Trauma e resiliência no processo analítico
Maria Cecília Andreucci Pereira Gomes
Resumo: Resiliência é a capacidade de se recuperar, ou criar defesas, quando se
é submetido a violência de outros seres humanos, ou a estresses por catástrofes da
natureza externa ou interna.
Crianças vítimas de violência, desde as mais precoces, ocasionando traumas
graves, são de alto risco, devido a um grande número de fatores, podendo apresentar
conseqüências no decorrer da vida, como parada ou distúrbios no desenvolvimento
durante a infância, transtornos da conduta na adolescência e juventude, e distúrbios
psiquiátricos na vida adulta.
Quanto mais primitivas são estas experiências traumáticas, inclusive vivencias
traumáticas pré-natais, mais profundas são as feridas e suas conseqüências
psicopatológicas. Pois ninguém hoje em dia pode considerar a historia de um bebê
começando no dia do seu nascimento.
O feto não constitui a pré-história, mas o
primeiro capítulo da história de um ser e do estabelecimento misterioso do narcisismo
primário.
As questões relativas às vivencias traumáticas primitivas antes e após o
nascimento, e suas conseqüências na evolução, tem sido objeto de minha investigação
psicanalítica durante estes anos, a partir da análise de pacientes limítrofes e psicóticos.
Como também meu interesse clínico centra-se nas possibilidades transformadoras que o
processo analítico pode propiciar na resignificação e elaboração destas “vivencias”,
através da constituição de um campo emocional na dupla analítica, criador ou não de
condições de resiliência no paciente. Na elaboração deste trabalho privilegiei 3 itens: a)
algumas considerações sobre resiliência; b) algumas considerações sobre o conceito de
trauma em psicanálise; c) o processo analítico em pacientes precocemente
traumatizados e criação de um campo de resiliência: Material Clínico.
Palavras-chave: Trauma, resiliência, campo de resiliência, vivencias traumáticas
primitivas
Download

Trauma e resiliência no processo analítico Maria Cecília