Como criar estratégias eficientes para motivar funcionários de EXAME.com São Paulo – Se você já sentiu, em algum momento, que aquelas grandes camapanhas para trabalhar motivação da equipe não funcionam muito bem com o seu time, não estranhe. Talvez não seja somente na sua empresa que essas práticas de gestão de pessoas não trazem resultados tão significativos. Essa tem sido a principal conclusão de grupos recentes que tem unido o estudo da neurociência ao ambiente corporativo. Na percepção da neurocientista e professora da Faculdade Santa Casa de São Paulo, Carla Tieppo, isso pode ser feito de forma mais efetiva – e barata. Ela vem acompanhando a corrente de pesquisadores que procuram usar o estudo do sistema nervoso como indicador do comportamento em ambiente corporativo. Mesmo que a sua equipe seja mais ou menos homogênea, é praticamente impossível acertar uma estratégia que motive todos a dar energia total em um projeto. “É preciso ter em mente que as percepções são sempre muito relativas”, afirma Carla. Por isso, nada melhor que conhecer de perto seus funcionários para, pelo menos, identificar quais os perfis que você tem no time. Um outro passo, na sugestão de Carla, é dividir seus colaboradores em faixas etárias na hora de pensar em práticas motivacionais. “Motivar de forma genérica é muito difícil”, afirma. Os perfis utilizados pelos gestores de recursos humanos também pode ajudar. O importante é que os funcionários veja o esforço em compreendê-los – e em oferece-los as melhores opções para mantê-los com a energia alta. Veja a seguir as características que norteiam três perfis etários – e seus desejos para manter a motivação. Jovens (até os 30 anos) Menos sugestionados pela remuneração, propriamente, os jovens tendem a se sentir mais envolvidos quando o trabalho envolve uma repercussão social ou uma interferência no coletivo. “A empresa tem de estar afinada com esse raciocínio típico do jovem, se sentir engajado ao vislumbrar o impacto do seu trabalho no mundo em que vive”, diz Carla. Não raro, a falta de comunicação transparente com os jovens os leva a abandonar seus postos de trabalho ao perceber que não encontrarão essa repercussão desejada com seu trabalho. “Aí a empresa investe em formação, treinamentos e acabam não conseguindo usufruir disso nos profissionais”, diz. Na meia idade (entre os 30 e 50 anos) Um enorme desafio dificilmente servirá como motivação para quem já alcançou alguma estabilidade na carreira. O respeito pelo trabalho e o conhecimento do valor de sua atividade para a empresa ajuda a manter a alto estima. “É preciso que ele se sinta artífice da construção da empresa”, diz Carla. No entanto, o que atrai esse público, mesmo, é a possibilidade de ganhos adicionais. “Família e projetos de vida acabam sendo mais emblemáticos nesse caso.” Para aqueles perfis de indivíduos que tem a carreira como principal foco pessoal, o reconhecimento financeiro é ainda mais importante – e exige mais critério. “Um plano de promoções bem claro é sempre algo muito importante para quem está nessa fase”, diz. “É um retorno que eles esperam da carreira.” Maduros (acima dos 50 anos) Um bom desafio e o acréscimo de qualidade de vida são as principais moedas de troca com aquele profissional que esbanja experiência e precisa de um esforço maior para se manter estimulado. “Fundamentalmente, dá para começar a propor para ele alguma participação nos lucros ou um novo modelo de remuneração, desde que ligado aos seus desafios”, diz Carla. “Mais que isso, vale a pena beneficiar os hobbies e os exercícios em coletivo, uma vez que nessa a vida social tende a esfriar.” Para os mais velhos, sempre tem de ter desafios novos, até porque nos desafios novos ele vai mostrar o quanto ainda tem de colaborar. O desafio tem de estar relacioando ao acréscimo de qualidade de vida para ele. O que ele começa pensar? O que ele leva para a aposentadoria, para a velhice, para os netos. Fundamentalmente começar a propor a ele alguma participação nos lucros, uma nova remuneraão. Pensar em bônus ligados à metas.