Análise do Processo de Interceptação na Bacia Experimental do Rio Saci –SC Bolsista PIBIC/AA: Eddie Gabriel Teixeira Orientador: Prof. Dr. Irani dos Santos Setor de Ciências da Terra – Departamento de Geografia – Laboratório de Hidrogeomorfologia (LHG) INTRODUÇÃO O presente trabalho busca fazer um estudo da interceptação através do acompanhamento do progresso dos estudos desse processo hidrológico, apresentando uma abrangência que tanto engloba uma bibliografia nacional quanto internacional, visando uma maior compreensão das suas especificidades. Além disso, esse estudo visa, através de medições empíricas, compreender o processo na escala de detalhe, tendo como área de estudo a bacia experimental do rio Saci (SC). OBJETIVOS - Estudar o processo de interceptação na bacia experimental do rio Saci por meio de monitoramento e modelagem. - Realizar revisão bibliográfica sobre o estado da arte dos estudos de interceptação na literatura científica nacional e internacional; fazer organização, análise de consistência e consolidação das séries de dados de monitoramento da interceptação da bacia experimental do rio Saci; e elaborar uma tabela para a automatização dos cálculos do modelo de Rutter, modificado por Valente et al (1997), para o processo de interceptação. Fig. 1 Precipitação Interna (13/03/2010 – 14/03/2010) Fig. 2 Precipitação Interna (24/03/2010 – 25/03/2010) Fig. 3 Escoamento de Tronco (24/03/2010 – 25/03/2010) Fig. 4 Resultados do coeficiente de Nash e Sutcliffe (1970) METODOLOGIA A partir do modelo de Rutter adaptado por Valente et al (1997), foi programada uma planilha no software Microsoft Excel 2010, para efetuar todos os cálculos dos processos que compõe ou são afins à interceptação. O modelo foi então elaborado visando a automatização destes cálculos, possibilitando a fácil modelagem e análise dos processos, a partir de células com o total de cada processo, bem como com a geração automática de gráficos que comparam os dados medidos em campo e os modelados em ambiente computacional. RESULTADOS Verifica-se uma tendência de aproximação entre os valores medidos em campo e os simulados a partir do modelo de Rutter, modificado por Valente et al (1997), evidenciados pelo coeficiente adimensional de eficiência de Nash-Sutcliff (1970) (Eff Figura 4), que se mostrou aceitável, principalmente em relação à Precipitação Interna, com 75% dos eventos superiores à 0,8. Como pode ser observado o escoamento de tronco não é adequadamente representado pelo modelo. Esse fator acabou por prejudicar os resultados da interceptação, que apresentou valores do coeficiente próximos à 0,4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados mostraram, em linhas gerais, que o processo representa uma quantidade significativa da precipitação que, interceptada, não contribui para os demais processos do ciclo hidrológico. No primeiro evento, a interceptação representou um total de 17% da precipitação externa medida. Nos demais, a interceptação representou um total de 6,15%, 24% e 19% da precipitação externa, respectivamente. Com base na revisão bibliográfica e nos resultados, pôde-se constatar a grande importância hidrológica do estudo da interceptação, tanto para o maior entendimento do destino da água dentro da bacia hidrográfica quanto para a adaptação de modelos hidrológicos para o ecossistema estudado. Além disso, também ficou evidenciada a importância da aplicação do processo na análise ambiental, visto que a interceptação atua na entrada de água no sistema, qualquer mudança nessa dinâmica, pode alterar o todo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS VALENTE, F.; DAVID, J.S.; GASH, J.H.C. Modelling interception loss for two sparse eucalypt and pine forests in central Portugal using reformulated Rutter and Gash analytical models. Journal of Hydrology, v.190, p.141–162, 1997. NASH, J.E.; SUTCLIFFE, J.V. River flow forecasting through conceptual models I: a discussion of principles. Journal of Hydrology, 10, p.282-290,1970.