Universidade Comunitária da Região de Chapecó Área de Ciências Exatas e Ambientais Curso de Agronomia Disciplina: Nutrição Animal Classificação dos nutrientes Profª. Valdirene Zabot Zootecnista Carboidratos ou Glicídios??? Carboidratos Substâncias orgânicas contendo C, H e O Podem conter P, N ou S Glicídios Derivado do grego glukus Significa doce Compreende só os açúcares redutores e seus compostos Carboidratos (CHO’S) Maiores constituintes dos alimentos consumidos pelos animais Constituem 75% da MS das plantas Menos solúveis (celulose e hemicelulose) – estrutura e firmeza Mais solúveis (amido) – energia de reserva Carboidratos (CHO’S) Nos animais são encontrados em pequenas quantidades Na forma de glicose no sangue Na forma de glicogênio no músculo (1% da MS corporal total) Carboidratos (CHO’S) A classificação mais comum os divide em 3 grupos: MONOSSACARÍDEOS OLIGOSSACARÍDEOS POLISSACARRÍDEOS Carboidratos (CHO’S) Monossacarídeos ou açúcares simples Pentoses (C5H10O5) – xiloses, ribose... Hexoses (C6H12O6) – glicose, frutose, galactose... Carboidratos (CHO’S) Oligossacarrídeos Formado por 2 a 10 unidades de monossacarídeos Sacarose, lactose, maltose Dissacarídeos: carboidrato formado pela união de dois monossacarídeos Carboidratos (CHO’S) Polissacarrídeos Pentosanas (xilanas) Hexosanas (amido, glicogênio, celulose, frutosanas) Heteropolissacarídeos (hemicelulose, pectina) De todos os CHO’S citados, apenas 3 tem interesse na nutrição animal Glicose: representa o tipo do nutriente energético celular Amido: reserva energética do mundo vegetal, importante na alimentação humana e animal Celulose: inegável valor na nutrição dos ruminantes Carboidratos (CHO’S) Polissacarídeos não amídicos (PNA) Constituintes da parede celular dos vegetais Celulose – hemicelulose - lignina Não podem ser digeridos pelos não-ruminates Presentes em alta quantidade no milho, aveia, cevada, trigo, arroz, milheto, entre outros Carboidratos (CHO’S) Polissacarídeos não amídicos (PNA) Do ponto de vista da digestão São altamente viscosos Formando bolo alimentar de difícil digestão/absorção Maior teor de água nas fezes Carboidratos (CHO’S) Polissacarídeos não amídicos (PNA) Influencia a ruptura da parede celular Moagem – se as paredes não forem quebradas – comprometimento da digestão dos nutrientes altamente digestíveis Lignina Não é um CHO verdadeiro Tem muito carbono composição Pode ser fonte de CHO’S aos ruminantes Processos de hidrólise ácida ou alcalina, ou por processamento a vapor, sob pressão, pode ter sua molécula quebrada Lipídios Compostos orgânicos insolúveis em água Solúveis em solventes orgânicos (éter, clorofórmio...) Importantes funções bioquímicas e fisiológicas nas plantas e tecidos animais Lipídios Classificação pela importância na nutrição: Lipídios simples Lipídios compostos Lipídios Lipídios simples: São ésteres de AG com vários álcoois Óleos, gorduras (triglicerídeos) e ceras Gordura e óleos: ésteres de AG + glicerol Ceras: ésteres de AG + outros álcoois (não o glicerol) – álcool cetílico/melíssico Lipídios Lipídios compostos: Ésteres de AG contendo grupos adicionais ao álcool e ao AG Fosfolipídios (const. membranas biológicas) Glicolipídios (formam parte da bi-capa lipídica da membrana celular), e Lipoproteínas (é um conjunto de proteínas e lipídeos transportam o colesterol e os triglicerídeos através da corrente sangüínea). Lipídios Lecitinas - ação importante Emulsificação no transporte dos lipídios ao fígado Emulsificação na digestão das gorduras Auxilia na formação de micelas ao nível de lúmen intestinal Fontes vegetais – soja, linho, etc Fonte animal - ovo Lipídios Lecitinas São fosfolipídios – em altas quantidades, diz-se emagrecedoras Em teoria – muita ingestão de gordura – há bloqueio na digestão de outros nutrientes e passagem + rápida pelo TGI (principio do óleo de rícino) Auxilia em problemas circulatórios Participa da formação de membranas celulares e componentes celulares como a mitocôndria Lipídios Derivados de lipídios Substâncias derivadas da hidrólise dos itens anteriores AG, glicerol e outros álcoois Lipídios Esteróis Lipídios com estrutura de fenantreno ou isopreno Colesterol, androgênios, estrógenos, progesteronas, 7-dehidrocolestero (vit. D2), ergosterol (vit. D3) Lipídios R(cadeia de C) COOH Exemplo: AG – unidade básica das gorduras Ac. acético (2C): Estrutura básica dos AG – CH3COOH uma cadeia de 2 a 24 C ou Ac. mirístico (14C): mais e um grupamento CH3CH2(12)COOH carboxila (COOH) no final da Característico da gordura do leite mesma Lipídios Ácidos graxos essenciais O organismo não sintetiza em quantidades suficientes Ac. linoléico – C 18:2 Óleo de linhaça Ac. linolênico – C 18:3 Ac. araquidônico – C 20:4 – óleo amendoin Lipídios AG essenciais γ-linolênico e o araquidônico podem ser sintetizados a partir do linoléico Aves necessitam na dieta de ac. linoléico e α-linolênico Lipídios AG essenciais São relativamente abundantes nos alimentos Dietas extremamente ricas em amido e proteína fornecidas por um longo período pode gerar quadros de carência Deficiência – animais com pele rugosa, com fendas, descamações, perda de pelos, penas e de apetite Lipídios AG ômega-3 e ômega-6 Ômega-3 = n-3 ou ω-3 (ac. linolênico e seu produtos docosahexanóico-C22:6, eicosapentanóico-C20:5) Ômega-6 = n-6 ou ω-6 (ac. linoléico e seus produtos – araquidônico) Lipídios AG ômega-3 e ômega-6 São chamado de PUFAs AG poli-insaturados Armazenados como fosfolipídios das membranas celulares Contribuem para integridade e fluidez Lipídios AG ômega-3 e ômega-6 Ômega-3 (linolênico) – C18:3 Ômega-6 (linoleico) – C18:2 AG eicosapentanóico (C20:5) Araquidônico (C20:4) AG docohexanóico (C22:6) PUFAs Liberação – ação fosfolipases Agem na comunicação celular Liberados são precursores de prostaglandinas, leucotrienes e tromboxanas Lipídios AG ômega-3 e ômega-6 PUFAs Prostaglandinas, leucotrienes e tromboxanas Regulam quase todo o sistema fisiológico Incluindo postura, desenvolvimento embrionário, crescimento, imunidade, desenvolvimento ósseo, termorregulação e comportamento Lipídios AG com nº impar de C Dificilmente encontrados nos alimentos Resultados da fermentação microbiana Ex.: ácido propiônico (3C) Lipídios AG saturados: Possuindo ligações simples entre carbonos -C-C-C- AG insaturados: Os C estão unidos por 2 enlaces C=C São + propensos a rancificação Ao invés de hidrogenar, podem oxidar Lipídios Índice de iodo (II) Medida de saturação (hidrogenação) dos AG da gordura Os AG aceitam I nas ligações duplas O índice indica o nº de gramas de I por 100 gramas de gordura Gordura saturada – II = zero Gordura líquida (óleo de linhaça) – II de 175 a 202 Quanto mais elevado o II, menor o ponto de fusão Firmeza da gordura produzida em função do tipo de alimentação de suínos Suplemento Grau de firmeza I I AG saturado AG insaturado 4,1% óleo de soja Mole 75,7 33,8 61,9 4,1% óleo de milho Mole 76,3 33,0 61,8 11% óleo de milho Oleoso 97,2 23,1 72,4 4,1% óleo de algodão Duro 64,4 43 50,7 Lipídios Gordura corporal X gordura dos alimentos Gorduras originadas de carboidratos são saturadas (duras) Gorduras originadas de lipídios são variáveis em monogástricos Lipídios Gordura corporal X gordura dos alimentos Ruminantes Rúmen - hidrogenação Transforma os triglicerídeos insaturados da dieta em saturados A gordura corporal não varia com a dieta O AG que predomina, ind. da dieta, é o esteárico (C18:0) Lipídios Sabões de cálcio (Ca) No TGI os AG livres se combinam com íons de Ca formando sabões orgânicos Não são absorvidos – passando para as fezes Do ponto de vista nutricional para monogástricos – importância sobre a absorção de Ca Lipídios Sabões de cálcio (Ca) Ruminantes: Sabões de Ca são quebrados com pH 2-3 (abomaso) Os AG e o Ca ficam livres para absorção no intestino Proteínas Formadas por C, H, O, N, e S, Se Generalidades: podem diferir na sua composição individual A sequência dos AA e a maneira como estão ligados determina as propriedades físicas e químicas de cada proteína individual Consequentemente a sua função biológica no organismo Proteínas São polímeros complexos de AA A ligação entre 2 AA é chamada de ligação peptídica Ocorre entre a carboxila de um AA (COOH) e o grupamento amino (NH2) de outro Funções das proteínas Estrutural: componentes das membranas celulares e em outras posições como pele, cabelos, cascos, bico Transporte: lipoproteínas transportam TG até o fígado e deste ao tecido adiposo Regulação do metabolismo: proteínas do plasma, enzimas, hormônios e antígenos Genética: ácidos nucléicos compondo DNA (desoxirribose) e RNA (ribose) Classificação das proteínas Globulinas: solúveis em água ou em bases ou ácidos diluídos ou em álcool Fibrosas: insolúveis em água, resistentes as enzimas digestivas Ex.: queratina com alto teor de cistina (15%) – muito resistente a digestão (penas) Classificação das proteínas Conjugadas: tem “algo mais na célula”, além do composto proteico Exemplos: Núcleo proteína: ac. nucléico Lipoproteína: lecitina, colesterol Glicoproteínas: secreções mucosas, lubrificantes Aminoácidos (AA) Componentes básicos das proteínas Moléculas que contém N e são resultado da hidrólise das proteínas Mais de 200 isolados Apenas 20 são componentes das proteínas Aminoácidos (AA) Classificação De acordo com a polaridade: a) Apolares (hidrofóbicos) b) Polares (hidrofílicos) b.1 AA básicos (+) b.2 AA ácidos (-) b.3 neutros (sem carga) Lisina Treonina Metionina Triptofano Isoleucina Valina Fenilalanina Arginina Histidina Leucina Aminoácidos essenciais Aqueles que não são sintetizados pelo organismo em quantidades suficientes Devem ser fornecidos na alimentação através dos alimentos AA essenciais críticos: também são deficientes nos alimentos, devendo ser adicionados a dieta Aminoácidos não essenciais Alanina Asparagina Ác. Aspártico Ác. Glutâmico Cistina Glicina Glutamina Prolina Serina Tirosina Aqueles que podem ser sintetizados pelos animais Observação: Classificar um AA em não essencial ou essencial depende da espécie estudada Assim, um certo AA pode ser essencial para um animal e não essencial para outro Ex.: arginina, histidina e glicina não são essenciais para suínos Desnaturação das proteínas Alteração estrutural alterando a função Agentes: raios ultra-violeta, detergentes, metais, calor... Desnaturação das proteínas Temperatura no preparo de rações Atuam em limites rígidos a fim de promover uma proteína de qualidade Ex.: tostar grão ou farelo de soja inibe fatores antinutricionais Excesso de tostagem (TºC ou tempo) – decréscimo na solubilidade da proteína Reação de Maillard