Ano V - Número 89
Informativo quinzenal da Pontifícia Universidade Católica de Campinas
22 de junho a 5 de julho/2009
www.puc-campinas.edu.br
Minha casa, sua casa
Fotos: Ricardo Lima
Muitos estudantes aproveitam o fim do semestre e o período de
férias para procurar um novo lugar para morar. Quem mora sozinho tenta encontrar alguém para dividir um apartamento ou as
numerosas repúblicas. Outros já acham que é hora de deixar os
colegas para trás e montar a sua própria casa. Nessa hora pesa uma
série de fatores, como personalidade, infraestrutura dos bairros e
questões financeiras. Independentemente de como você mora ou
vai morar, o importante é ter planejamento, organização e adaptação quando se escolhe viver longe dos pais. Veja as histórias dos
estudantes da PUC-Campinas Felipe de Almeida, da Faculdade
de Administração com habilitação em Comércio Exterior; João
Pedro Badarel, da Faculdade de Publicidade e Propaganda, e Lívia
Lourensini, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Página 05
Ouvidoria:
novo canal de comunicação
Internet
colaborativa
As comunidades interna e externa da PUCCampinas ganharam um novo canal de comunicação para fazer sugestões e críticas sobre os
processos relacionados ao Ensino, Pesquisa e
Extensão: a Ouvidoria. Vinculada à Reitoria, o
novo órgão tem como uma das principais atribuições receber as demandas de estudantes, funcionários, professores e membros da comunidade
externa e encaminhá-las às áreas competentes,
acompanhando o desenrolar do processo e dar
retorno ao interessado das providências tomadas. “A Ouvidoria transformou-se em um importante agente de mudança institucional”, disse o
reitor padre Wilson Denadai.
Página 04
Postando artigos, vídeos ou fotos, participando de redes de relacionamento ou de salas
de bate-papo, as pessoas encontraram na
internet a vitrine ideal para mostrar o que
pensam, fazem e até o que vivenciam. São
pessoas que dedicam parte de seu tempo para
produzir, organizar e disponibilizar informações para acesso de outros internautas. E,
na maioria das vezes, não recebem nada por
isso: nem remuneração ou crédito. A aluna
da Facul-dade de Publicidade e Propaganda
Thaís Megumi Toda (foto) é uma delas. Ela
tem um site em que posta vídeos e fotos sobre
entretenimento.
Página 06
Arquivo pessoal
Pé na estrada
MURAL
HERANÇA INCA - João
Solimeo, editor de imagens do
Laboratório de Imagem e Som
(LaBIS) do Centro de Linguagem
e Comunicação (CLC) e
estudante do 1º ano da Faculdade
de Jornalismo da PUC-Campinas,
conta a experiência de passar
15 dias viajando por conta
própria pelo Peru e Bolívia.
Página 08
Confira uma série de dicas culturais que o
Jornal da PUC-Campinas escolheu para você
curtir durante as férias e o inverno.
Página 07
02
22 de junho a 5 de julho/2009
Jornal da PUC-Campinas
Editorial
Boas férias!
J
ohn Huizinga definiu como característica decisiva da humanidade o
jogo. O título de seu livro “Homo ludens” contrapõe-se, de modo direto, ao “homo faber” e ao “homo sapiens”. No jogo se inclui tanto o
fazer prático criador quanto o pensamento sobre o mundo. A habilidade das mãos e o pensar lógico. Mais: o jogo dá lugar ao improviso, à criação, à malícia, aquelas qualidades da inteligência pré-filosófica dos gregos, a
inteligência astuta. O jogo elimina das relações sociais o elemento utilitário,
pondo em seu lugar a gratuidade. Talvez Huizinga idealizasse demais essa
qualidade humana, ao ver, por exemplo, a própria guerra entre certos grupos como um jogo. A finalidade não era eliminar o outro, mas mostrar o
próprio valor e, ao fazê-lo, reforçar laços sociais de caráter sagrado. Por outro
lado, temos a sensação de que o pensador holandês acertava: há quem vincule a crescente violência nos estádios – dentro e fora do campo de jogo – à
acelerada mercantilização do esporte. Esta traz sempre embutida a coisificação, a redução da habilidade e do talento a uma mercadoria posta à venda para quem paga mais. E, sem muito esforço, pode-se perceber, nesse processo, a redução objetivante das qualidades e valores individuais.
O predomínio da concepção do homem como “faber”, o processo de urbanização comandado pela industrialização eliminou dimensão lúdica. Ela
se expressava, sobretudo, na festa. Momento do gasto sem contrapartida.
Roger Callois cita o exemplo de grupos humanos que trabalham meses e meses
(evidentemente, seu calendário é outro) apenas para acumular o que será
gasto na festa. Tudo se consome: o resultado do trabalho coletivo e as próprias energias físicas se consomem na dança, na orgia, na bebida entorpecente. Quando se esgotam as forças físicas e sociais acaba o mundo cinzen-
to, opaco do cotidiano. Na sua intermitência descolorida desenha-se uma
realidade que tudo encaminha para a morte. A festa integra o grupo. Levao ao paroxismo do gasto para fazê-lo e iniciar um novo ciclo. Rejuvenescido.
As forças desintegradoras foram eliminadas no gasto sem contrapartida.
No mundo industrializado, as férias substituíram a festa. Nesta a
sociedade se integra. As férias levam cada um para seu próprio mundo,
para seu grupo, para um lazer que, se cria laços, estes têm a marca do efêmero. Não se gastam forças para renascer. Recuperam-se forças para voltar ao trabalho.
Penso em tudo isso no momento em que estamos chegando ao fim de
mais um semestre. De modo paradoxal um mês de trabalho intenso, quase insano. Mas também tempo das festas juninas, estas também, já canibalizadas pelo mundo do consumo: hot-dog na festa de São João, Santo
Antonio e São Pedro! Sim, não nos esqueçamos que no Nordeste é diferente! Mesmo assim é cada vez mais um espetáculo turístico, no qual se contempla aquilo que Michel de Certau chamava de “beleza do morto”: contemplamos a beleza do que o próprio “progresso” industrial destruiu e transformou em artefato turístico.
Não se pode ser saudosista e nem propor um regressivismo histórico. A
coincidência entre o acúmulo de trabalho e a festa junina anuncia as férias.
Que elas sejam um momento de festa, que nelas se recupere a beleza humana da contemplação. Das relações marcadas pela gratuidade no reencontro
“sem hora marcada” com as pessoas que nos são mais queridas.
Notas
Padre Wilson Denadai
Reitor da PUC-Campinas
Agenda
Ex-alunos de Jornalismo
ganham prêmio da CNBB
Faculdade de Jornalismo discute
fim da exigência do diploma
Os ex-alunos da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas
Esmael Neto, Guilherme Guimarães (foto) e Rafael Teixeira
foram os vencedores do Prêmio de Comunicação da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na categoria Prêmio
Clara de Assis para a Televisão, com o documentário "Chave
para a Liberdade". O vídeo foi feito, em 2007, como Trabalho
de Conclusão de Curso (TCC). Os vencedores participam, no
dia 14 de julho, em Porto Alegre, da cerimônia de premiação.
Segundo Guimarães, o prêmio é o reconhecimento do trabalho desenvolvido dentro da sala de aula. “Quanto mais pessoas
assistirem ao vídeo, melhor para divulgar a nossa proposta. Além
de ser fonte para outros trabalhos”, explicou. O documentário
feito pelos estudantes mostra como o projeto de aulas de skate
dentro da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo
ao Adolescente (CASA) pode ajudar na recuperação de menores infratores. O prêmio é entregue todos os anos aos trabalhos
que abordem os valores humanos, cristãos e éticos.
A Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas promove,
no dia 24 de junho, um encontro para analisar e discutir a
decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que acabou
com a exigência do diploma para o exercício da profissão.
O evento, voltado para professores, alunos e comunidade
externa, terá a presença de Agildo Nogueira Junior,
diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no
Estado de São Paulo/Regional Campinas, Guto Camargo,
presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no
Estado de São Paulo (SJSP) e 1º Secretário da Federação
Nacional dos Jornalistas (FENAJ), e Márcia Regina
Quintanilha, membro do Departamento de Mobilização,
Negociação Salarial e Direito Autoral da FENAJ e
secretária de Sindicalização do SJSP. Também está prevista
a participação do professor da Faculdade de Direito
Luiz Renato Vedovato. O evento ocorre às 19h30,
no Auditório Dom Gilberto, no Campus I.
Boletim Econômico começa a
analisar novas áreas da RMC
Pedagogia da PUC-Campinas
atende aos padrões do MEC
O Boletim Econômico PUC-Campinas, desenvolvido por
professores do Centro de Economia e Administração (CEA),
começa a desenvolver, a partir de junho, um novo assunto de
análise: estudos na área de finanças públicas, focando,
mensalmente, o volume dos recursos repassados pelo Estado
de São Paulo para os municípios da Região Metropolitana de
Campinas (RMC). O Boletim passa a ter também duas
sessões: “Indicadores Conjunturais”, que aborda o
desempenho da atividade industrial, balanço de pagamentos,
nível de preços, taxa SELIC e taxa de câmbio. A outra sessão,
“Assunto em Foco”, será um espaço para debater temas atuais
na área de economia. Atualmente, o Boletim analisa a RMC
nas áreas de emprego, cesta básica e comércio exterior. Os
dados do Boletim Econômico podem ser acessados pelo
portal da Universidade: www.puc-campinas.edu.br/imprensa.
O Ministério da Educação (MEC) divulgou,
oficialmente, a relação dos cursos de Pedagogia das
Instituições de Ensino que estavam relacionadas para
passarem por um processo de supervisão, com base nos
resultados do Exame Nacional de Desempenho de
Estudantes (ENADE) e do Indicador de Diferença
Entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD)
do ano de 2005 e que foram excluídos do processo de
supervisão. Entre eles, está o curso de Pedagogia da
PUC-Campinas. A Comissão de Especialistas em
Pedagogia nomeada pelo MEC excluiu o curso da
Universidade da relação por considerar que, a partir de
manifestações da Instituição, a oferta do curso atende
aos padrões adequados e que os resultados do ENADE
não correspondem à realidade do ensino.
22/06
Ciclo de Debates: “Os Desafios
da Metrópole: Políticas Públicas
para a RMC”. Tema: Questão
Ambiental. Organizado pelo
Núcleo de Pesquisa e Extensão
(Nupex) do Centro de Economia
e Administração (CEA). Sala 800
do Prédio H-01, no Campus I.
Inscrições: (19) 3343-6776 e
[email protected].
Data-limite para pedidos de
destrancamento de matrícula
e de retorno aos cursos dos
Programas de Pós-Graduação
Stricto Sensu.
Início do prazo para pré-matrícula
e matrícula acadêmica dos alunos
dos cursos dos Programas de
Pós-Graduação Stricto Sensu e
dos alunos com pedidos de
destrancamento e retorno
autorizados.
24 e 30/06
Período para entrega dos resultados escolares do 1º semestre dos
cursos de Graduação à Secretaria
Acadêmica do Centro.
25/06
Reunião do CONSUN.
30/06
Divulgação do resultado do
PIC – período agosto/2009 a
julho/2010.
Encerramento do semestre
letivo.
01 a 30/07
Período de férias docentes em
todas as suas atividades, exceto
gestão direta.
03/07
Término do prazo para prématrícula e matrícula acadêmica
dos alunos dos cursos dos
Programas de Pós-Graduação
Stricto Sensu e dos alunos com
pedidos de destrancamento e
retorno autorizados.
07/07
Data-limite para processamento,
no sistema acadêmico, dos
resultados escolares do
1º semestre referentes aos
cursos de Graduação.
08/07
Data-limite para pedidos de
destrancamento de matrícula e de
retorno aos cursos de Graduação.
09/07
Feriado Estadual
10 e 11/07
Recesso administrativo, exceto
em atividades que não podem
sofrer interrupção.
13/07
Data-limite para pré-matrícula
dos alunos dos cursos de
Graduação com pedidos de
destrancamento de matrícula
e de retorno autorizados.
17 a 23/07
Prazo para matrícula acadêmica
dos alunos nos cursos de
Graduação e para pedidos de
enriquecimento curricular e
dispensa de disciplina visando a
inclusão de nova disciplina na grade do presente semestre letivo.
23/07
Último dia da 1ª fase de matrículas para as Práticas de Formação.
Informações no Site do Aluno.
31/07
Término das atividades de
Iniciação Científica – período
de agosto/2008 a julho/2009.
Início do semestre letivo.
Reuniões pedagógicas de
docentes.
Expediente
Reitor- Padre Wilson Denadai; Vice-reitora - Angela de Mendonça Engelbrecht; Conselho Editorial - Wagner José de Mello, Rogério Bazi e Sílvia Regina Machado de
Campos; Coordenador do Departamento de Comunicação Social - Wagner José de Mello; Editora - Raquel Lima (MTb. 48.963); Repórteres - Adriana Furtado, Ana
Paula Moreira, Ciça Toledo, Du Paulino e Henderson Arsênio; Estagiários - Camila Marcusso, Carolina Medeiros, Daniel Abdala e Gabriel Barbieri; Revisão - Marly Teresa
G. de Paiva; Fotografia - Ricardo Lima; Tratamento de Fotos - Marcelo Adorno; Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica - Neo Arte; Impressão - Grafcorp; Redação Campus I da PUC-Campinas, Rodovia D. Pedro I, km 136, Parque das Universidades. Telefones: (19) 3343-7147 e 3343-7674. E-mail: [email protected]
Jornal da PUC-Campinas
22 de junho a 5 de julho/2009
03
Opinião
Quem vê cara não vê coração
Marcia Bossy
M
esmo um exame superficial da literatura de nossa área mostrará a recente
preocupação com a qualidade dos produtos informacionais derivados de novas práticas
de construção textual em voga na Internet: blogs
cooperativos, Wikipédia, etc. Wikipédia se parece,
à primeira vista, com uma enciclopédia; mas não é
bem isso. Igualmente, OhmyNews, por exemplo,
pode parecer, a um rápido olhar, um jornal. Esse
também não é bem o caso. A razão desse efeito
de ótica é a seguinte: os sítios são desenhados e diagramados como enciclopédia/jornal ou outros produtos informacionais tradicionais. A diferença não
reside na apresentação, na interface com o usuário, mas sim nas escolhas estratégicas de construção da expertise dos produtores da informação veiculada.
Na enciclopédia tradicional, o produtor da informação (do verbete) é previamente selecionado com
base em seu status de detentor do conhecimento
em determinada área de saber. Resta ao usuário, o
leitor-consultante, acatar tanto a informação quanto
a avaliação sobre sua validade. O programa de
Wikipédia inverte as relações de poder-saber: nenhum
requisito é necessário para tornar-se colaborador.
Seus gestores argumentam que práticas sociais de
escrita colaborativa, associada a dispositivos técnicos
“Raciocínio análogo
preside à realização de
sítios de jornalismo
colaborativo, trazendo
consigo a questão:
dada a divergência de
fontes, de recursos e de
agendas dos produtores
da informação,
como julgar
sua influência e
credibilidade?”
de inibição de vandalismo, farão evoluir o produto informacional a um formato aceitável de credibilidade.
Raciocínio análogo preside à realização de sítios de jornalismo colaborativo, trazendo consigo a questão: dada
a divergência de fontes, de recursos e de agendas dos
produtores da informação, como julgar sua influência e
credibilidade?
Galeria
Assim, do “ponto de vista do usuário”, é difícil
fazer a diferença entre os produtos informacionais tradicionais e os novos produtos eletrônico-colaborativos. Isso porque considerável esforço foi dispensado
em aproximar o aspecto exterior dos novos produtos com os antigos e são as práticas de gestão e de
construção de expertise que os distinguem. Somente
a atenta observação do modo de produção da informação poderá habilitar o usuário a avaliar o produto
informacional.
Muito se tem escrito sobre a fiabilidade dessas
fontes e sobre a qualidade do resultado desses esforços eletrônico-colaborativos, mas desejo aqui defender que este, talvez, não seja o bom foco do debate.
Toda demanda de informação tem dois requisitos básicos: a atualidade e a fiabilidade. Está aí desenhada a
tensão entre os dois polos: rapidez/agilidade/informalidade de um lado e fiabilidade/credibilidade/validação
de outro. Naturalmente, as condições de obtenção
de cada um são mutuamente exclusivas. Nem sempre podemos satisfazer completamente esses requisitos e cabe ao usuário avaliar a sua tolerância em vista de suas necessidades.
Diferentes demandas de informação podem privilegiar um requisito em detrimento de outro. Desde
a lista de compras rabiscada, consultada e logo amassada, até uma concessão de patentes, passando por
recibos, artigos de jornais e de periódicos de qualidade variável, contratos ou e-mails, usamos em nos-
sas vidas uma grande variedade de documentos
de diferentes níveis de validação. Sabemos disso
e, no mundo do papel, ao longo de tantos séculos, desenvolvemos uma complexa rede de sinais
que nos permite avaliar a qualidade da informação
veiculada. Essa avaliação se baseia em parte no
nosso conhecimento das práticas de construção
da informação que manipulamos e em parte nessa retórica construída ao longo de séculos.
Esse conjunto de sinais indispensáveis a uma
“navegação segura” não foi ainda completamente
desenvolvida para o trânsito da informação na
Internet. Mais ainda, pela primeira vez desde a
aparição da comunicação escrita, o produtor inicial não domina inteiramente o aspecto final que
o documento assumirá frente ao seu usuário. Assim
como no universo papel, nosso objetivo não deve
ser o de garantir a completa fiabilidade ou validação da informação circulando na Internet. A tentativa seria vã e não corresponde à demanda real
dos usuários. Um honesto programa para os profissionais da informação seria, ao contrário, o de
desenvolver a retórica indicativa das categorias fundamentais - validação e atualidade – da informação circulante.
Marcia Bossy é professora do Departamento de Ciência da
Informação na Universidade Federal Fluminense (UFF)
Fotos: Ricardo Lima
VOCÊ CONFIA
NAS INFORMAÇÕES
POSTADAS
POR OUTROS
INTERNAUTAS?
“Eventualmente, vejo
notícias na Internet. Em
geral, minha fonte de
informação são os jornais
e revistas. Uso a internet
para acessar meu e-mail e
alguns artigos acadêmicos,
nos quais confio. Não
costumo acessar blogs.”
Alexandre Monteiro –
Professor da Faculdade
de Matemática
“Não confio em qualquer informação que é
postada na Internet. Só confio naquelas em
que eu confio na fonte. Para os trabalhos da
faculdade não busco nada na Internet.”
“Acredito, mas, mesmo
assim, checo o assunto
várias vezes em sites
diferentes. Me baseio na
bibliografia do site para
ver sua credibilidade.”
“Confio, mesmo sabendo
que eu não deveria
confiar totalmente,
porque hoje em dia
qualquer um pode postar
o que quiser. Para
pesquisas procuro sites
que já são direcionados
para o meio acadêmico.”
Tatiana Martins – Aluna
do 4º ano da Faculdade
de Administração
“Confio, não sei se é certo, mas confio, principalmente
pela praticidade. Não costumo checar as informações,
pois acredito que os próprios sites devem ter a
preocupação de passar a veracidade para quem acessa.”
Vivian Queiroz – Aluna
do 1º ano da Faculdade
de Engenharia Civil
Fernanda Zenari - Aluna do 1º ano da
Faculdade de Relações Públicas
Edgard Batista de Moraes – Aluno do
3º ano da Faculdade de Filosofia
“Não acho que a Internet seja
uma fonte totalmente confiável.
Várias vezes, encontro um
mesmo assunto com
informações opostas em
sites diferentes.”
Anne Gabriela Marson – Aluna do
4º ano da Faculdade de Jornalismo
“Nunca vou pela primeira opinião,
sempre vejo várias fontes. Existem,
normalmente, na Internet,
problemas quanto à informação
de data e local. Para trabalhos da
faculdade sempre consulto livros.
Confio mais neles do que na
Internet.”
Clayton Caner – Aluno do 1º ano da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Imagem
Fotos: Ricardo Lima
ARQUITETURA TÊXTIL - Seis tensio-estruturas criadas por alunos do 1º ano
da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Campinas podem ser vistas
espalhadas no Campus I da Universidade. As estruturas foram desenvolvidas para a
disciplina de Geometria Aplicada. Segundo o professor da matéria, Sidney Tamai, o
objetivo é fazer com que os estudantes participem do projeto desde a etapa da escolha
dos materiais, da construção da escultura como maquete, até a execução. Os alunos
testam, experimentam projetos e fazem uma reflexão a partir do trabalho pronto. De acordo com o professor, a ideia é construir
uma estrutura dinâmica, que suporte oscilações, afim de que os estudantes conheçam itens importantes da arquitetura, como a
gravidade e a opacidade. Essas estruturas suportam tração e compressão, que o professor chama de arquitetura têxtil. “O aluno
gosta de fazer, construir, ver o trabalho na prática”, disse Tamai. A disciplina também é ministrada pelo professor Fábio Muzetti.
“Depende do material
pesquisado e do meu
discernimento. Existem
sites que já conhecemos
e sabemos que são
confiável. Sendo assim,
não tem porque não
utilizar suas informações.”
Henry Stapelbroek – Aluno
do 2º ano da Faculdade de
Relações Públicas
“ÉÉ PRECISO
parar DE
encarar A
INTERNET COMO
uma rede
de COMPUTADORES.
Ela É
UMA REDE
de pessoas.”
David Siegel, designer norte-americano, autor
de livros, como Futurize sua Empresa
04
22 de junho a 5 de julho/2009
Jornal da PUC-Campinas
Serviço
“A OUVIDORIA veio para
qualificar a Universidade”
Objetivo do reitor da PUC-Campinas, padre Wilson Denadai, é fazer
do novo canal de comunicação um agente de mudança institucional
Fotos: Ricardo Lima
Ciça Toledo
[email protected]
As comunidades interna e externa da PUCCampinas têm mais um canal de comunicação para fazer sugestões e críticas sobre os processos relacionados ao Ensino, Pesquisa e
Extensão. É a Ouvidoria, vinculada à Reitoria,
que tem como uma das principais atribuições
receber as demandas de estudantes, funcionários, professores e membros da comunidade externa e encaminhá-las às áreas competentes, acompanhando o desenrolar do processo e dando retorno ao interessado das providências tomadas. Para socializar o novo serviço com a comunidade interna, o reitor da
Universidade, padre Wilson Denadai, acompanhado das ouvidoras Edna Couto e Rosa
Maria Gontijo, está visitando os cinco Centros
da Instituição.
Uma das atribuições do novo serviço é
orientar a comunidade interna e externa sobre
a forma de encaminhar seus pedidos às instâncias da Instituição, instruindo-os dos procedimentos e acompanhando os trâmites
legais. Cabe também à Ouvidoria identificar problemas no atendimento aos membros
da Instituição, a partir da apuração da situação apresentada. “Após a análise do caso, a
Ouvidoria pode apresentar às instâncias superiores da Universidade propostas de mudanças dos processos e condições de trabalho,
revisão de normas e alteração de procedimentos, visando melhorias da qualidade no
atendimento”, explicou o reitor da PUCCampinas. “Por essas características, a
Ouvidoria transformou-se em um importante agente de mudança institucional”, completou.
O atendimento aos contatos no novo serviço é feito pelas ouvidoras e demais integrantes da equipe. “Após recebermos a demanda, encaminhamos a questão à área competente
e informamos ao interessado, no menor prazo possível, as providências tomadas”, contou
Edna. Apesar de a Ouvidoria identificar o problema no atendimento ao requerente a partir
da apuração do caso e de apresentar uma resposta para a resolução da questão, o serviço
não substitui nenhuma instância superior da
Universidade. “A ouvidoria também não tem
poder deliberativo e nem competência de
recurso”, completou Rosa Maria. A Ouvidoria
resguardará o sigilo das informações.
Os relatórios periódicos encaminhados
pelas ouvidoras à Reitoria e à Sociedade
Campineira de Educação e Instrução (SCEI),
mantenedora da Universidade, têm trazido
informações importantes para a reflexão e ação
dos gestores. “A Ouvidoria está nos ajudando
a ver o que não conseguimos observar na nossa rotina diária”, disse o reitor, otimista com
o novo serviço. No entanto, ele faz um alerta. “O sucesso da Ouvidoria também depende do envolvimento de toda a comunidade
universitária, o que significa que cada um de
nós deve se sentir realmente parte desse serviço”, disse.
Fale com a Ouvidoria
O reitor da PUC-Campinas, padre Wilson Denadai, e
as ouvidoras Edna Couto (à esq.) e Rosa Maria Gontijo
www.puc-campinas.edu.br/servicos/ouvidoria
Rodovia Dom Pedro I – km 136 Campus I
(antigo prédio da reitoria)
Telefones: (19) 3343-7647 e 3343-7648
E-mail: [email protected]
OPINIÃO
“A Ouvidoria é um sinal de que estamos amadurecendo.
Com a sua criação, a Universidade mostrou uma postura
corajosa até para repensarmos nossos processos internos.
A Ouvidoria é uma condição democrática do processo de
ensino-aprendizagem e não deve ser vista como um canal de
reclamação, mas, sim, de interlocução, de intermediário
entre as várias instâncias da Instituição.”
Wilson Ribeiro dos Santos Júnior, professor da Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo do Centro de Ciências Exatas,
Ambientais e de Tecnologias (CEATEC)
“Acho importante a
existência de uma Ouvidoria.
Já fui representante de sala e
havia muita burocracia para
solucionar problemas
acadêmicos. O medo e a
demora faziam com que os
alunos deixassem de expor
sua insatisfação. Com a
Ouvidoria, o processo é mais
rápido e fica mais fácil de o
aluno ficar satisfeito em
estudar na universidade.”
Henrique de Carvalho
Quintana, estudante do
3º ano da Faculdade de
Administração
“Achei ótima a iniciativa. Acho que a
Ouvidoria pode reduzir uma das maiores
insatisfações dos alunos, que é a demora
na resposta dos requerimentos que são
protocolados nas Secretarias
Acadêmicas. Temos agora um órgão
auditor, que permite a integração com
todas as instâncias da Universidade.”
Fábio da Silva Domingos, auxiliar de
escritório da Secretaria Acadêmica
do Centro de Linguagem e
Comunicação (CLC)
SAIBA MAIS
A Ouvidoria da PUC-Campinas
está regulamentada pela Resolução
Normativa PUC nº 002/09, de
15 de janeiro de 2009.
Jornal da PUC-Campinas
22 de junho a 5 de julho/2009
05
Moradia
Lar, doce lar?
Boa distribuição das tarefas, cuidado com os gastos e flexibilidade
garantem tranquilidade para viver longe dos pais
Henderson Arsênio
[email protected]
Morar sozinho, dividir um apartamento ou optar por uma república? Morar perto
da Universidade ou na região mais central? Seja como for, é preciso haver planejamento, organização e adaptação quando se escolhe morar longe dos pais.
Fotos: Ricardo Lima
PLANEJAMENTO:
primeira ferramenta a ser adotada
PAAA E NAS
Logo na hora de definir onde morar, o planejamento é fundamental. “É necessário conhecer todo
o ambiente ao redor da moradia, como linhas de ônibus, agências de banco, supermercados e até a
proximidade da faculdade”, indicou o professor Júlio Diniz Júnior, da Faculdade da Administração.
Morar perto do campus tem os seus benefícios: o aluno conta com todos os recursos da unidade,
como as bibliotecas e os laboratórios de informática, disponíveis sempre que precisar. “É bem legal
morar perto da faculdade. Além disso, meus amigos também moram aqui e fazemos um tipo de república. Dividimos compras, conversamos e saímos juntos. Normalmente, quem reside nessa região
não acha legal pela falta de companhia, mas aqui não há esse problema”, disse o estudante de Administração
com habilitação em Comércio Exterior Felipe de Almeida.
O aluno José Victor Ferreira, do 1º ano da Faculdade de Publicidade e Propaganda, pretende dividir uma casa maior com outras pessoas. “Como estou em busca de mais comodidade e segurança,
dividir um apartamento seria o ideal”, disse. Em situações como essa, o planejamento financeiro é
ainda maior. “É necessário estabelecer com antecedência quais os gastos que os dois ou três estudantes estão dispostos a assumir, respeitando os recursos financeiros e as disponibilidades de cada um”,
recomendou o professor.
ORGANIZAÇÃO:
vital para as tarefas do cotidiano
“No início, eu vinha, diariamente, de Amparo para a Universidade de
van. Mas, já tinha a necessidade de me mudar para a cidade quando fiquei
sabendo de uma vaga em uma república em Barão Geraldo”, disse o estudante
João Pedro Badarel, aluno do 4° ano da Faculdade de Publicidade e Propaganda
e que divide moradia, há dois anos, com outros nove rapazes nas proximidades do Campus I.
A aluna Fernanda Nascimento, da Faculdade de Nutrição, conta com um
elaborado sistema de organização de tarefas no apartamento que divide com outras
duas colegas: “A cada semana, uma de nós fica responsável pela faxina dos cômodos. Cada moradora é responsável por lavar sua louça. E as roupas nós levamos
até a casa das nossas mães para lavar”, relatou a estudante do Campus II.
Organizar-se no novo espaço é um dos pontos fundamentais para o estudante que resolve morar longe da cidade natal. “Existem tarefas adaptativas a
serem superadas que envolvem tomar decisões sozinho, desde questões financeiras até o tempo reservado ao estudo”, informou a professora Isabel Bariani,
da Faculdade de Psicologia.
O professor Julio Diniz indica uma forma prática de se organizar financeiramente quando o imóvel é dividido por duas ou mais pessoas. “O ideal é colocar os gastos e as disponibilidades em uma planilha e fazer dessa planilha uma
verdadeira ‘cartilha’. Gastos extras somente com a autorização e conhecimento dos envolvidos. As compras semanais evitam desperdícios, como perda de
validade de produtos. E, com o planejamento efetuado, dividir todas as despesas”, sugeriu.
SAIBA MAIS
Segundo sites
especializados, os imóveis
mais procurados nessa
época do ano são as
kitnets e os apartamentos
de um ou dois dormitórios. Os preços do aluguel
variam de R$ 400 a
R$ 1.000. E a maior
procura ocorre entre a
região central e os bairros
de Barão Geraldo e
Parque das
Universidades, onde
ficam as principais
universidades.
Para colaborar com a rápida
adaptação, os calouros são
convidados a participar do
Projeto de Acompanhamento Acadêmico do Aluno
(PAAA). O projeto promove
um espaço de acolhimento e
orientação ao estudante e
tem como objetivo principal
integrar o aluno à faculdade.
Os estudantes também
contam com o apoio do
Núcleo de Atenção Solidária
(NAS), que mantém uma
lista atualizada de moradias
como kitnets e pensionatos
voltados ao público
estudantil. “Embora essas
casas não possuam vínculo
com a universidade, elas
servem como mais uma
alternativa para pais e alunos
de fora da cidade se estabelecerem com conforto e
segurança”, informou a
assistente social do NAS
Katia Muniz. Para outras
informações, consulte o
Site do Aluno no portal
www.puc-campinas.edu.br.
FLEXIBILIDADE:
pré-requisito para o sucesso
Gerir a própria vida longe dos cuidados dos pais não é uma tarefa simples para qualquer um. “No início, contei com o apoio da minha mãe para
escolha da moradia. Também fazia compras nos mercadinhos das redondezas e limpava sozinha minha casa”, contou Lívia Lourensini, aluna do 3º
ano da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Segundo a professora Bariani,
o excesso de organização e individualismo são características predominantes àqueles alunos que vivem bem morando sozinhos. “Mas nem sempre
morar sozinho é uma opção: em muitos casos, o aluno opta por viver só
por não haver outra alternativa”, informou.
Para ela, o período na universidade ocorre em paralelo àquele em que
os jovens tornam-se adultos. “A instituição contribui para sedimentar os
valores e identidades que o estudante já possui e que carregará para o resto
da vida”, declarou. (Colaboraram Carolina Medeiros e Gabriel Barbieri)
Jornal da PUC-Campinas
06
22 de junho a 5 de julho/2009
Comportamento
Na onda da WEB 2.0
Postando artigos,
vídeos ou fotos,
participando de redes
de relacionamento ou
de salas de bate-papo,
as pessoas
encontraram na
internet a vitrine
ideal para mostrar
o que pensam,
fazem e até o
que vivenciam
Fotos: Ricardo Lima
Du Paulino
[email protected]
Há cerca de quatro anos, Murillo Nascimento, aluno da Faculdade de Jornalismo da
PUC-Campinas, decidiu criar um blog para
dividir com outras pessoas sua visão crítica
sobre política, economia, jornalismo e o movimento estudantil. Desde então, sempre acha
um tempinho para alimentar seu diário online. “A possibilidade de você publicar um
texto seu, de escrever algo e não deixar dentro de uma gaveta, mas de fazer com que seja
lido por várias pessoas só alimenta a vontade
de escrever”, explicou.
No site “Vamos Nessa”, a aluna da
Faculdade de Publicidade e Propaganda Thaís
Megumi Toda escreve matérias, posta vídeos
e fotos sobre entretenimento. Na intenção
de dar maior visibilidade ao seu trabalho,
começou a encaminhar seus textos e fotos
para sites dedicados à notícia. Já teve cinco de
seus textos publicados no “Eu, Repórter”,
canal aberto pelo site Cosmo para receber
contribuição dos leitores, e outros dois no
portal de notícias G1, por meio do canal “VC
no G1”. “Quando eu mandei, não achei que
eles iriam aceitar. Foi uma surpresa terem
colocado no site”, contou.
Nascimento e Thaís fazem parte de uma
parcela de internautas para os quais navegar
na internet em busca de informações não é
suficiente. Assim como eles, milhões de internautas em todo o mundo dedicam parte do
tempo para produzir, organizar e disponibilizar informações para acesso de outros internautas e, na maioria das vezes, não recebem
remuneração ou crédito. Esse é o conceito de
internet colaborativa ou Web 2.0.
do se trata de sites cuja construção é baseada
na postagem de material pelos próprios usuários. A maioria dos seus colaboradores aposta em vídeos engraçados, que têm maior apeDesafio de qualidade
lo entre o público. O sucesso é tanto que várias
Para o professor Artur Araujo, da
pessoas anônimas se tornaram verdadeiras
Faculdade de Jornalismo, a participação do
celebridades da internet depois de
público é uma tendência que veio
para ficar, mas que não compro“TEMOS CADA terem vídeos seus postados. Mas
também é possível encontrar vídeos
mete o trabalho do jornalista.
VEZ MAIS
Caberá ao profissional de ENUNCIADORES com conteúdo sério. Instituições
como universidades e empresas de
imprensa, segundo ele, o comC
O
M
P
E
T
I
N
D
O
,
comunicação vislumbram no site
promisso com a credibilidade,
checando com critério as infor- CONCORRENDO um espaço para divulgar suas promações recebidas. “Eu diria que E CRITICANDO duções. A TV PUC-Campinas,
A PRODUÇÃO por exemplo, desde o início deste
a mídia não está em cheque no
sentido de extinção, mas está em JORNALÍSTICA.” ano, disponibiliza a sua programação em uma página no site criada
cheque num desafio de qualidaespecificamente para esse fim.
de. Temos cada vez mais enunciadores comEmbora pareça um fenômeno novo,
petindo, concorrendo e criticando a produsegundo
o professor Carlos Miguel Tobar
ção jornalística”, destacou.
Toledo,
da
Faculdade de Engenharia de
O YouTube é um grande exemplo quan-
”
Acima, à esquerda, Murillo Nascimento; ao lado,
Thaís Megumi Toda; acima, Artur Araujo
Computação, as ferramentas que possibilitam essa interação já existem há algum tempo. “A web começou a ser usada pela população em meados da década de 90. Naquela
época, já existia essa tecnologia que temos
hoje”, explicou. Ele acredita que esse movimento participativo do internauta seja fruto da inclusão digital. “Com certeza, a facilidade de acesso a computadores e à internet, principalmente pelo custo, contribui
com o uso desses serviços que estavam à disposição.”
Wikipédia
PROGRAMA:
O Assunto É “Internet
Colaborativa”
Na TV PUC-Campinas
(canal 10 da NET):
> Terça-feira
(23/06) – 14h
(30/06) – 14h30
> Quarta-feira
(24/06) – 19h
(01/07) – 19h30
> Sexta-feira
(26/06) – 0h
(03/07) – 00h30
> Sábado
(27/06) – 19h
(04/07) – 19h30
> Domingo
(28/06) – 13h
(05/07) – 13h30
> No Youtube
www.youtube.com.
br/tvpuccampinas
Quanto maior a participação do internauta, maior é o número de informações disponíveis. Um exemplo é a enciclopédia online Wikipédia. Construída com textos dos
próprios internautas, que também podem
acrescentar e excluir informações nos artigos
de outros internautas, a enciclopédia tem versões em aproximadamente 270 idiomas. Só
na Língua Portuguesa existem cerca de 485
mil artigos, segundo informações disponíveis
no próprio site. São tantos temas tratados que
a enciclopédia se tornou uma das fontes de
pesquisa mais requisitadas. Mas será que as
informações contidas ali são confiáveis? Para
o professor da Faculdade de Biblioteconomia
César Antonio Pereira, a enciclopédia pode
até ser uma fonte de informação para o diaa-dia, desde que o assunto pesquisado não
venha ser usado na elaboração de trabalhos
acadêmicos. “Cientificamente, a Wikipédia
não é uma fonte de informação confiável”,
justificou.
Para as pesquisas acadêmicas, Pereira recomenda que os internautas busquem informações em organismos de amparo à pesquisa, em bases de dados institucionalizadas, nas
versões on-line de revistas científicas e mesmo no acervo de veículos de comunicação
que já podem ser visualizados em versões
digitalizadas.
Jornal da PUC-Campinas
22 de junho a 5 de julho/2009
07
9º Festival de Inverno
de Amparo
O Jornal da PUC-Campinas
selecionou uma série de atrações
para você curtir as férias de julho e o
inverno. Veja aquela que mais lhe
agrada e aproveite!
> De 7 de julho a 1º de agosto
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a
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r
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In
Di
vu
lga
ção
Divulgação/Rachel Guedes
A diversidade cultural toma conta de
Amparo, com música para todos os
gostos, danças, teatro, cinema na praça, oficinas educativas e culturais,
recreação e lazer para a criançada,
Feira de Artesanato e Quitutes e, ainda, um palco reservado para a apresentação dos novos talentos de
Amparo e região. As diversas apresentações artísticas e oficinas culturais serão realizadas na Praça Pádua
Salles. O objetivo é oferecer aos moradores da cidade e também aos turistas que costumam viajar para o
Circuito das Águas na época de férias
acesso gratuito à arte, ao lazer e ao
entretenimento. A programação inclui shows de Frejat e Elba Ramalho.
Fotos: Divulgação
Festival Internacional de
Inverno de Campos do
Jordão 2009
> De 4 a 26 de julho
O Festival terá 45 espetáculos em 23 dias, grande parte deles com preços populares, e 20 concertos
gratuitos. Serão realizados em seis espaços em
Campos do Jordão - Auditório Cláudio Santoro,
Praça do Capivari, Capela do Palácio Boa Vista,
Igreja Santa Terezinha, Igreja São Benedito e Igreja
Nossa Senhora da Saúde. A edição de 2009 tem
por tema o Ano da França no Brasil, e também
presta homenagens a Heitor Villa-Lobos, falecido há 50 anos. No dia 7 de julho, a Orquestra
Sinfônica de Campinas se apresentará com a regência de Ligia Amadio, às 21h, no Auditório Cláudio
Santoro, com capacidade para 852 pessoas. Os
ingressos para os concertos do Festival
Internacional de Inverno de Campos do Jordão
custam entre R$ 20,00 e R$ 80,00 e estarão à venda a partir de 22 de junho.
> Informações
www.festivalcamposdojordao.org.br
Divulgação/PMSA
Festival de Arte Serrinha
> De 13 a 26 de julho
9º Festival de
Inverno
de Paranapiacaba
> De 11 a 26 de julho
A Vila de Paranapiacaba, localizada no território de Santo André, recebe alguns dos melhores nomes da
música brasileira, garantindo espaço também para os talentos da região.
Toquinho, Luciana Melo, Luiza Possi e Oswaldo Montenegro são alguns
dos destaques confirmados. As atrações deste ano ocorrerão no palco do
Viradouro. Paranapiacaba mantém, até hoje, suas características inglesas nas
construções e na constante neblina que cobre o local. Outras atrações são o
relógio da estação e o campo de futebol, onde, em 1894, Charles Miller
jogou sua primeira partida de futebol no Brasil.
Alguns dias de experimentações artísticas nos
campos, jardins e matas de uma fazenda. Isso é o
Festival de Arte Serrinha, em Bragança Paulista,
que, neste ano, chega à sua 8ª edição. Durante a
primeira semana, entre 13 e 19 de julho, os ateliês da Fazenda Serrinha estarão abertos para artistas e estudantes de arte desenvolverem trabalhos
autorais. Na segunda semana, oficinas de teatro,
moda, design, fotografia e literatura. E mais: shows,
entre eles o de Arnaldo Antunes, palestras, ciclo
de cinema nacional e atividades de arte-educação
para crianças. O Arte Serrinha é aberto a pessoas
de todas as áreas do conhecimento.
> Informações
www.festivaldearteserrinha.com.br
Fotos: Divulgação
Divulgação
Clip Festival
>Dia de 28 de junho
O festival de pop/rock ocorrerá no Estádio do
Primavera, em Indaiatuba. Serão mais de 9 horas de
atrações ao vivo. A proposta do evento é abrir espaço
para vários estilos. De acordo com os organizadores, entre as atrações confirmadas estão
NX Zero, Pitty, Charlie Brown Júnior, Túlio Dek, Fresno, Natiruts, Lipstick e Fatale.
> Informações
www.clipfestival.com.br.
Festival de Inverno de Serra Negra
> De 3 de julho a 2 de agosto
7ª Festa Literária Internacional
de Paraty (FLIP)
> De 1º a 5 de julho
Neste ano, a FLIP, uma das mais importantes feiras literárias do mundo, homenageia o escritor
pernambucano Manuel Bandeira (1886-1968).
Estarão reunidos em Paraty mais de 30 autores,
em 18 mesas que abordarão da poesia à ciência,
do jornalismo literário à crítica musical, da literatura portuguesa à história, do conto e dos quadrinhos à arte contemporânea. A primeira noite
da FLIP 2009 terá o show de Adriana Calcanhotto,
com abertura de Romulo Fróes e banda. Desde
o ano passado, a FLIP realiza a transmissão dos
eventos ao vivo pela Internet para que todos aqueles que não vão a Paraty possam acompanhá-los
em tempo real.
O Festival de Inverno de Serra Negra reúne uma série de apresentações em
diversos pontos da cidade. Entre as atrações, há apresentação de orquestras, bandas, corais e peças teatrais. No dia 9 de julho, está prevista a participação do Coral
Sinfônico Koinonia de Campinas.
> Informações
(19) 3842-2109 / 3892-7256
Fotos: Divulgação
Concertos Paulínia 2009
> A partir de 7 de julho
Começa, no dia 7 de julho, uma série de oito concertos internacionais no Theatro Municipal de Paulínia.
A estreia terá a apresentação da Orquestra de Câmara
de Berlim (Alemanha). A programação, que vai até
novembro, inclui ainda a Orquestra Filarmônica de
Israel, a Orquestra Filarmônica de Buenos Aires, entre
outras atrações.
> Informações
> Informações
www.flip.org.br.
www.concertospaulinia.com.br
22 de junho a 5 de julho/2009
08
Jornal da PUC-Campinas
Pé na estrada
INCAnsável
América Latina
Fotos: arquivo pessoal
Aluno da
PUC- Campinas
conta a experiência
de conhecer, por conta
própria, o Peru e a
Bolívia em uma
viagem de 15 dias
LIMA - PERU
MACHU PICCHU
João Solimeo
Já há alguns anos, eu sonhava com uma
viagem ao Peru. A terra dos Incas, a lendária
Machu Picchu, as lhamas, o povo com roupas coloridas. No início deste ano, aproveitando as férias tiradas do meu trabalho como
editor de imagens do Laboratório de Imagem
e Som (LaBIS), no Centro de Linguagem e
Comunicação (CLC), resolvi colocar o sonho
em prática.
Sem agências de turismo, sem guias e só
com uma vaga ideia de roteiro na minha
cabeça, pensei em pegar o “Trem da Morte”,
na fronteira entre o Brasil e a Bolívia. Mas,
estudando preços de passagens aéreas resolvi ir direto a Lima, capital do Peru, e vir “descendo” de lá. Cheguei na manhã de 7 de
janeiro. Com 10 milhões de habitantes, vista do avião Lima parecia uma grande favela
empoeirada, mas a realidade é bem diferente. O centro histórico foi tombado pela
Unesco como Patrimônio Cultural da
Humanidade. Foi lá que conheci a Catedral
de Lima, o Palácio de Governo, a Praça de
Armas, o Parque da Muralha e as Catacumbas
de São Francisco. Localizadas sob a Igreja de
São Francisco (declarada Basílica Menor de
Lima pelo Papa João XXIII), as catacumbas
contém centenas de ossadas das pessoas que
ali eram enterradas antes da abertura de cemitérios na cidade.
Outra curiosidade de Lima é o trânsito caótico e os ônibus antigos. Os cobradores ficam
na porta gritando todo o trajeto e, literalmente, puxando os passageiros para dentro, enquanto o motorista buzina constantemente, abrindo caminho por entre carros, pedestres e táxis.
O bairro de Miraflores é o mais moderno
e rico da cidade. São avenidas largas, arborizadas, com prédios residenciais, restaurantes
e supermercados. No Parque Kennedy há
dezenas de restaurantes, albergues com bons
preços e vida noturna agitada.
J
LA PAZ
MACHU PICCHU
Meu próximo destino foi Cusco, antiga
capital do Império Inca. É possível ir de Lima
a Cusco de avião (o que é recomendável se for
um trajeto de ida e volta), mas resolvi pagar um
quarto do preço da passagem aérea pegando
um ônibus leito da Viação Cruz Del Sur, que
tem um terminal próprio em Lima. A viagem
é longa, por volta de vinte horas, e o trajeto
final é um pouco nauseante, devido às curvas
constantes.
Cusco é uma cidade impressionante, que
ILHA DO SOL
“HÁ ALGUNS
ANOS, EU
SONHAVA COM
UMA VIAGEM
AO PERU. A TERRA
DOS INCAS,
A LENDÁRIA
MACHU PICCHU,
AS LHAMAS, O
POVO COM
ROUPAS
COLORIDAS...”
”
CATEDRAL - LIMA
CUSCO
cheira à história. Encravada no topo dos Andes,
é relativamente grande e desenvolvida, mas
mantém as características de séculos de história inca e espanhola. As marcas da colonização
espanhola, misturadas à cultura Inca, estão por
toda Cusco. Há dezenas de igrejas de paredes
grossas e torres largas, com quatro sinos. Visitei
Qorikancha, antigo templo principal do
Império Inca, e o contraste com a civilização
espanhola é muito interessante.
De Cusco peguei um trem turístico que,
em uma viagem de quatro horas, me levou até
Águas Calientes, onde fica Machu Picchu. No
albergue que fiquei, conheci um holandês chamado Pram, uma irlandesa chamada Janet e
uma alemã chamada Gita, que já havia morado no Brasil. Saímos às 4h da manhã seguinte para pegar o ônibus para Machu Picchu e
já encontramos uma longa fila para a subida,
que durou por volta de vinte minutos, por
uma estradinha sinuosa. Difícil descrever a
emoção de chegar àquela cidade histórica. Eu
estava em Machu Picchu!
Continuei na companhia dos novos amigos europeus e fomos até a base do monte
Wayna Picchu para pegar senhas para sua escalada. Havia duas saídas agendadas e nós conseguimos pegar o horário das 10h. É uma subida difícil, que exige preparo físico, mas a vista lá de cima é espetacular.
Depois de voltar a Cusco, fui de ônibus
para a cidade de Puno, às margens do lago
navegável mais alto do mundo, o Titicaca (3.800
metros acima do mar), e depois cruzei para a
Bolívia até a cidade de Copacabana.
De barco, fui até a Ilha do Sol, onde passei a noite (pagando apenas US$ 4 por um
quarto com banheiro). A vista do pôr do sol
no lago Titicaca valeu a viagem. De Copacabana
peguei outro ônibus para La Paz, capital da
Bolívia. A cidade é dividida entre a parte alta
e a parte baixa, e os pulmões sentem a falta de
oxigênio no ar rarefeito. À noite, as milhares
de luzes das casas nos morros brilham como
estrelas, mas é uma cidade muito pobre e populosa. Peguei uma excursão até a cidade arqueológica de Tiwanaku, que pode não ter o mesmo “charme” místico de Machu Picchu, mas
também é muito interessante.
Como era verão, chovia muito na Bolívia
e havia o risco de as estradas se fecharem por
deslizamentos, então, parti logo para Santa
Cruz de la Sierra, cidade mais moderna da
Bolívia. Tive a impressão de estar em outro
país. O povo, o clima, a cultura, tudo é diferente na planície quando comparado à parte
alta da Bolívia. Havia manifestações constantes contra o presidente Evo Morales, que
conseguiu mudar a constituição em um plebiscito, que ocorreu alguns dias depois da
minha volta.
Foram 15 dias de uma viagem emocionante, que poderiam render um livro. Mais de
duas mil fotografias, transporte por ar, terra e
água e o contato com uma cultura tão perto
de nós, mas desconhecida por muitos.
Recomendo muito que se faça a viagem.
João Solimeo, é editor de imagens e aluno do 1º ano
da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas
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Ouvidoria: - PUC