Ano V - Número 89 Informativo quinzenal da Pontifícia Universidade Católica de Campinas 22 de junho a 5 de julho/2009 www.puc-campinas.edu.br Minha casa, sua casa Fotos: Ricardo Lima Muitos estudantes aproveitam o fim do semestre e o período de férias para procurar um novo lugar para morar. Quem mora sozinho tenta encontrar alguém para dividir um apartamento ou as numerosas repúblicas. Outros já acham que é hora de deixar os colegas para trás e montar a sua própria casa. Nessa hora pesa uma série de fatores, como personalidade, infraestrutura dos bairros e questões financeiras. Independentemente de como você mora ou vai morar, o importante é ter planejamento, organização e adaptação quando se escolhe viver longe dos pais. Veja as histórias dos estudantes da PUC-Campinas Felipe de Almeida, da Faculdade de Administração com habilitação em Comércio Exterior; João Pedro Badarel, da Faculdade de Publicidade e Propaganda, e Lívia Lourensini, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Página 05 Ouvidoria: novo canal de comunicação Internet colaborativa As comunidades interna e externa da PUCCampinas ganharam um novo canal de comunicação para fazer sugestões e críticas sobre os processos relacionados ao Ensino, Pesquisa e Extensão: a Ouvidoria. Vinculada à Reitoria, o novo órgão tem como uma das principais atribuições receber as demandas de estudantes, funcionários, professores e membros da comunidade externa e encaminhá-las às áreas competentes, acompanhando o desenrolar do processo e dar retorno ao interessado das providências tomadas. “A Ouvidoria transformou-se em um importante agente de mudança institucional”, disse o reitor padre Wilson Denadai. Página 04 Postando artigos, vídeos ou fotos, participando de redes de relacionamento ou de salas de bate-papo, as pessoas encontraram na internet a vitrine ideal para mostrar o que pensam, fazem e até o que vivenciam. São pessoas que dedicam parte de seu tempo para produzir, organizar e disponibilizar informações para acesso de outros internautas. E, na maioria das vezes, não recebem nada por isso: nem remuneração ou crédito. A aluna da Facul-dade de Publicidade e Propaganda Thaís Megumi Toda (foto) é uma delas. Ela tem um site em que posta vídeos e fotos sobre entretenimento. Página 06 Arquivo pessoal Pé na estrada MURAL HERANÇA INCA - João Solimeo, editor de imagens do Laboratório de Imagem e Som (LaBIS) do Centro de Linguagem e Comunicação (CLC) e estudante do 1º ano da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas, conta a experiência de passar 15 dias viajando por conta própria pelo Peru e Bolívia. Página 08 Confira uma série de dicas culturais que o Jornal da PUC-Campinas escolheu para você curtir durante as férias e o inverno. Página 07 02 22 de junho a 5 de julho/2009 Jornal da PUC-Campinas Editorial Boas férias! J ohn Huizinga definiu como característica decisiva da humanidade o jogo. O título de seu livro “Homo ludens” contrapõe-se, de modo direto, ao “homo faber” e ao “homo sapiens”. No jogo se inclui tanto o fazer prático criador quanto o pensamento sobre o mundo. A habilidade das mãos e o pensar lógico. Mais: o jogo dá lugar ao improviso, à criação, à malícia, aquelas qualidades da inteligência pré-filosófica dos gregos, a inteligência astuta. O jogo elimina das relações sociais o elemento utilitário, pondo em seu lugar a gratuidade. Talvez Huizinga idealizasse demais essa qualidade humana, ao ver, por exemplo, a própria guerra entre certos grupos como um jogo. A finalidade não era eliminar o outro, mas mostrar o próprio valor e, ao fazê-lo, reforçar laços sociais de caráter sagrado. Por outro lado, temos a sensação de que o pensador holandês acertava: há quem vincule a crescente violência nos estádios – dentro e fora do campo de jogo – à acelerada mercantilização do esporte. Esta traz sempre embutida a coisificação, a redução da habilidade e do talento a uma mercadoria posta à venda para quem paga mais. E, sem muito esforço, pode-se perceber, nesse processo, a redução objetivante das qualidades e valores individuais. O predomínio da concepção do homem como “faber”, o processo de urbanização comandado pela industrialização eliminou dimensão lúdica. Ela se expressava, sobretudo, na festa. Momento do gasto sem contrapartida. Roger Callois cita o exemplo de grupos humanos que trabalham meses e meses (evidentemente, seu calendário é outro) apenas para acumular o que será gasto na festa. Tudo se consome: o resultado do trabalho coletivo e as próprias energias físicas se consomem na dança, na orgia, na bebida entorpecente. Quando se esgotam as forças físicas e sociais acaba o mundo cinzen- to, opaco do cotidiano. Na sua intermitência descolorida desenha-se uma realidade que tudo encaminha para a morte. A festa integra o grupo. Levao ao paroxismo do gasto para fazê-lo e iniciar um novo ciclo. Rejuvenescido. As forças desintegradoras foram eliminadas no gasto sem contrapartida. No mundo industrializado, as férias substituíram a festa. Nesta a sociedade se integra. As férias levam cada um para seu próprio mundo, para seu grupo, para um lazer que, se cria laços, estes têm a marca do efêmero. Não se gastam forças para renascer. Recuperam-se forças para voltar ao trabalho. Penso em tudo isso no momento em que estamos chegando ao fim de mais um semestre. De modo paradoxal um mês de trabalho intenso, quase insano. Mas também tempo das festas juninas, estas também, já canibalizadas pelo mundo do consumo: hot-dog na festa de São João, Santo Antonio e São Pedro! Sim, não nos esqueçamos que no Nordeste é diferente! Mesmo assim é cada vez mais um espetáculo turístico, no qual se contempla aquilo que Michel de Certau chamava de “beleza do morto”: contemplamos a beleza do que o próprio “progresso” industrial destruiu e transformou em artefato turístico. Não se pode ser saudosista e nem propor um regressivismo histórico. A coincidência entre o acúmulo de trabalho e a festa junina anuncia as férias. Que elas sejam um momento de festa, que nelas se recupere a beleza humana da contemplação. Das relações marcadas pela gratuidade no reencontro “sem hora marcada” com as pessoas que nos são mais queridas. Notas Padre Wilson Denadai Reitor da PUC-Campinas Agenda Ex-alunos de Jornalismo ganham prêmio da CNBB Faculdade de Jornalismo discute fim da exigência do diploma Os ex-alunos da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas Esmael Neto, Guilherme Guimarães (foto) e Rafael Teixeira foram os vencedores do Prêmio de Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na categoria Prêmio Clara de Assis para a Televisão, com o documentário "Chave para a Liberdade". O vídeo foi feito, em 2007, como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Os vencedores participam, no dia 14 de julho, em Porto Alegre, da cerimônia de premiação. Segundo Guimarães, o prêmio é o reconhecimento do trabalho desenvolvido dentro da sala de aula. “Quanto mais pessoas assistirem ao vídeo, melhor para divulgar a nossa proposta. Além de ser fonte para outros trabalhos”, explicou. O documentário feito pelos estudantes mostra como o projeto de aulas de skate dentro da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA) pode ajudar na recuperação de menores infratores. O prêmio é entregue todos os anos aos trabalhos que abordem os valores humanos, cristãos e éticos. A Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas promove, no dia 24 de junho, um encontro para analisar e discutir a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que acabou com a exigência do diploma para o exercício da profissão. O evento, voltado para professores, alunos e comunidade externa, terá a presença de Agildo Nogueira Junior, diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo/Regional Campinas, Guto Camargo, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e 1º Secretário da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), e Márcia Regina Quintanilha, membro do Departamento de Mobilização, Negociação Salarial e Direito Autoral da FENAJ e secretária de Sindicalização do SJSP. Também está prevista a participação do professor da Faculdade de Direito Luiz Renato Vedovato. O evento ocorre às 19h30, no Auditório Dom Gilberto, no Campus I. Boletim Econômico começa a analisar novas áreas da RMC Pedagogia da PUC-Campinas atende aos padrões do MEC O Boletim Econômico PUC-Campinas, desenvolvido por professores do Centro de Economia e Administração (CEA), começa a desenvolver, a partir de junho, um novo assunto de análise: estudos na área de finanças públicas, focando, mensalmente, o volume dos recursos repassados pelo Estado de São Paulo para os municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC). O Boletim passa a ter também duas sessões: “Indicadores Conjunturais”, que aborda o desempenho da atividade industrial, balanço de pagamentos, nível de preços, taxa SELIC e taxa de câmbio. A outra sessão, “Assunto em Foco”, será um espaço para debater temas atuais na área de economia. Atualmente, o Boletim analisa a RMC nas áreas de emprego, cesta básica e comércio exterior. Os dados do Boletim Econômico podem ser acessados pelo portal da Universidade: www.puc-campinas.edu.br/imprensa. O Ministério da Educação (MEC) divulgou, oficialmente, a relação dos cursos de Pedagogia das Instituições de Ensino que estavam relacionadas para passarem por um processo de supervisão, com base nos resultados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE) e do Indicador de Diferença Entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD) do ano de 2005 e que foram excluídos do processo de supervisão. Entre eles, está o curso de Pedagogia da PUC-Campinas. A Comissão de Especialistas em Pedagogia nomeada pelo MEC excluiu o curso da Universidade da relação por considerar que, a partir de manifestações da Instituição, a oferta do curso atende aos padrões adequados e que os resultados do ENADE não correspondem à realidade do ensino. 22/06 Ciclo de Debates: “Os Desafios da Metrópole: Políticas Públicas para a RMC”. Tema: Questão Ambiental. Organizado pelo Núcleo de Pesquisa e Extensão (Nupex) do Centro de Economia e Administração (CEA). Sala 800 do Prédio H-01, no Campus I. Inscrições: (19) 3343-6776 e [email protected]. Data-limite para pedidos de destrancamento de matrícula e de retorno aos cursos dos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu. Início do prazo para pré-matrícula e matrícula acadêmica dos alunos dos cursos dos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu e dos alunos com pedidos de destrancamento e retorno autorizados. 24 e 30/06 Período para entrega dos resultados escolares do 1º semestre dos cursos de Graduação à Secretaria Acadêmica do Centro. 25/06 Reunião do CONSUN. 30/06 Divulgação do resultado do PIC – período agosto/2009 a julho/2010. Encerramento do semestre letivo. 01 a 30/07 Período de férias docentes em todas as suas atividades, exceto gestão direta. 03/07 Término do prazo para prématrícula e matrícula acadêmica dos alunos dos cursos dos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu e dos alunos com pedidos de destrancamento e retorno autorizados. 07/07 Data-limite para processamento, no sistema acadêmico, dos resultados escolares do 1º semestre referentes aos cursos de Graduação. 08/07 Data-limite para pedidos de destrancamento de matrícula e de retorno aos cursos de Graduação. 09/07 Feriado Estadual 10 e 11/07 Recesso administrativo, exceto em atividades que não podem sofrer interrupção. 13/07 Data-limite para pré-matrícula dos alunos dos cursos de Graduação com pedidos de destrancamento de matrícula e de retorno autorizados. 17 a 23/07 Prazo para matrícula acadêmica dos alunos nos cursos de Graduação e para pedidos de enriquecimento curricular e dispensa de disciplina visando a inclusão de nova disciplina na grade do presente semestre letivo. 23/07 Último dia da 1ª fase de matrículas para as Práticas de Formação. Informações no Site do Aluno. 31/07 Término das atividades de Iniciação Científica – período de agosto/2008 a julho/2009. Início do semestre letivo. Reuniões pedagógicas de docentes. Expediente Reitor- Padre Wilson Denadai; Vice-reitora - Angela de Mendonça Engelbrecht; Conselho Editorial - Wagner José de Mello, Rogério Bazi e Sílvia Regina Machado de Campos; Coordenador do Departamento de Comunicação Social - Wagner José de Mello; Editora - Raquel Lima (MTb. 48.963); Repórteres - Adriana Furtado, Ana Paula Moreira, Ciça Toledo, Du Paulino e Henderson Arsênio; Estagiários - Camila Marcusso, Carolina Medeiros, Daniel Abdala e Gabriel Barbieri; Revisão - Marly Teresa G. de Paiva; Fotografia - Ricardo Lima; Tratamento de Fotos - Marcelo Adorno; Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica - Neo Arte; Impressão - Grafcorp; Redação Campus I da PUC-Campinas, Rodovia D. Pedro I, km 136, Parque das Universidades. Telefones: (19) 3343-7147 e 3343-7674. E-mail: [email protected] Jornal da PUC-Campinas 22 de junho a 5 de julho/2009 03 Opinião Quem vê cara não vê coração Marcia Bossy M esmo um exame superficial da literatura de nossa área mostrará a recente preocupação com a qualidade dos produtos informacionais derivados de novas práticas de construção textual em voga na Internet: blogs cooperativos, Wikipédia, etc. Wikipédia se parece, à primeira vista, com uma enciclopédia; mas não é bem isso. Igualmente, OhmyNews, por exemplo, pode parecer, a um rápido olhar, um jornal. Esse também não é bem o caso. A razão desse efeito de ótica é a seguinte: os sítios são desenhados e diagramados como enciclopédia/jornal ou outros produtos informacionais tradicionais. A diferença não reside na apresentação, na interface com o usuário, mas sim nas escolhas estratégicas de construção da expertise dos produtores da informação veiculada. Na enciclopédia tradicional, o produtor da informação (do verbete) é previamente selecionado com base em seu status de detentor do conhecimento em determinada área de saber. Resta ao usuário, o leitor-consultante, acatar tanto a informação quanto a avaliação sobre sua validade. O programa de Wikipédia inverte as relações de poder-saber: nenhum requisito é necessário para tornar-se colaborador. Seus gestores argumentam que práticas sociais de escrita colaborativa, associada a dispositivos técnicos “Raciocínio análogo preside à realização de sítios de jornalismo colaborativo, trazendo consigo a questão: dada a divergência de fontes, de recursos e de agendas dos produtores da informação, como julgar sua influência e credibilidade?” de inibição de vandalismo, farão evoluir o produto informacional a um formato aceitável de credibilidade. Raciocínio análogo preside à realização de sítios de jornalismo colaborativo, trazendo consigo a questão: dada a divergência de fontes, de recursos e de agendas dos produtores da informação, como julgar sua influência e credibilidade? Galeria Assim, do “ponto de vista do usuário”, é difícil fazer a diferença entre os produtos informacionais tradicionais e os novos produtos eletrônico-colaborativos. Isso porque considerável esforço foi dispensado em aproximar o aspecto exterior dos novos produtos com os antigos e são as práticas de gestão e de construção de expertise que os distinguem. Somente a atenta observação do modo de produção da informação poderá habilitar o usuário a avaliar o produto informacional. Muito se tem escrito sobre a fiabilidade dessas fontes e sobre a qualidade do resultado desses esforços eletrônico-colaborativos, mas desejo aqui defender que este, talvez, não seja o bom foco do debate. Toda demanda de informação tem dois requisitos básicos: a atualidade e a fiabilidade. Está aí desenhada a tensão entre os dois polos: rapidez/agilidade/informalidade de um lado e fiabilidade/credibilidade/validação de outro. Naturalmente, as condições de obtenção de cada um são mutuamente exclusivas. Nem sempre podemos satisfazer completamente esses requisitos e cabe ao usuário avaliar a sua tolerância em vista de suas necessidades. Diferentes demandas de informação podem privilegiar um requisito em detrimento de outro. Desde a lista de compras rabiscada, consultada e logo amassada, até uma concessão de patentes, passando por recibos, artigos de jornais e de periódicos de qualidade variável, contratos ou e-mails, usamos em nos- sas vidas uma grande variedade de documentos de diferentes níveis de validação. Sabemos disso e, no mundo do papel, ao longo de tantos séculos, desenvolvemos uma complexa rede de sinais que nos permite avaliar a qualidade da informação veiculada. Essa avaliação se baseia em parte no nosso conhecimento das práticas de construção da informação que manipulamos e em parte nessa retórica construída ao longo de séculos. Esse conjunto de sinais indispensáveis a uma “navegação segura” não foi ainda completamente desenvolvida para o trânsito da informação na Internet. Mais ainda, pela primeira vez desde a aparição da comunicação escrita, o produtor inicial não domina inteiramente o aspecto final que o documento assumirá frente ao seu usuário. Assim como no universo papel, nosso objetivo não deve ser o de garantir a completa fiabilidade ou validação da informação circulando na Internet. A tentativa seria vã e não corresponde à demanda real dos usuários. Um honesto programa para os profissionais da informação seria, ao contrário, o de desenvolver a retórica indicativa das categorias fundamentais - validação e atualidade – da informação circulante. Marcia Bossy é professora do Departamento de Ciência da Informação na Universidade Federal Fluminense (UFF) Fotos: Ricardo Lima VOCÊ CONFIA NAS INFORMAÇÕES POSTADAS POR OUTROS INTERNAUTAS? “Eventualmente, vejo notícias na Internet. Em geral, minha fonte de informação são os jornais e revistas. Uso a internet para acessar meu e-mail e alguns artigos acadêmicos, nos quais confio. Não costumo acessar blogs.” Alexandre Monteiro – Professor da Faculdade de Matemática “Não confio em qualquer informação que é postada na Internet. Só confio naquelas em que eu confio na fonte. Para os trabalhos da faculdade não busco nada na Internet.” “Acredito, mas, mesmo assim, checo o assunto várias vezes em sites diferentes. Me baseio na bibliografia do site para ver sua credibilidade.” “Confio, mesmo sabendo que eu não deveria confiar totalmente, porque hoje em dia qualquer um pode postar o que quiser. Para pesquisas procuro sites que já são direcionados para o meio acadêmico.” Tatiana Martins – Aluna do 4º ano da Faculdade de Administração “Confio, não sei se é certo, mas confio, principalmente pela praticidade. Não costumo checar as informações, pois acredito que os próprios sites devem ter a preocupação de passar a veracidade para quem acessa.” Vivian Queiroz – Aluna do 1º ano da Faculdade de Engenharia Civil Fernanda Zenari - Aluna do 1º ano da Faculdade de Relações Públicas Edgard Batista de Moraes – Aluno do 3º ano da Faculdade de Filosofia “Não acho que a Internet seja uma fonte totalmente confiável. Várias vezes, encontro um mesmo assunto com informações opostas em sites diferentes.” Anne Gabriela Marson – Aluna do 4º ano da Faculdade de Jornalismo “Nunca vou pela primeira opinião, sempre vejo várias fontes. Existem, normalmente, na Internet, problemas quanto à informação de data e local. Para trabalhos da faculdade sempre consulto livros. Confio mais neles do que na Internet.” Clayton Caner – Aluno do 1º ano da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Imagem Fotos: Ricardo Lima ARQUITETURA TÊXTIL - Seis tensio-estruturas criadas por alunos do 1º ano da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Campinas podem ser vistas espalhadas no Campus I da Universidade. As estruturas foram desenvolvidas para a disciplina de Geometria Aplicada. Segundo o professor da matéria, Sidney Tamai, o objetivo é fazer com que os estudantes participem do projeto desde a etapa da escolha dos materiais, da construção da escultura como maquete, até a execução. Os alunos testam, experimentam projetos e fazem uma reflexão a partir do trabalho pronto. De acordo com o professor, a ideia é construir uma estrutura dinâmica, que suporte oscilações, afim de que os estudantes conheçam itens importantes da arquitetura, como a gravidade e a opacidade. Essas estruturas suportam tração e compressão, que o professor chama de arquitetura têxtil. “O aluno gosta de fazer, construir, ver o trabalho na prática”, disse Tamai. A disciplina também é ministrada pelo professor Fábio Muzetti. “Depende do material pesquisado e do meu discernimento. Existem sites que já conhecemos e sabemos que são confiável. Sendo assim, não tem porque não utilizar suas informações.” Henry Stapelbroek – Aluno do 2º ano da Faculdade de Relações Públicas “ÉÉ PRECISO parar DE encarar A INTERNET COMO uma rede de COMPUTADORES. Ela É UMA REDE de pessoas.” David Siegel, designer norte-americano, autor de livros, como Futurize sua Empresa 04 22 de junho a 5 de julho/2009 Jornal da PUC-Campinas Serviço “A OUVIDORIA veio para qualificar a Universidade” Objetivo do reitor da PUC-Campinas, padre Wilson Denadai, é fazer do novo canal de comunicação um agente de mudança institucional Fotos: Ricardo Lima Ciça Toledo [email protected] As comunidades interna e externa da PUCCampinas têm mais um canal de comunicação para fazer sugestões e críticas sobre os processos relacionados ao Ensino, Pesquisa e Extensão. É a Ouvidoria, vinculada à Reitoria, que tem como uma das principais atribuições receber as demandas de estudantes, funcionários, professores e membros da comunidade externa e encaminhá-las às áreas competentes, acompanhando o desenrolar do processo e dando retorno ao interessado das providências tomadas. Para socializar o novo serviço com a comunidade interna, o reitor da Universidade, padre Wilson Denadai, acompanhado das ouvidoras Edna Couto e Rosa Maria Gontijo, está visitando os cinco Centros da Instituição. Uma das atribuições do novo serviço é orientar a comunidade interna e externa sobre a forma de encaminhar seus pedidos às instâncias da Instituição, instruindo-os dos procedimentos e acompanhando os trâmites legais. Cabe também à Ouvidoria identificar problemas no atendimento aos membros da Instituição, a partir da apuração da situação apresentada. “Após a análise do caso, a Ouvidoria pode apresentar às instâncias superiores da Universidade propostas de mudanças dos processos e condições de trabalho, revisão de normas e alteração de procedimentos, visando melhorias da qualidade no atendimento”, explicou o reitor da PUCCampinas. “Por essas características, a Ouvidoria transformou-se em um importante agente de mudança institucional”, completou. O atendimento aos contatos no novo serviço é feito pelas ouvidoras e demais integrantes da equipe. “Após recebermos a demanda, encaminhamos a questão à área competente e informamos ao interessado, no menor prazo possível, as providências tomadas”, contou Edna. Apesar de a Ouvidoria identificar o problema no atendimento ao requerente a partir da apuração do caso e de apresentar uma resposta para a resolução da questão, o serviço não substitui nenhuma instância superior da Universidade. “A ouvidoria também não tem poder deliberativo e nem competência de recurso”, completou Rosa Maria. A Ouvidoria resguardará o sigilo das informações. Os relatórios periódicos encaminhados pelas ouvidoras à Reitoria e à Sociedade Campineira de Educação e Instrução (SCEI), mantenedora da Universidade, têm trazido informações importantes para a reflexão e ação dos gestores. “A Ouvidoria está nos ajudando a ver o que não conseguimos observar na nossa rotina diária”, disse o reitor, otimista com o novo serviço. No entanto, ele faz um alerta. “O sucesso da Ouvidoria também depende do envolvimento de toda a comunidade universitária, o que significa que cada um de nós deve se sentir realmente parte desse serviço”, disse. Fale com a Ouvidoria O reitor da PUC-Campinas, padre Wilson Denadai, e as ouvidoras Edna Couto (à esq.) e Rosa Maria Gontijo www.puc-campinas.edu.br/servicos/ouvidoria Rodovia Dom Pedro I – km 136 Campus I (antigo prédio da reitoria) Telefones: (19) 3343-7647 e 3343-7648 E-mail: [email protected] OPINIÃO “A Ouvidoria é um sinal de que estamos amadurecendo. Com a sua criação, a Universidade mostrou uma postura corajosa até para repensarmos nossos processos internos. A Ouvidoria é uma condição democrática do processo de ensino-aprendizagem e não deve ser vista como um canal de reclamação, mas, sim, de interlocução, de intermediário entre as várias instâncias da Instituição.” Wilson Ribeiro dos Santos Júnior, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Centro de Ciências Exatas, Ambientais e de Tecnologias (CEATEC) “Acho importante a existência de uma Ouvidoria. Já fui representante de sala e havia muita burocracia para solucionar problemas acadêmicos. O medo e a demora faziam com que os alunos deixassem de expor sua insatisfação. Com a Ouvidoria, o processo é mais rápido e fica mais fácil de o aluno ficar satisfeito em estudar na universidade.” Henrique de Carvalho Quintana, estudante do 3º ano da Faculdade de Administração “Achei ótima a iniciativa. Acho que a Ouvidoria pode reduzir uma das maiores insatisfações dos alunos, que é a demora na resposta dos requerimentos que são protocolados nas Secretarias Acadêmicas. Temos agora um órgão auditor, que permite a integração com todas as instâncias da Universidade.” Fábio da Silva Domingos, auxiliar de escritório da Secretaria Acadêmica do Centro de Linguagem e Comunicação (CLC) SAIBA MAIS A Ouvidoria da PUC-Campinas está regulamentada pela Resolução Normativa PUC nº 002/09, de 15 de janeiro de 2009. Jornal da PUC-Campinas 22 de junho a 5 de julho/2009 05 Moradia Lar, doce lar? Boa distribuição das tarefas, cuidado com os gastos e flexibilidade garantem tranquilidade para viver longe dos pais Henderson Arsênio [email protected] Morar sozinho, dividir um apartamento ou optar por uma república? Morar perto da Universidade ou na região mais central? Seja como for, é preciso haver planejamento, organização e adaptação quando se escolhe morar longe dos pais. Fotos: Ricardo Lima PLANEJAMENTO: primeira ferramenta a ser adotada PAAA E NAS Logo na hora de definir onde morar, o planejamento é fundamental. “É necessário conhecer todo o ambiente ao redor da moradia, como linhas de ônibus, agências de banco, supermercados e até a proximidade da faculdade”, indicou o professor Júlio Diniz Júnior, da Faculdade da Administração. Morar perto do campus tem os seus benefícios: o aluno conta com todos os recursos da unidade, como as bibliotecas e os laboratórios de informática, disponíveis sempre que precisar. “É bem legal morar perto da faculdade. Além disso, meus amigos também moram aqui e fazemos um tipo de república. Dividimos compras, conversamos e saímos juntos. Normalmente, quem reside nessa região não acha legal pela falta de companhia, mas aqui não há esse problema”, disse o estudante de Administração com habilitação em Comércio Exterior Felipe de Almeida. O aluno José Victor Ferreira, do 1º ano da Faculdade de Publicidade e Propaganda, pretende dividir uma casa maior com outras pessoas. “Como estou em busca de mais comodidade e segurança, dividir um apartamento seria o ideal”, disse. Em situações como essa, o planejamento financeiro é ainda maior. “É necessário estabelecer com antecedência quais os gastos que os dois ou três estudantes estão dispostos a assumir, respeitando os recursos financeiros e as disponibilidades de cada um”, recomendou o professor. ORGANIZAÇÃO: vital para as tarefas do cotidiano “No início, eu vinha, diariamente, de Amparo para a Universidade de van. Mas, já tinha a necessidade de me mudar para a cidade quando fiquei sabendo de uma vaga em uma república em Barão Geraldo”, disse o estudante João Pedro Badarel, aluno do 4° ano da Faculdade de Publicidade e Propaganda e que divide moradia, há dois anos, com outros nove rapazes nas proximidades do Campus I. A aluna Fernanda Nascimento, da Faculdade de Nutrição, conta com um elaborado sistema de organização de tarefas no apartamento que divide com outras duas colegas: “A cada semana, uma de nós fica responsável pela faxina dos cômodos. Cada moradora é responsável por lavar sua louça. E as roupas nós levamos até a casa das nossas mães para lavar”, relatou a estudante do Campus II. Organizar-se no novo espaço é um dos pontos fundamentais para o estudante que resolve morar longe da cidade natal. “Existem tarefas adaptativas a serem superadas que envolvem tomar decisões sozinho, desde questões financeiras até o tempo reservado ao estudo”, informou a professora Isabel Bariani, da Faculdade de Psicologia. O professor Julio Diniz indica uma forma prática de se organizar financeiramente quando o imóvel é dividido por duas ou mais pessoas. “O ideal é colocar os gastos e as disponibilidades em uma planilha e fazer dessa planilha uma verdadeira ‘cartilha’. Gastos extras somente com a autorização e conhecimento dos envolvidos. As compras semanais evitam desperdícios, como perda de validade de produtos. E, com o planejamento efetuado, dividir todas as despesas”, sugeriu. SAIBA MAIS Segundo sites especializados, os imóveis mais procurados nessa época do ano são as kitnets e os apartamentos de um ou dois dormitórios. Os preços do aluguel variam de R$ 400 a R$ 1.000. E a maior procura ocorre entre a região central e os bairros de Barão Geraldo e Parque das Universidades, onde ficam as principais universidades. Para colaborar com a rápida adaptação, os calouros são convidados a participar do Projeto de Acompanhamento Acadêmico do Aluno (PAAA). O projeto promove um espaço de acolhimento e orientação ao estudante e tem como objetivo principal integrar o aluno à faculdade. Os estudantes também contam com o apoio do Núcleo de Atenção Solidária (NAS), que mantém uma lista atualizada de moradias como kitnets e pensionatos voltados ao público estudantil. “Embora essas casas não possuam vínculo com a universidade, elas servem como mais uma alternativa para pais e alunos de fora da cidade se estabelecerem com conforto e segurança”, informou a assistente social do NAS Katia Muniz. Para outras informações, consulte o Site do Aluno no portal www.puc-campinas.edu.br. FLEXIBILIDADE: pré-requisito para o sucesso Gerir a própria vida longe dos cuidados dos pais não é uma tarefa simples para qualquer um. “No início, contei com o apoio da minha mãe para escolha da moradia. Também fazia compras nos mercadinhos das redondezas e limpava sozinha minha casa”, contou Lívia Lourensini, aluna do 3º ano da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Segundo a professora Bariani, o excesso de organização e individualismo são características predominantes àqueles alunos que vivem bem morando sozinhos. “Mas nem sempre morar sozinho é uma opção: em muitos casos, o aluno opta por viver só por não haver outra alternativa”, informou. Para ela, o período na universidade ocorre em paralelo àquele em que os jovens tornam-se adultos. “A instituição contribui para sedimentar os valores e identidades que o estudante já possui e que carregará para o resto da vida”, declarou. (Colaboraram Carolina Medeiros e Gabriel Barbieri) Jornal da PUC-Campinas 06 22 de junho a 5 de julho/2009 Comportamento Na onda da WEB 2.0 Postando artigos, vídeos ou fotos, participando de redes de relacionamento ou de salas de bate-papo, as pessoas encontraram na internet a vitrine ideal para mostrar o que pensam, fazem e até o que vivenciam Fotos: Ricardo Lima Du Paulino [email protected] Há cerca de quatro anos, Murillo Nascimento, aluno da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas, decidiu criar um blog para dividir com outras pessoas sua visão crítica sobre política, economia, jornalismo e o movimento estudantil. Desde então, sempre acha um tempinho para alimentar seu diário online. “A possibilidade de você publicar um texto seu, de escrever algo e não deixar dentro de uma gaveta, mas de fazer com que seja lido por várias pessoas só alimenta a vontade de escrever”, explicou. No site “Vamos Nessa”, a aluna da Faculdade de Publicidade e Propaganda Thaís Megumi Toda escreve matérias, posta vídeos e fotos sobre entretenimento. Na intenção de dar maior visibilidade ao seu trabalho, começou a encaminhar seus textos e fotos para sites dedicados à notícia. Já teve cinco de seus textos publicados no “Eu, Repórter”, canal aberto pelo site Cosmo para receber contribuição dos leitores, e outros dois no portal de notícias G1, por meio do canal “VC no G1”. “Quando eu mandei, não achei que eles iriam aceitar. Foi uma surpresa terem colocado no site”, contou. Nascimento e Thaís fazem parte de uma parcela de internautas para os quais navegar na internet em busca de informações não é suficiente. Assim como eles, milhões de internautas em todo o mundo dedicam parte do tempo para produzir, organizar e disponibilizar informações para acesso de outros internautas e, na maioria das vezes, não recebem remuneração ou crédito. Esse é o conceito de internet colaborativa ou Web 2.0. do se trata de sites cuja construção é baseada na postagem de material pelos próprios usuários. A maioria dos seus colaboradores aposta em vídeos engraçados, que têm maior apeDesafio de qualidade lo entre o público. O sucesso é tanto que várias Para o professor Artur Araujo, da pessoas anônimas se tornaram verdadeiras Faculdade de Jornalismo, a participação do celebridades da internet depois de público é uma tendência que veio para ficar, mas que não compro“TEMOS CADA terem vídeos seus postados. Mas também é possível encontrar vídeos mete o trabalho do jornalista. VEZ MAIS Caberá ao profissional de ENUNCIADORES com conteúdo sério. Instituições como universidades e empresas de imprensa, segundo ele, o comC O M P E T I N D O , comunicação vislumbram no site promisso com a credibilidade, checando com critério as infor- CONCORRENDO um espaço para divulgar suas promações recebidas. “Eu diria que E CRITICANDO duções. A TV PUC-Campinas, A PRODUÇÃO por exemplo, desde o início deste a mídia não está em cheque no sentido de extinção, mas está em JORNALÍSTICA.” ano, disponibiliza a sua programação em uma página no site criada cheque num desafio de qualidaespecificamente para esse fim. de. Temos cada vez mais enunciadores comEmbora pareça um fenômeno novo, petindo, concorrendo e criticando a produsegundo o professor Carlos Miguel Tobar ção jornalística”, destacou. Toledo, da Faculdade de Engenharia de O YouTube é um grande exemplo quan- ” Acima, à esquerda, Murillo Nascimento; ao lado, Thaís Megumi Toda; acima, Artur Araujo Computação, as ferramentas que possibilitam essa interação já existem há algum tempo. “A web começou a ser usada pela população em meados da década de 90. Naquela época, já existia essa tecnologia que temos hoje”, explicou. Ele acredita que esse movimento participativo do internauta seja fruto da inclusão digital. “Com certeza, a facilidade de acesso a computadores e à internet, principalmente pelo custo, contribui com o uso desses serviços que estavam à disposição.” Wikipédia PROGRAMA: O Assunto É “Internet Colaborativa” Na TV PUC-Campinas (canal 10 da NET): > Terça-feira (23/06) – 14h (30/06) – 14h30 > Quarta-feira (24/06) – 19h (01/07) – 19h30 > Sexta-feira (26/06) – 0h (03/07) – 00h30 > Sábado (27/06) – 19h (04/07) – 19h30 > Domingo (28/06) – 13h (05/07) – 13h30 > No Youtube www.youtube.com. br/tvpuccampinas Quanto maior a participação do internauta, maior é o número de informações disponíveis. Um exemplo é a enciclopédia online Wikipédia. Construída com textos dos próprios internautas, que também podem acrescentar e excluir informações nos artigos de outros internautas, a enciclopédia tem versões em aproximadamente 270 idiomas. Só na Língua Portuguesa existem cerca de 485 mil artigos, segundo informações disponíveis no próprio site. São tantos temas tratados que a enciclopédia se tornou uma das fontes de pesquisa mais requisitadas. Mas será que as informações contidas ali são confiáveis? Para o professor da Faculdade de Biblioteconomia César Antonio Pereira, a enciclopédia pode até ser uma fonte de informação para o diaa-dia, desde que o assunto pesquisado não venha ser usado na elaboração de trabalhos acadêmicos. “Cientificamente, a Wikipédia não é uma fonte de informação confiável”, justificou. Para as pesquisas acadêmicas, Pereira recomenda que os internautas busquem informações em organismos de amparo à pesquisa, em bases de dados institucionalizadas, nas versões on-line de revistas científicas e mesmo no acervo de veículos de comunicação que já podem ser visualizados em versões digitalizadas. Jornal da PUC-Campinas 22 de junho a 5 de julho/2009 07 9º Festival de Inverno de Amparo O Jornal da PUC-Campinas selecionou uma série de atrações para você curtir as férias de julho e o inverno. Veja aquela que mais lhe agrada e aproveite! > De 7 de julho a 1º de agosto l a r u t l u c o n r e v In Di vu lga ção Divulgação/Rachel Guedes A diversidade cultural toma conta de Amparo, com música para todos os gostos, danças, teatro, cinema na praça, oficinas educativas e culturais, recreação e lazer para a criançada, Feira de Artesanato e Quitutes e, ainda, um palco reservado para a apresentação dos novos talentos de Amparo e região. As diversas apresentações artísticas e oficinas culturais serão realizadas na Praça Pádua Salles. O objetivo é oferecer aos moradores da cidade e também aos turistas que costumam viajar para o Circuito das Águas na época de férias acesso gratuito à arte, ao lazer e ao entretenimento. A programação inclui shows de Frejat e Elba Ramalho. Fotos: Divulgação Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão 2009 > De 4 a 26 de julho O Festival terá 45 espetáculos em 23 dias, grande parte deles com preços populares, e 20 concertos gratuitos. Serão realizados em seis espaços em Campos do Jordão - Auditório Cláudio Santoro, Praça do Capivari, Capela do Palácio Boa Vista, Igreja Santa Terezinha, Igreja São Benedito e Igreja Nossa Senhora da Saúde. A edição de 2009 tem por tema o Ano da França no Brasil, e também presta homenagens a Heitor Villa-Lobos, falecido há 50 anos. No dia 7 de julho, a Orquestra Sinfônica de Campinas se apresentará com a regência de Ligia Amadio, às 21h, no Auditório Cláudio Santoro, com capacidade para 852 pessoas. Os ingressos para os concertos do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão custam entre R$ 20,00 e R$ 80,00 e estarão à venda a partir de 22 de junho. > Informações www.festivalcamposdojordao.org.br Divulgação/PMSA Festival de Arte Serrinha > De 13 a 26 de julho 9º Festival de Inverno de Paranapiacaba > De 11 a 26 de julho A Vila de Paranapiacaba, localizada no território de Santo André, recebe alguns dos melhores nomes da música brasileira, garantindo espaço também para os talentos da região. Toquinho, Luciana Melo, Luiza Possi e Oswaldo Montenegro são alguns dos destaques confirmados. As atrações deste ano ocorrerão no palco do Viradouro. Paranapiacaba mantém, até hoje, suas características inglesas nas construções e na constante neblina que cobre o local. Outras atrações são o relógio da estação e o campo de futebol, onde, em 1894, Charles Miller jogou sua primeira partida de futebol no Brasil. Alguns dias de experimentações artísticas nos campos, jardins e matas de uma fazenda. Isso é o Festival de Arte Serrinha, em Bragança Paulista, que, neste ano, chega à sua 8ª edição. Durante a primeira semana, entre 13 e 19 de julho, os ateliês da Fazenda Serrinha estarão abertos para artistas e estudantes de arte desenvolverem trabalhos autorais. Na segunda semana, oficinas de teatro, moda, design, fotografia e literatura. E mais: shows, entre eles o de Arnaldo Antunes, palestras, ciclo de cinema nacional e atividades de arte-educação para crianças. O Arte Serrinha é aberto a pessoas de todas as áreas do conhecimento. > Informações www.festivaldearteserrinha.com.br Fotos: Divulgação Divulgação Clip Festival >Dia de 28 de junho O festival de pop/rock ocorrerá no Estádio do Primavera, em Indaiatuba. Serão mais de 9 horas de atrações ao vivo. A proposta do evento é abrir espaço para vários estilos. De acordo com os organizadores, entre as atrações confirmadas estão NX Zero, Pitty, Charlie Brown Júnior, Túlio Dek, Fresno, Natiruts, Lipstick e Fatale. > Informações www.clipfestival.com.br. Festival de Inverno de Serra Negra > De 3 de julho a 2 de agosto 7ª Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) > De 1º a 5 de julho Neste ano, a FLIP, uma das mais importantes feiras literárias do mundo, homenageia o escritor pernambucano Manuel Bandeira (1886-1968). Estarão reunidos em Paraty mais de 30 autores, em 18 mesas que abordarão da poesia à ciência, do jornalismo literário à crítica musical, da literatura portuguesa à história, do conto e dos quadrinhos à arte contemporânea. A primeira noite da FLIP 2009 terá o show de Adriana Calcanhotto, com abertura de Romulo Fróes e banda. Desde o ano passado, a FLIP realiza a transmissão dos eventos ao vivo pela Internet para que todos aqueles que não vão a Paraty possam acompanhá-los em tempo real. O Festival de Inverno de Serra Negra reúne uma série de apresentações em diversos pontos da cidade. Entre as atrações, há apresentação de orquestras, bandas, corais e peças teatrais. No dia 9 de julho, está prevista a participação do Coral Sinfônico Koinonia de Campinas. > Informações (19) 3842-2109 / 3892-7256 Fotos: Divulgação Concertos Paulínia 2009 > A partir de 7 de julho Começa, no dia 7 de julho, uma série de oito concertos internacionais no Theatro Municipal de Paulínia. A estreia terá a apresentação da Orquestra de Câmara de Berlim (Alemanha). A programação, que vai até novembro, inclui ainda a Orquestra Filarmônica de Israel, a Orquestra Filarmônica de Buenos Aires, entre outras atrações. > Informações > Informações www.flip.org.br. www.concertospaulinia.com.br 22 de junho a 5 de julho/2009 08 Jornal da PUC-Campinas Pé na estrada INCAnsável América Latina Fotos: arquivo pessoal Aluno da PUC- Campinas conta a experiência de conhecer, por conta própria, o Peru e a Bolívia em uma viagem de 15 dias LIMA - PERU MACHU PICCHU João Solimeo Já há alguns anos, eu sonhava com uma viagem ao Peru. A terra dos Incas, a lendária Machu Picchu, as lhamas, o povo com roupas coloridas. No início deste ano, aproveitando as férias tiradas do meu trabalho como editor de imagens do Laboratório de Imagem e Som (LaBIS), no Centro de Linguagem e Comunicação (CLC), resolvi colocar o sonho em prática. Sem agências de turismo, sem guias e só com uma vaga ideia de roteiro na minha cabeça, pensei em pegar o “Trem da Morte”, na fronteira entre o Brasil e a Bolívia. Mas, estudando preços de passagens aéreas resolvi ir direto a Lima, capital do Peru, e vir “descendo” de lá. Cheguei na manhã de 7 de janeiro. Com 10 milhões de habitantes, vista do avião Lima parecia uma grande favela empoeirada, mas a realidade é bem diferente. O centro histórico foi tombado pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade. Foi lá que conheci a Catedral de Lima, o Palácio de Governo, a Praça de Armas, o Parque da Muralha e as Catacumbas de São Francisco. Localizadas sob a Igreja de São Francisco (declarada Basílica Menor de Lima pelo Papa João XXIII), as catacumbas contém centenas de ossadas das pessoas que ali eram enterradas antes da abertura de cemitérios na cidade. Outra curiosidade de Lima é o trânsito caótico e os ônibus antigos. Os cobradores ficam na porta gritando todo o trajeto e, literalmente, puxando os passageiros para dentro, enquanto o motorista buzina constantemente, abrindo caminho por entre carros, pedestres e táxis. O bairro de Miraflores é o mais moderno e rico da cidade. São avenidas largas, arborizadas, com prédios residenciais, restaurantes e supermercados. No Parque Kennedy há dezenas de restaurantes, albergues com bons preços e vida noturna agitada. J LA PAZ MACHU PICCHU Meu próximo destino foi Cusco, antiga capital do Império Inca. É possível ir de Lima a Cusco de avião (o que é recomendável se for um trajeto de ida e volta), mas resolvi pagar um quarto do preço da passagem aérea pegando um ônibus leito da Viação Cruz Del Sur, que tem um terminal próprio em Lima. A viagem é longa, por volta de vinte horas, e o trajeto final é um pouco nauseante, devido às curvas constantes. Cusco é uma cidade impressionante, que ILHA DO SOL “HÁ ALGUNS ANOS, EU SONHAVA COM UMA VIAGEM AO PERU. A TERRA DOS INCAS, A LENDÁRIA MACHU PICCHU, AS LHAMAS, O POVO COM ROUPAS COLORIDAS...” ” CATEDRAL - LIMA CUSCO cheira à história. Encravada no topo dos Andes, é relativamente grande e desenvolvida, mas mantém as características de séculos de história inca e espanhola. As marcas da colonização espanhola, misturadas à cultura Inca, estão por toda Cusco. Há dezenas de igrejas de paredes grossas e torres largas, com quatro sinos. Visitei Qorikancha, antigo templo principal do Império Inca, e o contraste com a civilização espanhola é muito interessante. De Cusco peguei um trem turístico que, em uma viagem de quatro horas, me levou até Águas Calientes, onde fica Machu Picchu. No albergue que fiquei, conheci um holandês chamado Pram, uma irlandesa chamada Janet e uma alemã chamada Gita, que já havia morado no Brasil. Saímos às 4h da manhã seguinte para pegar o ônibus para Machu Picchu e já encontramos uma longa fila para a subida, que durou por volta de vinte minutos, por uma estradinha sinuosa. Difícil descrever a emoção de chegar àquela cidade histórica. Eu estava em Machu Picchu! Continuei na companhia dos novos amigos europeus e fomos até a base do monte Wayna Picchu para pegar senhas para sua escalada. Havia duas saídas agendadas e nós conseguimos pegar o horário das 10h. É uma subida difícil, que exige preparo físico, mas a vista lá de cima é espetacular. Depois de voltar a Cusco, fui de ônibus para a cidade de Puno, às margens do lago navegável mais alto do mundo, o Titicaca (3.800 metros acima do mar), e depois cruzei para a Bolívia até a cidade de Copacabana. De barco, fui até a Ilha do Sol, onde passei a noite (pagando apenas US$ 4 por um quarto com banheiro). A vista do pôr do sol no lago Titicaca valeu a viagem. De Copacabana peguei outro ônibus para La Paz, capital da Bolívia. A cidade é dividida entre a parte alta e a parte baixa, e os pulmões sentem a falta de oxigênio no ar rarefeito. À noite, as milhares de luzes das casas nos morros brilham como estrelas, mas é uma cidade muito pobre e populosa. Peguei uma excursão até a cidade arqueológica de Tiwanaku, que pode não ter o mesmo “charme” místico de Machu Picchu, mas também é muito interessante. Como era verão, chovia muito na Bolívia e havia o risco de as estradas se fecharem por deslizamentos, então, parti logo para Santa Cruz de la Sierra, cidade mais moderna da Bolívia. Tive a impressão de estar em outro país. O povo, o clima, a cultura, tudo é diferente na planície quando comparado à parte alta da Bolívia. Havia manifestações constantes contra o presidente Evo Morales, que conseguiu mudar a constituição em um plebiscito, que ocorreu alguns dias depois da minha volta. Foram 15 dias de uma viagem emocionante, que poderiam render um livro. Mais de duas mil fotografias, transporte por ar, terra e água e o contato com uma cultura tão perto de nós, mas desconhecida por muitos. Recomendo muito que se faça a viagem. João Solimeo, é editor de imagens e aluno do 1º ano da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas