Internato e Pós-Graduação Postgraduate Education Barvalento Médico 2008; 2 (vol.1): 41-42 Pequeno grupo de formação reunindo Médicos de Família de Israel, Irlanda, Islândia, Itália, Lituânia, Malta, Portugal e Roménia. Caldas de Monchique, 2006 (no âmbito do Curso EURACTLeonardo para Professores e Orientadores de MG Small group of family Physicians from Israel, Ireland, Iceland, Italy, Malta, Portugal and Romania at work (“The EURACT - Leonardo Course for Trainers in Family Medicine“, Monchique 2006) CME/CPD in General Practice/Family Medicine Time for decisions Luís Filipe R. A. Gomes, EMGF CONTINUOUS MEDICAL EDUCATION Continuous medical education (CME) is the process by which physicians keep themselves up-to-date. It is a necessary activity in order to improve quality of care. As an ethical imperative, CME induces a continuous search for excellence in performance, together with a constant analysis of what is being done, and how. EDUCAÇÃO MÉDICA CONTÍNUA A Educação Médica Contínua (EMC) é o processo pelo qual os médicos se mantêm actualizados. É uma actividade indispensável ao incremento da qualidade dos cuidados de saúde. Sendo um imperativo ético, a EMC induz a busca continuada da excelência nos desempenhos e a análise constante do que está a ser feito, e como. A EMC TRADICIONAL A EMC tradicional provou, no entanto, ser pouco eficaz na promoção de mudanças no âmbito das competências e dos desempenhos. Múltiplos estudos demonstraram que seminários, conferências, cursos e congressos não têm quase impacto sobre a prática profissional quotidiana (Davis et al, 1995). Por isso pretendemos que a EMC – o que se ensina – evolua para o Desenvolvimento Profissional Contínuo (DPC) – o que se aprende. O processo envolve a integração das tradicionais opções da EMC com o desenvolvimento da qualidade num quadro de EMC auto-dirigida que envolva a definição das necessidades de aprendizagem, a identificação e selecção das actividades formativas adequadas e a avaliação dos seus resultados. ORGANIZAR A MUDANÇA Presentemente, no nosso como em muitos outros países, o DPC é mais um conceito que uma realidade – mas tal situação pode e deve mudar. Para que que tal aconteça é essencial que os Médicos disponham de TRADICIONAL CME Traditional CME, however, proved to be unsuccessful in changing competences and performances. Several studies showed us that seminars, lectures, courses and congresses have almost no impact on changes in practice performance (Davis ea. 1995). That’s why we need CME – what we teach – to move towards Continuous Professional Development (CPD) – what we learn. The process involves integrating traditional options for CME and quality development in a frame of self-directed CME, involving the definition of learning needs, the identification and selection of adequate learning activities and the evaluation of learning outcomes. ORGANISING THE CHANGE At present, in our as in many other Countries, CPD is more a concept than a reality – but this situation can and must change. In order to achieve this, Doctors should have clear written CPD policies. It is also unavoidable the need for financing and for protected time availability. In General Practice/Family Medicine, with its broadspectrum knowledge, isolated practicing and higher 41 Barlavento Médico Educação Médica Contínua e Desenvolvimento Profissional Contínuo em MGF Tempo de Decisões uma política clara e documentada de DPC. É também inevitável a necessidade de financiamento e de tempo alocado especialmente para as actividades necessárias. Particularmente na área da Medicina Geral e Familiar (MGF) – dado o conhecimento de largo espectro, o prevalente isolamento da sua prática quotidiana e os elevados níveis de incerteza na tomada de decisões que lhe são próprios – a actualização constante é de suprema importância. Assim, ao nível Regional, a Administração de Saúde decidiu assumir a responsabilidade pela organização das actividades de EMC/DPC, entendendo-as como parte essencial do trabalho normal dos Médicos. Num esforço complementar, espera-se que estes profissionais apoiem e promovam de forma efectiva uma cultura orientada para a educação, firmemente assente na aprendizagem ao longo da vida, sustentada pela investigação, pela efectividade e auditoria clínicas. Barlavento Médico 42 OS PEQUENOS GRUPOS DE FORMAÇÃO Neste ponto de viragem da EMC tradicional para o DPC, a EMC baseada na dinâmica dos pequenos grupos de formação afirma-se internacionalmente como o método mais valioso: estes grupos respondem às necessidades educacionais do próprio grupo, dos Médicos enquanto indivíduos – de acordo com os seus planos pessoais de desenvolvimento – e às necessidades sugeridas pela prática. É nesse sentido que se desenha o Plano Regional de Educação Médica Contínua do Algarve, actualmente em fase inicial de concretização. O Plano visa propiciar oportunidades formativas que interfiram minimamente nas actividades clínicas diárias, providenciando educação e apoio contínuos, desenvolvendo a comunicação inter-pares e estimulando a auto-avaliação e a auditoria. A formação será baseada no trabalho de pequenos grupos de CG/MF que se encontram regularmente, de acordo com um plano prévio, a fim de discutir problemas comuns e importantes do âmbito da MGF. Os grupos serão facilitados por um “tutor” – um CG/MF especialmente preparado para o efeito e regularmente avaliado. Este tipo de organização permite que o fluxo de decisão se oriente nos dois sentidos da escala hierárquica – sendo fácil à Administração transmitir as suas orientações à base bem como aos profissionais nos grupos fazerem ouvir as suas opiniões de peritos. E, usualmente, suscita o apoio apaixonado dos Médicos envolvidos! TEMPO DE DECISÕES É tempo de concretizar estratégias organizacionais que acompanhem os padrões educativos actuais da prática médica, por forma a promover a qualidade dos cuidados prestados e a corresponder às necessidades de saúde das populações, incrementando, no mesmo passo, a satisfação profissional e pessoal dos Médicos! levels of incertitude in decision making, constant updating is of paramount importance. At the regional level, the Health Administration decided to bear the responsibility for organising CME/CPD activities, understanding them as an essential part of a Doctors normal workload. In a complementary effort, Doctors should effectively support an education oriented culture, firmly standing on lifelong learning, focused on audit, clinical effectiveness and research. EDUCATIONAL SMALL GROUPS In this cornerstone of CME to CPD development, CME based upon the dynamics of small groups is internationally known to be the most valuable method: the groups answer to group needs, to Doctors educational needs (DEN) as individuals – matching their Personal Development Plans – and to needs brought up through practice. The Algarve Regional CME Plan, now under implementation, moves torwards this. It aims to provide educational opportunities producing minimal interference on daily clinical activities, providing continuing education and support, developing pears communication and stimulating self assessment and audit. Education will be based upon the work of small groups formed by practicing GP/FP who meet periodically, according to a previously established plan, in order to discuss common and important problems within the range of General Practice. These groups will be “facilitated” by a tutor – a practicing GP with specific training and submitted to regular assessment. This model of organisation induces a two ways decision-making process flow in the hierarchic scale – both allowing easy transmission of orientations from the administration and the professionals in the groups to make their expert opinions heard. And it is usually enthusiastically supported by the Doctors involved! A TIME FOR DECISIONS It´s time to implement organizational strategies that encompass the actual educational standards of the profession in order to promote quality of care and reflect the population needs in health. Increasing, at the same time, both personal and professional satisfaction of Doctors!