Sociedade Brasileira de Química (SBQ) Experimentos de condutividade e mudanças de fase na abordagem de ligações químicas Arcenira R. L. Targino1* (IC), Greice C. B. Santos1 (IC), Mariana C. Araújo1 (IC), Andrea S. Liu1 (PQ), Pedro M. Júnior1 (PQ) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, *[email protected]. 1 Palavras Chave: Ligações químicas, ensino de química, experimentação. Introdução O entendimento do conceito de ligações químicas é essencial para compreender como a matéria está organizada e como ocorrem as transformações químicas1. No entanto, é um desafio para os docentes de química no ensino médio ensinar adequadamente este conceito, já que os estudantes apresentam concepções muitas vezes divergentes das aceitáveis cientificamente2. A experimentação desperta o interesse dos alunos em todos os níveis de escolarização, sendo comum os alunos atribuírem um caráter lúdico e motivador à este tipo de atividade3. No ensino de química consiste em uma ferramenta pedagógica importante que pode auxiliar na construção de conceitos4. Levando em consideração estes aspectos, e com o objetivo de aproximar a teoria com o cotidiano dos alunos foram realizados experimentos de condutividade elétrica e mudanças de fase. As atividades foram realizadas com 60 alunos do primeiro ano do ensino médio numa escola municipal da cidade de São Paulo (SP), no âmbito do Projeto PIBID. Resultados e Discussão No experimento de condutividade elétrica foram utilizadas soluções aquosas de compostos moleculares e iônicos, tais como sacarose e cloreto de sódio, que são de uso doméstico rotineiro. Com a realização do experimento foi solicitado que os alunos tentassem explicar por que a lâmpada acendia em uma situação e em outra não. No segundo experimento procurou-se obter a temperatura e tempo necessários para fusão ou ebulição das seguintes substâncias: cloreto de sódio, sacarose, carvão ativo, raspas de zinco, enxofre e sulfato de cálcio. A partir destas informações os alunos deveriam indicar o tipo de ligação química predominante. Não foi possível obter os pontos de fusão e ebulição do cloreto de sódio, sulfato de cálcio e carvão ativo, o que já era esperado, e por isso os alunos foram instigados a discutir esta falta de resultados. No experimento de condutividade elétrica os alunos não tiveram dificuldades em relacionar que compostos iônicos em solução aquosa e metais, 36a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química conduzem eletricidade e que compostos moleculares não conduzem. A dificuldade encontrada pelos mesmos foi em reportar o que entenderam, e neste momento notou-se que muitos fizeram confusão entre os conceitos de ligações iônicas e covalentes, o que é uma dificuldade comum entre os alunos2. No segundo experimento os alunos geralmente relacionaram compostos formados por ligações iônicas com alto ponto de fusão e ebulição, compostos formados por ligações covalentes com baixo ponto de ebulição e metais com ponto intermediário de fusão e ebulição. Observou-se que os alunos tiveram dificuldade em perceber que embora o carvão ativo tenha ponto de fusão e ebulição elevados o tipo de ligação química predominante é a covalente. Isso demonstra a necessidade de trabalhar também um pouco com os alunos os conceitos de retículos cristalinos e geometria molecular para que eles não fiquem com uma idéia tão simplista de ligações químicas e propriedades da matéria1. Conclusões A aplicação dos experimentos foi positiva, pois permitiu com que os alunos se tornassem ativos na construção de seu conhecimento já que participaram das atividades com empenho e levantaram muitos questionamentos o que em aulas puramente teóricas não acontecia com tanta freqüência. Sendo assim, a aplicação do experimento contribuiu para uma aprendizagem significativa de conceitos químicos relacionados à estrutura e propriedades da matéria. Agradecimentos À CAPES pela bolsa do PIBID e à Direção, professores e alunos da EMEFM Darcy Ribeiro. 1 TOMA, E. H. Ligação Química: Abordagem Clássica ou Quântica? Quím. Nova na Escola, n. 06, Novembro, 1997. 2 MARCONDES, M. E. R; C. F. Concepções dos Estudantes sobre Ligação Química. Quím. Nova na Escola, n. 24 p. 20-24, Novembro,. 2006. 3 GIORDAN, M. O papel da experimentação no Ensino de Ciências. Quim. Nova na Escola. Experimentação e Ensino de Ciências. n. 10, 1999. 4 FERREIRA, L. H; HARTWING, D. R; OLIVEIRA, R. C. de. Ensino Experimental de Química: Uma Abordagem Investigativa Contextualizada. Quim. Nova na Escola. Vol. 32, n. 2, 2010.