BIBLIOTECANDO
Autor: Lucia Maria da Silva
Co-autores: Ingrid Cássia Benício dos Santos
Carla Cristina Paes Escobar
RESUMO
Este estudo bibliográfico refere-se ao complexo e vasto campo da leitura e suas
implicações no fazer pedagógico. Sabedores de que passamos constantemente por
transformações culturais na sociedade, verificamos que é imprescindível o trabalho com
a leitura nas escolas. Para realizar esse trabalho foi preciso fazer um estudo de caso e
uma pesquisa bibliográfica, por ter como objetivo um texto qualitativo e descritivo.
Nesse sentido, procuramos abordar as formas pelas quais é trabalhada a leitura nas
escolas públicas e privadas no município de Cuiabá, uma vez que a prática de leitura é
um requisito primordial para a vida dos educandos. Nosso estudo surgiu da observação
feita em algumas escolas em nosso município, onde o acesso por parte dos alunos a
bibliotecas no âmbito escolar se dá de forma limitada e como o contato com as várias
produções literárias pode possibilitar aos alunos a construção de textos mais coesos.
Para que pudéssemos fazer esse estudo, foi preciso conhecer o tema por nós trabalhado
e buscar subsídios para fundamentação teórica, em diferentes textos e autores. No
tocante a essas reflexões, é que ponderamos sobre o tema ‘Bibliotecando’, que parte do
pressuposto que o acesso à biblioteca e o prazer pela leitura estão imbricadas. Esse
encontro se dá de forma lúdica na qual o brincar pode criar possibilidade de construção
do conhecimento, em que o educando seja estimulado à leitura e produção textual.
Palavras-chave: Biblioteca, leitura e educação.
Vivemos numa época onde a leitura passa a ser o canal da cultura no mundo
globalizado, pois através dela os homens passam a comunicarem-se uns com os outros e
atribuir significado às mais diversas indagações.
A leitura na atualidade é vista como um diferencial de crescimento social e
intelectual do homem moderno, isso porque, antigamente era restrita a um grupo social
privilegiado economicamente e exclusiva aos homens.
Ainda em relação à leitura, Gontijo (2005) diz que: “Ler significa não só ver as
letras do alfabeto e juntá-las em palavras, mas também estudar a escrita, decifrar e
interpretar o sentido, reconhecer e perceber”. Portanto, a leitura exige do cidadão não
apenas conhecer a grafia das palavras, pois ela vai além de uma simples junção dos
códigos da escrita, ou seja, a leitura possibilita ao homem tomar consciência daquilo
que está a sua volta e deste modo atribuir e construir novos significados para o que lê e
interpreta.
Tendo essa concepção de leitura, podemos dizer que ela é essencial na vida dos
educandos, pois por intermédio dela eles podem se tornar pessoas críticas e autônomas
para qualquer tipo de conhecimento: literário, formal, informal e do mundo.
Daí a necessidade da prática da leitura, que capacita o leitor na produção de
textos mais coesos, pois proporciona o aumento do vocabulário, auxilia na aquisição de
novos conceitos, possibilita produzir textos articulando conhecimentos das diversas
áreas.
O leitor competente pode recorrer a textos lidos atribuindo-lhes diferentes
significados, podendo o mesmo fazer uma releitura do seu texto e avaliar se nele
apresenta ambigüidades ou se está confuso, sendo capaz de solucionar os problemas
textuais.
Segundo o PCN de Língua Portuguesa (2001), o leitor competente é:
[...] alguém que, por iniciativa própria, é capaz de selecionar, dentre os
trechos que circulam socialmente, aqueles que podem atender a uma
necessidade sua. Que consegue utilizar estratégias de leitura adequada para
abordá-los de forma a atender a essa necessidade.
Sabendo-se da importância da leitura e do acesso dos alunos aos livros e outras
produções textuais, observamos que em várias escolas, o mesmo ocorre de forma
limitada, já que seus professores optaram por trabalhar com textos soltos, ou seja,
aqueles que não fazem parte do cotidiano e do interesse dos alunos; impedindo assim
que o educando se torne protagonista das atividades executadas.
Devido a essa prática de ensino parece que a maioria dos alunos não desenvolve
o hábito da leitura, encarando-a como uma obrigação e preferem recorrer a recursos
midiáticos ao invés da leitura de livros para se informar. Como exemplo, podemos citar
as seguintes falas de alunos durante observações feitas em escolas da rede pública e
privadas da cidade de Cuiabá por alunos do 3º ano de Pedagogia da UFMT:
Em uma das aulas, em que a professora abordava o tema meios de comunicação,
um dos alunos fez o seguinte comentário: “Eu vi na TV falando sobre o Chaves, mas é
aquele que é presidente da Colômbia”.- sobre esse comentário podemos perceber que o
aluno tem em seu cotidiano o contato com informações providas de jornais o que nos
causou admiração por se tratar de um aluno da sala de alfabetização C.A.
No livro “O caminho se faz caminhando”, Paulo Freire diz que a leitura nunca
pode estar separada do prazer, podemos perceber tal afirmação na transcrição a seguir:
“para mim começar a ler um texto é muito difícil (...) o que é importante no papel do
professor, professora é ajudar o aluno e aluna a descobrirem dentro das dificuldades,
há um momento de prazer e alegria ”. (2003.p.52)
Myles Horton, no mesmo livro, referenda que a leitura assumiu um maior
significado a ele, porque estava começando a lidar com problemas reais e que quando
lia podia extrair informações e idéias da leitura e sentia-se mais corajoso com ela.
Por isso é importante que o professor, dentre outras ações, assuma uma postura
de incluir em seu planejamento o acesso ao livro e a ida a biblioteca, de forma a garantir
o interesse dos alunos no aprimoramento das habilidades da leitura possibilitando, por
exemplo, o acesso à biblioteca escolar.
No decorrer de nossos estudos referente à leitura e acesso a biblioteca,
continuamos na defesa de que elas precisam caminhar juntas no sentido de que ambas
podem contribuir no estímulo da aprendizagem dos educandos.
Pudemos considerar também que, para o educando construir o hábito de leitura
torna-se necessário que nós professores compreendamos a importância de proporcionar
a eles o acesso a livros e outras produções literárias como, por exemplo, de forma
lúdica, possibilitando ao educando a construção de textos mais coesos. A biblioteca
escolar pode servir não só aos alunos como toda a comunidade, oferecendo além dos
livros, oficinas de ortografia e produção de texto, que atraiam a atenção de pessoas de
diversas idades.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Walda de Andrade (coord); GARCEZ, Lucília Helena do Carmo
colaboração. Lendo e formando leitores: Orientação para o trabalho com a literatura
infantil - São Paulo: Global, 2007.
HORTON, Myles, FREIRE, Paulo. O caminho se faz caminhando: Conversa sobre
educação e mudança social. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003, 3ªed.2005.
Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. Ministério da Educação.
Secretaria da Educação Fundamental. - 3º ed. - Brasília: A Secretaria, 2001.
http://jus:uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7898 acesso em 01/02/2008 às 09h20min h.
www.acbsc.org.br/revista/ojs/viewarticle.php?id=77&layout=html
acesso
08/02/2008 às 09h08min h.
www.eci.ufmg.br/gebe/dowloads/125.pdf acesso em 08/02/2008 às 09:44h.
www.acbs.org.br/revista/ojs/include/getdoc.php?id=268&article=104&mode=pdf
acesso em 08/02/2008 às 10h30min h.
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