EQE038 – Simulação e Otimização de Processos Químicos PFR: Métodos de Discretização Argimiro R. Secchi Programa de Engenharia Química – COPPE/UFRJ Rio de Janeiro, RJ EQ/UFRJ março de 2014 1 Modelo Dinâmico de um Reator Tubular Considerações: • Propriedades físicas constantes (, , cp); • Fluido Newtoniano; • Simetria angular; • vr = v = 0 2 Classificação dos modelos de acordo com os princípios físico-químicos Modelo Microscópico Modelo de Gradientes Múltiplos Modelo de Máximo Gradiente Modelo de Macroscópico 3 Modelo Microscópico: ( .v ) 0 C i vz (r , t ) t cp vz vz (r , t ) T t v t Ci z ( C i v ) ( D c p v z ( r , t ) T z (l ) C i ) Ri c p ( v T ) ( k v v [ v v ] P (l ) (l ) T ) ( (l ) v v ) Sr (l ) (t ) (t ) v g 2 Modelo de turbulência (exemplo simples): v c i J i (t ) D c p vT q v v (t ) (t ) (t ) Ci k T (t ) (t ) v Computational Fluid Dynamic (CFD) 4 Método de resolução recomendado Volumes Finitos: Consiste na realização de balanços de propriedades em volumes elementares (volumes finitos), ou de forma equivalente na integração sobre o volume elementar da equação diferencial na forma conservativa (ou forma divergente, onde os fluxos aparecem dentro das derivadas). Uso de softwares de CFD (dinâmica de fluido computacional) 5 Exemplo simples do uso do método dos volumes finitos: Equação da reação-difusão transiente em uma partícula catalítica esférica C t 1 2 C 2 r C (r , t ) 2 r r r C r reação de primeira ordem 0 ; C (1, t ) 1 r 0 C ( r , 0) C 0 dV 4 r dr 2 e w C e C r 2 dr r 2 t r w e 2 r 2 C dr w 6 Exemplo simples do uso do método dos volumes finitos e C r dr 2 Cp w e r dr 2 e 3 r 2 e r 2 w C r dr valor médio 2 w w dC p dt e 3 r 3 e dC p dt AW rw 3 2 C 2 r Cp r w C r r re AW CW A p C p AE C E 2 C p 3 rw2 re3 rw3 rw re2 rw2 Ap 3 3 re rw re rw 3 CE C p C re r r rw C p CW rw p = 2, ..., N 1 AE 3 re2 re3 rw3 re 7 Exemplo simples do uso do método dos volumes finitos Condições de contorno C r C 0 r rw Sistema resultante: dC AC b re Ce C p rf 1 Cp rf onde A é matriz tridiagonal dt Ou um sistema não-linear para reações de ordem 1: dC F(C) dt 8 Modelo de Gradientes Múltiplos: D D C i t cp vz t (t ) D vz (r , t ) T t k k (l ) C i z (t ) k (l ) (t ) (l ) ( D C i ) Ri c p v z ( r , t ) T z ( k T ) v S r P v z g 2 Condições de Contorno: vz , C i0 , T0 zo na de re aç ão z= 0 z = 0¯ z= L z = 0+ z = L¯ z = L+ 9 Balanço de massa por componente (removendo a notação de média temporal): C i t Ci 2 D z (r , t ) z 2 C i C i 1 Ri r D R (r , t ) vz (r , t ) r r r z v z ( r , t ) C i 0 ( t ) v z ( r , t ) C i (0, r , t ) D z ( r , t ) Ci z Ci r Ci r C i (0, r , t ) z ( L,r,t) 0 Sem reação na saída ( z , 0, t ) 0 Simetria (z, R ,t ) 0 Parede impermeável C i ( z , r , 0) C i _ in ( z , r ) Condição inicial 10 Balanço de energia (removendo a notação de média temporal): cp T t T 2 k z (r , t ) z 2 1 T T r k ( r , t ) c v ( r , t ) H r R A R p z r r r z v z ( r , t ) T 0 ( t ) v z ( r , t ) T (0, r , t ) T z T r k z ( r , t ) T (0, r , t ) cp z (L, r, t) 0 Sem reação na saída ( z , 0, t ) 0 Simetria kR (R,t) T r ( z , R , t ) U Tw T ( z , R , t ) T ( z , r , 0) Tin ( z , r ) Troca de calor pela parede Condição inicial 11 Balanço de quantidade de movimento (removendo a notação de média temporal): vz 1 v z r t z r r r vz r P (0, t ) 0 Simetria vz ( R , t ) 0 Parede imóvel v z ( r , 0) v z _ in ( r ) Condição inicial 12 Simplificação adicional: - coeficientes difusivos efetivos constantes - velocidade constante C i t cp 2 DL T t v z C i 0 ( t ) v z C i (0, r , t ) D L Ci z Ci r Ci r ( L,r,t) 0 Ci z 2 T C i D R C i r v Ri z r r r z 2 kL z 2 C i (0, r , t ) z k R T T r c v H r RA p z r r r z v z T 0 ( t ) v z T (0, r , t ) T z ( z , 0, t ) 0 T r (z, R ,t ) 0 C i ( z , r , 0) C i _ in ( z , r ) kR k L T (0, r , t ) cp z (L, r, t) 0 ( z , 0, t ) 0 T r ( z , R , t ) U Tw T ( z , R , t ) T ( z , r , 0) Tin ( z , r ) 13 Métodos de resolução de S.E.D.P. Para simulação dinâmica o mais indicado é o método das linhas: - discretização espacial (diferenças finitas, volumes finitos, elementos finitos) - integração temporal Exemplo: diferenças finitas na direção axial e colocação ortogonal na radial dC i , j , k dt cp dT j , k dt onde: C i , j 1, k 2 C i , j , k C i , j 1, k C i , j 1, k C i , j 1, k n 1 DL 4 D u B A C v Ri , j ,k R k k ,m k ,m i , j ,m z 2 z 2z m 0 T j 1, k 2 T j , k T j 1, k T j 1, k T j 1, k n 1 kL 4 k R u k B k , m Ak , m T j , m c p v z H r R A , j ,k 2 z 2z m0 n 1 u r 2 lm (u ) u up u p0 m up Ak . m 2 dl m ( u k ) Bk ,m du pm j = 1,2,...,N k = 1,2,...,n ( , ) n 1 y (u ) P d lm (u k ) n 1 (u ) du l m 0 m 2 (u ) y m 14 Métodos de resolução de S.E.D.P. Condições de contorno C i ,2 ,k C i 0 (t ) v z C i 0 ( t ) v z C i ,1, k D L 2z v z T0 ( t ) v z T1, k C i , N 1, k C i , N , k 0 T N 1, k T N , k 0 n 1 n 1 A0 , m C i , j , m 0 m0 A0 , m T j , m 0 m0 n 1 n 1 k L T 2 , k T0 ( t ) cp 2z k R An 1, m T j , m U T w T j , n 1 An 1, m C i , j , m 0 m0 m 0 C i , j , k C i _ in , j , k T j , k Tin , j , k j = 1,2,...,N k = 1,2,...,n Resulta em um sistema de equações algébrico-diferenciais, ou somente diferenciais se as condições de contorno (lineares) forem incorporadas nas equações diferenciais 15 Outro Modelo de Gradientes Múltiplos: (ignorando gradientes radiais) PFR com dispersão axial R C i t Ci 2 DL z 2 vz C i z Ri v z C i 0 ( t ) v z C i (0, t ) D L C i z Ci ( z, t) C i ( r , z , t ) r dr 0 R r dr C i (0, t ) 0 z (L, t) 0 C i ( z , 0) C i _ in ( z ) R cp T t T 2 kL z 2 c p vz v z T 0 ( t ) v z T (0, t ) T z T z 2U R Tw T H r k L T (0, t ) cp RA T ( z, t) T (r , z, t ) r dr 0 R r dr 0 z (L, t) 0 T ( z , 0) Tin ( z ) 16 Métodos de resolução do S.E.D.P. Método das linhas: - discretização espacial (D.F., V.F., colocação ortogonal em elementos finitos) - integração temporal Exemplo: diferenças finitas na direção axial dC i , j dt cp C i , j 1 2 C i , j C i , j 1 C i , j 1 C i , j 1 DL vz Ri , j 2 z 2 z T j 1 2 T j T j 1 kL 2 dt z dT j v z C i 0 ( t ) v z C i ,1 C i ,2 C i 0 ( t ) DL 2z C i , N 1 C i , N 0 C i , j C i _ in , j T j 1 T j 1 c p vz 2z j = 1,2,...,N 2U Tw T j H r R A , j R v z T0 ( t ) v z T1 k L T 2 T0 ( t ) cp 2z T N 1 T N 0 T j Tin , j 17 Modelo de Gradiente Máximo: (ignorando dispersão axial) PFR sem dispersão axial C i t vz C i z Ri C i (0, t ) C i 0 ( t ) C i ( z , 0) C i _ in ( z ) cp T t c p v z T z 2U R Tw T H r RA T (0, t ) T0 ( t ) T ( z , 0) Tin ( z ) Resulta em um sistema de equações diferenciais ordinárias ao aplicar o método das linhas 18 Modelo de Macroscópico: L V dC i dt C i 0 (t ) v z S C i v z S Ri V C i (t ) C i ( z , t ) S dz 0 L S dz 0 C i (0 ) C i _ in L cp V dT dt c p v z S T 0 ( t ) c p v z S T U At ( T w T ) H r R A V T (t ) T ( z , t ) S dz 0 L S dz T (0) Tin 0 Resulta em um sistema de equações diferenciais ordinárias 19 Esquema da aplicação do MCO ao EMSO • Contornos • Pontos Internos • Alfa e Beta Simulador EMSO Plugin Rotina de cálculo das raízes e matrizes • Raízes de Jacobi • Matriz A e B DD as Plugin (Type=“OCFEM”, Boundary="BOTH”, InternalPoints=5 alfa=1, beta=1) Plugin: ocfem_emso.dll 20 Reator de leito fixo com dispersão axial (reação de ordem m) y y x 1 y 2 Pe x 2 Da y m Condições de contorno: 1 y P e x y x 1 y ( , 0) ou y ( , 0) 1 x0 0 x 1 Condição inicial: y (0, x ) 0 21 Sistema de Equações Diferenciais Parciais – Método das Linhas com D.F. e Colocação Ortogonal – Exemplo: adicionar o Plugin ocfem_emso.dll e executar os flowsheets dos arquivos FDM_ss.mso, OCM_ss.mso e OCFEM_ss.mso e comparar os resultados das discretizações. Fazer o mesmo para o caso transiente nos arquivos FDM_din.mso e OCM_din.mso. 22 Comparando os Resultados 1.2000 1.2000 1.0000 1.0000 0.8000 0.8000 0.6000 0.6000 0.4000 0.4000 0.2000 0.2000 0.0000 0.0000 0.2000 0.4000 0.6000 0.8000 1.0000 0.0000 0.0000 0.2000 0.4000 0.6000 0.8000 1.0000 MCO pelo EMSO 1 1 Número de pontos internos: 5 Método das Diferenças Finitas Número de pontos internos: 6000 y(x=1) = 0.151475 (erro de 0.038%) y(x=1) = 0.15155 (erro de 0.087%) y(x=1) = 0.151418 (exato) 23 Estudo de Caso • Produção de anidrido acético em reator PFR adiabático – O anidrido acético, em especial, é um dos mais importantes produtos químicos, e freqüentemente é preparado pela reação de um ácido acético com um composto chamado ceteno, obtido a partir do aquecimento da acetona a 700-770oC. – Etapa importante é o craqueamento em fase vapor de acetona para ceteno e metano: C H 3C O C H 3 C H 2 C O C H 4 – A segunda etapa é a reação do ceteno com ácido acético. C H 2 C O C H 3C O O H C H 3C O O Ref: G. V. Jeffreys, A Problem in Chemical Engineering Design: The Manufacture of Acetic Anhydride, 2nd ed. (London: Institution of Chemical Engineers, 1964) 24 Estudo de Caso • Definição do problema – A primeira etapa da produção é realizada através de uma reação na fase vapor de acetona em um reator tubular (PFR) adiabático. onde A = acetona; B = ceteno e C = metano A B C – A reação é de 1a ordem em relação à cetona na reação de craqueamento, com constante de Arrhenius dada por: • k – segundos • T – Kelvin 34222 k exp 34.34 T 25 Estudo de Caso • Descrição do Processo – Geometria do reator • um reator tubular adiabático contínuo; • contém um banco de 1000 tubos de 1 in sch. 40 correspondendo uma seção transversal de 0,557 m2; • com comprimento total de 2,28 m; – Condições de operação • temperatura da carga 762oC (1035 K); • pressão de operação de 1,6 atm • vazão de 8000 kg/h (137,9 kmol/h); – Composição • Acetona (ACETONE), Ceteno (KETENE) e Metano (METHANE) • alimentação de acetona pura – Cinética • • • • ocorre uma reação de primeira ordem, fator pré-exponencial (k0): 8,2 x 1014 s-1 energia de ativação (E/R): 34222 K calor da reação de -80,77 kJ/mol 26 Estudo de Caso – Produção de anidrido acético – Exemplo: executar o FlowSheet do arquivo PFR_Adiabatico.mso e construir os perfis de temperatura e composição no estado estacionário. Mostrar também a evolução do perfil de temperatura da condição inicial até o estado estacionário. Discutir o tipo e a qualidade da discretização usada neste exemplo. 27 Exercícios 1) Resolver o problema da reação-difusão em uma partícula catalítica esférica, descrito por: y 1 y 2 y 2 1/ 2 2 r y t r r r y r 0 y (t , r ) r 1 1 y (t , r ) t 0 0 r 0 2 (m ódulo de T hiele) 2) Apresentar os resultados do exemplo do slide 27. 28 Bibliografia • Himmelblau, D. M. & Bischoff, K. B., "Process Analysis and Simulation - Deterministic Systems", John Wiley & Sons, 1968. • Finlayson, B. A., "The Method of Weighted Residuals and Variational Principles with Application in Fluid Mechanics, Heat and Mass Transfer", Academic Press, 1972. • Villadsen, J. & Michelsen, M. L., "Solution of Differential Equation Models by Polynomial Approximation", PrenticeHall, 1978. • Davis, M. 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