Um estudo preliminar sobre a gestão de uma rede colaborativa para a escolha de
material didático digital em um processo de formação continuada de professores
Flaviana Silva1
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP
[email protected]
Katia Alexandra de Godoi2
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP
[email protected]
Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida3
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP
[email protected]
Resumo
O objetivo deste trabalho é apresentar um estudo inicial com base no princípio de criação
de redes colaborativas e o uso de materiais didáticos digitais com computadores portáteis
por professores no ProUCA – Programa Um Computador por Aluno. Para tal estudo, a
pesquisa conta com a gestão de uma ferramenta intitulada ‘Comunidade – Formação de
Sustentação’, no Ambiente Colaborativo de Aprendizagem – e-Proinfo. Participam da
Comunidade – Formação de Sustentação: 3 (três) formadores da PUC-SP (Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo e 15 (quinze) professores da EMEF – Escola
Municipal de Ensino Fundamental Governador André Franco Montoro, no município de
Campo Limpo Paulista, no Estado de São Paulo - Brasil. Para dar início a Formação de
Sustentação, os formadores propuseram o uso de 2 (duas) ferramentas da Comunidade:
enquete e fórum de discussão. Os resultados do estudo mostram um esforço dos
formadores e dos professores para a criação da rede colaborativa, assim como, para a
discussão sobre a escolha de materiais didáticos digitais disponíveis no computador portátil
e Web 2.0. Com base neste estudo inicial de escolha de material didático digital por
professores em uma rede colaborativa, o desdobramento desta pesquisa envolve 2 (duas)
1
Flaviana Silvana é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo - PUC-SP.
Katia Alexandra de Godoi é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo - PUC-SP.
3
Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida é professora associada da Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo e coordenado Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo.
2
ações: (1) elaborar um plano de Formação de Sustentação em rede colaborativa; (2)
ampliar a discussão sobre a escolha de material didático digital na formação dos
professores.
1 Introdução
As primeiras sementes deste artigo começaram a germinar em meados de julho de
2010, quando iniciamos nossa atuação como pesquisadoras no Programa um Computador
por Aluno - ProUCA, vinculado ao Ministério de Educação - MEC, Brasil.
Neste programa nos deparamos com um cenário de formação a distância de
aproximadamente 25 (vinte e cinco) professores de uma escola localizada na região
metropolitana de São Paulo com o objetivo de promover a apropriação tecnológica e
pedagógica para o uso dos computadores portáteis em atividades curriculares.
No decorrer do processo descobrimos que enquanto os professores participavam do
curso de formação inicial denominado Formação Brasil4, na modalidade a distância,
estávamos iniciando a criação de uma rede colaborativa, na qual professores e
pesquisadores do ProUCA poderiam trocar saberes de sua prática cotidiana, bem como
desenvolver estratégias pedagógicas em conjunto para potencializar a apropriação dos
computadores portáteis no contexto educacional.
No desenvolvimento dos módulos do curso, os professores começaram a utilizar as
ferramentas de interação e comunicação disponíveis no Ambiente Colaborativo de
Aprendizagem - e-Proinfo - para a realização das atividades on-line. O surgimento de um
conjunto de questionamentos de ordem tecnológica e pedagógica foram inevitáveis.
Para atender a demanda de aprendizagem a distância e tentarmos dar respostas aos
questionamentos, que muitas vezes totalmente novos tanto para os professores em
formação e para nós pesquisadores, nos impulsionou a investigar e realizar estudos
voltados para a criação de redes colaborativas e também a respeito de materiais digitais
que estão diretamente relacionados ao uso dos computadores portáteis.
Tal iniciativa, apontou para a importância da flexibilidade de se aprender com os
problemas que emergem a partir do contexto educacional e como estes são norteadores
para se estabelecer uma prática pedagógica reflexiva.
4
O curso de formação inicial “Formação Brasil” nesta escola foi realizado no período de agosto a dezembro
de 2010. As atividades foram estruturadas em encontros presenciais e acompanhamento por meio do
Ambiente Colaborativo de Aprendizagem e-Proinfo
Assim, com este artigo pretendemos apresentar o estudo realizado com base no
princípio de criação de redes colaborativas e sobre a importância do uso de materiais
didáticos digitais com computadores portáteis por professores no ProUCA.
Inicialmente trataremos do conceito de redes colaborativas, para então discorrer
sobre a escolha de material didático digital e, em seguida, sobre os critérios de escolha
desses materiais. A partir deste referencial teórico, abordamos o método de
desenvolvimento da tessitura da rede colaborativa, os resultados embrionários e
considerações possíveis para os desdobramentos da pesquisa.
2 Redes Colaborativas
O termo colaboração tem sido amplamente aplicado em diferentes situações. Embora
tenha sido difundido em grande escala, sua definição e caracterização é bastante complexa.
O dicionário inglês Collins5 nos traz três definições: a primeira é o ato de trabalhar com
uma ou mais pessoas em um projeto construído em conjunto; segunda é algo criado por
trabalhar em conjunto com outro ou com outros e a terceira como ato de cooperar.
Para John-Steiner (2000, p. 20) a colaboração passa a ser criativa quando esta ocorre
em um processo de intensa parceria e novas habilidades são adquiridas. Os parceiros, neste
caso, podem desenvolver previamente aspectos próprios desconhecidos por meio da
participação motivada no grupo, ou seja, o processo de colaboração faz com que
aprendamos uns com os outros.
No contexto educacional, o desenvolvimento de um trabalho coletivo na escola, se
considerados os aspectos de colaboração, permite que os professores ao ensinar o que
sabem se engajem na apropriação mútua de conhecimentos. Assim, as parcerias os tornarão
capazes de explorarem e descobrirem novos caminhos. Para a autora, poderemos conviver
melhor com as falhas temporárias quando contamos com a força de parceiros (JOHNSTEINER, 2000).
Rosenholtz (1989) afirma que o efeito mais “importante da colaboração entre os
professores é o impacto sobre a incerteza do trabalho que quando enfrentada sem ajuda,
pode diminuir demasiadamente o senso de confiança de um professor”. Para Ashton e
Webb (1986) o principal benefício da colaboração é a “capacidade de reduzir a sensação de
impotência dos professores e aumentar a sensação de eficiência”.
5
Dicionário Inglês Collins - Complete & Unabridged Edição 10 -2009 © William Collins Sons & Co. Ltd.
1979, 1986 © HarperCollins 2009 © William Collins Sons & Co. Ltd., 1979, 1986 © HarperCollins
Publishers 1998, 2000, 2003, 2005, 2006, 2007, 2009 Editores 1998, 2000, 2003, 2005, 2006, 2007, 2009
Com o advento da web 2.0 é possível afirmar que a colaboração entre os professores
pode ser estendida para além dos muros da escola. Atualmente os professores poderão
beneficiar–se de ambientes virtuais, bem como de ferramentas síncronas e assíncronas
disponíveis na rede em prol de sua formação e profissionalização. Para Comassetto (2006,
p. 35) nestes ambientes virtuais “abrem-se novos espaços para trabalhos em parcerias, em
pequenos ou grandes grupos, que permitem formas inovadoras de aprendizagem”.
Neste cenário é importante desenvolver estratégias pedagógicas para que os
educadores em formação adquiram habilidades que segundo Horton (2000, p. 125) poderão
beneficiar na realização da colaboração entre os pares, podendo assim simplificar a
comunicação e, ao fazê-lo, os aprendizes se comunicam de forma mais livre, são tratados
de forma mais igualitária e se tornam mais autoconfiantes, além de socializarem o
conhecimento e as dificuldades da aprendizagem, fornecendo informações que possibilitam
ao professor compreender melhor os comportamentos e performances dos alunos, e
permitindo feedbacks mais adequados e profícuos.
Diante do cenário posto, é importante que o professor compreenda e desenvolva
estratégias de ensino que incorporem os aspectos colaborativos a fim de propiciar uma
aprendizagem significativa a seus alunos. Trazer para suas aulas as possibilidades
tecnológicas disponíveis na Web 2.0 ou materiais didáticos digitais, favorecerá a criação de
um ambiente propício para a construção de conhecimentos dos alunos.
Estudos realizados apontam que a escolha do material didático digital integrado a
atividades do currículo poderão provocar benefícios no processo de ensino e
aprendizagem. É importante que os professores se sintam aptos para selecionar os
materiais didáticos digitais de acordo com o contexto de atuação. Porém, cabe salientar
que é necessário que ocorram cursos de formação voltados para atender este fim.
No item a seguir daremos um enfoque sobre a importância de escolha de materiais
didáticos por professores.
2 A importância da escolha de material didático digital por professores
Observa-se que, nos últimos anos no Brasil, o crescente surgimento de materiais
didáticos digitais (p. ex. softwares educativos) voltados para o ensino e a aprendizagem,
em diferentes níveis e englobando públicos diversos (TEDESCO, 2004). Apesar destes
existirem há mais de vinte anos, Lyra, Leitão, Amorim e Gomes (2003) ressaltam que, tais
materiais didáticos digitais ainda não foram utilizados em todo seu potencial na prática
docente, sendo mínima a sua adoção sistemática e integração das TIC às atividades
curriculares. Para Almeida e Valente (2011), um dos fatores que contribuíram para isso
acontecesse foi o fato de os materiais didáticos digitais utilizados estarem muito distantes
do que era tratado em sala de aula.
Além deste panorama, Lyra, Leitão, Amorim e Gomes (2003) comentam que as
informações disponíveis sobre os materiais didáticos digitais são limitadas, ou seja: o
professor conta com pouco suporte na seleção/escolha de materiais didáticos digitais para
uso durante o processo de ensino e de aprendizagem. E de certa forma, a seleção/escolha
de material didático digital implica diretamente na necessidade do professor compreendêlos.
Vale ressaltar que os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais, 1998), por exemplo,
prevêem que o professor: conheça o material didático digital que pretende utilizar para
problematizar conteúdos curriculares; reflita sobre as possibilidades de cada material
didático digital, em relação aos diferentes momentos de aprendizagem.
A UNESCO – Organização das Nações Unidas, por meio do documento intitulado
“Padrões de Competência em TIC para Professores” (UNESCO, 2008), o qual tem com o
objetivo de fornecer diretrizes para melhorar as capacidades dos professores nas práticas de
ensino por meio das TIC, orientam, por exemplo, que os professor: demonstrem diversos
pacotes de programa (e/ou applets, aplicativos interativos, objetos de aprendizagem) e
descrevam como eles apóiam o entendimento do aluno sobre os conceitos-chave e suas
aplicações para solucionar problemas complexos; façam com que os participantes
desenvolvam critérios de avaliação e regras para justificar suas escolhas, com base na
efetividade em relação ao objeto pretendido.
Podemos observar, de modo geral, que ambas as diretrizes - as dos PCN (Parâmetros
Curriculares Nacionais) e as da UNESCO - servem como orientações gerais sobre como os
professores podem fazer uso dos materiais didáticos digitais. Entretanto, não trazem
recomendações específicas para que os professores possam selecionar/ avaliar o material
didático digital. Desse modo, o avanço das tecnologias a cada dia, desafiam professores e
pesquisadores a aprofundar o debate das questões sobre os instrumentos de avaliação do
material didático digital.
2.1 Instrumentos de avaliação de material didático digital
A pesquisa na área de instrumentos avaliativos é extensa, com cerca de 15 (quinze)
anos de trajetória com propostas de diversos autores. Assim, dentro dessa temática foram
encontrados na literatura 23 (vinte e três) instrumentos avaliativos de material didático
digital, os quais foram identificados e classificados por Godoi & Padovani (2009):
 Checklists: CSEI (BUCKLEITNER, 1998); MAEP (SILVA, 2002); PROINFO (III
Encontro Nacional do Proinfo, 1998); TICESE (GAMEZ, 1998).
 Diretrizes: CRONJE (1998); HANNA, RISBEN & ALEXANDER (1997);
SQUIRES e PREECE (1999).
 Escala de avaliação: REEVES e HARMON (1996).
 Formulários: ASE (VIEIRA, 2002); ESEF (International Society for Technology in
Education, 2002); PCEM (GRAELLS, 2001); SEF (SCHROCK, 2000); SK
(SuperKids Educacional Software Review, 1998).
 Híbridos: MAQSE (CAMPOS, 1994); MAQSEI (ATAYDE, 2003).
 Modelo conceitual: Modelo JIGSAW (Squires & Preece, 1996).
 Questionários: IAQSEM (GLADCHEFF, 2001); PEDACTICE (COSTA, 1999).
 Sistemas: CASE (LYRA et al, 2003); MEMI (HÛ et al., 2001); MEDA (apud
SILVA, 2002); SASE (BEAUFOND & CLUNIE, 2000); SOFTMAT (BATISTA,
2004).
Apesar da grande variedade de instrumentos avaliativos direcionados para material
didático digital, apontados pela pesquisa realizada por Godoi (2009), nenhum deles
menciona a participação dos professores. É necessário, portanto, dar início a uma
aproximação desses mecanismos de apoio aos professores, assim como criar estratégias
para que estes tenham condições de escolher e decidir se integrarão o uso de instrumentos
avaliativos à sua prática pedagógica.
No item a seguir será descrito o processo de formação de professores para
incorporarem a prática pedagógica o uso de materiais didáticos digitais no e-Proinfo no
ProUCA do Ministério de Educação.
3 Método de desenvolvimento: tecendo a rede colaborativa
O processo de formação de professores para fazerem uso de materiais didáticos
digitais com suporte em uma rede de colaboração com suporte no ambiente virtual de
aprendizagem e-Proinfo, foi iniciado em maio de 2011.
Atualmente participam aproximadamente 15 professores de uma escola da rede
pública de ensino do município de Campo Limpo Paulista, localizada na região
metropolitana do estado de São Paulo.
A justificativa para tal processo partiu da necessidade de preparar os professores para
adquirirem competências para integrarem o uso do computador portátil em atividades
vinculadas ao currículo escolar e no ProUCA.
O ProUCA é um programa de âmbito nacional brasileiro e é realizado nos seguintes
estados Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio
Grande do Sul, São Paulo, Sergipe, Tocantins. Atualmente participam do programa pelo
menos 2.000 professores atuantes na Educação Básica. O principal objetivo do programa é
o de promover a inclusão digital pedagógica e o desenvolvimento dos processos de ensinoaprendizagem de alunos e professores das escolas públicas brasileiras, mediante a
utilização de computadores portáteis denominados laptops educacionais (BRASIL, 2010,
p. 1).
Vale ressaltar, que está previsto no ProUCA, a denominada Formação Brasil
(BRASIL, 2009), ou seja, a Formação Inicial, a qual está estruturada em 5 (cinco)
módulos, prevista para acontecer por meio de encontros presenciais e do e-Proinfo:
 Módulo 1: Apropriação Tecnológica6;
 Módulo 2: Web 2.07;
 Módulo 3a: Formação de Professores8;
 Módulo 3b: Formação de Gestores9;
 Módulo 4: Elaboração de Projetos10;
 Módulo 5: Sistematização da Formação na Escola11.
Os módulos 1, 2, 4 e 5 são direcionados aos professores e gestores e possuem
conteúdos comuns; o módulo 3 também é direcionado para professores e gestores,
entretanto possui conteúdo específico, subdividindo-se em módulo 3a (para professores) e
módulo 3b (para gestores).
Após os professores concluírem a Formação Brasil na escola da rede pública de
ensino do município de Campo Limpo Paulista, surgiu a necessidade de propor uma
Formação de Sustentação. Esta formação tem o objetivo de promover a análise de práticas
pedagógicas desenvolvidas com o uso do laptop educacional e de orientar novas práticas
que explorem as possíveis contribuições da tecnologia na aprendizagem.
6
Disponível em: <http://www.virtual.ufc.br/cursouca/modulo_apropriacao_tec/intro.html>
Disponível em: <http://www.virtual.ufc.br/cursouca/modulo_web2/index.html>
8
Disponível em: <http://www.virtual.ufc.br/cursouca/modulo_3/index.html>
9
Disponível em: <http://www.virtual.ufc.br/cursouca/modulo_3b_gestores/intro.html>
10
Disponível em: <http://www.virtual.ufc.br/cursouca/modulo_4_projetos/conteudo/index.html>
11
Disponível em: <http://www.virtual.ufc.br/cursouca/modulo_5/intro.html>
7
Além disso, objetiva-se também, criar a cultura de redes de aprendizagens
colaborativas, intra e inter instituições, para que o professor vivencie o potencial que as
redes têm ao democratizar o diálogo, a cooperação e colaboração solidária na reflexão
crítica e construção de conhecimentos.
Para tal, o presente processo de formação foi estruturado com atividades presenciais
e acompanhamento dos professores a distância por meio do Ambiente Colaborativo de
Aprendizagem e-Proinfo.
No ambiente e-Proinfo foi concebida uma rede colaborativa denominada de
“Sustentação” a partir da ferramenta comunidade com o propósito de fomentar trocas entre
professores e equipe de formadores.
Para a Formação de Sustentação, os formadores propuseram inicialmente um diagnóstico
inicial com o propósito de desvelar aspectos do uso dos materiais didáticos digitais, bem
como a apropriação das tecnológicas dos professores quanto aos aplicativos disponíveis
nos computadores portáteis.
Assim, os formadores propuseram 2 (duas) atividades e utilizaram as seguintes
ferramentas no e-Proinfo: enquete e fórum de discussão.
Na enquete, foi disponibilizada a seguinte proposição: Que tipos de materiais
didáticos digitais descritos a seguir você costuma utilizar ou utilizaria com seus alunos?
Após a proposição listamos uma série de materiais didáticos digitais disponíveis no laptop
educacional: Ferramentas KOffice; Ferramentas Tux; Squeak Etoys; KLogo Turtle.
No fórum de discussão: reflexões sobre a escolha de materiais didáticos digitais propusemos as seguintes indagações: Que tipo de material didático digital vocês costumam
utilizar com seus alunos? Como vocês selecionam/escolhem esse material didático digital?
Vale destacar, que para o recorte deste artigo, priorizamos apresentar a proposta
inicial de Formação de Sustentação, pois a mesma encontra-se em processo de construção.
Como desdobramento da pesquisa, em um artigo futuro, apresentaremos as análises dos
resultados desta primeira etapa: enquete e do fórum de discussão.
3 Resultados e considerações
A partir do processo realizado, foi possível verificar que criação da rede colaborativa
requer a diminuição de fronteiras, havendo necessidade de aprender a ouvir
cuidadosamente o outro. Ficou evidente que o trabalho em equipe é fundamental para que
a colaboração se torne efetiva.
Conforme Hargreas (2000) “trabalhar com parceria é quase como pensar que se tem
dois cérebros”. O processo de criação da rede colaborativa destacou que no trabalho em
colaboração a tomada de decisão deve ser distribuída entre os participantes. Houve
percepção de que não há uma autoridade central, neste caso há um sentido do fazer
coletivo (JOHN-STEINER, 2000).
Durante a realização das atividades no ambiente e-Proinfo foi propiciado aos
professores atividades que permitiram a retomada de aspectos da formação inicial bem
como, foram promovidas atividades em que puderam refletir sobre os critérios de escolha
do material didático digital. Isso permitiu maior segurança aos professores no sentido de
compartilharem suas práticas com o uso dos computadores portáteis dentro e fora da
escola.
Por fim, em todo o estudo, notou-se que um grande esforço da equipe de formadores,
bem como da equipe gestora e professores para a criação da rede colaborativa, assim como,
para a discussão sobre a escolha de materiais didáticos digitais disponíveis no computador
portátil e Web 2.0.
Com base nesta proposta de escolha de material didático digital por professores em
uma rede colaborativa, o desdobramento desta pesquisa envolve 2 (duas) ações: (1)
elaborar um plano detalhado de Formação de Sustentação em rede colaborativa; (2)
ampliar a discussão sobre a escolha de material didático digital na formação dos
professores, pois por meio da escolha de critérios de escolha, o professor terá fundamentos
para identificar as potencialidades e decidir qual material didático digital usar em sala de
aula com seus alunos.
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