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ANÁLISE ECONÓMICA E FINANCEIRA: O CASO DAS EMPRESAS
VITIVINÍCOLAS PORTUGUESAS
Francisco Carreira
Professor no Instituto Politécnico de Setúbal, PORTUGAL
Mónica Diz
Economista, PORTUGAL
e
Paula Heliodoro
Professora no Instituto Politécnico de Setúbal, PORTUGAL
Área Temática: B – Valoración y Finanzas
Palavras-Chave: rendibilidade, liquidez, alavanca financeira, funcionamento, vinho e
Portugal.
ANÁLISE ECONÓMICA E FINANCEIRA: O CASO DAS EMPRESAS
VITIVINÍCOLAS PORTUGUESAS
Resumo
O objetivo do presente trabalho é caracterizar a estrutura económico-financeira quer
das empresas vitivinícolas portuguesas, quer das regiões vitivinícolas.
Com o intuito de contextualizar o objeto de estudo procedeu-se ao enquadramento do
setor na economia portuguesa, em termos de área cultivada, volume de emprego e
valor de exportação.
A caracterização do produto e do setor foi testada pela análise das forças microenvolventes do mercado, ou seja, pela análise da estrutura do mercado vitivinícola, de
forma a avaliar os níveis de concorrência e de inovação.
Selecionou-se uma amostra de empresas vitivinícolas, a qual foi desdobrada por
região vitivinícola e recolheu-se informação financeira dos exercícios de 2006 a 2008,
para determinar o valor de quatro grupos de indicadores: Rendibilidade, Liquidez,
Alavanca Financeira e Funcionamento.
Constatou-se que o setor sofre uma forte rivalidade ao nível interno e externo, por
parte de concorrentes atuais e potenciais, clientes, fornecedores e muito menos por
produtos substitutos.
Concluiu-se que se verificam resultados díspares entre regiões vitivinícolas, sendo o
Norte e o Alentejo as regiões com maior e menor número de empresas, volume de
negócios, rendibilidade e a liquidez, respetivamente. A região de Lisboa é a que
apresenta menor autonomia financeira e a região Centro é aquela em que a rotação
dos capitais próprios e dos inventários é a mais elevada.
Resumen
El objetivo de este estudio es caracterizar la estructura de las empresas económicas y
financieras de las empresas de vino portugués y de las regiones vitivinícolas.
Para poner en contexto el objeto de estudio se procedió la encuadramiento sector en
la economía portuguesa, en términos de superficie, el empleo total y el valor de las
exportaciones.
La caracterización del producto y el sector se puso a prueba mediante el análisis de
las fuerzas que rodean el mercado, es decir, mediante el análisis de la estructura del
mercado del vino con el fin de evaluar los niveles de competencia y innovación.
Se seleccionó una muestra de las empresas vitivinícolas, que fue desplegado por la
región del vino y se recoge la información financiera para los años 2006 a 2008, para
determinar el valor de los cuatro grupos de indicadores: rentabilidad, liquidez,
funcionamiento y operaciones financieras.
Se encontró que el sector sufre una fuerte rivalidad interna y externamente, por los
competidores actuales y potenciales, clientes, proveedores y mucho menos para los
productos de sustitución.
Se concluyó que no hay resultados dispares entre las regiones vitivinícolas, con el
Norte y el Alentejo regiones con mayor número y más bajo de las empresas, volumen
de ventas, rentabilidad y liquidez, respectivamente. La región de Lisboa es una que
tiene menos autonomía financiera y la región Centro es una en la que la rotación de
capital y de existencias es el más alto.
Introdução
A produção de vinho, é uma das principais atividades económicas do sector agrícola
português, pelo que é determinante o estudo das empresas produtoras de vinho, por
forma a compreender o seu papel na economia portuguesa.
A importância económica do sector vitivinícola começa na dimensão do cultivo
dedicado à vinha. Portugal, ao nível mundial, é o país que mais área reserva na
plantação de uva (Aguiar, 2000).
O vinho é sexto produto mais exportado da indústria transformadora portuguesa e
setor vitivinícola representa 0,8% das empresas nacionais e emprega, cerca de 1%, da
população portuguesa (AICEP, E.P.E, 2011b:29).
A presente investigação tem como objetivo conhecer o perfil económico-financeiro das
empresas do setor vitivinícola português. O estudo aprofundado da performance
destas empresas, através do método dos rácios, não dá respostas definitivas, mas
permite identificar os pontos fortes e fracos do setor ao nível económico e financeiro,
definir tendências e, de alguma forma, servir de guião para análises e ações futuras
(Vieira, 2001:438).
Assim, o presente estudo foi dividido em três partes. Na primeira parte, são expostas
as micro-envolventes do setor vitivinícola suportadas no modelo do Porter, de modo a
evidenciar as forças e fraquezas que exercem pressão nesta indústria.
A segunda parte, incide na caracterização da amostra e no instrumento de análise,
através de indicadores ou rácios – rendibilidade, liquidez, alavanca financeira e
funcionamento – para posterior aplicação às demonstrações financeiras das empresas
setor vitivinícola em termos nacional e regional (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo e
Alentejo), no período de 2006 a 2008.
A terceira e última parte, é constituída pela discussão dos resultados, sendo que na
região Norte estão sedeadas, cerca de 41%, das empresas do setor e é a região que
apresenta os melhores resultados económico-financeiros do setor vitivinícola.
A região do Alentejo apresenta-se como a região mais recente e a que mais cresceu,
apesar de, ainda, evidenciar valores bastante mais baixos do que as outras regiões.
O setor vitivinícola um dos setores mais tradicionais da indústria transformadora, com
baixos níveis de inovação e, relativamente, vulnerável às micro-envolventes, mas tem
contribuído para o crescimento das exportações de Portugal.
É emergente a aposta em setores que, de alguma forma, possam contribuir
positivamente para a economia. O facto de o vinho ser um dos produtos mais
exportados, faz com que seja urgente dinamizar e inovar o setor vitivinícola, tornandoo mais competitivo ao nível mundial.
1 - Análise das micro-envolventes do mercado
A análise das micro-envolventes condiciona a atratividade das indústrias, o que
segundo Porter, pode contribuir para modelar a estrutura do setor em que se inserem.
Admite-se, ainda, que a performance de uma unidade pertencente a uma determinada
indústria é, profundamente, afetada pela estrutura dessa indústria, que em sua
opinião, pode ser caracterizada por cinco forças determinantes da rivalidade (Porter,
2008: 3-5): a rivalidade dentro do setor, o poder negocial dos fornecedores, o poder
negocial dos clientes, os potenciais novos concorrentes e a ameaça de produtos
substitutos, e que se representa na Figura nº 1.
Figura nº 1 - Cinco forças competitivas, segundo o modelo de Porter
Fonte: Porter, M. (2008: 4)
A caracterização de uma indústria, do ponto de vista estratégico, efetua-se pela
avaliação dos fatores de competitividade determinantes da estrutura dessa indústria
(identificadas pelas cinco forças competitivas), sua evolução e as relações que se
estabelecem entre elas.
A rivalidade no setor (primeira força competitiva), resulta da forma como os
concorrentes agem sobre os seus clientes, através de medidas mais ou menos
agressivas utilizadas entre si.
Num contexto de alta concorrência, nenhum dos concorrentes possui uma vantagem
competitiva expressiva. Então, é necessário desenvolver estratégias agressivas de
modo a aumentar a vantagem competitiva da empresa, o que não deixa de ser, por
vezes, facilmente imitável pelos concorrentes, deixando esta vantagem de ser
sustentável e duradoura.
Um dos fatores que têm contribuído para a forte rivalidade no setor vitivinícola é o
excesso de produção e como consequência o aumento de stocks, o que conduz à
necessidade de escoamento do produto, fazendo com que o preço do mesmo baixe
para compensar perdas nos custos de armazenamento.
Ao nível nacional, o número de regiões demarcadas leva a uma forte competição entre
empresas no setor. O facto do setor do vinho estar bastante segmentado leva a que a
concorrência seja, igualmente, forte pelos vários tipos de vinhos (Alberto, 2007: 8).
Internacionalmente, Portugal encontra-se sujeito à forte rivalidade dos vinhos dos
países do novo mundo (oriundos da Argentina, Chile, EUA, Austrália e África do Sul),
os quais têm conseguido introduzir tendências no mercado do vinho e com isso ganhar
novos consumidores.
Todos estes fatores fazem com que Portugal perca visibilidade no mercado
internacional do vinho. No entanto, a criação de organizações, como adegas
cooperativas e associações, com objetivos meramente promocionais do vinho ao nível
nacional e internacional, fazem com que o poder da rivalidade do setor seja atenuado,
passando por tornar o seu mercado mais expressivo.
A segunda força competitiva, o poder negocial dos fornecedores, é grande quando
existe um fator relevante de pressão negativa sobre rendibilidade da empresa. Este
poder negocial tem consequências diretas na gestão da empresa e influência
fortemente os preços praticados nos produtos comercializados, ou seja, qualquer
alteração a montante (relações com fornecedores) afeta as relações a jusante
(relações com clientes).
Há que realçar fortes ligações a jusante, com o setor da cortiça (fornecimento de
rolhas), setor da maquinaria de produção e o setor do engarrafamento/embalamento
do vinho. Estes setores são mais evoluídos tecnologicamente e melhor estruturados,
que o setor vitivinícola, e exercem forte poder negocial.
Existem empresas, fornecedoras do setor vitivinícola, especializadas na produção de
maquinaria e elementos do processo de produção do vinho, que exercem bastante
influência. Exemplo disso é o Grupo Amorim, líder na produção e inovação de rolhas
que exerce forte poder negocial sobre o setor vitivinícola. (Monitor Group, 2003: 6)
No entanto, muitas empresas já possuem processo de engarrafamento e rotulagem
automático, conseguindo criar economias de escala e reduzindo, assim, o poder
negocial dos fornecedores.
A terceira força competitiva, o poder negocial dos clientes recai, principalmente, na
componente da análise do poder negocial dos clientes é a sua sensibilidade ao preço.
Para além do preço, o poder dos clientes manifesta-se em duas vertentes: no volume
de vendas de um determinado cliente, relativamente, ao total das vendas da empresa
e na estandardização dos produtos oferecidos pela empresa. Quanto mais difícil for a
imitação dos produtos vendidos menor flexibilidade terá o cliente de substituir o
fornecedor.
Esta força tem tido maior influência no setor do vinho dada a forte expansão do
mesmo no setor do comércio alimentar, nomeadamente, nas grandes superfícies
comerciais associado, também, ao crescimento dos denominados “vinhos de linha
branca” ou de marca da superfície comercial. O vinho é vendido com a marca da
superfície comercial o que contribui para aumentar a concorrência entre marcas,
tornando esta força algo significativa para o setor vitivinícola.
A quarta força competitiva, ameaças de entrada/barreiras à entrada, avalia os
impactes de entradas de novas empresas no setor. Novas empresas numa indústria,
condicionam sempre a sua competitividade, uma vez que o mesmo conjunto de
clientes terá de ser repartido por mais entidades. As barreiras à entrada são fatores
que forçam, potenciais novos concorrentes na indústria, a terem custos adicionais
para poderem penetrar no mercado.
No setor vitivinícola, a nível nacional, dado haver restrições impostas pela PAC nas
áreas de plantação de vinha e dado o elevado volume de stocks, faz com que a
ameaça de novos concorrentes se encontre numa situação estável.
Outra vertente que atenua a ameaça de novos concorrentes nacionais, passa pelas
empresas instaladas criarem economias de escala que transmitam à empresa
instalada, proteção sobre os novos concorrentes. As economias de escala na
produção e na investigação e desenvolvimento, podem ser fortes barreiras que
ajudem a proteger a empresa, acontecendo frequentemente, uma extensão global do
efeito das economias de escala nas funções da empresa.
No entanto, prováveis novas entradas no setor vitivinícola podem acrescentar força a
novos entrantes, nomeadamente, através da fusão de viticultores ou através da
entrada de grandes grupos empresariais de distribuição do produto.
A nível internacional é notória a ameaça de novos entrantes por parte dos produtores
de vinho do novo mundo. Estes países têm um forte crescimento e sinais visíveis de
não abrandamento da sua produção, o que revela uma forte ameaça ao setor
vitivinícola português.
Por último, a quinta força competitiva, os produtos substitutos, é importante referir que
todas as indústrias sofrem a pressão de produtos substitutos inclusive a indústria
vitivinícola. No entanto, existem fatores nesta indústria que minimizam a pressão
exercida pelos produtos substitutos, os quais estão relacionados com o estado de
evolução em que a indústria se encontra e com o comportamento dos consumidores.
Segundo este modelo, para que haja substituição de um produto por outro, tem de
haver elasticidade-preço cruzada1 positiva entre ambos. Um dos produtos substituto
mais próximo do vinho é a cerveja. A elasticidade preço cruzadas da procura entre o
vinho e a cerveja, conforme está evidenciado no estudo realizado no Reino Unido é
negativa, ou relativamente baixa, o que significa que os produtos não são substitutos
próximos, mas sim bens complementares fracos2.
Apesar de o vinho não ter produtos substitutos fortes, não se pode menosprezar esta
força visto que a indústria do vitivinícola é um mercado em constante pressão para
inovação, quer nos procedimentos, quer na criação de novos produtos, levando a que
a ameaça dos produtos substitutos seja latente.
2 - Metodologia do estudo empírico
2.1 – População e Seleção da amostra
A população em estudo são as empresas vitivinícolas portuguesas que se
encontravam catalogadas na base de dados do Sistema de Análise de Balanços
Ibéricos (SABI), versão 36.1. A SABI é uma base de dados económicos e financeiros
de empresas portuguesas e espanholas, bastante utilizada nas áreas financeira e
comercial.
Perante a alteração do quadro contabilístico português, em 2009, entendeu-se que só
poderíamos analisar informação homogénea, segundo o Plano Oficial de
Contabilidade (POC) ou o Sistema de Normalização Contabilística (SNC), pelo que o
maior número de exercícios económicos comparáveis eram os de 2006 a 2008, logo
com base no POC.
Assim, para este estudo foram agrupadas as empresas do setor vitivinícola português,
através da Classificação de Atividades Económicas, revisão 3 (CAE-Rev.3) – CAE
11021, denominada “Produção de vinhos comuns e licorosos” - tendo sido realizadas
três fases no processo de construção da amostra.
Na primeira fase, selecionou-se a CAE 11021 e elegeu-se, apenas, as empresas que
indicaram pertencer a essa CAE, pelo que se obteve 541 empresas vitivinícolas a
operarem em Portugal.
Na fase seguinte, a segunda, das 541 empresas, anteriormente, obtidas selecionou-se
as que apresentaram atividade, através de um volume de negócios positivo em todos
1
A elasticidade preço cruzada é a variação percentual na quantidade procurada de um bem
causada pela alteração de 1 por cento no preço de outro. A elasticidade preço cruzada poderá ser
positiva ou negativa, se houver elasticidade positiva, entre dois bens, os bens dizem-se
substitutos.
2
Os bens são complementares fracos visto que quando o preço do vinho aumentar 1%, diminui
a quantidade procurada de cerveja num valor percentual relativamente baixo. Exemplos disto
são o estudo referente ao Reino Unido (Smith, 1999).
os anos de 2006 a 2008, ou seja, nos três anos, pelo que o número de empresas foi
reduzido em 199 empresas, sendo que a amostra passou para 342 empresas.
Ao analisar a distribuição das empresas por região constatou-se uma heterogeneidade
entre as regiões. A região do Norte tem uma maior representatividade (com 38,60%
das empresas de Portugal), seguida pela região do Centro (com 24,85%), Lisboa e
Vale do Tejo (com 19,30%), Alentejo (com 11,11%) e as restantes três regiões
Madeira, Algarve e Açores (com cerca de 6%).
Deste modo, as empresas das regiões do Algarve, Madeira e Açores têm uma
representatividade residual, face ao número total de empresas, pelo que foram
excluídas 21 empresas constituindo esta, a terceira e última fase, da seleção da
amostra.
Em síntese, a amostra é composta por 321 empresas, dispersas por quatro regiões,
conforme a Quadro nº 1.
Quadro nº 1 - Empresas portuguesas com a CAE 11021 com volume de negócios
positivos entre 2006 e 2008 (excluindo as regiões: Algarve, Madeira e Açores)
Região
Distritos
Braga
Norte
Centro
%
18
Bragança
6
Porto
64
Viana do Castelo
Vila Real
6
38
Aveiro
23
Castelo Branco
2
Coimbra
7
Guarda
14
Leiria
Viseu
31
Lisboa
Lisboa e Vale
Santarém
do Tejo
Setúbal
Alentejo
Nº de
Nª de
empresas por empresas
Distrito
por região
132
41,12%
85
26,48%
66
20,56%
38
11,84%
321
100,00%
8
29
19
18
Beja
9
Évora
Portalegre
17
Totais
321
12
Fonte: Elaboração própria a partir do SABI – Sistema de Análise de Balanços Ibéricos, (2011)
Como limitação é de explicitar a dicotomia entre a região vitivinícola e a região da base
de dados. As regiões vitivinícolas são regiões demarcadas pelo tipo de vinho
produzido, enquanto as regiões do SABI são as resultantes da divisão administrativa
do território português pelo que, nem sempre, são coincidentes nomeadamente as
regiões Norte e Centro. Assim, as empresas surgem agrupadas pelas regiões onde
têm a sua sede social.
2.2 - Caracterização da amostra
Decorrente do capítulo anterior, a amostra é representada por 321 empresas, sendo
que 41% estão sediadas no Norte, 26% no Centro, 21% Lisboa e Vale do Tejo e, por
último, 12% no Alentejo, como está representado no Quadro nº 1.
O volume de negócios total da amostra é de, aproximadamente, 881.311.650€, tendo
como referência o ano de 2008, sendo que 70% é representado pela região do Norte,
11% pela região do Centro, 15% pela região de Lisboa e Vale do Tejo e 4% pela
região do Alentejo.
2.3 - Instrumento de análise
De modo a avaliar o perfil económico-financeiro de uma determinada empresa ou
entidade, é necessário recorrer a técnicas de análise apropriadas. Embora existam
várias técnicas, a mais usual, recorre à análise de indicadores ou rácios. Um indicador
ou rácio é um quociente entre duas grandezas correlacionadas e obtidas nas
demonstrações financeiras – balanço e demonstração de resultados.
A análise através de rácios estabelece diferentes relações entre várias rubricas das
demonstrações financeiras. A informação obtida é uma informação mais expressiva do
que as rubricas em valor absoluto, o que permite, com mais facilidade, estabelecer
comparações, procurar forças e fraquezas nas empresas.
Dito de outro modo, este é um instrumento de apoio que consegue sintetizar, uma
relativa quantidade de informação e ajuda na comparação do desempenho
económico-financeiro das empresas, ao longo do tempo (Neves, 1996: 72).
Os indicadores são, assim, úteis na condensação da informação financeira e
instrumentos valiosos para analistas financeiros, sejam eles internos (por exemplo,
empresários ou proprietários) ou externos (nomeadamente, credores, investidores e
investigadores) à empresa (Siddiqui, 2005: 624), na medida em que auxilia em
formular juízos e prescrever soluções, ou seja, os rácios funcionam assim como
“batedores de caça” muito úteis e práticos, ágeis e com bom faro. (Vieira, 2001: 438)
No entanto, existem algumas limitações na utilização deste método. Não existe um
padrão de rácios económico-financeiros, sendo que é essencial procurar saber quais
os rácios adequados para o estudo em questão (Neves, 1996: 74), para além de ser
difícil definir os limites de classificação de um valor do rácio como “bom” ou “mau”
(Farinha, 1994: 9).
Dado o volume de informação financeira será possível fazer uma vasta lista de rácios
a serem utilizados. No entanto, e como já referido, não existe estandardização de
rácios ideais, e conforme a bibliografia consultada, existem diferentes listas de rácios.
Compete a cada investigador decidir, consoante o objetivo de análise, quais os rácios
relevantes e de possível comparação.
Assim, os indicadores selecionados para a avaliação do setor vitivinícola estão
divididos em quatro grupos: os rácios de rendibilidade, de liquidez, de alavanca
financeira e, por último, os rácios de funcionamento.
Há que salientar que foram excluídos do estudo, alguns rácios, uma vez que
apresentavam uma fraca representatividade de dados homogéneos das empresas da
amostra. Foram excluídos indicadores que utilizavam a rubrica número de
empregados, nomeadamente as receitas totais por empregado, o custo médio por
empregado e o peso dos gastos com pessoal no volume de negócio.
2.3.1 - Indicadores de rendibilidade
Com os rácios de rendibilidade pretende-se estudar três vertentes: capacidade da
exploração gerar margem líquida, capacidade dos ativos gerarem rendimento e
capacidade da empresa de remunerar os seus acionistas/sócios, ou seja, gerarem
lucro.
Os rácios de rendibilidade são, assim, indicadores, expressos em percentagem, da
relação entre o resultado (lucro ou prejuízo) e o volume de negócios ou uma grandeza
de capital (Neves, 1996: 77).
A rendibilidade de uma empresa pode ser avaliada através de diversos rácios,
nomeadamente os seguintes:
• Rendibilidade Operacional das Vendas: analisa a relação entre os resultados
operacionais e o volume de negócios. Relaciona o valor acrescentado gerado pela
atividade das vendas antes dos encargos financeiros e impostos. Uma melhoria deste
índice pode refletir uma alteração de preços, melhoria de gastos dos fatores utilizados
no processo produtivo ou mesmo uma maior eficiência dos mesmos (Saias, 1996:
405).
• Return on Sales (ROS) ou Rendibilidade Líquida das Vendas: analisa a relação
entre os resultados líquidos e o volume de negócios, ou seja, a margem líquida do
negócio.
• Return on Equity (ROE) ou Rendibilidade dos Capitais Próprios: é um rácio
bastante importante para os acionistas e investidores da empresa, uma vez que
espelha a capacidade da empresa gerar o retorno a todos aqueles que nela
investiram. Assim, a rendibilidade do capital próprio está a um nível aceitável,
comparativamente, às taxas de rendibilidade do mercado de capitais e ao custo do
financiamento (Neves, 1996: 78).
• Rendibilidade do Ativo: analisa a capacidade que a empresa tem em gerar
lucros, a partir do seu ativo líquido, isto é, mede a eficácia da gestão utilizada nos seus
ativos e é útil para avaliar a possibilidade de obtenção de financiamento.
2.3.2 - Indicadores de liquidez
A liquidez estuda a capacidade da empresa reembolsar as suas dívidas de curto
prazo. Quando os bancos estão a conceder empréstimos de curto prazo preocupamse, mais com a capacidade de reembolso dessa dívida do que com a forma de
cobertura global do ativo, usando muitas vezes os indicadores de liquidez (Neves,
1996: 76).
No entanto, existe uma pequena limitação no cálculo deste tipo de rácio. O facto de os
ativos e passivos de curto prazo serem bastante voláteis as avaliações, através da
liquidez, podem deixar, rapidamente, de serem válidas.
Para o presente estudo foram considerados os seguintes rácios de liquidez:
• Liquidez Geral: evidencia a capacidade de uma empresa solver as suas
obrigações correntes, ou seja, em que medida o passivo de curto prazo está coberto
por ativos que se esperam, em idêntico período de tempo, serem convertidos em
meios financeiros líquidos (Farinha, 1994: 9-10).
Sendo este rácio composto pelo ativo circulante (o que as empresas transformam
em meios financeiros no curto prazo) e pelo passivo circulante (as obrigações de curto
prazo), levou a que alguns autores sugerissem que o valor deste rácio fosse igual ou
superior a 1, para que se possa considerar que existe equilíbrio financeiro e
capacidade de liquidez (Neves, 1996: 76).
• Liquidez Reduzida: tal como o rácio anterior, este expressa a capacidade que
uma empresa solver as suas obrigações correntes, mas de uma forma mais exigente,
uma vez que admite que os inventários não têm capacidade de transformação
imediata em meios financeiros líquidos, ou seja, não têm características de liquidez,
pelo que deduz os inventários ao ativo circulante na equação da liquidez geral. Isto
proporciona um melhor julgamento sobre a situação de tesouraria da empresa do que
a liquidez geral (Menezes, 1996:124).
• Liquidez Imediata: restringe ao máximo, o conceito de ativos líquidos cingindose, apenas, aos meios financeiros líquidos de uma empresa (Farinha, 1994:12), ou
seja, no cálculo do rácio de liquidez imediata é avaliada a capacidade da empresa
pagar as suas dívidas de imediato utilizando apenas, depósitos bancários, caixa e
títulos negociáveis.
2.3.3 - Indicadores de alavanca financeira
A análise da alavanca financeira tem como principal objetivo compreender o peso do
capital próprio e do capital alheio como fonte de financiamento da empresa. Os rácios
de alavanca financeira são úteis na análise de crédito, identificando as dívidas que a
empresa contraiu e as implicações que as mesmas têm na exploração. (Neves,
1996:74). Em síntese, mensura o risco que se corre ao se conceder crédito adicional.
A alavanca financeira de uma empresa pode ser avaliada através de diversos rácios.
No presente estudo foram considerados os seguintes rácios:
• Autonomia Financeira: determina qual a percentagem do ativo da
empresa, que se encontra a ser financiada por capitais próprios (Farinha, 1994: 19).
Quanto maior for o peso do capitais próprios na sua estrutura de financiamento, mais
baixo será o grau de risco relacionado com a mesma e, consequentemente, maior
capacidade de endividamento potencial (Saias, 1996: 415).
• Debt to Equity: permite calcular a percentagem do passivo da empresa
que se encontra a ser financiado por capitais próprios.
• Endividamento: expressa a percentagem de capital alheio utilizado no
financiamento das atividades da empresa (Neves, 1996: 74). As conclusões a retirar
deste indicador vão na mesma linha de orientação das referidas na autonomia
financeira, sendo a sua leitura, precisamente, inversa uma vez que vem o passivo no
numerador e os capitais próprios no denominador.
• Estrutura do Endividamento: tem como objetivo quantificar o grau de
endividamento, no curto prazo, comparativamente, ao total do passivo, ou seja,
expressa o seu grau de maturidade.
• Cobertura dos Encargos Financeiros: pretende avaliar se a empresa
está a gerar meios suficientes para cumprir os seus encargos financeiros. Assim,
utiliza os resultados antes de encargos financeiros e impostos, aos quais se somam as
depreciações e provisões, dado que estas não representam uma saída efetiva de
fundos. Se o valor deste rácio for maior que 1, a empresa detém fundos suficientes
para o pagamento de juros (Saias, 1996: 415).
• Cobertura do Imobilizado: indica o grau de financiamento do ativo fixo
tangível, ativo intangível e investimentos financeiros está coberto por capitais
permanentes.
• Média de anos para depreciações do ativo fixo tangível: demonstra o
tempo que empresa demora a depreciar o seu ativo fixo.
2.3.4 - Indicadores de funcionamento
Os rácios de funcionamento analisam a eficiência das decisões na gestão dos
recursos aplicados. Os rácios de funcionamento apuram-se em termos de rotação ou
número de dias de funcionamento (Neves, 1996: 79).
Foram considerados os seguintes rácios:
• Prazo Médio de Recebimento (em número de dias): A eficácia na
concessão de créditos compreende um conjunto de procedimentos que visam encurtar
o período de tempo que medeia entre a emissão de guia de saída e o efetivo
recebimento da fatura e controlar a idade dos créditos e as responsabilidades
individuais dos clientes. A correta e clara definição das condições de venda, como os
descontos de pronto pagamento, assim como, a permanente seleção dos clientes, faz
com que haja uma redução do prazo médio de pagamento e assim uma redução de
risco no crédito concedido (Menezes, 1996:151-152). Assim, o prazo médio de
recebimento mede o tempo, em média que os clientes demoram a pagar as suas
dívidas para com a empresa, isto é, reflete o nível de eficácia na concessão de crédito.
• Prazo Médio de Pagamento (em número de dias): A política de
pagamentos tem influência na situação da estrutura de tesouraria da empresa e na
possibilidade de recurso a fontes de financiamento alternativas menos dispendiosas.
Na verdade, a existência ou inexistência de uma situação estrutural de tesouraria
equilibrada facilita imenso ou dificulta o acesso a recursos financeiros alternativos
mais interessantes, pois a capacidade de negociação e a imagem de crédito da
empresa são, evidentemente afetadas (Menezes, 1996:172). Assim, através do prazo
médio de pagamentos, a empresa consegue perceber essa capacidade de negociação
com os fornecedores, apurando quanto tempo demora a pagar as dívidas aos
fornecedores.
• Rotação dos Capitais Investidos (ou do ativo): é uma medida da
capacidade da empresa para gerar resultados com os seus ativos totais e expressa,
com que grau de eficiência a empresa tem usado os seus ativos para gerar
rentabilidade das vendas. Mede o grau de eficiência global da gestão na utilização do
investimento total (Neves, 1996: 79). Uma empresa que apresente um baixo
coeficiente de rotação do ativo, tem alguns valores ativos improdutivos, alguns
sobrevalorizados ou gestão inadequada, ou mesmo a combinação dos três fatores
(Vause, 2001:198). No entanto, salienta-se a idade deste indicador, visto que os seus
valores serão diferentes face a uma empresa com investimentos recentes, e outra em
que os imobilizados já se encontrem fortemente amortizados (Saias, 1996: 415).
Quanto maior a rotação do ativo menor serão as necessidades de financiamento do
ciclo de exploração (Carrilho, 2005:110).
• Rotação dos Inventários: Dado a grande importância que os inventários
têm para a “indústria”, torna-se importante compreender a capacidade da empresa
renovar os bens que compõem os seus inventários. A importância dos stocks da
empresa vai aumentando ao longo do seu processo produtivo, pois a incorporação dos
gastos dos outros fatores produtivos (remunerações dos trabalhadores, depreciações
dos ativos, etc.) contribui para o acréscimo do respetivo valor e, consequentemente,
dos investimentos em stocks (Menezes, 1996:159). Assim, o rácio de rotação dos
inventários evidencia o nível de produtividade da empresa, a qual será mais elevada à
medida que aumente a velocidade de rotação, ou seja, o número de vezes que os
inventários se transforma durante um certo período de tempo. (Neves, 1996: 79).
• Fundo de maneio médio (por unidade vitivinícola): é parte do ativo
circulante que pode ser mobilizado com rapidez para satisfazer as necessidades
correntes da exploração. (Lauzel, s.a.: 69).
• Necessidades de Fundo de Maneio (por unidade vitivinícola): está
ligada à necessidade do ciclo de exploração. Este obriga a que haja meios financeiros
para cumprir pagamentos, antes de se obter recebimentos. Quando positivas
representam as necessidade de financiamento do ciclo de exploração, quando
negativas, o excedente do ciclo de exploração (Neves, 2000:128-130).
• Tesouraria Líquida (por unidade vitivinícola): esta caracteriza o
equilíbrio financeiro da empresa. Assim, existe equilíbrio financeiro quando o fundo de
maneiro é suficiente para financiar as necessidades de fundo de maneio, ou seja, a
tesouraria líquida é positiva (Neves, 2000:131-132).
3 – Análise de Resultados
Definidas a amostra e as quatro regiões vitivinícolas, repartiu-se a análise dos
resultados em duas fases: a primeira fase corresponde a uma caracterização geral por
natureza de indicador e, a segunda fase, evidencia a visão por região vitivinícola.
3.1 - Caracterização geral
3.1.1- Indicadores de rendibilidade
Para que seja possível compreender melhor a rendibilidade do setor vitivinícola,
procedeu-se primeiro à análise dos gastos e dos rendimentos do mesmo.
Ao analisar a distribuição de gastos do setor vitivinícola, e tendo como referência à
Figura nº 2, verifica-se que o Custo das Mercadorias Vendidas e das Matérias
Consumidas (CMVMC) e o Fornecimento e Serviços Externos (FSE), representam
80% do total dos gastos. Isto revela que o setor é vulnerável a variações de preço das
matérias-primas, assim como, de fornecimento e serviços.
Figura nº 2 - Distribuição dos gastos de todas as empresas do setor vitivinícola
português
Amortizações do
Exercício
7%
Custos e Perdas
Financeiras
6%
Custos e Perdas
Extraordinárias
1%
Custos com o
Pessoal
7%
Fornec.+
Serv.Externos
24%
CMVMC
55%
Fonte: Elaboração própria a partir do SABI – Sistema de Análise de Balanços Ibéricos, (2011)
Quando analisada a distribuição dos rendimentos verifica-se, que a maior
percentagem, recai sobre os rendimentos operacionais com cerca de 95%, tendo os
rendimentos financeiros e extraordinários 3% e 2%, respetivamente.
Na análise global existe um crescimento contínuo dos gastos e dos rendimentos,
sendo que os gastos cresceram, mais rapidamente, do que os rendimentos, entre
2006 e 2008, e no período de 2008, os gastos foram superiores aos rendimentos. Os
gastos aumentaram cerca de 4,34% (de 2007 a 2008), e os rendimentos, apenas,
2,24% (de 2007 a 2008), como ilustra a Figura nº 3.
2006
2007
877.126.113
869.419.188
839.035.099
753.851.957
770.822.257
880.000.000
860.000.000
840.000.000
820.000.000
800.000.000
780.000.000
760.000.000
740.000.000
720.000.000
700.000.000
680.000.000
849.955.345
Figura nº 3 - Evolução dos gastos e rendimentos do setor vitivinícola português (20062008)
2008
Proveitos
2006
770.822.257
2007
849.955.345
2008
869.419.188
Custos
753.851.957
839.035.099
877.126.113
Fonte: Elaboração própria a partir do SABI – Sistema de Análise de Balanços Ibéricos, (2011)
A Figura nº 4 apresenta as várias rendibilidades, sendo que a média da rendibilidade
operacional das vendas, dos três anos analisados é de 6,85% (variando entre 7,19%,
em 2006, e 6,24%, em 2008) e tendo uma evolução negativa pouco acentuada.
Figura nº 4 - Rácios de rendibilidade do setor vitivinícola português (2006-2008)
8,00%
7,19% 7,11%
6,24%
6,00%
5,55%
5,23%
4,70%
4,22%
3,35%
4,00%
3,53%
3,04%
3,26%
2,74%
2,00%
0,00%
2006
2007
2008
Rendibilidade Operacional
das Vendas
7,19%
7,11%
6,24%
ROS (Return on Sales)
ROE (Return on Equity)
Rendibilidade do Activo
5,23%
4,22%
3,35%
5,55%
4,70%
3,53%
3,04%
3,26%
2,74%
Fonte: Elaboração própria a partir do SABI – Sistema de Análise de Balanços Ibéricos, (2011)
A rendibilidade líquida das vendas (ROS) revela um comportamento semelhante ao da
rendibilidade operacional das vendas, no entanto, é importante referir que a diferença
apresentada respeita ao impacte que os impostos e os encargos financeiros têm sobre
o setor, o que fez baixar a rendibilidade das vendas, em 2,58%.
A rendibilidade dos capitais próprios (ROE) evidencia valores próximos do rácio
anterior, o que significa, mais uma vez, a importância das vendas neste setor. O ROE
do setor vitivinícola é, em média, de 4,59%, (oscila entre 5,55% e 3,53%, de 2006 e
2008).
Por último, na rendibilidade do ativo verifica-se um valor consideravelmente mais baixo
que a rendibilidade operacional das vendas e mostra que o setor tem menos eficácia
da gestão na utilização nos seus ativos para gerar lucros.
3.1.2 - Indicadores de liquidez
O setor vitivinícola apresenta uma liquidez geral superior a 1, como está representado
na Figura nº 5, o que revela boa situação financeira no curto prazo.
A liquidez reduzida, é menor que o rácio anterior, o que significa que o setor tem em
conta os seus inventários para solver as suas obrigações de curto prazo.
Finalmente a liquidez imediata denota-se que o setor quase não tem capacidade de
solver dívidas no curto prazo apenas com os meios financeiros líquidos, sendo que o
setor não sofreu fortes oscilações na sua liquidez no período em estudo.
3.1.3 - Indicadores de alavanca financeira
Ao analisar os rácios de alavanca financeira (Quadro nº 2), de modo a compreender o
peso do capital próprio e do capital alheio como fonte de financiamento da empresa,
verifica-se um aumento da autonomia financeira, em cerca de 2% (entre 2006 a 2008),
que se deve ao aumento do capital próprio, no decorrer do período em estudo.
A cobertura dos encargos financeiros diminuiu, decorrente do aumento dos gastos
financeiros, o que contribuiu para que este rácio tenha sofrido uma diminuição que foi
afetada pelos sucessivos aumentos de taxas de juro, com consequência na cobertura
do ativo fixo tangível, assim como na vida útil dos ativos respetivos.
Figura nº 5 - Rácios de liquidez do setor vitivinícola português (2006-2008)
2,00
1,75
1,74
1,73
1,50
1,00
0,71
0,70
0,12
0,50
0,69
0,13
0,08
0,00
2006
Liquidez Geral
Liquidez Reduzida
Liquidez imediata
2007
2006
1,75
0,71
0,12
2008
2007
1,73
0,70
0,13
2008
1,74
0,69
0,08
Fonte: Elaboração própria a partir do SABI – Sistema de Análise de Balanços Ibéricos, (2011)
Quadro nº 2 - Rácios de alavanca financeira do setor vitivinícola português (20062008)
2006
2007
2008
Autonomia Financeira
39,90%
41,06%
41,67%
Debt to Equity Ratio
114,15%
143,55%
139,98%
Endividamento
60,10%
58,94%
58,33%
Estrutura do Endividamento
65,40%
66,80%
63,77%
Cobertura dos Encargos financeiros
323,62%
273,94%
195,92%
Cobertura do Imobilizado
101,12%
101,99%
97,97%
Média de anos para amortização de Imobilizado Corpóreo
10,54
10,46
11,31
Fonte: Elaboração própria a partir do SABI – Sistema de Análise de Balanços Ibéricos, (2011)
3.1.4 - Indicadores de funcionamento
Para melhor compreender a capacidade, que o setor tem, de gerir os recursos
aplicados, há que analisar o fundo de maneio, as necessidades de fundo de maneio e
a tesouraria líquida. Tomando como base a Figura nº 6, os valores de fundo de
maneio foram sempre positivos, o que revela a estabilidade dos fundos que financiam
o ciclo de exploração.
Quanto às necessidades de fundo de maneio, nos três anos de estudo, são menores
que o fundo de maneio, o que revela uma tesouraria líquida positiva, ou seja, o setor
encontra-se em equilíbrio financeiro.
No que respeita ao funcionamento do setor vitivinícola, verifica-se que o setor sustenta
valores bastante elevados, tanto no prazo médio de pagamento (86,65 e 89,77 dias,
em 2007 e 2008, respetivamente), como no prazo médio de recebimentos (83,05 e
73,87 dias, em 2006 e 2008, respetivamente), o que revela perda de eficiência, por
parte do setor, na gestão dos recursos.
Quando à rotação dos capitais investidos e dos inventários, estes apresentam um
aumento pouco significativo. A rotação dos capitais investidos é baixa, o que revela
pouca eficiência do setor em usar os seus ativos para gerar rendibilidade das vendas
(situa-se entre os 0,40 e 0,41, em 206 e 2008, respetivamente). O setor, em média, faz
uma rotação de inventário por ano, o que está associado ao tipo de produto
comercializado (1,18 e 1,27, em 2006e 2008, respetivamente).
2.182.121
2.539.809
2.214.192
2.644.514
2.515.440
2.201.927
2.500.000
2.130.242
3.000.000
2.459.475
Figura nº 6 - Relação entre fundo maneio, necessidades de fundo maneio e tesouraria
líquida do setor vitivinícola português (2006-2008)
357.689
1.000.000
430.321
1.500.000
313.513
329.232
2.000.000
500.000
0
2.006
Fundo de Maneio médio por unidade vitivinícola
Necessidades de Fundo de Maneio por unidade
vitivinícola
Tesouraria Líquida por unidade vitivinícola
2.007
2.008
Média
2.006
2.459.475
2.007
2.515.440
2.008
2.644.514
Média
2.539.809
2.130.242
2.201.927
2.214.192
2.182.121
329.232
313.513
430.321
357.689
Fonte: Elaboração própria a partir do SABI – Sistema de Análise de Balanços Ibéricos, (2011)
3.2 - Por região vitivinícola
Tendo referência a Figura nº 7, é evidente a disparidade nos rácios rendibilidade entre
as regiões do setor. A região do Norte possui resultados bastante positivos, e acima
da média nacional, comparativamente às outras regiões. As restantes regiões
apresentam baixos resultados de rendibilidade e a região do Alentejo obteve
resultados negativos em todos os tipos de rendibilidade analisados. Tomando como
exemplo a rendibilidade operacional das vendas, a região do Norte detém 8,71%,
contra os -0,25% da região do Alentejo, e onde a média das regiões é 3,25%.
Norte
Centro
Lisboa e Vale
do Tejo
Alentejo
1,49%
-1,48%
3,25%
-0,63%
-7,73%
-0,03%
-6,02%
-0,25%
1,16%
-2,02%
0,00%
-2,00%
-2,77%
3,18%
0,76%
2,00%
-2,10%
4,00%
-1,32%
6,00%
1,34%
6,69%
8,00%
4,06%
10,00%
6,85%
8,71%
Figura nº 7 - Rácios de rendibilidade do setor vitivinícola português, por regiões (média
entre 2006-2008)
Média das
Regiões
-4,00%
-6,00%
-8,00%
Rend. Oper. das Vendas
8,71%
1,34%
Lisboa e Vale do
Tejo
3,18%
-0,25%
3,25%
ROS (Return on Sales)
6,85%
-1,32%
-2,02%
-6,02%
-0,63%
ROE (Return on Equity)
6,69%
-2,10%
-2,77%
-7,73%
-1,48%
Rendibilidade do Activo
4,06%
0,76%
1,16%
-0,03%
1,49%
Norte
Centro
Alentejo
Média das Regiões
Fonte: Elaboração própria a partir do SABI – Sistema de Análise de Balanços Ibéricos, (2011)
Ao nível da liquidez geral (Figura nº 8) verifica-se que todas as regiões apresentam um
resultado superior a 1, o que revela numa boa situação financeira no curto prazo,
sendo a região Norte aquela que apresenta o rácio mais elevado e a região do
Alentejo aquela que detém pior resultado.
Quanto à liquidez reduzida, em todas as regiões, este rácio é bastante mais baixo que
o anterior. Sem inventários, a região do Centro é a região com maior capacidade de
solver as suas dívidas, no curto prazo, e a região do Alentejo a que apresenta menor
capacidade.
O rácio de liquidez imediata, revela que todas as regiões têm pouca capacidade de
solver as suas dívidas, no curto prazo, apenas com os meios financeiros líquidos,
sendo essas dificuldades mais expressivas no Alentejo e em Lisboa e Vale do Tejo
com 0,03 e 0,04 respetivamente. A região do Norte é a região com maior liquidez
imediata, tendo cerca de 0,14, o dobro da média nacional.
Figura nº 8 - Rácios de liquidez das regiões do setor vitivinícola português (média
entre 2006-2008)
2,00
1,92
1,41
1,40
1,50
1,00
0,79
0,70
0,50
0,14
0,70
0,08
1,51
1,30
0,69
0,55
0,04
0,03
0,07
0,00
Norte
Liquidez Geral
Liquidez Reduzida
Liquidez imediata
Centro
Norte
1,92
0,70
0,14
Lisboa e Vale
do Tejo
Centro
1,40
0,79
0,08
Lisboa e Vale do Tejo
1,41
0,70
0,04
Alentejo
Alentejo
1,30
0,55
0,03
Média das
Regiões
Média das Regiões
1,51
0,69
0,07
Fonte: Elaboração própria a partir do SABI – Sistema de Análise de Balanços Ibéricos, (2011)
Ao analisar os rácios de alavanca financeira, tomando como referência a Quadro nº 3,
verifica-se que todas as regiões detêm um peso inferior de capital próprio, em relação
ao capital alheio.
Quando calculados os diversos rácios, de alavanca financeira, todos revelam que o
setor é bastante dependente de capitais alheios. No entanto existem regiões que
conseguem ser mais autónomas que outras, ou seja, comportam mais capitais
próprios para o financiamento da sua atividade, que é o caso da região do Norte. Esta
consegue estar acima da média nacional em todos os rácios analisados.
A região do Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo, são as regiões mais dependentes de
capitais alheios (cerca de 79% e 75%, respetivamente). Há que salientar que as
regiões que apresentam maior dependência de capitais alheios, são também, aquelas
que projetam mais endividamentos a longo prazo e que detêm menos cobertura de
encargos financeiros.
Analisados os indicadores de funcionamento, das empresas através do prazo médio
de recebimento (PMR) e prazo médio de pagamento (PMP), das quatro regiões,
verifica-se que todas têm valores bastante elevados. Estes dois rácios revelam perda
de eficiência por parte do setor, na gestão dos recursos.
A região de Lisboa e Vale do Tejo é a região que apresenta melhor resultado no PMR,
conseguindo celebrar os seus recebimentos num prazo de aproximadamente 70 dias o
que revela um resultado abaixo da média (cerca de 93 dias). A região que demora
mais tempo a efetivar os recebimentos é a região do Centro, com cerca de 120 dias.
Quadro nº 3 - Rácios de alavanca financeira do setor vitivinícola português, por
regiões (média entre 2006-2008)
Região
Autonomia
Financeira
Debt to
Cobertura dos Cobertura do Média de anos para
Estrutura do
Equity Endividamento
Encargos
Ativo Fixo depreciação do Ativo
endividamento
Ratio
financeiros
Tangível
Fixo Tangível
Norte
47,73%
109,57%
52,27%
72,19%
305,92%
134,24%
9,61
Centro
33,94%
196,89%
66,06%
69,96%
214,58%
82,63%
12,47
Lx e VT
25,02%
302,43%
74,98%
48,09%
182,41%
44,62%
13,16
Alentejo
21,29%
370,59%
78,71%
58,35%
189,75%
40,97%
10,40
Média das
31,99%
Regiões
244,87%
68,01%
62,15%
223,17%
75,62%
11,41
Fonte: Elaboração própria a partir do SABI – Sistema de Análise de Balanços Ibéricos, (2011)
Quanto ao PMP a região que consegue cumprir em menos tempo os seus
pagamentos é a região do Norte, com cerca de 50 dias, e em contra partida a região
que demora mais tempo é a região do Alentejo, com cerca de 103 dias.
Quanto analisado o funcionamento, através da rotação dos capitais investidos e dos
inventários, constata-se que todas têm valores muito baixos. Estes dois rácios revelam
pouca eficácia na gestão dos seus tios de inventários.
A região do Centro é a região que apresenta melhor resultado, quer na rotação dos
capitais investidos (0,51), quer na rotação dos inventários (2,00). A região que
apresenta o índice mais baixo de rotação dos capitais investidos e de inventários é o
Alentejo, com cerca de 0,26 e 0,93 respetivamente, conforme a Figura nº 9.
Figura nº 9 - Rotação dos capitais investidos e dos inventários do setor vitivinícola, por
regiões (média entre 2006-2008)
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
2,00
1,62
1,41
1,06
0,43
Norte
0,93
0,51
0,35
Centro
0,39
0,26
Lisboa e
Vale do
Tejo
Alentejo
Lisboa e Vale
do Tejo
Média das
regiões
Alentejo
Média das
regiões
Norte
Centro
Rotação dos Capitais Investidos (ou
do Activo)
0,43
0,51
0,35
0,26
0,39
Rotação das existências
1,06
2,00
1,62
0,93
1,41
Fonte: Elaboração própria a partir do SABI – Sistema de Análise de Balanços Ibéricos, (2011)
Considerações Finais
A produção do vinho é algo, na sua essência, feito de modo ancestral. No entanto, a
sua produção, tem vindo a acompanhar o progresso tecnológico e países que outrora
pouca ou quase nenhuma tradição, têm conseguido afirmar-se e criar altos índices de
rivalidade e competitividade no setor, sendo denominados produtores de vinho do
novo mundo.
Portugal é um dos países do velho mundo que tem perdido quota de mercado, no
entanto este detém características climáticas e solos únicos, propícios à produção de
vinhos de excelência.
Em termos vitivinícolas, é um território bastante demarcado, com regiões muito
diferentes, existindo onze regiões vitivinícolas, com diferente dimensão de cultivo e
produção. Portugal é o país que mais área dedica ao cultivo de uva e posiciona-se em
oitavo lugar no ranking mundial dos países produtores de vinho.
Na análise dos impactes microeconómicos, a estrutura de mercado vitivinícola, possui
uma forte rivalidade, quer nível nacional baseado na enorme diversidade de tipos de
vinhos existentes em Portugal, quer ao nível internacional com a entrada dos vinhos
do novo mundo.
O poder dos clientes e fornecedores é algo significativo que deriva da importância das
grandes superfícies comerciais e do nível tecnológico das empresas a montante.
Quanto a pressão exercida pelos produtos substitutos é considerada baixa, dado que
o vinho não tem produtos substitutos fortes.
A região do Norte é aquela que conta com um maior número de empresas, sendo a
região do Alentejo aquela que apresenta um menor número. Quanto ao volume de
negócios, o Norte volta a ser a região com maior peso (representando 70% do volume
de negócios nacionais), muito devido ao facto de 60% serem grandes empresas com
sede na região.
Na análise da rendibilidade as empresas da região de Lisboa e Vale do Tejo são as
que detém pior desempenho em contraste com as das regiões do Norte e do Centro.
Quando à liquidez vai sendo cada vez mais exigente, verifica-se que o setor tem
pouca capacidade de solver as suas dívidas, de curto prazo, apenas com as
disponibilidades e com as aplicações financeiras, pelo que há a ressaltar uma forte
dependência, relativamente, aos capitais alheios.
Apesar disso, existem regiões que conseguem ser menos dependentes
financeiramente que outras, nomeadamente, a região do Norte. A região de Lisboa e
Vale do Tejo é a que detém maior grau de dependência de fontes de financiamento
alheias.
Com o aumento sucessivo dos gastos financeiros, verifica-se também a diminuição
constante, desde 2006 até 2008 da cobertura dos encargos financeiros. A cobertura
do ativo fixo tangível, em geral, também teve um comportamento negativo, assim
como o tempo de depreciação do ativo fixo tangível.
As regiões do Centro e de Lisboa e Vale do Tejo são as que apresentam maior
estagnação dos seus resultados. A região do Alentejo é a região vitivinícola mais nova
de Portugal e a que revela um crescimento mais acentuado.
É de realçar que o setor vitivinícola é um ótimo alvo de investimento para contribuir
para a melhoria económica de Portugal. Apostas na otimização dos processos
produtivos, nas campanhas de marketing e na projeção das marcas de vinho
portuguesas no mercado internacional, possibilitarão maior consolidação do setor e,
consequentemente, o aumento das suas exportações.
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Associação de jovens agricultores de Portugal: http://www.ajap.pt/site/
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Instituto nacional de estatística: http://www.ine.pt/
Instituto da vinha e do vinho, i.p.: www.ivv.min-agricultura.pt
Organisation internationale de la vigne et du vin: www.oiv.org
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o caso das empresas vitivinícolas portuguesas