CASA MÍNIMA
Local Nova Friburgo, Rio de Janeiro
Ano 2008
Escritório Carla Juaçaba Arquitetura
Autoras: Cristina Piccoli e Natasha Oltramari
Implantação e Partido Formal
A Casa Mínima localiza-se em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro e foi construída em 2008. Possui 32,44 m² e encontra-se no
mesmo terreno de 5.000 m² onde está implantada a Casa Rio Bonito. Sua implantação precisa é desconhecida, pois não
foram encontradas informações suficientes para determiná-la. Através de fotografias, é possível perceber apenas que foi
construída no cume da montanha, favorecendo a vista panorâmica do entorno densamente arborizado. (Figura 1).
Figura 1: Visual do entorno a partir do espaço central da
casa.
Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.
Fonte: http://www.carlajuacaba.com.br/casa-mnima/
Carla Juaçaba utiliza um partido formal decomposto, formado por dois volumes estruturados a partir de uma grelha
regular (Figura 2 e 3). Pelas dimensões, percebe-se que um volume possui maior hierarquia, ficando o volume menor
subordinado ao módulo central do volume maior. Esta estratégia de adição, vinculada ao arranjo funcional, sugere um
arranjo em ponto-radial. (Figura 4).
A pureza volumétrica é rompida pelos planos dos dois telhados, que são arrematados por generosos beirais. Assim, os
planos das coberturas tensionam o arranjo volumétrico do corpo edificado. Neste corpo, ao contrário do que ocorre na
maioria das obras de Juaçaba, predomina os cheios sobre os vazios, ganhando expressão a textura de tijolos cerâmicos.
(Figura 5).
Figura 2: Esquema partido decomposto.
Nova Friburgo, RJ. 20085. Carla Juaçaba Arquitetura.
Fonte:OLTRAMARI, Natasha, 2014.
Figura 3: Grelha moduladora e acesso.
Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.
Fonte:OLTRAMARI, Natasha, 2014.
Figura 4: Esquema de organização: ponto-radial.
Nova Friburgo, RJ. 20085. Carla Juaçaba Arquitetura.
Fonte:OLTRAMARI, Natasha, 2014.
Figura 5: Fachada norte - principal.
Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.
Fonte:http://www.darchitectures.com/larc-vision-prize-women-and-architecturerevele-de-nouveaux-talents-a1130.html
Na fachada sul, as janelas ocupam os ângulos de intersecção dos volumes, quebrando o peso dos mesmos. Tratam-se de
janelas com peitoril alto, que sugerem o atendimento das demandas funcionais de iluminação e ventilação, já que se voltam
à topografia em aclive do terreno. Na fachada norte, tem-se apenas uma grande abertura, sem verga, que se relaciona
diretamente com o deck, estabelecendo um ponto focal de interesse nas visuais, principalmente para quem está deitado na
cama. (figura 6).
visual principal
Figura 6: Fachada oeste demonstrando a topografia, vista das aberturas do dormitório e
visuais.
Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.
Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Configuração funcional
A casa é térrea e foi concebida para receber amigos e servir como espaço de contemplação, Nela, os setores social, íntimo
e serviço estão integrados em um arranjo bem compacto, em que apenas o vaso sanitário se isola do conjunto. Não há uma
circulação espacializada, cumprindo o módulo central o papel de espaço articulador dos ambientes – cozinha, quarto,
banho e, inclusive, o deck, que se comporta como um grande “estar a céu aberto” (Figura 7).
Figura 7: Planta baixa com indicação do zoneamento funcional.
Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.
Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
A partir do módulo central, as circulações na cozinha e no banheiro ocorrem na periferia dos ambientes, rente à parede
cega a norte, ficando as bancadas orientadas a sul, junto às janelas. Neste contexto, parece questionável a disposição do
vaso sanitário, que não obedece ao arranjo dos eixos de percurso ou à consolidação de uma parede hidráulica a sul (Figura
8).
Figura 8: Planta baixa com esquema de circulação em ponto, acesso e indicação de hierarquia espaços da
casa.
Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.
Fonte:OLTRAMARI, Natasha, 2014.
Espacialidade
A circulação central confere à residência tensões multidirecionais. As relações entre ambientes são sempre dinâmicas, se
distinguem pelo foco para onde as aberturas se dirigem. A sul, as aberturas nas arestas dos volumes determinam uma
continuidade visual entre os ambientes. A norte, destaca-se a grande abertura do módulo central, que funciona como um
ponto focal, um emolduramento da paisagem a ser observada. (Figuras 9 a 12).
Figura 9 Marcação das estações analisadas.
Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.
Figura 10: Visual da estação 1.
Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.
Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014.
Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014.
Figura 11: Visual da estação 2.
Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.
Figura 12: Visual da estação 3.
Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.
Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014.
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