FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA O ENSINO
RELIGIOSO
Ensino Religioso: O FENÔMENO RELIGIOSO NAS
TRADIÇÕES RELIGIOSAS DE MATRIZ AFRICANA
Texto: Ângela Maria
Ribeiro Holanda
03/09/2011
email: [email protected]
05/11/2015
1
Países da África, com as
respectivas capitais
1. África do Sul (Joanesburgo-Cidade do Cabo)
2. Angola (Luanda)
3. Argélia (Argel)
4. Benin (Porto Novo)
5. Botsuana (Gaborone)
6. Burquina Fasso (Uagadugu)
7. Burundi (Bujumbura)
8. Camarões (Iaundê)
9. Chade (Ndjamena)
10. Congo, ex-Zaire (Kinshasa)
Países da África, com as
respectivas capitais
11. Congo, República (Brazzaville)
12. Costa do Marfim (Abidjan)
13. Djibuti (Djibouti)
14. Egito (Cairo)
15. Eritréia (Asmara)
16. Etiópia (Addis Abeba)
17. Gabão (Libreville)
18. Gâmbia (Banjul)
19. Gana (Acra)
20. Guiné (Conacri)
Países da África, com as
respectivas capitais
21. Guiné-Bissau (Bissau)
22. Guiné Equatorial (Malabo)
23. Ilha de Madagascar (Antananarivo)
24. Ilhas de Cabo Verde (Cidade de Praia)
25. Ilhas de Comores (Moroni)
26. Ilhas Maurício (Port Louis)
27. Ilhas São Tomé e Príncipe (São Tomé)
28. Ilhas Seychelles (Vitória)
29. Lesoto (Maseru)
30. Libéria (Monróvia)
Países da África, com as
respectivas capitais
31. Líbia (Trípoli)
32. Malauí (Lilongüe)
33. Mali (Bamaco)
34. Marrocos (Rabá)
35. Mauritânia (Nuakchott?)
36. Moçambique (Maputo)
37. Namíbia (Windhoek)
38. Níger (Niamei)
39. Nigéria (Abuja)
40. Quênia (Nairóbi)
Países da África, com as respectivas capitais
41. República Centro-Africana (Bangui)
42. Ruanda (Kigali)
43. Saara Ocidental (Laâyoune?)
44. Senegal (Dacar)
45. Serra Leoa (Cidade Livre)
46. Somália (Mogadíscio)
47. Suazilândia (Lobamba)
48. Sudão (Cartum)
49. Tanzânia (Dodoma)
50. Togo (Lomé
Países da África, com as
respectivas capitais
51. Tunísia (Túnis)
52. Uganda (Campala)
53. Zâmbia (Lusaka)
54. Zimbábue (Harare)
Questionamentos
 Quais os fundamentos legais e pedagógicos desse
estudo no currículo da educação básica ?
 Qual o conhecimento que temos do continente
africano e das religiões africanas?
 Quais as aprendizagens a serem inseridos no currículo
do Ensino Religioso?
 Quais as temáticas a serem estudadas?
BASES LEGAIS: Nacionais e Internacionais
 1981 – Declaração sobre a eliminação de todas formas
de intolerância e discriminação com Base em Religião e
Crença.
Art. 4º - Todos os Estados devem tomar medidas
efetivas para evitar e eliminar a discriminação
baseada em religião ou crença.
BASES LEGAIS: Nacionais e Internacionais
1988 - CONSTITUIÇÃO FEDERAL
 Art. 5º - inciso VI – é inviolável a liberdade de
consciência e de crenças, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma
da lei, a proteção de culto e as suas liturgias.
1995 – Declaração de Princípios sobre a Tolerância
BASES LEGAIS: Nacionais e Internacionais
2003 – Lei nº 10.639 –obrigatoriedade da temática
História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena
- Dia 20 de novembro – Dia Nacional da
consciência negra
Art. 26 – A § 1º - o conteúdo incluirá o estudo da
história da África e dos africanos, a luta dos negros
no Brasil, a cultura negra e o negro na formação da
sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo
negro nas áreas social, econômica e política
pertinentes a história do Brasil
BASES LEGAIS: Nacionais e Internacionais
 2005 – Declaração Universal sobre a Diversidade
Cultural (UNESCO)
Sugere que as nações assumam critérios comuns de
desenvolvimento e educação capazes de humanizar as
sociedades, superar os fundamentalismos, resgatar o
valor das diferenças enquanto
componente
indispensáveis na construção do mundo solidário
BASES LEGAIS: Nacionais e Internacionais
 2007 – Lei nº 635/07 Dia nacional de combate a
Intolerância Religioso ( 21/01)
 2008 – Manifesto pela Diversidade Religiosa e Cultura
de Paz
2011- ANO INTERNACIONAL DOS POVOS
AFRODESCENDENTES
 Iniciativa da Assembleia Geral da ONU, em reconhecimento
da necessidade de se combater o racismo e as desigualdades
econômicas e sociais.
 Lançado dia 21 de março pela ministra chefe da Secretaria de
Promoção de Políticas para a Igualdade Racial (Seppir);
 O lançamento marca os oito anos de criação da Seppir e o Dia
Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial,
comemorado no dia 21 de março, que lembra as vítimas do
massacre de Shapeville na África do Sul, mortas enquanto
realizavam um protesto pacífico contra o regime de
segregação racial.
2011- ANO INTERNACIONAL DOS POVOS
AFRODESCENDENTES
 Fortalecer o compromisso político de erradicar a
discriminação aos descendentes de africanos;
 Iniciativa de promover o respeito à diversidade e
herança culturais;
 Preocupação com as pessoas de origem africana que
estão entre as que mais sofrem com o racismo
2011- ANO INTERNACIONAL DOS POVOS
AFRODESCENDENTES
 Fortalecer o compromisso político de erradicar a
discriminação aos descendentes de africanos;
 Iniciativa de promover o respeito à diversidade e
herança culturais;
 Preocupação com as pessoas de origem africana que
estão entre as que mais sofrem com o racismo
LDB nº 9.394/96
Art. 3º - O ensino será ministrado com base nos
seguintes princípios:
III – pluralidade de ideias e de concepções;
IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância
LDB nº 9.394/96
Art. 26 § 4º - O currículo da educação estabelece
dentre outros aspectos, que “ o ensino levará em conta
as contribuições das diferentes culturas e etnias para
a formação do povo brasileiro, especialmente das
matrizes indígenas, africana e europeia.
LDB nº 9.394/96
Art. 26 A – Nos estabelecimentos de ensino
fundamental e de ensino médio, públicos e privados,
torna-se obrigatório o estudo da história e cultura
afro-brasileira e indígena. (Lei nº 11.645/08 e Lei nº
10.639/03).
[...] estudo da história da África e dos africanos, a luta
dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura
negra e indígena brasileira; o negro e o índio na
formação da sociedade nacional, resgatando as suas
contribuições nas áreas social, econômica e política,
pertinentes à história do Brasil.
LDB nº 9.394/96
Art. 33 – O ensino religioso,
de matricula
facultativa, é parte integrante da formação básica do
cidadão, constitui disciplina dos horários normais das
escolas públicas de ensino fundamental, assegurando
o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil,
vedadas quaisquer formas de proselitismo.
Resolução nº 003/02 e Parecer nº 006/02
CEE/CEB/AL
Art. 2º [...] o conhecimento do ER deve promover o
conhecimento sobre os aspectos....
2.2.
A
cosmovisão
das
sociedades
africanas,
particularmente dos povos que foram trazidos ao
território brasileiro durante o período escravista:o
fenômeno religioso nessas sociedades.
ENSINO RELIGIOSO
Nessa perspectiva, a partir de sua legislação, este
ensino tem na diversidade cultural e religiosa do
Brasil um campo de pesquisa e conhecimentos, capazes
de ajudar as novas gerações na superação de
preconceitos, temores, rivalidades, no respeito aos
diretos fundamentais de todos e na reverência às
diferenças que permeiam o cotidiano da vida social e
escolar.
Religiões de Matriz africana
Umbanda
 Tipicamente brasileira, organizada a partir dos cultos
afro, crenças católicas, filosofia espírita, pajelança e
esoterismo;
 Há várias interpretações do termo. Umbanda vem do
Kimbundo, idioma falado na África, que siginifica arte
de curar. Em outra versão, significa a Lei Maior ou
Lei Suprema do Bem;
 Há sincretismo com o Candomblé Africano,
Catolicismo, Tradição Indígena e Espiritismo
Religiões de Matriz africana
 Os seguidores crêem nos Espíritos de Luz e plenitude
que vêm á Terra para ensinar e ajudar todas as
pessoas encarnadas e desencarnadas;
 São entidades espirituais chamadas de Guia, que se
manifestam através de médiuns durante as sessões, a
exemplo do Preto Velho, caboclos, marinheiros,
boiadeiros, Exu, baiano.
Religiões de Matriz africana
- Entidades – entidades são agrupadas em hierarquia,
que vai dos espíritos mais inferiores
aos mais
“evoluídos”;
- Ritual – desenvolvimento espiritual dos médiuns que,
quando “incorporam”, dão passes e consultas;
- Iniciação – não é necessária, o recolhimento é de
apenas um ou dois dias, o sacrifício de animais não é
obrigatório e o batismo é feito com água do mar ou
de cachoeira.
- Música – em língua Portuguesa,
acompanhados por
palmas e atabaques, tocados por fiéis de qualquer
sexo.
Religiões de Matriz africana
- Vestes – brancas
- Imagens – católicas, de pretos velhos e caboclos
- Símbolos – cobra – símbolo da cura; chave: símbolo de
abertura de caminhos fechados; Sol: força criadora
da vida.
Religiões de Matriz africana
Candomblé
 Não possui o sincretismo (mistura) de elementos do
Cristianismo Católico, nem do Espiritismo ou da
Tradição Indígena – possui sincretismo das Religiões
Africanas.
- Entidades – orixás de origem africana. Nenhum santo
é superior ou inferior a outro; não existe o bem e o
mal, isoladamente;
- Ritual – louvação aos orixás que se “incorporam” nos
babalorixás e ialorixás para fortalecer o axé ( energia
vital) que protege o terreiro e seus membros;
Religiões de Matriz africana
 Iniciação – condição essencial para participar do
culto. O recolhimento dura de 7 a 21 dias; o ritual
envolve o sacrifício de animais, a oferenda de
alimentos e a obediência a rígidos preceitos. Em geral,
não aceitam a reencarnação, mas, a ancestralidade.
 Vestes
Orixá.
no culto – coloridas com insígnias de cada
- Música – em língua africana, acompanhados por
atabaques
e outros instrumentos, tocados por
iniciados do sexo masculino.
- Em geral não
ancestralidade.
aceitam
a reencarnação,
mas
a
Aspectos Importantes nas Religiões de Matriz
Africana
 Aspectos essenciais: a oralidade, o símbolo e o
diálogo;
 O sistema comunicativo da oralidade prevê a
identificação, a expressão e a conservação da
bagagem etnocultural;
 Símbolo é expressão da crença
 Através do diálogo a comunidade têm o conhecimento
dos mitos e das alegorias na biblioteca da oralidade,;
especialista do diálogo – mestre da palavra – ancião
chamado de pai ou mãe de santo.
Aspectos Importantes nas Religiões de Matriz
Africana
- Visão de Mundo:
- Cosmovisão sistêmica sem uma divisão clara entre
matéria e espírito, e é nesta realidade que os poderes
cósmicos, os Orixás, desempenham papel decidido.
- Línguas : iorubá; je je fon; banto.
- Texto Sagrado
- Transmitido na forma oral; os mitos, as lendas,
canções, contos, danças, provérbios, adivinhações e
ritos para explicar, vivenciar e perpetuar suas crenças
e tradições.
Aspectos Importantes nas Religiões de Matriz
Africana
- Crença no ser supremo
- Crença num ser supremo que criou o mundo e a vida –
Olorum em língua iorubá; olo = sagrado e orum = céu.
Esta divindade mora no céu e não se relaciona com os
seres humanos.
- O contato do divino com o humano se dá através dos
Orixás;
- Esperam dos seres espirituais(divindades) proteção e
auxílio.
Visões sobre elementos culturais e sociais
do continente Africano
 A África, não somente tem história, mas há indícios
de que a áfrica é o berço da humanidade (Leo
Frobenius –antropólogo alemão 1873 - 1936).
 Movimento afro-pessimistas vê somente a África o
negativo: fome, guerra, doenças, tragédias.
 A valorização da vida como um dom de Deus que deve
ser preservada – pois é sagrada;
 Sentido comunitário – eu sou fruto da comunidade
Visões sobre elementos culturais e sociais
do continente Africano
 Não existe dicotomia entre profano e sagrado- tudo é
envolto pela transcendência;
 A religião tem ligação com a política, a economia,
 A justiça tem a ver com a religião;
 Valoriza-se o ancião – ele é depositário das tradições
da comunidade. Afirma=se : morre um ancião, na
África, é uma biblioteca que se queima”;
Elementos culturais e sociais
do continente Africano
 Comunidade matrilinear – sucessão ao trono nos
impérios de Gana e do Mali. Sucedia o imperador, o
sobrinho da parte materna;
 Hoje existem duas práticas patrilinear e matrilinear;
 Concepção do tempo – valoriza tudo o que está ao
redor, especialmente as pessoas. Ao sair para o
campo, pára muitas vezes para cumprimentar as
pessoas. Na dinâmica ocidental – perda de tempo.
Elementos culturais e sociais
do continente Africano
 Tradição oral – conjunto de produções cultural,
artístico e religioso de um povo.
 Os valores são transmitidos através da oralidade;
 A palavra tem poder de construir e desconstruir; Por
isso não se usa a palavra de qualquer jeito;
 A palavra é veiculada através do: mito, rito e da dança
 Mito –explica fatos e reais do cotidiano, a morte, o
eclipse, a doença;
Elementos culturais e sociais
do continente Africano
 Rito – ligação entre o visível e o invisível e de
comunhão entre os seres vivos;
 Símbolo – aquilo que une, podendo ser um objeto ou um
gesto. A terra – mãe – símbolo forte nas culturas
africanas; as tatuagens – identidade étnica; passar
tempo conversando com as pessoas é um gesto
simbólico
na
África;
símbolos
frequentes:
vestimentas,
alimentos
dos
Orixás,
insígnias
representativas dos Orixás; as oferendas de alguns
animais ( ebó) que segundo a crenças dinamiza a
relação entre vivos e ancestrais da força axé.
Elementos culturais e sociais
do continente Africano
 Dança – expressão mais alta da sacralidade; Existem
vários circunstâncias para a dança: colheita, para a
iniciação;
 A canção, a epopéia, os contos, os provérbios, as
máscaras – formas para a tradição oral;
 Atabaque – expressão da sacralidade – ligação entre a
coletividade e o mundo invisível:Deus, os espíritos, os
antepassados, serve de comunicação entre os vivos e
entre um clã e outro;
Elementos culturais e sociais
do continente Africano
 Não existe a concepção de pecado – não faz parte
deste mundo religioso;
 As religiões afrobrasileira não possuem caráter
proselitista; não exige fé ou processo de conversão,
em que o sagrado, o mítico e o simbólico estão
implícitos
Algumas comidas afrobrasileira
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


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
Acarajé,
Abará,
Arroz de hauçá,
Bobó,
Caruru
Cuscuz
Mungunzá, Quibebe
Vatapá.
Africanos no Brasil
 Primeiros escravos chegaram em 1532 com a vinda do
governador-geral Martim Afonso de Souza e o começo
do cultivo de cana – de - açucar;
 Essas pessoas falavam dialetos dos grupos linguísticos
banto, yorubá e jeje-fon;
 Eram classificados de acordo com os portos onde
embarcavam como escravos na África
Divindades afrobrasileiras
e santos católicos
 Ogum – Sto Antº - BA – S Jorge – RJ
 Oxóssi – S. miguel (PE) – S. Jorge (BA) –S. Sebastião
(RJ)
 Obaluaiê – S. Roque e S. Làzaro
 Ossaim – S. Benedito, Roque, Jorge
 Oxumaré – S. Bartolomeu
 XangôS. Jerônimo, S Pedro
 Oxum – N. Sra das Candeias, da Conceição, Aparecida
 Iansâ – Sta Bárbara
 Iemanjá - N. Sra da Conceição, dos Navegantes
 Oxalá – Jesus Cristo e Senhor do Bonfim
 Erê, Ibeji – S. Cosme e Damião
Os Orixás (forças mediadoras do Ser
Supremo, chamado Olorum ou Olodumaré
 Candomblé – religião de origem africana também
chamada de religião dos orixás; foi perseguido pelo
Estado Brasileiro – os terreiros eram proibidos.
 Orixás – procedência iorubá – segundo preceitos
sagrados cuidam do mundo e da natureza; zelam pela
colheita, pela chuva, raio, mar, afetividade...
 Exu – guardião das encruzilhadas
 Ogum – deus da guerra, do ferro, da tecnologia,
 Xangô – deus da justiça, do trovão
 Iemanjá – deusa da maternidade, do mar
 Iansâ – deusa da tempestade, dos raios, trovões
Os Orixás
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
Oxum – deusa da fertilidade, do amor
Nanâ – deusa da lama, da terra
Oxalá – deus da criação
Oxossi – caçador
Obaluaiê – orixá da doença, das epidemias,
Nas sessões de candomblé, os orixás se manifestam
através do transe e atuam como intermediários entre
os seres humanos e a natureza.
Tradições afrobrasileiras
 Não tem caráter proselitista;
 Uma visão de mundo que não exige fé ou processo de
conversão, em que o sagrado, o mítico e o simbólico
estão implícitos;
 Inexistência da ideia de profanidade, do mal e da
culpa como concepção de pecado;
 Não tem livro sagrado
 Suas doutrinas ( mitologia, cosmologia, tradições,
liturgias,) fazem parte de um conhecimento oral
associado a própria experiência do iniciado e a
comunidade religiosa.
 É pela força da memória individual e coletiva que este
conhecimento tem sido preservado
Tradições afrobrasileiras
 Não possuem “igrejas centralizadas” e não são regidas
por uma burocracia institucional;
 Religiões de transe, de sacrifícios de animais e de
culto aos espíritas;
 Líderes religiosos –yalorixá ( mãe de santo) e
babalorixá ( pai de santo).
Remanescentes de
Quilombos em Alagoas
Quilombo dos Palmares – fins do séc. XVI na Serra
da Barriga em União dos Palmares –AL.
 Na década de 80 foi reconhecido como monumento
histórico e em 1988 considerado monumento nacional
pelo decreto 95.855.
 Atualmente abriga o parque memorial Quilombo dos
Palmares – maior complexo temático africano.

Rebeliões Negras
Conjuração Baiana ou Revolta de Búzios – se deu em
1798
 Marco na busca pela independência, um instrumento
de repúdio às desigualdades sociais e a discriminação
sofrida pelos homens e mulheres negras, convocando
a luta pela liberdade, visando uma sociedade de
iguais, sem preconceitos.
 Revolta dos Malês- essa revolta se deu pela
insatisfação gerada contra os seus senhores, em 1835,
na Bahia, atacaram de surpresa uma patrulha do
exército, mas saíram derrotados pelo poder de fogo
das tropas de governo; foram julgados e condenados a
prisão,, chicoto e forca.
Rebeliões Negras
 Os malês de Alagoas – oriundos da Bahia em razão
das perseguições sofridas devido a rebelião no
Recôncavo Baiano, concentraram-se em Marechal e
Penedo.
 Revolta da Chibata – ocorreu no inicio do séc. xx no
RJ em 1910 devido aos maus tratos dispensados
aqueles que se rebelavam em função dos
acontecimentos ligados a castigos físicos e a má
alimentação dos marinheiros negros.
 Liderada por João Cândido – almirante negro, pelo
fato de marinheiros serem punidos com 25
chibatadas. O revoltoso Marcelino Rodrigues
castigado com 250 chibatadas por ter ferido colega
da marinha. MG.
Remanescentes de
Quilombos em Alagoas
 Quilombo – no passado local de refúgio de escravos
 Hoje – comunidade fraterna e livre, com laços
familiares, solidários e de convivência resultante do
esforço dos negros que resistiram à escravidão e
construíram estruturas sociais nas quais socializam o
sentimento de liberdade e o resgate da identidade,
com o objetivo maior de formar uma sociedade livre
Intolerância religiosa
em Alagoas – Quebra de 1912
 Operação Xangô: invasão e destruição dos principais
terreiros de Maceió e vizinhanças, acusados de serem
aliados do governador deposto Euclides Malta.
 Causa – não simpatizantes
 Com o Quebra os cultos afroalagoanos começaram a
ser realizados silenciosamente, utilizando-se apenas
de palmas, rezas de santo, já que os toques ficaram
proibidos por muito tempo.
Intolerância religiosa
em Alagoas – Quebra de 1912
 No Estado de Alagoas – antes do quebra, promovido
pela liga dos combatentes, existiam aproximadamente
50 “toques” ou “xangôs” localizados em Maceió,
Atalaia, Santa Luzia do Norte, Marechal Deosoro.
 Maceió – 1º toque ou terreiro da nação africana Nagô
– Tia Marcelina, ex escrava africana de Janga, Angola,
descendente de Quilombo dos Palmares e de família
real africana.
Intolerância religiosa
em Alagoas – Quebra de 1912
 Ela tinha o saber, carisma e a voz dos orixás –
contemplada com a coroa de Dadá, homenagem
outorgada pelos oráculos do continente africano,
posto mais alto da hierarquia africana no Brasil
significa na liturgia africana “irmão mais novo de
Xangô.
 Versões sobre sua morte: ao saber que ia ser
visitada pela liga dos republicanos combatentes –
preferiu atirar-se na caçimba no quintal de seu
terreiro, a outra por não aceitar submeter-se a
humilhações, teria sido espancada e morta com
ferimentos de sabre na cabeça.
Tradições afrobrasileiras
O processo iniciático pauta-se por uma pedagogia nãosistemática na qual o aprendizado se faz na vida
comunitária, pela transmissão oral, no aprender
fazendo, vivenciando cada experiência. E um novo
conhecimento só é transmitido quando se torna
evidente que o anterior está completamente
assimilado e incorporado.
APRENDIZAGENS BÁSICAS
- Conhecer a trajetória do povo negro em
território brasileiro e alagoano;
- Demistificar
conceitos
estereótipos
construídos a partir da visão eurocêntrica
sobre os afrodescentes;
- Conhecer as formas de expressão religiosa
dos povos africanos.
- Compreender o processo de intolerância
religiosa.
APREDIZAGENS BÁSICAS
• Praticar o respeito frente a diversidade
religiosa
• Demonstrar atitudes de combate aos
preconceitos de etnias, gêneros, idade e
outras formas.
• Conhecer algumas influências da cultura
africana em nosso contexto cultural.
Na África costuma-se dizer que “ todo velho
que morre é uma biblioteca que desaparece”.
E todos aceitam que “ o jovem de pé vê muito
perto, enquanto que o velho sentado vê bem
longe”.
TEMÁTICAS SUGERIDAS
Ritos e crenças das tradições religiosa
africanas
Simbologia religiosa africana
Divindades africanas
O idoso na religião africana
Papel dos orixás no mundo
Sincretismo religioso
A presença da mulher na cultura africana
Diálogo interreligioso
TEMÁTICAS SUGERIDAS
Locais de culto africanos
Ritos e rituais africanos
 Danças africanas
Oralidade africana
Líderes religiosos na matriz africana
Processo de iniciação na matriz africana
Os cultos afrobrasileiro e alagoano
Expressões afrodescendentes
Intolerância religiosa
REFERENCIAS
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais do
Ensino Religioso - Fórum Nacional
Permanente do Ensino Religioso. – São Paulo:
Mundo Mirim, 2009.
______. Ensino Religioso: Culturas e Tradições
Religiosas. Eixo Curricular do Ensino
Religioso. Caderno Temático 2.Curitiba: Ideal
Gráfica, 2001
_______. Fenômeno Religioso nas Tradições
Religiosas de Matriz Africana. Caderno de
Estudo nº 7 - Curitiba: Ideal Gráfica, 2001.
REFERENCIAS
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais do
Ensino Religioso - Fórum Nacional
Permanente do Ensino Religioso. – São Paulo:
Mundo Mirim, 2009.
______. Ensino Religioso: Culturas e Tradições
Religiosas. Eixo Curricular do Ensino
Religioso. Caderno Temático 2.Curitiba: Ideal
Gráfica, 2001
_______. Fenômeno Religioso nas Tradições
Religiosas de Matriz Oriental. Caderno de
Estudo nº 6 - Curitiba: Ideal Gráfica, 2001.
Download

O fenômeno religioso na Matriz Africana