A MISTERIOSA REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO Conceitos atuais Prof. Dr. Claudio Sbrighi IBRACON / CPTI/ IPT junho/ 2009 ABECE – São Paulo 1 2 OBRA INDUSTRIAL Aspecto macro da estrutura 3 RAA Quebec Canadá 4 5 CONCEITOS ATUAIS VÁRIAS AMOSTRAS DE AGREGADO UMA AMOSTRA VÁRIOS LABORATÓRIOS VÁRIOS LABORATÓRIOS RESULTADOS DIFíCEIS DE INTERPRETAR ? Interesses difusos ? ? ? ? Mistério 6 REAÇÕES ÁLCALI-AGREGADO Reações químicas entre os álcalis (sódio e potássio) do cimento e agregados com características reativas ( minerais ou texturais) Geram produtos sílico-cálcico-alcalinos (géis expansivos ou cristais) Causam fissuração e deslocamentos estruturais 7 REAÇÕES ÁLCALI-AGREGADO: HISTÓRICO Descritas por Stanton (1940) na Califórnia No Brasil os primeiros estudos são da década de 60, época da construção da Barragem de Jupiá 1985 foi divulgado o primeiro caso de RAA: UHE Apolônio Sales de Oliveira (Moxotó) 8 Historicamente a maior parte das ocorrências de RAA são verificadas em barragens mas hoje já há registros em pontes, pavimentos, dormentes e edifícios. 9 TIPOS DE REAÇÕES ÁLCALI-AGREGADO Reação álcali-sílica Reação álcali-silicato Reação álcali-carbonato 10 Condições para a ocorrência da RAA Agregado Reativo RAA Álcalis Água 11 REATIVIDADE ÁLCALI-AGREGADO Condições para ocorrência Agregado reativo Álcalis solúveis (sódio e potássio) Umidade Temperatura 12 AGREGADOS REATIVOS Rochas Milonitizadas Quartzo Tensionado TIPOS DE REAÇÃO Álcali-silicato Opala Calcedônia Cristobalita Álcali-Silica Tridimita Vidros Vulcânicos Cálcários Dolomíticos Álcali-Carbonato Calcários Argilosos 13 TIPOS DE AGREGADOS REATIVOS vidro vulcânico 14 TIPOS DE AGREGADOS REATIVOS Minerais finos 15 (A) (B) Quartzo não reativo O grão é uniformente “brilhante” (A) e totalmente escuro (B) sob microscópio de luz polarizada quando se gira a platina 16 (A) (B) Quartzo reativo ou tensionado exibe extinção ondulante, isto é, áreas claras (A) e escuras (B) num mesmo grão, quando se rotaciona a platina do microscópio sob luz polarizada. 17 Sílica criptocristalina constituída por calcedônia reativa 18 MECANISMO DA REAÇÃO Agregado Álcalis + silicoso do Gel de silicato cálcico alcalino cimento 19 MECANISMO DA REAÇÃO ÁLCALI-SÍLICA Reação mais rápida Álcalis do cimento + sílica Na+ e K+ opala, calcedônia, vidro vulcânico 20 MECANISMO DA REAÇÃO ÁLCALI-CARBONATO Álcalis do cimento + rochas carbonáticas compostas por calcita, dolomita e argilominerais Não há formação de gel Deterioração ocorre em função da decomposição da dolomita (desdolomitização) Os argilominerais parecem ser os responsáveis pela expansão É o tipo de reação mais rara no Brasil 21 MECANISMO DA REAÇÃO ÁLCALI-SILICATO Reação mais lenta que a álcali-sílica Álcalis do cimento + sílica Na+ e K+ quartzo, argilominerais É o tipo de reação mais importante no Brasil 22 23 24 Gel expansivo nas bordas do agregado e preenchendo os poros 25 ESTUDOS DE PREVENÇÃO DA REAÇÃO ÁLCALI - AGREGADO 26 ESTUDOS DE PREVENÇÃO DA REAÇÃO ALCALI – AGREGADO EM LABORATÓRIO O princípio da prevenção se baseia na escolha adequada dos constituintes do concreto (cimentos, agregados e adições) e de seu traço, através da realização de ensaios de caracterização e ensaios específicos de desempenho. 27 ESTUDOS DE PREVENÇÃO DA REAÇÃO ÁLCALI - AGREGADO AGREGADOS ENSAIO PETROGRÁFICO ( NBR 15 577- Parte 3/ NBR 7389) Princípio : Observação por microscopia e detecção de fases reativas Status: Ensaio de avaliação potencial Principais fases reativas : Opala, calcedônia, vidro vulcânico, silex, quartzo com extinção ondulante, silicatos com granulação fina tridimita, cristobalita, calcários dolomíticos argilosos. 29 ENSAIO NBR 15 577 – Parte 4 Princípio: Variação dimensional de barras de argamassa utilizando o agregado e cimento padronizado com alto teor de álcalis e curadas a 80ºC. Limites: Máx. 0,19% ( 30 dias ) Status: Ensaio de curta duração 30 31 NBR 15 577 – Parte 6 Principio : Medição da expansão em prismas de concreto à temperatura de 38 oC (75 X 75 X 275 mm) Status : Avaliação potencial Limite : 0,04% em 1 ano 32 OUTROS ENSAIOS MENOS USADOS (Limitações) Método OSIPOV Ensaio químico (ASTM C-289 ) ASTM C-586/Normas canadenses carbonáticas) (Rochas 33 ROTEIRO DE ESTUDOS DE PREVENÇÃO DA REAÇÃO ALCALI - AGREGADO AGREGADOS CIMENTOS 34 CIMENTO Conceitos: Causador da reação quando contiver álcalis solúveis e usado com agregado reativo Conceito antigo: Eq. Alcalino < 0,6% Conceito novo: Máx. 3kg/m3 (álcalis de todos os componentes do concreto) Conceito inibidor: Evita expansão com agregado reativo 35 MATERIAIS INIBIDORES A hidratação do cimento gera Ca(OH)2 e C-S-H Ca(OH)2 é catalisador da reação álcali-agregado Escórias, silica ativa e pozolanas reagem com o Ca(OH)2 impedindo a reação C-S-H absorve os álcalis Expansão não ocorre mesmo com agregados reativos 36 MÉTODO NBR 15 577 – Parte 5: ESCOLHA DO CIMENTO ADEQUADO E OUTRAS AVALIAÇÕES Princípio:Medir a expansão aos 16 dias Barras de Argamassa Agregado reativo Cimento a ser testado expansão >0,10% expansão < 0,10% 80ºC cimento não inibidor ( não deve ser usado com agregados reativos) cimento inibidor (pode ser usado com agregado reativo) 37 ESTUDOS DE DETECÇÃO DA REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO INVESTIGAÇÕES DE CAMPO Observação de fissuração (padrão em mapa) Observação de gel exsudado esbranquiçado na superfície do concreto Extração de testemunhos Uso de instrumentação deslocamento da estrutura 38 39 INVESTIGAÇÃO NO LABORATÓRIO Nos testemunhos de concreto extraídos: Análises petrográficas ASTM C-856 (concreto) Microscopia estereoscópica Microscopia eletrônica de varredura Feições indicativas Agregados com fases reativas Bordas de reação nos agregados Microfissuração Gel nos poros Fissuração radial Produtos cristalizados 40 DIAGNÓSTICO NO LABORATÓRIO DA REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO EM CONCRETO POR ANÁLISES PETROGRÁFICAS E MICROSCÓPICAS Macroscópica a olho nu Microscópica por meio de microscopia estereoscópica e óptica de luz transmitida Microscopia eletrônica de varredura 41 MICROSCOPIA ESTEREOSCÓPICA Gel expansivo preenchendo poros e no contorno dos agregados 42 MICROSCOPIA ESTEREOSCÓPICA 43 MICROSCOPIA ESTEREOSCÓPICA Gel expansivo em concreto 44 MICROSCOPIA ÓPTICA DE LUZ TRANSMITIDA Microfissura em agregados 45 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA Gel gretado em concreto 46 47 48 Medidas de Reparo n Tratamento com lítio - mecanismo de ação não totalmente conhecido n Confinamento mecânico (gaiolas, cintamento etc.) + injeções estabilizadoras - resultados essencialmente físicos 49 CONCEITOS ATUAIS ANÁLISE FINAL - NBR 15577/08 GUIA PARA AVALIAÇÃO •Avaliação crítica dos ensaios históricos •Exame cuidadoso da frente de lavra do agregado especialmente quanto a sua homogeneidade •Coleta de amostras da frente de lavra atual e ensaios de caracterização quanto a RAA •Vistoria de obras com idades diferentes produzidas com o agregado com vários cimentos e submetidas a condicões de exposição diversas •Ensaios em argamassa e concreto simulando traços de concretos correntes •Parecer/Laudo considerando todos estes aspectos 50