4 dicas da neurociência para melhorar a
sua concentração
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São Paulo - Do excesso de informações ao design dos escritórios, a rotina
profissional está cheia de obstáculos para a concentração.
EXAME.com É injusto culpar apenas a tecnologia, o bode expiatório mais comum para
justificar a distração. Usados com bom senso, recursos como apps e softwares
podem ser grandes aliados para a produtividade.
O problema está no mau uso desses dispositivos, de acordo com Carla Tieppo,
professora adjunta da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São
Paulo.
A neurocientista afirma que as pessoas desenvolveram uma relação de
dependência com a tecnologia. "É prazeroso checar as redes sociais ou trocar
mensagens pessoais pelo smartphone", diz ela. "Para muita gente, esse hábito
se tornou irresistível, como um vício".
As distrações, no entanto, causam um enorme prejuízo de tempo e energia. A
cada interrupção, demoramos cerca de 23 minutos para voltar à nossa tarefa
original, segundo uma especialista ouvida pelo Wall Street Journal.
Como então manter o foco? Não há solução mágica. Segundo Carla, as
distrações só são vencidas pelo esforço e pela autodisciplina. “É preciso se
policiar diariamente”, afirma ela.
Mesmo assim, a neurociência traz algumas orientações fáceis de implementar
que podem ajudar os mais dispersos. Confira a seguir:
1.
Divida
sua
jornada
de
trabalho
em
fatias
Segundo Carla, o cérebro humano consegue se fixar num único objeto durante
50 ou 60 minutos. Depois desse período, a atenção inevitavelmente se esvai.
A dica é trabalhar ininterruptamente durante esse bloco temporal, e então fazer
um intervalo de cinco a 10 minutos para checar mensagens do celular, acessar
redes sociais ou levantar para tomar um café.
“A pausa ajuda a descansar as áreas ativas no cérebro até então”, explica a
professora. Após esse breve período de relaxamento, você estará pronto para
outra sessão de trabalho.
2.
Mantenha-se
bem
alimentado
durante
todo
o
dia
Trabalhar em jejum não é uma boa ideia para quem busca concentração. Isso
porque o sitema atencional requer uma grande quantidade de energia, segundo
a neurocientista.
Durante a jornada de trabalho, é aconselhável ter sempre algo no estômago:
tanto para que haja força suficiente no organismo para manter o foco, quanto
para que o cérebro não se distraia com a fome.
Não é necessário ingerir grandes quantidades de alimento. Segundo Carla,
basta uma barrinha de cereais ou um suco entre as principais refeições do dia.
3.
Ouça
música
(que
você
já
conheça)
Fones de ouvido podem ser um recurso excelente para manter o foco. Além de
reduzir o ruído ambiente, ouvir música pode trazer bem-estar.“Não é bom
escolher um repertório ‘deprê’, o ideal é que ele seja leve e prazeroso”, diz
Carla.
É importante que você não se envolva demais com a trilha sonora, apenas
relaxe com ela. Por isso, a neurocientista recomenda escolher um repertório
que você já conhece. Uma música nova exige mais atenção do cérebro, até
para ele decidir se gosta dela ou não, por exemplo.
Uma sugestão é montar playlists com duração de 50 a 60 minutos, já que esse
é o tempo máximo em que conseguimos prestar atenção ininterrupta. “Quando
a música acabar, você já saberá que é hora de fazer a pausa”, diz ela.
4.
Elimine
a
bagunça
e
o
desconforto
De acordo com Carla, mesas de trabalho caóticas são “horríveis para o
cérebro”. Isso porque o sistema nervoso tende a se espelhar no ambiente
externo. “Se não há lógica do lado de fora, fica difícil se organizar
internamente”, afirma.
É verdade que o caos pode ser um grande aliado na busca por criatividade e
inovação. Mas, se o seu objetivo é terminar uma tarefa, é melhor manter a sua
escrivaninha limpa e organizada.
A falta de cuidado com a ergonomia também pode gerar distrações. “A sua
postura de trabalho deve ser correta e confortável, para que o seu cérebro não
se concentre mais no cansaço do corpo do que no trabalho”, recomenda a
professora.
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