’est un
port multifonctionnel, jouant un rôle
fondamental au service des principaux
secteurs de l’industrie de sa région, tels
que l’industrie céramique, chimique
vitivinicole, métallurgique, industrie du bois
et dérivés, agro-alimentaire, construction
et automobile. La plateforme logistique
du Port d’Aveiro est aujourd’hui intégrées
dans le réseau national de plateformes
Logistiques - Portugal Logistique - qui
permettra d’abriter des opérations de
stockage de longue durée et autres
activités logistiques et industrielles.
Étant le port le plus prés de Madrid,
localisé au centre d’un important axe de
communications, bénéficiant d’excellents
accès routiers et ferroviaires, il a encore
en sa faveur l’absence de pression urbaine,
et l’avantage d’être doté de bons systèmes
de sécurité et de bonnes pratiques
de protection de l’environnement., Se
distinguant aujourd’hui par sa capacité
significative d’accostage, une des meilleures
du pays, offrant aux potentiels investisseurs
une grande capacité de terrassement pour
l’implémentation d’activités logistiques
et industrielles. La liaison ferroviaire
au Port d’Aveiro et le nouvel accès
maritime de la « Barra » marquera un
nouveau positionnement de ce Port dans
le contexte Ibérique, réaffirmant Aveiro
comme un des plus compétitifs nœuds
logistiques multimodaux du centre du
Portugal et de la Péninsule Ibérique.
ES
La barra y su faro
El “Faro de Barra” es el más alto de
Portugal, y uno de los más altos del mundo.
Fue construido entre 1885 y 1893, y en
aquella época costó 51.000 escudos. Su
principal fuente luminosa era obtenida por
incandescencia del vapor del petróleo. A
pesar de haber sido electrificado en 1936,
sólo en 1950 el sistema iluminante pasó
a ser alimentado con energía eléctrica.
Apesar de estar dotado actualmente de
un ascensor, todavía es posible subir por
su escalera de caracol, compuesta por
un 1.º sector de piedra de 271 escalones
seguido de un 2.º sector metálico de 20
escalones. El foco luminoso se eleva a
62 m de altura (66m arriba del nivel del
47
mar), siendo en la actualidad su alcance
en condiciones normales de transparencia
atmosférica de 26 millas náuticas, cerca de
42 km, interceptando los faros de Figueira
da Foz y Leça da Palmeira. Esta notable
construcción pasó a velar por la seguridad
de la navegación que hasta entonces no
disponía de un punto de orientación. Sin
el faro, las embarcaciones de la época
eran frecuentemente atraídas para la
tierra, debido a la ilusión de alejamiento,
provocada por una porción de costa muy
plana con las primeras elevaciones a gran
distancia del mar.
48
49
Cais de Bacalhoeiros
(Gafanha da Nazaré, década de 40)
Codfishing boat’s wharf at Gafanha da Nazaré
(in the fourties)
© APA
Estaleiros de São Jacinto
(década de 50)
Shipyard of São Jacinto
(in the fifties)
© APA
PT
Aveiro, uma referência
na Construção Naval
Na região de Aveiro a construção naval,
em madeira, é uma actividade multi-secular
que teve o seu apogeu no séculos XV e
XVI – beneficiando de grandes privilégios
dados pelos reis de Portugal – mas que
entrou em decadência com o fecho da
barra no final do século XVII. Nesse
período áureo da construção naval, o seu
principal centro era ao longo do Canal de
S. Roque, organizando-se os “obreiros”
como outras antigas corporações, em
torno de um santo padroeiro – no caso,
S. Roque! No entanto, após a reabertura
artificial e definitiva da barra, em 1808,
este tipo de construção naval conheceu
notável desenvolvimento, tendo aqui
sido construídos os típicos “varinos”
do Tejo, barcos para o transporte de
sal no rio Sado, tal como outros para a
pesca da Xávega. Na primeira metade do
século XX, deu-se um novo incremento,
com dezenas de navios para a pesca do
bacalhau, os quais atingiam, com alguma
frequência, mais de cinquenta metros
de comprimento, quinhentas toneladas
de arqueação e quatro mastros. Pelo
final do século XIX, a partir da década
de 80, gradualmente, ganharam fama os
Estaleiros Mónica, na Gafanha da Nazaré,
conhecendo novo período de projecção
pela 2ª metade do século XX. Esses
estaleiros chegaram a empregar mais de
250 operários, tendo produzido dezenas
de navios para a pesca do bacalhau, alguns
dos quais foram mesmo inovadores
na frota portuguesa. Mas não é só da
construção de barcos em madeira que
Aveiro tem um histórico brilhante. Em
1945, com o fim da II Grande Guerra,
os Estaleiros de S. Jacinto iniciam a sua
actividade em pleno dedicando-se à
construção naval, em ferro. Foi pioneiro
na construção de navios com a utilização
de soldadura eléctrica, tecnologia que só
vários anos depois, países com grande
tradição na construção naval, como a
Inglaterra, viriam a utilizar. Deste estaleiro
sairiam muitas outras inovações técnicas
ao mais alto nível, lançando Portugal como
referência nesta área e garantindo uma
boa actividade do estaleiro ao longo de
décadas. Inovações importantes como a
reestruturações das diferentes áreas de
trabalho dentro dos navios, o lançamento
em 1963 do primeiro navio português
com corrente alterna (iluminação e força
motriz), projecção e construção dos
primeiros navios de arrasto pela popa
50
para a pesca longínqua e costeira, bem
como, ainda assente no mesmo princípio
técnico, os primeiros navios de pesca ao
espadarte. Estas e muitas outras inovações
não só em barcos de pesca mas também
em navios-tanque, fruteiros, dragas e
rebocadores contribuíram fortemente
para o desempenho dessas embarcações
bem como para a melhoria acentuada das
condições de vida dos marinheiros. Tudo
isto, fruto de um excelente trabalho de
equipa dirigido por Carlos Roeder, que
conseguiu manter o estaleiro em boa
actividade apesar de vários contratempos
políticos e sociais, chegando a empregar
mais de 600 trabalhadores em 1975.
Em 1995, com 45 anos dedicados
à construção naval, estes estaleiros
finalizavam já no términos da sua
actividade cerca de 211 navios dos mais
variados tipos, alguns dos quais com
grande inovação tecnológica.
Actualmente, apenas um número pequeno
de navios Portugueses se dedica à
pesca, uma vez que o peixe passou a ser
importado na sua maior parte.
51
UK
Aveiro, a reference in
Shipbuilding
In the region of Aveiro, shipbuilding is an
activity, which has been around for many
centuries. It reached its peak in the 15th
and 16th century – benefiting from huge
privileges given by the kings of Portugal –
but entered into decay after they closed
the harbour entrance at the end of the
17th century. During the golden shipbuilding
period, its operational centre was along
the Canal S. Roque, where the “obreiros”
organized themselves as other old
corporations, around a patron saint – in this
case, Saint Roque!
Nevertheless, after the definite and artificial
opening of the harbour entrance in 1808,
this type of shipbuilding encountered considerable development, with the construction
of the typical Tagus “varinos”. These boats
were used to transport salt in the Sado
River, such as others were used in Xávega
fishing. During the first half of the 20th
century, a new increment came about
with dozens of cod fishing ships that quite
frequently would reach over fifty meters in
length, five hundred tons in gauging and four
masts. By the end of the 19th century, more
specifically 1880 and onwards, the Monica
Shipyards, in Gafanha da Nazaré, gradually
became famous and achieved a renewed
period of projection during the second
half of the 20th century. These shipyards
employed over 250 workers and built
dozens of cod fishing ships, some of which
were actually innovations in the portuguese
fleet.
But Aveiro’s brilliant history is not solely in
the construction of wooden ships. In 1945
at the end of World War II, the S. Jacinto
shipyard many more high-level technological
innovations surfaced, making Portugal a
reference in this area and guaranteeing work
stability throughout decades. Important
innovations were carried out based on the
same technical principle. These included
re-structuring different working areas on
ships, launching the first Portuguese ship
with alternate current (lighting and power)
in 1963, the projection and construction of
the first stern trawl fishing ships for coastal
and long-distance fishing, as well as the first
swordfish vessels.
These and many other innovations not
only in fishing boats but also in tank ships,
fruit carriers, drags and tow boats, greatly
contributed towards the performance
of these ships and to the considerable
52
improvement of the sailor’s quality of life. All
of this was achieved thanks to the excellent
teamwork, which was managed by Carlos
Roeder, who was able to maintain the
shipping yard in good working conditions
employing over 600 workers in 1975,
despite the various political and social
upheavals. With an existence of 50 years, 45
of which dedicated to shipbuilding, in 1995
these shipyards, practically at the end of
their activity, finished 211 different types of
ships, some of them with great technological
innovation. Currently, only a small number
of Portuguese ships are dedicated to fishing
due to the fact that fish is mostly imported
and is also replaced with the frozen kind.
FR
Aveiro, une référence
dans la Construction Navale
Dans la région d’Aveiro la construction
navale en bois est une activité séculaire
dont l’apogée fut au XVème et XVIème siècle
– bénéficiant à cette époque de grands
privilèges accordés par les rois du Portugal
– mais sa décadence s’est amorcée avec
la fermeture de l’entrée du port à la fin
du XVIIème siècle. A l’époque de l’âge d’or
de la construction Navale, son principal
centre se situait au Canal S. Roque où, tout
Sharpie em reparação no estaleiro do mestre
“Zé de Pardilhó” (cais da Ribeira da Aldeia , Pardilhó)
Sharpie being repared at master “Zé de Pardilhó’s” shipyard
(Ribeira da Aldeia wharf, Pardilhó)
© Luís Leitão
comme d’autres anciennes corporations,
les ouvriers s’organisaient autour de leur
saint patron, en l’occurrence, S. Roque !
Cependant, après la réouverture artificielle
et définitive de la Barre en 1808, ce
type de construction navale a connu un
remarquable développement. En effet,
c’est ici que furent construits les typiques
« Varinos » du Tage, les bateaux pour le
transport de sel sur le fleuve Sado, ainsi
que les bateaux pour la pêche Xávega.
Dans la première moitié du XXème siècle,
un nouveau développement eut lieu, des
dizaines de navires pour la pêche à la
morue sortirent de ces chantiers, certains
d’entre eux de plus de cinquante mètres
de longueur, jaugeant cinq tonneaux et
munis de quatre mâts.Vers la fin du XIXème
siècle, vers les années 80, le chantier Naval
“Mónica” situé à Gafanha da Nazaré gagna
peu à peu du prestige avec une nouvelle
période de projection à la moitié du XXème
siècle. Ces chantiers employèrent à cette
époque plus de 250 ouvriers, fabriquant
des dizaines de navire pour la pêche à la
morue, dont certains très innovateurs
pour la flotte portugaise.
Mais ce n’est pas seulement grâce à la
construction de bateaux en bois qu’Aveiro
a un historique brillant. En 1945, à la fin de
la Seconde Guerre Mondiale, les Chantiers
Navals de S. Jacinto commencèrent leur
activité se consacrant à la construction
de navires en fer. Pionniers dans la
construction du premier navire utilisant
la soudure électrique, technologie que
les pays de grande tradition dans la
construction navale, comme l’Angleterre
n’utilisèrent que plusieurs années plus
tard. De ces chantiers sortirent beaucoup
d’autres innovations techniques du plus
haut niveau, faisant du Portugal une
référence dans ce domaine et permettant
de garantir l’activité du Chantiers
pendant de longues Années. Parmi le plus
importantes innovations ont doit référer
la restructuration des différentes zones
de travail dans les navires, le lancement en
1963 du premier navire muni de courant
alterne, illumination et force motrice, la
projection et construction des premiers
navire de chalut par la poupe pour la
pêche au long cours et côtière, ainsi
que l’application de cette technique aux
premiers navires de pêche à l’espadon.
Toutes ces innovations appliquées non
seulement aux bateaux de pêches mais
aussi aux navires citerne, fruitiers, dragues
et remorques ont énormément contribué
à l’accomplissement des activités de
53
ces embarcations et à l’amélioration
des conditions de travail de la vie des
marins. Tout cela grâce à l’excellent travail
de l’équipe dirigée par Carlos Roeder,
qui réussit à maintenir le chantier en
activité malgré différents contretemps
politiques et sociaux, employant en
1975, 600 travailleurs. En 1995, après 50
ans d’existence dont 45 consacrés à la
construction navale, le chantier Naval, à la
fin de son activité, comptait la fabrication
de plus de 211 navires des modèles
les plus variés, dont certains pourvus
d’une grande innovation technologique.
Actuellement, seul un petit nombre
de navires Portugais se consacre à la
pêche, la plupart du poisson provenant
essentiellement de l’importation et
l’utilisation du poisson surgelé ayant
remplacé celle du poisson frais.
Mestre “Zé de Pardilhó” no seu estaleiro
Master “Zé de Pardilhó” at his shipyard
© Luís Leitão
ES
Aveiro, una referencia
en la Construcción Naval
En la región de Aveiro la construcción naval,
en madera, es una actividad multisecular
que tuvo su apogeo en los siglos XV y
XVI – beneficiando de grandes privilegios
dados por los reyes de Portugal – pero
que entró en decadencia con el cierre
de la barra a finales del siglo XVII. En ese
período áureo de construcción naval, su
principal centro era a lo largo del Canal de
S. Roque, organizándose los “obreros” como
otras antiguas corporaciones, en torno a
un santo patrono – en el caso, S. Roque!
Sin embargo, después de la reapertura
oficial y definitiva de Barra, en 1808, este
tipo de construcción naval conoció un
notable desarrollo, siendo construidos aquí
los típicos “varinos” del Tajo, barcos para
el transporte de la sal en el río Sado, tal
como otros para la pesca Xávega. En la
primera mitad del siglo XX, se dio un nuevo
incremento, con decenas de barcos para
la pesca del bacalao, los cuales alcanzaban,
con alguna frecuencia, más de cincuenta
metros de longitud, quinientas toneladas
de arqueo y cuatro mástiles. A finales del
siglo XIX, a partir de la década de 80,
gradualmente, ganaron fama los Estaleiros
Mónica (astilleros), en Gafanha de Nazaré,
conociendo nuevo período de proyección
en la 2.ª mitad del siglo XX. Esos astilleros
llegaron a emplear más de 250 obreros
y produjeron decenas de barcos para la
pesca del bacalao, algunos de los cuales
fueron innovadores en la flota portuguesa.
Pero no sólo es de la cons- trucción de
los barcos en madera que Aveiro tiene un
histórico brillante. En 1945 con el final de la
II Guerra Mundial, los Astilleros de S. Jacinto
inician su actividad en pleno, dedicándose
a la construcción naval, en hierro. Pionero
en el primer barco construido con la
utilización de soldadura eléctrica, tecnología
que sólo varios años después, países con
gran tradición en la construcción naval,
como Inglaterra, vendrían a utilizar de
este astillero. De éste surgieron otras
innovaciones técnicas al más alto nivel,
lanzando Portugal como referencia en
esta área y garantizando una buena
actividad del astillero a lo largo de varias
décadas. Innovaciones importantes como
la reestructuración de diferentes áreas de
trabajo dentro de los barcos, el lanzamiento
en 1963 del primer barco portugués con
corriente alterna (iluminación y fuerza
motriz), proyección y construcción de los
primeros barcos de arrastre por la popa
para la pesca lejana y costera, así como,
54
los primeros barcos de pesca al espadarte.
Éstas y muchas otras innovaciones no
sólo en barcos de pesca pero también en
navíos tanque, navíos fruteros, dragas y
revocadores contribuyeron fuertemente
para el desempeño de esas embarcaciones
así como para la mejoría de las condiciones
de vida de los marineros. Todo esto, fruto
de un excelente trabajo de equipo
dirigido por Carlos Roeder, que consiguió
mantener el astillero en buena actividad a
pesar de varios contratiempos políticos y
sociales, llegando a emplear más de 600
trabajadores en 1975. En 1995, con 50
años de existencia, de los cuales apenas
45 dedicados a la construcción naval, estos
astilleros finalizaban su actividad con cerca
de 211 navíos de los más variados tipos,
algunos de los cuales con gran innovación
tecnológica.
Actualmente apenas un pequeño número
de navíos Portugueses se dedica a la pesca
una vez que el pescado pasó, en su mayor
parte, a ser importado, además de haber
sido sustituido por el pescado congelado.
55
A Ria em São Jacinto
Ria in São Jacinto
© Luís Leitão
PT
A Ria de Aveiro e as suas
gentes | Povoação de S. Jacinto
S. Jacinto é uma pequena povoação isolada
numa península entre o mar e a Ria,
com pouco mais de mil habitantes. Teve
um enorme crescimento económico e
populacional no auge da pesca do bacalhau
em Portugal, com a instalação nesta
localidade dos estaleiros navais de Carlos
Reeder, e de uma grande área para a seca
desse peixe. Hoje em dia os estaleiros
encontram-se praticamente abandonados,
e a secagem tradicional do bacalhau
quase não existe, fruto da secagem feita
num processo industrial.O seu acesso a
Aveiro é assegurado diariamente por via
aquática através de ferryboat, enquanto a
ligação terrestre se processa pelo norte,
na direcção de Estarreja. A sua história
anda associada à Base Aérea Militar, criada
em 1917, no final da 1ª Grande Guerra,
para hidroaviões anti-submarino, sob
coordenação da Marinha Francesa. No
final da guerra, passou a Base Aeronaval
da Marinha Portuguesa e, em 1927, foi
aqui instalada a Escola de Aviação Naval
“Almirante Gago Coutinho” construindo-se , posteriormente, uma pista terrestre
que permitiu operar também com aviões
convencionais. Em 1978, a unidade
passou a integrar uma base de tropas
pára-quedistas em conjunto com o
aeródromo militar. Em 1993 a base de
pára-quedistas passou à tutela do Exército
com a denominação de Área Militar de
S. Jacinto. Actualmente, desactivada como
base militar, torna-se numa unidade de
utilização civil, como Aeródromo Municipal
de Aveiro.
UK
The Ria of Aveiro and
its people | The town of S.
Jacinto
S. Jacinto is a small town isolated in a
peninsula between the sea and the Ria
with a little over one thousand residents. It
had its greatest population and economical
growth during the height of cod fishing in
Portugal, with the installation of the São
Jacinto Shipping Yards, and of a huge drying
area for this fish. Nowadays, the shipping
yards are practically abandoned and, due
to the industrial drying process system,
the traditional drying method is practically
non-existent. Travelling to Aveiro is done
daily by ferryboat, or by land, through
the north in the direction of Estarreja. Its
history is associated to the Military Base
founded in 1917, at the end of World War
I for anti-submarine hydroplanes and was
56
under the co-ordination of the French
Navy. At the end of the war, it became
a Portuguese Naval Aircraft Base and
in 1927 the “Admiral Gago Coutinho”
Naval Aviation School was opened here.
Subsequently, a landing strip was built which
allowed conventional aircraft, besides the
hydroplanes, to operate. A paratrooper’s
base was integrated in this unit in 1978
together with the military aerodrome. In
1993 the paratrooper’s base came under
the tutelage of the Army and given the
name of S. Jacinto Military Area. Presently,
the military base has been desactivated and
in its stead surfaced the Aveiro Municipal
Aerodrome for civilian use.
FR
La Ria d’ Aveiro et sa
population | La Population de
S. Jacinto
S. Jacinto est un petit village isolé sur
une péninsule entre la mer et la Ria qui
n’a pas plus de mille habitants. Cette
localité a connu une énorme croissance
économique et de sa population lors de
l’apogée de la pêche à la morue, grâce à
l’installation des Chantiers Navals de S.
Jacinto et d’une grande superficie destinée
au séchage de la morue. De nos jours,
les chantiers Navals sont pratiquement
abandonnés et le séchage traditionnel
de la morue n’existe pratiquement plus,
résultat du séchage fait par procédé
industriel. L’accès à Aveiro est assuré
quotidiennement par voie aquatique
grâce au Ferryboat, alors que la liaison
terrestre se fait par le Nord en direction
d’Estarreja. Son histoire est associée à la
Base Aérienne Militaire créée en 1917, à
la fin de la 1ère Guerre Mondiale. C’était
une base pour hydro-avions anti-sousmarin qui se trouvait sous la coordination
de la Marine Française. A la fin de la
guerre, elle est devenue la base Aéronavale
de la Marine Portugaise et en 1927, on y
installa l’Ecole d’Aviation Navale “Amiral
Gago Coutinho” et une piste terrestre fut
construite postérieurement, permettant
également aux avions conventionnels d’y
opérer en plus des hydravions. En 1978,
cet aérodrome militaire a intégré une base
de troupes de parachutistes. En 1993 la
base de parachutistes est passée sous la
tutelle de l’armée sous la dénomination de
Zone Militaire de S. Jacinto. Actuellement
dépourvu de toute activité militaire, elle
s’est transformée en unité d’utilisation
civile en tant qu’Aérodrome Municipal
d’Aveiro.
ES
La Ría de Aveiro y sus
gentes | Pueblo de S. Jacinto
S. Jacinto es un pequeño pueblo aislado
en una península entre el mar y la Ría,
con poco más de mil habitantes. Tuvo
un enorme crecimiento económico y
poblacional en el auge de la pesca del
bacalao en Portugal, con la instalación en
esta localidad de los Astilleros Navales
de São Jacinto y de una gran área para el
secado de ese pescado. Hoy en día los
astilleros se encuentran prácticamente
abandonados y el secado tradicional del
bacalao casi no existe, fruto del secado
hecho a través de procesos industriales.
Su acceso a Aveiro es asegurado
diariamente por vía acuática a través
de ferryboat, mientras que la conexión
terrestre se procesa por el norte, en
el sentido de Estarreja. Su historia está
asociada a la Base Aérea Militar, creada en
1917, a finales de la 1.ª Guerra Mundial,
para hidroaviones anti-submarino, bajo
la coordinación de la Marina Francesa. Al
final de la guerra, pasó a Base Aeronaval
de la Marina Portuguesa y, en 1927, fue
aquí instalada la Escuela de Aviación
Naval “Almirante Gago Coutinho”
construyéndose, posteriormente, una
pista terrestre que permitió operar con
hidroaviones y con aviones convencionales.
57
En 1978, la unidad pasó a integrar una base
de tropas paracaidistas juntamente con
el aeródromo militar. En 1993 la base de
paracaidista pasó a tutela del Ejército con la
denominación de Área Militar de S. Jacinto.
Actualmente, desactivada de la actividad
militar, se convierte en una unidad de
utilización civil, como Aeródromo Municipal
de Aveiro.
PT
Povoação da Costa Nova
do Prado
A Costa Nova nasceu de um pequeno
aglomerado de pescadores, edificado
sobre uma estreita faixa dunar, entre o
Atlântico e a Ria de Aveiro, com menos
de um quilómetro de largura e constante
ameaça do mar. E ainda hoje é possível
descobrir sinais dos condicionalismos
impostos por essas condições adversas,
que contudo, não impediram a proliferação
de prédios de betão.
À primeira vista, as ruas e escadarias são
estreitas, como estreitos são os edifícios,
de piso térreo e andar superior. Mas é
o conjunto que deslumbra, em múltiplo
colorido dessas pequenas vivendas feitas
com base de madeira.
A povoação terá começado no início
do século XIX, aquando da abertura
da barra em 1808, já que esta obra
marítima obrigou os pescadores da Arte
Xávega em S. Jacinto, a deslocar-se para
Sul da barra. Fixaram-se, então, em frente
à Gafanha da Encarnação, onde existia
um enorme espaço verde e chamaram
ao lugar Costa Nova do Prado (nova, em
relação à “costa velha” – a de S. Jacinto – e
Prado, pelo espaço verde). A princípio, a
Costa Nova era um povoado de palheiros
- construções de tábuas sobrepostas e
cobertas a colmo ou caniço – destinadas
à guarda de alfaias da apanha do moliço e
da pesca. Posteriormente vieram outras
famílias, e a pouco e pouco os palheiros
foram dando lugar a habitações correntes
e de veraneio, pois pelos meados da
primeira metade de Oitocentos começou
a ser “chic” ir a banhos, nomeadamente
as famílias burguesas e culturalmente mais
evoluídas. Actualmente, esta praia é um
bom cartaz turístico atraindo milhares de
turistas no Verão… mas é muito agradável
passeá-la no Outono!
UK
The town of Costa Nova
do Prado
Costa Nova originated with a small group of
fishermen and was built on a narrow sandy
coastal cord between the Atlantic and the
Ria of Aveiro, with less than one kilometre
in width and constantly threatened by the
sea. It is still possible today to discover
signs of these circumstances, which were
inflicted by adverse conditions, despite the
proliferation of concrete buildings…
At a first glance, the streets and stairways
are narrow, and the buildings are also
narrow with a ground and first floor. But, in
fact, it is the whole picture of those small
wood-built, multiple coloured houses that
takes your breath away. The town was
founded, quite possibly, in the beginning
of the 19th century, when the harbour
entrance was opened (in 1808), due to the
fact that this nautical construction forced
the S. Jacinto Arte Xávega fishermen to
move south of the harbour. Therefore,
they fixed residence opposite Gafanha da
Encarnação, where a vast green area existed
and they named it the town of Costa Nova
do Prado (nova (new), in relation to “costa
velha” (old coast) – at S. Jacinto – and
Prado for its green area). In the beginning,
Costa Nova was a town of palheiros – built
with overlapping boards of wood and
covered with straw or canes destined for
sheltering tools that were used for gathering
seaweed and fishing. Later, other families
came and slowly the palheiros gave way
58
to regular residential homes and holiday
retreats. During the mid-1800’s it became
“chic” to go bathing, namely the more
culturally advanced and bourgeoisie families.
At present, this beach is an excellent tourist
poster attracting thousands of tourists
during the summer…but it is also very
pleasant to go for walks there during the
autumn months!
FR
Le village de Costa Nova
do Prado
Costa Nova est né d’une petite
agglomération de pêcheurs. Situé sur un
étroit ruban dunaire entre l’Atlantique et
la Ria, ce village de moins d’un kilomètre
de largeur est sous constante menace
de la mer. Aujourd’hui encore, il est
possible de découvrir les signes des règles
imposées par ces conditions adverses,
malgré la prolifération d’immeubles en
béton... À première vue, les rues et les
escaliers sont étroits, tout comme les
édifices, avec ou sans étage. Mais c’est
l’ensemble qui éblouit, en raison des
couleurs multiples de ces petites villas
construites en bois. Le peuplement de
ce village aurait commencé au début
du XIXème siècle, lors de l’ouverture de
l’entrée du port en 1808. En effet, ce
Vista aérea da Costa Nova
Bird’s eye view of Costa Nova
© Romeu Bio
As casas típicas da Costa Nova
Typical houses in Costa Nova
© João Nunes da Silva
chantier maritime obligea les pêcheurs de
l’Art Xávega de S. Jacinto, à se déplacer
vers le sud de l’entrée du port. C’est ainsi
qu’ils se fixèrent en face de Gafanha da
Encarnação, où existait un énorme espace
vert qu’ils appelèrent Costa Nova do
Prado (“nova” voulant dire Nouvelle, en
raison de la « Costa velha » vieille côte
qu’il avaient quittée – S. Jacinto – et Prado,
signifiant prairie en raison de l’espace
vert. Au début, Costa Nova était un village
de paillottes - constructions en planche
superposées et couvertes de chaume
ou de roseaux – destinées à garder les
instruments du ramassage d’algues et de la
pêche. Postérieurement, vinrent d’autres
familles et petit à petit les paillottes se
transformèrent en habitations courantes
et de villégiature. En effet, dans la première
moitié des années mille huit cents, pour
les familles bourgeoises et au niveau
culturel plus élevé cela faisait chic d’aller
prendre un bain. Actuellement cette plage
est une belle affiche touristique, attirant
des milliers de touristes tous les étés…
Mais il est également très agréable de s’y
promener en Automne!
59
Acesso à praia (São Jacinto)
Access to the beach (São Jacinto)
© João Nunes da Silva
ES
Pueblo de Costa Nova
do Prado
Costa Nova nació de un pequeño
aglomerado de pescadores, edificado
sobre una estrecha porción dunar, entre
el Atlántico y la Ría de Aveiro, con menos
de 1 km de anchura y constante amenaza
del mar. Hoy todavía es posible descubrir
señales de condicionantes impuestas por
esas condiciones adversas, a pesar de la
proliferación de edificios de concreto…A
primera vista, las calles y las escaleras son
estrechas, así como los edificios, de planta
baja y planta superior. Pero es el conjunto
que deslumbra por el múltiplo colorido de
las pequeñas casas hechas en madera. La
población habrá empezado en inicios del
siglo XIX, cuando se dio la apertura de la
barra (en 1808), ya que esta obra marítima
obligó a los pescadores del Arte Xávega
en S. Jacinto, a desplazarse hacia el Sur
de la barra. Se fijaron, entonces, enfrente
a Gafanha de Nazaré, donde existía un
enorme espacio verde y llamaron al lugar
Costa Nova do Prado (nova, relativo a la
“costa vieja” – la de S. Jacinto – y Prado,
por el espacio verde). Inicialmente, Costa
Nova era un pueblo de palheiros (chozas)
– construcciones en tablas de madera
sobrepuestas y cubiertas de colmo o cañas
- donde se guardaban los utensilios que se
usaban en la pesca y para coger el moliço.
Posteriormente vinieron otras familias, y
poco a poco los palheiros se convirtieron
en habitaciones corrientes y de veraneo,
ya que a mediados de la primera mitad de
Ochocientos empezó a ser “chic” bañarse
en el mar, sobre todo por parte de las
familias burguesas y cultas. Actualmente, esta
playa es un buen cartel turístico, atrayendo
millares de turistas en el Verano… pero es
muy agradable pasear por sus calles durante
el otoño!
PT
Outras Povoações
Outras povoações como as Gafanhas,
Murtosa, Torreira,Vagueira e Mira são
banhadas pela Ria, beneficiando dela
para o seu desenvolvimento económico.
Tradicionalmente, através das pescas na
laguna ou agro-pecuária à beira Ria e,
mais recentemente, usufruindo da sua
originalidade e genuinidade como cartaz
turístico.
UK
Other Towns
Other towns such as the Gafanhas, Murtosa,
Torreira, Vagueira and Mira are bathed by
the Ria and thanks to it reap economic
benefits. This is achieved through the
60
traditional fishing in the lagoon or farming
and cattle raising by the banks and more
recently, is taking advantage of its originality
and genuineness as a tourist attraction.
FR
Autres populations
D’autres populations comme Gafanha
Murtosa, Torreira,Vagueira et Mira sont
baignées par la Ria, bénéficiant ainsi
de celle-ci pour leur développement
économique. Traditionnellement grâce à la
pêche dans la lagune ou à l’élevage au bord
de la Ria et, plus récemment, jonissant
de son originalité et de sa particularité
comme affiche touristique.
ES
Otros Pueblos
Otros pueblos como Gafanha, Murtosa,
Torreira, Vagueira y Mira son bañadas por la
Ría, beneficiando de ella para su desarrollo
económico. Tradicionalmente a través de las
pescas en la laguna o agro-pecuaria a orillas
de la Ría y, más recientemente, disfrutando
de su originalidad y genuinidad como afiche
turístico.
61
BIBLIOGRAFIA E FONTES
FICHA TÉCNICA
CONTACTOS ÚTEIS
“OS ESTALEIROS DE SÃO JACINTO - 50
ANOS DE HISTÓRIA”,
Henrique Moutela - Janeiro de 1990
(retirado da página Web dos Estaleiros de
São Jacinto)
AUTOR:
Luís Leitão
Segurança /Security
PSP /City Police...................... 234 302 510
962 000 437
Bombeiros /Firemen............ 234 422 122
234 422 333
“PINTURAS DOS BARCOS DA RIA”,
Helder Pacheco (Boletins Culturais da
página Web da ADERAV)
“MOLICEIROS”, Diamantino Dias (1971)
Edição da Comissão Municipal de Turismo
de Aveiro
TRADUÇÃO:
International House, Aveiro
“A PRINCESA SANTA JOANA E A SUA
ÉPOCA” (1452 – 1490), de Mons. João
Gonçalves Gaspar - 2ª edição (corrigida),
1988
“AVEIRO MEDIAVAL”, Maria João Violante
Branco Marques da Silva - edição da
Câmara Municipal de Aveiro, 1991
“MOLICEIROS DA RIA DE AVEIRO”,
Câmara Municipal de Aveiro, 1997
TEXTOS: (originais e adaptados)
Luís Leitão
CARTOGRAFIA:
Luís Pinto
DESIGN GRÁFICO:
Nuno Alexandre Oliveira
José Miguel Cardoso
www.nunoalexandre.com
FOTOGRAFIA:
João Nunes da Silva, Romeu Bio, Luís
Leitão, Sérgio Dias e Paulo Magalhães.
COLABORADORES:
Amaro Neves, Célia Laranjeira, Fernando
Leão, João Nunes da Silva e Rogério Leitão.
“AZULEJARIA ANTIGA EM AVEIRO”,
Amaro Neves, Aveiro, 1985
EDIÇÃO:
I000Cerimónias – Organização de Eventos,
Lda, Julho de 2009
“AVEIRO – HISTÓRIA E ARTE”,
Amaro Neves, Aveiro, 1984
IMPRESSÃO:
4Kromos – Actividades Gráficas, Lda
“CONSTRUÇÃO NAVAL EM MADEIRA
NA REGIÃO AVEIRENSE”
Destaque | Cardoso Ferreira | 13/11/2003
Copyright © Correio do Vouga
TIRAGEM:
4.000 exemplares
Saúde /Health
INEM /Emergency..................112
CIAV / anti-venenos /Urgency Anti-poison ................................................ 808 250 143
Hospital................................ 234 378 300
Transportes /Transports
CP /Railway Station................ 808 208 208
Taxi......................................... 234 423 766 234 385 799
Informação Turística /Tourist
Information
Turismo do Centro de Portugal:
234 420 760
[email protected]
Aveiro Welcome Centre:
234 377 761
[email protected]
I000Cerimónias, Lda
936 654 581 | www.sensacoes.pt
Hotelaria de Referência da Região
/Places of Reference to Stay
DEPÓSITO LEGAL: _ _ _ _ _ _
“ROTA DA ARTE NOVA” | Aveiro |
Portugal, Região de Turismo Rota da Luz
Aveiro
BiniBag Guest House (alojamento local)
927 894 095 /6/7
[email protected]
Hotel Afonso V * * * (residencial)
234 425 191 | www.hoteisafonsov.com.pt
Hotel as Américas * * * * (residencial)
234 346 010 | www.hotelasamericas.com
62
Hotel Imperial * * *
234 380 150 | www.hotelimperial.pt
Hotel Jardim Afonso V * * * (residencial)
234 426 514 | www.hoteisafonsov.com.pt
Hotel Meliá Ria * * * *
234 401 000 | [email protected]
Pensão Palmeira (residencial) 3ª
234 422 521
www.residencialpalmeira.com
Ílhavo
Pensão Jardim 3ª
932 522 436 | www.pensaojardim.com
Oliveira do Bairro
Hotel Paraíso * * *
234 740 300 | www.hotelparaiso.com
Murtosa
Aparthotel Jardins da Ria * * * *
234 860 720 | www.jardinsdaria.com
Ovar
Aqua Hotel * * *
256 575 105 | www.aquahotel.pt
Estalagem Riabela * * * *
234 838 091 | www.riabela.com
Pousada da Ria
234 860 180 | www.pousadas.pt
Vale de Cambra
Estalagem Quinta Progresso * * * *
256 410 890 | www.quintaprogresso.com
APOIOS
Tlm: 967 088 183
International
House
Escolas de Línguas
Aveiro | 234 426 923 | www.ihaveiro.com
63
Esta publicação pretende dar-lhe
a conhecer a cidade de Aveiro e a
região envolvente no âmbito cultural,
socioeconómico, geográfico e ambiental,
tendo como ponto de partida um dos
seus elementos diferenciadores, a Ria.
Elaborámos vários Programas Turísticos
na Ria de Aveiro. Esta publicação pretende
ser um guia do seu passeio mas sobretudo
uma recordação que fica e o desperta
para outras temáticas da região.
This brochure intends to introduce you to
the city of Aveiro and the surrounding area
in its environmental, geographical, socioeconomical and cultural context. We have
planned several Tourist Programs on the
Ria of Aveiro. This brochure will serve as
your guide during the trip, but it will also be
a reminder that will awaken you to other
regional events.
Reflexo de um moliceiro na Ria
Reflection of a “moliceiro” on the Ria
© João Nunes da Silva
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na Ria de Aveiro