APOSENTADOS E P E N S I O N I S TA S Boletim Informativo dos Aposentados e Pensionistas do Sistema Petrobrás – Ano I | nº06 | maio 2012 Baba da Chiada, 47 anos de história Na lembrança de Otacilio Gomes Santiago, o Cilinho (presidente), o Baba da Chiada migrou para o campo da então Fagip, depois a APAE e como na cultura cigana posteriormente chegou ao Clube de Itapagipe, onde determinação em comandar o grupo. SINDICATO Fundado em 27 de maio de 1965 - lá se vão portanto bons 47 anos – na praia da Feirinha do Bonfim por alguns veteranos, o Baba da Chiada tem história. O grupo é formado por maioria de aposentados da Petrobras e esbanja solidariedade e companheirismo. HOMENAGEM Grupo pratica esporte, solidariedade e cidadania faz 47 anos “bateu ponto” por três décadas. Como nada é eterno, venderam o Itapagipe e o Chiada vive hoje no campo da Avenida Barros Reis, próximo da revenda Fiat Fiori. Para o diretor do Sindipetro Bahia Carlindo Santana, o presidente Cilinho serve como exemplo para todos na sua abnegação e Na semana em que se comemora o dia das mães, o Baba da Chiada realiza no dia 12 de maio (sábado) uma missa em ação de graças como dupla comemoração: homenagem a todas as mães e para marcar o 47º aniversário de fundação do time. Portanto, motivos é o que não falta para comemorações e a direção do Sindipetro Bahia se incorpora a estas duas homenagens. Judiciário é a alternativa para garantir direitos Temas que sempre despertam a atenção dos trabalhadores, seja da ativa ou aposentados, a revisão de benefícios, desaposentação e a cumulação do auxílio acidente com aposentadoria - descartado pelo INSS e que termina reduzindo a remuneração - estão na Câmara pode votar mudança no Fator Previdenciário em maio Página 2 agenda de todos. Para esclarecer um pouco tudo isso e apresentar alternativas, o Sindipetro Bahia conversou com o advogado Fique ligado: Petros avalia alterações para os empréstimos Página 4 Clériston Boulhões, que integra a assessoria jurídica da entidade. Boa leitura. Página 3 Governo anuncia insenção de R$ 6 mil para o IR da PLR Página 4 2 Sindipetro-Ba A P O S E N TA D O S E P E N S I O N I S TA S nº6 / Maio 2012 STF define revisão de benefícios O Supremo Tribunal Federal decide ainda neste semestre se os aposentados que continuam no mercado de trabalho e contribuem para a Previdência Social terão direito de revisar o valor do benefício pago pelo INSS. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2013 estima um gasto de R$ 49,1 bilhões caso a chamada “desaposentação” tenha vitória no julgamento dos ministros do Supremo. Dados do Instituto Nacional do Seguro Social mostram que 70 mil aposentados reivindicam o direito nos tribunais. Além destes, 500 mil aposentados continuam a trabalhar e, consequentemente, a contribuir para a Previdência. Esse é o universo de pessoas que, teoricamente, pode fazer uso do mesmo caminho para aumentar a renda. Para o novo presidente do STF, Carlos Ayres Britto, o tema da chamada “desaposentadoria” tem impacto social e ações como essas terão prioridade no Tribunal. Não há data para incluir o assunto na pauta, mas Britto diz, por meio de sua assessoria, que pretende julgar até no máximo o meio do ano. O primeiro recurso sobre “desaposentação” chegou ao STF há nove anos. RECÁLCULO “Desaposentar” consiste basicamente em pedir o recálculo do benefício levando em consideração as contribuições do trabalhador feitas após a aposentadoria. Exemplo: um trabalhador que se aposenta sem ganhar o valor máximo do benefício, que é de R$ 3.916,20, continua trabalhando com carteira assinada e é obrigado a contribuir para a Previdência. Hoje, o INSS não permite que essas contribuições sejam levadas em conta, no futuro, para rever os cálculos do benefício. Por esse motivo, trabalhadores vão à Justiça para que o INSS as considere e refaça os cálculos. Previdência Proposta de mudar o Fator Previdenciário pronta para votação Um acordo pode viabilizar a votação na Câmara dos Deputados, ainda neste mês de maio, de uma alternativa ao Fator Previdenciário (FP), regra que persegue e reduz o salário do trabalhador que se aposenta. Atualmente, o FP leva em conta o tempo, a alíquota de contribuição e a expectativa de vida da população brasileira. A Câmara discutiu propostas de interesse de trabalhadores e empregadores e chegou a um consenso sobre o tema, com apoio do presidente Marco Maia (PT). Nova opção O texto a ser votado mantém o Fator Previdenciário, mas cria uma alternativa ao trabalhador: a soma da idade com o tempo de contribuição. Seriam 85 anos para mulheres e 95 para homens. Para cada ano que faltar nessa soma, o aposentado perderia 2% de seu benefício. Dessa forma, um homem que comece a trabalhar e contribuir para a Previdência aos 18 anos poderá se aposentar aos 57 anos, sem redução, se tiver contribuído por todo esse tempo. E X P E D I E N T E BOLETIM INFORMATIVO DOS TRABALHADORES APOSENTADOS E PENSIONISTAS DO SISTEMA PETROBRÁS Seria um ganho para o trabalhador, uma opção melhor, principalmente porque os 30% piores salários seriam descartados. Pela proposta, o trabalhador poderá escolher entre o Fator Previdenciário e a nova regra, que retira a expectativa de vida da equação. O FP penaliza quem começa a trabalhar muito cedo, geralmente a parte mais pobre da população, além disso o mecanismo não impediu que empregados se aposentassem mais cedo, como o governo admitiu em audiência na Câmara. O grupo que estuda a mudança propôs um estímulo a quem continuar trabalhando: 2% a mais no benefício para cada ano de contribuição extra. Em qualquer hipótese, no entanto, será necessário se cumprir um dos requisitos para a aposentadoria: 30 anos de contribuição ou 60 anos de idade para mulheres, 35 de contribuição ou 65 de idade para homens. Ladeira da Independência, nº16A, Nazaré, SSA/BA, CEP 40040-340 – Tel.: 71-3034-9313 E-mail: [email protected] – Site: www.sindipetroba.org.br Diretores de Imprensa: Leonardo Urpia e Christian Pereira – Textos e Edição: Alberto Sobral e Carol de Athayde Editoração: Márcio Klaudat – Tiragem: 7.000 exemplares – Gráfica: GRASB nº6 / Maio 2012 A P O S E N TA D O S E P E N S I O N I S TA S Sindipetro-Ba ENTREVISTA – Clériston Bulhões Justiça é o caminho para garantir direitos Sindipetro - o tema aposentadoria sempre desperta interesse, são muitos os interesses envolvidos, não somente financeiros, mas também éticos e diz respeito aos que deram a vida trabalhando. Como avalia o papel da Previdência no país e o respeito a esses direitos? Clériston - a nossa Constituição Federal fala em seguridade social que englobaria saúde, previdência e assistência social. Portanto, na nossa Constituição a Previdência é retribuição do Estado através de benéficos ao trabalhador que contribuiu para o seguro público, o sistema previdenciário. Por isso, que antigamente se falava em aposentadoria por tempo de serviço e o nome mudou para aposentadoria por tempo de contribuição, pois nosso sistema é contributivo. O que falta no Brasil é avança em direção a seguridade social, o pleno amparo do Estado Brasileiro no âmbito da previdência, saúde e assistência social. Merece destaque a Lei Orgânica de Seguridade Social – LOAS que é importante, mais ainda assiste a poucas pessoas e com benefícios cujos valores são muito reduzidos. A Previdência Social tem um papel essencial na sociedade na medida em que a ela compete assegurar os meios necessários à manutenção da condição econômica e social do beneficiário que, por motivo de incapacidade, idade avançada, tempo de serviço, desemprego involuntário, encargos familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente, encontram-se incapacitados de prover sua própria subsistência. Contudo, não são raras as ocasiões em que o Segurado, embora tenha preenchido todos os requisitos necessários à percepção de um benefício previdenciário, vê este ser indeferido pelo INSS, ensejando o ajuizamento de ações judiciais no intuito de ver assegurado direito assegurado na lei. Além disso, mesmo quando reconhecido o direito à concessão do benefício previdenciário pelo INSS, é comum depararmos com falhas na hora de fixar o valor do benefício a ser concedido, o que também pode ser corrigido pela via judicial, pois o INSS na maioria das vezes resiste em fafê-lo pela via administrativa. Por essas razões a cada dia aumenta o número de ações judiciais movidas contra o INSS no intuito de buscar a revisão, concessão ou restabelecimento de benefício que, como já dito, tem fundamental importância na manutenção da condição econômica e social do beneficiário. Sindipetro - milhares de aposentados lutam diariamente para revisar benefícios que consideram abaixo do que deveriam receber, essa querela continua abarrotando os tribunais. qual a realidade disso hoje? Clériston - como dito, é cada vez maior o número de ações judiciais movidas contra o INSS no intuito não só de revisar o valor dos benefícios já recebidos, mas também buscando a concessão ou restabelecimento daqueles que foram indevidamente indeferidos ou cessados. Isso se justifica pela cada vez maior conscientização dos trabalhadores acerca dos seus direitos, bem como pela necessidade de percepção de benefício em valor que lhe assegure a manutenção de sua condição econômica e social. Por ser cada vez maior o número de ações propostas contra o INSS, é cada vez mais comum o reconhecimento judicial do direito à revisão, concessão ou restabelecimento de benefícios previdenciários, assegurando o cumprimento do quanto determinado legalmente. Sindipetro - uma questão que aflige milhares de trabalhadores, em especial petroleiros, diz respeito a cumulação do auxílio acidente com aposentadoria. quem tem razão nisso e qual tem sido a posição dos tribunais? Clériston - o Auxilio Acidente é devido aos trabalhadores que se afastaram por auxilio doença acidentário (B91) e ao retornar ao labor tiveram perda ou redução de capacidade laborativa e/ou passaram por reabilitação. Ao retornar ao labor os trabalhadores recebem do INSS o Auxilio Acidente (B-94) como reparação pelas perdas. O INSS vem, indevidamente, cessando o pagamento do auxílio-acidente aos beneficiários que passaram a receber aposentadoria de qualquer espécie, sem observar, no entanto, que aqueles que sofreram acidente antes de 11/12/1997, data de início da vigência da Lei nº 9.528/97, têm direito adquirido à cumulação dos dois benefícios, direito este que também vem sendo reconhecido por meio de ações judiciais. Sindipetro - a chamada desaposentação também é um tema que inquieta milhares de trabalhadores no país, na Bahia não é difefente. O que é isso e quais são os prejuízos causados aos trabalhadores que continuam na ativa, apesar de já terem se aposentado? Clériston - desaposentação foi o nome dado à tese que busca o reconhecimento do direito à concessão de nova aposentadoria àqueles que, após se aposentarem, continuaram trabalhando e contribuindo da mesma forma para a Previdência Social. Assim, o que se busca é a contagem desse tempo contribuído após a aposentadoria para a concessão de um novo benefício, em substituição àquele concedido anteriormente. Esta tese abarca todos os trabalhadores que, após a concessão da aposentadoria, continuaram trabalhando e contribuindo para a Previdência Social, sendo necessário, contudo, analisar se este novo benefício será financeiramente melhor, caso positivo, ao trabalhador só tem um caminho a Justiça. O Supremo Tribunal Federal esta julgando um caso de desaposentação, se for positivo beneficiará milhares de trabalhadores. 3 4 Sindipetro-Ba A P O S E N TA D O S E P E N S I O N I S TA S nº6 / Maio 2012 Empréstimo Petros Petros avalia alterações nos empréstimos A direção da Petros está analisando várias alterações nos empréstimos do Plano Petros e do Plano Petros 2. assim, garantir o pagamento dos empréstimos pessoais e o aumento do prazo máximo do seu pagamento. a concessão dos valores que serão emprestados, de acordo com as solicitações dos seus participantes e assistidos. No Plano Petros o aumento do prazo do empréstimo tem um impacto maior no risco de inadimplência por morte, porque os seus participantes e assistidos tem uma média de idade maior. Essa decisão ocorre ainda esse mês. Portanto, o prazo inicial de definição dessa questão e da implantação dos novos prazos, previsto para abril, foi adiado para este mês (maio), incluindo as alterações necessárias no sistema de empréstimo da Petros, que faz os cálculos e Plano Petros 2 Atualmente, a direção da Petros analisa três propostas para financiar o Fundo de Quitação por Morte (auto seguro) e, Neste, o problema não é o aumento do risco, porque os participantes e assistidos são mais jovens, mas sim, o aumento do volume de recursos a serem emprestados, devido ao aumento do prazo de pagamento: o patrimônio do Plano Petros 2 ainda é menor que o patrimônio do Plano Petros e o limite, definido em lei, que pode ser emprestado aos participantes e assistidos dos Planos da previdência complementar fechada é de 10% do seu patrimônio. Desta forma, no Plano Petros 2, mesmo ampliando o prazo, devido ao limite legal, talvez seja necessário estabelecer um valor máximo que possa ser emprestado, mas inferior ao valor estabelecido para o Plano Petros. FIQUE LIGADO Participe da campanha pela isenção do IR na PLR As centrais sindicais, a FUP e sindicatos filiados continuam na luta pela isenção do Imposto de Renda na PLR. A Câmara dos Deputados deve votar ainda esse mês de maio a Medida Provisória 556, com duas emendas que determinam a isenção do IR das participações nos lucros e resultados. Além disso, estão em tramitação em Brasília dois projetos de lei que também tratam da isenção do IR na PLR dos trabalhadores: uma do deputado Vicentinho (PT/SP) e outro do deputado Ricardo Berzoini (PT-SP). Quem quiser participar desta luta deve pressionar os parlamentares para que votem a favor dos trabalhadores. Vamos pressionar com mensagens eletrônicas para que votem a favor das emendas que tratam da isenção do IR nas PLRs. Para isso, acesse a página da Câmara dos Deputados: www2.camara.gov.br/ participe/fale-conosco/ fale-com-o-deputado/fale_ conosco_form_deputado Aí você lista os parlamentares e envia. Governo anuncia valor para isenção No dia 1º de maio, o Palácio do Planalto recebeu as lideranças das centrais sindicais e anunciou que está em fase final os acordos para isentar parte do IR na PLR; segundo o secretário geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, a proposta é fixar o teto de 6 mil reais para a isenção, enquanto as centrais sindicais e a FUP propõem a isenção sobre 20 mil reais. O entendimento sai até o fim de maio.