modernidade líquida
pós-modernidade
na visão de Zigmunt Bauman
Ana Lúcia Lage
move
http://vimeo.com/27246366
3 caras, 44 dias, 11 países, 18 voos, 38 mil milhas, um vulcão
em erupção, 2 câmeras, 1 terabyte de gravação…
1 minuto
leve e líquido
• Ser leve e líquido, fluido, dinâmico, móvel, inconstante...
– Sólidos fixam o espaço, suprimem o tempo
– Líquidos ocupam o espaço por um momento, para eles o tempo é o que importa
• Desacoplamento das noções de espaço e tempo
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Modernos meios de transporte, tecnologia, redes: mobilidade
Alongamento do espaço que se pode atravessar em uma unidade de tempo
Velocidade, aceleração, variabilidade da relação espaço/tempo
O tempo de movimento é instantâneo e o poder é extraterritorial
“O tempo adquire história uma vez que o movimento através do espaço [...] se
torna questão do engenho, da imaginação e da capacidade humanas”
“Graças à sua flexibilidade e expansividade recentemente adquiridas, o tempo
moderno se tornou, antes e acima de tudo, a arma de conquista do espaço”
(BAUMAN, 2001, p. 16)
vida nômade
• fim da era do engajamento mútuo: pós-panopticom
• livre trânsito: meta-propósito da política, e também das guerras
“o que de fato está em jogo [...] não [é] a conquista de territórios, mas
destruição das muralhas que impedem o fluxo dos novos e fluidos
poderes globais” (p.19)
• estilo de vida nômade: liberdade, tb desterritorialização
“mover-se leve, e não mais aferrar-se a coisas vistas como atraentes por sua
confiabilidade e solidez – isto é, seu peso, substancialidade e capacidade de
resistência – é hoje recurso de poder” (p.21)
• lucro: a velocidade atordoante da circulação, da obsolescência, da
substituição - e não a durabilidade e a confiabilidade do produto
sociedade fragmentada
Nova modernidade, versão individualizada e privatizada
– desintegração da complexa rede de relações sociais e suas instituições
– padrões, códigos e regras a que podíamos nos conformar, pontos estáveis de
orientação, cada vez mais em falta
– os padrões, as configurações não são “dados”, são muitos e conflitantes
– a trama dos padrões é responsabilidade dos indivíduos
“Em vez de preceder a política-vida e emoldurar o seu curso futuro, eles
[os padrões] devem segui-la (derivar dela), para serem formados e
reformados por suas flexões e torções.” (p.14)
Profunda mudança da condição humana
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Mudança radical no arranjo do convívio humano
Bauman discute cinco conceitos básicos na narrativa da condição humana:
a emancipação, a identidade, o espaço/tempo, o trabalho e a comunidade
Diálogos com Bauman
http://vimeo.com/27702137
o mundo pós-moderno:
a condição social
No século XX:
sociedade da produção
->
sociedade do consumo
“Ter é ser e ser é estar”
a sociedade fragmentada
• processos de fragmentação da vida humana:
• "projeto de vida“ (Sartre)
->
vida em “episódios”
individualização da sociedade
• identidade :
• pertencimento a nações, comunidades, partidos políticos
-> criação e redefinição continua de uma identidade individual
pós-modernidade
pós-modernidade:
• período de transição de um tipo de ordem social para outro tipo de ordem social
• em meio à transição é difícil imaginar nova forma de coabitação.
• mudanças irreversíveis:
um mundo interdependente
• multiplicamos conexões, relações, interdependências, comunicações a nível global.
“Estamos todos no mesmo barco. O globo é um só país, de um certo modo”
dilema ambiental
• domínio da natureza através da ciência, desenvolvimento de tecnologia:
• aumento da capacidade de produção, eficiência no uso de recursos
• limites de sustentabilidade do planeta
o futuro da democracia
democracia
• Aristóteles: pessoas discutindo na ágora, lugar onde o povo se reúne e a
democracia é feita, refeita, desenvolvida, protegida
• A democracia é uma noção que adquire, com o tempo e a história, novas
formas
perigo do divórcio entre o poder e a política
• instituições democráticas dos Estados-nação (parlamento, jurisdição)
• estrutura do Estado moderno não consegue garantir o futuro da democracia
a invenção de uma democracia global
• equivalente global da democracia de âmbito nacional
• mas é preciso inventar diferentes instrumentos, diferentes estratégias,
• instituições democráticas precisam ser recriadas, readequadas
democracia e autonomia individual
sujeitos sociais autônomos (Castoriadis):
• indivíduos autônomos e comunidades autônomas (politike) só podem existir juntos
perigo da esfera pública
• totalitarismo (Orwell, Huxley)
perigo da esfera do privado e do indivíduo
• ágora pós-moderna, participação das massas:
• confissões de privacidade ao invés de discussão do bem-estar da sociedade
• laços humanos em comunidades, conexões em redes
• solitários na multidão: desapego, provisoriedade, descompromisso, desengajamento
• derrocada das agências efetivas de ação coletiva
“Os sólidos que estão sendo lançados ao cadinho e os que estão derretendo neste
momento, o momento da modernidade fluida, são os elos que entrelaçam as escolhas
individuais em projetos de ações coletivas – os padrões de coordenação e comunicação
entre as políticas da vida conduzidas individualmente, de um lado, e as ações políticas de
coletividades humanas, de outro.” (p. 12)
a ambivalência da vida
Dois valores essenciais indispensáveis para uma vida satisfatória e a felicidade
•
segurança e liberdade
“segurança sem liberdade é escravidão, liberdade sem segurança é o caos”
O mal-estar da civilização (Freud, 1920 )
O mal-estar da pós-modernidade (Bauman, 1997)
• toda civilização é uma troca
***dilema, pêndulo***
“não há solução perfeita. (...) você nunca vai deixar de buscá-la”
A arte da vida (Bauman, 2008): há muitas formas de ser feliz
• destino e carácter
“o destino estabelece uma gama de opções, as escolhas são feitas pelo carácter”
•
a vida como criação (Sócrates)
“Para cada ser humano há um mundo perfeito
feito especialmente para ele ou para ela”
provocação: indignados em Madri
“Os sólidos que estão sendo lançados ao cadinho e os que estão
derretendo neste momento, o momento da modernidade fluida, são
os elos que entrelaçam as escolhas individuais em projetos de ações
coletivas – os padrões de coordenação e comunicação entre as
políticas da vida conduzidas individualmente, de um lado, e as ações
políticas de coletividades humanas, de outro.”
15.05.2012 Um ano depois, nas redes sociais já circula o chamado
para uma manifestação local e global, em 12 de maio. Reúne
milhares de pessoas em todo o mundo, com o lema “Unidos por uma
mudança global”. Reativa os protestos que mobilizaram milhões, em
951 cidades e 82 países, em 15 de outubro de 2011. “
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Pós-modernidade na visão de Zigmunt Bauman