UM ESTUDO EXPLORATÓRIO DO CONTROLE GERENCIAL DE ATIVOS E RECURSOS INTANGÍVEIS (CAPITAL INTELECTUAL) EM EMPRESAS BRASILEIRAS José Geraldo Pereira Barbosa Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas – CCJE Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração – COPPEAD Mestrado em Administração Orientador: Professor Josir Simeone Gomes Rio de Janeiro 2000 ii UM ESTUDO EXPLORATÓRIO DO CONTROLE GERENCIAL DE ATIVOS E RECURSOS INTANGÍVEIS (CAPITAL INTELECTUAL) EM EMPRESAS BRASILEIRAS José Geraldo Pereira Barbosa Dissertação submetida ao Corpo Docente do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração – COPPEAD, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M. Sc.) Aprovada por: _________________________________________________ Prof. JOSIR SIMEONE GOMES COPPEAD/UFRJ – PRESIDENTE _________________________________________________ Prof. REBECCA ARKADER COPPEAD/UFRJ _________________________________________________ Prof. NILDA M. de C. P. G. LEONE UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ Rio de Janeiro, RJ – Brasil Dezembro de 2000 iii RESUMO DA DISSERTAÇÃO APRESENTADA À COPPEAD/UFRJ, COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS (M. Sc.) UM ESTUDO EXPLORATÓRIO DO CONTROLE GERENCIAL DE ATIVOS E RECURSOS INTANGÍVEIS (CAPITAL INTELECTUAL) EM EMPRESAS BRASILEIRAS José Geraldo Pereira Barbosa Dezembro de 2000 ORIENTADOR: Professor Josir Simeone Gomes O objetivo desta pesquisa foi avaliar, em três empresas brasileiras do setor de serviços, a importância atribuída por elas, a seus ativos/recursos intangíveis. Para os propósitos deste estudo, os ativos/recursos intangíveis de uma empresa foram conceituados como sendo o conjunto formado pelas competências de seus funcionários; por sua capacidade de transferência e integração de conhecimento; pela qualidade de seus relacionamentos com clientes, fornecedores e mercado de trabalho; e por sua capacidade de inovação e crescimento. A importância, atribuída a cada ativo/recurso intangível, foi verificada através da (1) utilização de um método que procurava medir, em cada empresa, a presença de diversos fatores constituintes de cada ativo/recurso intangível; (2) da associação de cada ativo/recurso, a ações gerenciais de intervenção consideradas relevantes; e, finalmente, (3) de sua associação a indicadores e/ou índices de desempenho freqüentemente utilizados. Estes três critérios de importância foram preenchidos a partir da análise sistematizada de entrevistas concedidas por membros da Alta Direção de cada empresa. A pesquisa conduzida permitiu (1) verificar a aplicação prática de conceitos de gerenciamento de ativos/recursos intangíveis, constantes da literatura; (2) tecer algumas conclusões importantes sobre a origem dos diferentes graus de importância atribuída a cada ativo/recurso intangível; e, finalmente, (3) sugerir , no futuro, a condução de dois estudos exploratórios e de uma survey. iv ABSTRACT OF DISSERTATION PRESENTED TO COPPEAD/UFRJ AS PARTIAL FULFILLMENT OF THE REQUIREMENTS FOR THE DEGREE OF MASTER O SCIENCE (M. Sc.) UM ESTUDO EXPLORATÓRIO DO CONTROLE GERENCIAL DE ATIVOS E RECURSOS INTANGÍVEIS (CAPITAL INTELECTUAL) EM EMPRESAS BRASILEIRAS JOSÉ GERALDO PEREIRA BARBOSA December/2000 CHAIRMAN: Prof. JOSIR SIMEONE GOMES The objective of this study was to evaluate, in three Brazilian companies of the service sector, the importance attributed by them to their intangible assets and/or resources. For the purpose of this study, the body of intangible assets and/or resources of a company was defined as composed of the technical competence of its workforce; its ability to transfer and incorporate knowledge; the quality level of its relationship with customers, suppliers and the job market; and its research and development capacity. The importance attributed to each intangible asset and/or resource was verified through (1) the use of a method that aimed to measure, in each company, the presence of the several components of every particular intangible asset and/or resource; (2) the relationship between every intangible asset and/or resource, and relevant management initiatives; and, finally, (3) its relationship to the body of the most frequently used performance indicators and indexes. This importance criterion was applied to the responses, given by the members of the company board, to questions posited in interviews. The study made possible (1) to verify the application, in the selected companies, of the literature concepts related to the management of intangible assets and/or resources; (2) to make some inferences about the possible causes of the different importance levels attributed to every intangible asset and/or resource; and, finally, (3) to suggest, following this study, the conduction of two additional exploratory studies and one survey. v DEDICATÓRIA À Claudia, minha esposa. Às três Annas, minhas filhas. vi AGRADECIMENTOS Ao meu orientador, Prof. Josir Simeone Gomes, pela demonstração de competência e sensibilidade. A todos os professores da COPPEAD, em especial aos professores Kleber, Úrsula, Heloísa e Celso, por me permitirem ver que o ensino se transmite, também, com prazer. Aos colegas da turma 98, por todas as oportunidades de troca de experiência, pessoal e profissional. A todos os funcionários da COPPEAD, em especial ao Carlos Eduardo, da Secretaria Acadêmica, e à Danielle e Vera, da Biblioteca, por todo o apoio à consecução desta dissertação. À minha esposa Claudia, e minhas filhas, Anna Letícia, Anna Helena e Anna Isabel, pela compreensão por todos os momentos “roubados” de nosso convívio. vii SUMÁRIO Descrição página 1 PROBLEMA 1 1.1 Introdução 2 1.2 Objetivo do estudo 4 1.3 Delimitação do estudo 5 1.4 Relevância do estudo 5 2 REFERENCIAL TEÓRICO 7 2.1 Introdução 8 2.2 O Valor do Conhecimento 12 2.3 Classificando o Capital Intelectual 17 2.4 Sistema de Controle Gerencial do Capital Intelectual 34 2.4.1 Indicadores e índices Não Financeiros 38 2.4.2 Ações Gerenciais de Intervenção 44 2.5 Concordâncias e Divergências, de um Controle Gerencial Adequado ao 49 Capital Intelectual, com Abordagens Clássicas de Controle Gerencial 3 METODOLOGIA 53 3.1 Introdução 54 3.2 Definição das Perguntas da Pesquisa 55 3.3 Plano de Referência 55 3.4 Variáveis da Pesquisa 56 3.5 Critérios de Seleção das Empresas 63 3.6 O Método de Coleta de Dados 63 3.7 Pré-teste e Revisão Final do Questionário 65 3.8 Trabalho de Campo 66 3.9 Tratamento dos Dados 68 3.10 Limitações da Pesquisa 70 4 DADOS COLETADOS E SEU TRATAMENTO 71 4.1 Introdução 72 viii 4.2 Dados coletados 73 4.2.1 Empresa A 73 4.2.2 Empresa B 84 4.2.3 Empresa C 92 4.3 Tratamento dos dados 105 4.3.1 Tipologia das empresas selecionadas 105 4.3.2 Critérios de Desempenho Priorizados em cada Empresa 106 4.3.3 Quantificação dos Ativos/Recursos Intangíveis em cada Empresa 106 4.3.4 Relacionamento das Ações Gerenciais Relevantes aos Ativos/Recursos 109 Intangíveis 4.3.5 Relacionamento dos Índices e Indicadores de Desempenho Importantes 114 aos Ativos/Recursos Intangíveis 4.3.6 Indicadores e Índices Calculados a Partir dos Dispêndios Associados aos 117 Ativos/Recursos Intangíveis 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS, CONCLUSÃO E SUGESTÕES PARA 119 FUTURAS PESQUISAS 5.1 Análise dos Resultados 120 5.1.1 Tipo de Empresa e seus Objetivos de Desempenho 120 5.1.2 Importância dos Ativos/Recursos Intangíveis 121 5.1.3 Ativos/Recursos Intangíveis Associados a Ações Gerenciais Relevantes 122 5.1.4 Ativos/Recursos Intangíveis Associados a Índices e Indicadores de 124 Desempenho Relevantes 5.1.5 Análise Agregada dos Dados 125 5.1.6 Perfil dos Dispêndios Associados aos Ativos/Recursos Intangíveis 125 5.2 Conclusão 126 5.3 Sugestões para Futuras Pesquisas 129 6 BIBLIOGRAFIA 131 ix ANEXOS 135 I Modelo do Relacionamento entre as Variáveis da Pesquisa 136 II Questionário Controle Gerencial 137 III Questionário Operações 143 IV Questionário Recursos Humanos 147 V Questionário Marketing 151 VI Questionário Finanças 155 VII Tabela de Indicadores e Índices de Desempenho 158 VIII Tabela de Ações Gerenciais 160 IX Tabela de Dispêndios 163 X Modelo da carta enviada a cada empresa 165 1 CAPÍTULO 1 PROBLEMA 2 1.1 INTRODUÇÃO Pesquisas bibliográficas revelam a existência de vários estudos já realizados no passado, tanto em nível acadêmico quanto empresarial, a respeito da intangibilidade de determinados ativos e recursos de uma empresa. Entretanto, o estabelecimento de práticas empresariais, para identificação e controle gerencial de ativos e recursos intangíveis, somente ganhou ímpeto com as atividades de empresários suecos em meados da década de 80. Pesquisadores trabalhando na área de conhecimento foram também importantes colaboradores para o fornecimento de respostas plausíveis às questões relacionadas ao surgimento dos intangíveis, assim como para a sugestão das primeiras tentativas práticas para mediá-los, nas suas diversas interações com os agentes e cenários envolvidos na prática empresarial. Para os propósitos deste estudo, conceitua-se ativos/recursos intangíveis de uma empresa como sendo o conjunto formado pelas competências de seus funcionários e pelo conhecimento individual e coletivo incorporado em seus processos produtivos e de gestão organizacional; por sua capacidade de transferência e integração de conhecimento; pela qualidade de seus relacionamentos com clientes, fornecedores e mercado de trabalho; e, finalmente, por sua capacidade de inovação e crescimento. A este conjunto de ativos e recursos costuma-se atribuir os nomes "KNOWLEDGEBASED ASSETS" e "CAPITAL INTELECTUAL" , sendo que esta última forma parece estar ganhando mais espaço, tanto nos círculos acadêmicos e empresariais, quanto na mídia. 3 Incorporado nos ativos e recursos intangíveis está o fator conhecimento, causa principal, ao mesmo tempo, de sua intangibilidade e valor. Pode-se perceber que este conjunto de ativos e recursos, denominado CAPITAL INTELECTUAL, está a exigir uma nova abordagem de controle gerencial pautada, principalmente, na utilização de indicadores e índices não financeiros. É esta nova abordagem de controle gerencial que será objeto da presente pesquisa. Segundo seus principais defensores, Edvinson e Malone (1997), Sveiby (1997) e Kaplan e Norton (1992), ela seria capaz de responder às seguintes questões básicas crescentemente demandadas por gerentes, investidores, analistas financeiros e acadêmicos: • Que ativos e recursos intangíveis são importantes para uma determinada empresa? • Quais são os melhores indicadores e índices não financeiros utilizados em sua medição? Como são medidos? • Quais são, a partir dos novos ângulos de visão propiciados por estes indicadores e índices, as ações gerenciais e dispêndios a serem perseguidas para aumento de competitividade? A mera existência das questões acima torna evidente que a exclusiva utilização de indicadores e índices financeiros, medindo basicamente ativos e recursos tangíveis, não mais responde aos anseios de gerentes, investidores e analistas financeiros, por ferramentas que, de uma forma pragmática, possam auxiliar-lhes em tomadas de decisões. 4 Conforme sugerido anteriormente, grande parte dos pesquisadores, entre os quais Kaplan e Norton (1992), Edvinsson e Malone (1997) e Sveiby (1997), associa a busca por indicadores e índices não financeiros a uma procura concomitante por ativos e recursos intangíveis, cuja importância é, na maioria das vezes, pobremente traduzida por indicadores e índices meramente financeiros. Trazendo todas estas considerações para a esfera brasileira, poder-se-ia então presumir que as questões posicionadas anteriormente estejam também sendo formuladas por gerentes, analistas financeiros, investidores e acadêmicos brasileiros e verificar, no Brasil, que respostas, genuinamente nativas, têm sido encontradas. 1.2 OBJETIVO DO ESTUDO Este estudo busca verificar o grau de importância concedido, por empresas brasileiras selecionadas, aos seus diversos ativos/recursos intangíveis. Para o atendimento deste objetivo se faz necessário, de acordo com a percepção própria de cada empresa : • Identificar e qualificar seus ativos e recursos intangíveis; • Relacioná-los com seus objetivos estratégicos; • Relacioná-los aos indicadores e índices de desempenho, mais freqüentemente utilizados; • Relacioná-los às ações gerenciais de intervenção, consideradas relevantes; e • Analisar os dispêndios associados aos ativos/recursos intangíveis. 5 1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO O presente estudo pretende obter respostas às questões acima colocadas, em empresas brasileiras do setor de serviços, de médio ou grande porte, estabelecidas há mais de 10(dez) anos no município do Rio de Janeiro. O estudo estará circunscrito a apenas algumas das variáveis que influenciam o controle gerencial do CAPITAL INTELECTUAL. Entre estas podem ser destacados o grau de importância dos processos de aquisição e integração de conhecimento; os fatores motivadores para utilização de indicadores e índices não financeiros; a importância dos indicadores e índices não financeiros, em relação aos financeiros; o alinhamento dos indicadores e índices não financeiros com os objetivos estratégicos da empresa; as posturas e atitudes de gerentes, em diversos níveis hierárquicos, em relação a estes indicadores e índices; o relacionamento entre ações gerenciais e as variações produzidas nos indicadores e índices; o valor financeiro dos dispêndios associados aos ativos/recursos intangíveis. 1.4 RELEVÂNCIA DO ESTUDO As respostas às questões apresentadas adquirem importância em diversos contextos. No plano da própria empresa, poderá colaborar para o aumento do grau de importância dos ativos/recursos intangíveis, dentro da estrutura de capital da empresa, permitindo-lhes assumir papéis mais determinantes na obtenção de capacidade competitiva. Neste final de milênio já são inúmeras as empresas implementando sistemas de controle gerencial de 6 CAPITAL INTELECTUAL. Entre elas, podem ser citadas a British Petroleum (BP), a Dow Chemical, a Shell, a Skandia, a Rockwater, a Apple Computer etc. No plano governamental, poderá colaborar para futuros estudos do melhor formato para relatórios públicos destinados a informações de investidores, gerentes e analistas financeiros. Estudos, visando a incorporação de informações sobre ativos/recursos intangíveis em relatório públicos, já estão sendo conduzidos por organizações tais como o World Bank, a OECD (Organization for European Co-Operation and Development), e diversos Accounting Standards Boards (europeus e americanos). Ainda neste plano poderá fornecer subsídios ao governo para formulação de políticas de fomento a ativos e recursos intangíveis posicionados, até então, com menor prioridade em relação aos demais ativos tangíveis. Ao nível da sociedade em geral, ao informar os diversos atores do mercado, gerentes, investidores, analistas financeiros, governo, sobre a saúde da empresa como um todo, e não apenas a de sua parte tangível, poderá colaborar para a diminuição dos custos de capital em geral. 7 CAPÍTULO 2 REFERENCIAL TEÓRICO 8 2.1 INTRODUÇÃO Um controle gerencial adequado do CAPITAL INTELECTUAL parte da hipótese de que os ativos e recursos básicos disponíveis para uma empresa, sejam eles pessoas, processos organizacionais e produtivos, tecnologias adotadas, insumos etc., somente serão relevantes para a empresa se ela puder, de forma eficiente e eficaz, utilizar o conhecimento neles incorporado. Infelizmente, muitas empresas são incapazes de perceber o conhecimento presente em cada um destes ativos e recursos, atribuindo-lhes valores apenas em função de seus atributos ou contornos físicos, negando ou diminuindo de importância a chamada parcela intangível deste valor. O não reconhecimento do inevitável valor financeiro destes ativos e recursos intangíveis teria sido, na opinião de Edvinson e Malone (1997) a causa das grandes discrepâncias existentes entre os preços finais pelos quais algumas empresas foram adquiridas, quando do grande processo de fusões e aquisições ocorrido principalmente nos EUA na década passada, e seus valores declarados em balanços patrimoniais publicados. Da mesma forma, Sveiby (1997) chama a atenção para as discrepâncias entre os preços das empresas listadas em bolsas de valores, traduzidos pelos preços de suas ações, e aqueles declarados em balanços publicados. Autoridades públicas, analistas financeiros e acadêmicos reconhecem que a maioria dos balanços publicados, assim como os indicadores e índices utilizados para controle gerencial, além das omissões a respeito dos ativos e recursos intangíveis, anteriormente mencionados, pecam por tentarem visualizar as operações das empresas através de um prisma excessivamente financeiro do desempenho de seus ativos tangíveis. Uma ótica excessivamente financeira configura uma visão (e ainda bastante aproximada!) de um 9 passado, ainda que recente, da situação da empresa, informando muito pouco sobre tendências futuras. As gerências das empresas, ao negarem, por qualquer que seja o motivo, a real situação de suas empresas, em termos de perspectivas futuras, aos demais atores do mercado - investidores, competidores, governo etc - inevitavelmente estarão chamando à cena do mercado custos maiores para transações comerciais, decorrentes principalmente de atribuições de riscos superiores aos que seriam adequados. Secundariamente, isto também impede uma adequada e real comparação entre empresas, submetendo investidores comuns, sem grandes suportes de analistas financeiros de renome, a grandes chances de realizarem investimentos sem substância. Não se pretende, nesta revisão bibliográfica, oferecer argumentos para apresentar o CAPITAL INTELECTUAL como uma nova teoria de administração ou como uma nova abordagem de teorias de administração existentes, tais como a teoria baseada na utilização de recursos, a teoria da minimização de custos comerciais, ou a nova teoria baseada na criação e aplicação de conhecimento. O que se pretende, sim, é apontar a forte dependência das parcelas intangíveis dos ativos e recursos utilizados pela empresa, com o conhecimento organizacional e individual (de seus funcionários), de que a empresa é "proprietária", e indicar a necessidade de utilização de indicadores e índices não financeiros para gerenciar tais "intangibilidades". Por esta razão, inicia-se a revisão bibliográfica com uma seção dedicada a uma breve descrição de três abordagens sobre o que seja conhecimento: a primeira tratando das diferenças entre duas formas de sua manifestação, explícita e tácita; a segunda tratando dos níveis em que ocorrem tais manifestações, individual e organizacional; e por último sobre a função primordial da empresa em relação ao conhecimento, se ela atua como geradora ou aplicadora do mesmo. 10 Segue-se então uma terceira seção abordando diferentes maneiras de classificação de ativos e recursos intangíveis. A quarta seção deste capítulo, dedicada ao controle gerencial de ativos e recursos intangíveis, compreende na verdade uma análise dos principais indicadores e índices não financeiros utilizados, bem como uma investigação das ações gerenciais a eles relacionados. Os indicadores e índices traduzem quantificações absolutas, físicas ou monetárias, de ativos ou recursos, enquanto que os índices traduzem relações , em forma de percentagens, entres ativos ou recursos. Finalizando, temos uma última seção dedicada a encontrar concordâncias e divergências entre os conceitos e idéias contidos nas abordagens de controle gerencial de ativos e recursos intangíveis sugeridas, na década de 90, por 5(cinco) diferentes autores, Sveiby (1997), Edvinsson e Malone (1997) e Kaplan e Norton (1992), com aqueles preconizados em abordagens clássicas de controle gerencial vigentes no início da década de 80, quais sejam, aquelas de Anthony, de Lorange e Norton, de Hofstede e de Flamholtz. Note-se nesta dissertação a omissão proposital de uma seção sobre possíveis métodos e técnicas para quantificação financeira (capitalização) de ativos e recursos intangíveis. A razão para esta omissão pode ser mais bem entendida através de um breve paralelismo com a questão da quantificação dos custos financeiros, para a sociedade, decorrentes da criminalidade. Imaginemos que um supermercado de uma cidade de alto índice de criminalidade tenha sido assaltado. É evidente que seu proprietário, com salários de funcionários, contas de fornecedores e impostos a pagar terá que tomar alguma iniciativa 11 para repor o dinheiro perdido. Isto poderá ser feito ao curto prazo, por exemplo, a partir de uma certa elevação nos preços de seus produtos. Caso isto não seja possível, em função de uma concorrência muito acirrada, ele poderá preferir tomar emprestado em algum banco, para pagar em médio prazo, capital de giro que substitua o dinheiro roubado. O gerente do banco, ao saber de seus problemas de segurança, poderá oferecer o empréstimo desde que a taxas mais elevadas, para compensar riscos assumidos. Novamente o gerente terá que, ao médio prazo, repassar pequenas elevações de preços de mercadorias a seus clientes, de forma a ressarcir o banco. Analisando a criminalidade pela ótica do governo, ela significará uma necessidade de um forte contingente de policiais e, conseqüentemente, a utilização de impostos para pagá-los. A questão a ser proposta aqui é a seguinte: é possível quantificar financeiramente todos os custos indiretos (elevações de preços de mercadoria, impostos, insegurança etc) associados à criminalidade? Não possui a criminalidade um atributo de intangibilidade que torna difícil sua quantificação? Finalmente, é necessária esta quantificação? A resposta, a meu ver, seria que muito mais importante do que esforços para esta quantificação, seria sim perceber que a criminalidade acarreta custos indiretos à sociedade e, portanto, descobrir medidas para controlá-la constituiriam a primeira razão para os esforços despendidos. Por esta razão é que nesta dissertação foram omitidos aspectos relacionados à capitalização de ativos e recursos intangíveis, preferindo-se dedicar esforços à sua classificação e aos controles utilizados para seu gerenciamento. 12 2.2 O VALOR DO CONHECIMENTO Imaginando que as informações estejam simetricamente disponíveis aos participantes do mercado, que os participantes sejam potencialmente competentes e motivados no trato de seus negócios, e que todos os fatores de produção (recursos tangíveis) se originam fora da empresa, Spender (1996) conclui que é exatamente o domínio do conhecimento por parte da empresa, e sua capacidade de multiplicá-lo, o fator distintivo na capacidade da empresa de agregar valor aos fatores de produção e, com isto, se diferenciar dos competidores. Isto nos sugere que um adequado entendimento do que é conhecimento seja de grande importância, já que a vantagem competitiva de uma determinada empresa se apoiaria, fundamentalmente, no conhecimento que possui. James (apud Spender,1996) afirma que o conhecimento compõe-se do conhecimento teórico, defendido pelos defensores do positivismo, e do conhecimento prático, defendido pelos defensores do empirismo. Enquanto a experiência é imprescindível para a obtenção do know-how (conhecimento prático), é o conhecimento teórico que, ao filtrar as subjetividades e contextualidades envolvendo a experiência, produzirá os princípios que suportam aquela experiência, o know-what. Polanyi (apud Spender,1996) identifica uma composição similar para o conhecimento, chamando o conhecimento prático de conhecimento tácito e o conhecimento teórico de conhecimento explícito. A diferença é que Polanyi enriquece a definição de conhecimento tácito (prático) pois, ao analisá-lo sob uma perspectiva pósFreudiana, afirma que níveis subconsciente e pré-consciente, em adição ao nível consciente, dos atores executores da experiência, fazem com que apenas uma imersão profunda na 13 experiência (know-how) possibilitaria o surgimento do conhecimento explícito (knowwhat). Valorizando a importância do conhecimento tácito aparece também o conceito de "racionalidade limitada" proposto por Thompson (apud Spender,1996), onde ele afirma que o processo de aprendizado de um indivíduo integrante da organização será sempre dependente do contexto dos processos organizacionais os quais, por sua vez, têm no indivíduo seu agente ativo. Isto também está em comum acordo com Vygotsky (apud Spender,1996) que propõe que as habilidades adquiridas pelas crianças, durante seu desenvolvimento, provêm não somente de sua programação biológica, mas também, em grande parte, do contexto social no qual a criança se desenvolve. Não obstante os diferentes pontos de vista sobre que tipo de conhecimento, tácito ou explícito, seria o mais relevante, em nível coletivo, para as empresas, Reber, Nonaka e Takeuchi (apud Spender,1996) argumentam que o conhecimento explícito seria apenas o pequeno topo de um imenso "iceberg" de conhecimento coletivo pré-consciente, cuja maior parte seria composta de conhecimento tácito, invisível e completamente entranhado em nossa identidade e prática sociais. Um indivíduo receptor de uma mensagem somente a compreenderá integralmente, se ele conhecer o corpo de conhecimento tácito coletivo da organização em que ele atua. Em outras palavras, nossa realidade física é socialmente construída. Nesta mesma linha de raciocínio, Spender (1996) conclui que nossa interpretação (conhecimento) de uma determinada experiência é conseqüência de uma interação entre a realidade que serve de ambiente para a experiência e nossa própria 14 percepção subjetiva tanto da experiência quanto da realidade que a rodeia. Seríamos então, como afirma Tsoukas (1996), co-produtores da realidade que nos envolve. Uma outra interessante argumentação sobre o papel do conhecimento na empresa refere-se às tentativas de classificá-lo como um conjunto de processos impulsionadores dos fatores de produção, como o faz Penrose (apud Spender,1996) .Em sintonia com Penrose, Callon e Latour (apud Spender,1996), imaginam a empresa como um sistema de atividades de geração de conhecimento, em contraponto à idéia de que ela seria apenas um espaço para aplicação de conhecimento. E quais seriam os principais atores participando neste sistema de atividades de geração de conhecimento? Segundo Latour (apud Spender,1996) , indivíduos, empresas, instituições sociais, governo etc interagem nestas atividades ao mesmo tempo em que equipamentos de pesquisa, infra-estrutura, leis físicas etc limitam o alcance destas atividades. Nesta mesma linha de raciocínio, Spender (1996) argumenta que os clientes e os funcionários atuando na linha de frente, em contato permanente com os clientes, representariam um campo fértil para geração de novas idéias, iniciativas e oportunidades, capazes de propiciar aperfeiçoamentos nos processos de prestação de serviços ou de produção utilizados pela empresa. Tudo isto leva-nos a refletir sobre a oportunidade, sob a perspectiva de utilização de conhecimento, de se utilizar uma análise holística (e não reducionista) para a interpretação das diversas atividades executadas em uma empresa, já que ela se comporta muito mais como um sistema orgânico semi-autônomo do que como um conjunto de componentes inter-relacionados. Spender (1996) afirma que as principais competências sistêmicas não residiriam em seus componentes mas sim se originariam na interdependência de suas 15 atividades. O gerenciamento desta interdependência constituiria o conhecimento coletivo tácito da empresa que, ao mesmo tempo em que fornece limites externos aos seus vários agentes, também lhes proporciona uma relativa autonomia dentro da empresa. Este conhecimento coletivo tácito seria disponibilizado, gratuitamente, aos funcionários da empresa, da mesma forma como a cultura o é aos habitantes do país a que se refere. Mais do que ser consumido pelas atividades que o utilizam, ele seria sim o fruto destas atividades. O paradoxal é que fora dos limites da empresa , seu conhecimento coletivo tácito teria quase nenhum valor. Divergindo de Penrose, Callon e Latour, Grant (1996), ao também admitir o conhecimento como o mais importante recurso da empresa, passa a imaginá-la como sendo basicamente um espaço para aplicação do conhecimento. Para Grant (1996), a existência das seguintes condições na empresa seria determinante para a aplicação do conhecimento como criador de valor: a primeira corresponderia à capacidade da empresa de promover a transferência do conhecimento; o explícito, através de comunicação, e o tácito, através do acompanhamento de sua aplicação. Uma segunda característica seria a capacidade dos agentes receptores do conhecimento de agregarem este conhecimento, agregação esta que seria bastante facilitada pela existência de uma linguagem comum permeando a empresa. Uma terceira condição seria a dificuldade de discernir o real agente proprietário do conhecimento e, em assim o fazendo, poder recompensá-lo adequadamente. Esta dificuldade originar-se-ia no fato de que, não obstante o conhecimento estar armazenado em grande parte nos indivíduos, a maioria deste conhecimento é gerado dentro da empresa e a ela se refere especificamente. Uma penúltima condição seria a necessidade de existência de áreas de especialização de conhecimento dentro da empresa, em função da 16 capacidade limitada do cérebro humano para adquirir, armazenar e processar conhecimento, argumento central na tese da racionalidade limitada. E finalmente, como última condição, a sujeição de todos os fatores de produção à primazia do conhecimento personificado nos agentes ou incorporado nos próprios fatores de produção. Grant (1996) insiste também na prevalência do indivíduo, sobre a organização, como a agente criador de conhecimento, deixando para organização em si a geração de processos que, adequadamente, apliquem o conhecimento possuído por seus membros. Em concordância com o pensamento de Ghoshal e Moran (apud Grant,1996) , o autor afirma que uma empresa, ao integrar e aplicar eficientemente o conhecimento dos seus diversos membros, estaria justificando sua simples existência como organização, pelo fato de que os custos associados com a transação de conhecimento, dentro dos limites de uma empresa, seriam muito menores do que aqueles decorrentes de transações de conhecimento não mediados por empresas (em outras palavras, livremente conduzidas no mercado). Finalizando esta seção, valeria a pena uma breve diferenciação entre conhecimento e informação. Normalmente a palavra informação se confunde com os fatos informados ou com o processo de comunicação dos mesmos. Shannon (in Sveiby, 1997), da empresa americana Bell Telephone, propõe uma terceira definição, bastante radical, de que a informação seria simplesmente uma quantidade de dados transportada por um sistema de comunicações, portanto completamente sem significado, quando isolada em si mesmo. A informação só seria transformada em conhecimento a partir de sua interpretação por parte do recebedor da informação. Sendo assim, o conhecimento adquirido através de informação poderá ser inadequado e ineficiente porque a interpretação do transmissor da informação 17 tem grandes chances de diferir daquela do recebedor. Este descasamento se torna ainda mais grave quando a informação a ser disseminada diz respeito a conhecimento tácito, para o qual a transmissão, via contato pessoal, seria muito mais adequada. Afinal, consagrado pelo senso comum, está o fato de que a linguagem corporal de uma pessoa exprime tantos significados quanto as palavras por ela ditas. Uma grande assimetria entre oferta e demanda, provocada pela proliferação dos sistemas de comunicação e pelo fato de que a interpretação da informação é específica, única para cada indivíduo, está transformando a informação em um recurso abundante e barato. Pode-se notar que o número de pessoas dispostas a ceder informações, via Internet, está aumentando cada vez mais, ao mesmo tempo em que pessoas potenciais recebedoras, premidas pelo fator tempo, recusam tais ofertas, ainda que gratuitas. Isto acontece porque os recebedores terão que consumir tempo, um recurso precioso, para interpretar tais informações e obter conhecimento explícito, e, antecipadamente, é impossível para eles identificar qual informação produziria conhecimento realmente útil. 2.3 CLASSIFICANDO O CAPITAL INTELECTUAL A argumentação desta seção basear-se-á fundamentalmente nas idéias de Sveiby (1997), Edvinsson e Malone (1997) e Kaplan and Norton (1992 e 1993). Todos estes autores abordam a questão de controle gerencial de ativos e recursos intangíveis a partir do reconhecimento da importância do conhecimento, neles incorporado. São similares também suas opiniões sobre a maior eficiência dos indicadores e índices não financeiros, utilizados 18 na medição de ativos e recursos intangíveis, quando comparados com os financeiros, para a avaliação da real saúde da empresa bem como para a previsão de cenários futuros. Iniciando com Sveiby (1997), este autor afirma que os ativos e recursos intangíveis de uma empresa seriam compostos pelo conjunto de competências dos indivíduos membros da empresa, a estrutura interna da empresa, utilizada como fio condutor de conhecimento dentro da empresa, e finalmente a estrutura externa da empresa, servindo como fio condutor de conhecimento entre ela e seus clientes e fornecedores. Iniciando pelo primeiro grupo, o formado pelo conjunto de competências, o autor divide os funcionários da empresa em quatro categorias principais: os profissionais, os gerentes, os de suporte operacional/administrativo e os líderes. Como competência individual ele define o conhecimento explícito, o conhecimento tácito, a experiência, o julgamento de valor e a socialização passada, de que é possuidor cada indivíduo. A competência de cada indivíduo, para distribuição interna ou externa de conhecimento, pode se manifestar em nível organizacional ou profissional. No nível profissional, ela envolveria a transferência de conhecimento tácito entre profissionais, através de um processo, apenas para citar um exemplo, em que um profissional aprendiz acompanharia os passos de um profissional experiente. Trata-se, pois, de um processo lento, dinâmico, desarticulado, dependente dos indivíduos participantes, maleável e de difícil difusão (não massificado). No nível organizacional, a competência de uma empresa seria adquirida através da experiência de seus gerentes, adquirida anteriormente em outras empresas em que tenham trabalhado, assim como através de disciplinas por eles cursadas em escolas de negócios, de suas leituras de livros sobre administração de negócios e através de consultorias recebidas. 19 Este tipo de aquisição de conhecimento, diferentemente da transferência de conhecimento profissional, seria um processo rápido, estático, articulado, independente dos indivíduos participantes, rígido e de fácil difusão (massificado). Conforme mostra a figura 1, a seguir, os profissionais seriam bastante competentes profissionalmente enquanto que os gerentes dominariam mais a competência organizacional. Conciliando a inevitável tensão entre estas duas formas de competência, entraria a figura do líder, portador das duas competências, capaz de apontar o melhor caminho para a empresa e persuadir os demais funcionários a acompanhar suas decisões. Figura 1 - As quatro categorias de funcionários profissionais líderes suporte oper. e adm. Gerentes competência profissional competência organizacional Fonte: Sveiby (1997, p. 54) Na opinião de Sveiby (1997), o segundo grupo de ativos e recursos intangíveis seria a estrutura interna da empresa, utilizada como fio condutor de conhecimento dentro da empresa. Esta estrutura, com cargos ocupados basicamente por gerentes e pessoal de suporte operacional/administrativo, seria projetada para atender três grandes tarefas quais sejam: o gerenciamento das tensões entre os profissionais e os gerentes, o gerenciamento 20 dos processos de prestação de serviços e/ou produção e a transferência de conhecimento tácito. Num mundo onde o conhecimento é considerado, segundo o autor, o ativo ou recurso mais importante da empresa, é natural que os profissionais sejam considerados os mais importantes funcionários da empresa, já que eles são capazes de criar novo conhecimento, fonte de novas receitas para suas empresas. Nesse sentido, eles preferirão sempre os desafios inerentes aos grandes problemas que, normalmente, significam para esses profissionais inexistência de rotina e uma grande dedicação individual ao trabalho. A inevitável tensão acima mencionada decorreria exatamente do fato de os gerentes, diferentemente dos profissionais, preferirem o trabalho em grupo e necessitarem estabelecer rotinas que lhes possibilitem as atividades de gerenciamento. Os gerentes, então, ao mesmo tempo em que devem propiciar aos profissionais as condições ideais para que eles possam trazer as receitas para a empresa, têm por outro lado a difícil tarefa de não tornar a empresa tão dependente deles. Cabe ao líder, principalmente, a habilidade para dotar a estrutura interna de mecanismos capazes de dissolver os focos de tensão. Uma segunda tarefa da estrutura interna concerne aos processos de prestação de serviços e/ou produção, e consistiria em propiciar aos profissionais os elementos para uma eficiente conversão (utilização) de seu conhecimento em prol da empresa, um bom relacionamento entre eles e os clientes e uma adequada utilização da capacidade instalada, para usar uma expressão da manufatura, do conhecimento da empresa armazenado em seus profissionais. 21 Por conversão de conhecimento se entende as atividades dos profissionais da empresa na tarefa de reunir informações (conhecimento explícito) sobre um problema potencial de um cliente, interpretá-las através da utilização, principalmente, de seu conhecimento tácito, e apresentar uma solução, aqui explicitando novamente o seu conhecimento. Solução esta que, evidentemente, virá tingida pelas tendências do profissional que a propõe, o que exigirá dos demais participantes da empresa, gerentes e líderes, principalmente, redobrados cuidados para se evitar o aparecimento de um acentuado viés. Fundamental à estrutura interna seria sua habilidade em montar equipes de profissionais que sejam capazes de se comunicar bem com os clientes aos quais foram alocados para solução de problemas. Salienta-se aqui a necessidade de grande empatia entre os profissionais e os clientes, empatia esta que vai se traduzir em quão bem as partes se comunicam entre si. A empatia seria de vital importância por duas razões : primeiro porque problemas inesperados, bloqueando possíveis soluções, teriam um grande potencial para exasperar e desanimar pessoas que não se sentissem confortáveis uma com as outras; em segundo lugar porque a empatia teria grande influência na percepção que o cliente tem sobre a solução proposta. Esta seria uma questão tão importante que a recusa a trabalhar com clientes, com os quais não perceba empatia, seria sempre uma opção da empresa. Finalmente, ao gerenciamento dos processos de prestação de serviços e/ou produção, estariam associadas as ações necessárias para manter a força de profissionais da empresa num nível adequado de utilização, já que eles constituem parcela apreciável dos custos fixos da empresa. 22 Uma terceira tarefa da estrutura interna seria o fornecimento de ferramentas, não baseadas em tecnologia de informação, para promover a transferência de conhecimento tácito. Sveiby (1997) considera que a utilização de informação, aqui entendida como uma "pretensa" tentativa de explicitação de conhecimento tácito, seria um processo pouco eficiente para transferência de conhecimento. Mais eficiente seria o processo de socialização, que poderia ser conseguido através de espaços abertos em ambientes de trabalho, ou então através de um processo de aprendizado. O espaço aberto em ambientes de trabalho propiciaria um eficiente método de comunicação face-a-face entre indivíduos dotados de diferentes níveis de conhecimento, enquanto que o processo de aprendizado possibilitaria colocar um indivíduo, de baixo nível de conhecimento, trabalhando como aprendiz de um dotado de alto nível de conhecimento, contato este que permitiria a transferência de conhecimento tácito. Um terceiro processo, ainda mais eficiente, por permitir a utilização de expressões corporais no processo de aprendizado, seria a utilização de jogos e simulações (jogo de empresas, jogo de marketing etc) envolvendo participantes com diferentes níveis de conhecimento. Nas palavras de Alee (1997), a estrutura interna deveria ensejar uma busca permanente pela obtenção de um ambiente de confiança entre os funcionários da empresa, condição vital para a facilitação do tráfego de conhecimento. Finalmente, ainda dentro da estrutura interna da empresa, caberia ainda discutir a questão de seu tamanho. Segundo Sveiby (1997), a uma empresa com ativos e recursos intangíveis impulsionados por conhecimento, se aplicariam mais as vantagens de economias de escopo do que de escala. Assim sendo, de grande importância se revestiria a tarefa de seleção e recrutamento de profissionais competentes para a empresa. Ele chega 23 mesmo, a partir de suas experiências na Suécia, a estabelecer como 50 (cinqüenta) o número máximo de funcionários para uma empresa ou unidade de negócios. Faz ele também uma distinção entre o crescimento orgânico da empresa, saudável na sua opinião, porque pautado em seu negócio principal, com o crescimento artificial decorrente, meramente, de fusões ou incorporações à empresa de negócios estranhos à sua atividade central, que na sua opinião seria contraproducente. Sugere o autor alguns procedimentos para lidar, em grandes empresas, com o natural aparecimento dos chamados "pro-teams", que seriam agrupamentos de profissionais ou de pessoal de suporte operacional/administrativo, com uma atenção exageradamente voltada para suas atividades específicas, o que os faz por vezes perder a visão da totalidade da empresa. Entre os procedimentos utilizados, ele citaria, primeiramente, o estabelecimento de mecanismos de integração dos pro-teams ao resto da empresa. Caso a tentativa de integração não tivesse sucesso, um procedimento alternativo seria agrupá-los, num processo de insourcing, em uma empresa subsidiária, parcialmente isolada da empresa-mãe, ou transformá-los, através de um processo de outsourcing, numa empresa independente, completamente separada da empresa-mãe. Como terceiro grupo de ativos intangíveis viria a estrutura externa da empresa responsável pelo relacionamento entre a empresa e seus clientes, fornecedores e o mercado de trabalho. A estrutura externa, mais do que gerir o fluxo financeiro entre os seus diversos atores, se encarregaria, como mostra a figura 2, a seguir, do tráfego de competências, conhecimento, referências favoráveis, imagem da empresa etc. Uma adequada estrutura externa obteria, em seu relacionamento com os clientes, benefícios intangíveis superiores 24 aos financeiros. Exemplificando, a própria estrutura externa seria beneficiada, em termos de menores custos de venda e comercialização, com as referências a novos clientes por parte dos clientes presentes, ou em termos de maiores facilidades de recrutamento de funcionários competentes, pelo prestígio adquirido junto ao mercado de trabalho. A estrutura interna se beneficiaria da reutilização de soluções similares para diversos clientes, o que impulsionaria seus projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D); e da participação em projetos que implicassem em transferência de conhecimento, participação esta que, em última análise, a tornaria menos dependente de seus próprios profissionais para a transferência em questão. O conjunto de competências da empresa seria da mesma forma impulsionado pelo on-the-job training, e por idéias para novos produtos ou serviços extraídas dos clientes. Figura 2 - Receitas intangíveis recebidas de clientes, fornecedores e mercado de trabalho Mercado de trabalho Clientes Competências soluções dinheiro Fornecedores Empresa conhecimento competência referências imagem conhecimento competência referências imagem Fonte: Sveiby (1997, p. 118) 25 A figura 3 a seguir sumariza a visão de Sveiby (1997) de quais seriam os ativos e recursos intangíveis de uma empresa. Conforme se pode notar, este autor coloca como atores centrais na empresa o conjunto de competências de seus funcionários e a relativa facilidade com que o conhecimento é absorvido, transmitido e convertido através das estruturas interna e externa da empresa. Necessário também se torna afirmar que Sveiby (1997), ao enfatizar a importância de indicadores e índices não financeiros que possam monitorar os ativos e recursos intangíveis, de forma alguma prega a abolição dos indicadores e índices financeiros. O que ele pretende é a utilização conjunta de ambos os tipos de indicadores e índices, colocando, entretanto, os indicadores e índices financeiros numa posição menos relevante que a dos não financeiros. Figura 3 - Classificação de Ativos e recursos intangíveis Conjunto de Estrutura interna Estrutura externa competências (suporte) (relacionamentos) (agentes) gerenciamento de profissionais tensões mercado de trabalho gerentes produção (processos, clientes produtos,serviços) sup. adm/oper mecanismos para transferência de líderes conhecimento tácito fornecedores 26 Passamos agora a relatar a classificação de ativos/recursos intangíveis proposta por Edvinsson e Malone (1997) . Como mencionado anteriormente, Sveiby (1997) é bastante contundente ao declarar o conhecimento como origem dos ativos e recursos intangíveis ou principal alavanca dos ativos e recursos tangíveis. Esta veemência parece não ocorrer com Edvinsson e Malone (1997) , apesar de se verificar a presença do conhecimento como pano de fundo em toda sua argumentação. Estes autores também não oferecem explicitamente uma classificação de ativos e recursos intangíveis, preferindo sim estimular o administrador a lançar sobre a empresa cinco diferentes focos de atenção : quatro não financeiros e um financeiro, este último não abordado neste trabalho. Porém, pode se perceber que os quatro focos não financeiros incidem, cada um, sobre um diferente grupo de ativos/recursos intangíveis e, desta forma, continuaremos a usar a expressão "ativo/recurso intangível" em substituição à palavra "foco" utilizada por Edvinsson e Malone (1997) . Os autores recorrem a uma metáfora para melhor exemplificar a intangibilidade de certos ativos e recursos de uma empresa. Em assim o fazendo, eles comparam a empresa a uma árvore, cujos tronco, ramos, folhas e frutos seriam os representantes dos ativos e recursos tangíveis, enquanto que aqueles intangíveis (invisíveis) seriam representados por suas raízes que, na maioria das vezes, correspondem a mais da metade da massa da árvore. Embora uma análise de seus frutos e folhas possam dar-nos uma boa idéia da saúde presente da árvore, somente uma investigação de suas raízes é que nos daria uma idéia da saúde futura da mesma. Uma interessante conceituação alternativa de Edvinsson (1997) concerne também a possibilidade de se enquadrar os chamados ativos/recursos intangíveis como um 27 empréstimo (debt) de conhecimento que a empresa toma de seus funcionários, clientes, fornecedores etc., que originarão ativos (assets) tais como competência, tecnologia, goodwill, numa relação similar à existente, num balanço patrimonial, entre o patrimônio líquido e os ativos tangíveis da empresa. Segundo Edvinsson e Malone (1997), os ativos e recursos intangíveis poderiam ser agrupados em : relacionamento com clientes, conjunto de processos produtivos e de prestação de serviços, capacidade de Renovação e Desenvolvimento (R&D) e capital humano. Por relacionamento com clientes se entende principalmente a qualidade deste relacionamento, traduzida aqui como a capacidade de a empresa se antecipar na previsão das necessidades de seus clientes e, com isto, canalizar sua demanda. Esta capacidade de antecipação originar-se-ia, basicamente, da eliminação, no contato com clientes, de níveis gerenciais intermediários e da utilização de funcionários na linha de frente, competentes, dotados de poderes de decisão e de capacidade adaptativa das tecnologias utilizadas pela empresa. Significaria, também, reconhecer a crescente interpenetração entre as atividades da empresa e de seus clientes, eliminando barreiras, criando laços fortes e , em última análise, chamando o cliente a participar desta "meta-empresa", já que ele, mais do que solicitante isolado do serviço ou produto, está também sendo chamado, apenas para citar um exemplo, a colaborar intensamente no projeto e montagem do produto ou serviço, num verdadeiro processo de criação conjunta de valor. 28 O segundo grupo de ativos e recursos intangíveis seria formado pelo conjunto de processos produtivos e de prestação de serviços da empresa. Porém, na realidade, o que caracterizaria a intangibilidade destes processos seria a adequada escolha da tecnologia neles utilizada. Inúmeras oportunidades de escolhas erradas seriam oferecidas às empresas. Uma tecnologia nascente adquirida por uma empresa arrojada, disposta a correr riscos, poderia premiar bastante a empresa em termos de vantagem competitiva, porém se esta tecnologia não conseguisse se firmar como a dominante, investimentos perdidos e perda de competitividade poderiam colocá-la em uma situação aflitiva. Produtos comprados de empresas extintas, órfãos de tecnologias rapidamente ultrapassadas, tornar-se-íam equipamentos incompatíveis com outros utilizados na produção, a exigir grandes dispêndios para execução de serviços de manutenção e reparo. Tecnologias, adotadas sem uma nítida compreensão da necessidade que ela deveria suprir, poderiam levar a empresa a uma reorientação errada de seus processos produtivos, tirando da empresa sua condição de mestre da tecnologia e colocando-a na condição de subserviência a uma tecnologia para a qual não encontra aplicação adequada. Outra possível fonte de erros na escolha de tecnologia diz respeito à escolha do momento preciso para sua implementação, que só deveria acontecer depois que medidas do desempenho, a ser alcançado com a nova tecnologia, mensuráveis de forma precisa, e alinhadas com os objetivos estratégicos da empresa, estivessem claramente definidas. Aqui aparece novamente a necessidade de se estabelecer claramente a empresa como mestre e não escravo da tecnologia. 29 Como terceiro grupo de ativos e recursos intangíveis viria a capacidade de R&D da empresa, representada pelas adaptações, no presente, às oportunidades que somente aparecerão no futuro próximo, ou motivadas, sem aviso prévio, por alterações radicais no comportamento do mercado. Este grupo de ativos/recursos intangíveis seria um dos pilares do crescimento sustentável da empresa. Seis atividades deveriam ser continuamente conduzidas pela empresa, se ela deseja manter elevada sua capacidade de renovação: uma busca por um conhecimento permanente sobre as tendências dos clientes, uma procura incessante por novas oportunidades de negócios oferecidas no mercado, investimento em desenvolvimento de novos produtos e serviços, uma busca por intensas parcerias comerciais, investimento em novas ferramentas de suporte organizacional e, finalmente, o investimento no desenvolvimento de competências dos funcionários. Finalmente, chegaríamos ao quarto e último grupo de ativos/recursos intangíveis, aquele composto pelas competências dos membros individuais da empresa. São eles os responsáveis pela integração e alinhamento comum dos demais ativos e recursos, intangíveis ou não. À semelhança de Sveiby (1997), Malone e Edvinsson (1997) também exploram, a partir da ampliação crescente do espaço de atuação da empresa moderna, os diferentes perfis de funcionários. Começam eles pelos funcionários que ainda viajam todo dia para o escritório ou fábrica, os chamados office goers. As chances são grandes destes funcionários assumirem funções rotineiras de suporte administrativo, de assumirem um maior número de tarefas ou mesmo serem escolhidos para tarefas desagradáveis em função de sua maior visibilidade dentro da empresa. Um outro tipo de funcionário seria o telecommuter, que através dos recursos de telecomunicações e computação, estaria habilitado a executar seu trabalho fora da empresa. Se por um lado a escolha de seu local de 30 trabalho apresenta a vantagem da flexibilidade, em espaço e tempo, desvantagens também existem, como por exemplo, a sensação de isolamento do restante da empresa, ou mesmo a sensação de que sua jornada de trabalho nunca termina. Um terceiro grupo de funcionários seria formado pelos vendedores, gerentes e executivos com um "pé constante na estrada", chamados pelos autores de road warriors. Diferem dos dois primeiros tipos, por não possuírem espaços fixos de trabalho, sejam eles dentro da empresa ou fora dela. Equipamentos de telecomunicações e computadores, possibilitam-lhes um contato permanente com as operações da empresa, porém isto não lhes impede de se sentirem alienados de seu dia-a-dia. E finalmente teríamos os corporate gypsies que se compõe de dois subgrupos: o primeiro, menor, formado pelos funcionários da empresa trabalhando nas instalações de clientes, fornecedores ou parceiros comerciais. Talvez seja este o grupo que apresente a maior sensação de isolamento, em decorrência de estar trabalhando num espaço permeado por uma cultura diferente daquela da empresa a qual pertence. O segundo subgrupo, maior, é formado pelo contingente cada vez maior de funcionários terceirizados, consultores, funcionários temporários e fornecedores. Apesar da fraca vinculação com a empresa, o que torna problemática a questão de lealdade com a mesma, lhes é exigida a mesma responsabilidade dos demais funcionários permanentes da empresa. Segundo os autores, o posicionamento destes diferentes membros da empresa em círculos concêntricos, com raios proporcionais a seu nível de lealdade com a empresa, proporcionaria, mais do que o tradicional nivelamento hierárquico, melhores condições para o gerenciamento da força de trabalho. O círculo mais interno seria formado pelos funcionários-chave da empresa, assim classificados em termos de competência, de capacidade de entendimento da filosofia subjacente ao negócio principal da empresa e de 31 capacidade de relacionamento produtivo e sustentável com clientes e fornecedores. Todas estas características hão de distingui-los como os campeões na criação de valor para a empresa. Alguns serão office goers, outros telecommuters, outros road warriors. O próximo círculo seria ocupado pelos funcionários com pouca presença física na empresa, telecommuters, road warriors assim como fornecedores com contratos de longa duração. Finalmente teríamos o círculo mais afastado composto pelos corporate gypsies. Aos funcionários localizados em cada um dos diferentes círculos, diferentes processos de liderança e condução seriam utilizados. Ao círculo mais interno, o reconhecimento de seu valor traduzido basicamente em ótimas remunerações; ao círculo intermediário, proficiência no uso de equipamentos de telecomunicação, participação em eventos sociais, sistemas de recompensa etc; ao círculo mais externo, muito mais do que lições de lealdade, se aplicariam a alocação em projetos interessantes, rapidez nos pagamentos e reconhecimento. Finalmente teceremos algumas observações sobre o pensamento de Kaplan e Norton (1992). Apesar destes autores voltarem o foco de sua atenção para a indústria manufatureira, suas idéias acabam ser aproximando bastante das idéias de Edvinsson e Malone (1997). Similarmente a estes autores, Kaplan e Norton (1992) também não oferecem explicitamente uma classificação de ativos/recursos intangíveis, preferindo também estimular o administrador a lançar sobre a empresa quatro diferentes focos de atenção : três não financeiros e um financeiro. Entretanto, como em Edvinsson e Malone (1997), pode-se também perceber que três focos de atenção incidem cada um sobre um diferente grupo de ativos/recursos intangíveis e desta forma também usaremos a expressão 32 "ativo e recurso intangível" em substituição à palavra "foco" usada por Kaplan e Norton (1997). Estes autores agrupam os ativos/recursos intangíveis em : relacionamento com clientes, conjunto de processos produtivos e capacidade de inovação e aprendizado. Segundo Kaplan e Norton (1997), os ativos e recursos intangíveis incluídos no grupo relacionamento com clientes, seriam visualizados a partir da pergunta: Como nossos clientes nos vêem? A resposta à pergunta acima formulada poderia identificar como ativos/recursos intangíveis: a capacidade de lançamento de novos produtos ou serviços requeridos pelos clientes, a rapidez de atendimento a suas demandas, a condição de fornecedor principal, a intensidade da parceria com o cliente para desenvolvimento comum de produtos ou serviços etc. No que concerne ao grupo conjunto de processos produtivos, a pergunta: Em que processos devemos ser melhores que os concorrentes? possibilitaria, como já citado anteriormente, a visualização dos correspondentes ativos/recursos intangíveis. Assim sendo, surgiriam como ativos/recursos intangíveis a capacitação tecnológica, a excelência de processos de manufatura, a produtividade do setor de projetos etc. Finalmente, em relação ao terceiro grupo, capacidade de inovação e aprendizado, a pergunta: Continuaremos a aumentar nossa capacidade competitiva? identificaria como ativos/recursos intangíveis: liderança em tecnologia, capacidade de R&D, tempo necessário para comercialização de novos produtos etc. 33 Com relação aos indicadores e índices financeiros tradicionais, Kaplan e Norton (1997) argumentam que eles não traduzem, por exemplo, a satisfação do cliente, a qualidade do serviço, a motivação do funcionário etc. e portanto não podem ser utilizados para produzir variações em importantes ativos e recursos intangíveis. O sucesso ou fracasso financeiro, traduzido por estes indicadores e índices financeiros, seria meramente uma conseqüência de ações gerenciais, em ativos/recursos intangíveis guiadas por indicadores e índices não financeiros. Enfatizam estes autores também que os indicadores e índices não financeiros não devem ser atrelados a ações gerenciais específicas, rígidas. Pelo contrário, elas deveriam sempre serem deixadas à discrição dos gerentes, já que o contexto espacial e temporal, em que são utilizadas, é sempre mutável. Disto decorre que para o gerente, tão ou mais importante do que o papel de controlador, seria seu papel de estrategista. A figura 4 a seguir, fornece uma idéia do relacionamento entre as três propostas de classificação de intangíveis. Figura 4 - Relacionamento entre diversas classificações de ativos e recursos intangíveis Sveiby (1997) Conjunto de Edvinsson e Malone (1997) Kaplan e Norton(1992) capital humano de competências estrutura interna estrutura externa proc. de prestação processos de de serv. e produção produção clientes clientes capac. de R&D capac. de R&D e aprendizado 34 2.4 SISTEMA DE CONTROLE GERENCIAL DO CAPITAL INTELECTUAL Esta seção engloba a discussão de possíveis respostas a duas questões totalmente interdependentes, a de encontrar os melhores indicadores e índices não financeiros associados aos diferentes ativos/ recursos intangíveis, e a de identificar as melhores ações gerenciais para promover variações nestes indicadores e índices. Como plano de referência para controle gerencial, será utilizado aquele proposto por Sveiby (1997). O motivo para esta escolha é que Sveiby dirige sua atenção mais sobre o setor de serviços, que é o que atualmente absorve a maior parte do mercado de trabalho em países industrializados. Entretanto, antes de abordar o trabalho deste autor, algumas considerações de outros autores sobre o gerenciamento específico do conhecimento "armazenado" nos funcionários da empresa serão também expostas. Transferência de conhecimento Começando com Tsoukas (1996), que afirma que o conhecimento individual se origina primordialmente nas práticas sociais em que cada indivíduo se engaja. Elaborando sobre a relação entre a formação do conhecimento e as práticas sociais, ele argumenta que estas últimas podem ser visualizadas em três dimensões: inicialmente teríamos as expectativas associadas às atividades específicas do papel ocupado pelo indivíduo na empresa; uma segunda dimensão englobaria toda a história de socialização do indivíduo, anterior à sua entrada na empresa (família, outras empresas etc); e finalmente, teríamos como terceira dimensão o contexto oferecido pela empresa para a manifestação das duas 35 dimensões anteriormente citadas. A maneira única com que cada indivíduo, a seu modo, gerencia as tensões inevitáveis entre expectativas associadas a papéis, sua socialização passada e o contexto fornecido pela empresa, é que colaboraria para enriquecer o acervo de possíveis soluções (conhecimento) de uma determinada empresa. Szulanski (1996), estudando as principais barreiras à transferência das melhores "práticas" (conhecimento tácito) entre funcionários de uma mesma empresa, verifica que todas são relacionadas a fatores ligados ao conhecimento. Seriam elas: a inadequada capacidade de absorção do recebedor, que é uma função direta de seu estoque preexistente de conhecimento; a insegurança sobre quais são os fatores de produção envolvidos nas práticas bem como seu processo de interação; as características peculiares, mal compreendidas pelo recebedor do conhecimento, do contexto em que ele aplicará aquela prática; e finalmente um relacionamento difícil entre os indivíduos envolvidos na transferência de conhecimento tácito, o qual empatia entre os participantes para seu sucesso. Integração de conhecimento Segundo Spender (1996), o grande desafio ao controle gerencial seria distinguir as atividades da empresa que estariam aumentando o conhecimento coletivo tácito, as quais ele chama de atividades sistêmicas, daquelas que seriam apenas geradoras de conhecimento local, limitado, chamadas por ele de atividades não sistêmicas. Na opinião de Hayek (apud Spender, 1996), ao controle gerencial caberia a tarefa de utilizar um conhecimento disponível (internamente à empresa) porém que não pertence a nenhum funcionário da 36 empresa em sua totalidade. Caberia então à empresa gerar um contexto capaz de lhe proporcionar um adequado espaço para seleção e interação entre os diferentes conhecimentos tácitos e explícitos disponíveis, tanto internamente quanto externamente ao ambiente em que se situam. Tsoukas (1996), traçando um paralelo com a mente humana, argumenta que, assim como a mente do indivíduo se "manifesta" nas atividades individuais específicas em que ele se engaja, da mesma forma a mente coletiva de uma empresa se "manifesta" na forma como seus componentes inter-relacionam suas atividades. Grant (1996), considerando as vantagens inerentes à especialização, afirma que a função fundamental da empresa seria a coordenação dos esforços de seus vários profissionais (especialistas). Segundo ele, mais importante que a transferência de conhecimento seria a integração do conhecimento, sendo que a integração exigiria diferentes modos de coordenação, dependendo do tipo de interdependência entre as diversas atividades de indivíduos alocados a uma determinada tarefa. Se suas atividades fossem completamente isoladas entre si, a utilização de regras e diretivas seria o melhor tipo de coordenação; se elas fossem seqüenciadas, o melhor tipo seria através de um cronograma físico das atividades; se fossem recíprocas, o estabelecimento de rotinas seria a melhor resposta; e finalmente em caso de tarefas complexas, exigindo forte dependência em trabalho de equipe, a melhor coordenação seria através de discussões grupais para tomadas de decisão e solução de problemas. Pelo fato de tarefas complexas exigirem formas de integração personalizadas e intensivas em comunicação, sua coordenação difere das três anteriores, as quais se caracterizam exatamente pelo fato de buscarem aumentar a eficiência da integração através da diminuição dos custos de comunicação e de discussões grupais. 37 Para esta integração muito colaboraria a existência de um conhecimento comum a todos os funcionários da empresa, representado pelo conjunto interseção dos conjuntos de conhecimento individuais. Este conhecimento comum compreenderia a existência na empresa de um idioma comum, uma adequada uniformidade de nível educacional, uma adequada aproximação entre as diversas bases de conhecimento especializado, um esquema cognitivo comum e, finalmente, o reconhecimento da existência de domínios de conhecimento individuais (mapeamento de competências). O Conhecimento como Base para Hierarquização Para Grant (1996), o estabelecimento de níveis hierárquicos visa, tradicionalmente, a imposição de autoridade como forma de obter cooperação. Em função do crescimento da importância do conhecimento de cada indivíduo, para o sucesso da empresa, em relação ao conhecimento do "chefe", há que se pensar numa nova maneira de distribuição de autoridade que reflita a importância do conhecimento individual, em todas suas facetas (transferência, integração, conversão etc.), para a empresa. Afinal, quando os chefes conhecem apenas uma fração do que seus subordinados conhecem, e conhecimento tácito não lhes pode ser transferido, a obtenção de cooperação, por imposição hierárquica, torna-se um tanto quanto problemática. Na empresa moderna, preocupada com aquisição de conhecimento, regras e diretivas se originariam fundamentalmente do conhecimento especializado distribuído através da empresa. 38 Thompson (apud Grant, 1996) propõe que a intensidade de interação entre indivíduos seja a base para a organização da hierarquia. Sendo assim a hierarquia deveria ser estruturada dentro do grupo de indivíduos envolvidos em atividades recíprocas; dentro do grupo de indivíduos envolvidos em atividades seqüenciais e finalmente dentro do grupo envolvido em atividades isoladas. Em cada grupo, a habilidade no exercício do tipo de coordenação exigida, seria um determinante chave para preenchimento dos cargos com poder de tomada de decisão (Grant 1996). 2.4.1 Indicadores e Índices Não Financeiros Existem dois tipos de indicadores e índices: aqueles que medem eficiência e aqueles que medem eficácia. Os indicadores e índices de eficiência determinam basicamente a relação insumos/(serviço ou produto), em termos físicos ou financeiros. Aos indicadores e índices de eficácia caberia determinar se o serviço ou produto, gerado de forma eficiente ou não, estaria atendendo às necessidades do cliente. Indicadores e índices de eficácia são mais difíceis de serem implementados porque eles exigem um "olhar para fora da empresa", ou seja, contatos mais estreitos com clientes, fornecedores e mercado de trabalho. Outro importante aspecto é saber se os indicadores e índices seriam usados para medir níveis ou tendências. E a que intervalos deveriam ocorrer as medições? Em decorrência de os negócios hoje em dia se encontrarem num constante estado de fluxo, provavelmente os gerentes estarão mais interessados em indicadores e índices de tendências e que sejam medidos a intervalos de tempo pequenos. Por sua vez investidores, não assoberbados pela dinâmica operacional, revelariam maiores preferências por indicadores e índices de níveis, mais apropriados para determinações de riscos. 39 Sveiby (1997) também recomenda que para cada grupo de ativos e recursos sejam escolhidos indicadores e índices representativos da eficiência, da capacidade de renovação/desenvolvimento (R&D) e da estabilidade de cada grupo. Enquanto que os indicadores e índices de eficiência fornecem um quadro da presente saúde da empresa, os de renovação/desenvolvimento (R&D) olham para o futuro imediato, para o crescimento sustentável, estabelecendo o que a empresa deve fazer agora para abocanhar as oportunidades futuras. Passaremos agora a mostrar alguns dos indicadores e índices não financeiros recomendados por Sveiby (1997), reconhecendo ao mesmo tempo em que muitas empresas já deles se utilizam para medições de eficiência operacional. Há que se enfatizar, entretanto, que o próprio autor recomenda que a escolha dos melhores indicadores e índices seja realizada dentro do contexto específico de cada empresa, razão pela qual dificilmente haverá uma lista padrão, de indicadores e índices, aplicável a todas as empresas. Medindo competência O conjunto de competências de uma empresa é o grupo de ativos/recursos intangíveis mais difícil de ser medido. Afinal, ainda não foram inventados instrumentos ou métricas para se conhecer com adequada precisão o que habita os corações e mentes de funcionários, em termos de conhecimento tácito, motivação, atitudes etc. Por esta razão, segundo Edvinsson e Malone (1997), qualquer indicador ou índice que venha a ser utilizado para medir competência humana deve ser bem justificado (medir realmente algo 40 que seja relevante), bem projetado (evitar interferências de outras variáveis subjetivas), e teleológico, ou seja, tentar estabelecer relações entre fatos e causas, meios e fins. Medindo a capacidade de renovação/desenvolvimento (R&D) de competência • Experiência profissional média (anos) = média do número de anos de cada profissional, na sua presente profissão. A variação deste indicador, entre anos sucessivos, mostra como a competência média está variando. • Proporção de clientes geradores de competência individual (%) = porcentagem da receita total originada em clientes capazes de aumentar a competência individual dos profissionais trabalhando com eles. Pequenos clientes com problemas desafiadores para um ou dois profissionais a eles alocados, caem dentro desta definição. • Nível educacional médio (#) = número traduzindo o número de funcionários com nível superior (3), com nível secundário (2) e com nível primário (1). • Conceito (#) . Somente deve ser introduzido se existe um plano de carreiras estabelecido, que torne claro, para cada funcionário, o desenvolvimento dele esperado em sua específica carreira. Obs.: o símbolo # expressa uma unidade dimensional, diferente de medida monetária, apropriada ao indicador a que se refere. Medindo a eficiência da competência • Proporção de profissionais/funcionários (%) = Este índice proporciona uma medida de quão importante para a empresa são os profissionais, principais geradores de receitas que são. 41 • Valor adicionado por expert ($). Por expert se entende cada funcionário trabalhando diretamente com clientes em projetos. • Valor adicionado por funcionário ($) Valor adicionado por expert ou funcionário é considerada como a melhor medida da habilidade de cada indivíduo em produzir valor econômico. Medindo a estabilidade da competência • Turnover de profissionais (%) = número de demissões dividido pelo número total de profissionais no início do ano. • Idade média dos funcionários (anos). A escolha e a manutenção, através de política de recrutamento, de uma idade média adequada, significariam um equilíbrio desejado entre a experiência (dos mais velhos) e a iniciativa (dos mais jovens). • Senioridade média dos profissionais (anos) = média do número de anos de cada profissional, na empresa. Medindo a estrutura interna Medindo a capacidade de renovação/desenvolvimento (R&D) da estrutura interna • Investimento na estrutura interna por valor adicionado (%) • Proporção de clientes geradores de melhoria na estrutura interna (%) = porcentagem da receita total originada em clientes capazes de melhorar a estrutura interna. Exemplos seriam projetos inovadores envolvendo novos materiais, novos processos, novo software etc. 42 • Investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) por valor adicionado (%) • Investimento em Tecnologia de Informação (TI) por valor adicionado (%) • Proporção de tempo dedicado a P&D(%) Medindo a eficiência da estrutura interna • Proporção de (funcionários de suporte adm./oper.)/funcionários (%). • Relação vendas por funcionário de suporte adm./oper.(%). Estes índices possibilitariam visualizar a eficiência destes funcionários em sua tarefa de suporte administrativo e operacional às operações de vendas da empresa. • Indicador de Atitudes e Valores (#). As atitudes e valores dos funcionários, em relação ao seu espaço de trabalho, suas atividades, superiores hierárquicos e clientes, fornecem uma idéia da cultura (espírito de corpo) permeando a empresa. Medindo a estabilidade da estrutura interna • Turnover de funcionários de suporte adm./oper.(%) = número de demissões dividido pelo número total de funcionários no início do ano. Um baixo turnover é desejado em decorrência do simples fato de que os gerentes e os funcionários de suporte administrativo e operacional representam o "esqueleto" da estrutura interna. • Índice Rookie (%) = percentagem, em relação ao número total, de funcionários empregados há menos de dois anos na empresa. Uma alta percentagem de rookies indicaria uma organização menos estável, incorrendo em grandes custos de recrutamento e treinamento. 43 Medindo a estrutura externa Conforme poderá ser verificado, os índices e indicadores utilizados tentam basicamente capturar o tipo de cliente, a duração do relacionamento, o suporte oferecido por ele à empresa, assim como o grau de sucesso do relacionamento. Medindo a capacidade de renovação/desenvolvimento (R&D) da estrutura externa • Crescimento de receitas (%) . As receitas aqui computadas são apenas as receitas representativas de um crescimento orgânico da empresa, não sendo computadas portanto aquelas originadas em empresas adquiridas. • Lucratividade por cliente ($) . Este indicador, mais valioso do que a lucratividade por produto/serviço ou segmento de mercado, possibilitaria à empresa um melhor conhecimento de sua carteira de clientes. • Proporção de clientes geradores de melhoria de imagem (%) = porcentagem da receita total originada em clientes capazes de melhorar a imagem da empresa, atuando como fontes de referência ou indicando novos clientes. Medindo a eficiência da estrutura externa • Vendas por cliente ($) . Esforços no sentido de elevar este indicador são válidos porque, em geral, vender para um cliente antigo é mais fácil e menos custoso do que para um novo cliente. • Indicador de satisfação do cliente (#). Estes indicadores e índices revelam percepções de qualidade e atitudes em relação aos serviços/produtos da empresa. 44 • Índice de sucesso em licitações (%) = número de sucessos em processos de licitação pública dividido pelo número participações em licitações. Medindo a estabilidade da estrutura externa • Índice de repetição de pedidos (%) = a frequência de repetição de pedidos pode ser medida como a proporção de pedidos, originada em clientes antigos, e fornece uma boa medida da lealdade dos clientes. Evidentemente a definição de cliente antigo varia de acordo com o tipo de negócio da empresa. • Proporção de grandes clientes (%) = percentagem da receita total de receitas originadas nos cinco maiores clientes. Este índice fornece o grau de dependência da empresa nos seus cinco maiores clientes. 2.4.2 Ações Gerenciais Utilizando exaustivamente Sveiby (1997), passaríamos a listar exemplos de ações gerenciais, seus reflexos em ativos e recursos intangíveis e os indicadores e índices não financeiros utilizados para medir variações produzidas. Aqui este autor novamente enfatiza que a escolha das ações gerenciais adequadas, bem como o estabelecimento de suas relações com ativos e recursos intangíveis e com indicadores e índices não financeiros, seja realizada dentro do contexto específico de cada empresa. 45 Quadro n° 1 -Gerenciando competência AÇÃO GERENCIAL Recrutar com RELAÇÃO COM INDICADORES E ATIVO/RECURSO ÍNDICES A SEREM INTANGÍVEL USADOS bastante Promove entrada de novas Índice critério pessoas jovens e competências e Rookie, aplicado energia separadamente a funcionários inteligentes, mais flexíveis a criativa; fortalece a cultura com nível universitário e a doutrinamento Aumentar da empresa o outros nível Aumenta a flexibilidade e a Níveis educacionais educacional dos funcionários capacidade de aprendizado da força de trabalho Exigir ascensão em carreiras; Os não permitir estagnação funcionários são Conceito individual pressionados a manter uma acentuada aprendizado curva ou deixar de a empresa; propicia "turnover" Mapear as competências Identificar competências Número de pessoas em cada categoria de competência; número de anos em cada profissão Utilizar juniors assistentes de seniors como Possibilitar transferência de Proporção conhecimento tácito do tempo de juniors alocado em clientes geradores de competência individual Criar lealdade por parte dos Competência não é perdida Indicador funcionários de para os competidores da Valores; empresa funcionários Atitudes Turnover de e de suporte administrativo e operacional 46 Construir relações pessoais Proporciona entrada de Proporção estreitas com clientes seletos conhecimento de geradores de clientes competência individual Promover o aprendizado por Possibilitar transferência de Indicador parte dos mais jovens através conhecimento tácito de Atitudes e Valores de relações do tipo mestreaprendiz Fonte: Sveiby (1997, p. 198) Quadro n° 2 -Gerenciando a estrutura interna AÇÃO GERENCIAL RELAÇÃO COM INDICADORES E ATIVO/RECURSO ÍNDICES A SEREM INTANGÍVEL USADOS Procurar serviços em clientes Trabalho em equipe permite Proporção que requeiram a utilização de transferência equipes de funcionários Desenvolver conceitos métodos específicos de novo clientes conheci- geradores de melhoria na mento tácito entre membros e Cria de estrutura interna conhecimento; Proporção de tempo à propicia P&D dedicado a P&D(%) empresa Disseminar externamente à Influencia os clientes Proporção empresa seus métodos e potenciais; cria padrões conceitos através de tempo dedicado a estas atividades de publicações e seminários Criar sistema de troca de Propicia informações integração conhecimento de Investimento em TI por valor adicionado 47 Fornecer preços de serviços Reduz competição interna; Proporção da receita total de prestados por equipes e não propicia por membros transferência conhecimento tácito; de receitas por equipes não revela os elevados preços de profissionais senior Gerenciar proativamente a Reduz riscos de estagnação; Idade média de funcionários; estrutura de idades dos mantém um equilíbrio entre Turnover de funcionários de funcionários de suporte adm. inovação e experiência Construir relações pessoais Acarreta melhorias suporte administrativo na Proporção de clientes estreitas com clientes que estrutura interna e propicia geradores de melhoria na propiciem projetos de P&D aprendizado ou projetos de estrutura interna grande envergadura Encorajar o piggybacking em Permite a transferência de Proporção todos os departamentos conhecimento tácito do tempo de juniors alocado em clientes geradores de competência individual Organizar os departamentos Permite a transferência de Indicador de como escritórios de espaço conhecimento tácito Valores; proporção aberto escritórios com espaço aberto Comunicar a missão do Propicia foco e propósito às Indicador negócio da empresa Fonte: Sveiby (1997, p. 198) atividades de criação de valor Valores de Atitudes Atitudes e de e 48 Quadro n° 3 - Gerenciando a estrutura externa AÇÃO GERENCIAL Focalizar a obtenção RELAÇÃO COM INDICADORES E ATIVO/RECURSO ÍNDICES A SEREM INTANGÍVEL USADOS de O conhecimento informações gerenciais mais transmitido através é Proporção de clientes de geradores de melhoria de sobre os clientes do que pessoas e não através de imagem sobre mercados ou produtos mercados Construir uma imagem como Reduz os custos de Número de seminários o mais competente em seu marketing organizados; Indicador segmento industrial, através satisfação do cliente de de seminários, congressos etc Selecionar os clientes que Concentração contribuem para de esforços Lucratividade por cliente; o sobre os melhores clientes; Vendas por cliente crescimento dos ativos e propicia a entrada de chances de Índice recursos intangíveis e para conhecimento lucratividade Montar equipes capazes de Aumenta manter relações de empatia sucesso com os clientes Cultivar empresa a as e a entrada de licitações; conhecimento imagem como da Reduz os de sucesso em Índice de satisfação do cliente custos de Recursos financeiros e tempo um marketing importante ativo dedicados a esta atividade; Índice de satisfação do cliente Manter boas relações com Mantém relacionamentos que Número de contatos com funcionários que não mais melhoram e não destroem a antigos funcionários trabalham na empresa imagem da empresa; que podem levar a relacionamentos com novos clientes Fonte: Sveiby (1997, p. 199) 49 2.5 CONCORDÂNCIAS E DIVERGÊNCIAS, DE UM CONTROLE GERENCIAL ADEQUADO AO CAPITAL INTELECTUAL, COM ABORDAGENS CLÁSSICAS DE CONTROLE GERENCIAL Esta seção pretende encontrar, em abordagens clássicas de controle gerencial vigentes no início da década de 80, as possíveis fontes de inspiração para os acadêmicos e empresários de origem nórdica, responsáveis pelo aumento de interesse, durante a segunda metade da década de 80 e início da década de 90, por pesquisas e práticas relativas a ativos/recursos intangíveis e a seu controle gerencial. Para esta finalidade será utilizada a tese de doutorado de Gomes (1983) que apresenta de forma sucinta as principais abordagens sobre controle gerencial vigentes no início da década de 80, quais sejam, aquelas de Anthony, de Lorange e Morton, de Hofstede e de Flamholt (apud Gomes, 1983). Portanto as concordâncias e divergências abaixo mencionadas serão entre os controles gerenciais vigentes em 1983 e aquele referente a ativos e recursos intangíveis, tema central desta dissertação. O Processo de Controle Gerencial de Anthony (apud Gomes, 1983) Inexiste qualquer referência à importância do conhecimento, incorporado nos diversos ativos e recursos da empresa, como impulsionador do valor destes ativos e recursos. Pouco referenciado também é o sistema de valores dos funcionários, admitindose, ao contrário, a existência entre os mesmos, de uma suposta conformação racional aos ditames do controle gerencial. O dinheiro assume importância fundamental para o projeto do elenco de indicadores e índices de avaliação e nenhuma menção é feita à importância de 50 bons relacionamentos, entre os diferentes grupos de funcionários da empresa, assim como entre a empresa e seu ambiente externo, fornecedores, clientes e mercado de trabalho. Prefere Anthony (in Gomes, 1983) discorrer mais sobre o papel do controle gerencial na mediação entre os objetivos estratégicos e atividades operacionais, adotando, nos relacionamentos decorrentes entre estes diversos níveis de controle, uma postura hierárquica clássica, mais apropriada aos, “supostamente”, precisos limites de suas áreas de atuação. Uma divergência adicional também aparece, quando o autor enfatiza a preponderância, na formulação e implementação do controle gerencial, dos gerentes de linha (processos) sobre os profissionais e demais funcionários envolvidos na relação com clientes, fornecedores e mercado de trabalho. O Sistema de Controle Gerencial de Lorange e Morton (apud Gomes, 1983) Mais do que classificações e níveis de decisões, Lorange e Morton (apud Gomes, 1983) preferem salientar o caráter orgânico do controle gerencial, em função de sua necessidade de adaptações e conformações a imposições ambientais externas e internas. Outra concordância também aparece quando os autores enfatizam a utilização de indicadores e índices não financeiros, já que, para eles, os indicadores e índices financeiros seriam insuficientes para previsão de cenários empresariais inseridos em ambientes instáveis. Entretanto, como Anthony (apud Gomes, 1983), nenhuma referência fazem os autores ao papel do conhecimento, incorporado nos diversos ativos e recursos da empresa, como impulsionador do valor dos mesmos. 51 A Abordagem de Hofstede (apud Gomes, 1983) O autor privilegia a preponderância das relações homeostáticas sobre as cibernéticas quando do planejamento e execução do controle gerencial, principalmente quando se trata de empresas na área de serviços, onde ele afirma haver maiores dificuldades para o estabelecimento de padrões, para a medição de resultados e para utilização de informação como feedback. Centrais nesta abordagem seriam processos de negociação, valores, normas e a estrutura organizacional da empresa. A partir do elenco de atividades conduzidas na empresa, Hofstede (apud Gomes, 1983) preconiza a utilização de diferentes tipos de controle gerencial (rotineiro, técnico, tentativa e erro, intuitivo, julgamental e político), conforme características próprias de cada atividade. Nota-se aqui uma nítida preocupação do autor com o nível das tensões que surgem entre gerentes e profissionais alocadas a uma mesma atividade; com a possibilidade de se encontrar indicadores e índices que meçam os efeitos das ações gerenciais de intervenção; assim como com o efeito benéfico da repetitividade da atividade, sobre o aprendizado, e, conseqüentemente, o aumento do conhecimento da empresa. As tensões acima mencionadas derivariam de um conflito de interesses entre os participantes (profissionais e gerentes) da atividade, de uma falta de "conhecimento" da relação meio-fim e de turbulências ambientais, tudo isso gerando objetivos ambíguos para a atividade. Para eliminação de ambigüidades, sugere Hofstede (apud Gomes, 1983), entre outras medidas, um intenso processo de negociação entre os participantes assim como a utilização de profissionais e/ou consultores para geração de maior conhecimento da relação entre a atividade (meio) e sua finalidade. 52 Permeando sua abordagem, pode também ser notada a constatação da necessidade de utilização de indicadores e índices não quantitativos. Uma leve divergência é finalmente encontrada quando ele parece privilegiar o papel dos gerentes, sobre os profissionais, na condução das atividades da empresa. A Abordagem de Eric Flamholtz (apud Gomes, 1983) Flamholtz elabora sua abordagem em torno da importância de se conseguir influenciar o comportamento das pessoas, no sentido de alinhar seus objetivos com aqueles da empresa a qual pertencem (goal congruence). Central em sua abordagem está a questão da motivação, a nível individual ou grupal, dos funcionários da empresa. Segundo Flamholtz (apud Gomes, 1983), o controle gerencial, ao buscar o goal congruence , deveria atuar na eliminação de conflitos de interesses entre pessoas e empresa; no estabelecimento de uma linguagem comum na empresa, para comunicação de informações relevantes; na descentralização de operações rotineiras e estabelecimento de indicadores e índices para medição de seu desempenho e, finalmente, no estabelecimento de mecanismos de feedback de problemas verificados. Estabelece o autor, também, critérios para a validade dos procedimentos utilizados para influenciar comportamento. O primeiro critério seria o adequado alinhamento entre o comportamento produzido pelas ações gerenciais e indicadores e índices utilizados para medir sua intervenção, com aquele necessário ao atendimento dos objetivos da empresa; o segundo critério concerne à repetibilidade do comportamento desejado; finalmente como último critério teríamos a abrangência dos comportamentos estimulados que deveriam atender a todos os objetivos relevantes da empresa. 53 CAPÍTULO 3 METODOLOGIA 54 3.1 INTRODUÇÃO Este capítulo inicia-se com a formulação das perguntas a serem respondidas pela presente pesquisa, ao final da qual segue-se a descrição do plano de referência adotado. Este plano é calcado no referencial teórico, descrito no Capítulo 2, que descreve as conceituações teóricas, os objetivos e ações gerenciais que norteiam o tipo de controle gerencial adequado ao gerenciamento do CAPITAL INTELECTUAL. Como próximo passo, em sintonia com o plano de referência adotado, são definidas as variáveis de pesquisa, as quais serão investigadas em cada empresa selecionada, através de uma série de perguntas a serem respondidas dentro do contexto situacional de cada empresa. Temos a seguir duas seções destinadas a delinear os critérios adotados para a seleção das empresas pesquisadas e os procedimentos utilizados na coleta de dados necessários à adequada identificação, em cada empresa, das variáveis de pesquisa. Finalizando temos quatro seções descrevendo a aplicação de um pré-teste e a revisão do formulário original; o trabalho de campo realizado para a coleta de dados; os procedimentos para tratamento do dados coletados e as principais limitações da pesquisa realizada. Conforme se pode notar, procurou-se realizar uma pesquisa exploratória e descritiva, através de estudos de casos de empresas brasileiras. A razão principal para a condução deste tipo de pesquisa origina-se na carência de verificações empíricas desta natureza, até então realizadas em empresas brasileiras. Além disso, conforme apregoa 55 Porter (1991), se se quiser realmente entender o controle gerencial praticado por uma empresa, o estudo de caso é a metodologia recomendada. 3.2 DEFINICÃO DAS PERGUNTAS DA PESQUISA A pesquisa tem por objetivo responder às seguintes perguntas: 1. Quais ativos e recursos intangíveis são valorizados, em empresas brasileiras selecionadas? 2. Estão eles associados a índices e/ou indicadores de desempenho, freqüentemente consultados? 3. Estão eles associados a ações gerenciais de intervenção, consideradas relevantes, nestas empresas? Buscando responder a estas perguntas, serão verificados, em cada empresa selecionada, seus ativos e recursos intangíveis, o elenco de ações gerenciais praticadas, o sistema de medição de desempenho e os dispêndios associados a ativos/recursos intangíveis. 3.3 PLANO DE REFERÊNCIA Nesta seção se delineia o principal instrumento balizador a ser utilizado na resposta à pergunta da pesquisa. É ele o conjunto de ativos e recursos intangíveis, a fonte geradora das variáveis de pesquisa a serem investigadas em cada empresa. Seus principais 56 componentes, todos retirados da revisão bibliográfica, descrita no Capítulo 2, são listados a seguir. ATIVOS E RECURSOS INTANGÍVEIS a) Conhecimento, acadêmico e tácito, incorporado em seus funcionários; b) Processos facilitadores de transferência de conhecimento, entre funcionários, e de aquisição de conhecimento, por parte destes funcionários, em fontes externas (clientes, fornecedores, mercado etc); c) Relacionamento com clientes, fornecedores e mercado de trabalho; e d) Capacitação para Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de novos serviços,produtos e processos. 3.4 VARIÁVEIS DA PESQUISA As variáveis de pesquisa, também visualizadas no ANEXO I, foram classificadas em dois grupos: as variáveis relacionadas ao controle gerencial e as variáveis não relacionadas ao controle gerencial. A - Variáveis Relacionadas ao Sistema de Controle Gerencial Variáveis Independentes a) Elenco de Ações Gerenciais (relevantes) de Intervenção Variáveis Mediadoras b) Sistema de Avaliação de Desempenho (indicadores e índices freqüentemente consultados) 57 c) Dispêndios Associados aos Ativos/Recursos Intangíveis Variáveis Dependentes c) Conhecimento Acadêmico e Tácito dos Funcionários d) Processos Facilitadores de Transferência e Aquisição de Conhecimento e) Relacionamento com Clientes, Fornecedores e Mercado de Trabalho f) Capacitação em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) Conforme pode ser observado, as variáveis dependentes buscam descrever ativos e recursos intangíveis componentes do CAPITAL INTELECTUAL, enquanto que as independentes buscam identificar ações gerenciais de intervenção em ativos e recursos. Mediando a intervenção das ações gerenciais sobre os ativos/recursos intangíveis, aparecem as variáveis mediadoras.. B - Variáveis Não Relacionadas ao Sistema de Controle Gerencial a) Estrutura Organizacional da Empresa b) Graus de Interação com Mercado Comum Europeu, USA e Japão c) Controle Proprietário d) Grau de Autonomia do Sistema de Controle Gerencial As variáveis do segundo grupo, pretendem oferecer ao leitor, uma visão panorâmica das diversas empresas pesquisadas. 58 Operacionalização das Atividades de Qualificação das Variáveis da Pesquisa As variáveis de pesquisa foram identificadas a partir da condução de atividades exploratórias (existência, análise e evolução) dos itens listados abaixo de cada variável. Elenco de Ações Gerenciais de Intervenção Ações gerenciais relevantes, implementadas nos últimos três anos (1998 a 2000), relacionadas às seguintes áreas: 1. Recursos Humanos 2. Compras 3. Operações (Prestação de Serviços/Produção) 4. Gestão Organizacional (controle gerencial) 5. Finanças (contabilidade, orçamentos) 6. Imagem da empresa (junto a clientes, fornecedores, mercado de trabalho) 7. Desenvolvimento de novos serviços/produtos/processos Sistema de Avaliação de Desempenho (indicadores e índices de desempenho) 1. Missão da empresa 2. Objetivos estratégicos (objetivos de desempenho) da empresa 3. Principais vantagens competitivas da empresa 4. Principais benefícios advindos do sistema de avaliação 5. Canais de informação utilizados para publicidade interna dos indicadores e índices. 6. Mecanismos instalados visando a operacionalização e a continuidade do Sistema de Avaliação de Desempenho 7. Indicadores e/ou índices de desempenho mais freqüentemente consultados. 59 Dispêndios Dispêndios realizados em: 1. Treinamento profissional de funcionários 2. Formação acadêmica de funcionários 3. Aquisição de revistas, livros e publicações técnicas 4. Participação de funcionários em congressos, feiras e seminários 5. Eventos de socialização entre funcionários da própria empresa 6. Tecnologia de Informação 7. Credenciamento ISO 8. Pesquisas de opinião 9. Pesquisas de mercado 10. Eventos de socialização entre funcionários da empresa e clientes/fornecedores 11. Publicidade 12. Pesquisa e Desenvolvimento (de novos serviços, produtos e processos) 13. Auditoria (operacional e financeira) 14. Benchmarking Conhecimento Acadêmico e Tácito dos Funcionários 1. Valorização da experiência profissional. 2. Mapeamento do conhecimento da empresa. 3. Incentivos ao aumento do nível de escolaridade. 4. Grau de parceria com instituições de ensino. 60 5. Sistema de avaliação de satisfação dos funcionários. 6. Trabalhos publicados por funcionários. Processos Facilitadores de Transferência e Aquisição de Conhecimento 1. Disponibilidade de fontes de informação. 2. Canais e instrumentos utilizados para comunicação, entre funcionários, e entre setores ou funções da empresa. 3. Mecanismos de socialização, entre funcionários, promovidos pela empresa 4. Procedimentos e instrumentos utilizados para transferência de conhecimento para funcionários. 5. Mapeamento de clientes e fornecedores, em termos de transferência de conhecimento para a empresa. 6. Projetos envolvendo a participação de fornecedores na equipe 7. Projetos envolvendo a participação de clientes na equipe 8. Credenciamento ISO Relacionamento com Clientes, Fornecedores e Mercado de Trabalho 1. Sistema de avaliação de satisfação de clientes, fornecedores e comunidade local, em relação aos produtos/serviços e aos funcionários da empresa 2. Grau de parceria com clientes e fornecedores 3. Grau de participação em projetos comunitários 4. Mapeamento de clientes e fornecedores, em termos de imagem pública 61 5. Mecanismos de socialização promovidos pela empresa, entre seus funcionários, e clientes e fornecedores 6. Canais de troca de informação estabelecidos entre a empresa e clientes e fornecedores 7. Características dos principais segmentos de mercado consumidor, focados pela empresa. 8. Mapeamento do fluxo de processo do serviço (momentos de contato crítico e recursos e atividades a eles relacionados) 9. Canais de informação utilizados para publicidade externa dos indicadores e índices Capacitação em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) 1. Linhas de pesquisa e desenvolvimento. 2. Número de funcionários do setor de P&D. 3. Relacionamento com instituições de P&D, públicas e privadas. 4. Patentes e inovações tecnológicas produzidas. 5. Lançamento de novos serviços/produtos. 6. Mapeamento de clientes e fornecedores, em termos de investimento em P&D. 7. Incentivos à produção de conhecimento. Estrutura Organizacional da Empresa 1. Tipo de estrutura organizacional. 2. Quantidade de camadas gerenciais. 62 3. Funções do primeiro nível hierárquico. 4. Número de funcionários da empresa. Grau de Relacionamento com Mercado Comum Europeu, USA e Japão Para avaliação desta variável foram considerados: a) o valor das trocas comerciais com estes países; b) o perfil das trocas comerciais praticadas; c) o perfil das trocas não comerciais praticadas com estes países. Controle Proprietário Especificação do controle proprietário da empresa. Grau de Autonomia do Sistema de Controle Gerencial Foi avaliada a existência de limites impostos à atuação da Alta Direção, tais como: a) grau de diversificação de negócios; b) número de funcionários; c) crescimento não orgânico da empresa; d) grau de endividamento financeiro. 63 3.5 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DAS EMPRESAS Na escolha das empresas a serem pesquisadas foram levados em consideração os seguintes requisitos: a) localização na cidade do Rio de Janeiro; b) pertençam ao setor de serviços; c) exerçam atividades há mais de dez anos; e d) médio ou grande porte. O primeiro requisito deveu-se a restrições de ordem financeira e temporal impostas à pesquisa, enquanto que o segundo pretendia alcançar empresas onde possíveis alterações de sistemas de controle gerencial, originalmente implantados, tenham ocorrido. O terceiro requisito partiu do princípio de que o porte médio ou grande das empresas possibilitaria maiores retornos a pesquisas documentais. Quatro empresas atenderam aos requisitos acima estabelecidos, cada uma atuando na prestação de cada um dos seguintes serviços: a) transporte de massa de passageiros; b) serviços especializados de engenharia; c) serviços de saúde; e d) projeto e implantação de software. 3.6 O MÉTODO DE COLETA DE DADOS 64 No que concerne à pesquisa bibliográfica, cujo resultado encontra-se no capítulo 2, julgou-se o acervo de revistas especializadas da biblioteca da COPPEAD, bem como os mais recentes livros, relacionados ao tema da dissertação, suficientes para as investigações necessárias. Na coleta de dados visando a identificação das variáveis da pesquisa, foram utilizados questionários, contendo, em sua maioria, questões abertas, e tabelas. As questões e tabelas tinham como finalidade a exploração, ora em termos de verificação de existência, ora através de análise, ora através do processo de evolução, dos itens constituintes de cada variável da pesquisa. Optou-se pela aplicação dos questionários, através de entrevistas semi-estruturadas, basicamente, pelos seguintes motivos: a) evitar possíveis erros de interpretação, através de explicações complementares, durante a entrevista, sobre questões onde houvesse alguma dúvida por parte do entrevistado; b) possibilitar ao pesquisador capturar a linguagem corporal (reações) do entrevistado; e c) possibilitar ao pesquisador estimular o entrevistado a enriquecer e detalhar respostas que poderiam, no caso de um questionamento sem entrevista, serem pobres e generalizadas. O questionário maior, denominado QUESTIONÁRIO CONTROLE GERENCIAL (ANEXO II), foi respondido pela pessoa indicada pela Direção da empresa como sendo o responsável direto pelo sistema de controle gerencial em uso. Outros quatro questionários, com menor número de questões, foram aplicados aos encarregados dos seguintes setores ou 65 funções: Operações (ANEXO III), Recursos Humanos (ANEXO IV), Marketing (ANEXO V) e Finanças (ANEXO VI). Estes questionários buscavam investigar o nível de participação dos funcionários e/ou setores funcionais, no processo de controle gerencial, além de possibilitar o cruzamento de respostas obtidas no primeiro questionário. Com relação às tabelas, eram entregues aos entrevistados, durante a entrevista, e solicitado seu posterior preenchimento. Importante se torna frisar que, em nenhum momento, foi informado aos entrevistados o teor das perguntas da pesquisa, de modo a que eles não fossem influenciados, em sua escolha, tanto das ações gerenciais que consideram relevantes, quanto dos indicadores e/ou índices de desempenho mais freqüentemente consultados. 3.7 PRÉ-TESTE E REVISÃO FINAL DO QUESTIONÁRIO Para efeito de verificação da pertinência e adequada interpretação das questões levantadas, um pré-teste foi realizado com a aplicação dos questionários e tabelas em uma empresa. Este teste piloto possibilitou: a) a retirada de questões excessivamente abertas; b) a retirada dos questionários de termos de difícil interpretação por parte do entrevistado; c) ajustar o tamanho dos questionários ao tempo disponibilizado para as entrevistas; 66 d) posicionar, seqüencialmente, perguntas afins dentro de cada unidade (variável da pesquisa) da entrevista; e e) treinar o pesquisador na condução das entrevistas (diálogo inicial, visando o relaxamento do entrevistado; postura e atitudes durante a entrevista; fechamento da mesma; utilização de gravador; etc). Todas as ações acima, em geral, visavam a tornar a entrevista o mais eficiente possível, em termos de tempo exigido do entrevistado. Isto se tornou importante pela pouca disponibilidade de tempo dos sujeitos da pesquisa, todos executivos da alta direção das empresas. Os resultados colhidos no teste piloto não foram considerados nesta dissertação. 3.8 TRABALHO DE CAMPO Foram selecionadas e contactadas sete empresas. Para os contatos iniciais com o presidente/diretor de cada empresa, dois fatores revelaram-se fundamentais: a) conhecer alguém que trabalhasse na empresa ou já houvesse trabalhado na mesma e que, inicialmente, atuasse como intermediário junto à alta direção da empresa; e b) obter autorização da COPPEAD/UFRJ para contactar executivos de empresas que há houvessem cursado, na COPPEAD, cursos de MBA, e utilizá-los no papel de intermediário junto à alta direção. Na situação do item a), estavam quatro empresas. Coincidentemente, verificou-se mais tarde, no decorrer das entrevistas, que destas quatro empresas, três já haviam enviado 67 executivos aos cursos de MBA/COPPEAD. De um modo geral, percebe-se que a existência na empresa de executivos, que já tenham tido alguma ligação com instituições acadêmicas de pesquisa, favorece a aceitação de pedidos para participação em pesquisas. Este foi o caso das quatro empresas que aceitaram participar. Em função dos sujeitos de pesquisa serem todos do mais alto escalão hierárquico das empresas, tornou-se bastante difícil agendar, para um mesmo dia, entrevistas com executivos, mesmo que de uma mesma empresa. A pouca disponibilidade de tempo destes executivos, conjugada com algumas viagens a negócios, fez com que o período, inicialmente alocado para as entrevistas, no cronograma da pesquisa, fosse bem superior ao estimado. Para a marcação das entrevistas, a seqüência de procedimentos foi a seguinte: a) telefonar para o intermediário e solicitar sua ajuda no convencimento da alta direção da empresa. Para o intermediário também eram enviados, via e-mail, os principais dados da pesquisa. b) recebida do intermediário o nome da pessoa a quem contactar na empresa, telefonar a esta pessoa solicitando uma entrevista, não superior a vinte minutos, com o presidente/diretor da empresa. Para a pessoa de contato, era enviada, via e-mail, a minuta da carta oficial da COPPEAD, contendo os principais dados da pesquisa, e solicitando formalmente a participação da empresa na pesquisa. a) marcar uma audiência com o presidente/diretor da empresa com a finalidade de convence-lo da relevância da pesquisa e das vantagens dos resultados a serem obtidos, tanto para a COPPEAD quanto para a empresa. Ao início da audiência, era entregue ao 68 presidente/diretor a carta timbrada da COPPEAD, com assinatura do professor orientador. Aceita a participação da empresa, identificava-se para o diretor/presidente, os cargos dos executivos a serem entrevistados, solicitando-lhe a indicação, se possível, dos encarregados das funções OPERAÇÕES, R&H, MARKETING e FINANÇAS e do executivo que detivesse o maior conhecimento do SISTEMA DE CONTROLE GERENCIAL da empresa. Entretanto, solicitava-se executivos que já estivessem trabalhando na empresa há pelo menos 1(um) ano. Interessante se torna frisar que, sem exceção, todos os diretores/presidentes se ofereceram para serem entrevistados no papel do executivo que maior conhecimento detinha do controle gerencial da empresa. d) Agendar, normalmente via secretária da presidência/direção, as entrevistas com os executivos participantes. As entrevistas duraram, em média, sessenta minutos, com o executivo (presidente/diretor) que detinha o maior conhecimento do controle gerencial da empresa, e quarenta minutos, com os demais executivos. Foram entrevistados dezenove executivos e, na maioria delas, foi permitida a utilização de gravador portátil. Com relação às tabelas constantes dos ANEXOS VII, VIII e IX, elas eram entregues ao final de cada entrevista, quando então se procurava explicar o seu adequado preenchimento, e solicitava-se ao entrevistado que a preenchesse, posteriormente, após alguns momentos de reflexão. Estas tabelas eram retornadas, via e-mail, cerca de uma a duas semanas após cada entrevista. 3.9 TRATAMENTO DOS DADOS 69 Ao final de cada entrevista, fazia-se a transcrição das fitas para cinco tabelas padronizadas. Quatro tabelas continham as respostas das perguntas relativas às quatro variáveis dependentes da pesquisa, e uma quinta tabela recebia as respostas relativas às variáveis não relacionadas ao sistema de controle gerencial. Procurava-se fazer tais transcrições, o mais rapidamente possível, após cada entrevista, com a finalidade de se utilizar as memórias visual e auditiva do entrevistador, para agregar informações complementares àquelas contidas nas fitas. Através de cruzamento das várias respostas dos executivos às perguntas, muitas das quais comuns, procurou-se, inicialmente, descrever a situação dos ativos/recursos intangíveis encontrados em cada empresa. Para esta descrição, as respostas relacionadas aos fatores constituintes de cada tipo de ativo/recurso intangível eram analisadas, basicamente, de forma qualitativa, a partir de uma visão fenomenológica das respostas dos sujeitos da pesquisa às questões, ou seja, das realidades construídas por cada membro da empresa pesquisada. Descritos os ativos/recursos intangíveis, instituiu-se um sistema de gradação dos fatores constituintes de cada um deles, de modo a que se pudesse melhor visualizar a importância de cada ativo/recurso em cada empresa. Qualificados os ativos/recursos intangíveis, procurou-se verificar quais destes ativos/recursos eram objetos de ações gerenciais consideradas relevantes, quais eram medidos por indicadores e índices de desempenho considerados importantes e, finalmente, os níveis de dispêndios a eles associados. 70 Os dados coletados não receberam, em nenhum momento, tratamento estatístico. 3.10 LIMITAÇÕES DA PESQUISA A metodologia utilizada na pesquisa apresenta, entre outras, as seguintes limitações e dificuldades: • aquelas concernentes à disponibilidade de tempo, para entrevistas, de membros da alta direção das empresas; • o grau de subjetividade utilizado na escolha dos fatores constituintes de cada ativo/recurso intangível; • o grau de subjetividade utilizado na escolha dos dispêndios associados aos ativos/recursos intangíveis; • o grau de subjetividade utilizado para quantificar a valorização de cada ativo/recurso intangível; • o grau de subjetividade utilizado para relacionar cada ação gerencial e indicador/índice de desempenho, a determinado ativo/recurso intangível; e • finalmente, a impossibilidade de generalizações a partir dos resultados obtidos em virtude do pequeno número de empresas pesquisadas. 71 CAPÍTULO 4 DADOS COLETADOS E SEU TRATAMENTO 72 4.1 INTRODUÇÃO Este capítulo inicia-se com uma seção contendo os dados coletados conforme o método descrito na seção 3.6. São então descritas: a) as características gerais de cada empresa selecionada, com a finalidade de fornecer ao leitor um breve contexto dos ambientes pesquisados; b) seus ativos e/ou recursos intangíveis; c) os indicadores e/ou índices de desempenho mais importantes, na opinião dos entrevistados; d) os dispêndios associados a ativos e/ou recursos intangíveis; e e) as ações gerenciais julgadas relevantes pelos entrevistados. Segue-se uma seção detalhando o tratamento de dados mencionado na seção 3.9. São descritos: a) a quantificação (valorização) dos ativos e/ou recursos intangíveis; b) o seu relacionamento às ações gerenciais consideradas relevantes; c) o seu relacionamento aos indicadores e/ou índices de desempenho considerados importantes; e d) os indicadores e/ou índices calculados a partir dos dispêndios associados aos ativos/recursos intangíveis. Procurou-se disfarçar, na redação deste capítulo, os dados que pudessem facilitar a identificação das empresas pesquisadas. 73 4.2 DADOS COLETADOS 4.2.1 EMPRESA “A” A – Características Gerais A empresa “A” é um hospital geral, com cento e vinte leitos para internação; unidade de tratamento intensivo com dez leitos; unidade de tratamento intensivo, neonatal e pediátrico; centro cirúrgico com sete salas de operações, unidade de pacientes externos e unidade de emergência. Possui quarenta especialidades, entre clínicas, cirúrgicas e pediátricas, e cerca de 950 funcionários, dentre os quais, 250 médicos, que compõem o corpo clínico fechado do hospital. Foi fundado em 1930 e suas atuais instalações foram inauguradas em 1980. Possui uma estrutura organizacional tipicamente funcional, composta de uma superintendência e seis diretorias de divisões (médica, enfermagem, controle&finanças, administrativa e engenharia, serviços assistenciais e de apoio), existindo entre a superintendência e o funcionário, três camadas gerenciais. Seu controle proprietário pertence a uma Associação Religiosa, a cujo conselho, a superintendência se reporta. A superintendência possui autonomia para contratação de funcionários e para endividamento, até um certo limite, acima do qual ela terá que obter autorização do conselho da Associação. Em 1994, a empresa decidiu-se pela implantação de um projeto de Garantia da qualidade, que culminou com o recebimento, pela empresa, do certificado de conformidade com a Norma NBR ISO 9002. O presente Sistema da Qualidade abrange todos os serviços 74 do Hospital que são avaliados, periodicamente, através de Auditorias Internas da Qualidade e Auditorias Externas, realizadas pelo Órgão Certificador, que é a Associação Brasileira de Normas Técnicas (A.B.N.T.). Não foram constatados relacionamentos relevantes, comerciais ou não comerciais, com instituições européias, americanas ou japonesas. B – Conhecimento, acadêmico e tácito, incorporado em seus funcionários A empresa não possui, formalizada em sua estrutura organizacional, uma gerência de conhecimento. De fato, as necessidades de treinamento ou formação acadêmica da força de trabalho são levantadas setorialmente. Na Divisão de enfermagem existe um setor de educação continuada que estimula, através de pagamentos parciais ou totais de cursos, o aprimoramento acadêmico dos funcionários. O treinamento aos funcionários é proporcionado no próprio local de trabalho, através de cursos ministrados por instituições não vinculadas à empresa. Procura-se sempre verificar o progresso acadêmico de cada funcionário, promovendo-o, sempre que possível, para funções compatíveis com seu novo nível acadêmico. Presentemente, estão sendo realizados estudos visando a instalação de cursos de pós-graduação em duas áreas médicas, nas dependências da empresa, e sob a chancela de uma universidade de renome. É interessante notar que o conhecimento tácito do funcionário, na forma de experiência profissional, e sua capacidade de se relacionar com o cliente, foram julgados 75 mais importantes que o seu conhecimento acadêmico, para a finalidade de seleção ou avaliação. Considerou-se também a capacidade de iniciativa e firmeza de atitudes do funcionário, conjugada com autonomia na tomada de decisão, fatores importantes para a prestação do serviço ao cliente. A área de atuação (hospital) da empresa exige funcionários bastante especializados, o que faz com que ela possua, de forma natural, um mapa de conhecimento de sua força de trabalho. Um razoável número de trabalhos é apresentado por médicos e enfermeiros, em congressos. Atividades científicas do corpo clínico são também divulgadas, semestralmente, em uma revista da empresa. Para avaliação do nível de satisfação dos funcionários utiliza-se uma avaliação, não sistemática, de clima organizacional. Já existiu no passado um formulário próprio para esta avaliação; atualmente ele está sendo remodelado. Outra oportunidade de avaliação é a disponibilidade, das chefias das divisões, para conversas, onde os funcionários podem demonstrar seus níveis de satisfação. Estes contatos são facilitados pelo baixo turnover, que faz com que os funcionários e chefias já se conheçam de longa data. Entretanto, existe pouco espaço para reclamações diretamente à alta direção e, neste sentido, os funcionários se sentem um pouco reprimidos. 76 C – Processos facilitadores de transferência de conhecimento, entre funcionários, e de aquisição de conhecimento, por parte destes funcionários, em fontes externas (clientes, fornecedores, mercado etc) A empresa utiliza, como instrumento de comunicação entre funcionários e setores, correio eletrônico (130 computadores ligados em rede interna), “bips” e telefones internos. Como fontes de informação, foram citados os painéis (murais) contendo informações atualizadas de cada setor da empresa, as reuniões setoriais mensais e um canal interno de vídeo, disponível em qualquer ponto de TV. Sua estrutura funcional, bem como a descrição dos principais processos, consta de um manual da garantia da qualidade, cujas cópias são disponibilizadas nos diversos setores. Em termos de transferência de informação, a empresa disponibiliza, em alguns setores, acessos à internet, assim como possui uma biblioteca médica, onde revistas nacionais e importadas podem ser consultadas. Menciona também a utilização de treinamento, principalmente no setor de enfermagem, como veículo importante de aquisição de informação. Vale ressalvar o fato de que a empresa considera seu instrumental para obtenção de informação adequado, e vê como passo futuro importante a instalação de um sistema gerencial, que possa filtrar, trabalhar e condensar o alto volume de informação usualmente disponível. Festas juninas, de Natal, de aniversariantes do mês, são utilizadas para socialização dos funcionários. Mencionou-se também o fato de que jornadas técnicas (semana da enfermagem, semana da qualidade etc) também propiciam espaços para socialização. Considera-se a inexistência de áreas separadas, para refeições, um veículo muito importante para a socialização entre os funcionários de diferentes níveis hierárquicos. 77 Como principais procedimentos e/ou instrumentos para transferência de conhecimento entre funcionários, foram mencionados (1) o fato de grande parte das atividades, de maior relevância, serem executadas em equipe, o que permite uma constante troca de conhecimento; (2) a utilização de palestras, ilustradas com vídeos, de procedimentos médicos e de enfermagem complexos, bem como (3) o acompanhamento de um funcionário novo, por um funcionário mais experiente, durante sua fase de contato inicial com as atividades rotineiras do serviço. Finalmente, foi também mencionado (4) o treinamento, principalmente na área de enfermagem, como fator importante de transferência de conhecimento. Com relação a aquisição de conhecimento em fornecedores, ela não é relevante em função do pouco contato do setor operacional (Divisão Médica e de Enfermagem) com os mesmos. Estas divisões atuam apenas como avaliadores do material fornecido. Foi verificada pouca divulgação dos métodos e procedimentos da empresa, no âmbito externo à mesma. Considera-se a empresa, neste aspecto, muito fechada, atribuindose tal fato, em grande parte, à inexistência de um setor de marketing. Até mesmo a revista mencionada no item anterior, para divulgação de atividades científicas do corpo clínico, não teve seus dois últimos números editados em função de falta de patrocinador e doença do editor-chefe. D – Relacionamento com clientes, fornecedores e mercado de trabalho A empresa não foca o atendimento num tipo específico de paciente. Ao contrário, ela possui um extenso número de clínicas necessárias ao atendimento de todas as 78 patologias. Possui um serviço de atendimento, a pessoas carentes, que se expande além da comunidade local, atingindo a cidade do Rio de Janeiro como um todo. Procura convidar clientes para participar de jornadas científicas, onde os mesmos podem expor suas considerações sobre o atendimento recebido no hospital. Com relação a funcionários que deixam a empresa, tenta manter um relacionamento amigável com os mesmos, tendo em vista que recontratações não são fatos incomuns. Para avaliação da satisfação dos clientes, foi instituído, em 1994, pelo sistema de garantia de qualidade, um formulário onde o cliente pode avaliar a empresa como um todo: recepção, atendimento médico, atendimento da enfermagem, nutrição etc. Estes formulários são colocados em caixas especiais e recolhidos, semanalmente, pelo setor de garantia da qualidade. Existe também uma disponibilidade muito grande das chefias setoriais para o atendimento de reclamações de pacientes. Apesar de o número de reclamações ser pequeno, encontra-se em implantação um serviço de atendimento ao cliente (SAC). Pretende-se com este serviço, entre outras finalidades, direcionar o atendimento ao cliente, que hoje é feito de forma muito dispersa, e obter um maior número de informações do cliente. Encontra-se em implantação um projeto de certificação hospitalar que terá, entre outras finalidades, a divulgação, para os clientes, dos principais indicadores e índices de desempenho da empresa. Por enquanto não existe, ainda, uma cultura de divulgação, e apenas aqueles indicadores exigidos por lei são publicados externamente à empresa. 79 E - Capacitação para Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de novos serviços,produtos e processos A empresa afirma que não se envolve em atividades de pesquisa e desenvolvimento. F – Sistema de Avaliação de Desempenho (Indicadores/Índices) Foram citados como objetivos principais de desempenho a humanização e a transparência (ética) do serviço prestado e a limpeza das instalações. Como principais vantagens competitivas, foram mencionadas a baixa rotatividade do corpo clínico, a estrutura física do hospital (projetado originalmente para esta finalidade), o amplo leque de serviços médicos ofertados e o rigoroso controle das atividades operacionais, exercido pelas religiosas da Associação mantenedora do hospital. Embora a coleta de grande parte dos índices/indicadores não financeiros seja regulamentada por portarias e regulamentos governamentais, muitos outros vieram a reboque da iniciativa de certificação ISO 9002, e foram estabelecidos conforme critérios próprios de cada setor da empresa. Como motivos para implementação do atual sistema de avaliação foi citado o processo de melhoria contínua, preconizado pela própria ISO, e que requer a atenção contínua em índices e indicadores, assim como a necessidade de convencer a alta Direção, através dos índices e indicadores, a melhorar o desempenho da empresa em relação a potenciais competidores. Foram personagens importantes para esta implementação a existência de um “campeão do projeto”, e o convencimento da alta Direção. Dos setores da 80 empresa, o mais cético com relação ao novo sistema foi a Divisão Médica. Foi contratada uma assessoria externa, para auxiliar o processo de implementação. Os indicadores e índices são disponibilizados, ao público interno, em quadros murais em cada setor, em reuniões mensais das diretorias bem como em reuniões dos grupos de qualidade, sendo sua evolução monitorada com a finalidade de verificar a eficácia de ações gerenciais implementadas. Julga-se, entretanto, que tal disponibilidade pode ser melhorada através de melhor atuação do Centro de Processamento de Dados (CPD), o que se pretende conseguir através da contratação de uma empresa especializada, com a finalidade de impulsionar e dar suporte operacional ao atual CPD. Vale ressalvar que indicadores e índices não financeiros ainda não se manifestaram em relatórios contábeis. Foram solicitados aos entrevistados que relacionassem aqueles indicadores e índices de desempenho, cuja evolução eles acompanham com especial interesse. São eles: Indicadores e Índices cujos resultados acompanho com ESPECIAL ATENÇÃO (listar em ordem decrescente de importância) NOME F. M. SETOR 1. Resultados relativos a satisfação dos clientes Mensal CG 2. Índice de Infecção Hospitalar Mensal CG 3. Índice de Mortalidade Mensal CG 4. Resultados de Auditorias da Qualidade Semest. CG 81 5. Taxa de Ocupação - (utilização da capacidade instalada) Mensal CG 6. Índice de Infecção Hospitalar mensal DIV.MÉD 7. Freqüência de atrasos de médicos no ambulatório. diária DIV.MÉD 8. Reclamações quanto ao atendimento no ambulatório. semanal DIV.MÉD de semanal DIV.MÉD 9. Reclamações quanto ao atendimento no Setor Emergência. 10. Número de cirurgias por especialidade. mensal DIV.MÉD 11. Avaliação de Desempenho Profissional Anual DIV. ENF 12. Avaliação Pós-Treinamento Mensal DIV. ENF 13. Avaliação dos Serviços Ambulatoriais e de Internação Mensal DIV. ENF 14. Relatório Estatístico das Avaliações dos Serviços Mensal DIV. ENF 15. Índice de Turnover Anual DIV. ENF G – Dispêndios Nas atividades listadas na tabela a seguir, foram gastos os seguintes valores: ÍTEM Treinamento profissional (“on the job”) de funcionários R$ Não computado financeiramente Formação acadêmica de funcionários (cursos em instituições de ensino) Aquisição de revistas, livros e publicações técnicas Participação de funcionários em congressos, feiras e seminários Eventos de socialização entre funcionários da empresa 30.000 5.000 incluso no item 2 5.000 82 Tecnologia de Informação 240.783 Credenciamento ISO 4.700 Pesquisas de opinião - Pesquisas de mercado - Eventos de socialização entre funcionários da empresa e clientes/fornecedores Publicidade - Pesquisa e Desenvolvimento (de novos serviços, produtos e processos) Auditoria (operacional e financeira) 4.000 12.000 Benchmarking TOTAL 301.483 OUTROS Folha salarial da empresa 13.000.000 Receita de vendas 30.000.000 Compras (insumos de produção, material consumível, material para manutenção etc) Investimento em bens de capital produtivo (máquinas e equipamentos) 9.400.000 1.500.000 H - Ações Gerenciais Relevantes Foram solicitados aos entrevistados que informassem as ações gerenciais mais importantes, implementadas recentemente (1998-2000), nas diversas áreas funcionais, e que tenham impactado a empresa como um todo. Foram elas: SETOR AÇÃO GERENCIAL 1. Manutenção da certificação ISO 9002 2. Sistematização do processo de Humanos desenvolvimento CG dos Recursos CG 83 3. Implantação do processo de Avaliação dos Serviços Ambulatoriais, CG utilizando as informações obtidas junto aos clientes para definição de ações estratégicas. 4. Investimento em tecnologia (Modernização do Serviço de Diagnóstico CG por Imagem, com introdução de novos equipamentos e técnicas) 5. Implantação do Serviço de Medicina Nuclear (o mais moderno no país) CG 6. Entrega imediata de resultados da maioria dos exames realizados no Div. Méd. hospital aos seus clientes. 7. Exigência de qualificação mínima (residência médica) para admissão de Div. Méd. médicos no Corpo Clínico do hospital. 8. Comunicação aos clientes do hospital de todos os serviços disponíveis. Div. Méd. 9. Comunicação aos clientes dos novos equipamentos e serviços que o Div. Méd. hospital começa a fornecer. 10. Controle anual da regularização dos médicos do Corpo Clínico junto ao Div. Méd. Conselho Regional de Medicina 11. Certificação da Instituição em um Sistema de Qualidade, baseado na Div. Enf. NBR ISO 9002. 12. Valorização do bom desempenho profissional, após reestruturação dos Div. Enf. processos de avaliação funcional e recrutamento de pessoal. 13. Maior sistematização de treinamentos internos e incentivo aos Div. Enf. treinamentos externos, como forma de manutenção das capacidades e atualização . 14. Valorização das informações obtidas junto aos clientes internos e Div. Enf. externos (críticas e sugestões). 15. Padronização das normas e rotinas , bem como a contínua revisão dos procedimentos (ex: Qualificação e limitação de fornecedores). Div. Enf. 84 4.2.2 EMPRESA “B” A – Características Gerais A empresa B atua na área de transporte de massa, através de concessão estatal para exploração deste tipo de serviço. Reúne atualmente cerca de 1500 funcionários, 500 dos quais oriundos da antiga empresa estatal exploradora do serviço. Incorpora também a empresa alguns funcionários de origem estrangeira, com grande experiência em operação de transporte metroviário em seu respectivo país . A empresa, portanto, representa um espaço para o convívio de pessoas oriundas de três ambientes culturais diversos, o privado, o estatal e aquele de um outro país. Funcionalmente, a empresa é constituída por três diretorias: Operações, Comercial e Administrativo-Financeira, havendo entre o presidente e o funcionário, cinco níveis hierárquicos (diretoria/coordenadoria/responsável por programa/supervisor). Entretanto, por vezes projetos específicos importantes são atribuídos a profissionais ligados diretamente ao presidente, o que quebra a estrutura funcional, levando a uma saudável inversão hierárquica, na opinião do presidente da empresa. Em termos de trocas não comerciais, a empresa mantém um intenso intercâmbio de informações técnicas com empresas exploradoras de transporte de massa em outros países, assim como pratica, com estas empresas, o empréstimo mútuo de peças sobressalentes, com reposição posterior. 85 Com relação à autonomia da Alta Direção da empresa, ela é limitada no que concerne às políticas de diversificação de negócios e crescimento não orgânico, que são definidas antecipadamente no estatuto da empresa. Com relação à contratação de funcionários, há bastante autonomia. Finalmente, com relação ao grau de endividamento financeiro, acima de um certo limite, somente som aprovação do Conselho da empresa. B – Conhecimento, acadêmico e tácito, incorporado em seus funcionários A empresa exige que seus funcionários de nível gerencial se comportem como verdadeiros gerentes de unidades de negócios, com visão empresarial. No que toca aos demais funcionários, exige-se dos mesmos envolvimento com todas as áreas funcionais. Partindo-se do fato de que a empresa é essencialmente uma empresa de serviços, uma busca por integração entre os funcionários das diversas áreas é considerada de vital importância. Não existe, formalmente, um único setor encarregado da gerência de conhecimento da empresa. Igualmente, não existe formalizado um mapeamento do conhecimento da empresa. Entretanto, são conhecidas, informalmente, as aptidões e capacidades dos funcionários mais experientes. A empresa pratica uma política de estimular a curiosidade de seus funcionários, em consonância com o fato de que a avaliação pessoal é fundamentada no nível de conhecimento de cada funcionário. Atuam como incentivo à aquisição de conhecimento o próprio processo de recrutamento, que procura priorizar funcionários que demonstrem conhecimento compatível com novos cargos, bem como um plano de carreiras, que sempre 86 privilegia o esforço no campo acadêmico. A funcionários que se destaquem no negócio principal da empresa, procura-se suprir remuneração financeira de tal forma a não perdelos para o mercado. C – Processos facilitadores de transferência de conhecimento, entre funcionários, e de aquisição de conhecimento, por parte destes funcionários, em fontes externas (clientes, fornecedores, mercado etc) Como instrumentos de comunicação entre os funcionários são utilizados, principalmente, quadros de avisos e cerca de 200 computadores ligados em rede interna. Revistas e jornais de circulação interna são utilizados como forma de estimular funcionários detentores de conhecimento tácito a apresentarem propostas para disseminação deste conhecimento, que se dá, basicamente, através de cursos. Existe também um banco de idéias que premia o funcionário cuja boa idéia tenha sido efetivamente implementada. Para transferência de conhecimento entre os funcionários, são utilizados basicamente cursos internos e utilização de duplas, formadas por um funcionário experiente e outro aprendiz. Com relação à contribuição de novas idéias, por parte dos clientes, um SAC informatizado permite identificar as regiões da cidade de onde provêm aqueles que mais contribuem. 87 Por ser a única empresa brasileira privada atuando neste segmento do transporte de massa, a empresa não se sente estimulada a disseminar, externamente, seus processos e métodos. Como principais fontes de informação, foram mencionados o próprio banco de dados da empresa, a Internet e os clientes. A justificar o banco de dados próprio, surge novamente o fato de ser a única empresa brasileira privada atuando neste serviço. D – Relacionamento com clientes, fornecedores e mercado de trabalho Em termos de política de boa vizinhança com a comunidade, a empresa utiliza, entre outros, projetos culturais, com a finalidade de promover e propiciar ao público um encontro com novos talentos em música, pintura, e outras formas de expressão artística. Através destes projetos, a empresa foi agraciada com o prêmio da Associação Brasileira de Marketing, que destaca, anualmente, a empresa que atinge alto índice de integração com a comunidade. Para avaliar a satisfação de seus clientes, ela contrata um instituto de pesquisa de renome, para realização de duas pesquisas por ano. Disponibiliza também dois balcões para atendimento personalizado em duas estações de embarque, assim como também coloca ao alcance dos clientes um SAC que pode ser acessado via telefone, correio ou e-mail. Os clientes são segmentados, entre outras características, por linha, sexo e destino, considerando-se um cliente preferencial aquele que utiliza o transporte mais de três vezes por semana. 88 E - Capacitação para Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de novos serviços,produtos e processos Existe na empresa um setor que procura otimizar as operações, estudando novos métodos, novas tecnologias que possam ser implementadas. Porém não existe uma rubrica especial para agregar seus custos. F – Sistema de Avaliação de Desempenho (Indicadores/Índices) A empresa apresenta como principais vantagens competitivas a segurança, a regularidade e o conforto. Para projeto de seu sistema de avaliação de desempenho, a empresa utilizou tanto os índices/indicadores requeridos pelo poder concedente (governo estadual) da exploração como também aqueles freqüentemente utilizados em empresas estrangeiras. Para todos os indicadores/índices, principalmente aqueles operacionais, existe claramente um setor identificado com seu desempenho. Como principal razão para implementação do sistema, foi citada a exigência do poder concedente que os utiliza para verificação de cumprimento de metas de desempenho. Secundariamente foi também citada a motivação da força de trabalho, assim como a necessidade de reconhecimento dos setores funcionais identificados com índices/indicadores positivos. Todos os índices/indicadores exigidos pelo poder concedente são publicados juntamente com o balanço anual. Os demais são utilizados apenas internamente à empresa. 89 Foram solicitados aos entrevistados que relacionassem aqueles indicadores e índices de desempenho, cuja evolução eles acompanham com especial interesse. São eles: Indicadores e Índices cujos resultados acompanho com ESPECIAL ATENÇÃO (listar em ordem decrescente de importância) NOME 1. Quantidade de passageiros transportada F. M. SETOR diária CG 2. Lucratividade 3. Índice de satisfação do cliente (pesquisa de opinião) CG semestral CG 4. Cumprimento do orçamento CG 5. Nível de relacionamento com poder concedente (Estado) CG 6. Tipo e freqüência de problemas relatados ao SAC MKT 7. Clippings analíticos da mídia escrita, eletrônica e de mensal MKT semestral MKT rádio 8. Índice de satisfação do cliente (pesquisa de opinião) 9. Cumprimento do programa OPE 10. Regularidade do serviço OPE 11. Índice de satisfação do cliente (pesquisa de opinião) semestral OPE 12. Custo de Pessoal mensal RH 13. Custo com Horas Extras mensal RH 14. Receita e Custo por funcionário mensal RH 15. Índice de Absenteísmo mensal RH 16. Índice de Freqüência e Gravidade de Acidentes com mensal RH Pessoal 90 G – Dispêndios Nas atividades listadas na tabela a seguir, foram gastos os seguintes valores: ÍTEM Treinamento profissional (“on the job”) de funcionários Formação acadêmica de funcionários (cursos em instituições de ensino) Aquisição de revistas, livros e publicações técnicas R$ 112.000 0 14.000 Participação de funcionários em congressos, feiras e seminários Eventos de socialização entre funcionários da empresa 2.000 110.000 Tecnologia de Informação 358.000 Credenciamento ISO 0 Pesquisas de opinião 0 Pesquisas de mercado 0 Eventos de socialização entre funcionários da empresa e clientes/fornecedores Publicidade Pesquisa e Desenvolvimento (de novos serviços, produtos e processos) Auditoria (operacional e financeira) Benchmarking 57.000 449.000 0 91.000 0 TOTAL 1.193.000 OUTROS Folha salarial da empresa 43.938.000 Receita de vendas 101.784.0000 Compras (insumos de produção, material consumível, material para manutenção etc) Investimento em bens de capital produtivo (máquinas e equipamentos) 39.937.0000 3.896.000 91 H - Ações Gerenciais Relevantes Foram solicitados aos entrevistados que informassem as ações gerenciais mais importantes, implementadas recentemente (1998-2000), nas diversas áreas funcionais, e que tenham impactado a empresa como um todo. Foram elas: AÇÃO GERENCIAL SETOR (listar em ordem decrescente de importância) 1. Mudança de mentalidade (nova ideologia) entre os funcionários da CG empresa, principalmente entre aqueles oriundos do setor estatal. Busca de eficiência pressupõe mais do que o cumprimento do serviço formal designado. 2. Política de RH, principalmente no que diz respeito à busca de CG integração entre os novos funcionários, advindos da iniciativa privada, dos antigos, advindos da estatal, e os estrangeiros. Os estrangeiros são muito mais hierarquizados, mais formais, que os brasileiros. 3. Recuperação de material rodante. CG 4. Dinamização (criatividade) da área de marketing. Exemplos: novo CG visual da revista de circulação interna; lançamento de um jornal diário, a ser distribuído gratuitamente (custos serão cobertos por propaganda) aos usuários; etc. 5. Implantação do SAC – Serviço de Atendimento ao Cliente, utilizando MKT vários canais de comunicação, como Telemarketing, stands, e-mail 6. Implantação de nova logomarca MKT 7. Implantação da música ambiental nas estações, utilizando o gênero MKT clássico 92 8. Projeto cultural voltado para a busca de novos talentos nas categorias MKT artísticas de MPB,Dança de Salão, Street Dance, Pintura e Humor, utilizando oficinas externas e concursos, em espaço cultural da empresa. 9. Projeto musical, com apresentações quinzenais de nomes da MPB em MKT espaço cultural da empresa. 10. Implementação da orçamentação por áreas RH 11. Valorização da área comercial, como geradora de novas fontes de RH receita que não apenas a de transporte. 12. Reestruturação da área de Recursos Humanos RH 13. Valorização da imagem RH 14. Programa zero de acidentes e melhoria das condições de trabalho RH 4.3.3 EMPRESA “C” A – Características Gerais A empresa atua na área de prestação de serviços de engenharia submarina e possui, presentemente, cerca de 900 funcionários distribuídos em cinco diretorias: Técnica (projetos), Operações, Construção Submarina, Comercial e Administrativa. Entre a presidência da empresa e o funcionário executivo, existem 3 camadas gerenciais: diretoria, superintendência e gerência. 93 Pertencente a um grupo estrangeiro, realiza, exclusivamente no Brasil, atividades focadas em cinco segmentos de mercado: construção submarina, survey (levantamentos geofísicos), embarcações de apoio (à construção e exploração), supply boats e militar. Seu presidente tem alta autonomia, no que diz respeito à diversificação de seu negócio principal e à contratação de funcionários, e baixa autonomia no que diz respeito a crescimento não orgânico. A empresa tem focado mais sua atenção na valorização de ações do que especificamente em lucratividade, admitindo porém que a baixa lucratividade do setor em que atua deveu-se a uma grande redução do preço de petróleo nos últimos três anos. Entretanto, a recente elevação de preços deste produto deverá propiciar uma retomada de investimentos. B – Conhecimento, acadêmico e tácito, incorporado em seus funcionários Como a maioria das atividades de engenharia submarina pressupõe um grande número de embarque em navios, a empresa procura recrutar funcionários que possuam, entre outras, características de comportamento tais como pró-atividade e facilidade de integração, já que conviverão com outras pessoas, inclusive de diferentes nacionalidades, em ambientes distantes da empresa e da família. Procura avaliar seus funcionários de acordo com seu grau de compromisso com a obtenção de resultados estabelecidos em planos de metas, desestimulando fortemente aqueles que não apresentem tais características. 94 A responsabilidade pelo gerenciamento de conhecimento é distribuída setorialmente, havendo um mapeamento de conhecimento dos funcionários, por atividade exercida, principalmente na diretoria de operações. Na diretoria técnica existe um banco de dados relacionando funcionários aos projetos em que tenham trabalhado, de modo a formar uma matriz de habilidades. A maioria dos trabalhos publicados provêm da diretoria técnica, e boa parte dos mesmos são elaborados em conjunto com funcionários de empresas contratantes de projetos. Estes trabalhos estão disponibilizados em biblioteca da empresa e normalmente são publicados em revistas técnicas ou apresentados em seminários e congressos. Em termos de avaliação de nível de satisfação do funcionário, a empresa admite que ainda está procurando um modelo. Atualmente, apenas alguns dos processos que compõem o nível em questão, tais como, assistência médica, alimentação, etc são avaliados. Este nível de satisfação, admite-se, não é bem canalizado para a alta direção da empresa e o problema se complica ainda mais pelo fato de que a maioria dos funcionários da empresa está distante da mesma, embarcados ou em bases de apoio. A empresa tem assinado contratos de cooperação (ajuda mútua) com universidades, procurando utilizar seu corpo docente como consultores específicos, reparando e/ou alugando equipamentos da universidade, como também utilizando estudantes como estagiários em suas atividades. Existe também um contato bem grande com escolas técnicas no sentido de mostrar-lhes o funcionamento e as necessidades do mercado off shore, já que este mercado necessita habilidades, perfis de trabalho e tecnologias bastante específicas ao 95 mesmo. É exatamente a especificidade do mercado em que atua que faz com que a empresa tenha que investir fortemente em treinamento de mão de obra que, na maioria das vezes, é conduzido por pessoal da própria empresa. C – Processos facilitadores de transferência de conhecimento, entre funcionários, e de aquisição de conhecimento, por parte destes funcionários, em fontes externas (clientes, fornecedores, mercado etc) Como fontes principais para obtenção de informações técnicas, a empresa cita seu próprio setor de engenharia e seus parceiros tecnológicos que são: as empresas do grupo a que pertence, fora do Brasil, fornecedores e consultores externos com habilidades específicas. Na área administrativa, cada funcionário tem acesso a um manual de integração, que contem o organograma da empresa, suas linhas de negócio, benefícios etc. O fato de a empresa ser certificada pela Norma NBR ISO 9001 também garante a existência de procedimentos e métodos documentados, facilitando o processo de obtenção de informação. Encontra-se em fase de projeto um sistema informatizado de RH onde todas as informações (contracheque, gratificação de embarque, assist. medica etc) estarão disponibilizadas em tempo real, inclusive em embarcações e nas bases de apoio. Como veículos de comunicação, foram citados o correio eletrônico, um informativo institucional mensal que mostra o andamento das principais atividades, um jornal do RH, murais etc. Foi citado também a retomada de publicação de um boletim técnico que tem por finalidade permitir que todos os setores técnico-operativos possam ter acesso a todas as práticas (erros e acertos) técnicas da empresa, permitindo-lhes a troca de informações. De 96 um modo geral considera-se adequado o sistema de comunicação, entretanto, preconiza-se bastante a utilidade de instalação futura de um sistema de gerenciamento de informações. Atividades de socialização dos funcionários, tais como festas e encontros, deixam a desejar. A justificar o incremento destas atividades está o fato de que grande parte dos funcionários passa grande parte do tempo distante da empresa. Por outro lado, a empresa estimula que suas equipes de projetos, liderados pelos gerentes de empreendimentos, se esforcem em encontrar tempo para atividades sociais que lhes permitam um maior grau de confraternização. Em termos de transferência de conhecimento foi citado, predominantemente, o treinamento interno (on the job) fornecido pela própria empresa. Isto decorre da inexistência, no mercado, de módulos de treinamento prontos para as atividades off shore, que normalmente exigem profissionais que integrem várias habilidades. Como instrumento de explicitação de conhecimento foi citada, além do boletim acima mencionado, a existência de um plano de carreira técnica, onde técnicos especializados em engenharia submarina têm espaço e tempo para produzir conhecimento. Mencionado com ênfase o fato de que somente se incentiva a explicitação de conhecimento tácito. Em termos de transferência de conhecimento de clientes, existem os chamados TCA (Technology Cooperation Agreement), que começa com desenvolvimento com custo aberto, e depois vira fornecimento, no qual o cliente também participa sob forma de cessão de tecnologia, logística, pessoal, matéria prima, equipamentos etc. Alguns destes 97 serviços/produtos também podem ser comercializados, após pagamento de royalties para o cliente original, com outros clientes. Com relação à disseminação externa de seus métodos e procedimentos, a empresa ainda se considera pequena para essa empreitada. Vê também com certo receio esta divulgação pelo fato de considerar seus métodos e procedimentos, que traduz como conhecimento do negócio, como informação estratégica, principalmente no setor de serviços. D – Relacionamento com clientes, fornecedores e mercado de trabalho A empresa apresenta um excelente conhecimento das características dos cinco segmentos de mercado focados, o que lhes permite um bom posicionamento em relação aos clientes. Em função de sua organização por projetos, ela procura delegar aos gerentes de empreendimentos a responsabilidade por criar mecanismos de socialização entre funcionários da empresa e os clientes. Procurando humanizar seu relacionamento com os clientes, procura distribuir entre os mesmos, periódicos, com informações pessoais sobre seus funcionários. Procura manter um relacionamento cordial com funcionários que tenham deixado a empresa, já que recontratações são usuais em função da chegada de novos empreendimentos e do fato de que o mercado de trabalho off shore é pequeno. Procura também manter uma política de boa vizinhança com a comunidade local, através ora de 98 coleta de mantimentos e agasalhos e sua doação para comunidades próximas a suas bases de apoio, ora cedendo suas instalações para campanhas de vacinação etc. Por exercer, em sua grande maioria, atividades de serviços de apoio a grandes empresas atuando em exploração submarina, ela considera que não aparece muito para o público, razão pela qual não vê como relevante uma possível seleção de fornecedores e clientes que lhe tragam benefícios à sua imagem pública. Pelo mesmo motivo não possui um serviço de atendimento ao cliente, aqui entendido como pessoa física. No que concerne à avaliação de satisfação dos clientes, a empresa utiliza dois processos, um bastante formalizado, no qual é feita uma avaliação, ao final da obra, do cumprimento dos requisitos técnicos e de desempenho (capacitação do pessoal, pontualidade da entrega, qualidade dos serviços etc) . Um outro processo, informal, é a presença constante do setor de marketing junto ao cliente, tentando captar, antecipadamente, possíveis anomalias. Neste processo, o setor de marketing procura contactar os diversos setores do cliente, envolvidos com o serviço prestado, já que estes diferentes setores poderão apresentar diferentes níveis de satisfação. Para se comunicar com seus clientes e fornecedores, utiliza os canais usuais de comunicação, ressaltando que normas ISO, nas quais é certificada, regulam estas comunicações, em termos de formato e conteúdo. 99 E - Capacitação para Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de novos serviços,produtos e processos A empresa apresenta um setor de desenvolvimento, composto de 30 funcionários, ligados diretamente à diretoria técnica. Este setor apóia as atividades das diretorias de operações e construção submarina, bem como desenvolve produtos e processos, em engenharia submarina, para as áreas de construção submarina e militar. Considera este setor essencial para a capacitação tecnológica da empresa já que seus funcionários, ao se envolverem em atividades de desenvolvimento, sempre acabam descobrindo uma técnica , um procedimento , um material melhor, repassando tais informações aos demais setores da empresa. Nota a empresa que, em conformidade com sua certificação ISO, a maioria de suas atividades são transformadas, pelos funcionários que as executam, em procedimentos. Os projetos de vanguarda para os quais é contratada, especialmente na área de construção submarina, oferecem oportunidades ímpares para desenvolvimento de tecnologias e, conseqüentemente, lançamento de novos processos e serviços. Com relação a patentes, foram desenvolvidos 2 ou 3 produtos patenteáveis mas que, por razões contratuais, não foram patenteados. Mantém um relacionamento estreito com centros de pesquisa tais como o Centro de Pesquisas da Petrobrás (CENPES), o Instituto de Pesquisas da Marinha (IPqM) e o COPPE/UFRJ. 100 F – Sistema de Avaliação de Desempenho (Indicadores/Índices) A empresa cita como vantagens competitivas, em relação a seus competidores nacionais, sua capacidade de desenvolver tecnologia e a multifuncionalidade de seus funcionários. Alega que os competidores nacionais são apenas prestadores de serviço sem a capacitação acima mencionada. Em relação aos competidores estrangeiros, cita, além da vantagem de possuir base no Brasil próxima à bacia de Campos, o fato de possuir uma equipe de engenharia bastante autônoma em relação à matriz. Alega a empresa que, recentemente, os clientes têm privilegiado fornecedores capazes de fornecer um pacote integrado de serviços, que é o seu caso, em função da diversificação de sua linha de negócios. Em relação aos indicadores e índices de desempenho, alguns são aplicáveis à empresa como um todo enquanto que outros, em consonância com sua organização por projetos, aplicam-se a projetos específicos. Todos os indicadores/índices são gerados e/ou mantidos a partir de seu alinhamento com o Plano Estratégico (conjunto de ações gerenciais e metas) da empresa, que por sua vez deriva do Businnes Plan (corporação), gerado para horizontes de 5 anos e revisado anualmente.Naturalmente tais indicadores/índices são calibrados por valores históricos. Como principais motivos para a existência de indicadores/índices, foram citadas a verificação do atingimento de metas e a análise da eficiência/eficácia de ações gerenciais. Adicionalmente, a empresa afirma que tenta adaptar seus indicadores/índices a uma norma da corporação que visa estabelecer uma linguagem comum em suas diversas empresas. 101 Os indicadores/índices são disponibilizados para o público interno, em sua grande maioria, através de quadros de avisos nos diversos setores. Recentemente, dentro de uma política de incentivo a uma maior comunicação intra-empresa, decidiu-se comunicar todos os índices/indicadores, antes restritos aos superintendentes, aos gerentes de topo, cerca de 30 funcionários. Foram solicitados aos entrevistados que relacionassem aqueles indicadores e índices de desempenho, cuja evolução eles acompanham com especial interesse. São eles: Indicadores e Índices cujos resultados acompanho com ESPECIAL ATENÇÃO (listar em ordem decrescente de importância) NOME F. M. SETOR 1. Margem de contribuição da empresa CG 2. Índices de segurança (número de acidentes, horas perdidas, CG número de quase-acidentes). 3. Índice de operacionalidade CG 4. Índice de treinamento CG 5. Índice de custos de pessoal CG 6. BAD (Boletim de Avaliação de Desempenho Contratual). MKT Emitido pelo cliente 7. Margem de Contribuição por projeto MKT 8. Cambio de moedas MKT 9. Taxa de juros MKT 10. Volume de contratos em receita gerada MKT 102 11. Índice de operacionalidade OPE 12. Custo médio das equipes funcionais embarcadas OPE 13. Custo de treinamento de pessoas, áreas específicas, até estar OPE aprovado como junior 14. Custo médio da equipe de operação do barco OPE 15. Tempo para treinar pessoal para repor a bordo OPE 16. Índice h/h treinamento RH 17. Índice comunicação RH 18. Índice rotatividade RH 19. Índice ações trabalhistas RH 20. Índice do planejado x realizado RH G – Dispêndios Nas atividades listadas na tabela a seguir, foram gastos os seguintes valores: ÍTEM Treinamento profissional (“on the job”) de funcionários Formação acadêmica de funcionários (cursos R$ 1.000.000 em Somado no item 1 instituições de ensino) Aquisição de revistas, livros e publicações técnicas Somado no item 1 Participação de funcionários em congressos, feiras e seminários Eventos de socialização entre funcionários da empresa Somado no item 1 Tecnologia de Informação Não apurado Credenciamento ISO Não apurado Pesquisas de opinião Não apurado Somado no item 1 103 Pesquisas de mercado Não apurado Eventos de socialização entre funcionários da empresa e clientes/fornecedores Publicidade Não apurado Não apurado Pesquisa e Desenvolvimento (de novos serviços, produtos e processos) Auditoria (operacional e financeira) Não apurado Benchmarking Não apurado 150.000 OUTROS Folha salarial da empresa 29.109.000 Receita de vendas 265.994.000 Compras (insumos de produção, material consumível, material para manutenção etc) Investimento em bens de capital produtivo (máquinas e equipamentos) 235.704.000 3.878.000 H - Ações Gerenciais Relevantes Foram solicitados aos entrevistados que informassem as ações gerenciais mais importantes, implementadas recentemente (1998-2000), nas diversas áreas funcionais, e que tenham impactado a empresa como um todo. Foram elas: AÇÃO GERENCIAL SETOR (listar em ordem decrescente de importância) 1. Criação da Diretoria Comercial, com a finalidade de negociar contratos CG e, posteriormente, transferi-los para os setores de operações e/ou engenharia projetos CG 3. Reestruturação da empresa (de 3 diretorias marketing, operações e CG 2. Implementação da estrutura organizacional por (empreendimentos) administrativa, para 5 diretorias : engenharia, operações, comercial, marketing e administrativo/financeira) 104 4. Ampliação da divulgação da avaliação mensal, antes restrita à CG superintendência, para os gerentes de topo 5. Decisão de participar do mercado brasileiro de construção submarina. MKT 6. Implementação do sistema de qualidade ISO 9001. MKT 7. Implementação do sistema de controle gerencial integrado ORACLE. MKT 8. Reestruturação da área de robótica submarina com frota própria e MKT equipe brasileira. 9. Ampliação e consolidação da estrutura organizacional “por projeto”. MKT 10. Reestruturação da empresa com a criação da diretoria de construção OPE submarina 11. Adoção do sistema de controle gerencial ORACLE OPE 12. Criação de diretoria comercial, com a finalidade de efetuar a análise de OPE propostas, a análise de riscos, estimativas, preparação de propostas etc. 13. Implantar uma ferramenta de controle de custos em projetos, OPE interligando os projetos com a base de dados do sistema de controle gerencial (ORACLE). 14. Fazer com que a empresa seja reconhecida no mercado de off shore RH como uma empresa que investe no seu capital humano , transparente em suas ações , reconhecida pelos sindicatos como uma empresa séria em suas políticas. 15. Implementar e manter Política de benefícios para os funcionários, RH sempre com base em um acompanhamento das práticas comuns no mercado. 16. Ter uma administração de pessoal coerente com as normas e direitos RH trabalhistas, buscando sempre a redução do número de ações trabalhistas contra a empresa. 17. Utilizar práticas atuais de recrutamento e seleção, visando buscar no RH mercado profissionais com potencial para atender e acompanhar os objetivos e a missão da empresa. 18. Reduzir rotatividade da empresa, valorizando cada vez mais nosso empregado com treinamento, políticas salariais e outros. RH 105 4.3 TRATAMENTO DOS DADOS 4.3.1 TIPOLOGIA DAS EMPRESAS SELECIONADAS Para a classificação do tipo de cada empresa selecionada, foram utilizadas as 6(seis) dimensões* de processos de prestação de serviços, de Silvestro et al (in GIANESI, 1994), bem como a quantidade de clientes processados por dia. EMPRESA A EMPRESA B EMPRESA C DIMENSÕES DO PROCESSO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO Ênfase na utilização de pessoas OU tecnologia (equipamento) pess/tecno equip pess/tecno Ênfase em operações de linha de frente (front Office) OU back office Front back Front/back Ênfase no próprio processo de prestação de serviços OU no resultado do processo Proc/result resultado resultado alto baixo Alto Grau de personalização do atendimento ao cliente médio baixo alto Grau de autonomia do funcionário da linha de frente (prestador do serviço) Médio baixo alto QUANTIDADE DE CLIENTES PROCESSADOS POR DIA Média grande pequena Grau de contato com o cliente * estas dimensões aplicam-se, basicamente, às empresas atuando no mercado de consumo, o que é o caso das empresas A e B. Devem ser vistos com alguma reserva para a empresa C que atua nos mercados industrial e governamental. 106 De acordo com a tabela acima, verifica-se que a empresa A é uma LOJA DE SERVIÇOS; a empresa B é um SERVIÇO DE MASSA enquanto que a empresa C é uma empresa de SERVIÇOS PROFISSIONAIS. 4.3.2 OBJETIVOS DE DESEMPENHO PRIORIZADOS EM CADA EMPRESA Utilizando a metodologia prescrita por Gianesi (1994), e partindo dos depoimentos dos entrevistados, montou-se a tabela abaixo, onde são discriminados aqueles objetivos* de desempenho priorizados por cada empresa selecionada. OBJETIVO DE DESEMPENHO ATENDIMENTO EMPRESA A EMPRESA B EMPRESA C X ACESSO X CUSTO COMPETÊNCIA X X CONFIABILIDADE CONSISTÊNCIA X FLEXIBILIDADE TANGÍVEIS VELOCIDADE DE ATENDIMENTO X X X X * estes objetivos aplicam-se, basicamente, às empresas atuando no mercado de consumo, o que é o caso das empresas A e B. Devem ser vistos com alguma reserva para a empresa C que atua nos mercados industrial e governamental. 4.3.3 QUANTIFICAÇÃO DOS ATIVOS E RECURSOS INTANGÍVEIS EM CADA EMPRESA Foram atribuídas notas, em cada empresa, aos diversos aspectos constituintes de cada ativo/recurso intangível. Notar que a cada ativo/recurso intangível corresponde uma variável de pesquisa. 107 As notas atribuídas a cada aspecto foram: 3 (bom), 2 (adequado) ou 1 (insuficiente). Ativo/Recurso: Conhecimento Acadêmico e Tácito dos Funcionários Aspecto Constituinte do Ativo/Recurso Intangível Empresa Empresa Empresa A B C Valorização da experiência profissional. 3 2 3 Mapeamento do conhecimento da empresa. 3 2 3 Incentivos ao aumento do nível de escolaridade. 2 2 3 Grau de parceria com instituições de ensino. 1 1 3 Sistema de avaliação de satisfação dos funcionários. 1 1 1 Trabalhos publicados por funcionários. 1 1 2 1,83 1,50 2,50 Média das notas Ativo/Recurso: Processos Facilitadores de Transferência e Aquisição de Conhecimento Aspecto Constituinte do Ativo/Recurso Intangível Empresa Empresa Empresa A B C Disponibilidade de fontes de informação 2 2 3 Canais e instrumentos utilizados para comunicação 2 3 3 3 2 1 3 2 3 1 2 2 entre funcionários e entre setores ou funções da empresa. Mecanismos de socialização, entre funcionários, promovidos pela empresa Procedimentos e instrumentos utilizados para transferência de conhecimento para funcionários. Mapeamento de clientes e fornecedores, em termos de transferência de conhecimento para a empresa. 108 Projetos envolvendo a participação de fornecedores 1 1 2 2 2 3 3 1 3 2,13 1,88 2,50 na equipe Projetos envolvendo a participação de clientes na equipe Credenciamento ISO Média das notas Ativo/Recurso: Relacionamento com Clientes, Fornecedores e Mercado de Trabalho Aspecto Constituinte do Ativo/Recurso Intangível Empresa Empresa Empresa A B C 3 3 3 Grau de parceria com clientes e fornecedores 2 2 2 Grau de participação em projetos comunitários 3 3 2 Mapeamento de clientes e fornecedores, em termos 1 1 1 2 1 2 2 3 2 1 3 3 Mapeamento do fluxo de processo do serviço 2 1 3 Canais de informação utilizados para publicidade 1 1 1 1,89 2,00 2,11 Sistema de avaliação de satisfação de clientes, fornecedores e comunidade local, em relação aos produtos/serviços e aos funcionários da empresa de imagem pública Mecanismos de socialização promovidos pela empresa, entre seus funcionários, e clientes e fornecedores Canais de troca de informação estabelecidos entre a empresa e clientes e fornecedores Características dos principais segmentos de mercado consumidor, focados pela empresa. externa dos indicadores e índices Média das notas 109 Ativo/Recurso: Capacitação em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) Aspecto Constituinte do Ativo/Recurso Intangível Empresa Empresa Empresa A B C Linhas de pesquisa e desenvolvimento. 1 2 3 Número de funcionários do setor de P&D. 1 1 3 Relacionamento com instituições de P&D, públicas 1 1 3 Patentes e inovações tecnológicas produzidas. 1 1 2 Lançamento de novos serviços/produtos. 1 1 2 Mapeamento de clientes e fornecedores, em termos 1 1 1 1 2 2 1,00 1,29 2,29 e privadas. de investimento em P&D. Incentivos à produção de conhecimento. Média das notas 4.3.4 RELACIONAMENTO DAS AÇÕES GERENCIAIS AOS ATIVOS/RECURSOS INTANGÍVEIS As matrizes a seguir relacionam as ações gerenciais mais importantes, implementadas recentemente (1998-2000) nas empresas, com os ativos/recursos intangíveis. Nestas matrizes, as letras C, T, R e P, referem-se aos seguintes ativos/recursos intangíveis: C - Conhecimento Acadêmico e Tácito dos Funcionários T - Processos Facilitadores de Transferência e Aquisição de Conhecimento R - Relacionamento com Clientes, Fornecedores e Mercado de Trabalho P – Capacitação em Pesquisa e Desenvolvimento 110 EMPRESA A AÇÃO GERENCIAL ATIVO/RECURSO INTANGÍVEL C 1. Manutenção da certificação ISO 9002 2. Sistematização do processo de T R X desenvolvimento dos X Recursos Humanos 3. Implantação do processo de Avaliação dos Serviços X Ambulatoriais, utilizando as informações obtidas junto aos clientes para definição de ações estratégicas. 4. Investimento em tecnologia (Modernização do Serviço de X Diagnóstico por Imagem, com introdução de novos equipamentos e técnicas) 5. Implantação do Serviço de Medicina Nuclear (o mais X moderno no país) 6. Entrega imediata de resultados da maioria dos exames X realizados no hospital aos seus clientes. 7. Exigência de qualificação mínima (residência médica) para X admissão de médicos no Corpo Clínico do hospital. 8. Comunicação aos clientes do hospital de todos os serviços X disponíveis. 9. Comunicação aos clientes dos novos equipamentos e X serviços que o hospital começa a fornecer. 10. Controle anual da regularização dos médicos do Corpo X Clínico junto ao Conselho Regional de Medicina 11. Certificação da Instituição em um Sistema de Qualidade, X baseado na NBR ISO 9002. 12. Valorização do reestruturação dos bom desempenho profissional, após processos de avaliação funcional e recrutamento de pessoal. X P 111 13. Maior sistematização de treinamentos internos e incentivo X aos treinamentos externos, como forma de manutenção das capacidades e promover atualização . 14. Valorização das informações obtidas junto aos clientes X internos e externos (críticas e sugestões). 15. Padronização das normas e rotinas , bem como a contínua X revisão dos procedimentos Total de pares (ação gerencial X ativo/recurso) 3 7 5 0 EMPRESA B AÇÃO GERENCIAL ATIVO/RECURSO INTANGÍVEL C 1. Mudança de mentalidade (nova ideologia) entre T os R X funcionários da empresa, principalmente entre aqueles oriundos do setor estatal. 2. Política de RH, principalmente no que diz respeito à busca de X integração entre os novos funcionários, advindos da iniciativa privada, dos antigos, advindos da estatal, e os estrangeiros. 3. Recuperação de material rodante. 4. Dinamização (aumento de criatividade) da área de marketing. X 5. Implantação do SAC X 6. Implantação de nova logomarca 7. Implantação da música ambiental nas estações, utilizando o X gênero clássico 8. Projeto cultural voltado para a busca de novos talentos nas categorias artísticas de MPB,Dança de Salão, Street Dance, Pintura e Humor, utilizando oficinas externas e concursos, em espaço cultural da empresa. X P 112 9. Projeto musical, com apresentações quinzenais de nomes da X MPB em espaço cultural da empresa. 10. Implementação dos orçamentos por áreas 11. Valorização da área comercial, como geradora de novas fontes de receita que não apenas a de transporte. 12. Reestruturação da área de Recursos Humanos X 13. Valorização da imagem X 14. Programa zero de acidentes e melhoria das condições de X trabalho Total de pares (ação gerencial X ativo/recurso) 0 2 8 0 EMPRESA C AÇÃO GERENCIAL ATIVO/RECURSO INTANGÍVEL C T 1. Criação da Diretoria Comercial, com a finalidade de negociar R X contratos e, posteriormente, transferi-los para os setores de operações e/ou engenharia 2. Implementação da estrutura organizacional por projetos (empreendimentos) 3. Reestruturação da empresa (de 3 diretorias marketing, operações e administrativa, para 5 diretorias : engenharia, operações, comercial, marketing e administrativo/financeira) 4. Ampliação da divulgação da avaliação mensal, antes restrita à superintendência, para os gerentes de topo 5. Decisão de participar do mercado brasileiro de construção submarina. X X P 113 6. Implementação do sistema de qualidade ISO 9001. X 7. Implementação do sistema de controle gerencial integrado X ORACLE. 8. Reestruturação da área de robótica submarina com frota própria e equipe brasileira. 9. Ampliação e consolidação da estrutura organizacional “por X projeto”. 10. Reestruturação da empresa com a criação da diretoria de construção submarina 11. Adoção do sistema de controle gerencial ORACLE 12. Criação de diretoria comercial, com a finalidade de efetuar a X X análise de propostas, a análise de riscos, estimativas, preparação de propostas etc. 13. Implantar uma ferramenta de controle de custos em projetos, interligando os projetos com a base de dados do sistema de controle gerencial (ORACLE). 14. Fazer com que a empresa seja reconhecida no mercado de off X shore como uma empresa que investe no seu capital humano , transparente em suas ações , reconhecida pelos sindicatos como uma empresa séria em suas políticas. 15. Implementar e manter política de benefícios para os X funcionários, sempre com base em um acompanhamento das práticas comuns no mercado. 16. Ter uma administração de pessoal coerente com as normas e direitos trabalhistas, buscando sempre a redução do número de ações trabalhistas contra a empresa. 17. Utilizar práticas atuais de recrutamento e seleção, visando buscar no mercado profissionais com potencial para atender e acompanhar os objetivos e a missão da empresa. X 114 18. Reduzir rotatividade da empresa, valorizando cada vez mais X nosso empregado com treinamento, políticas salariais e outros. Total de pares (ação gerencial X ativo/recurso) 4.3.5 RELACIONAMENTO DOS ÍNDICES 1 E 5 6 INDICADORES 0 AOS ATIVOS/RECURSOS INTANGÍVEIS As matrizes a seguir relacionam os indicadores e índices de desempenho, cuja evolução a Alta Direção de cada empresa acompanha com especial interesse, com os ativos/recursos intangíveis. Nestas matrizes, as letras C, T, R e P, referem-se aos seguintes ativos/recursos intangíveis: C - Conhecimento Acadêmico e Tácito dos Funcionários T - Processos Facilitadores de Transferência e Aquisição de Conhecimento R - Relacionamento com Clientes, Fornecedores e Mercado de Trabalho P – Capacitação em Pesquisa e Desenvolvimento EMPRESA A INDICADORES E ÍNDICES DE DESEMPENHO ATIVO/RECURSO INTANGÍVEL C 1. Resultados relativos à satisfação dos clientes 2. Índice de Infecção Hospitalar T R X P 115 3. Índice de Mortalidade 4. Resultados de Auditorias da Qualidade X 5. Taxa de Ocupação (utilização da capacidade instalada) 6. Índice de Infecção Hospitalar 7. Freqüência de atrasos de médicos no ambulatório. X 8. Reclamações quanto ao atendimento no ambulatório. X 9. Reclamações quanto ao atendimento no Setor de Emergência. X 10. Número de cirurgias por especialidade. 11. Avaliação de Desempenho Profissional X 12. Avaliação Pós-Treinamento X 13. Avaliação dos Serviços Ambulatoriais e de Internação X 14. Relatório Estatístico das Avaliações dos Serviços 15. Índice de Turnover Total de pares (índice/indicador X ativo/recurso) X 3 1 5 0 EMPRESA B INDICADORES E ÍNDICES DE DESEMPENHO ATIVO/RECURSO INTANGÍVEL C T R 1. Quantidade de passageiros transportados 2. Lucratividade 3. Índice de satisfação do cliente (pesquisa de opinião) X 4. Cumprimento do orçamento 5. Nível de relacionamento com poder concedente (Estado) X 6. Tipo e freqüência de problemas relatados ao SAC X 7. Clippings analíticos da mídia escrita, eletrônica e de rádio X 8. Índice de satisfação do cliente (pesquisa de opinião) X P 116 9. Cumprimento do programa 10. Regularidade do serviço X 11. Índice de satisfação do cliente (pesquisa de opinião) X 12. Custo de Pessoal 13. Custo com Horas Extras 14. Receita e Custo por funcionário X 15. Índice de Absenteísmo 16. Índice de Freqüência e Gravidade de Acidentes com X Pessoal Total de pares (índice/indicador X ativo/recurso) 1 0 8 0 EMPRESA C INDICADORES E ÍNDICES DE DESEMPENHO ATIVO/RECURSO INTANGÍVEL C T R 1. Margem de contribuição da empresa 2. Índices de segurança (número de acidentes, horas perdidas, X número de quase-acidentes). 3. Índice de operacionalidade 4. Índice de treinamento X 5. Índice de custos de pessoal 6. BAD (Boletim de Avaliação de Desempenho Contratual). Emitido pelo cliente 7. Margem de Contribuição por projeto 8. Cambio de moedas 9. Taxa de juros 10. Volume de contratos em receita gerada 11. Índice de operacionalidade X P 117 12. Custo médio das equipes funcionais embarcadas 13. Custo de treinamento de pessoas, áreas específicas, até estar X aprovado como junior 14. Custo médio da equipe de operação do barco 15. Tempo para treinar pessoal para repor a bordo X 16. Índice h/h treinamento X 17. Índice comunicação X 18. Índice rotatividade X 19. Índice ações trabalhistas X 20. Índice do planejado x realizado Total de pares (índice/indicador X ativo/recurso) 4.3.6 1 5 3 0 INDICADORES E OU ÍNDICES CALCULADOS A PARTIR DOS DISPÊNDIOS ASSOCIADOS AOS ATIVOS/RECURSOS INTANGÍVES Os dispêndios e alguns indicadores globais, coletados em cada empresa, são listados na tabela abaixo. Ao final da tabela são acrescentados alguns indicadores ou índices, calculados a partir dos dispêndios e dos indicadores globais. ÍTEM Empresa A Empresa B Empresa C DISPÊNDIOS ASSOCIADOS A R$ R$ R$ ATIVOS/RECURSOS INTANGÍVEIS Treinamento profissional (“on the job”) de 112.000 1.000.000 0 Incl. no item 1 funcionários Formação acadêmica de funcionários 30.000 (cursos em instituições de ensino) Aquisição de revistas, livros e publicações técnicas 5.000 14.000 Incl. no item 1 118 Participação de funcionários em congressos, feiras e seminários Eventos de socialização entre funcionários incluso no item 2 5.000 2.000 110.000 Tecnologia de Informação 240.783 358.000 Não apurado Credenciamento ISO 4.700 0 Não apurado Pesquisas de opinião - 0 Não apurado Pesquisas de mercado - 0 Não apurado Eventos de socialização entre funcionários da empresa e clientes/fornecedores Publicidade - 57.000 Não apurado 4.000 449.000 Não apurado 0 Não apurado 91.000 150.000 0 Não apurado 1.193.000 1.150.000 da empresa Pesquisa e Desenvolvimento (de novos serviços, produtos e processos) Auditoria (operacional e financeira) - Benchmarking TOTAL 12.000 301.483 Incl. no item 1 Incl. no item 1 INDICADORES COLETADOS Número de funcionários Folha salarial da empresa 700 (200) 13.000.000 1.500 43.938.000 900 29.109.000 Receita de vendas 30.000.000 101.784.000 265.994.000 Compras (insumos de produção, material consumível, material para manutenção etc) Investimento em bens de capital produtivo (máquinas e equipamentos) 9.400.000 39.937.000 235.704.000 1.500.000 3.896.000 3.878.000 ÍNDICES E INDICADORES CALCULADOS Total de dispêndios/funcionário 335 795 1.278 Total de dispêndios/receita 0,0100 0,0172 0,0043 Total de dispêndios/compras 0,0321 0,0297 0,0049 Total de dispêndios/investimento 0,2010 0,3062 0,2965 Salário anual médio 18.571 29.292 32.343 119 CAPÍTULO 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS, CONCLUSÃO E SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS 120 5.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS 5.1.1 Relacionamento de Ativos/Recursos Intangíveis aos Objetivos de Desempenho das empresas A empresa A tem dois, de seus três objetivos prioritários de desempenho, relacionados, diretamente, a ativos/recursos intangíveis. Especificamente, o objetivo de desempenho atendimento (atmosfera) relaciona-se ao ativo/recurso intangível relacionamento com clientes, fornecedores e mercado de trabalho, enquanto que o objetivo de desempenho competência relaciona-se com o ativo/recurso intangível conhecimento acadêmico e tácito de seus funcionários. Com relação à empresa B, ela não possui nenhum de seus três objetivos prioritários de desempenho relacionados, diretamente, a ativos/recursos intangíveis. Finalmente, com relação à empresa C, além do objetivo prioritário de desempenho competência, associado, como na empresa A, ao ativo/recurso intangível conhecimento acadêmico e tácito de seus funcionários, ela também tem o objetivo prioritário de desempenho flexibilidade, o qual está diretamente associado ao ativo/recurso intangível relacionamento com clientes, fornecedores e mercado de trabalho. É interessante notar que tais associações não ocorrem na empresa B, que é uma empresa do tipo SERVIÇO DE MASSA, onde, tipicamente, o relacionamento com clientes é tratado de uma forma bem menos personalizada que nas outras empresas, e a ênfase é muito menor em pessoas (competências) do que em tecnologia (equipamentos). Nesta 121 empresa também se verifica pouca autonomia da força de trabalho, e quase nenhum contato com clientes, o que, em tese, produz pouco incentivo a relacionamentos. 5.1.2 Importância dos Ativos/Recursos Intangíveis Empresa A Empresa B Empresa C Ativo/Recurso intangível MAIS valorizado T (2,13) R (2,00) 2o Ativo/Recurso intangível MAIS valorizado R (1,89) T (1,88) 3o Ativo/Recurso intangível MAIS valorizado C (1,83) C (1,50) P (2,29) Ativo/Recurso intangível MENOS valorizado P (1,00) P (1,29) R (2,11) (1,71) (1,67) (2,35) Valor médio C/T (2,50) Na tabela acima, e onde mais aparecerem, as letras C, T, R e P, referem-se aos seguintes ativos/recursos intangíveis: C - Conhecimento Acadêmico e Tácito dos Funcionários T - Processos Facilitadores de Transferência e Aquisição de Conhecimento R - Relacionamento com Clientes, Fornecedores e Mercado de Trabalho P – Capacitação em Pesquisa e Desenvolvimento O fato de as empresas A e B, representantes típicas do setor de serviços, apresentarem baixa capacitação em pesquisa e desenvolvimento, está plenamente conforme com o crônico baixo investimento do setor de serviços em P&D. Em sintonia com o descrito no último parágrafo do ítem anterior, encontra-se o baixo valor (1,50), encontrado na empresa B, para o ativo/recurso intangível conhecimento 122 acadêmico e tácito de seus funcionários, o menor entre as três empresas. Discordando do último parágrafo, aparece um valor adequado (2,00) para o ativo/recurso intangível relacionamento com clientes, fornecedores e mercado de trabalho. Provavelmente, isto se explica pelos recentes investimentos da empresa na área de marketing, procurando trazer mais calor humano para seus processos de prestação de serviços. As médias das notas dos ativos/recursos intangíveis das empresas A e B, estão aquém do valor julgado adequado (nota 2,00), nesta pesquisa, para cada ativo/recurso. 5.1.3 Ativos/Recursos Intangíveis Associados a Ações Gerenciais Relevantes Empresa A Empresa B Empresa C 0,25 0,18 0,17 (15/60) (10/56) (12/72) T (7) R (8) R (6) P (0) P (0) P (0) Número de ações gerenciais relevantes, 8 (ações 7 (ações 9 (ações encontradas em cada empresa, similares 2,8,9,11,12, àquelas 24 (vinte e quatro) ações* sugeridas 13, 14 e 15) Relação entre o número de associações (ação gerencial relevante X ativo/recurso intangível) encontradas e o número total de associações possíveis Ativo/Recurso intangível com MAIOR número de associações Ativo/Recurso intangível com MENOR número de associações 4,5,6,7,8,9 e 2,4,6,7,9,11, 14) 14,17 e 18) por Sveiby (pg 44 a 48) *Comparações de ações gerenciais encontradas nas empresas A e B, com aquelas listadas por Sveiby, ficam prejudicadas pelo fato de este autor dirigir a atenção de suas pesquisas a empresas do tipo SERVIÇOS PROFISSIONAIS, o que não é o caso das empresas A e B. 123 O valor médio das relações entre os números de associações (ação gerencial relevante X ativo/recurso intangível) encontradas, em cada empresa, e o número total de associações possíveis, em cada empresa, é de 0,20 ((0,25 + 0,18 + 0,17)/3). O ativo/recurso intangível relacionamento com clientes, fornecedores e mercado de trabalho aparece como o mais associado a ações gerenciais relevantes, enquanto que o ativo capacitação em P&D não está associado a nenhuma delas. Observa-se, no caso da empresa B, que todas suas 7 (sete) ações gerenciais relevantes, similares às sugeridas por Sveiby, foram direcionadas ao ativo/recurso intangível relacionamento com clientes, fornecedores e mercado de trabalho. Esta constatação está alinhada com o fato de ser este o ativo/recurso intangível, para o qual foram encontradas, na tabela acima, o maior número de associações a ações gerenciais relevantes. Com relação às ações gerenciais da empresa C, similares às sugeridas por Sveiby, nota-se que ela procura atuar com grande ênfase no ativo/recurso processos facilitadores de transferência e aquisição de conhecimento, investindo bastante em sua estrutura organizacional interna. Este ativo/recurso intangível foi também o segundo, nesta empresa, em termos de número de associações a ações gerenciais relevantes. Finalmente, verifica-se novamente uma completa ausência de ações gerenciais relevantes, associadas ao ativo/recurso intangível capacitação em P&D. 124 5.1.4 Ativos/Recursos Intangíveis Associados aos Indicadores e Índices de Desempenho Relevantes Relação entre o número de associações (indicador/índice X ativo/recurso intangível) Empresa A Empresa B Empresa C 0,15 0,14 0,11 (9/60) (9/64) (9/80) R (5) R (8) T (5) P (0) P (0) P (0) encontradas e o número total de associações possíveis Ativo/Recurso intangível com MAIOR número de associações Ativo/Recurso intangível com MENOR número de associações Número de indicadores/índices relevantes, 7 ( índ/ind 7 ( índ/ind 2 ( índ/ind 6 encontrados em cada empresa, similares 1,8,9,11,13, 3,5,6,7,8, 11 e 7) àqueles 28 (vinte e oito) sugeridos por 14 e 15) e 14) Sveiby (pg 39 a 44) *Comparações de indicadores/índices relevantes encontrados nas empresas A e B, com aqueles listados por Sveiby, ficam prejudicadas pelo fato de este autor dirigir a atenção de suas pesquisas a empresas do tipo SERVIÇOS PROFISSIONAIS, o que não é o caso das empresas A e B. O valor médio das relações entre os números de associações (indicador/índice relevante X ativo/recurso intangível) encontradas, em cada empresa, e o número total de associações possíveis, em cada empresa, é de 0,13 ((0,15 + 0,14 + 0,11)/3). O ativo/recurso intangível relacionamento com clientes, fornecedores e mercado de trabalho aparece como o mais associado aos indicadores e índices de desempenho relevantes, enquanto que o ativo capacitação em P&D não está associado a nenhum deles. 125 Com relação aos indicadores e índices de desempenho, similares aos sugeridos por Sveiby, nota-se que, em todas as empresas, eles foram direcionados, preferencialmente, ao ativo/recurso intangível relacionamento com clientes, fornecedores e mercado de trabalho. Esta constatação está alinhada com o fato de ser este o ativo/recurso intangível, para o qual foram encontradas para as empresas A e B, na tabela acima, o maior número de associações a indicadores e índices de desempenho. 5.1.5 Análise Agregada dos Dados Se considerarmos o conjunto das três empresas, encontraremos os resultados abaixo: Nota de cada ativo/recurso intangível Soma das associações (ação gerencial X ativo C T R P 1,94 2,17 2,00 1,53 4 14 19 0 5 6 16 0 e/ou recurso intangível) verificadas Soma das associações (indicador/índice X ativo e/ou recurso intangível) verificadas 5.1.6 Perfil dos Dispêndios Associados a Ativos/Recursos Intangíveis Na empresa A, o maior dispêndio ocorreu no item tecnologia de informação, enquanto que na empresa B, tal fato se deu no item publicidade. Esta empresa, comparativamente às outras, também realizou gastos acentuados com eventos de socialização. Já na empresa C, o maior dispêndio foi verificado no item treinamento. 126 Comparativamente às demais empresas, seu dispêndio em auditoria (operacional e financeira) também foi elevado. As ausências de dispêndios em pesquisa de opinião podem ser explicadas, na empresa A, pela ausência da função marketing; e na empresa C, por atuar, basicamente, nos mercados industrial e governamental. Na empresa B, somente a partir do ano 2.000, foi contratada empresa especializada para realizar tais pesquisas, duas vezes ao ano. A grande e notável ausência de dispêndios, em todas as empresas, verificou-se no item pesquisa e desenvolvimento (de novos serviços, produtos e processos). 5.2 CONCLUSÃO Da análise efetuada, podem ser tiradas algumas conclusões que passam a ser listadas a seguir: a) Apesar da carência de parâmetros que possam ser utilizados em comparações, o valor médio (0,20) das relações entre o número de associações (ação gerencial relevante X ativo/recurso intangível) encontradas e o número total de associações possíveis, em cada empresa, parece indicar pouca orientação para ações gerenciais relevantes em ativos/recursos intangíveis. b) Igualmente, o valor médio (0,13) das relações entre o número de associações (índice/indicador importante X ativo/recurso intangível) encontradas e o número total de associações possíveis, em cada empresa, parece apontar uma 127 baixa importância, concedida pelas empresas, ao sistema de medição de ativos/recursos intangíveis. c) Da análise agregada dos dados, verifica-se que os ativos/recursos intangíveis processos facilitadores de transferência e aquisição de conhecimento e relacionamento com clientes, fornecedores e mercado de trabalho são os ativos/recursos mais associados, tanto a ações gerenciais relevantes, quanto a indicadores/índices importantes. São eles também aqueles que receberam as maiores notas. Exatamente o oposto acontece com o ativo/recurso capacitação em P&D que, além de ter recebido a menor nota, não foi associado a ação gerencial e indicador/índice de desempenho. d) Parece haver uma relação entre o tipo da empresa de serviços (e seus objetivos de desempenho) e os ativos/recursos intangíveis mais valorizados por elas. Senão vejamos, a empresa C, do tipo SERVIÇOS PROFISSIONAIS, dotada de uma estrutura organizacional tipo PROJETO (divisão dos funcionários em equipes alocadas a empreendimentos) , valoriza a competência técnica de seus funcionários e procura facilitar, entre eles próprios e com clientes selecionados, oportunidades de trocas de conhecimento. A empresa A, uma LOJA DE SERVIÇOS, com um número de clientes bem maior do que a empresa C, procura valorizar o relacionamento entre seus funcionários e os clientes. Com relação à empresa B, uma empresa tipo SERVIÇOS DE MASSA, onde os serviços são usualmente padronizados e há pouco contato com os clientes, parece estranho que ela tenha exatamente o ativo/recurso relacionamento como 128 aquele de maior importância. Entretanto, tal fato pode ser explicado, pela recente reorganização interna, pela qual passou, com mudança de controle proprietário e com profundas modificações nos perfis de seus funcionários. Tais fatos geraram a necessidade de investimentos em eventos de socialização entre funcionários, e em eventos formadores de uma nova imagem da empresa, junto aos clientes. e) Na presente arena de competição, em que as empresas competem, tanto com competidores nacionais quanto internacionais (globalização), parece que esforços, para melhoria dos ativos/recursos intangíveis conhecimento acadêmico e tácito de seus funcionários e capacitação em P&D, estão sendo necessários nas empresas A e B. Portanto, ações gerenciais relevantes, monitoradas por indicadores/índices de desempenho, que sejam consultados com freqüência, devem ser implementadas. Para esta finalidade, os autores Sveiby (1997), Edvinsson e Malone (1997) e Kaplan and Norton (1992 e 1993), oferecem uma extensa relação de possíveis ações gerenciais e índices/indicadores de desempenho, relacionados a ativos/recursos intangíveis. 129 5.3 SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS A partir dos resultados obtidos, sugere-se a condução de dois estudos exploratórios e uma survey. O primeiro estudo exploratório consistiria no oferecimento, a um grupo de empresas selecionadas, de uma extensa lista de ações gerenciais de intervenção em ativos/recursos intangíveis. Através de entrevistas e de pesquisa documental, seriam levantadas respostas a questões como: • Quais ações gerenciais são efetivamente utilizadas? • Em que níveis gerenciais são elas definidas? • Quais são os dispêndios a elas associados? • Quais são os indicadores e/ou índices utilizados para monitorá-las? • Com que freqüência são medidos? Em decorrência da pequena importância concedida, nas empresas A e B, ao ativo capacitação em P&D (produtos, serviços e processos), surge a possibilidade de um segundo estudo exploratório, que consistiria na investigação das atividades, em empresas de serviço, relacionadas a aprimoramento e/ou desenvolvimento de processos de prestação de serviços. Neste estudo seriam analisadas respostas a questões tais como: • São estas atividades vistas como desenvolvimento? • Quais são os dispêndios nelas efetuados? • Como são contabilizados? 130 • Quão freqüentemente são introduzidas alterações nos processos de prestação de serviços? • Como são os funcionários estimulados a sugerirem alterações em processos? • De que setores funcionais provém as maiores colaborações a estas atividades? Para a identificação e qualificação dos ativos/recursos intangíveis, nas diversas empresas, houve a necessidade de se projetar uma lista de fatores constituintes dos diversos ativos/recursos. Estes fatores aparecem, no item 3.4, listados abaixo de cada variável da pesquisa dependente, cada uma correspondente a cada um dos quatro diferentes tipos de ativos/recursos intangíveis. A partir desta lista de fatores constituintes, poderiam ser geradas perguntas fechadas, a serem utilizadas, numa survey, com a finalidade de se identificar e qualificar, em grande escala, os níveis de importância dos ativos/recursos intangíveis. Em face ao contido no item 5.2 d), recomenda-se que os estudos exploratórios e a survey sejam efetuados em empresas do setor de serviços, enquadradas em um mesmo tipo (SERVIÇOS PROFISSIONAIS, LOJA DE SERVIÇOS ou SERVIÇOS DE MASSA), e atuando num mesmo segmento de mercado. 131 CAPÍTULO 6 BIBLIOGRAFIA 132 ALEE, V.; Palestra proferida no Seminário Semana do Conhecimento, patrocinado pelo SENAI-DN/CIET em parceria com a PETROBRÁS, o CRIE/COPPE/UFRJ, o IBCT, o INT e a COMPETE.NET; de 18 a 22/10/99. ANTHONY, R. N.; GOVINDARAJAN, V.; Management Control Systems, Boston, Irwin/MacGraw-Hill, 9th edition, 1998. BARUCH, L.; The Old Rules no Longer Apply. Forbes ASAP, p.34-35, Apr. 1997. EDVINSSON. L.; MALONE M. S.; Intellectual Capital. 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Numa escala de 0 a 5, classifique os instrumentos abaixo listados, quanto a sua utilização no projeto do atual sistema de avaliação de desempenho: ( ) modelos teóricos encontrados na literatura. Por favor, especifique. ( ) modelos usados por outras empresas brasileiras. Por favor, especifique. ( ) modelos usados por empresas estrangeiras. Por favor, especifique. ( ) experiência acumulada no desenvolvimento de sistemas anteriores. ( ) outros. Por favor, especifique. 4. Existe um setor ou função da empresa encarregado da medição e análise de indicadores e índices ? Ou são tais tarefas distribuídas entre as várias funções ou setores da empresa? 5. Quais foram os principais motivos que levaram à implementação dos atuais indicadores e índices? 138 6. Quais foram os personagens mais importantes para esta implementação? Funcionários da própria empresa ou consultores externos? Que setores ou funções da empresa revelam um maior entusiasmo com o sistema? Quais revelam um menor entusiasmo? 7. De que forma os índices e indicadores são disponibilizados ao público interno? 8. São realizadas análises estatísticas dos indicadores e índices, com a finalidade de estabelecimento de correlações entre seu desempenho e ações de gerentes, de profissionais, de setores etc? 9. Classifique numa escala de 0 a 5, quanto ao grau de influência em processos de tomada de decisão conduzidos pela Alta Direção da empresa, os seguintes setores ou funções: ( ) Operações(produção e/ou de prestação de serviços) ( ) Recursos Humanos ( ) Compras ( ) Contabilidade Financeira ( ) P&D ( ) Marketing Variável Dependente da Pesquisa: Conhecimento Acadêmico e Tácito dos Funcionários 10. Que características principais o Sr. utilizaria para definir a competência de um funcionário? 11. Existe na empresa um profissional, ou setor, encarregado do gerenciamento do conhecimento da empresa? 12. Existe na empresa um sistema formal de identificação (MAPEAMENTO) de categorias de conhecimento, explícito ou tácito, individual ou grupal? 139 13. Existem trabalhos publicados, interna ou externamente à empresa, por funcionários? De que setor funcional eles provêm, com mais freqüência? Onde são tais trabalhos disponibilizados? 14. Existe algum tipo de relacionamento formal com instituições de ensino? Em que nível de ensino acadêmico? Poderiam ser citadas algumas destas instituições? Variável Dependente da Pesquisa: Processos de Transferência e Aquisição de Conhecimento 15. Quais são os principais investimentos em tecnologia de informação? 16. Quais são os principais instrumentos utilizados para possibilitar, no âmbito interno à empresa, comunicação entre funcionários e entre empresa e funcionários? 17. Quais são os principais procedimentos utilizados na promoção de socialização entre funcionários da empresa? 18. Relacione os principais instrumentos e/ou procedimentos utilizados para possibilitar a explicitação (formalização) do conhecimento tácito individual dos funcionários da empresa. 19. Quais são os principais procedimentos e instrumentos utilizados pela empresa, para transferência de conhecimento para funcionários? 20. Existe na empresa um sistema formal de identificação (MAPEAMENTO) de clientes e fornecedores, em termos de capacidade de transferência de conhecimento? 21. Recebeu a empresa credenciamento ISO ? Em que nível? 140 22. Procura a empresa disseminar, através de publicações, congressos e seminários externos, seus principais processos, métodos e procedimentos? Variável da Pesquisa: Relacionamento com Clientes, Fornecedores e Mercado de Trabalho 23. Quais são as principais características do segmento (ou segmentos) do mercado focado? 24. Quais são os principais procedimentos utilizados para promover integração entre funcionários da empresa e clientes e fornecedores? 25. Participa a empresa, explicitamente, de alguma cadeia de valor (supply chain) ? 26. Existe alguma diferenciação de clientes e fornecedores, em termos de proporcionar benefícios à imagem pública da empresa? Caso afirmativo, quais são as principais ações/iniciativas tomadas pela empresa em decorrência desta diferenciação? 27. Pratica a empresa alguma política de bom relacionamento com funcionários que, por algum motivo, tiveram que deixar a empresa? Como é ela operacionalizada? 28. Pratica a empresa alguma política de boa vizinhança com a comunidade local? Como é ela operacionalizada? 29. Existe na empresa um mapeamento do fluxo do processo de prestação do serviço? Como é ele disponibilizado aos funcionários da empresa? 30. Procura a empresa disponibilizar, para o público externo, seus índices e indicadores de desempenho? Que canais de comunicação ela utiliza? 141 Variável da Pesquisa: Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). 31. Existe na empresa um setor ou função de P&D? Quantos funcionários? Qual é o nível hierárquico de seu encarregado? 32. Quais são as principais linhas de pesquisa e desenvolvimento? 33. Existe uma política de estímulo (ou cobrança) ao desenvolvimento de novos serviços, produtos e processos, por parte dos funcionários? Como é ela operacionalizada? 34. Existe algum tipo de relacionamento formal com instituições de P&D, públicas ou privadas? Poderiam ser citadas algumas destas instituições? 35. Qual tem sido a frequência de lançamento de novos serviços/produtos? 36. Possui a empresa patentes registradas em seu nome? 37. Existe na empresa um sistema formal de identificação (MAPEAMENTO) de clientes e fornecedores, em termos de capacidade em P&D? Variáveis da Pesquisa não relacionadas com o sistema de controle gerencial Variável da Pesquisa: Estrutura Organizacional da Empresa 38. Qual o tipo de estrutura organizacional adotado na empresa? 39. Quais são as funções ou setores de 1o nível hierárquico? Quantas são as camadas gerenciais? 40. Qual é o número de funcionários da empresa? 142 Variável da Pesquisa: Controle Proprietário 41. Especifique o controle proprietário da empresa. Variável da Pesquisa: Grau de Relacionamento com Mercado Comum Europeus, USA e Japão 42. Qual o valor das trocas comerciais com estes países? 43. Discorra sobre o perfil das trocas comerciais praticadas com estes países. 44. Discorra sobre o perfil das trocas não comerciais praticadas com estes países. Variável da Pesquisa: Grau de Autonomia do Sistema de Controle Gerencial 45. Qualifique numa escala de 0 a 5, o grau de autonomia da Alta Direção da empresa em relação às seguintes decisões: ( ) diversificação de negócios ( ) número de funcionários ( ) crescimento não orgânico da empresa ( ) grau de endividamento financeiro Tabelas 46. Entregar as tabelas de Indicadores e Índices, Ações Gerenciais e Dispêndios. 143 ANEXO III QUESTIONÁRIO OPERAÇÕES Variáveis relacionadas com o sistema de controle gerencial Variável Mediadora da Pesquisa: Sistema de Avaliação de Desempenho (indicadores e índices de desempenho) 1. Enumere os objetivos estratégicos (critérios prioritários de desempenho) da empresa. 2. Enumere as principais vantagens competitivas da empresa. 3. Quais foram os principais motivos que levaram à implementação dos atuais indicadores e índices? 4. Quais foram os personagens mais importantes para esta implementação? Funcionários da própria empresa ou consultores externos? Que setores ou funções da empresa revelam um maior entusiasmo com o sistema? Quais revelam um menor entusiasmo? 5. São realizadas análises estatísticas dos indicadores e índices, com a finalidade de estabelecimento de correlações entre seu desempenho e ações de gerentes, de profissionais, de setores etc? 6. Classifique numa escala de 0 a 5, quanto ao grau de influência em processos de tomada de decisão conduzidos pela Alta Direção da empresa, os seguintes setores ou funções: ( ) Operações(produção e/ou de prestação de serviços) ( ) Recursos Humanos ( ) Compras ( ) Finanças ( ) P&D ( ) Marketing 144 Variável da Pesquisa: Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) 7. Quais são as principais linhas de pesquisa e desenvolvimento? 8. Existe uma política de estímulo (ou cobrança) ao desenvolvimento de novos produtos/serviços e processos, por parte dos funcionários? Como é ela operacionalizada? 9. Existe algum tipo de relacionamento formal com instituições de P&D, públicas ou privadas? Poderiam ser citadas algumas destas instituições? 10. Qual tem sido a frequência de lançamento de novos serviços/produtos? 11. Possui a empresa patentes registradas em seu nome? 12. Existe na empresa um sistema formal de identificação (MAPEAMENTO) de clientes e fornecedores, em termos de investimentos em P&D? Variável Dependente da Pesquisa: Conhecimento Acadêmico e Tácito dos Funcionários 13. Que características principais o Sr. utilizaria para definir a competência de um funcionário? 14. Existe na empresa um sistema formal de identificação (MAPEAMENTO) de categorias de conhecimento, implícito ou tácito, individual ou grupal? 15. Existem trabalhos publicados, interna ou externamente à empresa, por funcionários? De que setor funcional eles provêm, com mais freqüência? Onde são tais trabalhos disponibilizados? 145 16. Existe algum tipo de relacionamento formal com instituições de ensino? Em que nível de ensino acadêmico? Poderiam ser citadas algumas destas instituições? Variável Dependente da Pesquisa: Processos de Transferência e Aquisição de Conhecimento 17. Quais são as principais fontes utilizadas, pelos funcionários, para obtenção de informação? 18. Quais são os principais investimentos em tecnologia de informação? 19. Quais são os principais instrumentos utilizados para possibilitar, no âmbito interno à empresa, comunicação entre funcionários e entre empresa e funcionários? 20. Quais são os principais procedimentos utilizados para promover integração entre funcionários da empresa? 21. Relacione os principais instrumentos e/ou procedimentos utilizados para possibilitar a explicitação (formalização) do conhecimento tácito individual dos funcionários da empresa. 22. Quais são os principais procedimentos e instrumentos utilizados pela empresa, para transferência de conhecimento para funcionários? 23. Relacione projetos que tenham proporcionado, de forma relevante, transferência de conhecimento de clientes para a empresa? Quais são as principais características destes clientes? 24. Relacione projetos que tenham proporcionado, de forma relevante, transferência de conhecimento de fornecedores para a empresa? Quais são as principais características destes fornecedores? 146 25. Existe na empresa um sistema formal de identificação (MAPEAMENTO) de clientes e fornecedores, em termos de capacidade de transferência de conhecimento? 26. Procura a empresa disseminar, através de publicações, congressos e seminários externos, seus principais processos, métodos e procedimentos? Variável da Pesquisa: Relacionamento com Clientes, Fornecedores e Mercado de Trabalho 27. De que forma é avaliada a satisfação dos clientes e fornecedores, em relação aos produtos/serviços e aos funcionários da empresa? 28. Quais são os instrumentos e procedimentos para permitir comunicação entre a empresa e clientes e fornecedores? 29. Quais são os principais procedimentos utilizados para promover integração entre funcionários da empresa e clientes e fornecedores? 30. Quais as principais características dos clientes e fornecedores de 1a linha (supply chain)? 31. Existe na empresa um mapeamento do fluxo do processo de prestação do serviço? Como é ele disponibilizado aos funcionários da empresa? Tabelas 32. Entregar as tabelas de Indicadores e Índices e Ações Gerenciais. 147 ANEXO IV QUESTIONÁRIO RECURSOS HUMANOS Variáveis relacionadas com o sistema de controle gerencial Variável Mediadora da Pesquisa: Sistema de Avaliação de Desempenho (indicadores e índices de desempenho) 1. Discorra sobre os objetivos estratégicos (critérios prioritários de desempenho) da empresa. 2. Quais foram os principais motivos que levaram à implementação dos atuais indicadores e índices? 3. Quais foram os personagens mais importantes para esta implementação? Funcionários da própria empresa ou consultores externos? Que setores ou funções da empresa revelam um maior entusiasmo com o sistema? Quais revelam um menor entusiasmo? 4. De que forma os índices e indicadores são disponibilizados ao público interno? 5. São realizadas análises estatísticas dos indicadores e índices, com a finalidade de estabelecimento de correlações entre seu desempenho e ações de gerentes, de profissionais, de setores etc? 6. Classifique numa escala de 0 a 5, quanto ao grau de influência em processos de tomada de decisão conduzidos pela Alta Direção da empresa, os seguintes setores ou funções: ( ) Operações(produção e/ou de prestação de serviços) ( ) Recursos Humanos ( ) Compras ( ) Contabilidade Financeira ( ) P&D ( ) Marketing 148 Variável Dependente da Pesquisa: Conhecimento Acadêmico e Tácito dos Funcionários 7. Cite as características individuais mais apreciadas no processo de seleção/recrutamento de novos funcionários? 8. Que características principais o Sr. utilizaria para definir a competência de um funcionário? 9. Existe uma política de estímulo (ou cobrança) de aumento do nível acadêmico (educação formal) dos funcionários? Como é ela operacionalizada? 10. Existe na empresa um profissional, ou setor, encarregado do gerenciamento do conhecimento da empresa? 11. Existe na empresa um sistema formal de identificação (MAPEAMENTO) de categorias de conhecimento, implícito ou tácito, individual ou grupal? 12. De que forma é avaliada a satisfação dos funcionários? 13. Existem trabalhos publicados, interna ou externamente à empresa, por funcionários? De que setor funcional eles provêm, com mais freqüência? Onde são tais trabalhos disponibilizados? 14. Existe algum tipo de relacionamento formal com instituições de ensino? Em que nível de ensino acadêmico? Poderiam ser citadas algumas destas instituições? 149 Variável Dependente da Pesquisa: Processos de Transferência e Aquisição de Conhecimento 15. Quais são as principais fontes utilizadas, pelos funcionários, para obtenção de informação? 16. Quais são os principais instrumentos utilizados para possibilitar, no âmbito interno à empresa, comunicação entre funcionários e entre empresa e funcionários? 17. Quais são os principais procedimentos utilizados para promover integração entre funcionários? 18. Relacione os principais instrumentos e/ou procedimentos utilizados para possibilitar a explicitação (formalização) do conhecimento tácito individual dos funcionários da empresa. 19. Quais são os principais procedimentos e instrumentos utilizados pela empresa, para transferência de conhecimento para funcionários? 20. Procura a empresa disseminar, através de publicações, congressos e seminários externos, seus principais processos, métodos e procedimentos? Variável da Pesquisa: Relacionamento com Clientes, Fornecedores e Mercado de Trabalho 21. Quais são os principais procedimentos utilizados na promoção de socialização entre funcionários da empresa e clientes e fornecedores? 22. Pratica a empresa alguma política de bom relacionamento com funcionários que, por algum motivo, tiveram que deixar a empresa? Como é ela operacionalizada? 150 Variável da Pesquisa: Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) 23. Existe algum tipo de relacionamento formal com instituições de P&D, públicas ou privadas? Poderiam ser citadas algumas destas instituições? Tabelas 24. Entregar as tabelas de Indicadores e Índices e Ações Gerenciais. 151 ANEXO V QUESTIONÁRIO MARKETING Variáveis relacionadas com o sistema de controle gerencial Variável Mediadora da Pesquisa: Sistema de Avaliação de Desempenho (indicadores e índices de desempenho) 1. Enumere os objetivos estratégicos (critérios prioritários de desempenho) da empresa. 2. Enumere as principais vantagens competitivas da empresa. 3. Quais foram os principais motivos que levaram à implementação dos atuais indicadores e índices? 4. Quais foram os personagens mais importantes para esta implementação? Funcionários da própria empresa ou consultores externos? Que setores ou funções da empresa revelam um maior entusiasmo com o sistema? 5. Classifique numa escala de 0 a 5, quanto ao grau de influência em processos de tomada de decisão conduzidos pela Alta Direção da empresa, os seguintes setores ou funções: ( ) Operações(produção e/ou de prestação de serviços) ( ) Recursos Humanos ( ) Compras ( ) Finanças ( ) P&D ( ) Marketing Variável Dependente da Pesquisa: Conhecimento Acadêmico e Tácito dos Funcionários 6. De que forma é avaliada a satisfação dos funcionários? 152 7. Existem trabalhos publicados, interna ou externamente à empresa, por funcionários? De que setor funcional eles provêm, com mais freqüência? Onde são tais trabalhos disponibilizados? 8. Existe algum tipo de relacionamento formal com instituições de ensino? Em que nível de ensino acadêmico? Poderiam ser citadas algumas destas instituições? Variável Dependente da Pesquisa: Processos de Transferência e Aquisição de Conhecimento 9. Quais são as principais fontes utilizadas, pelos funcionários, para obtenção de informação? 10. Quais são os principais investimentos em tecnologia de informação? 11. Relacione projetos que tenham proporcionado, de forma relevante, transferência de conhecimento de clientes para a empresa? Quais são as principais características destes clientes? 12. Procura a empresa disseminar, através de publicações, congressos e seminários externos, seus principais processos, métodos e procedimentos? Variável da Pesquisa: Relacionamento com Clientes, Fornecedores e Mercado de Trabalho 13. De que forma é avaliada a satisfação dos clientes e fornecedores, em relação aos produtos/serviços e aos funcionários da empresa? 14. Quais são as principais características do segmento (ou segmentos) do mercado focado? 153 15. Possui a empresa um Sistema de Atendimento ao Consumidor (SAC) ? Qual é o nível hierárquico de seu encarregado? 16. Quais são os instrumentos e procedimentos para permitir comunicação entre a empresa e clientes e fornecedores? 17. Quais são os principais procedimentos utilizados para promover integração entre seus funcionários e clientes e fornecedores? 18. Quais as principais características dos clientes e fornecedores de 1a linha (supply chain)? 19. Existe alguma diferenciação de clientes e fornecedores, em termos de proporcionar benefícios à imagem pública da empresa? Caso afirmativo, quais são as principais ações/iniciativas tomadas pela empresa em decorrência desta diferenciação? 20. Pratica a empresa alguma política de bom relacionamento com funcionários que, por algum motivo, tiveram que deixar a empresa? Como é ela operacionalizada? 21. Pratica a empresa alguma política de boa vizinhança com a comunidade local? Como é ela operacionalizada? 22. Procura a empresa disponibilizar, para o público externo, seus índices e indicadores de desempenho? Que canais de comunicação ela utiliza? Variável da Pesquisa: Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) 23. Existe uma política de estímulo (ou cobrança) ao desenvolvimento de novos produtos/serviços e processos, por parte dos funcionários? 24. Qual tem sido a frequência de lançamento de novos serviços/produtos? 154 Variáveis da Pesquisa não relacionadas com o sistema de controle gerencial Variável da Pesquisa: Lucratividade 25. Discorra sobre a lucratividade obtida nos anos de 1997, 1998 e 1999. Variável da Pesquisa: Grau de Relacionamento com Mercado Comum Europeus, USA e Japão 26. Qual o valor das trocas comerciais com estes países? 27. Discorra sobre o perfil das trocas comerciais praticadas com estes países. 28. Discorra sobre o perfil das trocas não comerciais praticadas com estes países. Tabelas 29. Entregar as tabelas de Indicadores e Índices e Ações Gerenciais. 155 ANEXO VI QUESTIONÁRIO FINANÇAS Variáveis relacionadas com o sistema de controle gerencial Variável Mediadora da Pesquisa: Sistema de Avaliação de Desempenho (indicadores e índices de desempenho) 1. Enumere os objetivos estratégicos (critérios prioritários de desempenho) da empresa. 2. Enumere as principais vantagens competitivas da empresa. 3. Numa escala de 0 a 5, classifique os instrumentos abaixo listados, quanto a sua utilização no projeto do atual sistema de avaliação de desempenho: ( ) modelos teóricos encontrados na literatura. Por favor, especifique. ( ) modelos usados por outras empresas brasileiras. Por favor, especifique. ( ) modelos usados por empresas estrangeiras. Por favor, especifique. ( ) experiência acumulada no desenvolvimento de sistemas anteriores. ( ) outros. Por favor, especifique. 4. Existe um setor ou função da empresa encarregado da medição e análise de indicadores e índices ? Ou são tais tarefas distribuídas entre as várias funções da empresa? 5. Quais foram os principais motivos que levaram à implementação dos atuais indicadores e índices? 6. Quais foram os personagens mais importantes para esta implementação? Funcionários da própria empresa ou consultores externos? Que setores ou funções da empresa revelam um maior entusiasmo com o sistema? Quais revelam um menor entusiasmo? 7. De que forma os índices e indicadores são disponibilizados ao público interno? 156 8. São realizadas análises estatísticas dos indicadores e índices, com a finalidade de estabelecimento de correlações entre seu desempenho e ações de gerentes, de profissionais, de setores etc? 9. Discorra sobre as principais alterações, caso tenham ocorrido, no formato dos relatórios contábeis, decorrentes da implementação dos atuais indicadores e índices NÃO FINANCEIROS. 10. Classifique numa escala de 0 a 5, quanto ao grau de influência em processos de tomada de decisão conduzidos pela Alta Direção da empresa, os seguintes setores ou funções: ( ) Operações(produção e/ou de prestação de serviços) ( ) Recursos Humanos ( ) Compras ( ) Contabilidade Financeira ( ) P&D ( ) Marketing Variável Dependente da Pesquisa: Processos de Transferência e Aquisição de Conhecimento 11. Quais são as principais fontes utilizadas, pelos funcionários, para obtenção de informação? 12. Quais são os principais investimentos em tecnologia de informação? Variável da Pesquisa: Relacionamento com Clientes, Fornecedores e Mercado de Trabalho 13. Quais as principais características dos clientes e fornecedores de 1a linha (supply chain)? 157 14. Procura a empresa disponibilizar, para o público externo, seus índices e indicadores de desempenho? Que canais de comunicação ela utiliza? Variável da Pesquisa: Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) 15. Existe uma política de estímulo (ou cobrança) ao desenvolvimento de novos produtos/serviços e processos, por parte dos funcionários? Como é ela operacionalizada? Variáveis da Pesquisa não relacionadas com o sistema de controle gerencial Variável da Pesquisa: Controle Proprietário 16. Especifique o controle proprietário da empresa. Variável da Pesquisa: Lucratividade 17. Discorra sobre a lucratividade obtida nos anos de 1997, 1998 e 1999. Variável da Pesquisa: Grau de Autonomia do Sistema de Controle Gerencial 18. Qualifique numa escala de 0 a 5, o grau de autonomia da Alta Direção da empresa em relação às seguintes decisões: ( ) diversificação de negócios ( ) número de funcionários ( ) crescimento não orgânico da empresa ( ) grau de endividamento financeiro Tabelas 19. Entregar as tabelas de Indicadores e Índices, Ações Gerenciais e Dispêndios. 158 ANEXO VII TABELA DE INDICADORES E ÍNDICES DE DESEMPENHO Variável Mediadora da Pesquisa: Sistema de Avaliação de Desempenho (indicadores e índices de desempenho) Definições preliminares: Indicadores: traduzem quantificações absolutas, físicas ou monetárias, de ativos e recursos. Exemplos: nível educacional (número de anos) médio dos funcionários, valor adicionado ($) por funcionário etc Índices: traduzem relações, em forma de percentagens, entre ativos e recursos. Exemplos: proporção de funcionários (em relação ao total da empresa) de suporte administrativo, crescimento de vendas etc. Analise o conjunto de indicadores e índices de desempenho, financeiros e não financeiros, utilizados pela empresa. De acordo com sua percepção, liste na tabela a seguir, em ordem decrescente de importância, no mínimo 10 (dez) indicadores e/ou índices, cuja evolução acompanha com especial atenção. Solicita-se, para cada indicador ou índice, o nome pelo qual é identificado, sua freqüência de medição (F. M.) e o ano em que foi implementado (A. I.), não sendo necessário o fornecimento de valores. Esta tabela poderá ser preenchida, após a entrevista, e enviada posteriormente a um dos seguintes e-mails: • xxx@xxx • yyy@yyy Estes e-mails, assim como o telefone XXX-XXXX, ou minha presença pessoal, poderão ser utilizados para sanar qualquer dúvida a respeito do solicitado. 159 Indicadores e Índices cujos resultados acompanho com ESPECIAL ATENÇÃO (listar em ordem decrescente de importância) NOME F. M. A. I. 160 ANEXO VIII TABELA DE AÇÕES GERENCIAIS Variável Independente da Pesquisa: Elenco de Ações Gerenciais de Intervenção Analise as ações gerenciais implementadas, recentemente (1998-2000), nas seguintes áreas funcionais da empresa: a. Recursos Humanos b. Compras c. Operações (Prestação de Serviços/Produção) d. Gestão Organizacional (controle gerencial) e. Finanças (contabilidade, orçamentos) f. Imagem da empresa (junto a clientes, fornecedores, mercado de trabalho) g. Desenvolvimento de novos serviços/produtos/processos De acordo com sua percepção, liste na tabela abaixo, em ordem decrescente de importância, no mínimo 10 (dez) ações que tenham impactado a empresa como um todo. Esta tabela poderá ser preenchida, após a entrevista, e enviada posteriormente a um dos seguintes e-mails: • xxx@xxx • yyy@yyy Estes e-mails, assim como o telefone XXX-XXXX, ou minha presença pessoal, poderão ser utilizados para sanar qualquer dúvida a respeito do solicitado. Vide, ao final do documento, exemplos de ações gerenciais. 161 AÇÃO GERENCIAL (listar em ordem decrescente de importância) ANO 162 EXEMPLOS DE AÇÕES GERENCIAIS AÇÃO GERENCIAL ANO (listar em ordem decrescente de importância) 1. Mapear competências (dos funcionários ou setores) 1998 2. Reduzir base (número) de fornecedores 1999 3. Desenvolver métodos e conceitos específicos à empresa 1999 4. Investimento em tecnologia XYX 2000 5. Construir uma imagem como o mais competente em seu segmento de 1998 atuação empresarial, através de seminários, congressos etc 6. xxxxxxxxxxxxxx xxxx 163 ANEXO IX TABELA DE DISPÊNDIOS Variável Mediadora da Pesquisa: Dispêndios Solicita-se informar os dispêndios, relativos ao exercício de 1999, relacionados a: ÍTEM Treinamento profissional (“on the job”) de funcionários Formação acadêmica de funcionários (cursos em instituições de ensino) Aquisição de revistas, livros e publicações técnicas Participação de funcionários em congressos, feiras e seminários Eventos de socialização entre funcionários da empresa Tecnologia de Informação Credenciamento ISO Pesquisas de opinião Pesquisas de mercado Eventos de socialização entre funcionários da empresa e clientes/fornecedores Publicidade Pesquisa e Desenvolvimento (de novos serviços, produtos e processos) Auditoria (operacional e financeira) Benchmarking OUTROS Folha salarial da empresa Receita de vendas Compras (insumos de produção, material consumível, material para manutenção etc) Investimento em bens de capital produtivo (máquinas e equipamentos) R$1.000 (formal ou estimado) 164 Obs.: I) Os dispêndios poderão ser estimados, caso não sejam formalmente computados pela empresa. II) Esta tabela poderá ser preenchida, após a entrevista, e enviada posteriormente a um dos seguintes e-mails: • xxx@xxx • yyy@yyy Estes e-mails, assim como o telefone XXX-XXXX, ou minha presença pessoal, poderão ser utilizados para sanar qualquer dúvida a respeito do solicitado. 165 ANEXO X MODELO DA CARTA ENVIADA A CADA EMPRESA COPPEAD/UFRJ Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro, XX de XX de 2000. Sr. Diretor Presidente Nome da empresa Prezado Senhor A COPPEAD/UFRJ desenvolve permanentemente vários Programas de Pesquisa sobre empresas brasileiras, sendo um deles o estudo dos sistemas de controle gerencial por elas utilizados. O nosso aluno do Programa de Doutorado, JOSÉ GERALDO PEREIRA BARBOSA, tem como tema central de sua tese a análise de um modelo de Sistema de Controle Gerencial e necessita de dados colhidos em pesquisas de campo, em empresas brasileiras, para possibilitar a validação de hipóteses assumidas em sua tese. Para a realização desse estudo, foram relacionadas empresas que mais se destacam no cenário nacional, em seus respectivos mercados, e que tenham perfis de atuação similares aos de empresas européias participantes de estudo, patrocinado pela OECD (Organization for Economic Co-operation and Development), semelhante ao conduzido pelo doutorando em referência. 166 Tal estudo se reveste da maior importância para o nosso Programa de Pesquisa, tendo em vista a falta de conhecimento sobre o modelo de Sistema de Controle Gerencial pesquisado, notadamente no cenário acadêmico brasileiro. Solicitamos, assim, a colaboração de V. S. para esse estudo, no sentido de conceder ao doutorando em questão uma entrevista pessoal, de duração inferior a 20 minutos, ocasião esta em que lhe serão expostos os perfis dos integrantes de sua empresa a serem entrevistados. Caso nossa solicitação seja atendida, o doutorando JOSÉ GERALDO entrará diretamente em contato com V. S., nos próximos dias, na intenção de confirmar a data e horário de que dispõe para nos atender. Os resultados desta pesquisa serão enviados, posteriormente, a V. S., assim como ficarão à sua disposição todos os demais trabalhos que estejam sendo desenvolvidos em nossa área. Informamos, outrossim, que todas as informações prestadas por integrantes de sua empresa, serão consideradas estritamente confidenciais. Com relação à análise das respostas, os resultados serão apresentados de forma agregada, de maneira a tornar impossível identificar as respostas das empresas selecionadas. Em anexo, encontram-se os tópicos principais abordados nas entrevistas bem como uma possível relação de entrevistados. Agradecendo desde já sua colaboração. Atenciosamente Assinatura do Professor Orientador COPPEAD/UFRJ 167 ANEXO TÓPICOS A SEREM ABORDADOS NAS ENTREVISTAS A - Variáveis Relacionadas ao Sistema de Controle Gerencial a) Sistema de Avaliação de Desempenho (indicadores e índices) b) Elenco de Ações Gerenciais de Intervenção c) Gerenciamento de Conhecimento d) Processos Facilitadores de Transferência e Aquisição de Conhecimento e) Relacionamento com Clientes, Fornecedores e Mercado de Trabalho f) Capacitação em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) g) Dispêndios associados às atividades c), d), e) e f). B - Variáveis Não Relacionadas ao Sistema de Controle Gerencial a) Estrutura Organizacional da Empresa b) Relação Valor de Mercado/Valor Patrimonial c) Graus de Interação com Mercado Comum Europeu, USA e Japão d) Controle Proprietário e) Grau de Autonomia do Sistema de Controle Gerencial f) Lucratividade RELAÇÃO DE ENTREVISTADOS A - Pessoa indicada pela Direção da empresa, como aquela que mais conhece o sistema de controle gerencial implantado. Duração prevista da entrevista: 60 minutos 168 B - Encarregados dos Setores (ou Funções) de Recursos Humanos, Operações, Marketing e Finanças. Duração prevista da entrevista com cada Encarregado: 40 minutos ESTRUTURA ORGANIZACIO NAL DA EMPRESA ANEXO I MODELO DE RELACIONAMENTO ENTRE AS VARIÁVEIS DA PESQUISA GRAU DE AUTONOMIA DO CONTROLE GERENCIAL CONTROLE GERENCIAL CONHECIMENTO ACADÊMICO E TÁCITO DOS FUNCIONÁRIOS DISPÊNDIOS PROCESSOS DE TRANSFERÊNCIA E AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTO ELENCO DE AÇÕES GERENCIAIS RELACIONAMENTO COM CLIENTES, FORNECEDORES E MERCADO DE TRABALHO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO CONTROLE ACIONÁRIO ATIVIDADES DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO AMBIENTE GRAU DE INTERAÇÃO COM MCE, USA E JAPÃO