Título do Trabalho: Monitoramento da ocorrência de
microalgas nocivas em cultivo de mexilhões: subsídios para
avaliação do risco de contaminação humana. Engenharia Ambiental
Nomes dos autores: Elisa Helena Siegel Moecke, Paulo Sérgio Salomon
(Orientadores), Pery Fornari Filho e Rafael Feller (Bolsistas) (PUIC).
Engenharia Ambiental / Ponte do Imaruim
Introdução
Resultados
As microalgas são essenciais aos ecossistemas aquáticos, exercendo nesses ambientes o
mesmo papel das plantas em ambientes terrestres, ou seja, são os produtores primários.
Entretanto, algumas espécies de microalgas apresentam um risco para os ambientes
aquáticos e para a saúde humana.
O dinoflgelado Dinophysis acuminata, causador de síndrome diarréica, é uma das espécies
tóxicas que mais ocorrem na costa Catarinense, foi a responsável pelo surgimento da maré
vermelha em Florianópolis na costa e nas baías no ano de 2007. concentração superior a 500
células por litro provoca a contaminação de mariscos, que ao filtrarem a água do mar acabam
retendo as toxinas das algas e se contaminando, assim o consumo desses moluscos
contaminados podem provocar grave toxinfecção alimentar, cujos sintomas principais são
diarréia, náuseas, cefaléia, dores abdominais e vômito, podendo gerar um grave quadro de
desidratação que, se não tratado a tempo, pode conduzir a óbito. O monitoramento constante
de microalgas nocivas em zonas de cultivo de mexilhões e ostras é uma das ferramentas
mais eficientes para evitar problemas de contaminação de consumidores humanos.
Na análise qualitativa das águas da baia norte, Santo Antônio de Lisboa, mostrou a ocorrência de
microalgas, principalmente aquelas pertencentes a classe Bacillariophyceae - diatomáceas (figura
1) e classe Dinophyceae – dinophagelados (figura 2). O gênero Dinophysis (Dinophyceae) quando
encontrado em quantidades maiores que 500 células por litro produz quantidades suficientes de
toxina para contaminar os moluscos bivaldes e causar intoxicações em humanos quando ingeridos
(MAFRA JUNIOR, 2005).
A
B
Figura 3 - Fotomicrografia de microalgas pertencentes a
classe Dinophyceae. Ceratuim hircus (A) e Dinophysis
Acuminata (B)
Objetivos
Investigar a incidência de ocorrência de microalgas nocivas em uma área de cultivo de
mexilhões localizada em Santo Antônio de Lisboa, como subsídio para uma avaliação do
risco de contaminação de populações humanas pelo consumo de frutos do mar
contaminados.
Metodologia
Figura 2 - Fotomicrografia de microalgas pertencentes a
classe Bacillariophyceae (diatomáceas)
Na Tabela 1 podemos verificamos que no final do inverno e começo da primavera ocorreram os
maiores valores de densidades celular da Dinophysis acuminata.
160
150
O monitoramento consistiu de
visitas quinzenais para obtenção
de amostras.
140
-1
)
130
Densidade celular (cel. L
O local escolhido para monitoramento foi uma área de cultivo de mexilhões e ostras na
localidade de Santo Antônio de Lisboa, baía norte da Ilha de Santa Catarina, ver Figura 1.
120
110
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
29/07/08
08/07/08
18/06/08
27/05/08
13/05/08
29/04/08
09/04/08
26/03/08
12/03/08
27/02/08
04/12/07
13/11/07
29/10/07
17/10/07
02/10/07
19/09/07
04/09/07
0
Data de coleta
Figura 4 – Densidade celular (cel.L-1) de Dinophysis acuminata no período 04 de setembro de 2007 a 29 de julho de
2008 na área de cultivo de moluscos bivaldes de Santo Antônio de Lisboa/Florianópolis/SC
Conclusões
Figura 1- Área de coleta das amostras em Santo
Antônio de Lisboa/ Florianópolis-SC.
Fonte: Google Earth, 2008
Em cada evento de coleta, amostras da água foram coletadas em três pontos dentro da área
de cultivo de ostras e mariscos na sub-superfície da água, utilizando uma garrafa de coleta.
Estas amostras foram transportadas até o Laboratório de Engenharia Ambiental (LEA) da
UNISUL e também ao Laboratório de Microscopia da UFSC onde as células presentes na
água foram concentradas na fração de tamanho de 25 micrômetros, pois nesta fração
encontram-se muitas diatomáceas, dinoflagelados, inclusive Dinophysis acuminata. O
material foi preservado com Lugol, e a contagem e a identificação de microalgas foram
realizadas em microscópio óptico em câmara de sedimentação do tipo Sedgewick-Rafter com
aumento de 100 e 200 vezes.
Com base nos resultados obtidos podemos concluir que:
• Durante o período de coleta foram observados microalgas pertencentes principalmente aquelas
pertencentes a classe Bacillariophyceae – (diatomáceas) e classe Dinophyceae (dinophagelados).
• Nas três primeiras coletas que correspondem ao final do inverno e começo da primavera, foi
maior do que nas demais coletas, assim podemos concluir que não só o lançamento de esgoto
influi no aparecimento desse tipo de alga nociva, mas também outros fatores, como alteração na
salinidade, influência dos fenômenos El Niño e La Niña, temperatura global, etc.
Bibliografia
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paragrafoParanaguá, PR: subsídio para monitoramento, Fev. 2005.
poio Financeiro: Unisul
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